BLOGS DE VIAGEM E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O TURISMO

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1. RESUMO

O presente trabalho propõe-se, por meio do estudo de caso sobre os blogs Matraqueando, Vai Pra Disney? e Viaja Bi!, identificar quais as formas de contribuição dos blogs de viagem para o Turismo, buscando compreender os âmbitos acadêmico, do mercado (trade turístico) e de gestão e planejamento. Em virtude da dimensão do universo dos blogs, caracterizado como blogosfera, a abordagem adotada seria qualitativa, visando analisar brevemente a estrutura dos blogs com ênfase na utilização dessas plataformas pelos internautas e blogueiros(as) no que poderia contribuir para o setor do Turismo. Este estudo se justifica pelo crescimento da blogosfera observado nos últimos anos, desde a criação dos blogs na década de 1990, o investimento recebido pelos órgãos e empresas responsáveis pelo Turismo e pelo surgimento dos blogueiros de viagem (também considerados influenciados digitais). A partir da análise realizada nos blogs Matraqueando, Vai Pra Disney? e Viaja Bi!, observou-se que os blogs de viagem podem contribuir para o setor do Turismo, tanto em âmbito nacional quanto internacional: no fornecimento de informações para realização de pesquisas acadêmicas, de perfil – entre outras para o mercado turístico; na realização de pesquisas, por meio dos blogs vinculados à ABBV e à RBBV, para empresas e órgãos como o Ministério do Turismo; no aumento da competitividade de mercado com a criação e fornecimento de produtos e serviços dos blogueiros e na parceria entre blogs e empresas turísticas; e na profissionalização do blogueiro (ou blogger) de viagem, fornecendo consultoria no segmento de viagens em que atua.

Palavras-chave: Blog de viagem; blogueiro de viagem; influenciador digital.

ABSTRACT

The present work proposes, through a case study on the blogs Matraqueando, Vai Pra Disney? and Viaja Bi!, identify what are the forms of contribution of travel blogs to Tourism, considering the scopes of academy, market, management and planning. Due to the size of the blog universe, characterized as blogosphere, the approach adopted would be qualitative, aiming to analyze briefly the structure of blogs with emphasis on the use of these platforms and its tools by Internet users and bloggers, in what could contribute to the Tourism sector. This work justifies itself by the increase of blogosphere observed in recent years, since the creation of blogs in the 1990s, and the investment received by the government agencies and companies responsible for Tourism and the emergence of travel bloggers (also known as digital influencers). From the analysis carried out on the blogs Matraqueando, Vai Pra Disney? and Viaja Bi!, it was observed that travel blogs can contribute to the tourism sector, both in national and international range: providing information for conducting academic research, profile - among others for the Tourism market; in conducting research, through blogs linked to ABBV and RBBV, to companies and agencies such as the Ministry of Tourism; in increasing market competitiveness with the creation and supply of products and services of bloggers and in the partnership between blogs and tourism companies; and with the professionalization of the travel bloggers, providing travel consulting.

Keywords: Blog; travel blog; travel blogger; digital influencer.

2. CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

O deslocamento sempre fez parte da dinâmica de vida do ser humano, ora pelo descobrimento de novas terras e diferentes povos e suas culturas, pelo desenvolvimento do comércio, pela pregação religiosa e doutrinamento, ora pelo conhecimento acerca da história, artes e manifestações presentes em diferentes partes dos continentes. Esta dinâmica humana viria, ao longo do tempo com suas devidas modificações e ressignificações, a ser caracterizada como ‘Turismo’. (BARBOSA, 2002).

Por definição, “Turismo compreende, sobretudo, as atividades realizadas por pessoas que viajam e permanecem em locais que não constituem seu ambiente habitual em busca de lazer, negócios ou outras motivações” (tradução do autor)[1]. De forma mais completa, Beni (2002, p. 37) sugere que podemos entender o:

[...] Turismo como um elaborado e complexo processo de decisão sobre o que visitar, onde, como e a que preço. Nesse processo intervêm inúmeros fatores de realização pessoal e social, de natureza motivacional, econômica, cultural, ecológica e científica que ditam a escolha dos destinos, a permanência, os meios de transporte e o alojamento, bem como o objetivo da viagem em si para a fruição tanto material como subjetiva dos conteúdos de sonhos, desejos, de imaginação projetiva, de enriquecimento existencial histórico-humanístico, profissional, e de expansão de negócios. Esse consumo é feito por meio de roteiros interativos espontâneos ou dirigidos, compreendendo a compra de bens e serviços da oferta original e diferencial das atrações e dos equipamentos a ela agregados em mercados globais com produtos de qualidade competitivos.

O Ministério do Turismo afirma que:

Ao longo das últimas seis décadas, o Turismo tem passado por uma contínua expansão e diversificação a ponto de se tornar um dos setores econômicos de maior e mais rápido crescimento no mundo. Muitos novos destinos surgiram além daqueles favoritos tradicionais da Europa e América do Norte” (tradução do autor)[2].

Uma das razões deste crescimento acelerado do segmento do Turismo pode ser atribuída ao surgimento da Internet na segunda metade do século XX e, eventualmente, a disseminação dos websites, blogs, microblogs e redes sociais e os sites de compras a partir do século XXI – entre outros fatores – que, aliás, foram responsáveis não somente pela mudança nas formas de comunicação e sociabilização entre os indivíduos[3], mas também de seus hábitos cotidianos de lazer, de consumo, seu ambiente de trabalho e, no que tange o objetivo deste trabalho, na própria organização do segmento do Turismo. (CASTELLS, 2003; GUIMARÃES, BORGES, 2008; OLIVEIRA, RESENDE, 2014).

Somente no Brasil, 91% das pessoas com acesso à Internet pesquisam sobre viagens pela Web, 34% destes realizam compras on-line relacionadas ao setor e 51% dos internautas que pesquisam por hotéis, utilizam como ferramenta o Google[4] (FIGUEIREDO, 2010). A união destes fenômenos, a Internet e o Turismo, já havia sido observada anteriormente e tem, até então, instigado muitos pesquisadores a estudarem as formas como o setor turístico é influenciado pela Web, como, por exemplo: Vicentin e Hoppen (2003), Schreiner (2004), Longhini e Borges (2005), Cruz, Mota e Barbosa (2012) e Sousa (2014).

Neste sentido, com o surgimento dos primeiros grupos de blogs no final da década de 1990 e sua disseminação global no começo dos anos 2000, estes acabaram se tornando, também, objeto de estudo para muitos pesquisadores no intuito de compreender como a existência dos blogs poderiam influenciar os hábitos de consumo de determinados produtos e serviços (COSTA, 2015; CASTRO, LIMA, 2012; URCINE, 2015), hábitos cotidianos do ser humano (PINTO, 2016), as decisões no âmbito corporativo (SILVA, 2007) ou mesmo a decisão de um turista na escolha de um destino turístico (CAMARGO et al., 2016).

Algumas pesquisas realizadas sobre a blogosfera[5] ao longo destes últimos anos já puderam constatar, por exemplo, como estas páginas on-line são capazes de influenciar escolhas e hábitos nos indivíduos em razão de fatores como: reputação e confiabilidade atribuída aos blogueiros[6] e às informações contidas nos blogs; de sua abrangência mundial e plataforma de fácil acesso; e pela diversidade dos temas contemplados desde cosméticos, comércio e negócios até notícias, jogos, músicas, lazer e viagens.

Entretanto, percebeu-se que a bibliografia existente no campo do Turismo, sobre os blogs de viagem, tanto para o universo acadêmico quanto para o da gestão e para o trade turístico[7] era incipiente. Sendo assim, a pergunta que norteia este trabalho é “de quais formas os blogs de viagem podem contribuir para o setor do Turismo?”, propondo uma contribuição para esta reflexão investigando os usos atuais dos blogs e a atuação dos blogueiros (ou bloggers) de viagem.

2.1. Roteiro de trabalho, objetivos e referencial teórico

Este trabalho de conclusão de curso está estruturado em 5 capítulos principais que correspondem, respectivamente, a: 1) introdução; 2) metodologia de pesquisa; 3) surgimento da Internet e sua expansão mundial até sua chegada ao Brasil; 4) a união entre a Internet, suas funcionalidades e benefícios, com o setor do Turismo; 5) o surgimento dos blogs, sua expansão mundial e características da blogosfera (termos mais utilizados, plataformas de criação, ferramentas e recursos, definições e grupos organizados), além de pesquisas realizadas no Brasil e exterior, na área da comunicação e turismo, envolvendo as plataformas dos blogs; 6) descrição e análise dos três blogs contemplados (objetos de estudo), Matraqueando, Vai Pra Disney? e Viaja Bi!; e ao final, as considerações finais seguida das referências bibliográficas e apêndice.

Assimilando o conjunto de bibliografias consultado e averiguando os blogs de viagem, a hipótese central deste trabalho é que na medida em que o fenômeno da blogosfera ganha dimensão e visibilidade, por meio dos blogueiros, também considerados “influenciadores digitais”, os blogs de viagem contribuem de forma efetiva para o segmento do Turismo em âmbitos local e internacional tanto nas esferas acadêmica, de gestão e planejamento quanto no mercado.

Para tanto, propôs-se analisar a utilização dos recursos e ferramentas, bem como a interação entre os leitores e blogueiros, disponíveis nas plataformas dos blogs de viagem Matraqueando[8] da autoria de Silvia Oliveira; Vai Pra Disney?[9], da autoria de Felipe Almeida e Renata Costivelle Barros; e Viaja Bi![10] da autoria de Rafael Leick, tendo como objetivo geral: identificar quais as formas de contribuição dos blogs de viagem para o setor do Turismo.

Como objetivos específicos, propôs-se:

  1. traçar um breve percurso dos blogs na Web desde o seu surgimento até a atualidade;
  2. apresentar dados de pesquisas realizadas sobre a blogosfera no Brasil e no exterior;
  3. analisar a funcionalidade dos recursos e das ferramentas disponíveis, bem como os comentários dos usuários, dos blogs de viagem Matraqueando, Vai pra Disney? (VPD) e Viaja Bi!;

A escolha destes três blogs de viagem justifica-se por: a) serem blogs cuja temática principal é “viagem”; b) serem especializados em públicos e perfis de viagem diferenciados; c) estarem vinculados a um ou mais grupos de blogueiros; d) serem citados pelos leitores e outros blogueiros na Web como referência em suas respectivas temáticas e; e) ter sido concedida autorização para utilização do conteúdo dos três blogs supracitados, nesta pesquisa, pelos seus respectivos autores.

Quanto ao referencial teórico, a princípio, buscou-se definir o que seria Turismo por meio dos conceitos do Ministério do Turismo, Mario Beni e apresentar um panorama sobre como a mídia vem influenciando o setor tanto no campo acadêmico, como apresentam Castells (2003), Guimarães e Borges (2008) e Oliveira e Resende (2014), quanto no trade turístico, como mostra Figueiredo (2010).

No decorrer do trabalho jugou-se importante definir e mostrar a relação da Internet com o setor do Turismo, contando sobre seu percurso da primeira desde sua criação e, eventualmente, sua chegada ao Brasil até sua expansão mundial segundo relatam Kleina (2011), Helder (2017), Barros (2013) e Meyer (2014).

Por último, para relatar o surgimento e expansão dos blogs, bem como seus conceitos, tipologias, termos e plataformas, foram utilizados, em grande parte, livros, artigos e textos digitais de diversos autores – alguns deles também blogueiros – como Blood (2000), Malini (2008), Recuero (2003), Amaral, Recuero e Montardo (2008), além de outras importantes contribuições como Prado (2011), Novaes (2007), Kottke (2003) e Chapman (2011).

3. CAPÍTULO 2 – METODOLOGIA

De acordo com Gil (2002, p. 17), a pesquisa seria um:

[...] procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa desenvolve-se por um processo constituído de várias fases, desde a formulação do problema até a apresentação e discussão dos resultados.

Segundo Gerhardt e Silveira (2009, p.12) “só se inicia uma pesquisa se existir uma pergunta, uma dúvida para a qual se quer buscar a resposta. Pesquisar, portanto, é buscar ou procurar resposta para alguma coisa”. Após a leitura dos referenciais teóricos acerca dos blogs, sobre a Internet em seu âmbito geral e sobre a influência desta no Turismo, a indagação que se alcançou foi no sentido de encontrar quais seriam as atuais – ou mesmo potenciais – contribuições dos blogs de viagem para o setor do Turismo.

Segundo as autoras “a metodologia científica trata de método e ciência. Método (do grego methodos; met'hodos significa, literalmente, ‘caminho para chegar a um fim’) é, portanto, o caminho em direção a um objetivo”, seria, neste sentido, “[...] o estudo sistemático e lógico dos métodos empregados nas ciências, seus fundamentos, sua validade e sua relação com as teorias científicas” (ibidem, p.11).

Isso posto, com base nos objetivos gerais, esta pesquisa utiliza a metodologia exploratória que, segundo Gil (2002, p. 41) “tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses”, e possui caráter qualitativo.

Conforme explica Gerhardt e Silveira (2009, p. 31), a abordagem qualitativa “não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização, etc.”, Deslauriers (1991, p. 58 apud ibidem, p. 32) ainda diz que “o objetivo da amostra é de produzir informações aprofundadas e ilustrativas: seja ela pequena ou grande, o que importa é que ela seja capaz de produzir novas informações”.

Quanto ao método adotado, este seria o estudo de caso, que é um estudo empírico que “investiga um fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidas” (YIN, 2001, p. 32). Neste trabalho, os objetos de estudo contemplados são os blogs de viagem Matraqueando, Vai Pra Disney? e Viaja Bi!.

Quanto aos procedimentos metodológicos, foram adotados: a) pesquisa bibliográfica - “desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos” (GIL, 2008, p. 50); b) Pesquisa documental - “[...] vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa” (ibidem, p. 51) e; c) Pesquisa de campo[11] - “investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo” (VERGARA, 1998, p. 45).

3.1. Revisão bibliográfica

A bibliografia utilizada para elaboração deste trabalho, foi encontrada, em grande parte, em forma de artigos, livros, seminários – entre outros documentos – digitais através de sites e portais on-line de congressos e eventos relacionados à Comunicação, Jornalismo e Turismo – alguns envolvendo dois destes temas ou mais –  como exemplo: XIII Congresso das Ciências da Comunicação da região Sudeste e VI Congresso Nacional de História da Mídia. Também foram consultados trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses de pesquisadores do campo das ciências sociais disponíveis nas bibliotecas virtuais de universidades, como: Universidade Federal Fluminense - UFF, Universidade de São Paulo - USP e Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS.

Além destas, também foram consultados livros sobre metodologia de pesquisa, História do Turismo e suas vertentes contemporâneas, bibliografia sobre usuários da Internet e criadores de conteúdo.

3.2. Pesquisa documental

Considerando que blogosfera está contida no campo da Internet, boa parte dos materiais documentais encontrados fazia referência a ambos os temas “blogs” e “Internet” que, por sua vez, foram encontrados em matérias de jornais on-line, publicações em blogs, reportagens e entrevistas em sites especializados em Tecnologias da Comunicação e Informação, portais de História da Comunicação, entre outros similares.

3.3. Pesquisa de campo

O acesso aos blogs Matraqueando, Vai Pra Disney? e Viaja Bi! com o intuito de realização da pesquisa ocorreu desde o primeiro semestre do ano de 2017. Entretanto, o pesquisador já havia tido contato com os blogs Matraqueando e Vai Pra Disney? anteriormente devido à presença em uma palestra ministrada por Silvia Oliveira em 2015, na VII Semana de Turismo da Universidade Federal de São Carlos – Campus Sorocaba, e devido a consulta ao blog Vai Pra Disney? no período que antecedeu o intercâmbio cultural realizado pelo autor na Walt Disney World em Orlando-Florida, entre novembro de 2016 e janeiro de 2017.

Tendo em mente a velocidade em que ocorrem a troca de informações, a criação de novos conteúdos e a edição e remoção dos já existentes, buscou-se definir o período de coleta e análise das publicações, comentários e recursos dos blogs no período entre 19/07/2017 e 05/09/2017, assim seria possível esmiuçar os objetos de estudo desta pesquisa, ou seja, ler, analisar e interpretar os conteúdos presentes nos blogs de viagem, bem como seus recursos e ferramentas em um espaço de tempo pré-determinado.

Sendo assim, entre os procedimentos adotados estão o:

  1. Diário de campo

De acordo com Weber (2009), o diário é um instrumento muito presente no campo da etnografia, uma obra de cunho pessoal que tem como característica a escrita em sua forma mais íntima (bruta), um conjunto não coerente de ideias comumente organizadas em ordem temporal.

A autora divide este instrumento (o diário) em três formatos:  diário de campo, diário de pesquisa e “diário íntimo”. No que diz respeito a este trabalho, o instrumento utilizado para registro das observações acerca dos objetos de estudo foi o diário de campo que, por definição, entende-se como “um instrumento que o pesquisador se dedica a produzir dia após dia ao longo de toda a experiência etnográfica. É uma técnica que tem por base o exercício da observação direta [...]” (WEBER, 2009, p. 157).

O diário de campo utilizado pelo autor assumiu o formato digital, desenvolvido por meio do programa de computador Word[12], em um notebook, no qual eram realizadas inserções datadas das análises, notas e constatações durante as observações em campo. Buscou-se delimitar o período de análise das informações contidas nos blogs Matraqueando, Vai Pra Disney? e Viaja Bi! entre 19/07/2017 e 05/09/2017[13]. Toda descrição dos blogs no diário de campo era antecedida de data e horário de início e término do acesso.

Além disso, no diário de campo eram inseridos todos os comentários pertinentes ao processo de análise dos blogs, as observações sobre a funcionalidade dos blogs, semelhanças e diferenças que possuíam entre si, entre outras informações a serem inseridas no corpo do trabalho ao passo em que o conteúdo era esmiuçado.

  1. Mapeamento dos blogs

Tendo em vista a quantia demasiada de informação contida nos blogs Matraqueando, Vai Pra Disney? e Viaja Bi!, a maneira encontrada pelo autor de mapear e organizar todo esse conteúdo foi o “mapeamento” dos blogs utilizando a ferramenta de tabela do Excel[14]. Desta forma se tornou mais prático organizar e localizar as publicações presentes nos blogs desde sua criação em 2006, 2013 e 2014, respectivamente, até 05 de setembro de 2017, sempre que fosse necessário retomar à leitura a partir de determinado ponto ou coletar informações específicas que fossem pertinentes ressaltar na pesquisa.

A forma encontrada pelo autor de realizar tal “mapeamento” foi separar as publicações dos blogs de acordo com o tema tratado, levando em conta, principalmente, a divisão já realizada pelos autores através dos “menus” disponíveis no topo das páginas dos blogs. Como exemplo, as publicações disponíveis no blog Vai Pra Disney? estão divididas da seguinte forma: PARQUES, PREPARATIVOS, HOSPEDAGEM, COMIDA, COMPRAS, ALÉM DOS PARQUES e VIAGEM DO LEITOR; cada um destes tópicos se tornou uma janela individual no Excel, nas quais foram inseridas todas as publicações presentes em cada um deles desde o primeiro título escrito pelo(s) autor(es) do blog. Dentro de cada janela no Excel, os títulos das publicações eram inseridos utilizando a função “CONTROL+C” e “CONTROL+V” (copiar e colar), buscando preservar a edição exata do texto conforme escrito pelo autor (aquele que escreveu o comentário), seguido de sua data de publicação, data de acesso do pesquisador à mesma e o número de comentários recebidos em cada publicação[15].

  1. Coleta e análise dos comentários

Conforme aponta Amaral (2009), o desaparecimento das informações contidas na Internet faz parte da dinâmica da comunicação neste espaço (a Web), no mesmo contexto em que estão inseridos os blogs Matraqueando, Vai Pra Disney? e Viaja Bi!. Desta forma, a primeira atitude adotada neste procedimento foi a utilização do recurso de “printscreen[16]” em todo tipo de informação (escrita ou ilustrativa) relevante para ser utilizada futuramente nos estudos de caso.

Em seguida, a relação entre blogueiro e leitor por meio da plataforma do blog foi analisada através dos discursos presentes nos comentários – coletados de acordo com a relevância e teor do texto, ainda de forma aleatória –, sendo estes: elogios, críticas ou aviso de comentários apagados (geralmente insultos ou comentários contendo teor não aceito nos blogs).

