Sífilis Adquirida : Histórico e manifestação em adultos
índice
- 1. RESUMO
- 2. INTRODUÇÃO
- 3. HISTÓRICO E CLASSIFICAÇÂO DA SÍFILIS
- 4. SINAIS E SINTOMAS
- 4.1 SINTOMAS NA SIFILIS PRIMARIAM
- 4.2 SINTOMAS NA SIFILIS SECUNDÁRIA
- 4.3 SINTOMAS NA SIFILIS TERCEÁRIA
- 5. DIAGNOSTICO, TRATAMENTO E PREVENÇÃO
- 5.1 DIAGNÓSTICO
- 5.2 TRATAMENTO
- 5.3 PREVENÇÃO
- 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
- 7. REFERÊNCIAS
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1. RESUMO
Segundo a Organização Mundial de Saúde observou-se o aumento das infecções sexualmente transmissíveis (IST) em diversos países no mundo, principalmente a sífilis. A sífilis é uma infecção de caráter sistêmico, bacteriana, é passivel de cura e se manifesta exclusivamente no ser humano. A prevenção teve seu progresso em declinio nos ultimos vinte anos com o ressurgimento da infecção no mundo. A sífilis no Brasil tem acompanhado o crescimento mundial e o crescimento nas taxas de sífilis no país é atribuído primariamente aos homens devido este grupo possuir uma caracteristicas de não procurar tratamentos e nem prevenção para a doença, tornando-se grande transminssor da doença. A OMS estabeleceu uma meta de reduções de 90% na incidência de gonorreia e sífilis, globalmente, entre 2018 e 2030, porém, com a elevada necessidade de ampliação de serviços de prevenção, testes e tratamento a fim de alcançar esses objetivos, torna-se difícil de ser atingido.
Palavras-chave: Sífilis; Infecções Sexualmente Transmissíveis(IST); Prevenção; Sífilis no brasil.
ABSTRACT
According to the World Health Organization, there has been an increase in sexually transmitted infections (STIs) in several countries around the world, especially syphilis. Syphilis is a systemic, bacterial infection that is curable and manifests itself exclusively in humans. Prevention has had its progress in decline in the last twenty years with the resurgence of the infection in the world. Syphilis in Brazil has followed the worldwide growth and the increase in syphilis rates in the country is primarily attributed to men, as this group has a characteristic of not seeking treatments or prevention for the disease, making it a major transmitter of the disease. The WHO has set a goal of 90% reductions in the incidence of gonorrhea and syphilis globally between 2018 and 2030, however, with the high need to expand prevention, testing and treatment services in order to achieve these goals, it becomes hard to be hit.
Keywords: Syphilis; Sexually Transmitted Infections (STIs); Prevention; Syphilis in Brazil.
2. INTRODUÇÃO
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) acompanham a população desde o seu surgimento e nas últimas décadas vem se manifestando cada vez mais. Esse crescente número da manifestação de infecções ocorre pelo aumento da expectativa de vida e mudanças no comportamento sexual da população (OMS, 2005).
Dentre os principais fatores associados ao aumento da manifestação de IST’s estão: baixo conhecimento sobre práticas sexuais seguras, poucas campanhas educacionais, resistência ao uso de métodos contraceptivos e negligência. Tais práticas os colocam numa classificação de risco, aumentando a vulnerabilidade a Infecções Sexualmente Transmissíveis. (OMS, 2005). As notificações de sífilis no Brasil, até 2017, foram pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram relatados 342.400 casos de sífilis adquirida, enfatizando a importância dos esforços ao combate à infecção através do diagnóstico e tratamento adequado e precoce,alem do aumento da prevenção. (BRASIL, 2017).
Nesse contexto, o aumento do número de diagnosticados com sífilis aumentou potencialmente. Diante do exposto quais os malefícios mais relatados, quais riscos poderiam haver para os pacientes e quais estratégias podem ajudar neste contexto?
