RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NOS ESTUDOS DE PATOLOGIAS EM ANIMAIS

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1. RESUMO

O real intuito para tal realização de exames por imagem é distinguir os tecidos patológicos dos tecidos normais e assim classificar os vários tipos de doenças existentes. Com o propósito de facilitar o diagnóstico, obtendo uma maior precisão sobre determinadas doenças. Por volta da década de 50 a 60 a ressonância magnética (RM) passou a ser utilizada com mais frequência, por se tratar de uma técnica não invasiva e se beneficiar da radiação não ionizante na hora da obtenção da imagem, podendo ter um resultado mais eficaz para avaliar as partes moles dos seres vivos, isso somente é possível porque a ressonância magnética possui um campo magnético que interage diretamente com o átomo de hidrogênio. Com esse intuito, a prática da RM vem sendo empregada no mercado atual por possuir uma alta capacidade de identificar a variação dos tecidos. O principal objetivo do atual trabalho é mencionar a utilização do equipamento de ressonância magnética nos estudos de patologias em animais.

PALAVRAS CHAVES: ressonância magnética, campo magnético, hidrogênio, animal e patologia.

ABSTRACT

The real purpose for such performing imaging tests is to distinguish pathologic tissue from normal tissue and thus classify the various types of diseases. In order to facilitate the diagnosis, obtaining a greater accuracy of certain diseases. Around the 50 to 60 to magnetic resonance imaging (MRI) has become used more often because it is a noninvasive technique and benefit from non-ionizing radiation at the time of obtaining the image and may have a more effective result to evaluate the soft tissues of living beings, it is only possible because MRI has a magnetic field that interacts directly with the hydrogen atom. To that end, the practice of MRI has been used in the current market because it has a high ability to identify the variation of tissue. The main objective of the current study is to mention the use of MRI equipment in the study of diseases in animals.

KEYWORDS: magnetic resonance imaging, magnetic field, hydrogen, and animal pathology.

2. INTRODUÇÃO

A ressonância magnética (RM) trouxe um grande diferencial para o diagnóstico por imagem, pois os primeiros artigos publicados ocorreram por volta de 1946 pelos cientistas americanos Felix Bloch, pela universidade de Stanford e Edward Purcell, pela universidade de Harvard, na qual ambos conquistaram o Prêmio Nobel de Física.  O intuito deles era demonstrar que um campo magnético (B0) tinha força o suficiente para interagir com a matéria sólida e assim gerar um sinal que poderia ser convertido em imagem. (PORTAL EDUCAÇÃO, 2012)

Inicialmente, a ressonância magnética foi utilizada durante a década de 50 e 60 para analisar as moléculas e estruturas químicas e físicas. Após a publicação de artigos sobre o tema, iniciaram-se novas pesquisas envolvendo a ressonância magnética, porém o responsável por expandir sua utilização foi o médico Raymond Damadian e seus colaboradores, que obtiveram a primeira imagem de RM em humanos (1977). Diferente das outras áreas dentro da radiologia, a ressonância magnética não utiliza radiação ionizante.

Para obter a imagem é utilizado um campo magnético de alta potência onde são liberados pulsos de ondas de rádio (radiofrequência) sobre as moléculas de hidrogênio que são encontradas em abundância no corpo humano, cerca de 70% dele é composto por essas moléculas. Dependendo do tempo e da quantidade de interação entre os átomos de hidrogênio e o campo magnético, as imagens são formadas em diferentes densidades em relação às escalas de cinza. Seus cortes são obtidos em forma de axial, coronal e sagital dependendo do tipo de protocolo utilizado para a realização do exame. (DAMAS, 2010)

Após as pesquisas de Bloch e Purcell, o equipamento de ressonância magnética vem sendo utilizado tanto para pesquisas quanto para diagnósticos, pois eles demostraram que os átomos das moléculas absorviam energia de ondas de radiofrequência e depois emitiam essas ondas novamente para o aparelho, assim, permitindo a diferenciação de vários tipos de tecidos e densidade. (RIOS, 1998)

Dessa forma, a ressonância magnética passou a ser bastante utilizada no mercado, ampliando seus métodos e empregando cada vez mais na medicina veterinária. Na área voltada aos animais, a RM é bastante utilizada para diagnósticos de patologias cerebrais, justamente pelo fato do cérebro ser composto basicamente por água e gordura. Com as imagens obtidas são capaz de detectar inflamações, neoplasias, alterações degenerativas, tumores entre outros tipos de patologia. (RIBEIRO, 2012)

Assim como em clínicas para tratamento em seres humanos as clínicas veterinárias devem seguir normas e protocolos com relação aos seus aparelhos de R.M, um exemplo claro disso é que tais dispositivos necessitam ser isolados em uma sala devidamente construída para suportá-los. Os aparelhos de comando devem ficar do lado externo e não se pode acessar o ambiente na realização do exame, é proibido à entrada de materiais ferromagnéticos no local onde o mesmo estiver localizado.

