PODER ANTIOXIDANTE DA CÚRCUMA SOBRE A DEPRESSÃO

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1. RESUMO

A depressão, uma doença neurológica de origem inexata causada por fatores como estresse, trauma e baixo humor afeta milhões de pessoas em todo o mundo, além de estar em constante ascensão na sociedade moderna. O tratamento medicamentoso dessa doença é longo e desgastante, devido aos efeitos colaterais das drogas convencionais. A cúrcuma, uma especiaria milenar de origem asiática vem chamando cada vez mais atenção quanto aos seus efeitos antioxidantes e antinflamatórios. A revisão minuciosa da literatura científica permite constatar que a cúrcuma, através da curcumina (o principal componente do rizoma da Curcuma Longa L.) tem considerável efeito neuroprotetor e antidepressivo no hipocampo. Estudos pré-clínicos para avaliação de antidepressivos utilizam amplamente animais em estresse crônico moderado e imprevisível (ECMI) em pesquisas, como modelo preditivo. Logo, algumas citações são decorrentes dessa metodologia de trabalho e corroboram com a teoria de que a cúrcuma tem efeito antidepressivo sobre o cérebro de animais submetidos à depressão. Outros comprovam que a curcumina aumenta consideravelmente os níveis de BDNF, um gen importante de crescimento e manutenção de neurônios específicos relacionados com a depressão. Ainda associam-se alterações sistêmicas no hipocampo com a doença depressiva, isto é, quando o sistema nervoso central e periférico fica deficiente na manutenção de células nervosas em humanos. A cúrcuma se mostrou útil na preservação e diferenciação de novos neurônios e sinapses, sem relatos de efeitos colaterais como nos fármacos clássicos, logo, um polifenol eficaz para tratamento da depressão em todos os níveis da doença.

Palavras-chave: cúrcuma – curcumina – turmeric – depressão – depression – antioxidante.

2. INTRODUÇÃO

No mundo moderno, não é raro encontrar relatos de doenças crônicas não transmissíveis (como a diabetes, hipertensão e os cânceres) nas mais diversas áreas da sociedade. A depressão é uma doença neurológica crescente relacionada com fatores como estresse, trauma, pânico e baixo humor, capaz de levar uma pessoa sadia a parar de produzir ou viver e ter sua função efetiva na sociedade. (HIDAKA, 2012).

A Organização Mundial do Trabalho (OMT, 2013), alerta que doenças como a depressão resultou numa perda de 4% do produto interno bruto (PIB) mundial com despesas de tratamento, faltas, licenças e indenizações por doenças em 2012. Isso porque o estresse, crises financeiras, desemprego e a recessão levam a distúrbios depressivos e, em casos extremos, ao suicídio.

A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2008) estimou que, em 2020, os transtornos depressivos serão a segunda maior causa de comprometimento funcional, perdendo apenas para as doenças coronarianas. O tratamento desses transtornos geralmente é dado por medicamentos e psicoterapias, porém existem diferentes mecanismos de ação desses fármacos e variações de paciente para paciente, implicando na baixa qualidade de vida devido aos seus diversos efeitos colaterais (ANGELL, 2011).

A cúrcuma é uma especiaria milenar mundialmente utilizada principalmente como tempero e corante natural. Limitava-se à somente essas utilidades porque pouco se conhecia acerca de suas propriedades funcionais sobre doenças, mas nas últimas décadas vem despertando interesse e curiosidade exatamente por seus fatores funcionais, antioxidantes e antidepressivos (TILAK et al., 2004; BABU et al; 2007).

Alimentos são dependentes de substâncias antioxidantes que os protejam da degradação oxidativa, tanto os naturais como, principalmente, os industrializados, a fim de aumentar vida de prateleira já que estão muito suscetíveis à deterioração, devido ao processo de armazenamento. Logo, surge a necessidade de identificação de fontes naturais em alimentos, capazes de proteger também o corpo humano dos radicais livres, retardando o aparecimento e progresso de doenças crônicas, como a depressão (MICHELON; CORDEIRO; VALLADA, 2008).

A cúrcuma possui uma variedade de características neuroprotetoras já firmemente documentadas, sendo assim, um alimento funcional e uma alternativa plausível para seu uso em tratamento de doenças de desordens psíquicas, como a depressão, através também da dieta do indivíduo (AGGARWALL, HARIKUMAR, 2008; AGRAWAL et al, 2012, VALLADA, 2008).