  1. Entrevista

A princípio, a proposta deste trabalho era realizar ao menos uma entrevista com cada um dos responsáveis pelos blogs Matraqueando (Silvia Oliveira), Vai Pra Disney? (Renata Costivelle e Felipe Almeida) e Viaja Bi! (Rafael Leick). Entretanto, somente Silvia Oliveira e Rafael Leick responderam ao questionário formulado (vide apêndice A).

A entrevista de Rafael Leick foi realizada pessoalmente, na cidade de São Paulo, onde o mesmo reside, respondendo ao questionário formulado supracitado que continha 21 perguntas que seriam apenas norteadoras da entrevista, permitindo ao entrevistador ir além destas questões de acordo com a escolha do entrevistado em fornecer outras informações.

A entrevista de Silvia Oliveira foi realizada pelo Hotmail[17], por meio do qual foi enviado o roteiro de perguntas para a criadora do Matraqueando, que respondeu às mesmas em um documento do Word contendo também alguns links de sites e outras informações retiradas da Web que fossem pertinentes para determinadas respostas.

A entrevista com os responsáveis pelo blog Vai Pra Disney?, Renata Costivelle e Felipe Almeida, não pôde ser realizada, pois não ouve retorno dos mesmos por meio de e-mail, Facebook[18] ou pelo portal de mensagens disponibilizada por meio blog[19], houve apenas autorização para utilizar neste trabalho o conteúdo do blog Vai Pra Disney?.

4. CAPÍTULO 3 – WORLD WIDE WEB

4.1. O surgimento da Internet

O período compreendido entre o final da segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991), conhecido como Guerra Fria foi o cenário que permitiu o desenvolvimento de novas e, sobretudo, mais seguras formas de comunicação entre as maiores potências da época, Estados Unidos da América - EUA e União Soviética – URSS (KLEINA, 2011).

Foi neste período da Guerra Fria em que surgiu o primeiro conceito de Internet, desenvolvido em meados dos anos de 1960 pelos militares norte-americanos, que constituía um sistema de informações descentralizadas utilizado no Pentágono de forma que pudessem garantir a segurança destas informações em caso de possíveis ataques soviéticos, evitando a perda irreversível de documentos pertencentes ao governo (BARROS, 2013).

O primeiro grande marco da Internet, segundo Meyer (2014), neste período da Guerra Fria, ocorreu em 29 de outubro de 1969, foi nesta data em que ocorreu a transmissão entre a Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e o Instituto de Pesquisa de Stanford (Stanford Research Institute) do que poderia ser considerado o primeiro e-mail já enviado, este contendo a breve mensagem “LOGIN”.

Esta nova criação tratava-se da ARPANET, a rede de conexão desenvolvida pela DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency), a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada dos Estados Unidos. A ARPANET atuava da seguinte forma: um determinado conjunto de informações era fragmentado em pequenos “pacotes”, cada um deles continha individualmente o endereço dos destinatários e outras as informações necessárias para reagrupá-los novamente na mensagem original, este tipo de sistema era chamado de “chaveamento de pacotes” (HELDER, 2017).[20]

Nos anos seguinte, na década de 70, ocorreu o surgimento de uma nova tecnologia, os protocolos TCP criados no ano de 1973 pelos especialistas Net Vinton Cerf e Bob Kahn. O primeiro uso do termo “Internet” para uma rede global conhecida como TCP/IP (Transmission Control Protocol / Internet Protocol) se deu no ano seguinte, em dezembro de 1974, na Universidade de Stanford com a publicação feita por Vinton Cerf, Yogen Dalal e Carl Sunshine com a primeira especificação completa do TCP (BARROS, 2013; KLEINA, 2011).

Para Barros (2013), o período que compreende as décadas de 70 e 80 foi importante para a mudança dos antigos padrões de conexão para os novos protocolos de Internet, até os que utilizamos atualmente se desenvolvesse. Esta época foi marcada por muitos trabalhos desenvolvidos sobre os protocolos utilizados até então e que envolviam também trabalhos experimentais realizados em cooperação com outras agências, como a DARPA.

Em 1º de janeiro de 1983 os computadores que utilizavam a já ultrapassada ARPANET foram substituídos pelo atual TCP/IP. Em 1985 um grande conjunto de redes universitárias foram interconectadas devido ao surgimento da National Science Foundation Network (NSFnet) com uma rede de velocidade de 56 kilobits por segundo (kbps)[21].

Nas décadas de 80 e 90 a Internet começou a ser expandida devido ao seu uso interligado em diversas Instituições de Ensino nos Estados Unidos como Standford, Instituto de Tecnologia de Massachussets (Massachussets Institute of Technology - MIT) e na Universidade da Califórnia em Los Angeles (University of California in Los Angeles UCLA). No final da década de 80 começou a ser disponibilizada para utilização com fins comerciais que induziram o surgimento dos serviços de correio eletrônico e provedores de conexão à rede por meio do método dial-up[22] (BARROS, 2013; MEYER, 2014).

Desta forma, em 1989 Tim Berners-Lee propôs um projeto inovador que foi concretizado em 1992[23], este projeto ficou conhecido mundialmente como World Wide Web (WWW). Este novo sistema de hipertextos possibilitou a visualização de gráficos e imagens mais dinâmicos e a passagem de texto de forma mais rápida e eficiente contribuindo para o “boom” da Internet. Este foi o início da popularização do serviço de internet como conhecemos atualmente (BARROS, 2013; KLEINA, 2011).

Depois desta grande “revolução tecnológica”, o acontecimento que marcaria o “boom” das compras on-line, de acordo com Meyer (2014), seria a criação do protocolo HTTPS (HyperText Transfer Protocol Secure), criado pela empresa norte-americana Netscape, que possibilitaria o envio criptografado dos dados para transações comerciais pela Internet. Segundo Meyer (2014, on-line) “até 2003, cerca de mais de 600 milhões de pessoas estavam conectadas à rede e segundo a Internet World Estatistics [sic], em junho de 2007 este número se aproximava de 1 bilhão e 234 milhões de usuários”[24].

Ao passo em que a Internet ia revolucionando o campo da tecnologia da informação por meio das inovações de aparelhos eletrônicos, arquivamento em banco de dados e troca de informações, as formas de sociabilização e comunicação digital entre os indivíduos, por meio da Internet, foi importante também para a revolução nas formas de se comunicar e estabelecer laços com a criação de novas e mais diversificadas redes de contatos do âmbito local ao global.

Através do surgimento das redes sociais como o Facebook, sites e blogs e a enciclopédia colaborativa Wikipedia, o ser humano, sobretudo os mais jovens, foram capazes não somente de explorarem a si mesmos, aos outros e a Internet, mas também de conceber a Web e tudo que está presente ali (PAIT, 2012). A Internet permitiu que os indivíduos fossem capazes de explorar e revelar sua intimidade, personalidade, curiosidade e de realizar trocas – uma delas cultural – com o outro.

4.2. A Internet no Brasil

Meyer (2014) conta que na década de 1980 a internet começou a ser utilizada no Brasil. As primeiras formas de acesso à Internet eram realizadas entre as Universidades brasileiras e estadunidenses no compartilhamento de informações. Neste ano ainda, o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – IBASE deu início ao teste do primeiro serviço brasileiro de Internet não acadêmica e não-governamental, conhecido como Alternex, que só foi efetivamente aberto ao público em 1992.

No ano de 1989 o uso da internet passou a ser difundido pelo Brasil e por outras áreas de atuação/estudo com a fundação da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa –  RNP[25], cuja principal intenção era democratizar esta tecnologia no intuito de viabilizar a troca de informações e também pesquisas. Somente em 1997 a Internet alcançou abrangência nacional devido à expansão das "redes locais de conexão" (TODA MATÉRIA, 2017).

A Internet no Brasil no final da década de 1990 e começo de 2000 teve grande expansão não somente na esfera acadêmica – como já havia sido observado –, mas principalmente no comércio e também nas residências dos brasileiros, o que deu segmento ao seu processo de expansão.

Entre 2011 e 2012, segundo o estudo anual “Medindo a Sociedade da Informação” (BRASIL, 2013), a proporção de residências com acesso à Internet, no Brasil, passou de 38% para 45%. Estudos apontam que parte deste resultado é reflexo do “Plano Nacional de Banda Larga” promovido pelo governo federal que teve como objetivo, promover internet de banda larga para mais de 40 milhões de domicílios até 2014.

No que diz respeito à internet móvel, este mesmo relatório de 2012, publicado pela União Internacional de Telecomunicações (UIT)[26], identificou que a penetração da banda larga móvel no Brasil teve um aumento de 22% em 2011 para 37% ao final de 2012, sendo que 88% da população tinha aceso à tecnologia de internet 3G.

Um novo parâmetro elaborado pela UIT por meio deste estudo, foi estimar a população nativa digital no mundo. Neste sentido, seriam considerados nativos digitais os jovens entre 15 e 24 de idade que tivessem cinco ou mais anos de experiência na rede. Com este ranking elaborado pelo relatório, o Brasil ocupou o 37º lugar com maior número de jovens conectados na Internet, com aproximadamente 20.081.178 pessoas, isso corresponderia a 10,1% da população total do Brasil naquele período (BRASIL, 2013). Isso nos dá um parâmetro de como, em tão pouco tempo desde o “boom” da Internet nos Estados Unidos, os cidadãos brasileiros – inclusive os mais jovens – já estavam inseridos neste contexto de comunicação e sociabilização por meio da Web.

De acordo com Meyer (2014, on-line):

A internet brasileira vem crescendo rapidamente em nome de usuários e já somos o país que passa mais [tempo] conectado à rede no mundo. No entanto, aumentamos os números de conectados, mas não melhoramos a qualidade de nossa conexão, por isso nossa internet ainda é tão cara e enfrenta os problemas que nos atormentam diariamente.

O decreto nº 8.771 de 11 de maio de 2016, sancionado pela Presidente Dilma Rousseff, de regulamentação do Marco Civil da Internet, a Lei 12.965, de 23 de abril de 2014[27], deve ser ressaltado como um fator que contribuiu tanto para regular a prestação de serviços por parte das prestadores de telefonia e internet, determinando diretrizes e estabelecendo parâmetros de qualidade a serem seguidas pelas empresa, quanto para tornar a Web um ambiente cujas garantias de segurança, liberdade de expressão, comunicação e preservação da integridade moral fossem protegidas, por extensão, nos mesmos termos já existentes da Constituição Federal (DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, 2016).

Dados atuais do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação retirados de um relatório realizado até o final de 2016, mostra que 58% da população brasileira tem acesso à internet, isso representa 102 milhões de internautas, um aumento de 3% em relação ao ano anterior (BRASIL, 2016). Observa-se um aumento ainda maior em relação ao número de usuários brasileiros com acesso à internet por meio dos dispositivos celulares, entre 2014 e 2015 este percentual[28] subiu de 76% para 89%, sem considerar outros dispositivos móveis como, por exemplo, os tablets (CETIC.BR, 2016).

5. CAPÍTULO 4 – O TURISMO E A WEB

O setor do Turismo em seus diversos segmentos (hotelaria, gastronomia, agenciamento, projetos, gestão pública, entre outras) viu-se intensamente modificado no que diz respeito à criação, disseminação e armazenamento na atual conjuntura em comparação com o século passado. O Ministério do Turismo do Brasil revela que a “Internet está presente em todas as fases de uma viagem: da pesquisa à reserva, do registro das imagens ao compartilhamento de informações” (BRASIL [a], 2014, on-line).

De acordo com dados levantados pelo Ministério do Turismo, na plataforma da empresa Google, 625 mil buscas são realizadas por hora pelos internautas brasileiros. Somente as páginas oficiais do Ministério do Turismo possuem mais de 630 mil conexões, sendo elas de fãs, seguidores e assinantes que acompanham as matérias, entrevistas, pesquisas e levantamentos realizados e publicados na Web (ibidem).

Entre os mais de 100 milhões de brasileiros com acesso à Internet, 82% deles realizam pesquisas e planejam sobre suas viagens na Web (CÉSAR, 2014; BRASIL [a], 2014). Como parâmetro, durante a Copa do Mundo no Brasil, em 2014, o Ministério aponta que 68% dos turistas estrangeiros que estiveram de passagem pelo pais utilizaram a Internet como fonte principal de informação (PORTAL BRASIL, 2014).

De acordo com o antigo ministro do Turismo, Vinicius Lages[29], durante uma conferência on-line em 2014, a internet se apresenta como uma ferramenta com tanto potencial de utilização, que tem levado o Ministério a investir na reformulação do seu portal, na criação de uma plataforma com interação entre blogs e redes sociais, almejando o alcance de um público e resultados cada vez maiores (ibidem).

Segundo Renan Rubert[30], do TripAdvisor[31], “86% dos usuários procuram por fotos de destinos tiradas por outros usuários. Além disso, 45% dos viajantes evitam comer em restaurantes que não têm nenhuma avaliação nas redes sociais”; já Leonardo Marques[32], do Melhores Destinos[33], aponta que 57% dos internautas que acessam a plataforma já realizaram ao menos uma viagem que não fosse programada por conta do preço atraente das ofertas (ibidem).

Nos setores de agenciamento, hotelaria e aviação, por exemplo, desde o surgimento e desenvolvimento do Global Distribution System – GDS[34], que revolucionou a forma como eram realizadas as operações e vendas até os dias atuais, a Internet e suas ferramentas têm contribuído para o surgimento de novos projetos e tendências de diferenciação e inovação no mercado turístico, conforme apontam Frost e Sullivan (2009 apud OLIVEIRA e RESENDE, 2014), por exemplo, com os serviços de VoIP[35].

Os sites e redes sociais se tornaram grandes aliadas do setor do Turismo, tanto para as pequenas e grandes empresas do trade turístico quanto para os órgãos gestores dos destinos no intuito de comercializarem seus produtos e serviços e para realizarem marketing digital[36] (MARUJO, 2004 apud SOUSA, 2014), um reflexo disso é o crescente investimento das empresas do setor turístico em marketing on-line a partir de 2013 (FRAN, 2013).

É importante ressaltar que com o avanço da internet e a proximidade dos consumidores do espaço da Web, autores como, por exemplo, Sousa (2014), apontam que a presença das empresas na Internet – seja por meio de sites, blogs ou publicidade patrocinada – deixou de ser um diferencial e passou a ser um requisito essencial para a presença destas no mercado.

Para o turismo, a Internet possui um grande potencial servindo como um canal de distribuição direto para todos os tipos de serviços de viagem, e como base para apresentações ricas em recursos de multimídia sobre os destinos de viagem. Ao mesmo tempo, os clientes exigem níveis mais altos de serviço, melhor qualidade da informação e tende a ter férias mais curtas e a viajar mais espontaneamente (TSCHANZ, KLEIN, 1996 apud MIRANDA, 2004, p. 4).

“Neste contexto, a internet, como um instrumento de operacionalização em tempo real, oferece subsídios que facilitam a escolha de roteiros turísticos, a compra de passagens, hotéis, ingressos e outros serviços de maneira independente” (OLIVEIRA, RESENDE, 2014, p. 140).

Turban e King (2012 apud SOUSA, 2014, p. 148) apontam como benefícios da Internet para os consumidores, para empresas e para os turistas:

• [...] verificar e consultar vários sítios web, 24 horas por dia durante o ano todo, oferecendo mais opções de compra, com acesso a mais vendedores e a mais produtos;

• permite rápidas comparações de preços e produtos por meio do acesso simultâneo de diversos sítios web;

• em alguns casos, quando o produto é digital, permite uma entrega rápida;

• facilita e promove a concorrência, o que pode resultar em reduções de preço, promoções, patrocínios e outros benefícios para o consumidor.

Além da internet como ferramenta de pesquisa e plataforma de divulgação e promoção de produtos e serviços, entre outras funções, diversas pesquisas foram realizadas por autores que buscaram comprovar a influência da Internet, por exemplo, no posicionamento e decisão estratégica das empresas turísticas (VICENTIN, HOPPEN, 2003) e na decisão de escolha dos turistas (SOUSA, 2014; ARAGONEZ, 2009; OLIVEIRA, HARB, 2012; SÁ et al., 2015).

Neste contexto, especificamente no que diz respeito aos blogs, existem trabalhos que descrevem a importância destas plataformas para o Turismo de forma a: reconhecer a confiabilidade das informações contidas nos logs (FIGUEIREDO, 2015; HENRIQUES, 2017; MALDOS, BRASILEIRO, 2015), sugerir os blogs como ferramenta para identificar a imagem/qualidade percebida de determinado destino turístico (SILVA, 2009; GONÇALVES, 2012); e até mesmo analisar sua influência sobre os hábitos dos indivíduos, sobretudo, nos setores de moda e viagem (URCINE, 2015; LADEIRA, 2014; CAMARGO et al., 2016; FERREIRA et al., 2016; HOFFMANN, 2010; DIDONE, 2014; MEDEIROS et al., 2016, SOARES, 2014; MOURA et al., 2016; LARUCCIA, 2014; TECHNORATI, 2013).

6. CAPÍTULO 5 – BLOGOSFERA

6.1. Do weblog ao blog

O termo weblog[37] foi registrado pela primeira vez na Internet em 17 de dezembro de 1997, quando o norte-americano Jorn Barger a utilizou ao lado do nome que intitulou sua página pessoal na Web – já existente desde 1995 –, conhecida como “Robot Wisdom[38] (vide figura 1). Desta forma, Jorn definiu este tipo de página na Internet que continha links para outros sites como sendo weblogs (BLOOD, 2000; PRADO, 2011; NOVAES, 2007; KOTTKE, 2003).

Malini (2008, p. 34) explica que:

Barger ficava o dia inteiro garimpando notícias, informações, casos etc, que publicava na forma de comentários breves com disponibilização dos links desses dados, sem a existência de mecanismos de conversação com o usuário (particularmente, os comentários). O modelo de Wisdom consistia em uma produção que mais atualizava links do que criava conteúdos próprios (posts – entradas compostas por textos, fotos, ilustrações, links). Não havia até aquela data um sistema de publicação específico para weblogs.

Figura 1 - Página inicial do Weblog Robot Wisdom

Fonte: (PRADO, 2011, on-line)

Entre 1998 e 1999 Jessé James Garrett, editor do Infosift[39], começou a formular uma lista contendo links para sites similares ao dele[40] e enviou para Cameron Barrett, que publicou em seu weblog CamWorld[41] essa lista continha 23 links de “diários virtuais” (BLOOD, 2000). Logo após a iniciativa de Jessé e Cameron, Brigitte Eaton fez o mesmo e publicou em seu portal de blogs, o Eatonweb Portal, uma lista contendo weblogs separados por gênero e nacionalidade. (MALINI, 2008).  

Cameron Barrett publicou ainda, no dia 26 de janeiro de 1999, um dos primeiros ensaios[42] sobre esse novo gênero de website, ressaltando que a maioria dos editores dessas páginas – naquele momento conhecidas como weblogs por grande parte dos internautas – não coincidentemente trabalhavam em tempo integral na “Indústria da Internet”, ou seja, possuíam anos de experiência e habilidades de pesquisa na Internet. Isso se dá justamente pela complexidade de se criar um weblog, pois o mesmo exigia do editor conhecimento sobre linguagem HTML (BLOOD, 2000; PRADO, 2011).

A partir daí os weblogs começaram a ganhar visibilidade e:

Neste momento, o bungee jump começou. Cada vez mais pessoas começaram a publicar em seus próprios weblogs. Eu comecei o meu em abril de 1999. De repente se tornou uma tarefa difícil ler diariamente todos os weblogs, ou mesmo acompanhar todos os novos que começaram a surgir. A lista de Cameron se expandiu tanto que ele começou a incluir apenas os weblogs que ele seguia de fato (tradução do autor)[43].

Malini (2008, p. 35) explica que:

Os blogs surgidos, nesse momento, se caracterizam por sempre conter linguagem hipertextualizada. Entre 97 a 99, o código narrativo predominante nos blogs era uma espécie de dicas sobre o que há de interessante na internet. O postlink foi o primeiro gênero narrativo dos weblogs, ainda muito associado à cultura hacker (de troca de informação relevante). Os weblogs eram uma espécie de filtro. Seu editor preocupava-se em conduzir o usuário sempre a outros sítios de informação, sem o desejo ainda de tornar o veículo em um instrumento formação de opinião. Estamos aqui no momento em que a lei ‘blogueiro linka blogueiro’ é inaugurada.

