Sintomatologia de anorexia nervosa nos universitários da área da saúde de uma instituição de ensino superior de Conselheiro Lafaiete-MG
índice
- 1. Resumo
- 2. INTRODUÇÃO
- 3. OBJETIVOS
- 3.1 Objetivo geral
- 3.2 Objetivos Específicos
- 4. MÉTODOS
- 4.1 Delineamento do estudo
- 4.2 População estudada
- 4.3 Amostra
- 4.4 Procedimentos de coleta de dados
- 4.5 Análise dos dados
- 4.6 Aspectos éticos e legais
- 4.7 Retorno à População
- 5. REFERENCIAL TEÓRICO
- 5.1 Transtornos Alimentares: História e conceito dos transtornos alimentares
- 5.2 Imagem Corporal e transtornos alimentares
- 5.3 Anorexia Nervosa
- 6. RESULTADOS
- 7. Teste EAT-21
- 8. DISCUSSÃO
- 8.1 Teste EAT-21
- 8.2 Teste BSQ-34
- 9. CONCLUSÃO
- 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Monografias. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
1. Resumo
Introdução: A anorexia nervosa (AN) é caracterizada por transtorno psiquiátrico grave, acompanhado de grande e intencional perda de peso, distorção da imagem corporal e distúrbios endócrinos. É influenciada principalmente por fatores sociais, psicológicos, familiares e genéticos e ocorre predominantemente em mulheres jovens. Objetivo: Avaliar sintomas de AN e insatisfação com a imagem corporal (IC) em alunos dos cursos da área da saúde matriculados em uma instituição de ensino superior no segundo semestre de 2020. .Métodos: Foram aplicados os questionários EAT-26 e o BSQ-34 que avaliam sintomas de AN e nível de preocupação e insatisfação com a imagem corporal, respectivamente no formato online. Resultados: Participaram do estudo 27 estudantes de nutrição e 2 estudantes da biomedicina, sendo que 13,79% e 22,22% foram positivo para os testes EAT-26 e BSQ-34 Conclusão: Os estudantes do sexo feminino teve uma tendência maior de apresentar comportamento de risco para anorexia nervosa, com predominância no sexo feminino. Pretende-se buscar estratégias para conscientizar os estudantes do maior cuidado com a saúde.
Palavras-chaves: Comportamento alimentar; anorexia nervosa; bulimia nervosa; estudantes
2. INTRODUÇÃO
Na atualidade, nota-se que os transtornos alimentares (TA) vem se tornando cada vez mais visíveis e ocorrendo com frequência. Os índices de mortalidade que acompanham os TA têm sido quadros de importante problema de saúde pública como é o caso da anorexia nervosa (AN) (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2011).
A anorexia nervosa (AN) é um transtorno alimentar representada pela distorção da imagem corporal. O indivíduo que possui esse transtorno tem um medo intenso de engordar, por isso recusa constantemente qualquer alimento ofertado. Para perder peso, o indivíduo fica horas sem se alimentar faz o uso de inibidores de apetite, laxantes e diuréticos. Outro sinal importante a se destacar é que no sexo feminino ocorre a amenorreia e no sexo masculino a diminuição da libido (LASB et al.,2002).
AN tem complicações sérias que devem ser destacadas como a desnutrição, problemas cardiovasculares, desordem eletrolíticas, desordem na motilidade gastrintestinal, infertilidade, hipotermia e outras indícios de hipometabolismo (VILELA et al.,2004).
A pressão exercida pela mídia em relação ao corpo vem sendo construída e vendida nas últimas décadas com medidas inalcançáveis. O número de pessoas se manifestando com insatisfação corporal está cada vez maior, abstendo-se de alimentos considerados “engordativos” como carboidratos e utilizando métodos inapropriados para perda de peso (CONTRETAS; GRACIA;2011).
Diante do retratado, constata-se que o tratamento feito pelo nutricionista é essencial, pois os pacientes com esses transtornos possuem grandes alterações nutricionais, devido às inadequações intensas no consumo alimentar, além de diversas crenças sobre alimentação (LATTERZA et al., 2004).
3. OBJETIVOS
3.1. Objetivo geral
Avaliar sintomas de anorexia nervosa e insatisfação corporal em estudantes dos cursos de saúde da Instituição do Ensino Superior de Conselheiro Lafaiete, MG
3.2. Objetivos Específicos
-
Analisar os escores dos testes EAT e BSQ para avaliar sintomas de anorexia nervosa e insatisfação corporal, respectivamente nos universitários estratificado por curso e períodos.
-
Identificar através destes questionários a prevalência de anorexia nervosa ou insatisfação corporal nos estudantes da área da saúde.
-
Avaliar o nível de preocupação e da insatisfação com a imagem corporal entre os universitários de acordo com o curso, gênero e períodos matriculados
4. MÉTODOS
4.1. Delineamento do estudo
A presente pesquisa intitulada “ Sintomatologia de anorexia nervosa e insatisfação com a imagem corporal entre universitários dos cursos da área de saúde em uma instituição de ensino superior de Conselheiro Lafaiete” é um estudo transversal, quantitativo, do tipo exploratório de campo que faz parte de um projeto maior em andamento intitulado “ Uma análise dos efeitos da transição do ensino presencial para o ensino online em professores e estudantes de instituições de ensino de Minas Gerais” sob coordenação do professor MsC Lucas Rogério dos Reis Caldas em parceria com a professora Cristiane Vilas Boas Neves. Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética sob protocolo no 4.271.824. O intuito da presente pesquisa foi identificar sintomas de anorexia nervosa e ou\ insatisfação da imagem corporal em acadêmicos matriculados nos cursos da área da saúde em uma faculdade privada no interior de Minas Gerais.
4.2. População estudada
A população alvo dessa pesquisa foi composta por 122 estudantes matriculados no oitavo período do curso de Biomedicina e nos 3º ,4º , 6º e 8º períodos de Nutrição. Sendo assim, no curso de Nutrição foram convidados a participar o terceiro e quarto períodos (20 discentes), o sexto período (38 discentes) e o oitavo período de Nutrição ( 40 estudantes). Já no oitavo período de Biomedicina foram convidados a participar 24 estudantes matriculados em uma instituição de ensino superior do interior de Minas Gerais.