O presente trabalho objetiva organizar os dados científicos referentes ao tema e reiterar o uso dessa especiaria milenar através da alimentação e/ou suplementação como alternativa segura e barata para o tratamento da depressão.

3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo geral

Compreender a potencial ação antioxidante da cúrcuma como alimento funcional para o tratamento da depressão.

3.2. Objetivos específicos

  • Conceituar depressão, suas principais causas e o panorama da doença no Brasil e no mundo;

  • Apresentar o potencial antioxidante da cúrcuma no organismo humano;

  • Conceituar alimento funcional e sua ação no tratamento de doenças crônicas mentais;

  • Associar o consumo de cúrcuma e a melhora na doença depressiva.

4. MATERIAL E MÉTODOS

A presente pesquisa foi de cunho exploratório e desenvolvido através de uma revisão bibliográfica no período de 2005 a 2017.

Tal revisão bibliográfica foi inteiramente baseada em artigos técnicos científicos obtidos através das bases de dados da USP, Scielo, Google Acadêmico, LILACS e PubMed cujas palavras-chaves pesquisadas para a busca eletrônica foram: cúrcuma, curcumina, turmeric, depressão, depression, antioxidante.

5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

5.1. DEPRESSÃO

Até meados no século passado, doenças infecciosas e parasitárias eram os maiores problemas de saúde pública no Brasil, onde grande parte da população tinha ou corria alto risco de contrair e até morrer de doenças como sarampo, poliomielite, rubéola, tuberculose, meningite, tétano, coqueluche e difteria, por exemplo. Após a segunda guerra mundial, houve um processo de transição epidemiológica, dado pelo avanço da medicina e qualidade de vida (saneamento, água potável acessível, alimentação de qualidade, etc.) (BRASIL, 2012).

Na modernidade, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como diabetes, hipertensão, obesidade, doenças do coração e doenças mentais se tornaram as maiores dificuldades da saúde pública, dadas pelo envelhecimento, urbanização, mudanças sociais, econômicas e a globalização que impactaram o modo de viver, trabalhar e se alimentar dos brasileiros. Distúrbios mentais são consequências desse estilo de vida extenuante que se agrava cada vez mais na população (BRASIL, 2007).

O Diagnostic and Statistical Manual Of Mental Disorder (2013) aponta que depressão é uma desordem psiquiátrica onde o indivíduo apresenta estado deprimido ou algum sintoma depressivo, obrigatoriamente relacionado, na maior parte do tempo e que o estado deprimido gera falta de motivação para tarefas cotidianas, por mais que duas semanas. Já a OMS (2017) descreve a doença como quando existe um considerável déficit da capacidade de uma pessoa de querer viver e/ou realizar suas funções básicas.

Também se define que depressão pode se apresentar como distimia (ou transtorno distímico) ou como depressão maior crônica (DMC). Essa distimia é de natureza crônica e evidencia-se por humor deprimido ou perda de vontade de realizar qualquer atividade usual, porém sua intensidade não é suficiente para os critérios de depressão maior crônica (DCM), que se inicia por um acontecimento depressivo maior. Ou seja, se o começo foi leve e progressivo, diagnostica-se distimia, se foi intenso e marcante, o diagnóstico é de DCM (POWELL, 2008).

Fortes evidências apontam que a depressão tem relação com a alteração das estruturas de plasticidade sinápticas em regiões específicas do cérebro. Por mais que esse sistema de sinalização ainda esteja em constante estudo, seu potencial para efetivação no tratamento clínico da doença ganha pouca atenção. Logo, investigações apontadas a essa área se fazem necessárias para correto diagnóstico e prognóstico da doença (HIDAKA, 2012; LUO et al., 2013).

5.1.1. Dados epidemiológicos no Brasil e no mundo

Estima-se que, no Brasil, 3% da população tenha algum transtorno mental. Isso equivale a aproximadamente 5 milhões de pessoas que precisam de algum cuidado contínuo de saúde mental. Para um espanto ainda maior, 10 a 12% da população sofrem com transtornos menos graves, isto é, precisam de cuidados como orientação e/ou consulta com profissionais da saúde e, principalmente, psicólogos (RIBEIRO, INGLEZ-DIAS, 2011).

