Análise e implantação de Bitcoin
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1. RESUMO
Este trabalho é resultado de um estudo a respeito da criptomoeda Bitcoin, uma moeda digital que surgiu como meio alternativo de pagamentos de bens e serviços atuais. Tem o objetivo de examinar a moeda digital como possível meio de pagamento, comparando-o com a moeda tradicional. Foi realizado um questionário com empresas associadas a ACISJO – Associação Comercial e Industrial do município de São João do Oeste – Santa Catarina, com a intenção de saber quantas dessas empresas trabalham com comércio eletrônico, quantas conhecem o Bitcoin, e quais dessas teriam a possiblidade de utilizar a criptomoeda em suas empresas como meio alternativo de pagamento.
Palavras-chave: Bitcoin. Criptomoeda. Comércio Eletrônico.
2. INTRODUÇÃO
Ao longo do tempo, o ser humano vem desenvolvendo novas tecnologias, e junto com o desenvolvimento das relações entre humano e trabalho, mudou-se a forma de troca e obtenção de mercadorias.
Com o avanço tecnológico e com a chegada da internet, foram surgindo as moedas virtuais, onde o mercado financeiro sofreu um processo de digitalização, e grande parte das movimentações financeiras começou a se passar no meio virtual, inclusive por meio das criptomoedas.
Essas criptomoedas surgiram como forma de troca digital por bens e serviços, desmaterializado e descentralizado, sem o controle do Estado ou de uma organização financeira. A partir disso, surge o termo Bitcoin, o qual vem sendo muito falado nos dias atuais. A moeda Bitcoin é a primeira implementação de um conceito chamado "criptomoeda". Conceito que foi descrito pela primeira vez em 1998 por Wei Dai, onde sua ideia sugeria que uma nova forma de dinheiro que use a criptografia para controlar sua obtenção e as transações (BITCOINBRASIL, 2018).
O Bitcoin foi criado para agilizar os pagamentos digitais sem a necessidade de um intermediário. A moeda Bitcoin funciona como um arquivo de computador, onde pode-se enviar um valor em Bitcoins para alguém apenas anexando o arquivo em um e-mail e enviar, sem causar problemas de “gasto duplo” devido a interface P2P do sistema Bitcoin (ULRICH, 2014).
O impacto da tecnologia fez com que as empresas modificassem a sua forma de atuar no mercado, e a utilização de moedas eletrônicas modificou a forma como as empresas fazem o recebimento de valores, por sua vez, as moedas digitais descentralizadas, novamente criam uma alteração no modo de operação, tanto dos governos, que perdem o controle direto sobre os valores financeiros, mas principalmente pelas empresas que precisam de meios diferenciados de receber e pagar pelos produtos vendidos ou comprados. Assim como Mayer (2014) diz:
Transações instantâneas, sem estornos (comerciantes vão gostar disso), sem contas congeladas (vide Paypal), sem taxas para transferências internacionais, sem taxas de nenhuma espécie, sem saldo mínimo, sem saldo máximo, acesso mundial, sempre aberto, sem ter que esperar por horário comercial para fazer transações, sem ter que esperar que sua conta seja aberta para fazer transações, abrir uma conta em poucos segundos, tão fácil quanto um email, sem necessidade de conta bancária, pessoas extremamente pobres podem usar, pessoas extremamente ricas podem usar, sem processo de impressão, sem inflação, sem resgates bancários, completamente voluntário. Isso parece o melhor sistema de pagamentos do mundo! (MAYER, 2014)
Entender os mecanismos envolvidos no processo, torna-se vital para poder proporcionar a uma empresa regional o acesso a este meio de recebimento, vinculando-se a teoria com a prática.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para entender o Bitcoin e seu fenômeno, deve-se saber que ela permeia diversas áreas de tecnologia e variados campos de conhecimento humano, abrangendo futuros campos inexplorados como a computação quântica, sendo uma moeda sem o lastro de um Banco Central, com seu valor dado através do mercado aberto, tendo uma moeda de valor variável da mesma forma que uma ação no mercado de valores (SCARINCI, 2015).