3. DESENVOLVIMENTO

3.1. COMPOSIÇÃO DO EQUIPAMENTO DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

O equipamento de ressonância magnética é composto por um magneto principal (figura 1) que auxilia na hora da obtenção de imagens. Esse magneto é o responsável por produzir um campo magnético de alta capacidade, na qual são compostos por três tipos: resistivos, que são capazes de gerar grandes quantidades de energia elétrica e produzir um campo magnético baixo, os permanentes, que possuem o campo magnético estável, porém seu magneto é bastante pesado e os supercondutores, que são mais utilizados, eles conduzem eletricidade sem resistência e nem perda de corrente elétrica, quando são submetidos a uma baixa temperatura. (MANZZOLA, 2009)

Figura 1: componentes do sistema de ressonância magnética.

Além disso, existem três magnetos auxiliares, que também são denominados como bobinas de gradientes, na qual suporta uma potência menor em relação ao magneto principal, tendo como finalidade mapear o sinal de RM que é emitido pelo paciente ao longo dos três planos (figura 2), sendo assim para cada parte do corpo existe uma bobina específica, que melhoram a captação e o envio dos sinais, são correspondidas como: bobina de gradiente Z, para cortes axiais e se localiza no plano longitudinal, bobina de gradiente X, para cortes sagitais e bobina de gradiente Y, para cortes coronais, ambas se localizam no plano transversal, porém esses planos podem mudar dependendo da marca do equipamento de RM. (DAMAS, 2010)

Figura 2: o paciente se encontra no centro do ímã em relação ao plano Z, com isso é submetido à força do campo magnético.

De acordo com Felix (2009) as bobinas de radiofrequência (RF) também fazem parte do processo de mapear e codificar os sinais, nas quais são antenas transmissoras e receptoras de sinais de RF, e se adapta ao contorno do corpo. Sendo utilizadas para excitar determinada região com pulsos de RF e medir o sinal emitido pelos tecidos, influenciando assim na qualidade da imagem. As bobinas de radiofrequência (figura 3) também possuem divisões, em que quanto menor for a bobina e mais próxima da região de interesse, melhor será o resultado da imagem final. São divididas em: bobina corporal, utilizada no exame que requer um campo maior de exploração (abdome e tórax), bobina de superfície, é aplicada na superfície cutânea, bobina de quadratura é aplicada em superfícies planas, podendo ser em duas ou mais bobinas que emitem sinal da mesma região e a bobinas de arranjo de fase possuem múltiplos receptores de sinais, responsáveis por ampliar a qualidade da imagem produzida, e entre outras bobinas.

           

Figura 3: Tipos de bobinas de radiofrequência utilizadas durante o exame.

Consequentemente, para converter essas informações e transformá-las em imagem é necessário um sistema computacional para que esse possa receber, traduzir e reconstruir os sinais enviados pelo paciente e para um bom funcionamento tanto do aparelho quanto da qualidade da imagem. É importante haver um bom suporte eletrônico, pois através dele passa a corrente elétrica necessária para fornecer voltagem e corrente para o magneto, bobinas, sistema de resfriamento e para o computador, além disso, recebe os sinais enviados pelo paciente após enviá-los.

3.2. TÉCNICAS UTILIZADAS PARA A AQUIÇÃO DA IMAGEM EM RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

A ressonância magnética na obtenção da imagem usa princípios físicos diferentes em relação à radiologia convencional e a tomografia computadorizada (TC), pois a TC e a radiologia convencional utilizam o meio de radiação ionizante, nas quais os raios X são absorvidos pelos elétrons, que ao se interagir com uma determinada região analisada, “o contraste final vai depender dos diferentes coeficientes de atenuação dos tecidos, ou seja, quanto mais branca a imagem, maior a densidade do tecido e quanto mais escuro a imagem, menor a densidade do tecido”. (Damas, 2010 p.591). Na ressonância magnética o seu princípio não está relacionada somente com a densidade do tecido, mas também com os aspectos técnicos durante a aquisição das imagens, e das sequências de pulsos que são captados. (THARALL, 2010)

Um dos primeiros equipamentos de RM surgiu na universidade de Alberdeen em 1979 pelo químico Paul Lauterbur (figura 4). A ressonância magnética baseia-se em três princípios: alinhamento, excitação e detecção dos pulsos de radiofrequência, assim, compreendemos que o fenômeno físico troca energia entre a força periódica que é conhecida também como campo magnético e corpos em movimento. Para que esse evento aconteça, a frequência periódica das ondas eletromagnéticas deve estar na mesma constância em relação ao movimento do corpo, ou seja, se baseia na troca de energia entre o campo magnético (B0) e o núcleo de hidrogênio que é encontrado no corpo. O proposito da RM é utilizar a radiação não ionizante e desfruta das propriedades naturais que são detectados nos átomos existentes no corpo humano, diferente das outras áreas que envolvem a radiologia, onde são utilizadas radiações ionizantes. (DAMAS, 2010)

Figura 4: Equipamento de Ressonância Magnética produzido em 1979.