O gráfico abaixo mostra a ascensão da doença em todos os continentes do globo, de 1990 a 2015.

Figura 1. Prevalência (em %) da depressão entre os continentes.

Fonte: OMS, 2015.

Em 2015, a depressão chegou a afetar 4,4% da população mundial (322 milhões de pessoas) e 5,8% dos brasileiros (sendo o maior índice dos países em desenvolvimento). No mesmo ano, cerca de 800 mil pessoas no globo morreram por suicídio, representando quase 1,5% de todos os falecimentos do mundo, figurando entre as 20 maiores causas de morte nesse período (OMS, 2017).

A OMS prevê que em 2020, os transtornos depressivos sejam a segunda maior causa de comprometimento funcional, sendo a primeira maior causa as doenças coronarianas. Isso se associa aos altos indicadores de sintomas depressivos na população, o que mostra a importância das equipes de saúde com o diagnóstico e tratamento desse problema de saúde pública (MICHELON; CORDEIRO; VALLADA, 2008).

Nos dias atuais, a depressão tem relação com a queda de produtividade, faltas e perdas de dias de trabalho, desencadeando um efeito dominó negativo no ambiente de trabalho onde a vítima está inserida, além da má qualidade de vida, física e mental que pode levar até à morte e ao suicídio (TENG; CESAR, 2010). A prevalência de atentado a própria vida em jovens de 15 a 29 anos foi a segunda maior causa de morte em 2015 nessa faixa etária (OMS, 2017).

5.1.2. Sintomatologia e causas

Aarsland et al. (2012) afirmam que os principais sintomas da depressão são os sentimentos de inutilidade, culpa, humor deprimido e falta de prazer (anedonia), mas também podem incluir alguns sintomas somáticos, retardo psicomotor, distúrbios do sono, alterações de apetite e expressões faciais e até falta de memória e concentração.

Em crianças na idade escolar (dos 6 anos aos 12 anos), o padrão mais comum encontrado de sintomatologia depressiva se diz respeito às dificuldades acadêmicas e de relacionamento com colegas e professores (PETERSEN; WAINER, 2011). Com isso, o rendimento da criança decai progressivamente devido à falta de interesse, concentração e dificuldades de raciocínio. A depressão nessa idade pode passar despercebida ou confundida com uma má fase da criança, pois geralmente há críticas e punições severas por comportamentos considerados inadequados e, então, acompanhar prejuízos no desenvolvimento infantil (CRUVINEL; BUROCHOVITCH, 2009).

A causa da depressão é cientificamente mal esclarecida, mas atribui-se a incontáveis fatores como história familiar, fator hereditário e até situações estressantes (TENG; CEZAR, 2010). Algumas evidências apontam que alterações sinápticas em áreas e estruturas específicas do cérebro têm relação com seu surgimento, porém esses mecanismos ainda estão sendo estudados (HIDAKA, 2012; LUO et al, 2013). No Brasil, a maior parte dos casos tem início entre 20 e 40 anos, porém a idade não é um fator de risco isolado (MICHELON; CORDEIRO; VALLADA, 2008).

Relacionado ao sexo, pesquisas e estudos mostram que as mulheres são até três vezes mais suscetíveis à doença do que os homens, isso devido ao ambiente e estrutura social que o sexo feminino tem na maioria das culturas, mas assim como a idade, o sexo não pode ser usado isoladamente como fator de predisposição para a doença, visto que sua etiologia e desenvolvimento são baseados em explicações multifatoriais (AMATO et al, 2010; LIMA, 1999).

A ansiedade e a competitividade são estopim para a depressão, principalmente dentro do ambiente de trabalho, onde cada dia mais cobra-se alta produtividade devido à tecnologia e globalização. Nesse contexto, o sofrimento psicológico dentre os trabalhadores é recorrente e fator importante para problemas psíquicos graves, principalmente a depressão, além de ocupar o terceiro lugar entre as causas de afastamento dos funcionários (TEIXEIRA, 2007).

Considerando os diversos agravos, temos o estresse e os fatores socioeconômicos como pontos de convergências principais que permeiam os indivíduos deprimidos e são esses que recebem maior atenção para prevenção e controle da doença (GAVIN, 2013).