De acordo com Ulrich (2014), a moeda é descentralizada, isto é, não existe o intermediário de governos, bancos ou outras instituições. Mas isso não quer dizer que a moeda não pode ser regulamentada. Os governos e bancos podem influenciar no comportamento de uma moeda em relação a outra, valorizando ou as desvalorizando. Porém, isso não acontece com o Bitcoin, pois o valor da moeda depende de sua adoção, sendo assim, quanto mais pessoas usarem a moeda, mais ela tende a valorizar.
Em suma, Ulrich (2014) retrata como a internet e o e-mail revolucionaram a comunicação, o que antes necessitava de intermediários para enviar a mensagem, hoje se faz em segundos. Do mesmo modo o Bitcoin faz com o dinheiro, onde se pode transferir fundos de A para B em qualquer parte do mundo sem precisar confiar em um terceiro para essa simples tarefa. Em poucas palavras, o Bitcoin é uma forma de dinheiro, assim como o Real, o Dólar ou o Euro, com a diferença de ser puramente digital e não ser emitido por nenhum governo. O seu valor é determinado livremente pelos indivíduos no mercado. Para pagamentos online, é a forma ideal de pagamento, pois é rápido, barato e seguro, sem quebra de sigilos por roubo de informações.
A moeda Bitcoin surgiu no ano de 2008, por meio de um artigo postado por Satoshi Nakamoto (pseudônimo de uma ou várias pessoas, onde seu nome nunca foi revelado) em uma lista de discussões sobre criptomoedas. Esse artigo descrevia o que viria a ser a nova moeda, essa uma versão ponto-a-ponto de dinheiro virtual que iria permitir pagamentos on-line serem feitos diretamente entre pessoas ou entidades, sem precisar de intermediário (FERNANDES, 2017).
Como tudo que acontece com o Bitcoin é registrado, sabe-se quando a moeda foi criada. Scarinci (2015, p. 28) diz:
O dia exato do nascimento do Bitcoin, no entanto, é o dia 03 de janeiro de 2009, quando foi feita a primeira transação por meio do sistema, acompanhada de uma mensagem que fazia alusão a uma manchete do jornal britânico The Times daquele mesmo dia. A manchete dizia “THE TIMES 03/JAN/2009 CHANCELOR ON BRINK OF SECOND BAILOUT FOR BANKS” uma clara crítica do criador do Bitcoin ao sistema financeiro internacional vigente. Poucos dias depois foi disponibilizado abertamente o para download o cliente Bitcoin v01 para que indivíduos do mundo inteiro tivessem acesso ao universo Bitcoin (SCARINCI, 2015, p. 28).
Existe uma história muito conhecida pelas pessoas envolvidas no meio das criptomoedas, mais específicos ainda no Bitcoin, que no ano de 2010, ano em que se realizou a sua primeira operação, um programador do estado da Flórida, nos Estados Unidos, chamado Laszlo Hanyecz comprou uma pizza com dez mil Bitcoins, que ele havia minerado de alguém não identificado. A transação foi efetuada com sucesso, realizando-se assim a primeira transação de Bitcoins por algo concreto (SANTOS, 2017).
Conforme Sakamoto (2009), o próprio software de Bitcoin (e seu protocolo) delimita e controla a quantidade de Bitcoin oferecidas como recompensas pelo processo de cálculo (a quebra de “Blockchains”), dessa forma, todo o meio de extração e produção e expansão da rede é previsível e conhecido antecipadamente pelo usuário, isso evita a inflação e não pode ser manipulada nem haver uma alteração na distribuição de renda entre os usuários. A quantidade varia em relação à complexidade do blockchain e consequentemente o gasto de potência do computador. A qualquer momento, qualquer usuário pode saber quantos Bitcoins ele mesmo possui, mas também quantos Bitcoins existem no total distribuído no mundo, segundo seus criadores, somente 21 milhões de Bitcoins podem ser produzidos, o que após isso se torna uma quantidade fixa de moedas, sendo renumeradas apenas as já existentes através do uso do poder computacional do usuário, ou seja, a sua carteira de Bitcoin renderia pequenas frações de juros do valor acumulado para si através de novamente o empréstimo do computador como uma fatia do datacenter da rede.