O objetivo principal é elucidar as características de contágio, diagnóstico e tratamento da Sífilis, explicar a patogenia da doença e associações a outras Infecções Sexualmente Transmissíveis além de buscar através da literatura formas de mostrar a importância da farmacovigilância no contexto.
Os objetivos especificos sâo: Conceituar historicamente a doença, levando em consideração os critérios de diagnósticos e subtipos da doença, além de caracterizar os principais sintomas relacionados à patologia e exemplificar possíveis diagnósticos e tratamentos da sífilis.
Trata-se de uma revisão de literatura, que busca caracterizar os fatores envolvidos na patogenia, diagnóstico e tratamento da Sífilis adquirida e suas manifestação em adultos. Foram feitas pesquisas eletrônicas nas bases de dados MEDLINE (Medlars Online) e SCIELO (The Scientific Electronic Library Online), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), objetivando identificar os artigos científicos que possuíam ensaios clínicos randomizados, epidemiológicos e observacionais.
Foram selecionados artigos que atenderam aos seguintes critérios de inclusão: que relataram aspectos históricos da Sífilis adquirida em homens e também sua patogenia, diagnóstico clínico e laboratorial, ensaios clínicos randomizados e controlados, seguidos dos principais tratamentos disponíveis.
3. HISTÓRICO E CLASSIFICAÇÂO DA SÍFILIS
Dentre as Infecções Sexualmente transmissíveis mais comuns na nossa sociedade, destaca-se a Sífilis, considerada uma IST persistente, que desafia a humanidade há séculos, sendo considerada uma das IST’s mais graves (EDGE; MILLER, 1995).
A Sífilis tem como agente etiológico o Treponema pallidum (T. pallidum), um microrganismo aeróbio do tipo espiroqueta, da família dos Treponemataceae, considerada infectocontagiosa e sistêmica de evolução não crônica (BRASIL, 2015). Esse gênero apresenta forma de espiral (6 a 14 espirais) móvel, possuindo um aspecto de saca-rolhas (EDGE; MILLER, 1995).
A Sífilis (T. Pallidum), trata-se de uma infecção, exclusiva ao ser humano e tem alcance mundial, trata-se de uma doença curável, que foi descoberta em 1905, é uma bactéria Gram-negativa (BRASIL, 2005). Em 2016, a Sífilis foi declarada como um grave problema de saúde pública no Brasil (BRASIL, 2018).
A Sífilis se classifica em Adquirida ou Congênita, de acordo com a via de transmissão (BRASIL, 2010). A infecção pode ser classificada em Congênita, quando a transmissão é de mãe para filho dentro do útero, ou Adquirida, transmitida através de contato sexual ou transfusão sanguínea (OMS, 2005).
A Sífilis Adquirida é transmitida via sexual e na área gênito-anal, em quase sua totalidade. É de caráter sistêmico, apresentando manifestações cutâneas temporárias e sua evolução é dividida em recente e tardia. O período de incubação é de 21 dias após o contato sexual com o indivíduo infectado e as possibilidades de transmissão são de 100% na fase primária (com média de 21dias), 90% na fase secundária (entre 6 semanas e 6 meses) e de 30% na fase terciária (mais de um ano de infecção) (BRASIL, 2010).
Figura 1 – Sinais e sintomas
Fonte: Brasil (2010).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Sífilis Adquirida atinge mais de 12 milhões de pessoas em todo o mundo e sua eliminação continua a desafiar globalmente os sistemas de saúde (OMS, 2013).
De acordo com Nota Informativa que estabelece os critérios para definição de Sífilis Adquirida, considera-se portador de Sífilis Adquirida o indivíduo assintomático que apresente teste não treponêmico reagente com qualquer titulação e teste treponêmico reagente. Ou ainda, indivíduos com sintomatologia para Sífilis, com pelo menos um teste reagente, treponêmico ou não treponêmico com qualquer titulação (GUY et al.,2012; FAN et al.,2012; DAS et al.,2015; BRASIL, 2016).