5.1.3. Tratamentos convencionais

Por se tratar de uma doença grave que pode ter sua origem ainda na infância e perdurar até a fase adulta, a intervenção psicoterapêutica mostra-se necessária e é indicada em casos de intensidade sintomática leve e moderada e a psicofarmacologia nos casos mais graves (SHWAN; RAMIRES, 2011). Algumas psicoterapias breves e bem estruturadas mostraram ser eficazes no tratamento da fase aguda da doença, porém de forma limitada (BAUER et al., 2009).

Swanson, et al., encontraram relação significante entre a depressão e transtornos alimentares como bulimia e anorexia, isso porque muitos deprimidos buscam no alimento o refúgio necessário para o alívio de seus sintomas e sentimentos obscuros, afim de resolver o problema. Isso resulta muitas vezes o consumo exacerbado de alimentos ricos em açúcar e gordura ou até mesmo a privação da alimentação por completo.

Há também pesquisas concluindo que indivíduos com qualquer grau de depressão recorrem a comportamentos não saudáveis como tabagismo crônico, alcoolismo e sedentarismo. Esses recursos corroboram com a associação dos transtornos depressivos com a melhora dos sintomas causados pela doença, além de ditar práticas saudáveis de estilo de vida como tratamento concomitante (BARROS, 2017).

O modelo mais utilizado no tratamento da depressão foi criado em meados da década de 1960, pelo psiquiatra americano Arron T. Beck, chamado de Terapia Cognitiva Comportamental que ajuda pacientes a modificarem comportamentos e crenças que são criadas a partir de determinados estados de humor. Sua estratégia terapêutica envolve trabalhar a depressão a partir de 3 fases:

  1. foco nos pensamentos automáticos e esquemas depressogênicos;

  2. foco no estilo da pessoa relacionar-se com outros;

  3. mudança de comportamentos a fim de obter melhor enfrentamento da situação problema.

A partir daí, ocorre a chamada reestruturação cognitiva, onde é restabelecido

o equilíbrio mental do paciente após o tratamento assistido (POWELL, 2017).

Dependendo da gravidade, o tratamento farmacológico deve ser adotado para a melhora dos sintomas e precisa ser continuado por tempo variável mesmo após a remissão dos sintomas (FLECK, 2012), isso porque a interrupção precoce do tratamento farmacêutico pode acarretar em recaídas e recorrência da doença. Essa interrupção dá-se por fatores como não aceitação da medicação pelos seus efeitos colaterais severos, inconsistência e vontade de se tratar, tempo, e até por não acreditarem nos efeitos da medicação (SANSONE, 2012; IBANEZ, 2014).

Entre os principais antidepressivos, existem os inibidores da recaptação da serotonina (ISRSs), onde a fluoxetina tornou-se um dos mais utilizados do mundo por meio do Prozac® e os inibidores seletivos da recaptação da serotonina e da noradrenalina (ISRSNs), tendo a Venlafaxina como principal representante (TOLMAN, 2009).

5.2. CÚRCUMA

Curcuma Longa L. é conhecida popularmente como açafrão da Índia, açafrão da terra, gengibre dourado ou somente como cúrcuma. Pertence à família das Zingiberaceae, tem pequeno porte e sua espécie origina-se do sudeste asiático, mais precisamente na Índia, onde existe a maior diversidade genética da planta, mas é largamente cultivada em países tropicais, como o Brasil. Tem a coloração amarelo-marcante e sabor forte, o que explica seu vasto consumo como especiaria há centenas de anos (VILELA; ARTUR, 2008; SILVA FILHO et al.,2009). 

A imagem abaixo mostra a coloração amarelo-laranja da Curcuma Longa L

Figura 2. A cúrcuma in-natura e em pó.

Fonte: frutaeraiz/curcuma

A cúrcuma é um caule subterrâneo (chamado de rizoma) da Curcuma Longa L. Esse rizoma pode medir até 10 cm de comprimento e tem odor agradável se cortado. A cor amarela se consegue a partir da raiz e é dessa forma utilizada na culinária (PEREIRA; MOREIRA, 2009). Essa espécie é uma das 70 do gênero Cúrcuma visada pela indústria alimentícia como tempero, e química como corante natural (TILAK et al., 2004; BABU et al., 2007). 

