A importância do tratamento preventivo e interceptativo em ortodontia
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1. INTRODUÇÃO
Na Odontologia a Ortodontia é a especialidade que trata as mal oclusões dentárias, que pode ser aplicada em várias etapas do crescimento e desenvolvimento crânio-facial e nas diferentes dentições; decídua, mista e permanente.
É valioso o conhecimento do profissional de odontologia sobre a oclusão dentaria, tendo consciência dos princípios que possuem uma oclusão normal e ideal para intervir quando necessário. 18
As maloclusões segundo Angle2, são classificadas com a relação entre os primeiros molares permanentes e o alinhamento dos dentes, como referencia à linha de oclusão. É importante o diagnostico prematuro dessas maloclusões para que o tratamento ortodôntico tenha maior chance de sucesso.
As diferentes atuações podem ser divididas de acordo com a fase em que é aplicada seja para prevenir, preventiva, interceptar, Interceptativa ou corrigir, corretiva, tendo uma grande relevância como agente facilitador quando aplicado nas duas primeiras fases (preventiva e Interceptativa) para o tratamento corretivo, podendo também eliminar a sua necessidade no futuro. Quando as técnicas preventivas e interceptativas são aplicadas adequadamente ainda na infância, contribuem para que o paciente tenha um bom desenvolvimento de sua oclusão, evitando o agravamento de condições relacionadas com o crescimento e desenvolvimento ao longo dessa fase.
Antigamente, quando havia uma dificuldade em corrigir discrepâncias esqueléticas graves em crianças, os tratamentos ortodônticos se tornavam muito extensos e complexos, realizava-se a correção da má oclusão apenas na dentição permanente completa, através de compensações ou camuflagem esquelética, e isso deve ser evitado. Atualmente, foi evidenciado, que o tratamento deve ser realizado em duas etapas, por ser mais lógico e de bom senso. Primeiramente controla-se o crescimento do esqueleto facial, melhorando a morfologia geral, para que o posicionamento dentário seja melhorado na segunda fase do tratamento, o corretivo. 21
A ortodontia preventiva age na prevenção do agravamento de problemas futuros de oclusão, podendo evitar a necessidade de uso de aparelho fixo e extração de dentes permanentes, também é realizado uma abordagem educativa para orientação e retirada de maus hábitos que podem comprometer a oclusão.3
Já a ortodontia Interceptativa é um tratamento imediato numa ocusão de caraterísticas desfavoráveis em desenvolvimento que pode fazer a diferença entre alcançar um resultado satisfatório pela mecânica simples e posteriormente, reduzindo o tempo total de tratamento e proporcionando melhor estabilidade e resultados funcionais e estéticos. 20
2. OBJETIVO
O objetivo desse presente estudo é enfatizar, através de revisão de literatura, a importância do tratamento preventivo e interceptativo em Ortodontia, contribuindo para um bom desenvolvimento da oclusão do paciente em fase de dentição decídua e/ou mista.
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1. Classificação da mal oclusão
De acordo com a Organização Mundial da Saúde as más oclusões são consideradas como o terceiro maior problema de saúde pública, seguido da cárie e doença periodontal (OMS, 1989).