Neste mesmo momento surgiram as primeiras tentativas em se separar os weblogs – que continham somente links – dos weblogs que começaram a surgir pela Web e que tinham como característica a narrativa em forma de “diários virtuais”. Em resposta, o termo blog foi criado espontaneamente por Peter Merholz em sua página “Peterme.com” ao anunciar que iria se referir à “weblog” como “wee-blog[44]”, informação confirmada por diversas fontes (PRADO, 2011; BLOOD, 2000; NOVAES, 2007; CHAPMAN, 2011; KOTTKE, 2003; MALINI, 2008), inclusive por Meg Hourihan, Co-fundadora da Pyra Labs[45] em um e-mail[46] para John Baker, fundador da Desire2Learn[47].

A partir do momento em que se buscou separar os blogs que continham em sua grande maioria links, para os que continham narrativas em forma de diários virtuais, com o advento da lista de Brigitte Eaton, surgiu o interesse em se aperfeiçoar o conceito existente de weblog de Jorn Barger – de sites constituídos de links – para diferenciá-los de outros websites que iriam surgindo. Neste sentido, a primeira contribuição que prevaleceu (do Eaton Portal) para diferenciar os weblogs de outros sites, foi que os weblogs possuíssem posts datados (dated entries), organizados em ordem cronológica (BLOOD, 2000; MALINI, 2008).

É importante ressaltar que, antes mesmo de Peter Merholz iniciar uma discussão sobre o termo “weblog” ou Jorn Berger cogitar em concebê-lo, Prado (2011) revela que já existiam páginas disponíveis na Internet nas quais seus autores relatavam sobre suas experiências pessoais como filmes que acabaram de assistir, livros que leram, comentavam sobre as notícias atuais, etc. Tanto Prado (2011) quanto Rosenberg, (2009 apud FELITTI, 2010) e Thompson (2006) consideram – apesar de discordarem da data[48] – que o primeiro blog no formato de “diária pessoal”[49] seria o de Justin Hall, com a criação do Justin's Links from the Underground (“Página Inicial do Justin” ou “Links.net”) no qual o autor compartilhava links para informações HTML, fotos pessoais, lista de seus sites favoritos e relatos sobre sua vida, além de uma página contendo links relacionados à sexo.

Prado (2011) ainda aponta que o site Open Diary[50] do cientista e pesquisador brasileiro[51] Cláudio Pinhanez, inaugurada em 1994 e publicado no Laboratório de Mídia do Instituto Tecnológico de Massachussets (MIT), continha relatos de sua vida e ideologia pessoais, bem como o site de Carolyn Burke, Carolyn’s Diary[52], que já no início de sua página ‘alertava’: “Cuidado… este é o meu diário”. Este blog ainda rendeu à autora destaque na capa da revista U.S News and Report World no ano de 1996 por suas iniciativas on-line.

Os blogs que tinham como objetivo apresentar os relatos dos seus autores em seu cotidiano no trabalho, na escola, em suas viagens etc. alcançaram seu auge devido ao surgimento da plataforma de criação de blogs Pitas[53]. Estas plataformas revolucionaram a blogosfera ao tornarem os blogs uma ferramenta mais democratizada, pois agora os leigos sem conhecimento em códigos e linguagens de TICs também poderiam criar de forma intuitiva e rápida seus próprios diários virtuais. A opção de incluir comentários nas publicações, disponível poucos meses depois, só fez aumentar o interesse em compartilhamento de informações entre os próprios autores dos blogs e seu público (BLOOD, 2000).

Schittine (2004, p. 61 apud MALINI, 2008, p. 37), explica que:

Estes blogs, geralmente atualizados diversas vezes por dia, eram um registro dos pensamentos do blogueiro: algo que foi visto no caminho para o trabalho, observações sobre o fim-de-semana, uma reflexão sobre um ou outro assunto. Links levavam o leitor do site para outro blog com quem o primeiro estava tendo algum tipo de conversa ou com quem ele tivesse se encontrado na noite anterior, ou para o site de uma banda cujo show ele tivesse assistido. Diálogos inteiros eram travados entre três ou cinco blogs, cada um fazendo referência ao outro em seus pontos de vista ou posições pessoais.

Os blogs logo começaram a assumir diferentes gêneros de acordo com o histórico, gostos pessoais e área de atuação/estudo de seus criadores e editores. Entre os primeiros gêneros de blogs que começaram a surgir e formar grupos e sub-grupos na Web, vale destacar os blogs – com narrativa mais jornalística – sobre guerra, política e notícias que são objeto de estudo de diversos autores que descrevem como a disseminação destes três gêneros colaborou com o verdadeiro “boom”[54] dos blogs na passagem do século XX para o XXI, em grande parte devido ao atentado de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, além das guerras do Afeganistão em 2001 e do Iraque em 2003 (RECUERO, 2003, CERVERA, 2006; BLOOD, 2004 apud MALINI, 2008). 

Neste momento histórico a Internet se mostrou uma poderosa fonte de informação e de grande acesso. Diversos portais de notícias ao redor do mundo ficaram congestionados, como CNN.com, ABCnews.com, CBS.MarketWatch.com, BBC, The Guardian, Yahoo, NYTimes e – o mais acessado do mundo – Google. Nos sites MSNBC e Fox News o tempo de acesso aos sites passou de 2,5 até 3,5 para 20 até 40 segundos (IGARCIA, 2001; GONÇALVES, [200-]; PISANI, 2003).

Mas foi a internet nanica, aquela dos pequenos sites pessoais, dos conhecidos bloggers, que demonstrou a sua força. Sites pequenos e ágeis mantidos por gente comum que se contenta em descrever diariamente suas existências comuns entraram em ação numa verdadeira corrente de informações e, principalmente, numa corrente de solidariedade. Assim como os pequenos cinegrafistas amadores buscavam a força das grandes imagens numa tentativa de explicar o inexplicável com palavras, eram as mensagens dos bloggers que procuravam solucionar problemas práticos e objetivos de quem precisava entender que tudo aquilo não era, pelo menos ainda, necessariamente o começo da terceira guerra mundial ou o começo do fim do mundo. (GONÇALVES, [200-], on-line)

Com os grandes portais de notícias congestionados ou fora do ar, as pessoas começaram a buscar cada vez mais blogs que eram mantidos por uma pessoa ou por grupo de pessoas[55] interessadas em compartilhar informações sobre o que estava acontecendo nos Estados Unidos nesta data, vítimas do acidente e familiares em busca de desaparecidos, contestando notícias sobre os atentados e etc.

A partir deste ponto o crescimento dos blogs foi atribuído também à sua funcionalidade como ferramenta de comunicação, entre os indivíduos em diversas partes do mundo com acesso à internet, como alternativa aos tradicionais meios de comunicação. 

Até outubro de 2006, segundo a mensuração realizada pelo Technorati, os blogs mantinham uma elevada taxa de crescimento, tendo sido publicados 1,3 milhões de posts por trimestre e criados 3 milhões de blogs por mês, isto é, 100 mil por dia. [...] Ao total o sistema Technorati contabilizou a existência de 57 milhões de blogs em outubro de 2006, cerca de 2% são publicados em língua portuguesa. Desses 57 milhões, somente cerca de 55% destes estão ativos, o que significa que eles estão sendo atualizados ao menos uma vez nos últimos três meses. A estimativa do estudo é de que a blogosfera duplica de tamanho a cada 230 dias (MALINI, 2008, p. 33).

Diversos sites com a função de mapear, mensurar e acompanhar o crescimento dos blogs acabaram surgindo na Web à medida em que o fenômeno da blogosfera foi se disseminando, destes destacam-se: Technorati, Blogdex, Bloglines, Blogrunner, Blogstreet, Blogsnow, PubSub e Truth Laid Bear (TIPOGRAFOS.NET, 2012).

6.1.1. Outras definições de blog

Além da contribuição conceitual fornecida por alguns dos precursores do fenômeno dos blogs, Jessé James Garrett, Cameron Barrett, Brigitte Eaton – e da autora – Rebecca Blood, existem outras definições para os blogs, algumas delas sob o viés de sua:

  1. estrutura: identifica o blog pelo viés de uma ferramenta de publicação, ou seja, vai classificar o que seria ou não um blog a partir de sua estrutura e gerenciamento no que diz respeito à frequência e ordem de postagem, presença de links e posts reduzidos (HERRING et al., 2004; BLOOD, 2002; NARDI, SCHIANO, GUMBRECHT, 2004; GILMOR. 2004; BARBOSA, 2003)[56]
  2. função: caracterizam os blogs a parir de sua função como meio de comunicação (mais do que uma ferramenta de publicação, aqui considera-se o caráter social dos blogs) ou como mídia com o objetivo de publicar informações – pessoais ou não – para um público (PEDERSEN, MACAFEE, 2007; MARLOW, 2004)[57].
  3. artefato cultural: esta conceito pertence ao âmbito da antropologia e da etnografia[58], partindo do princípio que os “Blogs, se observados enquanto artefatos culturais, podem revelar diferentes idéias de porquê as pessoas blogam e quais são os motivos do meio – ciberespaço – que eles herdam” (SHAH, 2005, on-line apud AMARAL, RECUERO, MONTARDO, 2008 p. 4)

6.2. Termos presentes na blogosfera

A blogosfera, visto sob a ótica de um grupo constituído por vários indivíduos, possui termos específicos e também apropriados, que são utilizados frequentemente entre os internautas, sejam eles blogueiros ou apenas leitores/seguidores.

Alguns destes termos da blogosfera a se destacar são:

  • Flaming – Considerado sinônimo de “trollar”, flaming seria:

[...] o ato de publicar mensagens deliberadamente ofensivas e/ou com a intenção de provocar reações hostis dentro do contexto de uma discussão (normalmente na Internet). Tais mensagens são chamadas de flames (tradução literal para o português: chama, labareda), e na maioria dos casos são publicadas em respostas a mensagens de conteúdo considerado provocante e/ou ofensivo para aquele que publicou o flame. Praticantes de flaming são chamados de flamers ou trolls (NASSIF, 2012, on-line).

  • Lurker – Seria uma pessoa que acompanha fóruns (publicações e discussões em blogs e sites), mas não interage nas publicações (MOJO, 2003).
  • Troll – “Caracteriza uma pessoa cuja intenção é provocar emocionalmente os membros de uma comunidade através de mensagens controversas ou irrelevante” (PEREIRA, 2009, on-line). Nem todos os trolls estão associados ao anonimato, mas sempre procuram locais na Web onde possam se expressar sem escancarar sua identidade. Segundo o autor, eles costumam agir em comunidades ou publicações nos chats, blogs, redes sociais e até jogos on-line em que há grade concentração de usuários com o intuito de causar conflito. O ato dos trolls em causar polêmica nos fóruns de discussão, publicações e comentários é conhecido comumente como “trollar”.
  • Cyberstalker – O termo cyberstalker deriva do termo da língua inglesa “stalker” (que significa “perseguidor(a)” em português) e é utilizado para caracterizar as pessoas que utilizam-se da Internet para perseguir outras pessoas (BARRETO, [200-]). Os cyberstalkers utilizam-se de seus conhecimentos acerca das ferramentas da Internet, criando perfis falsos para selecionarem e perseguirem suas vítimas com intimidação e ameaças – muitas vezes – reais. O ato de perseguir outras pessoas na Internet é conhecido como cyberstalking e pode vir a se tornar cyberbullying, a partir do momento em que as agressões se tornam públicas, no intuito de ridicularizar a vítima (SAMMY, [2011?]).
  • Slashdot – Em geral, resumem-se aos blogs mantidos (escrito, editado e comentado) colaborativamente.

O princípio-base do Slashdot, por exemplo, é ‘nada de censura’. Todos podem comentar qualquer artigo do modo que quiserem. A Constituição do Slashdot utiliza apenas três mecanismos para gerir a tensão entre liberdade individual de fazer posts de material ofensivo ou irrelevante e o desejo coletivo de poder encontrar os comentários interessantes. O primeiro é a moderação, cuja função é estabelecer um rank de qualidade para os posts. O segundo é uma forma de metamoderação, que controla o trabalho dos moderadores impondo escolhas objetivas. O terceiro, por fim, é o karma, ou seja, a reputação dos comentadores. Estes três conceitos políticos, embora, simples, permitem ao Slashdot continuar a prestar um serviço útil (GRANIERI, 2006, p.49 apud MALINI, 2008)

  • Lead – “Um Lead é um usuário que se interessa pelo produto ou serviço que dissemina por meio do conteúdo do seu blog, ou seja, é um cliente em potencial”. (CINTRA, [200-], on-line).
  • It girl[59] – Estão presentes no Youtube[60], Facebook, Instagram[61], Twitter[62], blogs e em outras redes sociais e, de acordo como Dicionário Oxford[63], seria uma mulher que adquiri sucesso na Internet por conta do seu estilo de vida, em geral, jovens mulheres que consideram ter “poder de influência” sobre seus seguidores em áreas em que são consideradas referência, como cosméticos, fotografia, viagem, teatro e etc. (LIMA, [2010?]).
  • Influenciador digital – São pessoas que, através dos meios de comunicação digital em redes sociais, sites e blogs, têm o ‘poder de fala’ e reputação para influenciar grupos de pessoas (seus seguidores) a apoiarem causas, adquirirem produtos e serviços e participarem de eventos. Estes indivíduos[64] têm se tornado alvo de patrocínio e permuta para diversas empresas que buscam investir em marketing digital e obter presença na mídia através da parceria com blogueiros, youtubers[65], It girls e outras celebridades da Internet que possam divulguar suas marcas (MONTELATTO, 2017).
  • Hoax – É o termo que designa qualquer tipo de boato ou farsa na Internet que tem como principal objetivo a propagação de spam ou vírus (VIMERCATE, 2013).

6.3. Ferramentas e recursos das plataformas dos blogs de viagem

De acordo com Silva (2005, p. 12), as ferramentas da internet possibilitam ao indivíduo “[...] se expressar como quiser dentro da rede, seja por meio de textos, fotos, som ou vídeo e interferir na produção de outros internautas a partir de comentários ou outras formas de participação, como ambientes colaborativos”.

As ferramentas ou recursos disponíveis nos blogs são responsáveis em grande parte por facilitar o acesso do usuário aos mesmos, aumentar a interatividade com outras plataformas, sites – e usuários – e disponibilizar diversas opções de edição, criação e divulgação de conteúdo.

Entre tantos recursos, podemos destacar, por exemplo:

  • Hiperlink (ou link) – Tipo de linguagem digital na qual o hipertexto agrega um conjunto de informações disponível em bloco de textos, palavras, sons ou imagens que direcionam o usuário para uma página ou documento específicos. Esse termo, em razão da onipresença da Web, é comumente utilizado para se referir à URL (MARILENE, 2010).
  • URL – O Uniform Resource Locator (Localizador Padrão de Recursos) é o conjunto de caracteres que formam o endereço de qualquer tipo de qualquer diretório acessado na Internet, como sites e blogs. É possível encontra-lo no topo da página do navegador ao acessá-lo (ROCHA, 2015).
  • Widget – Muito presente nos blogs, os widgets são programas que ocupam pouca memória e espaço visual nos blogs e sites, utilizados como atalhos para acessar as redes sociais (Twitter, Facebook, Instagram, Google+, Flickr, LinkedIn etc.), ferramentas de previsão do tempo, sites de cotação de dólar, sites de moda, portais de notícias on-line entre tantas outras possibilidades (AMARAL, 2009).
  • Sidebar – Definida como a lateral direita ou esquerda dos blogs, a sidebar é um espaço dos blogs no qual os blogueiros podem inserir widgets, anexos (imagens ou vídeos) além de banners e  publicidade digitais (LAGO, 2015; MORAES, [2013?]).
  • Tag – As tags (ou metadados) são palavras-chave utilizadas para relacionar informações semelhantes. Na Web 2.0[66] elas são utilizadas na classificação e organização de arquivos, páginas (sites ou blogs) entre outros conteúdos disponíveis na Internet (ASSIS, 2009).
  • Blogroll – Assim como muitos autores explicam, o blogroll caracteriza-se como um conjunto de blogs e sites que o blogueiro acompanha e recomenda para seu público. Os blogueiros formulam uma lista contendo estas páginas e a disponibilizam em seus próprios blogs, geralmente localizados na sidebar (COMUNELLO, 2012).
  • Trackback - É uma ferramenta de comunicação entre os blogs que, através da inserção de uma URL referente à publicação ou blog citado, gera uma notificação para o artigo original (blog que foi citado externamente) e aparece como comentário na própria publicação. O lado negativo desta ferramenta é a utilização da mesma para criação de spam em blogs – geralmente aqueles com grande número de acessos e comentários (CARDOSO, 2006).
  • Pingbacks – Similar ao trackback, porém é uma ferramenta mais aprimorada por permitir que todos os links de determinado post sejam testados como trackback, desta forma é possível citar mais de um blog por comentário (CARDOSO, 2006).
  • Permalink – Também conhecido como link permanente, o permalink é o endereço que possibilita que os usuários localizem os sites e blogs por meio dos buscadores na Internet como Google, Bing, Baidu e Yahoo! (Marvila, 2012).
  • Post – Termo em inglês (que significa “publicação” em português) utilizado para designar conteúdos que são disponibilizados nos blogs e redes sociais. Os posts em sua maioria são acompanhados de data, categoria, link para comentários, tags e autoria. (BLOOD, 2002; COMUNELLO, 2011; AMARAL, RECUERO, MONTARDO, 2008)
  • Feed RSS – Se trata de uma tecnologia cujo desenvolvimento ao longo do tempo, resultou em diferentes significados para esta sigla, de acordo com suas versões mais atualizadas: Rich Site Summary, RDF Site Summary e Really Simple Syndication. Trata-se de um padrão desenvolvido para que o leitor possa acompanhar todas as publicações do site ou blog que acompanha utilizando ferramentas práticas, leves e de uso cotidiano (como o e-mail, por exemplo) no computador ou celular. É importante ressaltar que esta é uma ferramenta gratuita que permite que os leitores assíduos possam manter seu acesso aos mais diversos conteúdos “assinados” na Web (ALECRIM, 2005).
  • Newsletter – Também conhecido como “boletim informativo”, newsletter é uma ferramenta utilizada por empresas e também blogs com o intuito de criar vínculo com os leitores que optam por receber os conteúdos disponibilizados por estas. Em breves palavras, newsletter seriam publicações enviadas por meio eletrônico para os leitores que buscam acompanhar uma linha editorial ou sites com posts periódicos (blogs). (CARMONA, 2016)
  • Spam – É “[...] um tipo de mensagem eletrônica que chega ao usuário sem que este tenha solicitado ou considere a hipótese de recebê-lo” (ALECRIM, 2013, on-line). A prática do spam, em geral, pode estar vinculada a uma prática de “trollagem, divulgação de algum produto ou serviço, golpes, difamação ou malwares.
  • Malware (Vírus) – Provém da união dos termos em inglês “malicious” e “software” (em português seria "programa malicioso") e é comumente utilizado para se referir a um grupo de softwares maliciosos que inclui: cavalos de Tróia, worms, hijackers, spywares e ransomwares (ALECRIM, 2011).

6.4. Classificação dos blogs

Há diversas formas de se classificar um blog, seja pelo conteúdo em si, tema definido pelo autor, plataforma utilizada, ou pelas tags utilizadas. Contudo, ressalta-se que na literatura encontrada, a classificação dos blogs – independente do critério ou variável utilizados – com algum embasamento teórico ainda é incipiente. É possível encontrar em muitos dos textos que tratam da Internet no geral, ou especificamente dos blogs a separação destes em, por exemplo, blogs de moda, turismo ou viagem, corporativo, comercial etc., entretanto, essa divisão é realizada como senso comum, deixando de lado a definição para cada um deles ou mesmo o critério utilizado pelo autor.