As especiarias vêm sendo utilizadas a centenas de anos. Países como a Índia têm o privilégio de terem a disposição incontáveis plantas medicinais na sua alimentação diária e, logo, disfrutarem de seus poderes antioxidantes, anticancerígenos, anti-inflamatórios e antibacterianos. São tantas propriedades funcionais e medicinais que muitas delas são desconhecidas, atraindo cada vez mais a atenção de pesquisadores e da comunidade científica (RAWAL et al., 2014).

A indústria farmacêutica já dispõe de cápsulas ou gotas para administração oral (tintura, infusão, alcoolatura, decocção e/ou extrato), para tratamentos de doenças crônicas, ação antioxidante, bem como suplementação para melhora no sistema orgânico e nutricional como um todo, sendo segura e bem tolerada quando consumida adequadamente, não havendo efeitos colaterais significativos (CARVALHO et al., 2007).

Na indústria de alimentos, a cúrcuma é comercialmente utilizada como especiaria em maior parte das classificações e possui sabor amargo, aroma picante, coloração marcante e até fator conservante, como no tradicional curry indiano. Seus componentes químicos têm função antimicrobiana e antioxidante (NAM et al., 2014), função essa correlacionada ao número de grupos hidroxilas na estrutura de seu anel aromático (ROSSI et al., 2008; HAMAGUCHI; ONOL; YAMADA, 2010).  

(1) curcumina; (2) demetoxicurcumina; (3) bisdemetoxicurcumina.

Figura 3. Estrutura química dos curcuminóides da Curcuma Longa L e suas hidroxilas.

Fonte: BRASIL, 2009.

Ainda nesse aspecto, suas características permitem a aplicação do seu amido na fabricação de queijos, bolos, mostardas, salgadinhos, sorvetes, macarrões, carnes e margarinas. Nesses dois últimos exemplos, futuramente a cúrcuma deverá ser empregada com finalidades antioxidantes e conservantes (NOGUEIRA, 2010).

5.2.1. Constituintes e compostos bioativos

Desde os primórdios da humanidade, alimentos eram utilizados para prevenção e tratamento de doenças. Porém, apenas nos últimos trinta anos que o termo ‘alimento funcional’ passou a ser conhecido e utilizado extensamente e o assunto manifestou interesse da sociedade em geral, impulsionando o público leigo e a comunidade científica a intensificarem os estudos nessa área (SIRÓ et al., 2008). 

Alimentos funcionais são todos aqueles que, quando consumidos na dieta cotidiana, trazem benefícios fisiológicos específicos, graças a ingredientes e constituintes naturalmente saudáveis, onde a curcumina pode ser um exemplo, pois caracteriza-se por ter relevante atividade neuroprotetora, além de antioxidante, anti-inflamatória e antiproliferativa, justificando tamanho interesse em estudos nessa espécie (CÂNDIDO; CAMPOS, 2005; AGGARWALL; HARIKUMAR, 2008).

Nelson et al. (2017), citaram que a cúrcuma é uma espécie de panaceia, ou seja, uma planta capaz de curar todos os males, pois existem manuscritos numerosos na literatura científica acerca do poder terapêutico da curcumina, citando mais de 9.000 publicações, 500 patentes documentadas e outros incontáveis estudos adormecidos aguardando análise química medicinal, demonstrando tamanha atração global pela espécie.

O amido é o principal constituinte da cúrcuma, e em menor proporção se encontram as proteínas, lipídeos, além dos óleos essenciais e das fibras alimentares. Podemos encontrar três tipos de cúrcuma à disposição: a cúrcuma em pó, a oleoresina e a curcumina purificada. Esses também são comercializados como flavorizantes, corantes e até medicamentos (NELSON et al., 2017). 

Os compostos bioativos da cúrcuma dão-se pelos pigmentos curcuminóides, que são:

  • curcumina (em maior quantidade – 60-70%);

  • demetoxicurmina (20-27%);

  • bisdesmetoxicurcumina (10-15%).

Os demais constituintes, temos em porcentagens abaixo descritas:

Constituinte

Composição

Curcuminóides

1-6%

Óleos essenciais

3-7%

Fibra alimentar

2-7%

Minerais

3-7%

Proteína

6-8%

Gordura

5-10%

Umidade

6-13%

Carboidratos

60-70%

Tabela 1. [Adaptado] Constituintes e porcentagens da Curcuma Longa L.

Fonte: NELSON, et al., 2017.