Seu princípio para a obtenção da imagem é aplicado em cima de um grande ímã conhecido como magneto, na qual tem força o suficiente para produzir o campo magnético, em que seu intuito é manter a força estática que é medida em tesla (1 tesla é igual a 10.000 gauss), proporcionando condições especiais para que se possa ser enviado os pulsos de radiofrequência ao local desejado e na volta são detectados através de uma bobina ou antena receptora. Depois desse processo o sinal é coletado e convertido em imagem ou em informação. Para diagnóstico o equipamento de RM varia entre 0,1T (tesla) a 3T. Ao realizar a interação entre as ondas de radiofrequência (RF) e o corpo que contém átomos de hidrogênio acabam gerando sinais, onde os mesmo passam pelo processamento no sistema computacional e são convertidos em imagem proporcionando assim múltiplos cortes de um órgão ou de alguma parte do corpo. (OLIVEIRA; BORDUQUI, 2012)

3.2.1. MOMENTO ANGULAR E MOMENTO MAGNÉTICO

O corpo humano é composto por vários átomos, que ao se organizarem com outros átomos viram moléculas. Uns dos principais átomos que encontramos são: hidrogênio, oxigênio, carbono, fósforo, cálcio, flúor, sódio, potássio e nitrogênio. Porém, o hidrogênio é o mais encontrado em abundância no corpo humano e são identificados no organismo em forma de água e lipídio (cerca de 70% da massa total), respondendo assim melhor ao campo magnético, enquanto outros possuem momentos magnéticos variados quando não estão expostos ao campo magnético. Outro fator que influência na escolha do hidrogênio como o elemento de interação é que o próton do hidrogênio possui um momento magnético (figura 5) maior em relação aos outros, proporcionando uma maior sensibilidade quando há a interação com o equipamento de RM e também é capaz de diferenciar o tecido normal para o tecido patológico. (LUFKIN, 1990)

Figura 5: os prótons de hidrogênio e o campo magnético em um movimento de precessão. Onde sai do campo norte e entra no campo sul.

O átomo de hidrogênio é carregado por partículas positivas e é composto por apenas 1 próton, ou seja, proporciona um movimento de rotação em torno do seu próprio eixo, conhecido como momento angular ou SPIN. Quando o átomo de hidrogênio interage com o campo magnético sofre uma orientação de acordo com a direção do mesmo, sucedendo-se ao movimento de precessão. O movimento de precessão acontece no momento em que as ondas de radiofrequência oscilam nas mesmas frequências em relação o núcleo do hidrogênio, dessa maneira os átomos são orientados de forma paralela e antiparalela em relação à diretriz da força do campo magnético. Sendo assim os spins up (paralelo) que possuem uma energia baixa são orientados em direção do eixo longitudinal (eixo Z), os spins down (antiparalelos) que possuem uma alta energia se posiciona de maneira oposta (transversal). (THRALL, 2010)

Desta maneira, a somatória de ambos os momentos magnéticos do átomo de hidrogênio (baixa e alta energia) é representada por um vetor, denominado de vetor de magnetização efetiva (VME), na qual o VME é utilizado na ressonância magnética para induzir corrente elétrica, cuja sua direção é a mesma do campo magnético realizando assim o movimento de precessão na qual sua frequência e conhecida como: frequência de Lamor. Quando chegamos a esse estado pode-se dizer que o tecido do paciente se encontra em equilíbrio e totalmente magnetizado.

Quando o hidrogênio perde sua energia (processo conhecido como relaxamento) adquirida com os pulsos de radiofrequência é necessário que os mesmo se realinhem ao campo magnético, esse procedimento somente é possível com a ajuda do VME. Portanto, o objetivo de se aplicar pulsos de RF sobre o vetor de magnetização efetiva é depositar energia suficiente para que possa ser realizada uma angulação de 90º ou 180º nos planos longitudinal (recuperação) e transversal (declínio) sobre o campo magnético. Sua inclinação vai depender da amplitude e da duração em que serão aplicados esses pulsos de RF sobre o vetor. Influenciando assim diretamente na recuperação denominado em T1 e no declínio conhecido como T2. (NOBREGA, 2006)

3.2.2. PROCESSOS DE RELAXAÇÃO T1, T2, e DP  

A ressonância magnética permite avaliarmos múltiplas características tecidulares, incluindo a densidade de hidrogênio (prótons). Essa identificação é possível a partir da aplicação do contraste na imagem, na qual é baseado na interação entre os sinais de radiofrequência e os sinais de prótons de hidrogênio nas estruturas analisadas. As imagens em RM adquirem contraste basicamente pelo mecanismo de recuperação longitudinal (eixo Z) T1, declínio no plano transverso (eixos X e Y) T2 e densidade de prótons (DP). A DP esta relacionado com a quantidade de prótons que possui determinada região, quanto maior sua densidade maior será o sinal enviado, na qual influência a sua amplitude. Esse fenômeno só é possível através do comportamento de cada tecido que sofre para chegar ao seu estado de equilíbrio onde são medidos o seu tempo de eco (TE).