No âmbito da moeda virtual Bitcoin, o Blockchain é uma estrutura de dados que representa uma entrada de contabilidade financeira ou um registro de uma transação. É uma plataforma digital que processa informações confidenciais (PRADO, 2017).
Bitcoin.org (2018) resume isso em sua introdução ao Bitcoin:
O blockchain é um livro público compartilhado no qual toda a rede Bitcoin depende. Todas as transações confirmadas são incluídas na cadeia de blocos. Dessa forma, as carteiras de Bitcoin podem calcular seu saldo disponível e novas transações podem ser verificadas como sendo bitcoins que são realmente de propriedade do remetente. A integridade e a ordem cronológica da cadeia de blocos são aplicadas com criptografia (BITCOIN.ORG, 2018).
Assim sendo, o Blockchain permite que duas ou mais pessoas, negociem suas propriedades digitais sem o risco de fraude e sem interferência de outros meios.
O Blockchain foi projetado para tornar as transações seguras e confiáveis. É como se fosse um banco de dados compartilhado em vários computadores, executando o mesmo software. Todos os dados do sistema utilizam criptomoeda, sendo assim, apenas computadores aptos a isso conseguem fazer parte dele. Para isso é necessário um alto poder computacional, consome muita energia elétrica e precisa de placas de vídeo potentes. Só estes computadores podem adicionar ou editar dados no sistema Blockchain (PRADO, 2017).
O valor de mercado da moeda, está diretamente relacionado à oferta e demanda, sendo assim, ninguém consegue saber se ela vai valorizar muito mais ou se já chegou ao seu limite, também não dá para saber se o seu valor vai cair nos próximos meses ou anos.
De acordo com Bitcoin.org (2018), é possível obter Bitcoins de algumas maneiras, onde ela pode ser obtida por meio do processo dito “primário” de geração do Bitcoin, denominado processo de mineração. A moeda também pode ser adquirida por meio de casas de câmbio de Bitcoin, e também, por meio de pagamentos pela moeda por bens e serviços prestados. Para a obtenção da moeda nas casas de câmbio, haverá a troca do dinheiro tradicional pela moeda Bitcoin.
O software do Bitcoin é Open Source, isso quer dizer que ele pode ser analisado e validado por qualquer um que quiser. Quem garante as transações são aqueles que estão dentro da rede blockchain do Bitcoin (BITCOIN.ORG, 2018).
Os dados a seguir fazem um comparativo entre os anos de 2014 à 2018, mostrando quantas empresas utilizam a criptomoeda Bitcoin em cada estado do Brasil, e consequentemente, o total de empresas a utilizando no país, conforme tabela 1:
Tabela 1: Empresas que utilizam o Bitcoin no Brasil
Estado |
Quantidade 2014 |
Quantidade 2018 |
Acre Amazonas Roraima Amapá Pará Maranhão Piauí Ceará Rio Grande do Norte Paraíba Pernambuco Alagoas Sergipe Bahia Tocantins Goiás Mato Grosso Mato Grosso do Sul Rondônia Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro São Paulo Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul |
0 1 0 0 1 1 0 1 9 0 1 0 0 2 0 6 1 1 1 2 1 9 29 6 12 5 |
33 5 4 1 13 9 6 20 11 8 36 1 64 18 2 33 2 7 4 57 7 58 164 45 45 75 |
Total | 89 | 728 |
Fonte: Adaptado de coinmap.org (2014); Adaptado de coinmap.org(2018).
São Paulo, acompanhado de Rio Grande do Sul e Sergipe são os estados que lideram com maior número de empresas utilizando o Bitcoin. Na região norte do país, é onde se concentram a menor quantidade de empresas à utilizar a criptomoeda. Já no sul do país, existe um grande número de empresas que utilizam o Bitcoin como forma de pagamentos em suas empresas. O crescimento do número de empresas que utilizam a criptomoeda é bastante expressivo entre os anos de 2014 à 2018. A região sul do país, em 2014, tinha 23 empresas utilizando a moeda, já no ano de 2018, 165 empresas utilizam a moeda, o que equivale a 22.66% do total das empresas que utilizam o Bitcoin no país.