Compostos fenólicos originam-se do metabolismo secundário das plantas como resposta as pressões fisiológicas e ecológicas. Estão ligados a pigmentação do vegetal e são capazes de atribuir ações anti-patogênicas ao mesmo, além de conferir o crescimento e desenvolvimento da planta (KHODDAMI et al., 2013).

A curcumina é um composto fenólico altamente lipofílico, então tem capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica (ROSSI, et al., 2008) e sendo o principal curcuminóide presente na Curcuma Longa L., possui inúmeras propriedades curativas no organismo humano (AK; GÜLCIN, 2009). Nesse trabalho, todo o enfoque principal será dado a esse polifenol especificamente.

Pesquisas extensas vêm concluindo nas últimas décadas que a curcumina possui incontáveis ações benéficas ao organismo humano, citando os efeitos pleiotrópicos moleculares, ou seja, de marcadores moleculares, como a possível causa de modulação em específicas enzimas hepáticas e sinais de transdução (REUTER et al., 2011).

A tabela abaixo descreve, sinteticamente, os principais efeitos da curcumina no tratamento de diversas patologias humanas.

Tabela 2. [Adaptado] Principais efeitos dos curcuminóides.

Fonte: BENGMARK S., et al., 2009.

Ao se ligar a inúmeras variedades de proteínas, a curcumina inibe a atividade de várias quinases, modulando a ativação de fatores de transcrição e expressão de enzimas inflamatórias e citoquinas, explicando seu potencial antiproliferativo, antinvasivo e antioxidante no tratamento e prevenção terapêutica de doenças como diabetes, artrite, doenças de Alzheimer e Parkinson, além de outras inúmeras patologias citadas na literatura causadas por inflamações crônicas a curto e longo prazo (GOEL et al, 2017).

Xu et al. (2005) ainda apontaram que o consumo crônico de curcumina aumentou os níveis de BDNF (brain-derived neurotrophic fator) em animais induzidos ao estresse crônico. Esse fator sempre se encontra diminuído em pessoas diagnosticadas com depressão e atua sobre certos neurônios do sistema nervoso central e periférico, ajudando na manutenção dos neurônios estabelecidos e permitindo o desenvolvimento e diferenciação de novos neurônios e sinapses.

5.3. UTILIZAÇÃO DA CÚRCUMA NA DEPRESSÃO

Xu et al. (2005) foram um dos primeiros relevantemente a levantarem e testarem a hipótese, verificando interação da curcumina com neurônios de ratos levados à depressão quando trataram de um grupo com doses de 1.25 a 10mg/kg de peso corporal do curcuminóide por 14 dias e observaram redução de imobilidade de até 61,1% dos animais. Esse número foi semelhante aos observados com imipramina, um clássico dos antidepressivos, corroborando, então, com a hipótese levantada nesse trabalho, que a cúrcuma possui atividade antidepressiva devido ao seu principal curcuminóide: a curcumina.

Xia et al. (2007), também analisaram os efeitos neuroquímicos e neuroendócrinos do extrato etanólico de Curcuma Longa L. em ratos submetidos a teste de natação forçada. Verificou-se que esse extrato, administrado via oral por 21 dias, teve ação antidepressiva reduzindo o cortisol, tempo de imobilidade dos roedores, além de aumentar os níveis séricos de serotonina.

Outro ensaio clínico controlado publicado na revista Phytotherapy Research confirmou que a curcumina é segura e eficaz no tratamento de depressão maior crônica (DMC), sendo considerada até superior à fluoxetina (Prozac®) em 60 pacientes diagnosticados com DMC, onde foram administradas via oral 1000 mg de curcumina, não contendo os efeitos colaterais e a toxicidade da droga convencional (SANMUKHANI et al., 2013).

Figura 4. [Adaptado] Vias de inibição da inflamação com curcumina.

Fonte: AGGARWAL, HARIKUMAR (2009).

Bhutani, Bishnoi e Kulkarni (2009) observaram que a administração de 20 a 40mg/kg de peso corporal (intraperitoneal) de curcumina administrada juntamente com 2,5mg/kg de peso corporal de piperina (principal alcalóide da pimenta preta) potencializa ainda mais a absorção desse composto fenólico importante da Curcuma Longa L., além de mostrar efeito neuroprotetor em animais induzidos ao estresse crônico, porque houve potencialização de neurotransmissores como a serotonina e a dopamina e inibição da monoamina oxidase.