Sabe-se que a sífilis é uma das IST que podem ser tratadas por meio de ações e programas e tem para seu diagnóstico, exames sensíveis, tratamento efetivo e de baixo custo, mas que ainda resulta em uma problemática séria de saúde pública no Brasil, o que sinaliza a necessidade de direcionar o planejamento e a implementação de ações para o seu combate, uma vez que sensibilizar a população em geral para seus malefícios, seus impactos negativo na saúde de homens, mulheres e crianças. Existe além do comprometimento de órgãos e tecidos, a infecção pela sífilis eleva as possibilidades de contrair HIV (GUY et al.,2012; FAN et al.,2012; DAS et al.,2015; BRASIL, 2016).
A Sífilis possui uma classificação quanto as suas caracteristicas principais e pode ser divididos em três tipos, são eles:
Sífilis primária: o esclerocarcinoma ocorre no local da inoculação e é caracterizado por uma única úlcera indolor (exceto para infecção bacteriana secundária) com bordas claras e pode ser curado espontaneamente dentro de 2-8 semanas após o início. Em pacientes imunocomprometidos, podem ser observadas múltiplas úlceras. Nas mulheres, o câncer é quase invisível porque é indolor e está localizado na vagina (BRASIL, 2006).
Quando ocorre menos de 1 ano após a infecção primária, pode ser classificada como sífilis latente precoce, e quando ocorre 1 ano após a infecção primária, pode ser classificada como sífilis latente tardia, que pode durar até 10 anos . A maioria das recaídas ocorre no início do período de incubação da sífilis (BRASIL, 2008).
Sífilis secundária: É causada pela reprodução e disseminação de organismos e continua até que o hospedeiro possa desenvolver uma resposta imune suficiente. A manifestação mais típica é difusa, eritema, maculopapular marrom (exceto sífilis congênita), que também atinge palmas e plantas. Existem também sintomas físicos, como febre baixa, dor nas articulações, faringite, inchaço dos gânglios linfáticos por todo o corpo e anorexia. Sífilis potencial: definida por um teste sorológico positivo, mas sem evidência clínica da doença (BRASIL, 2006).
Sífilis terciária: doença inflamatória progressiva de forma lenta que pode afetar a maioria dos órgãos e produzir uma doença clínica até 30 anos apos a contaminação inicial.
Figura 2 – Fases e principais sintomas
Fonte: Fiocruz (2018)
A sífilis terceária geralmente é subclassificada em:
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Sífilis cardiovascular: É causada pelo envolvimento das trompas de falópio na aorta, seguido pela formação de aneurismas. A aorta ascendente é enviesada em direção ao anel e à insuficiência da válvula aórtica (CDC, 2010).
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Goma da sífilis: Lesões granulomatosas inespecíficas que podem ocorrer em qualquer tecido, mas são mais comuns no sistema esquelético, pele e membranas mucosas. É de importância clínica devido aos fortes danos locais que causa (CDC, 2010).
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Neurossífilis: O envolvimento do sistema nervoso central pode ser assintomático. Exceto para pupilas de Argyll-Robertson e malformações da orelha grande dorsal (uma forma terciária de manifestação), os sinais e sintomas de neurossífilis não são específicos (por exemplo: convulsões, hemiplegia / paralisia, alterações de personalidade, hiperreflexia, ataxia, Danos no crânio). Em pacientes jovens com AVC isquêmico, a sífilis deve ser fortemente considerada (MARRA, 2008).
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4. SINAIS E SINTOMAS
A sifilis, por ser uma doença com várias formas de se manifestar, com grandes períodos de latência e por imitar normalmente outras doenças é uma doença com amplas manifestações sistêmicas e orais (TOMMASI, 1998).
4.1. SINTOMAS NA SIFILIS PRIMARIAM
A primeira fase é marcada pelo aparecimento do cancro duro, uma ferida ou caroço que não dói ou causa desconforto, que desaparece entre 4 a 5 semanas, sem deixar cicatrizes. Nos homens, essas feridas aparecem em volta do prepúcio, também é comum o aparecimento dessa ferida no ânus, na boca, na língua, e nos dedos das mãos. Neste período, também podem surgir ínguas na virilha ou próximo à região afetada (BARER, 2018).