O tempo eco é medido entre a aplicação do pulso de radiofrequência no ângulo de 90º e a sua amplitude máxima do sinal de ressonância magnética. Quando o mesmo passa a não ter mais sinal se aplica novamente pulsos de RF, na qual é conhecido como tempo de repetição (TR), ambas são medidas em milissegundos. Essa técnica influencia junto com a ponderação o resultado final do contraste na imagem. (NOBREGA, 2006)

Ambas as relaxações demonstram diferentes ponderações em T1 e T2 (figura 6), os hidrogênios que são ligados à água apresentam tempos longos de recuperação longitudinal, enquanto os ligados à gordura se recuperam rapidamente, sendo assim a ponderação em T1 volta a captar a troca de energia entre o núcleo do hidrogênio e o meio ambiente em que ele se encontra, para que esse fenômeno aconteça é necessária uma recuperação, cerca de 63% de magnetização longitudinal. Sua característica é apresentada na imagem com um hipersinal (branca ou mais brilhante), mostrando assim: gordura, líquidos proteinógenos entre outros, e nas estruturas que aparecem hipossinal (escuro), pode-se visualizar neoplasia, edema e inflamação. Para obter essa imagem seu TR será menor que 800ms (milissegundos) e o TE menor que 30ms. (FERNANDES et al. 2011)

Porém a ponderação T2 é voltada ao declínio captando a troca de energia entre os núcleos adjacentes que se interagem no campo magnético gerando a perda da magnetização transversal, decaindo cerca de 37%. A característica da T2 é apresentada em hipersinal, na qual mostram líquidos, neoplasias, edemas e inflamações, já quando exibe hipossinal, pode se visualizado os tecidos musculares, gordura e entre outros. Imagem em T2 é obtida com um TR acima de 1.500ms e o TE abaixo de 30ms.

Figura 6: diferença da ponderação em T2, T1 e DP, em DP contem as duas ponderações.        

Portando, a diferença crucial entre ressonância magnética e as outras áreas da radiologia está relacionada ao efeito de T1 e T2, pois mesmo que os tecidos tenham semelhantes densidades de prótons seu efeito é tão acentuado que é capaz de identificar as diferentes intensidades de sinais dessas estruturas. (HAGE et al., 2009)

3.2.3. SEQUÊNCIAS DE PULSOS APLICADOS NA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

Como foi explicado anteriormente, quando há ausência de sinal é necessário que o pulso de RF seja reaplicado sobre os spins, para que ocorra o relaxamento e a produção de uma boa imagem, outro fator que influência, é a formação de ecos. Quando os pulsos de RF são aplicados pela segunda vez acabam produzindo junto o sinal de eco, que é um processo do qual utiliza um pulso de excitação de 90º acompanhado de um ou mais pulsos até obterem um ângulo de 180º. O objetivo de se aplicar essas sequências de pulsos é preencher de forma mais rápida o espaço K, na qual tem a função de armazenar os dados obtidos através do sinal emitido pelo paciente. Com a sequência em spin eco geramos uma imagem mais rápida em relação aos pulsos de radiofrequência. O seu tempo para imagens ponderadas em T1 varia entre o TE e TR de 20ms a 600ms, já a imagem ponderada em T2 varia o TE e TR entre 80ms e 200ms. Uma das vantagens do spin eco é que sua ponderação em T2 possui um processo eficaz na visualização de patologias. (WESTBROOK, 2013)

Outra sequência também utilizada na RM é denominada de gradiente eco, na qual realizam uma inclinação variada de qualquer ângulo, não apenas em 90º. Sua orientação muda de acordo com a duração e direção deste gradiente. Porém sua desvantagem é que por possuir característica diferenciada em diversos pontos irá produzir uma maior quantidade de artefatos na imagem, e uma de suas vantagens é possuir um tempo de aquisição menor que o spin eco. O gradiente eco é mais utilizado em exames contrastados e em exames do qual o paciente precisa permanecer em apneia. Portanto ambos as sequências de pulsos ecos são aplicadas para obter uma maior velocidade na aquisição da imagem por RM. (WESTBROOK, 2013)

3.3. A RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (R.M.) NA MEDICINA VETERINÁRIA

Os avanços na medicina veterinária, na nutrição e nos tipos de tratamentos oferecidos aos animais de companhia, trouxeram com eles um maior tempo de vida, porém juntamente com esse fato algumas patologias vêm sendo mais identificadas em decorrência do envelhecimento. (TEIXEIRA, 2013)

As neoplasias intracranias costumam afetar animais mais velhos, mas não podem ser excluídas de acontecer com cães mais novos. Além de gerar alterações fisiológicas nos animais, também podem gerar mudanças de comportamento, como por exemplo, ficar andando em círculos, cegueira, ausência de reflexo de ameaça, entre outros. Muitas vezes os tumores trazem consigo diversas patologias que podem afetar várias partes dos sistemas caninos, como hipertensão, bradicardia e apneia. (FRAGA, 2014)

A partir dos anos 70, após a descoberta de novas formas de diagnóstico por imagem houve uma revolução na medicina e com o passar do tempo essas técnicas foram se aperfeiçoando, por exemplo, com o uso de hardwares e softwares que permitem remontar as imagens, no caso dos equipamentos de ressonância magnética (Figura 7), permitindo assim uma visualização completa da estrutura ou a visualização em partes, através dos vários cortes que são possíveis fazer com a imagem.