4.3. Amostra
A amostra por conveniência foi composta por discentes de ambos os sexos, matriculados nos cursos e períodos da área da saúde supracitados. A amostra foi integrada por um total de 29 alunos que aceitaram a participar e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) via online (APÊNDICE A).
4.4. Procedimentos de coleta de dados
A coleta de dados ocorreu por meio de questionário eletrônico, elaborado no Google Forms e enviado através de email e whatsapp aos participantes. O questionário enviado constituiu de duas partes: Parte 1 - Caracterização da amostra, Parte 2 - Comportamento Alimentar e percepção corporal.
O primeiro instrumento tem como objetivo a caracterização da amostra e avaliação da antropometria autorreferida pelo participante. Para isso foram elaboradas pelos autores, questões gerais onde constam dados pessoais, contendo 4 questões (ANEXO A).
Para realização do estudo foram utilizados dois questionários, o Eating Attitudes Test- EAT-26 e Body Shape Questionnaire - BSQ, os quais foram auto preenchidos.
O instrumento realizado para avaliar a possibilidade de desenvolvimento de transtornos alimentares é o EAT-26, traduzido e validado para o português (BIGHETTI, 2004). O questionário EAT-26 é um instrumento composto por 26 questões dirigidas à sintomatologia anoréxica, podendo variar de 0 a 78 pontos. Apresenta respostas em escala Likert, na qual a opção “sempre” vale 3 pontos, “muito frequentemente” 2 pontos, “frequentemente” 1 ponto e as demais não recebem pontuação (às vezes, raramente e nunca), com exceção da pergunta nº 25, que tem os valores invertidos (GARNER e, GARFINKEL, 1979) (ANEXO B).
A metodologia aplicada para a interpretação dos dados é realizada da seguinte forma: quando o número de respostas positivas for igual ou superior a 21 pontos, o resultado será classificado como EAT positivo (EAT+) e considerado indicador de risco para o desenvolvimento de um transtorno alimentar, e quando menor que 21 será classificado como EAT negativo (EAT-) para ausência de comportamentos alimentares anormais, como mostrado no quadro 1:
N˚ de respostas positivas |
Classificação |
≥ 21 |
EAT + (Positivo) |
< 21 |
EAT – (Negativo |
Quadro 1: Classificação de acordo com o somatório de pontos obtidos no questionário EAT-26. Garner e Garfinkel,1979.
Para mensurar os níveis de insatisfação e preocupação com o corpo utilizou-se o BSQ- 34 (COOPER et al.,1987) traduzido para o português e validado para universitários (ANEXO C), um método analítico que distingue duas características específicas da imagem corporal: a exatidão da estimativa do tamanho corporal e os sentimentos de percepção do corpo (insatisfação ou desvalorização da forma física). O teste BSQ 34 também é de auto preenchimento e as respostas para suas perguntas seguem a escala likert de 1 a 6, na qual a opção “sempre” vale 6 pontos, “muito frequentemente”, 5 pontos, “frequentemente” 4 pontos, “às vezes” 3 pontos, “raramente” 2 pontos e “nunca” 1 ponto. De acordo com a resposta marcada, o valor atribuído para a questão é somado.
O total de pontos obtidos no instrumento é a soma de cada resposta marcada e reflete os níveis de preocupação e o grau de insatisfação com a imagem corporal. Sua classificação é realizada pelo total de pontos obtidos no qual resultado menor ou igual a 80 pontos é aspecto para um padrão de normalidade. A pontuação entre 81 e 110 pontos é classificada como preocupação leve; entre 111 e 140, como preocupação moderada e acima de 140 pontos como preocupação grave com a imagem corporal, conforme pode ser visualizado no quadro 2, a seguir:
Pontuação |
Padrão |
≤ 80 |
Normalidade |
81-110 |
Preocupação leve |
111-140 |
Preocupação moderada |
>140 |
Preocupação grave |
Quadro 2: Pontuação e classificação padrão de acordo com o preenchimento do questionário BSQ- 34. COOPER et al., 1987.
Nesta avaliação, os participantes classificados com preocupação moderada e grave, ou seja, que somarem 111 pontos ou mais no BSQ foram classificados como insatisfeitos com a imagem corporal. Dessa forma, o resultado do BSQ foi categorizado em BSQ positivo (BSQ +) para insatisfação com a imagem corporal e BSQ negativo (BSQ -) para ausência de insatisfação, de acordo com o quadro 3.
Pontuação |
Padrão |
≥111 |
BSQ + (insatisfação corporal) |
<111 |
BSQ – (ausência de insatisfação) |
Quadro 3: Classificação final da imagem corporal de acordo com a pontuação obtida pelo preenchimento do questionário BSQ- 34. COOPER et al.,1987.
Os dados foram obtidos de forma online e o pesquisador recebeu o questionário respondido assim que cada participante finalizou suas respostas,sendo o questionário enviado aos acadêmicos em tempo real para ser preenchido de forma on-line. (ANEXO A, B e C).
4.5. Análise dos dados
Os dados foram tabulados utilizando o EXCEL e foram realizadas análises descritivas das variáveis, sendo assim, as medidas de frequência foram obtidas para as variáveis categóricas, e médias e desvio padrão para as variáveis numéricas. Adicionalmente, foi realizado teste estatístico qui-quadrado para avaliar diferença entre proporções. O nível de significância adotado será de p≤0,05. Todos os dados coletados serão analisados no Software STATA ® 13.0.
4.6. Aspectos éticos e legais
O presente projeto foi elaborado e desenvolvido seguindo as normas do Conselho Nacional em Saúde, contidas nas resoluções números 510/16 do Conselho Nacional de Saúde.
O estudo foi submetido a análise e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Faculdade Santa Rita – FaSaR, segundo parecer número e ao se desenvolver foram respeitadas as normas e orientações éticas para a realização de pesquisas no Brasil. Ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Faculdade Santa Rita foi inserido uma emenda ao referido projeto submetido em virtude da pandemia.