Acredita-se que, por um lado, por conta dos blogs serem vistos como algo “informal”, utilizados em sua maior parte como um diário pessoal, alguns autores não achem necessário um tipo de classificação pautada em critérios metodológicos[67], restando ao senso comum sua divisão em determinadas categorias. Por outro lado, deve-se considerar a dificuldade em se classificar os blogs tendo em vista que estão inseridos no contexto da Web, ou seja, seu conteúdo é constantemente modificado e reinventado de forma rápida e espontânea, além de possuírem diversos recursos e ferramentas que os aproximam e distinguem – ao mesmo tempo – de outros blogs ou mesmo das redes sociais.

Sendo assim, algumas das divisões encontradas que valem ser destacadas, classificam os blogs de acordo com:

  1. conteúdo: a) blog - geralmente composta de textos, mas também podem incluir outros recursos como fotos e vídeos; b) vlog - composta somente de vídeos; c) audiolog - contém somente arquivos de áudio (SILVA, 2005).
  2. tags: Utiliza um critério preciso no sentido quantitativo, em virtude de sua metodologia baseada na contagem do número de tags presentes nas publicações dos blogs[68]”, buscando classificar os blogs por temas como: notícias, negócios, política, entretenimento, esportes, música, vídeos, tecnologia, arte, viagem, educação, marketing e etc. Contudo, do ponto de vista qualitativo, este tipo de classificação não considera o teor das publicações, ou seja, não vai além das palavras-chave para interpretar tudo que é discutido e tratado no blog ou nos comentários.
  3. uso: Divide os blogs com base no seu uso: a) pessoal - pertence a um blogueiro somente; b) colaborativo - mantido por um grupo de pessoas; c) corporativo - administrado por empresas; ou d) profissional - administrado por profissionais autônomos ou especialistas em determinadas áreas (ANDRÉS, 2015).

Horta (2011) propõe uma classificação generalista que contempla boa parte dos gêneros de blogs que podemos encontrar atualmente. Esta classificação os divide em:

  1. metablogs: Constitui os blogs em formato de tutorial, com o intuito de ensinar os usuários a “blogar” (criar uma conta e adquirir um domínio na Web, alterar layouts, editar gráficos, imagens, vídeos e tabelas, alavancar o número de acessos ao blog etc.). Dentro desta classificação, conforme aponta o autor, podem haver várias outras divisões ou temas, todas tratando de assuntos relacionados à blogosfera;
  2. blog sobre notícias: Estão contidos os blogs que têm como função compartilhar e comentar matérias, notícias e reportagens que são vinculadas em primeira mão por portais e jornais on-line;
  3. blog de tema específico: Nesta categoria estão incluídos todos os blogs especializados em determinado assunto como, por exemplo, tecnologia, futebol, moda, viagem, profissional, estética corporal, medicina, humor, entre tantos outros;
  4. blog de vendas: Direcionado para empresas divulgarem e/ou comercializarem seus produtos e/ou serviços e;
  5. blog generalista: Nesta última categoria estariam incluídos os demais tipos de blogs, desde os que são escritos em formato de diário pessoal até os que não são especializados em um assunto, mas comentam e postam todo tipo de conteúdo em suas páginas.

Sato (2013) propõe uma classificação mais completa e específica para os blogs, dividindo-os de em:

  1. blog pessoal: esta categoria inclui os blogs em formato de diário pessoal que tratam sobre tópicos como política, música, família, viagens, saúde e etc.
  2. blogs profissionais: falam sobre uma área sobre a qual o autor tem profundo interesse e conhecimento que pode vir a servir – ou não – como apoio profissional.
  3. blogs sobre blogs: mostram como criar, editar e gerir seu próprio blog.
  4. blog dinheiro: ensinam formas de ganhar dinheiro por meio da Internet.
  5. blogs de downloads: disponibilizam grande quantidade de recursos (áudio, vídeo, foto, software e etc.) e ferramentas para os usuários fazerem download.
  6. blogs de escolas: permitem a interação entre professores e alunos no ensino à distância.
  7. blogs sem fins lucrativos: utilizados por instituições de caridade e de direitos humanos para arrecadar fundos e promover causas
  8. blog político: são utilizados por membros do parlamento, partidos políticos, agências governamentais e ativistas para manterem contato com suas bases.
  9. Blog militar: disponíveis para manter contato entre membros das forças armadas, suas famílias, suas bases e o mundo.
  10. blog desporto: compartilham relatos, dicas e informativos sobre qualquer tipo de esporte entre os atletas e simpatizantes.
  11. blogs de religião: divulgam temas relacionados a crenças religiosas.
  12. blogs de notícias: contém os mais variados tipos de conteúdo (vídeos, reportagens, notícias e jornalismo) sobre o que acontece no mundo atualmente.
  13. blog privado: utilizado por famílias, empresas e escolas para compartilharem informações pessoais (avisos, fotos, vídeos e etc.).
  14. blogs de tutoriais, dicas e críticas: ensinam diversos tópicos sobre como utilizar, fazer, criar tal site, produto, alimento etc.
  15. blogs pornográficos: disponibilizam conteúdo erótico destinado ao público maior de 18 anos.
  16. blogs de republicação: possuem a finalidade de reproduzir informações terceiras sem o consentimento dos autores originais.
  17. blogs de ataques pessoais: sua finalidade principal é atacar determinado grupo ou indivíduo por meio da Internet.

6.5. RBBV[69]

A RBBV – Rede Brasileira de Blogs de Viagem constitui uma comunidade fundada em novembro de 2011, mas que só deixou de ser um grupo restrito em maio 2012, por blogueiros de vigem que tinham como intuito trocarem experiências entre si sobre diversos aspectos relacionados ao conteúdo de suas publicações, suas viagens, edição dos blogs entre outros assuntos.

A RBBV possui aproximadamente 650 blogueiros membros atualmente, estes compartilham das mesmas condutas do grupo para um bom relacionamento entre todos. O site da RBBV além de ser um canal entre os blogueiros viajantes, leitores e parceiros do trade turístico (empresas de reservas de hospedagem, locação de veículos, empresas de seguro etc.) funciona também como um índice para diversos blogs e posts organizados em ordem alfabética ou por tema.

Para se tornar um membro da RBBV, além de possuir um blog de viagens já existente, o usuário tem que responder a um breve questionário de interesse no qual o requerente insere seus dados pessoais, como nome, idade e e-mail, e os dados sobre seu blog, como endereço (link), data de criação e uma descrição sobre o conteúdo do blog e do público alvo.

6.6. ABBV[70]

A ABBV – Associação Brasileira Blogs de Viagem, legalmente é uma pessoa jurídica de Direito Privado, uma organização sem fins lucrativos, constituída em 12 de abril 2012, com sede e domicílio estabelecidos em Curitiba - PR. Enquanto associação civil, a ABBV constitui uma comunidade na qual os membros compartilham uma missão, visão, valores, um estatuto e códigos de ética, tendo como finalidade e objetivos principais a cooperação e integração dos associados no fortalecimento da categoria dos blogs de viagem.

Com base em três pilares, Democracia, Excelência e Responsabilidade, a ABBV busca incentivar todos os membros a compartilharem da filosofia e dos valores do grupo, buscando consolidar os blogs como veículos de comunicação dentro do seu nicho (viagem) e estimular que todos participem efetivamente das discussões que tangem os interesses do grupo.

Na diretoria da ABBV há uma posição de presidência e vice-presidencia, respectivamente Camila Kafino e Clarissa Donda assumem essa gestão em 2017, demais membros são considerados fundadores[71], associados efetivos, colaboradores ou honorários. Para participar desta organização, o interessado tem que escrever há mais de um ano em um blog de viagem e sua última publicação não pode ter sido há mais de 90 dias, além de contribuir anualmente com o montante de R$ 311,00. O formulário de inscrição para os interessados requer dados de registro de pessoa civil, telefone e endereço de residência.

A ABBV é conhecida pelos blogueiros por sua presença nos fóruns de discussão sobre o tema viagem e participação frequente em eventos (palestras, exposições, feiras e etc.) como: World Responsible Tourism Award da World Travel Market Latin America, 1º Seminário Internacional de Blogs de Viagem, Social Media Week São Paulo, Encontro de Tecnologia, Análises Estratégicas e Oportunidades – Resorts Brasil, Campus Party Brasil, Salão Paraense de Turismo, Encontro Nacional do Turismo, Fórum Internacional de Turismo do Iguassu, entre outros.

6.7. Panorama internacional dos blogs

Technorati - State of the Blogosphere: 2011 Report

Um estudo realizado pela Technorati (empresa especializada em busca de blogs) chamado “State of the Blogosphere: 2011 Report”, apresentou um panorama geral da blogosfera no mundo[72] e traçou o perfil dos blogueiros de acordo com sua idade, ocupação, entre outros aspectos.

Para realizar tal estudo, a Technorati considerou em uma amostra de 4.114 blogueiros de 45 países, os seguintes fatores de análise: a atividade nos blogs e redes sociais, blogueiros e mídias tradicionais, análise de tráfego, marcas e marketing na blogosfera, motivações e presença dos blogueiros, monetização e mudanças recentes na blogosfera em 2011.

A primeira questão levantada pela empresa seria a respeito do perfil dos bloguerios, ou seja, “quem são eles?”. Os dados indicam que 60% do público que possui blog é do sexo masculino e a grande maioria entre 25 e 44 anos, enquanto os maiores de 44 anos somam aproximadamente 33%.

Foi levantado que 61% dos blogueiros escrevem por lazer e, portanto, não monetizam seus blogs através de anúncios publicitários. Desta forma, estes blogueiros chegam a dedicar poucas horas por semana para escrever em seus blogs, pois o fazem como hobby, geralmente após o horário de seus empregos remunerados. Os demais grupos constituem: blogueiros que monetizam seus blogs trabalhando em período integral ou parcial (18%); blogueiros empreendedores que escrevem, em geral, sobre negócios, tecnologias e inovações que dizem respeito às suas próprias empresas ou pequenos negócios (13%); e blogueiros que escrevem para uma empresa como parte de seu trabalho remunerado (8%).

A pesquisa constatou ainda, em relação ao perfil dos blogueiros, aspectos como: estado civil dos indivíduos; o que mais gostam de escrever (tema tratado no blog); tempo dedicado ao blog; comparação entre os blogs e os canais tradicionais de comunicação; veracidade das informações contidas nos blogs; e confiabilidade por parte dos leitores e, principalmente, das empresas que realizam parcerias e patrocinam blogs ou publicações específicas.

Dos vários aspectos constatados, BOYER (2011) destaca que:

  • 70% dos blogueiros diz que sua maior intenção em escrever é compartilhar suas experiências;
  • As ferramentas mais utilizadas nas plataformas pelos blogueiros são, respectivamente: widgets de compartilhamento nas redes sociais, built-in syndication[73], ferramenta de busca nos blogs, sites de hospedagem de vídeo, widgets de outros sites, trackbacks, sites de hospedagem de fotos, sistema de comentários além do disponibilizado pela plataforma do blog e ferramenta de comentários do Facebook.
  • 89% dos blogueiros utilizam o Facebook
  • 87% dos entrevistados moderam ou respondem individualmente os comentários em seus blogs;
  • 60% dos blogueiros dedicam até 3 horas semanais aos seus blogs;
  • 68% dos blogueiros têm como fonte confiável outros blogueiros;

TechnoratiMedia: 2013 Digital Influence Report

Este estudo realizado pela Technorati em 2013 buscou analisar a influência das redes sociais e blogs, levando em conta os investimentos realizados no setor com marketing digital, publicidade entre outras ferramentas digitais.

Com aproximadamente 6 mil influenciadores, 1,2 mil consumidores e 150 comerciantes de marcas, a Technorati levantou dados que levaram a considerar que a pesar dos blogs receberem menos investimento que Facebook, Youtube e Twitter, eles são percebidos pelos consumidores como uma das fontes de maior confiança (se estabelecendo entre as cinco fontes mais confiáveis), popularidade e influência. Além disso, de acordo com os consumidores, os blogs possuem mais influência sobre o usuário em formação de opinião do que o Twitter e mais influência no momento da compra do que o Facebook (TECHNORATI, 2013, p.4).

De acordo com o relatório da Technorati, não há um alinhamento entre o investimento realizado nas mídias digitais com o retorno que as mesmas apresentam, isso ocorre em função tanto da forma de medição das variáveis (alcance, público, retorno, investimento etc.) quanto da procura imediata pelas plataformas que possuem maior número de usuários, maior popularidade etc., e não necessariamente das que trazem mais retorno.

O estudo mostra que:

  • Os blogs são o 5º serviço on-line mais utilizado (45%) e a 3ª fonte digital com maior influência sobre o usuário (31,1%);
  • Os blogs são 5ª fonte mais confiável na Web (29%);
  • 86% dos influenciadores digitais são blogueiros e a maioria deles possui entre 2 e 5 blogs (52%);
  • 31% dos blogueiros possuem blogs há 5 anos ou mais;
  • 64% dos influenciadores recebem alguma renda com seus blogs.

6.8. Panorama brasileiro dos blogs

ABBV - A Influência dos Blogs de Viagem Sobre o Turista Brasileiro

O estudo realizado pela Associação Brasileira de Blogs de Viagem (ABBV) em parceria com a Idealis (empresa de pesquisa e comunicação), sobre a influência dos blogs de viagem na tomada de decisão do viajante, foi realizado entre 03 e 14 de setembro de 2012 com o objetivo de mensurar a influência dos blogs de viagem no Brasil e mapear o perfil dos seus leitores (público alvo da pesquisa). Ao todo, 2.276 questionários foram preenchidos para o estudo por meio dos blogs de 40 associados da ABBV e compartilhamento nas redes sociais dos sócios honorários.

Desta pesquisa, obtiveram-se os seguintes resultados:

  • 42% dos leitores de blogs de viagem possuem entre 25 e 34 anos e 26% entre 35 e 44 anos;
  • 52% dos leitores tem renda superior à 10 salários mínimos[74], enquanto 9% recebe até 3 salários mínimos;
  • 93% possui ensino superior completo ou mais;
  • 72% dos leitores são do sexo feminino;
  • 82% dos leitores estão concentrados nas capitais;
  • 58% reside na região sudeste do Brasil, destes, 83% no Rio de Janeiro e São Paulo;
  • 17% dos leitores reside na região nordeste; 12% na região Sul; 6% no Centro-oeste; e 1% no Norte.

GRUMFT

Aberta em 2011, a Grumft Mídia House & Content é uma agência especializada na gestão de campanhas digitais com blogs e influenciadores na Internet.

Na tentativa de traçar um perfil da blogosfera no Brasil, a Grumft realizou um estudo entre 2011 e 2015 com dados comparativos à 2004 na intenção de demonstrar como esse cenário de utilização e criação de blogs teve uma mudança notável, tanto no que diz respeito ao seu crescimento e organização quanto ao acesso à essas páginas e a confiabilidade do leitor com os dados ali contidos.

Alguns dos resultados obtidos por meio desta pesquisa foram os seguintes:

  • O número de blogs na Internet em 2004 para atualmente (2015) aumentou de 4 milhões para 200 milhões;
  • Com 68 milhões de usuários, o Brasil é a 5ª maior audiência mundial na blogosfera;
  • O tempo médio de acesso do brasileiro aos blogs é de 29,5 horas por mês, o maior engajamento da América Latina e 7 horas a mais que a média mundial;
  • Do público leitor, 67% são do sexo masculino e 33% feminino;
  • A faixa etária que mais acessa blogs para leitura está entre 35 e 49 anos (29%), depois 23 a 34 anos (25%);
  • Os seguimentos mais populares entre os blogs brasileiros são, nessa respectiva ordem: os de cosméticos, produtos de higiene, vestuário, alimentos e serviços.
  • O setor de Turismo é o 8º mais popular entre todos os levantados;
  • Do público blogueiro, 49,1% são do sexo masculino e 50,9% do sexo feminino;
  • 72%, ou seja, a maior parte dos blogueiros escreve por hobby.

Existem também monografias cujos objetivos foram estudar características da blogosfera, tal como perfil dos leitores, intenção ou influência sobre os consumidores, entre outros fatores abaixo:

Blogs De Viagens e a Decisão Final do Turista

Esta pesquisa foi realizada por Camargo et al. (2016), cujo objetivo era investigar o impacto de blogs ligados ao Turismo na decisão de compra de serviços no setor. Através de um questionário on-line aplicado e tabulado através da ferramenta do Surveymonkey[75] com uma amostra de 300 entrevistados, obtiveram-se os seguintes resultados:

  • O público feminino representa 71,67% do total de leitores enquanto o masculino diz respeito à 28,33%;
  • Os usuários entre 18 a 30 anos representam 69%;
  • 41,87% dos leitores são trabalhadores assalariados;
  • 51,9% dos entrevistados possuem renda familiar entre R$ 2.004,01 e R$ 8.640,00;
  • Os usuários que têm o hábito de viajar somam 77,16%, sendo que 54,71% realizam mais de 3 vezes ao ano;
  • A maior parte dos entrevistados viaja em busca de lazer (80,72%);
  • 68,61 % do público viaja segundo recomendações;
  • A maior parte dos entrevistados (40,81%) planeja seu próprio roteiro de viagem;
  • Quase a totalidade dos indivíduos (96,86%) utiliza a Internet como fonte de informação para sua viagem;
  • Os blogs de Turismo são utilizados por 66,67% dos usuários, e o motivo para isso seria pelo relato de pessoas “comuns”, confiança nas informações, variedade e inovação nos roteiros publicados;
  • 94,44% dos entrevistados confiam nas informações presentes nos blogs de viagem;
  • 86,81% dos leitores reconhecem que os blogs influenciam sua decisão de escolha;
  • Dos entrevistados que não utilizam blogs de viagem para buscar informações, 61,11% diz não os conhecer e apenas 19,44% diz não confiar nas informações publicadas nessas páginas.

7. CAPÍTULO 6 – NAVEGANDO NOS BLOGS

7.1. Matraqueando

Matraqueando com Silvia Oliveira[76]

Silvia Oliveira é blogueira, jornalista, mestre em Turismo Internacional pela Universidade de Las Palmas de Gran Canaria, na Espanha, fundadora e ex-presidente da ABBV e autora de sete guias de viagem e da série Europa a 50 euros, ambos comercializados em seu blog, que possui aproximadamente 250 mil visitas mensais[77].

Silvia conta que começou a escrever seu blog em 2006 quando estava terminando seu Doutorado na Espanha, período em que procurava realizar viagens pela Europa em que não precisasse gastar muito. Desta forma, o início do Matraqueando se deu “como uma espécie de passatempo. O objetivo inicial era nada mais do que relatar as crônicas do meu cotidiano e dar dicas de viagem econômica pelo Velho Continente”.

Quando perguntada sobre a temática/especialidade do blog, Silvia respondeu que “O Matraqueando é um blog especializado em Viagens Econômicas”, que seus “[...] posts promovem o debate e a inclusão no universo turístico através de soluções inteligentes para o leitor” e que o conteúdo do Matraqueando é direcionado ao público que busca “[...] uma leitura agradável ou quer montar seu roteiro de forma independente e criativa, cheio de dicas mão de vaca e seus devidos momentos de extravagância.”

Silvia conta que, para escrever em seu blog, ela procura “’ir à campo’ e ‘colher informação’. Ou seja, viajo. Anoto dados, faço perguntas e tento ir além do que já existe na Internet. Quando começo a escrever leio tudo o que posso sobre o destino e/ou tema para que eu possa fazer um artigo melhor do que já existe publicado.”

Em relação ao que diferencia o Matraqueando dos outros blogs de viagem, sobretudo dos especializados em viagens econômicas, Silvia ressalta que:

Um dos diferenciais é a minha política editorial: pago todas as minhas contas de viagem. Não aceito cortesias de hotéis, restaurantes, companhias aéreas, operadoras ou agências de viagens. Não faço posts patrocinados nem estabeleço relações comerciais em troca de espaço jornalístico no blog.[78]

Essa diferenciação mencionada por Silvia, impactaria no aspecto de confiabilidade das informações, no sentido de reforçar que o fato da mesma não receber permutas ou patrocínio, a autora se reserva ao direito de comentar e publicar no Matraqueando exatamente o que pensa sobre determinado destino ou estabelecimento, sem a influência de opiniões e sugestões terceiras.