Para maior complementação dos exames clínicos e laboratoriais, os exames por imagem se tornam essenciais para a confirmação e tratamento das patologias caninas. O exame de ressonância magnética é o método por imagem mais usada na medicina humana para diagnóstico de patologias cranianas, e seu uso vem se ampliando graduadamente na área da veterinária (figura 7). (TEIXEIRA, 2013)

           

Figura 7: equipamento de ressonância magnética atual para diagnostico em animais

A RM possui alta sensibilidade para identificação de tumores cerebrais, sendo preferida à Tomografia Computadorizada, pois permite uma melhor visualização e detalhamento das estruturas moles, facilitando distinguir o tumor do tecido sadio em volta. O exame de Ressonância Magnética nos permite visualizar as moléculas de hidrogênio presentes em determinado espaço, assim, como qualquer tipo de alteração molecular ou patológica trás alterações também na distribuição das moléculas de hidrogênio, nota-se a grande funcionalidade do exame, pois permite a visualização detalhada de densidade e das margens que delimitam a patologia. (TEIXEIRA, 2013)

Para exames de RM com objetivo de identificação de patologias cerebrais são usadas cinco sequencias geralmente em plano transversal, sagital e dorsal. Um dos meios de contrates mais usados na medicina veterinária é o Gadolineo. A imagem ponderada em T1 tem como finalidade observar a intensidade variável de tecidos moles, a baixa sensibilidade de fluidos e alta sensibilidade de gordura, sendo usada pré e pós contraste. A imagem ponderada em T2 apresenta os tecidos com maior quantidade de líquidos. A sequência de imagem FLAIR permite melhor caracterizar as visualizações de T2, pois faz distinção entre líquidos livres e líquidos que estejam compactados. Para finalizar a sequência de aquisição de imagens, usada a imagem ponderada em T2 que é bastante sensível as falhas que possam ter ocorrido durante a aquisição daquelas imagens. (TEIXEIRA, 2013)

Com o avanço da medicina veterinária já se pode tratar tumores em animais, tal tratamento pode ser feito de forma a eliminar os sintomas, como por exemplo com o uso de a anticonvulsivantes, corticoides ou diuréticos, que ajudam a baixar a pressão intracraniana, ou de forma a eliminar o tecido neoplásico, ou seja, um controle mais prolongado que pode ser realizado através de cirurgia, radioterapia e quimioterapia. (FRAGA, 2014)  

A principal diferença da aplicação da radiologia veterinária para a radiologia em humanos, além da anatomia, é a capacidade de controlar os pacientes (animais). Existem várias técnicas e acessórios para conter os animais durante os exames e tratamentos. Para a realização do exame é necessário que o paciente permaneça imóvel, por ser um exame demorado é necessário a utilização de métodos de contenção, que são meios para manter os animais na posição adequada na hora dos procedimentos, para evitar repetição de exame e proteger o profissional nos procedimentos. 

Existem dois tipos de contenção: a física, na qual são utilizadas a força física do profissional para segurar os animais e acessórios, tais como, focinheiras, laços, ganchos, colares, argolas de fixação, entre outros e a contenção química, que manuseia substâncias químicas administradas nos animais por via oral, venosa, intramuscular, entre outras também chamadas de anestesia.
A qualidade das imagens de ressonância magnética, além do baixo efeito colateral e da inexistência de radiação ionizante, faz o que esse método venha se destacando cada vez mais no cenário de diagnóstico por imagem, mas, em contrapartida, o alto custo dos aparelhos faz com que ainda seja uma técnica que pouco cresce no país. (SARTO, 2011)

Apesar de ser algo recente na medicina veterinária, a ressonância mostrou que veio para ficar, sendo bastante eficiente no diagnóstico de problemas cerebrais, cordão espinhal, articulações, tecidos moles, abdômen e pélvis. (GRANDO, 2002)

O uso da Ressonância na veterinária vendo sendo maior em animais como cães, gatos e cavalos, ainda não sendo muito executada em aves. (GRANDO, 2002). A anestesia geral é importante pois previne assim que o animal realize movimentos voluntários e posteriormente deve ser posicionado de uma forma que a antena esteja moldada estritamente à zona do organismo que vai ser estudado.

3.4. VANTAGENS E DESVANTAGENS

A ressonância magnética possui grandes vantagens diante de outras técnicas radiológicas, pois é possível analisarmos os tecidos moles com mais detalhamento, diferenciando assim os tecidos normais dos patológicos e sem a necessidade de utilizar a radiação ionizante, desta maneira traz um maior conforto ao animal.  Atualmente não foi relatado nenhum tipo de efeito colateral ou dano à saúde. Outra vantagem é que os materiais de contraste causam efeitos colaterais pequenos em relação à radiologia convencional. (WESTBROOK, 2013)

Como já foi mencionado anteriormente os três tipos de magnetos (bobinas de gradiente) permitem que o aparelho de RM escolha a parte exata do corpo da qual se quer gerar uma imagem e orientar seus cortes: axial, sagital, coronal e oblíquo sem a necessidade de movimentar o animal. Geralmente é indicada para diagnosticar complicações no sistema nervoso central, escleroses múltiplas, tumores, derrames, ligamentos rompidos, infecções no cérebro, na medula espinhal, nas articulações e entre outros. Possibilitando assim um tratamento preciso. (COLAÇO, et. al., 2003)

Porém a ressonância magnética também possui algumas desvantagens, tais como: o exame é demorado, o animal deve se manter de forma imóvel para evitar artefatos na imagem final. São contraindicados para pacientes portadores de marca-passo, clipes cirúrgicos e outros. Portanto, ao adentrar a sala o animal não deve possuir nem um objeto metálico, exemplo a coleira.