Os alunos matriculados nos cursos da área da saúde foram convidados a participarem do estudo através de um formulário online disponibilizado no e-mail da turma de cada período e nos grupos de WhatsApp através dos representantes de sala e ou coordenadores do curso no momento em que a pesquisadora forneceu as explicações sobre o objetivo e procedimentos para coleta de dados, solicitando o aceite online do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APENDICE A).
O material coletado foi de uso exclusivo do pesquisador, e utilizado apenas para fornecer dados para o estudo, sendo assegurada confidencialidade das informações obtidas. Os dados coletados não foram objeto de comercialização ou divulgação que possa causar danos aos participantes.
4.7. Retorno à População
Diante do retorno a população foi proposto um material em forma de cartaz (ANEXO D) sobre anorexia nervosa que contempla os riscos à saúde, a forma que o indivíduo se avalia e como se sente. Mostrando também que o nutricionista auxilia o paciente em todas as refeições. As metas para o tratamento nutricional envolvem o restabelecimento do peso, normalização do padrão alimentar e da percepção da fome e saciedade e correção da desnutrição. (APA, 2000).
O vínculo com o paciente é primordial, pois assim vai ganhando aos poucos a confiança do indivíduo . Vale ressaltar que deve atuar de forma flexível ,empática e colaborativa (ROCK;CURRAN, 1996).
5. REFERENCIAL TEÓRICO
5.1. Transtornos Alimentares: História e conceito dos transtornos alimentares
O final do século XX e início do século XXI foram épocas marcadas pelo culto ao corpo. Há uma busca pelo corpo magro sendo realizada de forma obsessiva, transformando-se assim um estilo de vida para muitas pessoas, principalmente para mulheres das classes médias.(CASTILLO, 2001). O preconceito com a obesidade é intenso, e a magreza é ligada à imagem feminina de sucesso, perfeição, poder, autocontrole e atração sexual (ANDRADE; BOSI, 2003).
A alimentação é uma das funções humanas fundamentais. O ato de comer é um acontecimento público, mas sua desordem em geral, é um ato secreto. Isso quer dizer que, com periodicidades, é difícil identificar as pessoas que são acometidas por algum tipo transtorno alimentar (JORGE; VITALLE,2008).
Os Transtornos Alimentares (TA) são patologias graves, que atingem principalmente, adolescentes e adultos do sexo feminino, podendo gerar consequências biológicas e psicológicas como morbidade e mortalidade elevada (FERREIRA JES, VEIGA GV,2010; BORGES; et al.,2006). Assim, precisam de uma atenção das políticas públicas de saúde, já que muitas pessoas acometidas por esses transtornos alimentares escondem a doença, evitando a ajuda profissional ou negando (SOUZA; et al, 2011).
Os primeiros relatos de mulheres com sintomas desse transtorno alimentar vêm desde a Idade Média, quando se acreditava que o não comer permitiria o acesso para o desenvolvimento espiritual, visível pela busca de um corpo sem carne, que se afastava do caminho do pecado. (WEINBERG; BERLINCK,2010).
O padrão estético atual é diferente do preconizado no início do século XX. Atualmente, o corpo magro, definido e musculoso, é visto como sinal de saúde, beleza e não como uma imagem de desnutrição, pobreza e até mesmo alguma doença infecciosa como vista antigamente. Este padrão imposto na sociedade acaba gerando no individuo sentimentos como: frustração, baixa autoestima, discriminação por não se enquadrar nesse padrão estético, assim levando ao isolamento social e aos transtornos alimentares. (SILVA et al.,2012).
Souto e Ferro-Bucher (2006) esclarecem que os transtornos alimentares podem ser influenciados por fatores pessoais, familiares e socioculturais, assim causando uma preocupação intensa não somente com o corpo, mas com o peso, e alimentos. Esses autores consideram a cultura um elemento importante na imagem corporal, visto que, ao decorrer dos séculos, os padrões de beleza foram mudando. A valorização da magreza e a pressão exercida da sociedade para emagrecer, juntamente com fatores biológicos, psicológicos e familiares, acabam levando a ter uma preocupação com o corpo e um medo excessivo de engordar.
Com isso, entende-se os transtornos alimentares são doenças graves, que provocam elevados índices de mortalidade, que levam a limitações, emocionais, físicas e sociais (ABREU; FILHO, 2005).
Os TA são doenças que requerem cautela e paciência pois o estado nutricional do indivíduo encontra-se na maioria das vezes bastante debilitado (CORDÁS;2004). Os transtornos alimentares são acometidos com mais frequência nas mulheres (90%) do que em homens (10%), conforme demonstrado no trabalho de revisão de Teixeira et al (2009) realizado com estudos nacionais e internacionais, que mostra à maneira como o indivíduo avalia sua imagem corporal (ANDRADE; SANTOS; 2009). Dentre todos os transtornos psiquiátricos, os transtornos alimentares podem levar a um maior risco de suicídio quando comparados a outros transtornos (CROW; et al., 2008).
5.2. Imagem Corporal e transtornos alimentares
Embora as preocupações com a imagem corporal não sejam um critério diagnóstico essencial para anorexia nervosa, modelos teóricos e diagnósticos e esquemas destacaram a importância de componentes distintos da imagem corporal na AN. (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2013).
Krauth et al (2002), afirmam que mesmo não sendo uma doença frequente ao ser comparadas a outras patologias, a AN e a BN deveriam ganhar um destaque maior no interesse social em função de ser um transtorno que geram altos custos financeiros para os sistemas de saúde e prejuízo na saúde da população, sobretudo nos adolescentes.
5.3. Anorexia Nervosa
A anorexia nervosa (AN) é um transtorno alimentar grave, sendo um dos que apresenta as mais elevadas taxas de letalidade entre todos os transtornos psiquiátricos (FRANKO et al., 2013). Caracterizada pela intensa perda de peso, por meio de uma restrição alimentar severa e estipulada e pela negação do paciente de seu estado nutricional. Além disso, essa condição é configurada pela influência inadequada do seu peso, que acaba afetando sua autoestima, pelo medo mórbido de ganhar peso ou tornar-se obeso e pela distorção de imagem corporal (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2013).