Figura 2 - Página inicial do Matraqueando

Fonte: http://www.matraqueando.com.br/

Explorando o blog

A primeira figura presente no topo da página, ao lado esquerdo, seria o logo do blog Matraqueando:

Figura 3 - Logo do Matraqueando

Fonte: http://www.matraqueando.com.br/

Ao lado do logo encontram-se 6 ícones (links externos) que direcionam os usurários para as redes sociais vinculadas ao Matraqueando, gerenciadas por Silvia Oliveira, e para a ferramenta de RSS:

Figura 4 - Menu de redes sociais e RSS do Matraqueando

Fonte: http://www.matraqueando.com.br/

As figuras dizem respeito, respectivamente, ao:

Facebook - https://www.facebook.com/GuiasMatraqueando;

Instagram - https://www.instagram.com/matraqueando/;

Youtube - https://www.youtube.com/user/Matraqueando/;

Twitter - https://twitter.com/matraqueando;

Pinterest - https://br.pinterest.com/matraqueando/;

RSS - https://feeds.feedburner.com/Matraqueando.

Ao lado deste menu é possível encontrar um recurso de busca – muito comum em páginas da Web – que ajuda o usuário a realizar uma busca específica ou de conteúdo similar de acordo com a palavra-chave inserida.

Figura 5 - Ferramenta de busca

Fonte: http://www.matraqueando.com.br/

O segundo menu presente no topo da página, logo abaixo dos links externos às redes sociais, está dividido em:

Figura 6 - Menu inicial do Matraqueando

Fonte: http://www.matraqueando.com.br/

INÍCIO – Direciona o usuário para a homepage do Matraqueando, que seria a página de “boas vindas” do blog. Nesta página estão presentes todos os menus de acesso, links para direcionamento externo, uma foto de assinatura da Silvia Oliveira (vide figura 7), fotos, publicações e comentários das redes sociais vinculadas ao blog, incluindo um link direto para a TV Matraca no Youtube (vide figura 8), parceiros e guias comercializados, resumos das últimas publicações divididas por tema, Newsletter para assinatura (vide figura 9) e avisos de direitos autorais do Matraqueando (vide figura 10 e 11).

Figura 7 - Foto e assinatura de Silvia Oliveira

Fonte: http://www.matraqueando.com.br/

Figura 8 - TV Matraca

Fonte: http://www.matraqueando.com.br/

Figura 9 - Newsletter

Fonte: http://www.matraqueando.com.br/

Figura 10 - Aviso sobre direitos autorais disponibilizado na sidebar

Fonte: http://www.matraqueando.com.br/

Figura 11 - Aviso sobre direitos autorais disponibilizado ao final da página[79]

Fonte: http://www.matraqueando.com.br/

A MATRACA – Este é um espaço em que Silvia utiliza para se apresentar: conta um pouco sobre sua formação acadêmica e profissional, fala sobre seu gosto por viajar e seus guias de viagem de autoria própria.

Ao final encontra-se um texto que diz respeito à política editoria da Silvia, citada também na entrevista:

Política editorial | Pagamos todas as nossas contas de viagem. Não aceitamos convites nem cortesias. Sempre nos hospedamos anonimamente nos hotéis indicados. Não fazemos artigos de restaurantes em troca de almoço (ou jantar) grátis. O Matraqueando não faz post patrocinado. Alguns posts contêm links para programas de afiliados (Booking, Mondial, Rental Cars, Ticketbar e Viator) — parceiros comerciais do blog, inseridos espontaneamente pela autora. Por questão de transparência, comunicamos que se você optar por comprar por meio destes links nós recebemos uma pequena comissão. Tudo o que você encontra aqui foi determinado unicamente pelo interesse do leitor, nosso gosto pessoal ou critério particular. Isso é transparência e credibilidade. Pode confiar! Para ajudar a manter o blog sempre com dicas fresquinhas adquira nossos guias na Loja Matraqueando. Desde já agradecemos a preferência! (OLIVEIRA, 2015, on-line).

VIAGENS – Estão presentes todas as publicações sobre as viagens de Silvia, escritas desde 2006, divididas em continentes: Áfria, Ásia, América do Norte, América do Sul, Europa e pelo Brasil[80].

COMIDINHAS – Neste tópico é possível encontrar diversas publicações de Silvia sobre melhores restaurantes a se visitar e especiarias características de cada destino turístico visitado por ela desde 2006, tanto no brasil quanto no exterior.

FESTAS – Esta seção do blog distancia-se, de certa forma, do tema de “viagem” promovido nas demais publicações. Nesta parte do Matraqueando encontram-se posts das festas planejadas por Silvia, as decorações, figurinos, alimentos e bebidas – entre outros preparativos – todos em forma de tutorias. Estão presentes, também, fotos dos eventos de Silvia com sua família: aniversários, festa de ano novo, brunch e ceia de Natal.

LOJA – Direciona o usuário para uma loja on-line do Matraqueando[81], na qual são divulgados e comercializados os guias de viagem escritos por Silvia Oliveira, alguns dos destinos contemplados são: Lisboa, Paris, Madri e Roma.

CONTATO – Este é um espaço do blog no qual os usuários podem enviar uma mensagem[82] para Silvia por meio de um formulário no qual o usuário preenche seu nome, e-mail, assunto tratado e o seu comentário.

Há um segundo menu no blog, localizado mais abaixo do menu inicial, com aspecto mais ilustrativo, conforme abaixo:

Figura 12 - Menu central

Fonte: http://www.matraqueando.com.br/

DESTINOS – Nesta seção estão presentes tanto as publicações contidas em “Viagens”, quanto links para os e-books de Silvia de acordo com o destino apresentado e para os parceiros do blog para reserva de hotéis, seguro de viagem, locação de veículos, venda de ingressos para museus, passeios entre outros atrativos, além de uma dica sobre o Tratado de Schengen para alguns países da Europa[83].

GUIAS DE VIAGEM – Esta página do blog apresenta a relação de todos os guias de viagem – juntamente com fotos – escritos por Silvia e, ao final, divulga o “Studio Matraqueando”[84], um apartamento pertencente à autora, localizado na cidade de Curitiba-PR, que está disponível para locação.

RECEBER BEM – Como o título indica, estão presentes posts de Silvia com diversas dicas para organizar festas[85], como montagem das louças à mesa, organização de convidados, opções rápidas de finger foods, bem como a apresentação dos mesmos no prato e à mesa.

PALESTRAS – Este é a única seção do blog que não apresenta conteúdo, pois se trata de um espaço ainda em desenvolvimento.

PARCEIROS – Esta seção volta a disponibilizar os mesmos links externos disponíveis em “Destinos”, para os parceiros do blog Matraqueando (Viator, Rentalcars.com, Booking.com e Mondial Assistance), entre outros destinos, além de uma versão reduzida da mensagem apresentada em “A Matraca”:

Nota | Pagamos todas as nossas contas de viagem. Não aceitamos cortesias de hotéis, restaurantes ou companhias aéreas. Nenhuma dica encontrada aqui é publicidade disfarçada.  Todos os nossos esforços são para levar até você informação isenta e de credibilidade (OLIVEIRA, 2014, on-line).

MÍDIA – Nesta seção, Silvia disponibiliza publicações nas quais ela comenta e apresenta os vídeos, textos, fotografias e áudio de suas entrevistas na mídia e das menções do Matraqueando no Youtube, em eventos, na rádio, nos jornais, programas de televisão, blogs, portais on-line e revistas.

7.2. Vai Pra Disney?

Vai pra Disney? com Renata Costivelle e Felipe Almeida[86]

O blog é escrito por Felipe Almeida, publicitário formado pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e pelo Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT) - Sloan School of Management, e por Renata Costivelle Barros, administradora de empresas formada pela Fundação Getúlio Vargas.

Felipe conta, em uma entrevista para a ABBV, que tudo começou quando, por indicação, criaram um roteiro para um ex-chefe da Renata:

[...] a Re e eu pegamos os mapas dos parques e fomos refazendo um dia ideal em cada um deles, classificando todas as atrações entre imperdíveis, aquelas que só valiam a pena ir se sobrasse tempo e as que não recomendávamos, isso tudo de acordo com o nosso próprio gosto. Colocamos também no meio desse documento, algumas opções de experiências que considerávamos extraordinárias.

Este mesmo roteiro foi sendo repassado para familiares e colegas próximos e, depois desta experiência, em outra viagem para Orlando em 2013, Renata e Felipe ajudaram uma família perdida que estava com dificuldade em se localizar em um dos Parques da Universal, e foi neste momento que Renata e Felipe pensaram “porque não colocar aquele nosso roteiro do passado em um site ou blog, pra quem ‘vai pra Disney’? Foi aí que surgiu a ideia e o nome do blog.”

Renata e Felipe concordam que o maior diferencial do Vai Pra Disney? é o conhecimento que ambos possuem acerca de Orlando[87] e, mais especificamente sobre a Walt Disney World, destino cujas publicações possuem maior número de acessos do blog. Isso se deve justamente por conta de Renata realizar com sua família viagens para a Disney desde que era criança e por ambos terem trabalhado na Walt Disney World no passado, como intercambistas.

Figura 13 - Página inicial do Vai Pra Disney?

Fonte: http://www.vaipradisney.com/blog/

Explorando o blog

Logo no topo da página do Vai Pra Disney? encontra-se o logo, criado com as iniciais “VPD”:

Figura 14 - Logo do Vai Pra Disney?

Fonte: http://www.vaipradisney.com/blog/

Ao lado do logo podemos encontrar a ferramenta de busca do blog (vide figura 15) e no canto superior direito, o menu de links externos de acesso às redes sociais vinculadas ao VPD e RSS (vide figura 16).

Figura 15 - Ferramenta de busca

Fonte: http://www.vaipradisney.com/blog/

Figura 16 - Menu de redes sociais e RSS do Vai Pra Disney?

Fonte: http://www.vaipradisney.com/blog/

Respectivamente:

Facebook: https://www.facebook.com/VaiPraDisney;

Google +: https://plus.google.com/+Vaipradisney;

Instagram: https://www.instagram.com/vaipradisney_oficial/;

Twitter: https://twitter.com/vaipradisney;

RSS: http://www.vaipradisney.com/blog/feed/;

Youtube: https://www.youtube.com/vaipradisney.

O menu inicial apresenta as seguintes opções de acesso ao leitor:

Figura 17 - Menu inicial do Vai Pra Disney?

Fonte: http://www.vaipradisney.com/blog/

PARQUES – Todas as publicações que dizem respeito aos Parques temáticos da Walt Disney World, Universal, Busch Gardens, Sea World, Legoland, entre outros. Estão presentes também: roteiros prontos; novidades sobre os parques e suas atrações; dicas e tutoriais sobre transportes em geral; festas e eventos especiais; estrutura dos parques e dicas para presentes.

PREPARATIVOS – Onde são disponibilizados guias que ajudam o leitor a planejar antecipadamente sua viagem para os Parques temáticos em Orlando. Há publicações em que Renata e Felipe instruem o leitor a: tirar passaporte e visto; aproveitar as atrações no verão e no inverno; contratar serviços de telefonia nos EUA; locar veículos; organizar-se financeiramente para viajar; declarar itens para a Alfândega (como e quando); e, inclusive, evitar cair em golpes na cidade de Orlando. Há uma publicação em especial chamada “Qual a melhor época do ano pra ir a Disney?” em que o Felipe conta[88] que Renata utilizou todo seu conhecimento e experiência sobre a Disney e em estatística para criar um calendário que apresenta os dias com maior e menor movimento nos Parques (vide figura 18), que se tornou uma referência em seu site e, consequentemente, uma das publicações com maior número de acessos.

Figura 18 - Calendário de lotação da Walt Disney World

Fonte: http://www.vaipradisney.com/blog/qual-a-melhor-epoca-para-ir-a-disney/

HOSPEDAGEM – Os mais variados tópicos relacionados à hospedagem – dentro e fora das dependências dos Parques e seus Resorts –, como custo benefício, disponibilidade, qualidade de serviço, decoração/temática, recomendações e etc., estão presentes nas publicações desta seção do blog. Apesar do número de posts escritos com o tema “hospedagem” somarem apenas 33, todos os apartamentos, casas e quartos em que  Renata e Felipe ficaram hospedados apresentam diversas informações e fotos sobre cada um deles.

COMIDA – Estão presentes a maior parte das publicações do blog, onde o leitor pode encontrar dicas de restaurantes para se visitar, pratos para provar, cardápios e valores, refeições especiais e restaurantes temáticos, estabelecimentos de A&B em Orlando – fora do eixo dos parques – que valem a pena visitar, entre outras dicas práticas, como a utilização de planos de refeição dentro da Disney World.

COMPRAS – Tudo relacionado a compras em Orlando está agregado aos posts nesta página do VPD. Nesta parte do blog é possível encontrar desde dicas para compra de enxoval para bebês, cosméticos e eletrônicos até itens de conveniência disponíveis em farmácias, lojas de presentes, supermercados e lojas on-line.

ALÉM DOS PARQUES – Passeios nos Cruzeiros da Disney e demais publicações fora dos grandes parques (Disney, Universal e Sea World), como festa de Ano Novo, jogos da liga NBA, shows, programações em parques menores e museus em Orlando são encontrados aqui.

CRUZEIROS – Apesar do número de publicações presentes aqui (5), no que diz respeito a quantidade de informação, todos os posts possuem bastante detalhamento e fotografias acerca da estrutura, serviços e da experiência nos Cruzeiros da Disney.

Ao lado do menu inicial, são apresentadas duas opções de acesso ao leitor:

Figura 19 - Menu de serviços e roteiros

Fonte: http://www.vaipradisney.com/blog/

SERVIÇOS – Esta opção direciona o leitor à outra página na qual são encontrados os “Serviços Recomendados” pelos autores do VPD, comercializados tanto por meio do VPD Travel[89] quanto pelo próprio fornecedor/parceiro do blog, estes são:

Figura 20 - Serviços recomendados pelo Vai Pra Disney?

Fonte: http://www.vaipradisney.com/blog/servicos-recomendados/

Nesta página os autores do blog explicam que todos os serviços reunidos para compra de ingressos, aluguéis de carro, reserva de hotéis, entre outros, foram testados e aprovados pelos mesmos. Ao final, Renata e Felipe reforçam:

Sempre recomendamos que as pessoas pesquisem antes de fechar qualquer serviço, para garantir a qualidade e valor competitivo. Estes foram os serviços escolhidos para nosso uso pessoal após a nossa pesquisa e que hoje nos sentimos bastante confiantes para indicar. Espero que a aproveitem! (BARROS, ALMEIDA, [2013-2017], on-line).

Ingressos Parques – Esta página faz parte, diretamente, do domínio do VPD Travel, que dispõe de alguns serviços como venda de ingressos, hospedagem e consultoria de viagens.

Alguns dos recursos presentes neste site são: widget de cotação do dólar atual; depoimentos de consumidores; e painel de dúvidas e perguntas recorrentes dos clientes como, por exemplo, preços, prazo de entrega, forma de pagamento e validade dos ingressos comercializados.

Figura 21 - Página inicial do VPD Travel

Fonte: https://www.vpdtravel.com/

Aluguel de carros – Esta opção direciona o leitor para uma página externa do parceiro do VPD, Rentcars.com.

Chip 3G – Direciona o usuário para o site da America.net, no qual é possível adquirir os serviços de telefonia oferecidos pela empresa.

Seguro – A partir deste link, o leitor é direcionado automaticamente para o site da Porto Seguro, que oferece diversos serviços para viagem.

Hotel e Ingressos NBA – Ambos direcionam o internauta ao site do VPD Travel.

ROTEIROS – Esta página agrega e organiza de acordo com a temática, todos os roteiros escritos por Renata e Felipe. Ao final desta página também é possível realizar o download dos roteiros, disponíveis em PDF, separados em dois grupos: “Roteiros dos parques em PDF para imprimir e levar na viagem” e “Roteiros dos parques on-line com fotos e comentários dos outros usuários”.

Ao final da página do blog há um menu final com as seguintes opções:

Figura 22 - Menu final

Fonte: http://www.vaipradisney.com/blog/

SOBRE NÓS – Inclui um texto de apresentação de Renata e Felipe, contando um pouco de sua trajetória até a criação do Vai Pra Disney?, experiências, família e gostos pessoais.

ANUNCIE NO VAI PRA DISNEY – Inclui um formulário para preenchimento de nome, e-mail, empresa, site e mensagem do interessado em fechar parcerias com o Vai Pra Disney? para anunciar no blog.

FUI PRA DISNEY! – Esta página é dedicada a expor fotos, relatos e agradecimentos dos seguidores do blog em suas viagens para algum dos parques da Walt Disney World ou Universal.

MAPA DO SITE – Apresenta em uma só página, todas as opções de acesso disponíveis no blog (menus e links de acesso), reunindo também todas as publicações já escritas por Renata e Felipe desde a criação do blog.

ENTRE EM CONTATO – Nesta página estão disponibilizados formulários para envio de e-mail para os autores do Vai Pra Disney? e direcionamentos sobre qual meio utilizar se for para reclamações, dúvidas pontuais, imprensa, dicas, anúncios e outros assuntos.

POLÍTICA DE PRIVACIDADE – Apresenta a política do blog no que tange a privacidade do conteúdo e informações dos usuários, ferramentas e recursos da plataforma, anúncios e sites terceiros vinculados (vide anexo A).

Como membro participante da RBBV, um dos critérios exigidos pelo grupo é a apresentação do logo na homepage do associado:

Figura 23 - Selo de associado RBBV

Fonte: http://www.vaipradisney.com/blog/

Abaixo do menu final, são encontrados os dizeres afirmando de que o conteúdo do blog é independente e não está vinculado, como canal oficial, da The Walt Disney Company:

O Vai Pra Disney é um blog independente e não é um canal mantido pela The Walt Disney Company. As informações contidas nesses sites representam a opinião de seus autores, colaboradores e usuários. Walt Disney World Resort, nomes e logos são marcas registradas da The Walt Disney Company (BARROS, ALMEIDA, [2013-2017], on-line).

7.3. Viaja Bi!

Viaja Bi! com Rafael Leick[90]

Rafael Leick é publicitário e também blogueiro há mais de 8 anos, seu 1º blog (ainda em funcionamento) é chamado de “Viagem Primata”. Já trabalhou em várias áreas da comunicação, já foi palestrante no Brasil e no exterior. Rafael atua, neste momento, tanto como consultor em seu emprego fixo quanto como blogueiro no Viagem Primata e no Viaja Bi! – que possui cerca de 38,4 mil visitas mensais.

Rafael conta que a ideia do Viaja Bi! surgiu dois anos antes de sua efetiva criação, em 2014, quando ainda trabalhava intensamente em seu outro blog, o Viagem Primata, no qual escreve desde 2009. O Viaja Bi! foi a tentativa de Rafael em criar um espaço (blog) no qual pudesse “mostrar locais, atividades [...] viagem para este público [LGBT] sem ser em site pornográfico”, segundo ele, “’tirar o Viaja Bi! do armário’ foi uma necessidade pessoal misturada com uma vontade de cobrir o ‘buraco’ que existia em blogs que focassem em destinos LGBT sem as associações óbvias de saunas gay, praias de nudismo etc.”

Quanto a temática do Viaja Bi!, Rafael reforçou na entrevista o mesmo que enfatiza em seu blog e em seu mídia kit[91], seguindo a classificação mais óbvia e comumente conhecida, o Viaja Bi! seria um blog de viagens LGBT, mas seu autor prefere entender como  “um blog sobre viagens, cujo autor, por um acaso é gay”, ou seja, ele procura escrever para o público em geral, sem distinções, sobre destinos que lhe agradam que, por sua vez, são gay-friendly, em razão dele, assim como grande parte de seus leitores, serem gays.

O diferencial do Viaja Bi! seria a inovação do tema tratado no blog, saindo dos estereótipos, que seriam lugares onde o público LBGT viaja em busca de interação sexual, para apresentar destinos, meios de hospedagem, bares, restaurantes e atrativos turísticos em que o público, em geral, pudesse se sentir confortável sem preocupar-se em expor sua orientação sexual.

Figura 24 - Página inicial do Viaja Bi!