3.5. PATOLOGIAS DIAGNOSTICADAS EM ANIMAIS POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

3.5.1. HIDROCEFALIA

De acordo com Damas (2010), a hidrocefalia é o acúmulo excessivo de fluido cerebroespinhal no interior do sistema ventricular do cérebro (figura 8). De Lahunta e Glass classificaram a hidrocefalia como compensatória ou obstrutiva e, esta última, em adquirida ou congênita. Na hidrocefalia compensatória, uma enfermidade ocasiona a perda de parênquima encefálico e o volume do FCS aumenta ocupando o local dessa ausência de tecido sem que haja aumento da pressão do FCS. Alguns exemplos incluem hidranencefalia e a diarréia viral bovina que ocasiona hipoplasia e atrofia cerebelar. A hidrocefalia obstrutiva ocorre devido à obliteração do fluxo ou ausência de absorção de FCS gerando aumento da pressão do FCS e dilatação do sistema ventricular. Algumas causas de hidrocefalia obstrutiva adquirida incluem neoplasias (sendo os meningiomas mais comuns, ependinomas, meduloblastomas, entre outros), hemorragia intracraniana, infecção/inflamação do sistema nervoso central e alterações degenerativas em cães. Essas várias alterações podem ocasionar hidrocefalia seja por fibrose das vilosidades da camada aracnóide impedindo a absorção do fluxo do FCS ou pela obstrução mecânica do fluxo. (BELOTTA, 2013)

Radiografias comuns não são suficientes para diagnosticar tal patologia, por outro lado, a RM através do efeito de T2 e T1, tem sensibilidade o suficiente para fazer distinção entre os tecidos do local examinado. Segundo o descrito por Belotta, é de consenso geral que, apesar do possível diagnóstico da hidrocefalia pela ultrassonografia, a TC e a RM tornaram atualmente o diagnóstico da doença mais simples, revelando, em algumas ocasiões, a própria causa da obstrução liquórica. Permitem a visibilização de anomalias congênitas (como a avaliação da extensão da atrofia cerebral), e lesões focais como massas intracranianas e processos traumáticos que possam levar à hidrocefalia. Nota-se que o maior índice de hidrocefalia se dá em cães das raças Maltês, Yorkshire, Buldog inglês, Chihuahua, Lhasa Apso, Pug chinês, Poodle Toy, Lulu da Pomerânia, Pequinâs, Cairn terrier e Boston terrier. (THARALL, 2010)

Em condições normais, na RM, o sistema ventricular preenchido por FCS aparece hipointenso (escurecido) na sequência de relaxamento T1 e hiperintenso (esbranquiçado) na sequência de relaxamento T2. A capacidade da RM de fornecer cortes anatômicos em múltiplos planos e com detecção de diferenças sutis nos tecidos permite uma avaliação mais precisa do sistema ventricular e a torna ideal para a detecção antecipada de neoplasias precoces e quando a resolução de contraste de tecidos moles deve ser altamente detalhada. A RM também é superior à TC para definição de estenose do aqueduto mesencefálico e fusão do colículo rostral em casos de hidrocefalia obstrutiva congênita. Por apresentar maior sensibilidade na resolução de contraste de tecidos, a RM permite a avaliação de estruturas como aqueduto mesencefálico e colículos rostrais, que frequentemente encontram-se alterados na hidrocefalia obstrutiva congênita. Também possui maior importância na definição das relações anatômicas de um tumor e estruturas normais envolventes bem como para a detecção de áreas sugestivas de inflamação do parênquima cerebral e meninges – causas comuns de hidrocefalia adquirida.  (BELOTTA, 2013)

Figura 8: Imagem de dois cães com hidrocefalia. Primeira imagem em FLAIR e segunda imagem ponderada em T2.

3.5.2. CONDIÇÃO INFLAMATÓRIA DO CÉREBRO

Para detecção de patologias referentes a inflamação do cérebro, além de exames que envolvem o fluido da medula, exames por imagem são de grande utilidade, principalmente quando se trata de investigação das meninges e se tornam melhores ainda com a utilização de contrastes (figura 9). (ROBERTSON, 2010)

Em algumas patologias pode-se ter menor resposta de contraste, como é o caso da encefalite necrosante, além disso, em muitos exames a R.M. pode não apresentar nenhum tipo de alteração, por esse motivo se faz necessários os exames laboratoriais. (ROBERTSON, 2010)

Figura 9: Inflamação do ouvido (otite media/interna) que evoluiu para uma meningoencefalite. Imagem em plano transversal, ponderada em T1, pós contraste.