A primeira manifestação da anorexia nervosa é alteração e uma restrição dietética, seguida de longas horas de atividade física planejados para redução do peso e quase sempre, no começo são despercebidos pelos familiares. Com o avanço da restrição alimentar e a eliminação de alimentos associados ao ganho de peso como carboidratos e gorduras, o emagrecimento torna-se evidenciado e mais visível (NAKAMURA, 2004; NUNES, 1994). Pacientes com esse tipo de transtorno sentem constantemente sentimentos de angústia e abandono (VALDANHA et.al, 2014).
O quadro de anorexia nervosa comumente se inicia como se fosse uma dieta que parece ser equilibrada para perder alguns quilos em excesso, mas após alcançar seu peso ideal ou até mesmo um peso inferior, a pessoa realmente não consegue parar de fazer a dieta, que vai ficando cada vez mais rigorosa a ser seguida (PAULON, 2008), muitas vezes determinadas pelo receio de aumentar massa adiposa na região abdominal (PROBST et al, 2001).
Na maioria dos casos clínicos pacientes que possui anorexia nervosa raramente procuram tratamento espontaneamente. A maior parte dos tratamentos são realizados por intervenções familiares, e mesmo assim ,eles continuam negando a fornecer qualquer tipo de informação, tratando os profissionais com desconfiança, sendo vistos como pessoas que querem engordá-lo. A perda de peso para o anoréxico é considerada como uma grande conquista e sinal de autocontrole, ao contrário o ganho de peso é como um fracasso da autodisciplina, sendo inaceitável para eles (GASPAR, 2005; CABRERA, 2006).
5.3.1. Comportamento dos pacientes com anorexia nervosa
De modo geral os pacientes com AN apresentam ansiedade e perfeccionismo ao extremo e a incapacidade de se sentirem realizados e satisfeitos (CAMPOS; HAACK, 2012).
Ao oferecer qualquer tipo de alimento para esses pacientes, eles não recusam, porém escondem como se tivessem comido, deixando debaixo da cama, em fronhas, dentro do guarda-roupa, dentre outros (CASTILLO et al, 2004).
5.3.2. Tratamento da anorexia nervosa
Antes de começar o processo de realimentação em si ,é essencial realizar uma investigação global do paciente, vinculando uma avaliação clínica, nutricional e psicológica, incluindo também a situação familiar e social (WALSH, WHEAT, FREUND,2000; JAUREGUI, LOBERA,2012; SANTÉ, 2010). Isto permite estabelecer a gravidade e o tipo de abordagem terapêutica a praticar por parte da equipe clínica até a evolução do paciente (SANTÉ,2010).
O tratamento de AN se configura como uma tarefa bastante complexa (ARAÚJO; HENRIQUES,2011) e onerosa (ECONOMICS, 2012; WHITERFORD, et al.,2013), exigindo uma equipe mínima, composta por um médico psiquiatra, psicólogo e um nutricionista (AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS, 2003; FAIRBURN COOPER, 2007).
Os objetivos do tratamento nutricional na AN abrangem em retomar o peso de forma saudável, de normalizar os padrões alimentares e da percepção de fome e saciedade e da reparação das complicações causadas fisiológicas e psicológicas da desnutrição (SIQUEIRA, OLIVEIRA, CUNHA, 2012); (LATTERZA, et al 2004).
O primeiro objetivo do tratamento é a recuperar o estado nutricional do indivíduo, sendo comum os pacientes que se encontram com essa patologia sejam internados, pois já estão em um estado que correm risco de vida, assim internados o tratamento é feito com uma equipe multidisciplinar. Evidenciando que, se o paciente apresenta sinais severos de desnutrição é necessário o restabelecimento do peso com urgência, obrigando assim, o médico a interná-lo ou indicar alimentação enteral (CLAUDINO; ZANELLA, 2005).
A terapia cognitivo comportamental no tratamento de pacientes com AN, visa diminuir a restrição alimentar e distorção da imagem corporal, fazendo que o paciente recupere a auto estima, os padrões, alimentar e perca o medo de se alimentar, a terapia é feita pelo psicólogo e psiquiatra ( CARMO, PEREIRA,CÂ NDIDO,2014).
Pode ocorrer resistência no tratamento porque as pessoas que estão com AN não admitem estar doentes, pois consideram que faz parte do processo do emagrecimento. Em um momento o paciente consegue identificar as implicações negativas sobre a sua saúde, sobre sua vida e de pessoas próximas, assim gerando sentimento de perda de controle (WILLIAMNS; REID,2010).
Apesar dos progressos científicos no tratamento da AN, metade dos pacientes não se recuperam totalmente (MEGUERDITCHIAN, et al.,2009).
Diante disso, entende-se a AN como uma patologia de cunho psiquiátrico que possui maiores custos de tratamento devido aos gastos elevados associados à hospitalização e reabilitação nutricional em internamento (MITCHELLl, et al.,2009; STUHLDREHER et al., 2015).
5.3.3. Deficiência de vitaminas e alterações fisiológicas que ocorrem nos pacientes com anorexia nervosa
Moses et al (2014), mostra que a deficiência de zinco é a mais frequente em pacientes anoréxicos e a suplementação com zinco possibilita a maior ganho de peso e redução significativa dos transtornos como a ansiedade e depressão. Em relação ao mineral cálcio alguns estudos confirmam efeitos positivos da suplementação de 1.000 a 2.000 mg/dia na redução da osteopenia que é o início da perda da massa óssea (complicação comum decorrente em AN). Os pacientes diagnosticados com TAs, tem uma alta prevalência de possuir deficiências minerais, sendo assim devem ser rotineiramente acompanhados, tendo suas doses terapêuticas administradas conforme as necessidades individuais de cada paciente ao longo da terapia nutricional.
Sobre as alterações fisiológicas, ocorrem problemas no trato gastrointestinal como o atraso no esvaziamento gástrico, o que leva o paciente a ter distensão abdominal, constipação intestinal e desconforto abdominal (WALSH,WHEAT,FREUND,2000) ; (JAUREGUI, BOLANOS, 2012).