Esse estudo concluiu e forneceu raciocínio científico suficiente de que a coadministração de curcumina com piperina provoca efeitos antidepressivos superiores aos comparados com a administração da curcumina por si só.

Aggarwal e Harikumar (2009) dizem que as razões principais dadas à baixa biodisponibilidade da curcumina se dão pela pobre absorção, metabolismo rápido e eliminação sistêmica acelerada. Porém, mesmo com a baixa biodisponibilidade, a literatura científica já defende desde 1997 que a cúrcuma tem sua biodisponibilidade aumentada em até 2000% quando coadministrada com piperina em uma dosagem de 20mg/kg (SHOBA et al., 1997) e essa concomitância também pode ser utilizada para o tratamento da depressão (BHUTANI, BISHNOI, KULKARNI, 2009).

Já Hurley et al. (2013) trabalharam em cima de um modelo de não-indução à depressão e concluíram que existe uma considerável ação antidepressiva da curcumina sobre o hipocampo de ratos até uma semana após a cessação do tratamento, indicando um efeito de durabilidade relativamente longa. Sugeriu, ainda, que pelo menos alguns dos efeitos antidepressivos da curcumina podem se explicar pela neurogênese aumentada no hipocampo. Isto é, tais alterações hipocampais estão associadas à depressão.

Ainda em 2013, uma pesquisa encontrou fortes evidências de que os neurônios encontrados no cérebro de pessoas saudáveis podem apresentar ‘idades’ diferentes, isto é, células neuronais podem ser geradas no hipocampo até mesmo na vida adulta. O estudo ainda apontou que cerca de um terço desses neurônios se renovam constantemente ao decorrer da vida, significando 700 novas células por dia (SPALDING et al., 2013). Podemos, então, fazer uma associação entre a ação da curcumina e a neurogênese hipocampal aumentada (HURLEY et al., 2013).

A curcumina demonstra-se segura, eficaz e bem tolerada no organismo humano, não mostrando toxicidade mesmo em altas dosagens (5g a 8g por dia, durante 3 meses). Apesar de oferecer uma série de benefícios, a biodisponibilidade da curcumina é baixa. Em um estudo clínico foi dito que os níveis plasmáticos de curcumina eram ‘indetectáveis ou muito baixos’ depois da administração de 2g em jejum e outro estudo apresentou o mesmo resultado com dose oral de 3,6g de curcumina por dia durante 4 meses, indicando, então, baixa biodisponibilidade em ambos estudos (ZHOU, BEEVERS, HUANG, 2001; STRIMPAKOS, SHARMA, 2008).

A aplicação intraperitoneal (injeção por debaixo do peritônio abdominal) se mostrou positiva quando em doses acima de 50mg/kg de curcumina, aumentando seus efeitos benéficos à medida que a dosagem também aumentava (100mg/kg e até 200mg/kg), durante 10 dias corridos (HURLEY et al., 2009).

(*) significativa diferença do grupo controle, < 0.05.

Figura 5. [Adaptado] Efeito da curcumina no hipocampo de ratos após 10 dias de injeção crônica.

Fonte: HURLEY, et al., (2009).

O gráfico mostra que doses acima de 100mg/kg são significativamente potentes no aumento do gen BDNF que atua sobre neurônios específicos do sistema nervoso central e do sistema nervoso periférico, ajudando na manutenção dos neurônios estabelecidos e permitindo o crescimento e diferenciação de novos neurônios e sinapses, relacionando diretamente com a depressão (HURLEY et al., 2009).

Liu et al. (2014) também observaram o efeito da cúrcuma sobre o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), além dos parâmetros comportamentais e cognitivos da depressão induzida em ratos. A curcumina reverteu essas alterações e ainda reestabeleceu os níveis adequados de BDNF no hipocampo, após o tratamento crônico.

Fortalecendo ainda mais as evidências do potencial antidepressivo da cúrcuma no tratamento da depressão em humanos, Lopresti e Adrian (2017) avaliaram o uso do extrato de curcumina em 123 pessoas com depressão maior crônica (DMC), durante 12 semanas e concluíram considerável eficácia da curcumina sobre os parâmetros antidepressivos de pacientes com DCM.