3.5.3. TUMORES NASAIS

Quando há suspeita de tumores ou lesões na região olfativa do animal, um exame de RM se torna de grande utilidade, pois ao ser realizado um exame na posição caudal da cavidade nasal é possível visualizar a região cribriforme, onde geralmente os tumores mais agressivos de instalam (figura 10). (ROBERTSON, 2010)

Algumas características próprias dos animais podem contribuir para um aumento nas incidências desses tumores, entre eles idade, raça e sexo. Tal neoplasia traz consigo sinais clínicos, que podem incluir deformidade da face, hemorragia local, dor e movimentos incessantes por parte do animal no local do tumor. (CABRINI et al., 2013)

           

Figura 10: Imagem ponderada em T1, em plano dorsal e transversal, respectivamente, de um cão idoso com epistaxe intermitente.

3.5.4. TUMORES EXTRA-AXIAIS

O meningiomas geralmente acontecem mais em cães, levam esse nome por surgirem externamente a parênquima cerebral. Quando aparecem costumam crescer lentamente, são benignos e seu tamanho varia de milímetros a centímetros. São tumores discretos, mas que podem em vários formatos como ovoides, lobulados, nodulares, irregulares. Em gatos pode acontecer de haver vários tumores (figura 11). (ROBERTSON, 2010)

As neoplasias extra-axiais primárias são representadas principalmente pelo meningioma, o qual possui natureza mesenquimal. Este é o tumor intracraniano mais frequente nos cães e gatos representando 41% e 58,1%, respectivamente. Tem gênese nos fibroblastos de uma das três camadas das meninges: dura mater, aracnóide ou pia máter, embora a aracnóide seja a mais usualmente acometida. Nos cães, os meningiomas frequentemente podem se aderir à dura-máter e invadir os espaços de Virchow-Robin (espaços perivasculares no parênquima encefálico que correspondem à continuação do espaço subaracnóideo) com perda da demarcação entre o tumor e o encéfalo, o que dificulta a excisão cirúrgica. Nos gatos, no entanto, estes tumores normalmente são bem delimitados e com menor taxa de crescimento quando comparados aos meningiomas caninos. Em ambas as espécies, no entanto, o meningioma, normalmente apresenta histologia benigna, crescimento lento e são potencialmente curáveis. (HORTA, 2013)

Figura 11: Imagem ponderada em T1 pós-contraste de um meningioma felino.

3.5.5. TUMORES INTRA-AXIAIS

São tumores que se originam no neurópilo, denominados de Glioma (figura 12). Seu grau de gravidade varia entre malignos de baixo grau e lentos e maligno de alto grau. Esse tipo de tumor pode ser indetectável em um exame de tomografia computadorizada, mesmo com administração de contraste, pois às vezes não há um realce das estruturas, dessa forma mais uma vez a R.M. demonstra sua superioridade em relação a exames por imagem da região craniana. Dentre suas caracteríscas, o glioma apresenta a possibilidade de confusão entre suas características e qualquer outra inflamação cerebral. (ROBERTSON, 2010)

Figura 12: Imagem ponderada em T2, indicando uma massa, que está causando aumento do conteúdo hídrico cerebral.

3.5.6. TUMORES PITUITÁRIOS

Esses tumores podem ser encontrados mais em cães, não deixando de aparecer também em gatos, mas em menores índices (figura 13). A partir de observações através de exames de R.M., notou-se que animais que possuíam o tumor, mas não possuíam sintomas físicos, tinham uma massa em torno de 4 a 12mm de diâmetro. Geralmente, tal tumor cresce de forma dorsocaudal, sua visualização se dar de maneira melhorada após administração de contraste, embora mesmo nessas condições tumores menores de 3mm podem não aparecer. (ROBERTSON, 2010)

Tumores pituitários são logo reconhecidos devido a sua localização e sua forma, com margens bem definidas e contraste realçado, podem causar, embora não de forma frequente, uma compressão do quiasma-ótico, o que pode causar cegueira. As imagens de R.M. no diagnóstico desse tipo de neoplasia são avaliadas dependendo de onde o tumor de encontra. (DINIZ, 2007)

Figura 13: Imagem ponderada em T1, indicando uma massa ao nível da cela túrcica. Indicativo de tumor pituitário

3.5.7. TUMORES DE NERVOS CRANIANOS

Sendo chamado de tumor maligno da bainha dos nervos periféricos, pois ainda não existe com consenso acerca de sua célula de origem, esse tumor costuma envolver o nervo trigêmeo (figura 14), causando, por exemplo, atrofia unilateral dos músculos temporal e máster, e podendo também alterar a forma dos forames pelos quais o nervo passa, através da pressão devido ao crescimento tumoral. (ROBERTSON, 2010)

Esse tipo de tumor não ocorre com frequência em animais domésticos, ocorrendo com mais frequência em bovinos, além da R.M. existem outros exames complementares que podem auxiliar no diagnóstico desse tipo de patologia, como radiogradia simples e mielografia, pois através delas também é possível visualizar algum tipo de invasão do canal medular. (Silva et al., 2012)

Figura 14: Imagem pós-contrastada em T1 nos planos transversal e sagital, respectivamente, indicando um tumor da bainha do nervo trigêmeo.