A má oclusão é o resultado da interação de diversos fatores que afetam um sistema em desenvolvimento, o qual possui seu próprio padrão de crescimento. A compreensão e interpretação dos fatores etiológicos é o primeiro passo rumo à possibilidade de minimizar significativamente a incidência das más oclusões. Os fatores envolvidos são: fatores hereditários; fatores pré-natais, que se dividem em fatores maternos e fatores embrionários e fatores pós-natais que são os intrínsecos e extrínsecos. 2
Angle (1899) classificou a má oclusão, sendo a mais utilizada e compreendida entre os profissionais até os dias atuais. Segundo o autor, que utilizou como referência os primeiros molares permanentes, dividiu-a em três classes: Classe I; Classe II, divisão 1, os incisivos superiores a frente dos inferiores, criando overjet; Classe II divisão 2, somente os incisivos laterais superiores encontram-se à frente dos incisivos inferiores, estando os centrais em uma posição bem verticalizadas e Classe III, essas duas últimas com suas subdivisões direita ou esquerda. ¹
Na classificação de Lisher (1912), acrescenta-se o sufixo “versão” à posição que o dente ocupa na arcada. Assim, temos a seguir as posições que o dente pode assumir: mesioversão (dente mesializado em relação a sua posição normal); distoversão (dente distalizado em relação à sua posição normal); vestibuloversão (dente com a coroa vestibularizada em relação à sua posição normal); linguoversão (dente com a coroa lingualizada em relação à sua posição normal); axiversão (alteração da inclinação do dente em relação ao seu longo eixo); infraversão (dente com a face oclusao ou incisal aquém do plano oclusal); giroversão (dente rotacionado em torno do seu longo eixo). ¹
Lisher também inclui as malformações dos maxilares, introduzindo os termos macrognatia e micrognatia e a classificação dos arcos dentários, introduzindo os termos oclusão (referente a classe I de Angle), disto-oclusão (referente a Classe II de Angle) e oclusão (referente a classe III de Angle). ²
Simon (1922), relacionou os arcos dentários com três planos anatômicos: plano de Frankfurt, sagital mediano e plano orbitário. Permitindo assim uma visão tridimensional da maloclusão, relacionando dentes ou arcos dentários ao esqueleto crânio facial. No plano orbitário utiliza-se como referencia a protração (anteriorização do arco dentário ou parte dele) e retração (deslocamento de um ou mais dentes para posterior); no plano sagital mediano utiliza-se a contração (aproximação de um dente ou segmento de arco) e distração (afastamento em relação ao plano) e no plano horizontal de Frankfurt, a atração (aproximação do plano) e abstração (quando se afastam). ²
Andrews (1972) apresentou as seis chaves da oclusão normal: relação dos molares, angulação das coroas (angulação mesio distal, inclinação vestíbulo lingual), áreas de contato interproximais, conformação dos arcos dentais, ausência de rotações dentais e curva de spee.¹
3.2. Ortodontia preventiva e Interceptativa
A ortodontia preventiva visa preservar um adequado desenvolvimento da oclusão ou ainda minimizar possíveis alterações dento-esqueleticas, evitando assim a necessidade do aparelho fixo e extrações de dentes permanentes. 11
Algumas das causas que a ortodontia preventiva pode interferir é: sucção de dedo ou chupeta; dicção em que a língua empurra os dentes durante a fala; ou problemas respiratórios forçando a criança a respirar pela boca.
Nessa fase a colaboração dos responsáveis é de extrema importância para o sucesso do tratamento, uma vez que será preciso remover hábitos ou procurar especialistas.
Segundo o autor (Mc Donald, Avery 1995) a principal técnica da ortodontia preventiva é a manutenção do espaço, utilizando o mantenedor de espaço quando ocorre a perda precoce do dente decíduo, pois o que mantem o dente no correto posicionamento na arcada dentária é o resultado da ação das forças mesial e distal, assim como no sentido oclusal e cervical. Quando ocorre essa perda precoce, os dentes adjacentes e antagonistas tendem a deslocar-se, causando assim a falta de espaço no arco dentário. 12