4.2. SINTOMAS NA SIFILIS SECUNDÁRIA
Na segunda etapa, a doença poderá entrar novamente em atividade caso não seja identificada e tratada. Nesse momento, a doença afetará a pele e os órgãos internos, pois a bactéria foi capaz de multiplicar e se espalhar por meio da corrente sanguínea (RADOLF, 2017).
As lesões secundárias são manchas rosadas ou pequenos caroços acastanhados na pele, na boca, no nariz, nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, podendo haver algumas vezes também descamação intensa da pele. Outros sintomas que podem surgir são:
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Ínguas em todo o corpo, mas principalmente na região genital;
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Manchas vermelhas na pele, na boca, no nariz, nas palmas das mãos e nas plantas dos pés;
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Descamação da pele;
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Perda de peso.
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Dor muscular;
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Falta de apetite;
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Febre leve, geralmente abaixo de 38ºC;
Essa fase estende-se pelos dois primeiros anos da doença, reaparecendo como surtos que passam a ser cada vez mais duradouros (RADOLF, 2017).
4.3. SINTOMAS NA SIFILIS TERCEÁRIA
A sífilis terciária se manifesta nos pacientes que não conseguiram combater a doença na fase secundária ou que não realizaram o tratamento da maneira correta ou até o fim. Neste estágio, os sintomas são:
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Delírios, alucinações, diminuição da capacidade de orientação, da memória recente.
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Problemas em órgãos internos: coração, nervos, ossos, músculos, fígado e vasos sanguíneos Lesões maiores na pele, boca e nariz;
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Convulsões;
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Vertigem, insônia e AVC;
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Perda auditiva;
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Dor de cabeça constante;
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Náuseas e vômitos frequentes;
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Rigidez do pescoço, com dificuldade para movimentar a cabeça;
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Reflexos exagerados e pupilas dilatadas;
Os sintomas nessa fase costumam surgir a partir de 10 do começo da infecção, quando não há nenhum tipo de tratamento prévio (RADOLF, 2017).
5. DIAGNOSTICO, TRATAMENTO E PREVENÇÃO
É normal, em ocasôes de gestação e parto, que as mulheres façam exames sorologicos, icluindo o teste rapido de sífilis, sendo assim em casos de resultado positivo a indicação de que o parceiro também faça o exame para assim promover o tratamento para o casal concomitantemente (NOGUEIRA, et al . 2017).
Fora desse contexto é bem dificil o aparecimento de homens no Centro de Testagem e Acolhimento (CTA) ou nas Unidades Basicas de Saúde, para se submeter ao teste rápido de sífilis. É fundamental que os homens conheçam seu status sorológico, possibilitando assim a prevenção de infecções e o monitoramento no caso de positivação do exame. Um recente estudo sobre os motivos que fazem os homens irem em busca do CTA, listava que o fator principal para a procura era a exposição a situações de risco (68,7%), sendo que, os índices de testagens positivas foram para a AIDS (3,6%), e para sífilis (3,9%). Também foi possivel conhecer a representatividade da doença para homem com diagnóstico de sífilis, e conhecer, provavelmente por questões sociais e culturais, o caráter sexual da doença aliado às questões que relacionam às ISTs a promiscuidade, doença de gays e de prostitutas (MAUCH, et al . 2012).
Observa-se nos serviços de atenção basica, que os homens em todas as faixas etárias, tem uma baixa aproximação com os serviços de saúde e procuram varias alternativas de tratamento para seus adoeçimentos antes de procurar de fato um serviço especializado. Tal atitude dificulta e atrasa o diagnostico o tratamento e a prevenção de posteriores doenças, além de trazer complicações a medio e longo prazo para a saude do homem (FONTES, et al . 2017).
Uma pesquisa na Universidade de Brasília (UnB), que buscou investigar conhecimentos, atitudes e práticas de jovens sobre IST, foi constatado que ser homem faz com que o jovem tenha maior risco de adquirir uma IST, isso quer dizer que as mulheres jovens estão menos propensas a ter comportamentos sexuais que as coloquem em risco com relação a IST’s em comparação com jovens homens na mesma faixa etária (FERREIRA, 2012).