4. PESQUISA
Foi realizada uma pesquisa de campo, via entrevista, no qual foi feito contato com proprietários de 20 empresas do município de São João do Oeste - Santa Catarina, associadas à ACISJO - Associação Comercial e Industrial de São João do Oeste, com a intenção de saber quantas das empresas do município lidam com o comércio eletrônico, quantas delas conhecem a criptomoeda Bitcoin, e qual a possibilidade de utilização do mesmo como forma de pagamentos para bens e serviços. A pesquisa foi realizada partindo de três perguntas:
-
1 - A empresa utiliza o comércio eletrônico?
-
2 - A empresa conhece a criptomoeda Bitcoin?
-
3 - Qual seria a possibilidade da empresa adotar a moeda Bitcoin como forma de pagamentos de bens e serviços?
A análise dos dados foram de modo quantitativo, envolvendo a média de respostas das empresas. Esses dados foram tabulados, e foram construídos os gráficos para descrever as tabelas.
A implantação da moeda em empresa do município, se deu após a pesquisa realizada. As empresas que responderam como dispostas e com possibilidade de adotar a moeda como forma de pagamento foram novamente consultadas. Assim, foi explicado todo o contexto envolvendo a Bitcoin, o que é, como funciona, como obtê-la, taxas envolvendo a sua transferência, e como seria realizado o processo de pagamentos entre clientes e empresas.
5. DESENVOLVIMENTO
Com o questionário realizado nas empresas associadas à ACISJO – Associação Comercial e Industrial de São João do Oeste, foi feito o levantamento dos dados de todas as respostas.
5.1. EMPRESAS QUE UTILIZAM O COMÉRCIO ELETRÔNICO
Os dados a seguir foram coletados via entrevista com os proprietários das empresas, para saber quantas delas utilizam o comércio eletrônico em suas empresas, ou seja, quantas delas realizam vendas online, por meio de sites, páginas, e-mails, redes sociais, etc.
Tabela 2: Empresas que utilizam o comércio eletrônico
Comércio Eletrônico |
Quantidade |
% |
Sim |
13 |
65 |
Não |
7 |
35 |
Fonte: O autor (2018).
Gráfico 1: Empresas que utilizam o comércio eletrônico
Fonte: O autor (2018).
5.2. EMPRESAS QUE CONHECEM BITCOIN
Esta questão foi formulada para saber quantos proprietários das empresas conhecem a criptomoeda Bitcoin.
Tabela 3: Empresas que conhecem o Bitcoin
Conhecem Bitcoin |
Quantidade |
% |
Sim |
14 |
70 |
Não |
6 |
30 |
Fonte: O autor (2018).
Gráfico 2: Empresas que conhecem o Bitcoin
Fonte: O autor (2018).
5.3. EMPRESAS QUE ADOTARIAM OU NÃO O BITCOIN
A partir deste questionário foram coletados dados para saber se as empresas adotariam o Bitcoin ou não como forma de pagamento por bens e serviços.
Tabela 4: Empresas que adotariam o Bitcoin como forma de pagamento
Adotariam Bitcoin |
Quantidade |
% |
Sim |
4 |
20 |
Não Não responderam |
14 2 |
70 10 |
Fonte: O autor (2018).
Gráfico 3: Empresas que adotariam o Bitcoin como forma de pagamento
Fonte: O autor (2018).
5.4. IMPLANTAÇÃO DO BITCOIN EM EMPRESA REGIONAL
Com o questionário realizado com as empresas da região do Extremo Oeste de Santa Catarina, associadas à ACISJO- Associação Comercial e Industrial de São João do Oeste, as empresas que responderam que estavam dispostas e com interesse em adotar o Bitcoin como forma de pagamento por bens e serviços foram novamente consultadas, realizou-se um estudo para verificar se a empresa estaria apta e disposta a utilizar a criptomoeda, se valeria a pena ou não sua utilização.
