A IMPORTÂNCIA DO USO DO EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL NO SETOR DE MANUTENÇÃO AUTOMOTIVA

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1. RESUMO

Este trabalho realizou um estudo sobre o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) que tem como função minimizar certos acidentes, além da proteção contra certas doenças que, muitas vezes, podem ser ocasionadas pelo ambiente de trabalho, estes equipamentos deverão ser utilizados quando as medidas de proteção coletiva, como cones, travas e calços de segurança não solucionam os incovenientes dentro da área de manutenção e sua importância na prevenção dos danos que podem ser gerados. A inspeção realizada verificou a frequência da utilização dos equipamentos de proteção individual pelos funcionários, através de uma pesquisa de campo realizada na empresa IB Logística e Transportes LTDA. Para a sua realização, aplicou-se o formulário do Google Forms onde os dados obtidos através deste questionário. Com os resultados obtidos pode-se se verificar que a empresa fornece os epi´s adequados ao risco da atividade e que os funcionários precisam ter mais atenção com relação as orientações e DDS (Dialogo Diário de Segurança) que são falados antes de iniciar as atividades. Todos eles sabem da importância de utilizar os epi´s, porém não o fazem. Conclui-se, então, através da pesquisa que a falta de fiscalização e até mesmo um tipo de punição faz com que os funcionários tenham resistência quanto a obrigatoriedade do uso dos epi´s.

Palavras-chaves: Epi; Manutenção; Orientação; Proteção.

ABSTRACT

This work carried out a study on the use of Personal Protective Equipment (PPE) whose function is to minimize certain accidents, in addition to protecting against certain diseases that can often be caused by the work environment, these equipment should be used when the collective protection measures such as cones, locks and safety wedges do not solve the inconveniences within the maintenance area and their importance in preventing the damage that can be generated. The inspection carried out verified the frequency of use of personal protective equipment by employees, through a field survey carried out at the company IB Logística e Transportes LTDA. For its realization, we applied the form of Google Forms where the data obtained through this questionnaire. With the results obtained, it can be seen that the company provides the appropriate epis for the risk of the activity and that employees need to pay more attention to the guidelines and DDS (Daily Safety Dialogue) that are spoken before starting the activities . They all know the importance of using epi's, but they don't. It is concluded, then, through the research that the lack of supervision and even a type of punishment makes employees resist the mandatory use of epi's.

Keywords: Epi; Maintenance; Guidance; Protection.

2. INTRODUÇÃO

Muitos gestores acreditam que os maiores problemas dentro da empresa esta justamente no setor de manutenção, porém, não consideram que a prosperidade dos serviços prestados dos funcionários que nele atua. Investir em medidas de segurança na prevenção de acidentes é uma das atitudes que as empresas demoram aplicar, geralmente a segurança dentro da área de Segurança do Trabalho ocasionando baixa produtividade, má qualidade dos serviços prestados e aumento dos custos (PEIXOTO, 2016).

Os serviços dentro do setor de manutenção automotiva podem ser considerados como uma das áreas da empresa com maior complexidade de assistência técnica e com o maior fluxo de atividades profissionais. O conceito de manutenção nada mais é do que realizar as atividades necessárias para assegurar que determinado equipamento continue desempenhando as suas funções para quais foram projetados e construídos, em níveis e desempenhos exigidos (XENOS, 1998). Nesse setor, os profissionais necessitam de conhecimento, qualificação visando um melhor atendimento e agilidade nas ocorrências em máquinas, veículos e equipamentos.

Nesta vertente, Novais (2017) dispões que o profissional dentro da manutenção automotiva esta exposto, constantemente, a situações de riscos de acidentes, como no setor de mecânica, ao realizar reparos de motores, limpeza e troca de peças, reparações e testes dos componentes dos veículos, máquinas e equipamentos. Esses profissionais estão expostos a riscos físicos, como ruído e químicos devido o manuseio de produtos químicos, como o óleo diesel, e também, riscos ergonômicos devido a posição que o serviço exige.

Nesse intuito, o objetivo desse trabalho é descrever, principalmente, a importância da utilização dos EPI´s pela equipe de manutenção na prevenção dos riscos de acidentes e fomentar através dos dados a responsabilidade e conscientização dos funcionários apresentando a importância de se planejar as atividades de manutenção, com o intuito de manter máquinas, veículos e equipamentos funcionando com alto rendimento produtivo, ao menor custo possível e em maior segurança.