Dentre as causas mais recorrentes de mal oclusão está a sucção de dedo ou chupeta. Nesse contexto foi pesquisado que esse habito até os 3 ou 4 anos consiste em um mecanismo de suprimento emocional, já que ela é desenvolvida na amamentação, e que não deve sofrer interferências. Contudo a instalação da mal oclusão não depende apenas do costume e sim da duração, frequência e intensidade com que o habito é realizado. 5
Outro estudo evidenciou a sucção como a pratica mais danosa para oclusão e ossos maxilares, por isso deve-se remover o mais precoce possível. Entende-se que muitas vezes o habito de chupar o dedo ou chupeta torna-se um costume por conta de um trauma, ansiedade, frustração ou falta de algo na vida da criança, então, deve-se trabalhar de onde vem a origem do problema que a leva ao hábito para que ela não supra o problema dessa forma. 13
A ortodontia interceptativa consiste em interceptar uma situação anormal já existente, de modo a devolver a oclusão normal. 10
Além disso, também é importante para a preservação do espaço para erupção dos dentes permanentes, para correção da mordida aberta, mordida profunda ou mordida cruzada. 16
A perda precoce de dentes decíduos é bastante frequente e a identificação precoce é muito importante em virtude das possíveis consequências na oclusão quando nenhuma intervenção é realizada. Com a perda precoce dos dentes, pode ocorrer a migração dos dentes adjacentes, extrusão do dente antagonista, diminuindo ou fechando o espaço original. Por isso é necessário a intervenção do ortodontista para fazer a instalação de um dispositivo, chamado mantenedor de espaço, para evitar a movimentação dos outros dentes, dando condição para que a oclusão se desenvolva normalmente. 1
Quando essa perda ocorre nos dentes anteriores, propicia a instalação do habito de deglutição com interposição lingual anterior, queratinização do tecido gengival, retardando a erupção dos permanentes. 28
Para tratar problemas de oclusão precocemente diagnosticado a ortodontia Interceptativa intercede através de aparelhos para fazer a correção do mau desenvolvimento. 8
3.2.1. Aparelhos usados na ortodontia preventiva
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Mantenedor de espaço
São aparelhos usados na ortodontia preventiva e Interceptativa para preservar o espaço no arco dentário deixado pela perda precoce de um ou mais dentes decíduos. Os mantenedores podem ser fixo ou removíveis.
A função desse dispositivo é manter o espaço requerido; prevenir a extrusão do dente antagonista; não inibir o crescimento e desenvolvimento; não interferir na língua. 22
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Banda Alça
É um mantenedor de espaço fixo, indicado quando o espaço a ser mantido não for muito extenso, com apenas um dente de suporte. São utilizados em casos de perda precoce de primeiros e segundos molares decíduos. Uma das vantagens citadas para esse dispositivo é de ser de fácil confecção, ajustar-se facilmente às mudanças da dentição e não depende da cooperação do paciente. Dentre as desvantagens, esse tipo de mantenedor não evita a extrusão do dente antagonista e não restabelece a função mastigatória.12
Aparelho Banda Alça
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Coroa e alça
Este aparelho está apropriado em caso de ausência do primeiro molar decíduo, tanto superior como inferior, quando a coroa do dente pilar necessita de reconstrução extensa ou o dente apresenta tratamento pulpar, existindo a indicação de coroa metálica no mesmo.25 As vantagens e desvantagens são as mesmas do mantenedor banda-alça, porem exige o preparo do dente suporte.33
Aparelho Coroa e Alça
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Botão de Nance ou Barra Transpalatina
É um mantenedor fixo, utilizado para perdas dentárias múltiplas e/ou bilaterais de elementos decíduos. Ele preserva o espaço deixado pela perda precoce de mais um dente decíduo, ou preserva o espaço livre de Nance disponível no final da dentição mista. As vantagens são que não precisa da colaboração do paciente, é estético e não interfere em funções como deglutição e fonação.13
Aparelho Botão de Nance
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Distal-shoe