Devido à utilização excessiva das reservas de gordura corporal, é comum surgir dislipidemias e hipercolesterolemia (SIQUEIRA; OLIVEIRA;CUNHA, 2012).
5.3.4. O papel do nutricionista no tratamento de anorexia nervosa
O nutricionista auxilia o paciente em todas as refeições, estimulando e ajudando o paciente a consumir uma alimentação adequada e nutritiva com o aumento do balanço energético gradualmente. É necessário ajudar o doente a normalizar os seus hábitos alimentares, mudar sua concepção perante os alimentos e a forma como encaram a comida (SIQUEIRA, OLIVEIRA, CUNHA, 2012; LATTERZA, et al 2004).
O nutricionista deve trabalhar no ritmo que seu paciente possa acompanhar, com metas estabelecidas juntamente com o paciente, sendo assim as mudanças vão ser graduais e harmônicas não gerando sentimento de frustração e de incapacidade (ALVARENGA, SCAGLIUSI ,PHILIPPI,2011).
6. RESULTADOS
Dos acadêmicos matriculados nos cursos de saúde de uma instituição de ensino superior e convidados a participarem do estudo, responderam o formulário no formato online, e todas as informações utilizadas na presente pesquisa foram incluídos nessa análise. Destes, a maioria era do curso de Nutrição (93,10%), do oitavo período (55,17%) e do sexo feminino (89,66%). Sendo a maioria com idade inferior a 25 anos, conforme pode ser descrito na tabela 1.
Tabela 1: Caracterização da amostra de discentes dos cursos de Biomedicina e de Nutrição de uma instituição de ensino superior de Conselheiro Lafaiete, 2020.
Variável |
n |
% |
Curso |
|
|
Nutrição |
27 |
93,10% |
Biomedicina |
2 |
6,9% |
Períodos |
|
|
3º período |
1 |
3,75% |
4º período |
4 |
13,79% |
6º período |
8 |
27,59% |
8º período |
16 |
55,17% |
Sexo |
|
|
Feminino |
26 |
89,66 |
Masculino |
3 |
10,34 |
Idade |
|
|
26-36 anos |
4 |
13,79% |
31-35 anos |
2 |
6,9 % |
36- 40 anos |
1 |
3,45% |
Menos de 25 anos |
22 |
75,86% |
Adicionalmente, foram avaliadas as medidas antropométricas por meio de auto relato dos participantes. Em relação aos dados numéricos peso, altura e IMC médios 59,84 Kg, 1,64 m e 22,16 Kg/m², respectivamente conforme descrito na tabela 2.
Tabela 2: Medidas antropométricas da amostra de discentes dos cursos de Biomedicina e de Nutrição de uma instituição de ensino superior de Conselheiro Lafaiete, 2020.
Medidas antropométricas |
n |
Mínimo |
Média |
Desvio-Padrão (±) |
Máximo |
Peso (kg) |
29 |
45 |
59.83793 |
10,2371 |
93 |
Altura (m) |
29 |
1,50 |
1.641724 |
0,0885224 |
1,90 |
IMC (Kg/m²) |
29 |
17,54 |
22.16552 |
3,406246 |
31.07 |
A partir dos dados antropométricos foi avaliada a classificação do estado antropométrico dos discentes avaliados e observou-se que a grande maioria (72,41%) eram eutróficos, 10,34% estavam em baixo peso e 6,9% eram obesos conforme tabela 3.
Tabela 3: Classificação do estado antropométrico pelo IMC dos universitários, representado pelo número (n) a frequência e porcentagem (%), 2020.
Classificações do IMC |
n |
% |
Baixo Peso |
3 |
10,34% |
Eutrófia |
21 |
72,41% |
Sobrepeso |
3 |
10,34% |
Obeso |
2 |
6,90% |
Total |
29 |
100% |
7. Teste EAT-21
Dentre a totalidade de acadêmicos (n=29), 13,79% foram classificados com EAT+, ou seja, apresentaram sintomatologia indicativa de AN. E nesse estudo ao comparar a pontuação média do EAT positivo por gênero, o sexo masculino apresentou (0%) e feminino (15,38%), corroborando que ainda existe maior prevalência de sintomatologia indicativa de AN para o público feminino.
No presente estudo, ao estratificar o EAT tanto por curso quanto por período, não foram observadas diferenças significativas (p>0,05) (tabela 4).
Tabela 4: Classificação de acordo com o somatório de pontos obtidos no questionário Eating Attitudes Test (EAT-26) estratificado por curso, período e sexo período da amostra de discentes dos cursos de Biomedicina e de Nutrição de uma instituição de ensino superior de Conselheiro Lafaiete, 2020.
Variável |
Total n |
EAT +
|
EAT-
|
p |
Curso |
|
n (%) |
|
|
Biomedicina |
2 |
0 (0%) |
2 (100%) |
0,558 |
Nutrição |
27 |
4 (14,81%) |
23 (85,19%) |
|
Períodos |
|
|
|
|
3º P |
1 |
0 |
1 (100%) |
0,148 |
4 º P |
4 |
0 |
4 (100%) |
|
6º P |
8 |
3 ( 37,50%) |
5(62,50%) |
|
8 ºP |
18 |
1 (6,25%) |
15(93,75%) |
|
Sexo |
|
|
|
|
Feminino |
26 |
4(15,38%) |
22(84,62%) |
0,465 |
Masculino |
3 |
0 |
3( 100%) |
|
Total |
29 |
4(13,79%) |
25(86,21%) |
|
*teste qui-quadrado de Pearson
5.2 Teste BSQ -34
No presente estudo o índice de normalidade (62,07%) para o nível de preocupação pelo critério BSQ apresentou uma tendência a ser maior ao comparar aos índices de preocupação corporal leve (24,14%), e grave (13,79%), conforme descrito pela tabela 5.
Tabela 5: Nível de preocupação em relação ao Teste BSQ, da amostra de discentes dos cursos de Biomedicina e de Nutrição de uma instituição de ensino superior de Conselheiro Lafaiete, 2020.