5.3.1. Efeitos adversos

Não existem estudos em seres humanos apresentando alguma toxicidade, mesmo em altas administrações, quanto ao uso de curcumina. Em um ensaio para mensuração da sua dose máxima tolerada, usou-se extrato padronizado de curcumina em pó em doses variáveis de 500mg a 12g em 24 voluntários saudáveis, confirmando o dito de não toxicidade da substância quando utilizada para o tratamento de diversas doenças, incluindo as de cunho neurológico (GOEL, KUNNUMAKKARA, AGGARWAL, 2008).

A Agência Europeia de Avaliação de Medicamentos para Uso Humano (EMEA) citou em 2008 que a cúrcuma só deve ser consumida com cuidado especial por quem utiliza com regularidade o medicamento Warfarin (ou varfarina sódica), pelo risco alto dessa interação fármaco-nutriente causar sangramentos, não citando quaisquer outros medicamentos com potenciais perigos de interação.

Aggarwal et al. (2009), apontam que mesmo contendo uma vasta atividade farmacológica e se apresentando bastante segura ao consumo de seres humanos, a cúrcuma demonstra alguns relatórios de toxicidade em certos experimentos laboratoriais com animais.

Em relevância, um desses estudos com camundongos administrou-se um extrato de cúrcuma com diferentes concentrações com doses diárias de 50mg/kg, 250mg/kg, 480mg/kg, 1.300mg/kg ou 2.600mg/kg por períodos de 3 meses à 2 anos. Durantes as primeiras 13 semanas, nenhuma alteração relevante foi observada nos ratos. Já após 2 anos, somente houveram mudanças significativas no grupo que recebeu 2.600mg/kg, onde observou-se:

  • Carcinoma intestinal;

  • Úlceras;

  • Inflamação crônica ativa;

  • Adenomas de glândulas do clitóris aumentadas;

  • Adenomas de hepatócitos;

  • Hiperplasia do ceco.

Logo, apesar da baixa biodisponibilidade, a eficácia terapêutica da cúrcuma sobre várias doenças humanas, incluindo o câncer, doenças cardiovasculares, artrite, artrose, doenças neurológicas e intestinais já foram documentadas. A biodisponibilidade aumentada da curcumina em um futuro próximo é suscetível de incorporar esse produto natural promissor para a vanguarda dos agentes terapêuticos no tratamento de doenças humanas, inclusive a depressão (ANAND et al., 2007).

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como observado, a teoria de que a curcumina, principal composto fenólico da cúrcuma (Curcuma Longa L.) possui sólido sustento pela literatura científica mundial quanto ao seu poder antioxidante sobre o organismo humano, capaz de agir diretamente e indiretamente no tratamento de diversas doenças e, dentre elas, como enfoque desse trabalho, da depressão, cujo aumento de prevalência preocupa os órgãos públicos de saúde global.

A depressão é ainda de difícil entendimento no ramo científico, tendo associação com diversos fatores diretos e indiretos para seu correto diagnóstico e tratamento. Uma destas, relata-se alterações no hipocampo como uma das causas, isto é, quando o sistema nervoso central e periférico fica impossibilitado ou com déficit de manutenção das células nervosas. A cúrcuma agiria nesse ponto, ajudando na preservação dos neurônios estabelecidos e permitindo o crescimento e diferenciação de novos neurônios e sinapses.

A cúrcuma mostra-se importante como fitoterápico relevante porque está disponível como alimento de baixo custo e pode ser consumido como tempero natural, conservante, corante e até em cápsulas, sendo assim, já se sabe a importância da adoção de pequenas doses diárias de antioxidantes na prevenção de doenças crônicas a longo prazo.

Pela inibição de diversas vias pró-inflamatórias e sua baixa toxicidade, a cúrcuma deve continuar a ser estudada e explorada a fim de prevenir e tratar, juntamente com outros métodos terapêuticos, doenças associadas não só à saúde mental, como também no aumento da qualidade de vida e bem estar social da sociedade atual que carece de estratégias nutricionais naturais efetivas.

Logo, apesar da baixa toxicidade da cúrcuma, recomenda-se avaliação profissional de sua suplementação para o tratamento de doenças como a depressão ou até mesmo, melhora de estado nutricional e saúde do indivíduo sendo este e/ou qualquer outro fitoterápico.

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Publicado por: Rômulo dos Santos Lima

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