Fonte: https://viajabi.com.br/

Explorando o blog

O primeiro menu disponível no topo da página do Viaja Bi! apresenta as seguintes opções para o usuário:

Figura 25 - Menu Inicial

Fonte: https://viajabi.com.br/

PROJETO – De maneira descontraída, Rafael Leick conta de onde surgiu sua inspiração para criar o blog Viaja Bi!, esclarece qual é o seu objetivo com as publicações e para qual público escreve.

EQUIPE – Além das publicações que o Rafael escreve, o mesmo conta com a participação esporádica dos seus colunistas – e amigos – André e Antonio, Clovis Casemiro, Jeff Slaid e Marta Dalla Chiesa, além de outras participações pontuais. Neste espaço o autor faz uma introdução sobre seu blog e si próprio (formação acadêmica, experiências profissionais e na blogosfera), apresenta os colunistas do Viaja Bi! e coloca o link para seus respectivos blogs de viagem.

CLIPPING – No Clipping é possível acessar diversas artigos e matérias on-line de sites externos, selecionados e organizados em ordem cronológica reversa desde 2014, que entrevistaram Rafael e/ou citaram o Viaja Bi! em seus posts.

BLOGROLL – No blogroll é possível ter acesso a um conjunto de blogs recomendados por Rafael Leick[92].

VIAGEM PRIMATA – Primeiro blog escrito por Rafael, antes nomeado como “The Way Londres”, o Viagem Primata está vinculado ao Viaja Bi! como mais um dos projetos do autor[93].  

CONTATO – Para entrar em contato com Rafael Leick é possível enviar um formulário, por meio desta seção, para o e-mail do autor.

Abaixo do menu principal encontra-se o logo do blog Viaja Bi! e sua autoria (vide figura 26) e ao lado, nesta página, é possível acessar o link externo para o site da Booking (vide figura 27), um dos parceiros do blog:

Figura 26 - Logo do Viaja Bi!

Fonte: https://viajabi.com.br/

Figura 27 - Link externo da Booking

Fonte: https://viajabi.com.br/

No menu principal o usuário tem acesso a todo conteúdo publicado no blog de acordo com o tema definido pelo Rafael Leick:

Figura 28 - Menu principal

Fonte: https://viajabi.com.br/

AMÉRICA, EUROPA, ASIA, OCEANIA e AFRICA – Nestas páginas o leitor pode encontrar as publicações de Rafael, e de outros colaboradores/editores, divididos de acordo com continente e/ou país contemplado.

FORA DO ARMÁRIO – Publicações que tratam sobre assuntos abrangentes como casamento, entrevistas com outros blogueiros ou vlogueiros, celebridades, aplicativos, homofobia, entre outros temas, estão disponíveis nessa seção do Viaja Bi!.

HOSPEDAGEM – Este é um espaço dedicado a todas as publicações do Viaja Bi! que tratam sobre hospedagem, tanto dos locais visitados quanto sobre as marcas de hotéis gay-friendly pesquisados e recomendados.

FERVO – Paradas LGBT, festas, bloquinhos de carnaval, baladas e happy hour ganham espaço nesta parte do Viaja Bi!, na qual Rafael separa tanto os eventos e empreendimentos nacionais quanto internacionais.

AGENDA LGBT – Este é um dos trabalhos do blogueiro Rafael que, segundo o mesmo, exige bastante tempo e atualização, pois o mesmo indica eventos nacionais e internacionais relacionados ao universo LGBT, incluindo paradas, festas, exposições, conferências etc.

Abaixo deste menu podemos encontrar mais opções para interação dos usuários, como as notícias mais recentes publicadas no blog, links de acesso para as redes sociais vinculadas ao Viaja Bi! (vide figura 29) e o campo de preenchimento para Newsletter (vide figura 30).

Figura 29 - Painel de redes sociais

Fonte: https://viajabi.com.br/

Respectivamente:

Facebook: https://www.facebook.com/ViajaBi/;

Instagram: https://www.instagram.com/viajabi/;

Twitter: https://twitter.com/viajabi;

Youtube: https://www.youtube.com/user/viajabi;

Pinterest: https://br.pinterest.com/rafaleick/;

Google +: https://plus.google.com/+ViajaBiBr.

Figura 30 - Newsletter

Fonte: https://viajabi.com.br/

Abaixo é possível encontrar a agenda de viagens, produzida pelo autor do blog, Rafael Leick, para que o público possa acompanhar sua trajetória do ano anterior e seu itinerário atual (2017):

Figura 31 - Agenda de viagens do Rafael Leick

Fonte: https://viajabi.com.br/

Como membro integrante da Rede Brasileira de Blogs de Viagem - RBBV, Rafael seguindo o compromisso e diretrizes do grupo sinaliza sua participação com Viaja Bi! por meio do selo da RBBV como “blog membro”.

Figura 32 - Selo de associado RBBV

Fonte: https://viajabi.com.br/

Por último, Rafael apresenta 3 empresas do trade turístico, parceiras do blog Viaja Bi! (vide figura 33), a autoria do blog e copyright (vide figura 34):

Figura 33 - Parceiros do Viaja Bi!

Fonte: https://viajabi.com.br/

Figura 34 - Copyright do Viaja Bi!

Fonte: https://viajabi.com.br/

7.4. Analisando os blogs

De modo geral, os blogs analisados são/possuem: a) plataformas de acesso gratuito; b) linguagem coloquial e clareza textual; c) layout atrativo; d) ferramentas de uso intuitivo facilmente visíveis e; e) conteúdo diversificado, entre informações técnicas e relatos pessoais.

No que tange aos demais aspectos analisados nos blogs Matraqueando, Vai Pra Disney? e Viaja Bi!, estes foram divididos nos seguintes tópicos:

  1. Interação;
    1. blogueiros e blogueiras

Conforme Blood (2000) e Malini (2008) – entre outros autores –, a ligação (link) entre os blogueiros por meio da citação ou referência a outro blog ou publicação é um dos aspectos existentes desde o início do fenômeno dos blogs que contribui, em grande parte, para a criação de um vínculo entre estes indivíduos.

Dos três blogs analisados, o Viaja Bi! foi o mais expressivo em mencionar e, inclusive, disponibilizar um espaço próprio no qual coloca à disposição do leitor os blogs que o próprio autor acompanha e recomenda, sendo um deles o “Viagem Primata”. Neste mesmo espaço estão presentes os projetos que Rafael Leick participa, em conjunto com outros blogs, e em apoio às causas LGBT. No Matraqueando a referência a outros blogs é menos presente por parte da autora. Contudo, é possível encontrar ao final das publicações no Matraqueando outros indivíduos informando Silvia que estão utilizando os posts dela em seus sites e blogs (trackback). Já no blog Vai Pra Disney? este link direto com outros blogs é praticamente inexistente, sendo mais presente o link com outras empresas que anunciam e comercializam seus produtos e serviços por meio do blog.

    1. blogueiros e leitores

Algo comum de se presenciar nos blogs são usuários solicitando aos blogueiros sugestões, informações sobre destinos turísticos ou auxílio para elaboração de roteiros. Esta prática é muito comum nos blogs em geral e, especificamente nos de viagem analisados, costumam ser bem recebidos pelos blogueiros, que respondem aos seus leitores (tanto os viajantes quanto os moradores locais dos destinos visitados) com sugestões e agradecimentos pelas dicas cedidas.

Renata explica que no Vai Pra Disney?:

Nosso principal ponto de contato é através dos comentários no blog que mais são usados como uma grande ‘central de dúvidas’. Muitos visitantes se sentem a vontade para compartilhar seus itinerários e dúvidas com a gente e fazemos questão de responder a cada um deles individualmente – as vezes acabamos demorando semanas para dar conta de todos, mas não deixamos de fazê-lo. Um pouco mais timidamente eles participam também da nossa fanpage do Facebook e nos mandam depoimentos por email [Entrevista realizada com Renata e Felipe pela ABBV em 30 jun. 2014].

Silvia conta que dedica aproximadamente 3 horas para atualizar publicações antigas, preparar novos roteiros e responder os comentários de seus leitores e, neste momento, “não modera comentários”:

Todos estão aptos a escrever sua opinião no Matraqueando. Críticas construtivas que dão dicas de como melhorar uma abordagem ou discordando com educação de um ponto de vista são muito bem-vindas. Comentários agressivos, com xingamentos ou preconceituosos (que são raríssimos) são respondidos com elegância, apenas. Se a pessoa insiste na falta de educação é deletada e banida do blog. Afinal, o site é público, mas é, antes de tudo, a minha casa. Quem manda nele sou eu [Entrevista realizada com Silvia Oliveira por meio de e-mail em 22 set. 2017].

Rafael, de forma comparativa, explica que o Viaja Bi! recebe menos comentários por mês por meio das publicações do que o Viagem Primata e que, segundo ele, deve-se muito provavelmente à questão do anonimato do público LGBT, pois, em contrapartida, recebe mais comentários “privados” por meio do Instagram, Messenger[94] e e-mail dos leitores do Viaja Bi!.

Sendo assim, os blogueiros buscam cativar os leitores, criando um vínculo com cada um deles, para que continuem acompanhando seus blogs. A ferramenta de “newsletter” é um dos recursos que é utilizada nos blogs com este fim. Por meio da newsletter nos blogs Matraqueando, Vai Pra Disney? e no Viaja Bi!, os leitores inscrevem seus e-mails e passam a receber notificações sempre que novo conteúdo é disponibilizado nestas plataformas.

Os comentários em todos os blogs analisados podem surgir em torno das mais variadas questões – direta ou indiretamente – tratadas nas publicações: viagem, sexualidade, festa, críticas e elogios. Por exemplo:

“Só lembrando, Silvia, que a Papelera Palermo na Honduras não existe mais. Tudo foi transferido para o Centro de Ofícios, na Cabrera, 5227”[95]

“Gostaria de indicações de festas e locais para passar o Réveillon GLS, com pessoas bonitas e seja bem frequentado. Rio e São já fui muitas vezes. Brasil ou Exterior. Se alguém souber e puder dar dicas.? Obrigada.”[96]

Olá! Você contratou os passeios em San Pedro de Atacama mesmo? É tranquilo fechar o pacote de passeios apenas lá? Você foi em que época do ano? Dezembro é um bom período? Em qual hotel você ficou? Recomenda? Parabéns pelo site! Obrigada pela atenção! [97]

Ola td bem? Meu nome é Gabriel e estou planejando minha lua de mel com meu namorado para as Ilhas Maldivas, mas antes de fechar dei uma pesquisada sobre o tratamento que dão para o público gay e fiquei um pouco receoso, então gostaria de saber se é seguro ir pra lá independente do hotel, tambem se existe algum hotel gay friendly ?[98]

 Olá, Felipe! Vou para Orlando em janeiro/18. Chego dia 13 (sábado) durante um feriadão (Martin Luther King) e saio dia 21 (domingo), também num feriadão uma vez que dia 19 é um feriado fixo na Florida. Não tinha a intenção de estar lá em feriados, mas aconteceu... Qual seria o melhor dia para eu ir no Magic Kingdon, Hollywood Studios, os dois parques da Universal e Busch Gardens? Muito obrigada pelas dicas e parabéns pelo site! Abçs. Marta.[99]

 Pessoal, oi! Queria uma opinião de vocês.Viajo no sábado que vem, dia 11 e estou acompanhando a previsão do tempo. Alguns sites estão mostrando que no dia que eu havia programado para ir ao MK pode chover. Estou com os FP agendados e inclusive consegui marcar seven dwarfs, mas agora não sei se arrisco e deixo assim mesmo e conto com o papai do céu pra dar sol, ou se cancelo os FP e marco para outro dia que é para dar sol. O que vocês me aconselham? Obrigada!![100]

Em contrapartida, há comentários em que os leitores dizem abertamente quando discordam de alguma abordagem, termo, ponto de vista do blogueiro ou quando sentem falta de alguma informação:

Senti falta no relato justamente dessa perspectiva gay que não se vê em outros blogs. Ficou restrito a dois parágrafos, enquanto poderia ser abordado com mais profundidade, como são as vivências, como é viajar sendo lgbt nesse país, quais tipos de sanções você sofre, demonstrações de carinhos entre estrangeiros gays é socialmente aceito, precisaram se conter, uso de apps, perigos, recomendação segura e imperdível? Gostaria de ver mais essa perspectivas nos relatos.[101]

E ae filhinho! Tua matéria ficou até legal e muito bem escrita, mas a falta de respeito (em relação à religião cristã) de uma parte de teu texto só me fez lembrar de alguns membros da comunidade LGBT que insistem em militar sobre algo que as Escrituras Sagradas condenam em suas páginas. E isso é algo que pode ser notado nas palavras minuciosamente escolhidas para compor seu texto. Veja o que o senhor escreveu na matéria: Ao norte de Israel, na região da Galileia, ainda tem Nazaré, onde um “tal” de Jesus é bem conhecido, soa familiar? Puta que pariu, será que eu realmente li essa porra que tu escreveste! Tu chamastes o filho de Deus de “tal”! E para mim isso soou de uma forma bastante pejorativa! Porque tu não escrevestes o seguinte na construção frasal: onde nasceu Jesus (sim, eu sei que estamos em um país livre e a liberdade de expressão é garantida a todas as pessoas, independente de cor, raça, sexo e religião). Além disso, houve uma séria redundância em sua construção frasal. Você utilizou as palavras tal e conhecido ao se referir à Jesus, cujo significado informal, na escrita, é praticamente idêntico. Cara, eu não sei se você é religioso, mas tome cuidado ao mencionar o nome de Jesus Cristo,pois este nome é sagrado para muitas pessoas. Enfim, digo com toda convicção e amor de um sacerdote anglicano que as pessoas que lutam pela causa LGBT se esquecem, ou não querem compreender que o homossexualismo é pecado (doa a quem doer, mas é a pura verdade bíblica). Abraços e se não fosse pelo “tal”, teu texto seria perfeito.[102]

Penso que a ideia de compartilhamento deveria ser recíproca. Mais de uma vez pedi as 70 dicas do Chile mas recebi um simples “não”. Acabei viajando e não consegui pegar todas as dicas no twitter porque não dá pra ver mensagens antigas, uma pena…[103]

Há, também, casos em que o blogueiro(a) acredita ser necessário moderar os comentários em razão do conteúdo postado pelo internauta:

Figura 35 - Moderação no blog Matraqueando

Fonte: http://www.matraqueando.com.br/cinco-milongas-em-buenos-aires-escolha-a-sua/comment-page-1

    1. mídias sociais e sites externos

Podem ser destacados como benefícios do vínculo das redes sociais aos blogs analisados: a) a popularização e crescimento destes por meio do vínculo com outras páginas on-line que possuem grande número de seguidores, como o Facebook, Twitter, Instagram e Youtube; b) a interação entre blogueiro e leitor se torna mais dinâmica e facilitada por meio de múltiplas interfaces e plataformas digitais.

A possibilidade de maior acesso aos blogs pode aumentar na medida em que estes se encontram vinculados com outros sites, fazendo com que outros grupos de leitores/seguidores possam acompanhar determinado blog segundo as citações, referências e sugestões de conteúdo que são encontrados em portais on-line e sites terceiros especializados também em viagens e turismo.

Quando não estão escrevendo em seus blogs, publicando algo novo, atualizando posts antigos ou respondendo comentários, Rafael Leick e Silvia Oliveira afirmam que sua interação com seus respectivos leitores costuma ser, em grande parte, por meio do Instagram e Facebook, principalmente durante as viagens.

  1. Informação

No que diz respeito à atualização do conteúdo nos blogs, de fato algumas informações específicas e com variações constantes como, por exemplo, a conversão de moedas estrangeiras, valores de passagens aéreas ou que variam com certo tempo como ingressos para museus, casas de shows e bares, hospedagem e passagens de transporte público, são alguns exemplos que podemos destacar como sendo informações que raramente irão acompanhar a variação fidedigna atualizada desde momento em que o blogueiro escreveu o post. Entretanto, esse tipo de conteúdo costuma receber um tratamento especial por parte dos blogueiros que, por sua vez, buscam ressaltar que essas informações “podem haver alterações”, ou deixar claro que foi “no momento em que eu comprei”, “naquele período cotado” etc. Desta forma, fica claro o comprometimento de quem escreve para com o leitor no sentido de incentivá-lo a procurar outras fontes.

Há, também, casos em que os estabelecimentos visitados, roteiros, produtos e serviços descritos nos blogs Matraqueando, Vai Pra Disney? e Viaja Bi! não estão mais em operação ou não são mais comercializados, como exemplo: “Só lembrando, Silvia, que a Papelera Palermo na Honduras não existe mais. Tudo foi transferido para o Centro de Ofícios, na Cabrera, 5227”[104]. Neste caso as críticas e comentários dos leitores são sempre bem-vindos ao final das publicações de forma que o blogueiro possa retificar o texto e sinalizar para o leitor o ocorrido na publicação: “Corrigido, obrigadíssima! Acabaram de fazer a mudança pelo que entendi. A data de reabertura prevista é 14 de abril!”[105].

Neste contexto, como todas as informações são arquivadas na própria página do blog, da mais antiga à mais atual, ficando à disposição de qualquer leitor com acesso à Internet para consultá-la, considera-se que esta compilação de conteúdo (de textos, vídeos e áudios) colabore com possíveis buscas ou pesquisas futuras.

Essas características abrem espaço para que os blogs sejam, também, fontes de informação na elaboração de artigos, dissertações e monografias. Prova disso, os leitores interagem com os blogueiros informando sobre as menções e citações pelo conteúdo publicado, conforme demonstrado abaixo:

olá, adorei o texto, estou fazendo meu TCC com o tema Turismo LGBT e esse texto vai me ajudar bastante para relacionar o turismo LGBT de antes e atualmente. É bem legal ver a iniciativa rolando dentro do pais, nós que fazemos parte deste segmento estamos muito animados com as mudanças e novidades.[106]

Boa tarde, Estou no ultimo ano do Curso de Turismo e como tema para o meu TCC abordarei os meios de hospedagem que atuam com o segmento LGBT; Estava pensando se poderiam me ajudar de alguma forma com informações, queria usar como “referencia” para o meu projeto o Hotel Ibis, mas ele é considerado um hotel LGBT ou o Ibis apenas hospeda’ qualquer um? Existe algum tipo de serviço diferenciado? Obrigado[107]

Pessoal, boa tarde, Se puderem responder e divulgarem este questionário ficarei muito grato! Estou cursando Turismo e o meu TCC é sobre “O QUE OS MEIOS DE HOSPEDAGEM LGBTQ TÊM A OFERECER PARA O SEU PÚBLICO” o objetivo é entender o que o Turista LGBTQ querem como serviços Hoteleiros. Se puderem dar uma força, obrigado! https://goo.gl/forms/eKg87q5kDcS39zPU2[108]

Oi, boa tarde. Sou estudante de Turismo, li o seu artigo e ele me ajudou a decidir sobre o que falar no meu TCC: Rota dos Engenhos de Rapadura como atrativo turístico. Porém, estou encontrando muita dificuldade para encontrar bibliografia. Será que você tem alguma indicação de livros ou material para me indicar? Desde já, muitíssimo obrigada.[109]

Além disso, existem trabalhos publicados em congressos, revistas e disponíveis em bibliotecas on-line de universidades públicas e particulares, em que podemos encontrar citações e referências aos blogs de viagem e seus autores como, por exemplo:

  • Rota Paraná: Uma Proposta Audiovisual Para o Turismo e Para a Gastronomia Paranaense Na Web;
  • Blogs de viagem e Turismo: possibilidades para o trabalho jornalístico.
  1. Parcerias
    1. ABBV e RBBV

O contato estabelecido entre os blogueiros que estão vinculados à ABBV e/ou à RBBV permite que a rede de contatos destes indivíduos cresça na medida em que interagem com outros parceiros do grupo, oferecendo assistência, participando de eventos, realizando palestras, projetos e pesquisas em conjunto além de estabelecerem parcerias com empresas vinculadas a estas organizações/grupos, alguns dos pontos destacados por Rafael Leick. Segundo Felipe e Renata do VPD:

[Felipe:] Resolvemos nos associar a ABBV para poder conhecer mais desse mundo dos blogs de turismo e nos ligar mais as oportunidades e desafios que aparecem a todos que resolvem se aventurar por aqui. [Renata:] A ideia para a gente é aprender e compartilhar aprendizados e problemas que todos os blogs passam. Achei a ABBV uma associação séria e muito bem organizada para nos ajudar a ganhar mais experiência e conhecer outros blogueiros com os mesmos interesses da gente. Já perdi a conta de quantos blogs legais eu já conheci aqui” [Entrevista realizada pela ABBV, com Felipe e Renata do VPD, em 30/06/2014].