BSQ nível de preocupação |
n |
% |
Normalidade |
18 |
62,07% |
Preocupação leve |
7 |
24,14% |
Preocupação grave |
4 |
13,79% |
Total |
29 |
100% |
Ao avaliar a associação entre o nível de preocupação com o gênero, o curso ou o período na amostra analisada não foram observadas diferenças significativas (p>0,05), conforme pode ser visualizado na tabela 6.
Tabela 6: Caracterização da preocupação com a imagem corporal pelo BSQ-34 , estratificado por gênero, curso e período, na amostra de discentes dos cursos de Biomedicina e de Nutrição de uma instituição de ensino superior de Conselheiro Lafaiete, 2020.
Variáveis |
Total |
Normalidade |
BSQ preocupação leve |
BSQ preocupação grave |
p |
Sexo |
|
|
|
|
|
Feminino |
26 |
16(61,54%) |
6(23,08%) |
4(15,38%) |
0,744 |
Masculino |
3 |
2(66,67%) |
1(33,33%) |
0 (0,0%) |
|
Cursos |
|
|
|
|
|
Biomedicina |
2 |
1 |
1 (50%) |
0
|
0,271 |
Nutrição |
27 |
17 (62,96%) |
3 (11,11%) |
7 ( 24,14%) |
|
Períodos |
|
|
|
|
|
3º P |
1 |
0 |
0 |
1 (100%) |
0,063 |
4 º P |
4 |
3(75,0%) |
0 |
1(25,0%) |
|
6º P |
8 |
3 (37,50%) |
4 (50,0%) |
1 (12,50%) |
|
8 ºP |
16 |
12( 75,0%) |
3 (18,75%) |
1(12,65%) |
|
Total |
29 |
18 (62,07%) |
7 (24,14%) |
4(13,79%) |
|
*teste qui-quadrado de Pearson
Cursos |
Total |
BSQ+ (insatisfação) |
BSQ- (ausência)
|
p
|
|
|
n (%) |
|
|
Sexo |
|
|
|
|
Feminino |
26(100) |
5 (19,23) |
21( 80,77) |
0,568 |
Masculino |
3(100) |
1 (33,33) |
2 (66,67) |
|
Curso |
|
|
|
|
Biomedicina |
2(100) |
0 (100) |
2 (100) |
0,454 |
Nutrição |
27(100) |
6 (22,22) |
21(77,78) |
|
Total |
29(100) |
6(20,69) |
23(79,31) |
Tabela 7: Caracterização da insatisfação ou ausência da imagem corporal pelo teste BSQ-34, estratificada por gênero e curso, na amostra analisada de discentes dos cursos de Biomedicina e de Nutrição de uma instituição de ensino superior de Conselheiro Lafaiete, 2020.
*teste qui-quadrado de Pearson
8. DISCUSSÃO
8.1. Teste EAT-21
No estudo de Penz et al (2008), onde foi aplicado o questionário EAT-26 em alunas do curso de Nutrição, comparando-as com alunos de áreas desvinculadas da saúde, encontraram 25,4% de EAT-21+ nos estudantes da área da nutrição, sendo que os estudantes de outras áreas apresentaram 18,7% de EAT-21+. E no presente estudo ao comparar a pontuação média do EAT+ por gênero, o sexo masculino apresentou (0%) e feminino (13,79%), corroborando que ainda existe uma tendência a maior prevalência de sintomatologia indicativa de AN para o público feminino.
Adicionalmente, Reis et al (2014) apontou que os transtornos alimentares têm aumentado na população universitária e tal achado é maior quando se trata de dos cursos da área da saúde, principalmente naqueles onde o corpo encontra-se mais em evidência, dentre eles destacam-se os cursos nutrição e educação física.
8.2. Teste BSQ-34
No presente estudou notou se que (22,22%) testaram positivo para insatisfação corporal, sendo estes estudantes de nutrição. No estudo de Silva et al (2012), onde estudantes da área de Nutrição, apresentaram BSQ positivo para insatisfação corporal. Considerando então, cada vez mais o desejo de atingir os padrões de beleza impostos e divulgados pela sociedade e mídias atuais.
Por fim, os TA estão ganhando a atenção dos profissionais da área da saúde por apresentarem significativos graus de mortalidade (PINZON, NOGUEIRA, 2004).
O diagnóstico exige entrevista clínica. Porém os questionários como EAT-21 e BSQ-34 que identificam sintomas de transtornos alimentares têm sido utilizados para verificar se a uma prevalência de risco para o desenvolvimento de AN nos indivíduos. Destacando que a entrevista clínica é necessária para ser obter o prognostico concreto do transtorno (NUNES et al.,1994).
Com relação à idade, para Gonçalves e outros (2013) os transtornos alimentares anorexia nervosa e bulimia apresentam a partir da infância e na adolescência, o ambiente familiar revelou ser um fator imprescindível principalmente nos momentos das refeições cujo comportamento alimentar pode levar ao desenvolvimento dos transtornos, sendo assim, um fator que pode ser prorrogado desde a infância passando pela adolescência até a vida adulta (MAGALHÃES et al., 2005).
Ao associar os resultados obtidos dos testes EAT-21 e BSQ-34, a maioria dos avaliados se apresentaram com baixo risco para desenvolver TA, como anorexia.
9. CONCLUSÃO
A maioria dos discentes avaliados era do curso de Nutrição (93,10%), do oitavo período (55,17%) e do sexo feminino (89,66%). Sendo a maioria com idade inferior a 25 anos.
No presente estudo observou-se para os testes EAT-21 e BSQ-34 uma tendência de maior frequência para os padrões de normalidade e de ausência de insatisfação corporal, respectivamente. Apesar de não ter encontrado nessa amostra diferença estatística significante para insatisfação corporal.
Em relação ao teste EAT, 13,79% foram classificados com EAT+, ou seja, apresentaram sintomatologia indicativa de AN. No presente estudo, ao estratificar o EAT tanto por curso quanto por período, não foram observadas diferenças significativas (p>0,05).
Em relação ao teste BSQ, 20,69% foram classificados com BSQ+ para insatisfação corporal, que é um indicativo da sintomatologia da AN.