Trata-se de um mantenedor um pouco mais complexo pelo fato da extremidade do metal ser normalmente inserida na linha da gengiva evitando que o espaço se feche. É usado para manter o espaço do segundo molar decíduo perdido precocemente, antes da erupção do primeiro molar permanente e com a presença do primeiro molar decíduo. As principais desvantagens desse tipo de aparelho são: confecção trabalhosa, não impede a extrusão do antagonista, pode provocar uma irritação gengival ou óssea e exige um rígido controle radiográfico para evitar que qualquer alteração na guia de erupção venha mudar a posição do dente permanente.33
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Mantenedor de espaço removível
É um dispositivo indicado para perdas precoces anteriores e/ou posteriores, uni ou bilaterais. Esse tipo de aparelho precisa ser realizado para pacientes colaboradores, uma vez que o sucesso do procedimento só será cumprido com a colaboração do mesmo. As vantagens são que restaura a oclusão funcional e estética, permite o reembasamento, evita a extrusão dos dentes antagonistas e é de fácil confecção.12
Mantenedor removível com dentes artificiais
3.2.2. Aparelhos usados na Ortodontia Interceptativa
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Aparelho removível com molas
Tem a finalidade de efetuar o descruzamento unitário dos dentes, através de movimentos no sentido vestíbulo lingual. Também se trata de um aparelho que necessita da colaboração do paciente, como foi dito anteriormente. O uso deve ser continuo, removendo apenas durante as refeições e higienização.12
Aparelho removível com mola digital
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Placa de Hawley e Placa de Hawley com torno expansor
A placa de Hawley com torno expansor está indicada para o aumento transversal da arcada dental, protrusão dos incisivos e correção das mordidas cruzadas anterior e posterior. Já a placa de Hawley é comum utilizar-se na retenção das novas posições dentarias logo após a terapia ortodôntica ativa ser completa. 33
Placa de Hawley Placa de Hawley com torno expansor
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Grade palatina
A grade palatina são aparelhos usados para remoção de hábitos bucais deletérios, como a sucção, interposição da língua, consequentemente mordida aberta anterior. Esse aparelho pode ser fixo ou removível. A principal vantagem do fixo é pelo fato do uso em tempo integral, não dependendo da colaboração do paciente, sendo assim geralmente um tratamento mais eficaz. 21
Grade palatina removível
Grade palatina fixa
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Placa Labio Ativa (PLA) ou Lip Bumper
A função desse dispositivo consiste em impedir o pressionamento incorreto do lábio durante a deglutição, além de liberar a tonicidade tanto do lábio como do músculo do mento.8 Na ortodontia interceptadora a PLA também pode ser usada como recuperador de espaço dos primeiros molares inferiores permanentes quando estes se inclinam para mesial.5
Placa Labio Ativa (PLA)
- Quadrihélice
É um aparelho fixo usado para expandir o arco superior, ocorrendo a vestibularização dos dentes e processos alveolares, corrigindo mordida cruzada posterior dentoalveolar, unilateral ou bilateral. Nesse aparelho são incorporador quatro helicoides em sua confecção, podendo escolher qual helicoide se deseja ativar, exercendo mais controle sobre a movimentação.22
Aparelho Quadrihélice
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Disjuntores
São aparelhos ortopédicos utilizados para realizar o afastamento da sutura médio palatina, expandindo muito rapidamente e o espaço criado na linha mediana fecha com a reposição de osso. Deve-se optar pela expansão rápida da maxila, para atresias esqueléticas. Suas indicações são: mordidas cruzada posterior uni ou bilaterias, atresias maxilares, falta de espaço no arco maxilar e fissuras labiopalatinas.23
Disjuntor palatino Haas
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Placa de Schwarz
A placa de Schuwarz é um aparelho expansor para o arco inferior. São placas dentomucosuportadas, com retenção mecânica, utilizando-se de um parafuso expansor para aplicação das forças. Esse dispositivo ocorre o aumento das dimensões transversais do arco dentário tanto na região posterior, quanto na região anterior. As indicações são: mordida cruzada unilaterais, mordidas cruzadas posteriores bilaterais com inclinação lingual dos dentes. As desvantagens são: pacientes portadores de cistos, tumores e dentes supranumerários, e em mordida cruzada posterior com inclinação vestibular.8