Silvia destaca, ainda, a vantagem na profissionalização dos blogs de viagem vinculados à ABBV, pois a mesma conta que todos estes passaram por análise antes de se associarem. Contudo, estes critérios são institucionais da ABBV e, não necessariamente, reconhecidos por outros grupos ou mesmos blogueiros.

    1. trade turístico

Os anúncios de parceiros e a comercialização de produtos e serviços recomendados ou fornecidos diretamente pelos blogueiros, em seus blogs, é conhecido como “monetização”, uma forma de obter renda por meio dos blogs que, como mostram as pesquisas realizadas pela Technorati e os relatos dos blogueiros, muitos buscam conseguir.

 Os blogueiros buscam a monetização de seus blogs como forma de obter renda complementar a partir de seu trabalho na Web, como alternativa ao salário recebido por meio de seus empregos fixos, ou mesmo como fonte de renda única, o que demanda muito tempo, investimento e contratos fechados com parceiros.

Silvia tem formação em jornalismo e turismo, mas atualmente a mesma se dedica inteiramente ao blog de viagem Matraqueando, fonte de renda principal da blogueira. Silvia explica que seus rendimentos “vêm da Loja Matraqueando com a venda dos guias feitos por mim e da comissão gerada pelos programas de afiliados como Booking, Mondial e RentalCars”[110], parceiros do Matraqueando.

Por outro lado, Rafael do blog Viaja Bi!, Renata Costivelle e Felipe Almeida do Vai Pra Disney? possuem empregos em tempo integral, deixando seus blogs como uma ocupação secundária, ou seja, seus blogs geram apenas uma renda complementar por meio dos anúncios e produtos comercializados. No caso do VPD, foi criada uma agência on-line, VPD Travel, vinculada ao blog, na qual é possível adquirir ingressos de parques temáticos, jogos de basquete, passagens para cruzeiros e reservar noites em hotéis no exterior[111].

Rafael Leick contou que fecha parcerias com associações, empresas turísticas (rede de hotéis, pousadas) e eventos por meio de permutas[112] ou contratos fechados com pagamento por meio do Viaja Bi!.

  1. Empreendedorismo e mercado de trabalho

Seguindo a tendência dos novos “profissionais da Web”, observou-se que os blogueiros além de influenciadores digitais são, antes de tudo, empreendedores e auto gestores por meio de seus próprios blogs. Isso, pois entende-se que o blogueiro, em partes:

[...] torna-se responsável por sua reprodução social, pagando por sua conta, taxas e impostos para ter acesso a serviços sociais, sejam estatais, sejam privados. Para sobreviver no mercado, depende ainda da busca de formação e atualização contínua, adaptabilidade às novas tecnologias, capacidade de inovar e se mostrar atento às mudanças, enfim, tornar-se flexível, aberto aos novos desafios.  P. 171

Rafael conta que já possuía CNPJ[113] antes mesmo da criação do Viaja Bi!, para realização de trabalhos como microempreendedor individual,  que o permite emitir nota fiscal para as empresas que solicitam, benefício este que vinculou aos serviços que presta atualmente por meio do Viaja Bi!

                        Silvia do blog Matraqueando, Renata e Felipe do blog Vai Pra Disney? não chegaram a informar sobre CNPJ. Contudo, ambos os blogs  possuem vínculo com uma página de comercialização de produtos e serviços de viagem – produzidos ou apenas promovidos pelos blogueiros –, sendo “A Matraca” da Silvia e “VPD Travel” de Renata e Felipe.

Ressalta-se que a busca por informação e atualização dos blogueiros (essencial para sua especialização e diferenciação de seus blogs na Web) são obtidas constantemente por meio das pesquisas que realizam antes, durante e após suas viagens, tanto dos aspectos turísticos, quanto políticos, sociais e etc.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os blogs têm se tornado, ao longo dos últimos anos, ferramentas digitais que apresentam para o público inúmeras possibilidades de utilização, além de múltiplas ferramentas de edição, captação e gerenciamento que têm permitido sua disseminação a nível global aos mesmos e dado visibilidade para utilizá-los tanto com intuito pessoal quanto profissional.

Aliado ao crescimento da atividade turística em território nacional e internacional, e com a facilidade da aquisição de produtos e serviços que se multiplicaram na Internet, os blogs de viagem, ao longo dos últimos anos,  se expandiram resultando no conjunto de inúmeros blogs que tratam sobre: atividades pontuais - planejamento de viagens, retirada de vistos, emissão de passaportes, compra de passagens e criação de roteiros; destinos específicos - Argentina, São Paulo, Buenos Aires, Paris, Orlando;  ou temáticas - viagens econômicas, viagens para o público LGBT, viagens para parques, viagens para exploradores etc.

Ressalta-se que já há grande interesse por parte do próprio trade turístico e dos gestores do setor em investir nos blogs de viagens através das parcerias que são fechadas com os blogueiros para realizarem publicações sobre determinadas empresas ou eventos em suas publicações, comercializarem produtos e serviços de viagem nos blogs e até mesmo com o aumento do investimento por parte do Ministério do Turismo em marketing digital e nas redes sociais, sites e, sobretudo, nos blogs.

Um aspecto importante observado nesta pesquisa, que diz respeito a uma tendência crescente na atualidade, são os influenciadores digitais (em língua inglesa “digital influencers”) que, segundo Montelatto (2017), seriam pessoas que utilizam sua reputação e presença na mídia tradicional (revistas e televisão) e digital (blogs, Youtube, Facebook, Instagram, Twitter) para influenciar seus seguidores/leitores a consumirem produtos e serviços, entre outros fins.

Além disso, sugere-se que os blogs de viagem têm se tornado uma maneira promissora dentro do setor do Turismo, para criação de um “negócio” em plataforma digital para influenciar possíveis consumidores de produtos e serviços turísticos, podendo administrar e promover seu blog à sua maneira e personalidade.

Assim como a expansão da economia se torna um dos fatores responsáveis pelo surgimento de novos empreendedores, trabalhadores autônomos e informais (LIMA, 2010), acredita-se que o crescimento acelerado e contínuo da atividade turística, bem como da tendência dos novos influenciadores digitais no século XXI, possam ser um fatores importantes que estimulam o surgimento de novos blogueiros (ou blogger) de viagem, que através da monetização de seus blogs, dos patrocínios e acordos firmados, encontram uma nova oportunidade de renda, complementar ou principal.

Apenas como parâmetro, Lima (2010) discorre sobre a influência das formas precárias de trabalho, desemprego e informalidade dos empregados autônomos – o que não pretende-se tratar neste trabalho – contudo, é valido ressaltar o que autor diz sobre os indivíduos que realizam trabalhos como consultores com CNPJ (como os microempreendedores individuais – MEI):

[...] a flexibilização aponta também para novas institucionalizações no mercado de trabalho: da pessoa jurídica, na qual o trabalhador individual é contratado como se fosse uma empresa; do crescimento dos autônomos principalmente para trabalhadores mais qualificados e profissionais que prestam serviços ou trabalham como consultores [...] (LIMA, 2010, p. 177).

É importante destacar que “[...] o excesso de regulamentação estatal na América Latina” (LIMA, 2010, p. 173) além de causa da informalidade (do trabalhador ou blogger) pode ser um dos obstáculos para os blogueiros que buscam realizar trabalhos como pessoa jurídica com seu CNPJ próprio. Para tanto, seria pertinente, para um aprofundamento desta questão e extensão deste trabalho, uma revisão da legislação trabalhista e dos procedimentos e regulamentos que permeiam a criação e gestão de empresas no Brasil.

Levando em consideração a disseminação dos blogs de viagem pela Web e como blogs são especializados ou apresentam publicações com muito detalhamento e instruções técnicas e/ou práticas sobre destinos no Brasil e no exterior, como América do Sul, América do Norte e Europa, entende-se que os mesmos podem contribuir para o setor do Turismo tanto em âmbito nacional quanto internacional

Desta forma, de acordo com o objetivo geral deste trabalho, foi possível concluir que os blogs de viagem podem contribuir com o setor do Turismo de diversas maneiras, por exemplo: a) disponibilizando informações para consultas de caráter pessoal, profissional ou acadêmico; b) contribuindo, em microescala, com os gestores dos destino e atrativos turísticos através de seus indicadores qualitativos e quantitativos (por meio dos feedbacks postados nos blogs, fóruns de discussão, levantamentos etc.); c) realização, em macro escala, de pesquisas – de perfil, entre outras – que possam contribuir para o MTur, entre outros órgãos, por meio do conjunto de blogs vinculados à  ABBV e à RBBV; d) aumentar a competitividade do trade turístico com a disponibilização de produtos de criação dos próprios blogueiros e, eventualmente, na criação de suas próprias empresas; e) profissionalização do blogger de viagem, fornecendo consultoria; e f) promover parcerias com empresas do ramo, intermediando outros produtos e serviços de viagens por meio dos blogs como, por exemplo, passagens aéreas, bilhetes de parques, shows e exposições, seguros, hospedagens, entre tantos outros.

Quanto à pergunta que motivou a realização deste trabalho e os resultados obtidos na realização do mesmo, tudo o que foi posto nos leva a questionar se os blogueiros (ou bloggers) de viagem estariam –  com o desenvolvimento das tecnologias de comunicação e com a tendência dos influenciadores digitais – se constituindo atualmente como uma nova área de atuação dentro do setor Turístico? E como o surgimento do blogueiro (ou blogger) de viagem, e sua possível ‘profissionalização’, influenciaria na formação atual dos profissionais em Turismo?

Com estes e outros questionamentos, imagina-se que algumas possíveis ramificações/contribuições deste trabalho poderiam colaborar para pesquisas mais aprofundadas sobre:

  1. A percepção da imagem dos destinos e atrativos turísticos por meio das narrativas e comentários dos blogs;
  2. Criação de roteiros turísticos por meio dos atrativos e destinos comtemplados nos blogs de viagem;
  3. A procura das empresas turísticas pelos blogs de viagem para realização de marketing turístico digital;
  4. O surgimento e profissionalização do Blogger (blogueiro) de viagem.

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10. APÊNDICES

APÊNDICE A – Roteiro de perguntas para os blogueiros

  1. O que te motivou/incentivou a criar um blog e como se deu esse processo inicial de criação e desenvolvimento?
  2. Você considera como inspiração algum escritor de blogs ou autor de livros que acompanha?
  3. Quais são suas inspirações para as postagens (escolha do destino/ estabelecimentos e atrações a visitar/ pontos para desbravar)?
  4. Como você pode categorizar seu blog? Qual seria a temática que ele mais se adequaria segundo sua opinião? Como descreveria seu blog (conteúdo presente, personalidade etc.) em poucas palavras?
  5. Quais são seus projetos futuros? Possui algum em desenvolvimento?
  6. Poderia nos contar em etapas como funciona o processo de criação para uma publicação sua?
  7. Onde vocês buscam as informações que precisa sobre valores de passagens de avião, ônibus, preço de restaurantes e hospedagem, valor de tickets/ingressos?
  8. Quais são, segundo sua opinião, as fontes mais confiáveis de busca na Internet e fora dela?
  9. Teve ou tiveram comentários que te marcaram muito de um seguidor?
  10. Você se considera, de alguma forma, um consultor de viagens ou algo similar?
  11. Segundo sua percepção e retorno das pessoas que seguem seus roteiros, qual a sua influência sobre a decisão dos viajantes sobre onde visitar, onde comer, onde comprar e etc.?
  12. Qual o retorno que você costuma ter dos seus leitores quanto aos comentários no blog e e-mail/ligações?
  13. Em âmbito maior, segundo sua opinião, os blogs de viagens em geral têm ocupado espaço na vida das pessoas a ponto delas os tornarem seus novos “guias práticos de viagem”?
  14. Como funciona a ferramenta de comentários do seu blog? A cada vez que recebe um comentário você recebe uma notificação ou você(s) tem (têm) o hábito de ler comentário por comentário?
  15. Com qual frequência acessava seu blog no passado, quando o inaugurou e com que frequência acessa atualmente?
  16. Qual a plataforma você utilizou para criar seu blog e por quê? Sempre utilizou a mesma? Se não, por que mudou?
  17. Para qual ou quais públicos você escreve em seu blog?
  18. Segundo sua percepção, por onde o público mais interage com você?
  19. Você recebe muitos elogios pelo blog? E críticas?
  20. Quem faz parte da sua equipe de edição, coluna, postagens, etc.?
  21. Você tem ideia do número de acessos ao seu blog? E o seu número de seguidores?

APÊNDICE B – Plataformas atuais para criação de blogs

Blogger

Segundo Morais (2014), esta é uma plataforma utilizada mais comumente pelos blogueiros do que pelas empresas, se apresentando como uma ferramenta com resultados profissionais. O autor ainda aponta como vantagem do Blogger: o serviço intuitivo de personalização; instalação e modificação de widgets; não há necessidade de realizar instalação de plug-ins; totalmente gratuito; e seu domínio pertence ao Google, uma vantagem tanto em relação à interatividade com outras ferramentas e aplicativos da empresa, quanto à garantia da qualidade da plataforma. Quanto às desvantagens: é uma plataforma com algumas limitações quanto à utilização de recursos de imagem e vídeo de grande resolução; não aceita outros tipos de arquivos além de áudio e imagem; migração para outros servidores e domínio total dos recursos do blog.

Figura 36 - Página inicial do Blogger

Fonte: https://www.blogger.com/about/?r=1-null_user

Edublogs

Fundado em 2005, a Edublogs é direcionada para o público acadêmico, tanto para discentes quanto para docentes e pesquisadores. É amplamente utilizada por serviços de educação e possui aproximadamente 1.864.00 blogs em sua plataforma (Universidades como Stanford e Cornell University fazem parte desta comunidade acadêmica). A plataforma permite que o usuário possa criar e personalizar projetos incluindo vídeos, fotos e podcasts[114] de maneira fácil e segura (MORAIS, 2014).

Figura 37 - Página inicial do Edublogs

Fonte: https://edublogs.org/

HubPages

O Hubpages é um dos 100 sites mais acessados da Internet e sua plataforma para criação de blogs é gratuita e de uso popular. Nesta plataforma é possível que o blogueiro ganhe dinheiro por meio de publicidade e marketing afiliados (MORAIS, 2014).

Figura 38 - Página inicial do HubPages

Fonte: http://hubpages.com/

Jimdo

Também disponível na versão mobile para celulares e tablets, o Jimdo possui uma interface bastante simples de customização com bastante utilidade para criação de blogs e estabelecimento de uma estratégia digital. Em apenas três passos entre a definição do layout, a escolha do nome do site e selecionar a opção de “criar a página” é possível dar início a um novo blog de forma rápida e instantânea (CINTRA, [200-]).

Figura 39 - Página inicial do Jimdo

Fonte: https://www.jimdo.com/

Joomla

Similar ao WordPress no que diz respeito às ferramentas e plug-ins, o Joomla é muito utilizado por web designers devido a forma de gerenciamento de recursos que é disponibilizada, como, por exemplo, diversos templates, módulos e componentes, além de ser uma plataforma gratuita (open source) com opção para download (CIRIACO, 2017).

Figura 40 - Página inicial do Joomla

Fonte: https://www.joomla.com/

LiveJournal

Disponível na Internet há mais de 10 anos, o LiveJournal constitui uma ferramenta de criação de blogs dinâmica, personalizada e repleta de recursos que permite ao usuário desenvolver seu próprio diário virtual, revista on-line ou espaço para compartilhamento de conteúdo (próprio ou terceiro) (HELENA, 2012). Dentre seus inúmeros recursos, no LiveJournal é possível: leitura de feeds RSS; o blog pode ter múltiplos autores; publicação de comentários; calendários de postagens; realizar enquetes; suporte para banners de publicidade; disponibilizar conteúdo da sua página em textos, fotos e vídeos; além de suas funções de gestão de perfis e amigos, como nas redes sociais. (MORAIS, 2014; CIRIACO, 2017; HELENA, 2012).

Figura 41 - Página inicial do LiveJournal

Fonte: http://www.livejournal.com/

Medium

Diferente de outras plataformas de criação de blogs, o Medium não permite personalizar o layout da página nem incluir widgets, contudo é um serviço de compartilhamento de textos ainda muito utilizado, tendo como particularidade seu visual arrojado, foco na leitura de conteúdo, adição de imagens e criação de rede de amigos com exibição de perfil dos usuários, neste sentido, bem similar a uma rede social (CIRIACO, 2017).

Figura 42 - Página inicial do Medium

Fonte: https://medium.com/

Svbtle

Contraditório por não oferecer um sistema de comentários para interação entre os usuários e o autor, esta plataforma que se intitula uma “plataforma para bloggar desenvolvida para ajudá-lo a pensar” dispõe de uma interface elegante e com design minimalista com foco na criação de conteúdo textual (CIRIACO, 2017).

Figura 43 - Página inicial do SVBTLE

Fonte: https://svbtle.com/

Tumblr

É uma plataforma de blogs que se aproxima das plataformas de microblogging, conforme observam Helena (2012) e Morais (2014), tanto por conteúdo como pelo design elegante e, ao mesmo tempo, minimalista, característica identificada como grande vantagem pela primeira. Helena (2012) ainda destaca como vantagens da plataforma a sincronização com as redes sociais Facebook e Twitter, a integração com os serviços do Google e sistema de compartilhamento dos posts entre os usuários – similar ao do Twitter, conforme destaca Morais (2014).

Figura 44 - Página inicial do Tumblr

Fonte: https://www.tumblr.com/login?language=pt_BR

Weebly

Criado em 2006, desde então tem se apresentado como uma ferramenta em grande expansão na Web (MORAIS, 2014; CIRIACO, 2017). O Weebly tem como vantagem sua fácil usabilidade na escolha e organização dos temas, postagens, design e do conteúdo multimídia além de uma versão especial para educadores (MORAIS, 2014; CIRIACO, 2017; HELENA, 2012).

Figura 45 - Página inicial do Weebly

Fonte: https://www.weebly.com/br

Wordpress

Uma das principais plataformas de criação de blogs, depois do Blogger, a WordPress é muito utilizada por empresas e conta com diversos recursos de personalização da página como suporte para widgets, comentários, templates (layouts) e upload arquivos como js, css, xml, imagens com grande resolução, áudio e vídeo, conforme apontam Ciriaco (2017) e Morais (2014). As ‘desvantagens’ desta plataforma são: o fato de ser uma versão paga e, por mais facilitada que seja a personalização do blog, o editor deve ter conhecimento em programação (MORAIS, 2014).

Outras plataformas que também são utilizadas para criação de blogs e que valem a pena serem citadas são: Webnode, Ning, Wix, Uol Host, Goddaddy e Blog.com[115].

Figura 46 - Página inicial do WordPress

Fonte: https://br.wordpress.com/

11. ANEXOS

ANEXO A – Política de Privacidade do Vai Pra Disney?

Todas as suas informações pessoais recolhidas, serão usadas para o ajudar a tornar a sua visita no nosso site o mais produtiva e agradável possível.

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[1] “Tourism mainly comprises the activities of persons traveling to and staying in places outside their usual environment for leasure, business and other purposes” (OMT, 1995, p. 21).

[2] “Over the past six decades, tourism has experienced continued expansion and diversification to become one of the largest and fastest-growing economic sectors in the world. Many new destinations have emerged in addition to the traditional favourites of Europe and North America” (OMT, 2016, p. 2).

[3] Sob a ótica antropológica, “as redes virtuais alteram os modos de ver e ler, as formas de reunir-se, falar e escrever, de amar e de saber-se amado à distância, ou, talvez, imaginá-lo” (GARCIA, 2008, p. 54).

[4] Ferramenta de pesquisa, acessível em diversos idiomas, disponível em: www.google.com.br.

[5] Espaço virtual formado pelo conjunto de todos os blogs existentes na Web.

[6] Indivíduo responsável pela criação e edição dos blogs, bem como do seu conteúdo.