A principal limitação do estudo foi a baixa adesão quanto ao preenchimento do questionário no formato on line, o que não diminui a importância em manter as propostas de estudo nos universitários.
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BECHARA, Ana Paula do Vale; KOHATSU, Lineu N. Tratamento nutricional da anorexia e da bulimia nervosas: aspectos psicológicos dos pacientes, de suas famílias e das nutricionistas. Vínculo, São Paulo, v. 11, n. 2, p. 07-18, dez.2014 .
BIGHETTI, Felícia. Tradução e validação do Eating Attitudes Test (EAT-26) em adolescentes do sexo feminino na cidade de Ribeirão Preto - SP. 2003. Dissertação (Mestrado em Enfermagem em Saúde Pública) - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2004.
BORGES, Nádia Juliana Beraldo Goulart et al. Transtornos alimentares-quadro clínico. Medicina (Ribeirão Preto), v. 39, n. 3, p. 340-348, 2006.
CARDOSO, E. A.; SANTOS, M. A. Avaliação psicológica de pacientes com anorexia e bulimia nervosas: indicadores do método de Rorschach. Fractal: Revista de Psicologia, v.24, n.1, p.159-174, 2012.
GONCALVES, Tatiane Dutra et al.Comportamento anoréxico e percepção corporal em universitários. J. bras. psiquiatr., Rio de Janeiro , v. 57, n. 3, p. 166-170, 2008.
HULSMEYER, Ana Rodrigues et al. A anorexia nervosa e fatores associados em adolescentes do sexo feminino, em município do sul do Brasil. Archivos Latinoamericanos de Nutrición, v. 61, n. 3, p. 262, 2011.
INÁCIO, Angélica Rodrigues; DA SILVA FERREIRA, Gabriela; MARCHESI, Juliana. Estratégias nutricionais no acompanhamento de pacientes com anorexia nervosa–uma revisão da literatura. Revista Saúde UniToledo, v. 2, n. 1, 2018.
MAGALHAES, Vera Cristina; MENDONCA, Gulnar Azevedo e Silva. Transtornos alimentares em universitárias: estudo de confiabilidade da versão brasileira de questionários autopreenchíveis. Rev. bras. epidemiol., São Paulo , v. 8, n. 3, p. 236-245, Sept. 2005.
NASCIMENTO, Vanigleidson Silva do et al. Associação entre transtornos alimentares, suicídio e sintomas depressivos em universitários de cursos de saúde. Einstein (São Paulo), v. 18, 2020.
PEREIRA, Cristiane Ribeiro; SILVA, Sueli de Freitas Borges. TRANSTORNO ALIMENTAR: COMPORTAMENTO DE RISCO PARA ANOREXIA E BULIMIA NERVOSA EM ESTUDANTES DA ÁREA DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO VERDE –UNINCOR. Orientador: Vivian Silva Borges. 2018. Monografia (Bacharelado em Nutrição) - Universidade Vale do Rio Verde, [S. l.], 2018.
REIS, Jeudi Aguiar dos; SILVA JUNIOR, Carlos Reeves Rodrigues; PINHO, Lucinéia de. Fatores associados ao risco de transtornos alimentares entre acadêmicos da área de saúde. Rev. Gaúcha Enferm. Porto Alegre, v. 35, n. 2, p. 73-78, Junho 2014 .
SILVA, Janiara David et al . Influência do estado nutricional no risco para transtornos alimentares em estudantes de nutrição. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 17, n. 12, p. 3399-3406, dez. 2012.
SOUZA, Aline Cavalcante de; ALVARENGA, Marle dos Santos. Insatisfação com a imagem corporal em estudantes universitários – Uma revisão integrativa. J. bras. psiquiatr., Rio de Janeiro , v. 65, n. 3, p. 286-299, Sept. 2016.
ANEXOS
ANEXO A- Versão 2. Discentes
1. Qual é o seu sexo?
( ) Masculino ( ) Feminino
2. Qual a sua idade?
( ) menos de 25 anos ( ) 26 ~ 30 anos ( )31 ~ 35 anos ( ) 36 ~ 40 anos ( ) 41 ~ 45 anos
( ) 46 ~ 50 anos ( ) 50 ~ 55 anos ( ) Mais de 55 anos
3- Qual o seu peso atual?
4- Qual a sua altura atual?
Anexo B- Questionário EAT-26
Gostaríamos de saber como tem sido suas atitudes alimentares durante o último mês. Por favor, responda as questões a seguir marcando com um “X” o correspondente à sua resposta. Usando a seguinte legenda:
S – Sempre MF – Muito Frequentemente F – Frequentemente
AV - Às vezes R – Raramente N – Nunca
Anexo C- Questionário BSQ-34
Gostaríamos de saber como você tem se sentido em relação a sua percepção corporal no último mês. Por favor, responda as questões a seguir marcando com um “X” o correspondente à sua resposta, usando a seguinte legenda:
N – Nunca R – Raramente AV - Às vezes
F – Frequentemente MF – Muito Frequentemente S – Sempre
ANEXO D- Cartaz para o retorno a população
Fonte: Insight Psicoterapias
APÊNDICE A
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Olá, seja bem-vindo (a). Você foi convidado (a) a participar de uma pesquisa que está investigando os efeitos da transição do ensino presencial para o ensino online em professores e estudantes de instituições de ensino de Minas Gerais. Antes de iniciar, você deve ler o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) explicando algumas questões da pesquisa e, caso deseje continuar, deverá assinalar seu consentimento.
Prezado (a) Sr.(a).
Considerando a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CONEP), temos o prazer de convidá-lo (a) participar como parte da amostra da pesquisa: UMA ANÁLISE DOS EFEITOS RELACIONADOS À TRANSIÇÃO DO ENSINO PRESENCIAL PARA ON LINE , NA PERSPECTIVA DE PROFESSORES E ALUNOS DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DE MINAS GERAIS ”,
1. Ao ser convidado a participar, explicaram-me que objetivo do estudo é avaliar os efeitos da transição do ensino presencial para o ensino online em professores e estudantes de instituições de ensino superior do estado de Minas Gerais. Avaliando assim as seguintes medidas:
● Nível de ansiedade de estudantes e professores.