A empresa de nome Jadhaus – a casa da pesca, caça e camping, situada no centro do município de São João do Oeste, foi uma das empresas que responderam sim quanto a disponibilidade de utilizar a Bitcoin como forma de pagamentos. Foram realizados encontros com o proprietário, para explicar todo o contexto envolvendo a implementação da criptomoeda, como seria a sua implantação em si, sendo sanadas dúvidas quanto ao Bitcoin e como seriam feitos os pagamentos com a moeda. Foi também, criada uma carteira Bitcoin para a empresa em um site da moeda, chamado Mercado Bitcoin, o qual é um dos sites mais famosos e usados para utilização da moeda. Essa carteira foi usada para testes de uso e transferências, e se tornou a carteira virtual que a loja utiliza para os pagamentos de bens e serviços por meio da criptomoeda. Criou-se um cartaz, no qual informa que a loja aceita Bitcoins como meio alternativo de pagamento. Foi também, impresso o QR Code da carteira do proprietário, e anexada ao balcão da loja, permitindo assim, que possa ser realizado a transferência de Bitcoins entre carteiras da moeda, para meio alternativo de pagamento, por qualquer dispositivo móvel com acesso à Internet.
5.5. RESULTADOS
Percebeu-se que, mesmo com a grande evolução da tecnologia, muitas empresas ainda não utilizam o comércio eletrônico para a venda de mercadorias, e também para a divulgação de seus produtos e serviços. Com o questionário realizado junto as 20 empresas, constatou-se que 14 dessas empresas responderam sim quanto terem o conhecimento da criptomoeda, porém, a grande maioria delas apenas já ouviu falar a respeito, onde pouquíssimas possuem um conhecimento a mais sobre a moeda. Muitas das empresas que disseram não quanto a possibilidade de adotar a criptomoeda como forma de pagamento, se deve ao fato das mesmas não possuírem o conhecimento da moeda. Várias empresas também, por não utilizarem do comércio eletrônico, não se sentem seguras em começar a utilizar uma outra forma de pagamento para seus bens e serviços, ainda mais, sobre um meio não muito conhecido e não usado no município/região. Outras empresas não acham viável o uso da moeda para o seu tipo de negócio e de serviço prestado, onde também, algumas não acham viável pelo fato do município ser pequeno, não existindo um grande número de pessoas que conhecem e utilizam a moeda, resultando, num número muito pequeno de vendas com o Bitcoin, inviabilizando o seu uso.
O proprietário da empresa Jagdhaus, na qual foi implementada a criptomoeda como meio alternativo de pagamentos, alegou que muitas pessoas que vieram à loja, ficaram bastante interessadas e questionaram o que viria a ser o Bitcoin como meio alternativo de pagamento, onde a grande maioria das mesmas nunca tinham ouvido falar a respeito da moeda. Algumas já tinham o conhecimento do Bitcoin, mas não sabiam como era o seu funcionamento e uso. O proprietário também, afirmou que os clientes de mais idade, foram os que mais questionaram a respeito da criptomoeda, e foram os que mais ficaram surpreendidos de como a forma “tradicional” de pagamentos está sendo substituída por outros métodos mais tecnológicas e práticas.
Ainda não foi realizado nenhum pagamento por meio do Bitcoin na empresa, porém, o proprietário acredita que ao passar algum tempo, mais pessoas começariam a utilizar a moeda no município e região, possibilitando o aumento de chances de alguma delas vir a efetuar um pagamento por esse meio alternativo na empresa.
6. CONCLUSÃO
Este estudo trouxe como objetivo geral descrever e estudar o Bitcoin como meio alternativo de pagamentos de bens e serviços, e avaliar a viabilidade de sua utilização. É crescente o número de empresas que tem possibilitado o emprego da moeda digital como meio alternativo de pagamentos, seja em locais físicos, seja no e-commerce. Entretanto, notou-se que no quesito da aceitabilidade, no local do estudo, muitas das empresas ainda não se sentem seguras ou dispostas a utilizar outra forma de pagamento, diferente ao tradicional.