[7] “São organizações privadas e governamentais atuantes no setor de "Turismo e Eventos" como os Hotéis, Agências de Viagens especializadas em Congressos, Transportadoras Aéreas, Marítimas e Terrestres, além de Promotores de Feiras, Montadoras e Serviços Auxiliares (tradução simultânea, decoração, equipamentos de áudio visuais, etc.)” (EMBRATUR, 1995 apud BRASIL [b], [200-], on-line).

[8] Cf.:  http://www.matraqueando.com.br/.

[9] Cf.: http://www.vaipradisney.com/blog/.

[10] Cf.: https://viajabi.com.br/.

[11] Neste caso, a Internet (Word Wide Web ou apenas Web) constitui o “campo” ou “local” no qual os objetos de estudo – os blogs de viagem – estão inseridos. De acordo com Fragoso, Recuero e Amaral (2016, p. 17) “a internet pode ser tanto objeto de pesquisa (aquilo que se estuda), quanto local de pesquisa (ambiente onde a pesquisa é realizada) e, ainda, instrumento de pesquisa (por exemplo, ferramenta para coleta de dados sobre um dado tema ou assunto”.

[12] Processador de texto desenvolvido pela Microsoft utilizado também para criação e edição de gráficos, tabelas e figuras.

[13] Todo conteúdo acessado, analisado e arquivado para utilização posterior estava presente nos blogs entre este período.

[14] Processador desenvolvido pela Microsoft especialmente para edição de planilhas.

[15] A contagem dos comentários se deu apenas como forma de identificar possíveis publicações e tópicos com maior relevância nos blogs.

[16] Recurso conhecido também como “captura de tela”, utilizado para salvar em formato de arquivo de imagem (jpeg, png entre outros) todo tipo de conteúdo que possa ser alterado ou se tornar inexistente futuramente, visando preservar a informação da forma em que foi presenciada no ato do “print”.

[17] Serviço gratuito de correio eletrônico disponível em: www.hotmail.com.

[18] Rede social de uso gratuito criada em 4 de fevereiro de 2004 e que hoje possui mais de 1 bilhão de usuários. Disponível em: www.facebook.com.

[19] Cf.: http://www.vaipradisney.com/blog/entre-em-contato/.

[20] Esta foi a forma de codificação encontrada de pelos desenvolvedores deste sistema para proteger as informações do oponente, garantindo a segurança do país contra a interceptação destas informações e de espionagem que pudessem favorecer os soviéticos em possíveis ataques (BARROS, 2013).

[21] Para se ter uma ideia, isso equivale a velocidade da transmissão de dados de 1000 bits por segundo, sendo que atualmente utilizamos as unidades Mbps (abreviação para megabit por segundo), que equivale a 1000 Kbps por segundo, ou seja, 1000 vezes superior à antiga, e gigabit, que equivale a 1.000 Mbps por segundo (VAL, 2013).

[22] Uma das primeiras formas de acesso à Internet por meio de conexão discada.

[23] Seu surgimento se deu em razão da Organização Europeia para a Investigação Nuclear, que propôs a criação dos hipertextos para permitir que várias pessoas trabalhassem juntas acessando os mesmos documentos. Esta foi a gêneses do processo de acesso à Internet atual (BARROS, 2013).

[24] Segundo esta mesma fonte, em 2017 o número de pessoas conectadas à rede alcançou a marca aproximada de 3 bilhões e 885 milhões. Disponível em: Acesso em 20/11/2017.

[25] “Existente ainda hoje, a RNP é uma organização de interesse público cuja principal missão é operar uma rede acadêmica de alcance nacional. Quando foi lançada, a organização tinha o objetivo de capacitar recursos humanos de alta tecnologia e difundir a tecnologia Internet através da implantação do primeiro backbone nacional” Meyer (2014).

[26] A UIT calcula, por meio de 11 indicadores diferentes que estão relacionados a infraestrutura e acesso, uso e habilidades, o Índice de Desenvolvimento das Tecnologias da Informação e Comunicações - TICs (IDI) (BRASIL, 2013).

[27] Cf.: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm.

[28] Neste percentual estão incluídos tanto os acessos ao wi-fi quanto a rede móvel nos dispositivos celulares.

[29] Ocupou o cargo entre 17 de março de 2014 e 16 de abril de 2015, durante o governo de Dilma Rousseff.

[30] Ocupa atualmente no TripAdvisor o cargo de Diretor de Parcerias estratégicas na América Latina.

[31] Site que divulga informações e opiniões de consumidores e empreendedores relacionados ao turismo disponível em: https://www.tripadvisor.com.br/.

[32] Fundador, editor e moderador do site Melhores Destinos.

[33] Site de turismo especializado em dicas de viagem, busca de passagens aéreas, seguros, transfers, cruzeiro, hotéis, pacotes e etc. Disponível em: http://www.melhoresdestinos.com.br/.

[34] “[...] mega sistemas cuja função é a intermediação eletrônica, como meio de comunicação, entre as agências de viagens e as companhias aéreas, hotéis, locadoras de veículos, operadoras, etc.” (BUSSARELO, 2007, on-line).

[35] Estes sistemas “consistem nos serviços de telecomunicações por voz destinados e recebidos através de redes IP (IP phone, computador pessoal e softphone) ou de um aparelho telefônico. A tecnologia VoIP permite a redução de custos com as faturas telefônicas, principalmente em relação às chamadas de longa distância” (FROST, SULLIVAN, 2009 apud OLIVEIRA, RESENDE, 2014, p. 140)

[36] Evolução do “marketing tradicional” – definido por autores como Kotler – nos moldes atuais, que seria a promoção de “[...] produtos ou marcas por meio de mídias digitais” (PEÇANHA, 2017, on-line).

[37] Junção dos termos de origem inglesa web e log, que significam, respectivamente, “teia” (termo técnico de se referir à rede [de Internet]) e “registro”, comumente conhecido como “registro da Web”. Disponível em: .

[38] “Jorn disponibilizava em seu blog vários links de acesso às páginas que acessava ocasionalmente e que tratavam sobre inteligência artificial, cultura cibernética, James Joice, história, avanços tecnológicos e técnicas de criação e edição de sites” (PRADO, 2011, on-line).

[39] Apesar de desativado, o autor mantém uma página com agradecimentos e considerações para os leitores e atores que influenciaram seu percurso na Internet. Disponível em: Acesso em: 28/07/2017.

[40] “Jesse James Garrett, editor of Infosift, began compiling a list of "other sites like his" as he found them in his travels around the web” (BLOOD, 2000, p 28).

[41] Disponível em: Acesso em: 02/08/2017.

[42] Ainda presente no blog CamWorld disponível em Acesso em: 02/08/2017.

[43] “At this point, the bandwagon jumping began. More and more people began publishing their own weblogs. I began mine in April of 1999. Suddenly it became difficult to read every weblog every day, or even to keep track of all the new ones that were appearing. Cameron's list grew so large that he began including only weblogs he actually followed himself” (BLOOD, 2000, p. 28).

[44] “I’ve decided to pronounce the word ‘weblog’ as ‘wee – blog’. Or ‘blog’ for short.” (MERHOLZ, 1999, on-line apud KOTTKE, 2003, on-line). Desta forma, criaram-se concomitantemente o termo “we blog” (em português – nós “blogamos”), a palavra “blog”, o verbo “to blog/blogging” (em português “blogar”) e o sujeito “blogger” (em português “blogueiro”) (MALINI, 2008, p. 35).

[45] Empresa responsável pela criação da plataforma Blogger.

[46] O conteúdo deste e-mail realizado entre John Baker e Meg Hourihan, em 2008, pode ser consultado em: https://web.archive.org/web/20130723020621/http://listserv.linguistlist.org/cgi-bin/wa?A2=ind0804C&L=ADS-L&P=R16795&I=-3> Acesso em: 20/07/2017.

[47] Empresa criadora da plataforma on-line homônima (atualmente D2L) e reconhecida pelo Learning Management Systems (LMS), tecnologia educacional on-line desenvolvida pela companhia disponível em: https://www.d2l.com/pt-br/.

[48] Prado (2011) aponta que o blog de Justin teria sido criado no início de 1994, enquanto Rosenberg (2009, apud FELITTI, 2010) afirma que teria sido em janeiro de 1996 e Thompson (2006) diz que seria em 1997.

[49] Este tipo de blog, contudo, só se tornaria popular a partir de 1999 com o surgimento das plataformas de criação de blogs, Pitas e Blogger (BLOOD, 2000; MALINI, 2008).

[50] Disponível em: http://www.geocities.ws/pinhanez/open_diary/open_diary.htm. Acesso em: 20/07/2017

[51] Para se ter um parâmetro, no Brasil o movimento teve seu auge somente por volta de 2003, neste ano mais de 100.000 páginas deste gênero estavam registradas na Web (Silva, 2005, p. 3).

[52] Embora Carolyn tenha “encerrado” as atividades em seu blog Carolyn’s Diary, a autora ainda mantém uma página com suas considerações e agradecimentos aos leitores, disponível em: http://diary.carolyn.org/. Acesso em: 28/07/2017.

[53] Criado em julho de 1999, esta foi a primeira ferramenta de criação de blogs, apontada por diversos autores, entre eles, umas das primeiras teria sido Blood (2000), como um dos responsáveis pelo crescimento acelerado dos blogs, tendo em vista que o Pitas tornou possível que os usuários sem conhecimento algum em linguagem HTML pudessem criar seu próprio blog. Sua fama só seria ocultada após o surgimento da plataforma do Blogger (a mais utilizada pelos usuários até hoje) que, com suas ferramentas de edição, gratuidade e possibilidade de personalização, revolucionou o fenômeno dos blogs em formato de diário virtual.

[54] Este “boom” diz respeito tanto ao crescimento dos blogs que se tornou exponencial quanto à sua equiparação aos portais tradicionais de notícias, televisão, rádio e jornal.

[55] Refere-se à um blog de gênero conhecido como “Slashdot”, mantido de forma colaborativa.

[56] apud Amaral, Recuero e Montardo (2008).

[57] apud Amaral, Recuero e Montardo (2008).

[58] “Representa la oportunidad de un acercamiento al contexto socio-histórico de apropiación de los artefactos tecnológicos, desde la mirada subjetivada de los propios actores que interactúan con las TIC” (ESPINOSA, 2007, p.272 apud AMARAL, RECUERO, MONTARDO, 2008, p. 3).

[59] O termo “It boy”, para conceituar da mesma forma um indivíduo do sexo masculino, não é muito utilizado, tampouco são encontradas em documentos e bibliografias com facilidade, ainda assim é possível encontrar referências pontuais em publicações e vídeos na Web.

[60] Plataforma criada em fevereiro de 2005 para distribuição de vídeos contendo conteúdo gratuito e pago. Disponível em: .

[61] Rede social criada em 2010 e de uso gratuito utilizada para compartilhamento de fotos e vídeos vinculada a outros sites como Facebook, Tumblr e Twitter. Disponível em: .

[62] Rede social gratuita, criada em março de 2006, especializada em microblogging (postagem de “micro conteúdo”, ou seja, publicações textuais com até 140 caracteres).

[63] Segundo o Oxford Living Dictionaries: “A young woman who has achieved celebrity because of her socialite lifestyle”. Disponível em: Acessado em 17/08/2017.

[64] Há 10 tipos de perfis de influenciadores digitais de acordo com sua reputação, nível de influência e ideologia (TRAACKR, [200-]) que podem ser consultados em: http://www.traackr.com/faces-of-influence. Acesso em:  30/09/2017.

[65] Usuários que utilizam a plataforma do Youtube para publicar vídeos sobre relatos pessoais ou assuntos de seu interesse como política, redes sociais, moda, viagem, comédia etc.

[66] Segunda geração da Internet que “tem a ideia de um ambiente on-line mais dinâmico e permite que os usuários colaborem para a organização de conteúdo [...]. Além dos blogs surgiram outras ferramentas na web 2.0, como: redes sociais, wikis, vídeos on-line, podcast, RSS, ajax, microblogs, mashups e tagging” (CAMARGO et al., 2016).

[67] Atribui-se essa dificuldade, principalmente, à área das ciências sociais, visto que a análise neste campo requer aprofundamento não somente nos recursos disponíveis visualmente nas plataformas, mas também a relação delas com seus editores, o contexto sócio cultural, a divisão entre os próprios blogueiros em grupos e sub-grupos, enquanto na área das exatas, autores como Ikeda, Takamura e Okumura (2008) ou Qu, Pietra e Sarah (2006) propuseram cálculos e variáveis matemáticos para separação dos blogs de acordo com critérios como a contagem de tags e Mukherjee e Liu (2010) para a separação do gênero dos blogueiros.

[68] Podemos encontrar levantamentos como este em algumas pesquisas como, por exemplo, a “State of the Blogosphere: 2011 Report (TECHNORATI, 2011).

[69] (RBBV [2012 ou 2013]). A página oficial da RBBV está disponível em: http://rbbv.com.br/.

[70] (ABBV, 2014). A página oficial da ABBV está disponível em: http://rbbv.com.br/.

[71] Entre os fundadores da ABBV está Silvia Oliveira do blog de viagem Matraqueando.

[72] Como apresenta o próprio estudo, a maior contribuição provém dos Estados Unidos, e um dos fatores que provavelmente contribuiu para a grande amostra ter sido dos EUA e da Europa seria a pesquisa ter sido realizada na língua inglesa.

[73] Recurso que permite agregar conteúdo ao blog de forma rápida.

[74] O salário mínimo vigente neste ano (2012) era de R$ 622,00; R$ 2,83 valor/hora segundo o Decreto 7.655/2011 sancionado em 26/12/2011. Disponível em: acesso em: 07/11/2017

[75] Software utilizado para realização de questionários on-line em forma de enquetes.

[76] Entrevista realizada com Silvia Oliveira por e-mail no dia 22/09/2017.

[77] Levantamento realizado por Silvia através da ferramenta de contagem de acessos disponibilizada pela plataforma do seu blog.

[78] Entrevista realizada com Silvia Oliveira por e-mail no dia 22/09/2017, também presente na política editoria disponível no blog Matraqueando.

[79] Encontra-se escrito: “Todos os direitos reservados. 2006-2017 © VoucherPress | Agência de Notícias.

Está proibida a reprodução, sem limitações, de textos, fotos ou qualquer outro material contido neste site, mesmo que citada a fonte. Caso queira adquirir nossas reportagens, entre em contato”.

[80] Brasil é o único país com destaque na página e não aparece inserido no continente da América do Sul. Provavelmente este destaque deve-se ao país de origem do blog, além de ser o destino com maior número de publicações (363 ao todo).

[81] Cf. http://www.lojamatraqueando.com.br/

[82] Em caso de notícias, releases ou pautas para divulgação, Silvia disponibiliza um e-mail direto para contato: redacao@matraqueando.com.br e para dicas e dúvidas sobre as viagens, roteiros, intercâmbio ou temas afins, Silvia recomenda que sejam deixados comentários nos respectivos posts.

[83] Esta recomendação está vinculada à um desconto que o leitor adquiri na compra de um seguro internacional comercializado por um dos parceiros de Silvia que, por sua vez, é comissionada pela empresa.

[84] Cf. http://www.matraqueando.com.br/studio-matraqueando-apartamento-aluguel-temporada-curitiba

[85] Diferentemente dos posts presentes em “Festas”, estes têm como objetivo informar o leitor, por meio de tutoriais, a seguir checklists e realizar os arranjos e decorações dos eventos, com dicas de recepção dos convidados.

[86] Entrevista realizada pela ABBV com Felipe e Renata em 30/06/2014. Disponível em: http://abbv.net.br/2014/06/entrevista-da-semana-vai-pra-disney/. Acesso em: 07/08/2017.

[87] O blog de viagem Vai Pra Disney? é especializado em viagens para os Parques temáticos da Walt Disney World, mas também possui outros roteiros para Universal, Bush Gardens, Sea World, Disneyland (Califórnia), entre outros parques, além de restaurantes e pontos turísticos em Orlando, Flórida.

[88] Disponível em: http://abbv.net.br/2014/06/entrevista-da-semana-vai-pra-disney. Acesso em: 07/08/2017.

[89] Agência on-line vinculada ao Vai Pra Disney? que comercializa produtos e serviços de turismo recomendados por Felipe e Renata.

[90] Entrevista realizada com Rafael Leick, em São Paulo/SP, no dia 20/09/2017.

[91] Material elaborado pelos próprios blogueiros para apresentação de seus blogs para potenciais patrocinadores e interessados em geral.

[92] Esta prática de recomendação de outros blogs, como já mostrado, é uma ação comum na blogosfera desde o surgimento deste fenômeno.

[93] Em entrevista, no dia 20/09/2017, Rafael Leick contou que um de seus planos no futuro é unir seu blog Viagem Primata ao Viaja Bi!.

[94] Aplicativo de chat vinculado ao Facebook.

[95] Comentário de Fran P. em 11/4/2011 às 11:58h, na publicação “40 sensacionais atrações grátis em Buenos Aires” no Matraqueando.

[96] Comentário de Daisy em 29/09/2016 às 20:57h, na publicação “Hotel Gay Friendly de Luxo: Confira a Lista” no Viaja Bi!.

[97] Comentário de Natália Gomes em 23/10/2012 às 17:21h, na publicação “Atacama: 3º dia | Manhã: Tour Arqueológico” no Matraqueando.

[98] Comentário de Gabriel em 20/03/2017 às 22:56h, na publicação “4 motivos pra casais gays viajarem pra Ásia” no Viaja Bi!.

[99] Comentário de Marta Lazzarotto Hahn em setembro de 2017, na publicação "Como é Orlando em Janeiro?” no Vai Pra Disney?.

[100] Comentário de Tássia Grahl em fevereiro de 2017, na publicação “Clima e temperatura em Orlando” no Vai Pra Disney?.

[101] Comentário de Marcus em 07/07/2017 às 12:00h, na publicação “Índia LGBT? Cores e relatos de 4 amigos gays” no Viaja Bi!.

[102] Comentário de Holyfat7 em 25/03/2017 às 12:16h, na publicação “6 motivos pra visitar Tel Aviv (Israel), o óasis gay do Oriente Médio” no Viaja Bi!.

[103] Comentário de Duarte em 03/8/2011 às 23:11h, na publicação “Buenos Aires: qual é a sua dica imperdível?” no Matraqueando.

[104] Comentário de Fran P. em 11/4/2011 às 11:58, na publicação “40 sensacionais atrações grátis em Buenos Aires” no Matraqueando.

[105] Resposta de Silvia Oliveira à Fran P. em 11/4/2011 às 12:22, na publicação “40 sensacionais atrações grátis em Buenos Aires” no Matraqueando.

[106] Comentário de pamella jessika em 15/06/2017 às 00:27, na publicação “Brasil gay friendly: cidades avançam no turismo LGBT” no Viaja Bi!

[107] Comentário de Higo Soares Dantas em 26/04/2017 às 15:29, na publicação “Hotel gay-friendly em SP: Ibis Budget Frei Caneca” no Viaja Bi!.

[108] Comentário de Higo Soares Dantas em 27/06/2017 às 16:00, na publicação “Hotel gay-friendly em SP: Ibis Budget Frei Caneca” no Viaja Bi!.

[109] Comentário de Veruska Martins em 19/9/2016 às 17:36, na publicação “Rota dos Engenhos de Rapadura: conheça o processo de produção da tradicional iguaria brasileira no Ceará” no Matraqueando.

[110] Entrevista realizada em 22/09/2017.

[111] Apesar do foco do blog Vai Pra Disney? ser o destino Walt Disney World em Orlando, no VPD Travel é possível adquirir serviços com destino para Alasca, Bahamas Caribe, México e Europa.

[112] Este recebe um serviço ou produto em troca de sua divulgação no blog Viaja Bi!.

[113] Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, número segundo a legislação brasileira que identifica empresas e outros órgãos.

[114] “O podcast é como um programa de rádio, porém sua diferença e vantagem primordial é o conteúdo sob demanda [...] Os temas são os mais abrangentes possíveis. Cinema, TV, Literatura, Ciências, Profissionais, Política, Notícias, Games, Culturais, Religiosos, Educacionais, Humorísticos, Musicais, Esportivos [...]” (MIRO, 2014, on-line).

[115] Cf.: http://pt.affdu.com/free-blogging-sites.html.


Publicado por: Maxwell de Oliveira Lyra

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