Aparelho de Schwarz
3.3. Vantagens e desvantagens da ortodontia preventiva e Interceptativa
- Vantagens
O tratamento precoce minimiza ou elimina a necessidade de uma medida corretiva na dentadura permanente. A essência desse tratamento implica no aproveitamento do crescimento dos pacientes jovens para favorecer a correção das deformidades dentoesqueléticas. Na dentadura permanente, a insignificância ou nenhuma quantidade de crescimento residual, limitam as ações de tratamento. Além disso, se o tratamento corretivo for necessário, consumirá um período de tempo menor, uma vez que, por ter tido a primeira fase, a quantidade de movimentação dentária requisitada, será menor. 5
Diminuição da necessidade de uma cirurgia ortognática. Em casos de classe II e classe III por deficiência maxilar e de atresias esqueléticas da maxila, quando existiu um tratamento precoce, há possibilidade de descartar a necessidade de uma cirurgia corretiva, quando o paciente passa da fase de crescimento. As vantagens são indiscutíveis não só pelo aspecto financeiro e do risco cirúrgico, mas também, ao aspecto emocional do paciente. Passar pela fase da adolescência com uma deformidade facial à espera da maturação esquelética para a realização da cirurgia ortognática, implica em incômodos psicológicos ao paciente.29
Redução no número de casos com indicação para extração dentária de dentes permanentes. Muitas vezes, na dentadura permanente, o tratamento compensatório de classe II e classe III esqueléticas, necessita de extração dentária de pré-molares superiores e inferiores, respectivamente, para possibilitar a normalização da relação interarcos e do transpasse horizontal e vertical entre os incisivos. Então, o tratamento precoce, agindo na origem do problema que consiste na relação ântero-posterior alterada entre a maxila e a mandíbula, eliminará a necessidade de extrações dentária.29
Diminuição na vulnerabilidade a fratura dos incisivos superiores a fraturas e traumas. Quando mantida durante toda a infância, a má oclusão de classe II divisão 1, protrusão do incisivos superiores, possui maior chances de fraturas e traumas em acidentes e quedas.31
Maior cooperação dos pacientes. Foi constatado que os pacientes mais jovens colaboram e são mais atenciosos do que maioria dos mais velhos que estão passando pela fase da puberdade, principalmente em relação ao uso dos aparelhos extrabucais.21
Benefícios Psicológicos. A estética facial implica significativamente na socialização do ser humano. Pesquisas revelaram que aos 6 anos de idade, a criança já incuteia valores culturais a atratividade física. Aos 8 anos, seus critérios de atratividade podem ser equiparados a de um adulto. Crianças mais belas são mais sociáveis, mais aceitas pelos seus colegas e ainda são consideradas mais inteligentes, o que esta diretamente ligado ao desenvolvimento da auto-estima. Diante disso, é notável a importância do tratamento precoce para a contribuição da auto-imagem da criança em desenvolvimento.30
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Desvantagens
Dificuldade de prever o rumo do processo de desenvolvimento craniofacial. O tratamento precoce requer do ortodontista uma previsão da morfologia da dentadura permanente, tendo base a dentadura decídua ou mista. Isso requer conhecimento sobre o desenvolvimento da face e da dentição, da pluraridade de eventos genéticos e ambientais que interferem todo o desenvolvimento. Então, a falta de conhecimento, ou a dúvida sobre o andamento do tratamento, pode acabar inibindo o ortodontista de realizar um tratamento precoce.32
Dificuldade no domínio ortopédico dentofacial, quando comparado a biomecânica de movimentação dentária. Os efeitos dos aparelhos ortopédicos baseiam-se na resposta biológica do paciente, já os tradicionais com bráquetes que são usados na dentadura permanente, possibilitam o controle tridimensional do movimento dentário, dando assim, maior domínio aos profissionais pela exatidão matemática.