5.1. DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é realizado através do teste rápido (TR) de sífilis, está disponível nos serviços de saúde do SUS, sendo prático e de fácil execução, com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos. Como parte da estratégia para ampliar a cobertura diagnóstica o TR de sífilis é distribuído a todas as unidades de serviços de saúde pelo Departamento de Condições Crônicas Infecciosas/Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde (DCCI/SVS/MS) (BRASIL, 2016).
Para os casos de TR positivos (reagentes), uma amostra de sangue será coletada para realização de um teste de laboratório confirmando o diagnóstico do TR (BRASIL, 2016).
Por conta do aumento dos casos no país, há uma recomendação de tratamento precoce ao resultado, principalmente para os casos: pessoas com sintomas de sífilis primária ou secundária, vítimas de violência sexual; pessoas sem diagnóstico prévio de sífilis e pessoas com probabilidade de não voltar para realizar o segundo exame (BRASIL, 2016).
5.2. TRATAMENTO
O tratamento para a sífilis é feito com a penicilina benzatina, antibiótico disponível no SUS. A penicilina age interferindo a síntese do peptidoglicano, componente da parede celular do T. pallidum, fazendo com que, a água entre no treponema e isso o destrói. A dose de penicilina a ser utilizada vai depender do estágio clínico da sífilis. A penicilina é o tratamento de escolha para sífilis, porém outras drogas têm sido usadas, como a azitromicina, eritromicina e tetraciclina, mas as suas atividades não são superiores à penicilina, devendo ser mantidas como drogas de segunda linha, esses antibióticos devem ser avaliados de acordo com a avaliação do profissional de saúde. Após a conclusão do tratamento é necessário continuar realizando coleta de testes não treponemos para ter certeza da cura. Para quebrar a cadeia de transmissão, as parcerias sexuais dos últimos 3 meses devem ser testadas e tratadas (HULW, 2016).
5.3. PREVENÇÃO
O uso regular e correto de preservativos feminino ou masculino, é medida fundamental na contenção da sífilis. É importante também evitar o compartilhamento de agulhas, pois aumenta bastante a chance de contágio (HULW, 2016).
Por não ter medicação profilática para a T. pallidum é importante destacar que o tratamento e cura da sífilis não confere imunidade contra a doença, ou seja, mesmo após o tratamento, se entrar em contato com o agente etiológico (T. pallidum) a pessoa pode adquirir a doença novamente (HULW, 2016).
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Sífilis é uma doença infectocontagiosa sistêmica caracterizada como uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum, de evolução crônica, com manifestações cutâneas temporárias, provocadas por uma espiroqueta. Sua evolução é dividida em recente e tardia e sendo subclassificada em diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária), sendo que nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior.
A transmissão da Sífilis Adquirida é sexual, na área genitoanal, na quase totalidade dos casos. O contagio extragenital é raro. A transmissão não sexual da Sífilis é excepcional, havendo poucos casos por transfusões de sangue e por inoculação acidental. E tem como principal reservatório da doença o homem e com período de incubação de 10 a 90 dias.
O tratamento pode ser Clínico, epidemiológico e laboratorial. A identificação do T. pallidum confirma o diagnóstico. A microscopia de campo escuro é a maneira mais rápida e eficaz para a observação do treponema, de material retirado das lesões. A escolha mais comum é a reação de VDRL, uma microaglutinação que utiliza a cardiolipina com resultado em diluições e esse é o método para seguimento da resposta terapêutica. A desvantagem desse método é a baixa especificidade, havendo reações falso-positivas, por conta de outras patologias. Para confirmação diagnóstica de alta sensibilidade utiliza-se o teste FTA-abs, pois apresenta elevada especificidade, sendo o primeiro a positivar na infecção, porem não é útil para seguimento.
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Publicado por: Katiuscia Nogueira de Lima
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