● Qualidade de vida de estudantes e professores.
● Reconfiguração do processo de ensino-aprendizagem para estudantes e professores
● Avaliação do comportamento alimentar e da percepção corporal
2. Explicaram-me que esta pesquisa se justifica, uma vez que pode-se observar que discentes e docentes estão tendo que adequar sua rotina ao novo cenário mundial da pandemia de COVID-19, mudando completamente a forma como estavam habituados ao processo de ensinar, aprender e se alimentar. É necessário, portanto, compreender como essa transição vem se concretizando e quais métodos e metodologias professores e alunos vêm utilizando para manter o processo de ensino aprendizado nesse novo contexto, bem como as dificuldades encontradas. Além disso, torna-se interessante avaliar como essa situação pode influenciar nos níveis de ansiedade e o processo de ensino-aprendizagem, na qualidade de vida e até mesmo no comportamento alimentar e na percepção corporal de milhares de educadores e educandos.
Através deste estudo espera-se obter informações para .avaliação dos efeitos do COVID-19 sobre o aspecto educacional, ansiedade, comportamento alimentar e qualidade de vida de professores e estudantes, desta forma, podendo servir de base para que instituições de ensino possam pontuar os aspectos que devem ser melhorados no processo de ensino online, além de fornecer dados científicos de como este tipo de situação pode afetar o processo de ensino aprendizagem, ansiedade, qualidade de vida, comportamento alimentar e da percepção corporal de discentes e docentes, colaborando assim não apenas para melhor gestão do ensino online para as instituições de ensino, mas auxiliando assim toda a sociedade a compreender como tal ferramenta pode auxiliar para que alunos e professores de todo o mundo podem se adaptar ao panorama ocasionado pela pandemia.
3. Explicaram-me que em relação aos procedimentos metodológicos que a coleta de dados ocorrerá por meio de questionário eletrônico, elaborado no Google Forms e que será enviado através de email aos participantes. O questionário enviado será subdividido em 5 partes, sendo elas: Parte 1 - Caracterização da amostra, Parte 2 - Qualidade de Vida, Parte 3 - Ansiedade e Parte 4 - Percepção quanto ao ensino On line. Parte 5- Avaliação do Comportamento Alimentar e da Percepção Corporal. Nesse momento você irá nos fornecer os dados apenas para a Parte 1 e Parte 5.
4. Estou ciente de que a pesquisa não trará danos à saúde dos participantes, mas pode acarretar como RISCOS E DESCONFORTOS constrangimento ao responder ao questionário, mas caso isso ocorra o participante poderá retirar a qualquer momento seu consentimento para participação na pesquisa. Os participantes terão como BENEFÍCIOS DIRETOS decorrentes da realização deste projeto para os voluntários incluem conhecimento do seu nível de ansiedade, sua percepção da qualidade de vida e com o ensino on line e do comportamento alimentar e da percepção corporal, além disso, o presente estudo é importante, pois fornecerá informações relevantes que subsidiará estudos no meio científico. Como PROVIDÊNCIAS E CAUTELAS todas as informações coletadas neste estudo serão utilizadas apenas para fins científicos, os voluntários serão mantidos sob anonimato, e podem desistir de participar do estudo a qualquer momento, sem nenhum dano ou necessidade de dar explicações do motivo de sua desistência.
5. Explicaram-me que o(s) pesquisador(es) GARANTIRÃO O SIGILO ABSOLUTO E PRIVACIDADE DA PESQUISA DURANTE TODAS AS FASES DA PESQUISA quanto a minha identidade, sob sua responsabilidade e as penas sob previstas na Lei brasileira.
6. Sei que minha PARTICIPAÇÃO É LIVRE NÃO IMPORTANDO QUAISQUER PREJUÍZOS PESSOAIS, E QUE NÃO IMPLICA QUAISQUER TIPOS DE RECEBIMENTO DE REMUNERAÇÃO, AUXÍLIO OU SUBSÍDIO. TAMBÉM SEI QUE NÃO TENHO O DEVER DE PAGAR POR MINHA LIVRE PARTICIPAÇÃO.
7. Fui informado que não receberei nada, nem tampouco terei custos para participar da pesquisa, contudo terei direito ao resultado deste estudo que será apresentado a mim em forma de palestra e/ou ainda receberão o relatório final via e-mail ou whatsapp.
8. Estou ciente de que poderei, a qualquer momento, DESISTIR DA PARTICIPAÇÃO, SEM QUE ISSO IMPLIQUE RESPONSABILIZAÇÃO, OU O CANCELAMENTO DOS SERVIÇOS OFERECIDOS POR ESTA INSTITUIÇÕES;
9. TEREI O DIREITO DE ME DIRIGIR, A QUALQUER MOMENTO, AO (S) PESQUISADOR (ES) E AO COMITÊ DE ÉTICA em Pesquisa da Faculdade Santa Rita - FaSaR, para os esclarecimentos sobre dúvidas que surgirem durante a pesquisa, tendo, portanto, o direito à informação;
10. Por fim, RECEBEREI UMA VIA DESTE DOCUMENTO (POR E-MAIL OU WHATSAPP) COM OS NOMES E TELEFONES DE CONTATO DO PESQUISADOR E DO COMITÊ DE ÉTICA em Pesquisa da Faculdade Santa Rita – FaSaR.
Declaro que concordo LIVREMENTE em participar desta pesquisa, pois fui totalmente esclarecido pelo pesquisador e entendi os objetivos, riscos e benefícios de minha participação neste estudo.
Conselheiro Lafaiete, 2020
Contato: Cristiane Vilas Boas Neves / crisvilasboasneves26@gmail.com / (31) 991233105
Caso aceite ou não participar da pesquisa, por favor, clique na caixa de marcação abaixo:
_______Eu informo que li o termo termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) e aceito participar dessa pesquisa.
_____ Eu informo que li o termo termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) e não aceito participar dessa pesquisa.
Publicado por: Kemilly Laiz Barrionuevo Marzano
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Monografias. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.