3.5.8. PAPILOMA DO PLEXO COROIDE E EPENDINOMAS

Os tumores do plexo coroide podem ser visualizados dentro de um ventrículo (figura 15), principalmente após a administração de contraste a base de gadolíneo. Esse tipo de tumor acomete geralmente os cães, aparecendo mais comumente no terceiro ventrículo e no recesso lateral do quarto ventrículo, podendo gerar sangramentos. (ROBERTSON,2010)

Figura 15: Visualização de uma massa após aplicação de contraste, que está causando aumento na pressão intracraniana.

3.5.9. INFARTO OCLUSIVO

Acontece geralmente em cães mais velhos e com sintomas físicos, como sinais neurológicos. Costumam ocorrer no cerebelo, mas são identificados também no tronco encefálico e no córtex frontal. É visualizado em exames de R.M., pois a região apresenta hipersensibilidade em T2 e a área afetada costuma aparecer perfeitamente em decorrência da reflexão do sinal. (ROBERTSON, 2010)

Figura 16: Imagem ponderada em T2 e por densidade de prótons (DP), respectivamente, indicando um infarto.

3.5.10. INFARTOS HEMORRÁGICOS

Apesar de ser passível de confusão com o infarto oclusivo, essa patologia no geral possui características próprias como a mudança das imagens de R.M. conforme o hematoma cresce. (ROBERTSON, 2010)

Existem fatores que contribuem para a maior ocorrência de infartos hemorrágicos, a exemplo disso, estão animais com hipertensão, trombocitopenia ou coagulopatias. Durante a realização do exame pode ser que aconteça falha de sinal em decorrência do material ferromagnético presente na hemorragia, o que causa distorção no campo magnético. (ROBERTSON, 2010)

Figura 17: Imagem em T2, no corte transversal indicando uma hemorragia.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quando um paciente é submetido a um exame de ressonância magnética, entende-se que este individuo foi atingido por um campo magnético muito forte por um determinado período de tempo, para que depois seu corpo possa reenviar o sinal para a máquina, onde esses sinais serão decodificados e transformados na imagem. (RIOS,1998)

Com os mesmos princípios da ressonância magnética em humanos, cada vez mais vem sendo utilizada para o diagnóstico por imagem em animais possibilitando assim a identificação de patológicas cerebrais de natureza orgânica e funcional. Porém mesmo com a alta tecnologia a ressonância magnética em animais ainda continua sendo limitada, devido ao alto custo do equipamento e da manutenção do mesmo. (COLAÇO, et. al., 2003)

Os fundamentos necessários para realizar uma imagem em R.M necessita de sinais que o corpo emite e de detectores capazes de captarem esses sinais e transformarem em uma imagem. Na área da medicina a ressonância magnética foi de suma importância, pois contribuiu para os avanços nos diagnósticos e na visualização das imagens geradas pelo aparelho.

Os equipamentos de ressonância magnética são de grande utilidade, pois permitem que as imagens constituídas sejam visualizadas com mais precisão e qualidade, deste modo favoreceu para um diagnóstico mais eficiente. Porem estes equipamentos apresentam vantagens e desvantagens.

Os benefícios deste exame são por utilizarem radiações não ionizantes, fazendo assim diminuir os possíveis riscos adquiridos por uma radiação ionizante, outro benefício da R.M é que ela pode realizar cortes de imagens em diferentes planos, como o axial e o coronal.

Os malefícios são poucos em consideração aos proventos dos benefícios, um dos principais problemas vistos na R.M é o tempo de execução do exame, pois a média é de 20 a 90 minutos para a realização das imagens. Um ponto de desvantagem é que o aparelho não suporta um peso muito elevado. 

A ressonância magnética vem contribuindo para um progresso de qualificação da área medica, pois com sua possibilidade de adquirir imagens com perfeitas dimensões e cortes, vem se tornando uma das principais técnicas de exames por imagem.

Todavia, o exame de R.M ganhou outro lugar importante na área da saúde, mas agora aplicada no diagnóstico de animais, sendo eles domésticos, de produção ou silvestre. Seus fundamentos são os mesmo para os animais, em que os sinais do corpo serão captados por detectores que farão uma leitura e codificarão para projetar a imagem. Nesse âmbito a R.M auxilia para uma diagnose para verificar e avaliar uma possível patologia em determinados animais. Os procedimentos para a realização do exame são os mesmos para um humano, o tempo de execução se iguala a do ser humano, no entanto o animal é sedado para que não haja nenhum movimento que venha dificultar a visualização da imagem, para que não haja ruídos.

Diante dos fatos mencionados, fica claro que o propósito do exame de R.M é avaliar, diagnosticar e deixar evidente o tipo de anomalia ou patologia existente é a ressonância magnética não se aplica somente para os seres humanos, mas também para o mundo animal.

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Publicado por: Taynara Alves de Souza

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