Maior período cronológico do tratamento. MOYERS, RIOLO diz que o tempo de trabalho do ortodontista é contado de acordo com o tempo que o paciente leva na cadeira do dentista, e não pelo período cronológico do início ao término do tratamento. Então a ortodontia em duas fases, possui menos horas clínicas mas um maior tempo cronológico.21
4. DISCUSSÃO
Angle(1899), classificou a maloclusão em relação aos primeiros molares permanentes. Ele dividiu-a em três classes, classe I, classe II e classe III. Sendo a classe dois, separada em divisão 1, e divisão 2. E a classe III, onde se leva em consideração as divisões 1 e 2 e se acrescenta subdivisão direita e esquerda. Já Lisher(1912) acresecentou o sufixo “versão” à posição em que o dente ocupa na arcada. Porém Simon(1922) relacionou os arcos dentários, com três planos anatômicos: plano de frankfurt, plano sagital mediano e plano orbitário. Dando assim, uma visão tridiemensional a maloclusão. No plano orbitário, utiliza-se como referência a protração e retração, no plano sagital mediano, utiliza-se a contração e distração e no plano de frankfurt, a atração e abstração. No entanto Andrews(1972) apresentou as seis chaves da oclusão normal. Relação dos molares, angulação das coroas, áreas de contato interproximais, conformação dos arcos dentais, ausência de rotações dentais e curva de spee. Mas a classificação dada por Angle é a mais utilizada e compreendida entre os dentistas até os dias atuais.
Mc Donald(1995) relatou que a principal técnica da ortodontia preventiva é a manutenção de espaço, utilizando o mantenedor de espaço quando ocorre a perda precoce de dente decíduo. Já Janson (2013) disse que com a perda precoce dos dentes, pode ocorrer migração dos dentes adjacentes, extrusão do dente antagonista, diminuindo ou fechando o espaço original. Por isso é necessário a intervenção do ortodontista para fazer a instalação de um dispositivo chamado mantenedor de espaço.
Almeida(1999) evidenciou que o hábito de sucção de dedo ou chupeta até 3 ou 4 anos não deve sofrer interferências já que consiste em mecanismo de suprimento emocional pois ela e desenvolvida na amamentação. Por outro lado, Aguiar, Patussi, Areal, Bosco(2005) pesquisaram que é a prática mais danosa para oclusão e ossos maxilares, por isso deve-se remover o hábito mais precoce possível, por mais que o hábito de chupar dedo ou chupeta seja um costume por conta de um trauma, ansiedade, frustração ou falta de algo na vida da criança. Deve-se estudar de onde vem a origem do problema para que ela não supra ele por meio de chupeta ou dedo.
Janson(2013) afirmou que a perda precoce do dentes decíduos pode gerar migração dos dentes adjacentes, extrusão dos dentes antagonista, que gera diminuição ou perda do espaço original. Graber et al.(2012) também afirmou que a função do mantedor de espaço é prevenir a extrusão do elemento antagonista e manter o espaço requerido.
5. CONCLUSÃO
Diante da revisão realizada conclui-se que a ortodontia preventiva e/ou Interceptativa é de suma importância uma vez que ocorrendo esse tratamento precocemente pode eliminar ou diminuir uma necessidade futura de um tratamento corretivo.
De acordo com a revisão de literatura consultada enumeramos os diversos dispositivos ortodônticos preventivos e interceptativos com suas devidas indicações, vantagens e desvantagens, acreditando poder contribuir no sentido de enfatizar a atenção precoce em relação a oclusão do paciente jovem desde da dentição decídua passando pela mista, realçando a sua importância na Ortodontia visando uma melhora do desenvolvimento dessa oclusão precocemente a fim de minimizar as consequências que podem acarretar quando o paciente completar sua dentição permanente, podendo assim até eliminar uma segunda fase; a ortodontia corretiva. Para que esse objetivo seja atingido é necessário a utilização de protocolos de revisões regulares com o profissional de Ortodontia para se ter controle do paciente e se preciso for, atuar no momento oportuno.
6. REFERÊNCIAS
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11 Zere E, Chaudhari PK, Sharan J, et al. Developing Class III malocclusions: challenges and solutions. Clin Cosmet Investig Dent. 2018;10:99-116
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34 Oliveira, M. N. Placas de Hawley com tornos expansores. 2009 Trabalho de conclusão de curso (Técnico). São José do Rio Preto.
Por Luciana Alex Pereira Peçanha e Mariana Luisa Cardozo Verdini de Carvalho
Publicado por: Luciana Alex Pereira Peçanha
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