O Bitcoin como um meio de pagamento livre de custos e envolvimento de terceiros foi uma inovação no modo em que pensamos o pagamento, o mesmo se tornou possível através de meios digitais, com a distância ilimitada e sem possuir custos algum nas transferências entre as pessoas. Os custos propriamente ditos somente surgiriam na questão do câmbio para as moedas fiduciárias sendo que atualmente, com o aumento de lojas, principalmente as que atuam com comercio eletrônico, pode-se comprar o produto ou serviço sem se envolver com as taxas cambiais na troca de moedas.
O caminho que a moeda Bitcoin passou já é longo, por mais crédulos que muitos economistas possam ser sobre seu uso, ela em si é uma revolução que o próprio mercado e seus usuários compactuam, a criação descentralizada de uma moeda que pode e é utilizada, e a criação de uma commodity digital, um bem que existe somente em meios computacionais, sem lastro físico e com valor intrínseco.
Sobre o futuro do Bitcoin não se sabe se irá durar, mas as inúmeras vantagens que podem trazer muitos benefícios a sociedade, só que ainda existem barreiras, principalmente nos pequenos municípios, onde o seu conhecimento não é muito grande, e onde não existem muitas pessoas à utilizando.
Analysis and implementation of Bitcoin
Abstract
This work is the result of a study on the criptocoin Bitcoin, a digital currency that emerged as an alternative means of paying for current goods and services. It aims to examine the digital currency as a possible means of payment, comparing it with the traditional currency. A questionnaire was carried out with companies associated with ACISJO - Commercial and Industrial Association of the city of São João do Oeste - Santa Catarina, with the intention of knowing how many of these companies work with electronic commerce, how many know Bitcoin, and which ones would have the possibility of to use crypto in their companies as an alternative means of payment.
Keywords: Bitcoin. Cryptocoin. E-commerce.
7. REFERÊNCIAS
BITCOIN.ORG. Bitcoin Developer Guide. 2018. Disponível em: <https://bitcoin.org/en/developer-guide#block-chain-overview>. Acesso em: 08 maio 2018.
BITCOINBRASIL. O que é Bitcoin? 2018. Disponível em: <https://www.bitcoinbrasil.com.br/o-que-e-bitcoin/>. Acesso em: 13 maio 2018.
COINMAP.ORG. Coinmap. 2018. Dísponível em: <https://coinmap.org/>. Acesso em: 06 out. 2018.
FERNANDES, Victor. Afinal, como surgiu o Bitcoin? 2017. Disponível em: <https://universodasleis.com/afinal-como-surgiu-o-bitcoin/>. Acesso em: 11 maio 2018.
MAYER, Trace. Site oficial da Trace Mayer. Disponível em: < https://www.tracemayer.net/>. Acesso em: 12 mar. 2018.
NAKAMOTO, Satoshi. Bitcoin: a Peer-to-Peer Electronic Cash System, 2008. Disponível em: <https://bitcoin.org/bitcoin.pdf>. Acesso em: 16 set 2018.
PRADO, Jean. O que é blockchain: indo além do bitcoin. 2017. Disponível em: <https://tecnoblog.net/227293/como-funciona-blockchain-bitcoin/>. Acesso em: 12 maio 2018.
SANTOS, Tayrone. Você conhece o Bitcoin Pizza Day? 2017. Disponível em: <https://www.criptomoedasfacil.com/voce-conhece-o-bitcoin-pizza-day/>. Acesso em: 12 maio 2018.
SCARINCI, Filipe Drebes. A factibilidade do bitcoin enquanto moeda: um estudo acerca das criptomoedas. 2015. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/140444>. Acesso em: 19 maio 2018.
ULRICH, Fernando. Bitcoin a moeda na era digital. São Paulo: Instituto Ludwig Von Mises Brasil, 2014.
Matheus Endler Haas - Acadêmico do Curso de Ciência da Computação Unoesc - Campus de São Miguel do Oeste e Fábio Renner Mingori - Especialista em Ciência da Computação - Professor do Curso de Bacharelado em Ciência da Computação
Publicado por: Matheus Endler Haas
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