3. METODOLOGIA

Inicialmente foi realizada pesquisa bibliográfica, a qual aprofunda o conhecimento sobre o tema estudado. Marconi e Lakatos (2017) afirmam que a finalidade é colocar o pesquisador em contato com o seu objeto de pesquisa, enquanto Gil (2019) indica que a vantagem da pesquisa bibliográfica é permitir ao pesquisador ir além, por meio de uma gama de conhecimentos estudados. O estudo bibliográfico concentrou-se nos conceitos de Equipamentos de Proteção Individual, tipos de manutenções, segurança do trabalho e acidentes do trabalho.

Em seguida foi realizada uma pesquisa documental primária, a qual Gil (2019) distingue da pesquisa bibliográfica quanto à natureza das fontes, enquanto a pesquisa bibliográfica utiliza-se de trabalhos, livros e pesquisas já realizadas por outros autores sobre determinado tema, a pesquisa documental se utiliza de documentos escritos ou não, pertencentes a arquivos públicos, particulares e fontes estatísticas.

Argumenta-se quanto à pesquisa documental, que foi caracterizada como primária, ou seja, os documentos utilizados foram cedidos pela empresa IB Logística e Transportes, contendo material que necessita de tratamento analítico, retirado diretamente da fonte e não de veículos terceiros.

Conforme Marconi e Lakatos (2017), para cada tipo de fonte fornecedora de dados, o pesquisador deverá conhecer meios e técnicas para testar, validar ou refutar hipóteses. No estudo proposto os dados obtidos para análise junto a empresa seguiram procedimentos metodológicos pautados em rigor científico, o que denota a fidedignidade dos dados.

Quanto a pesquisa é possível observar que se utilizou como procedimento metodológico a pesquisa de campo, a qual Gil (2019) afirma que aprofunda nas questões propostas de distribuição seguindo determinadas variáveis, com isso apresenta maior flexibilidade, mesmo que seus objetivos sejam reformulados ao longo da pesquisa.

Marconi e Lakatos (2017) conceituam que o objetivo da pesquisa de campo é obter informações acerca de um problema, procurando respostas ou hipóteses para provar ou descobrir novos fenômenos e a relação entre eles.

Quanto as técnicas utilizadas na pesquisa argumentam-se que foi desenvolvida por meio de observação e formulário com a equipe de segurança da empresa IB Logística e Transportes, a fim de captar explicações e interpretações acerca do tema escolhido.

A técnica utilizada na pesquisa analisada foi um formulário (Anexo I), conceituado por Gil (2019) e Silva e Menezes (2005) como um conjunto de questões, em que as pessoas respondem, a fim de colher dados sobre os mais diversos assuntos, limitadas em extensão. Acrescenta-se que as instruções devem esclarecer o propósito de sua aplicação, ressaltar a importância da colaboração do informante e facilitar o preenchimento.

A quantidade de funcionários estimados é de 1500 pessoas, foram auditados 1200 funcionários, o que dá uma margem de erro de 1,3%.

Figueiredo (2008) propõem a utilização dos surveys, que traduzido para o português significa pesquisa, para aplicação do formulário, neste caso há de se argumentar que a pesquisa foi realizada por meio do google forms.

Quanto à apresentação das análises dos dados, caracterizou-se como abordagem quanti-qualitativa, que une exposição de conceitos (abordagem qualitativa) e expressa em números de estatística, utilizando gráficos e tabelas para a exposição dos resultados (abordagem quantitativa). Esse método conforme Figueiredo (2008) associa análise estatística com a investigação das relações humanas, permitindo a interação entre palavras e números.

4. TRABALHO NA ERA ANTIGA

O trabalho é tão antigo quanto o homem, em toda a história o homem é conduzido pela necessidade de satisfazer a fome e assegurar sua defesa pessoal, desde os primórdios até os dias de hoje ele caça, pesca e luta contra os animais e contra seus semelhantes, tendo como principal instrumento as mãos (REIS, 2002)

Conforme Sussekind et al. (1984) o homem sempre trabalhou, primeiro, para obtenção de seus alimentos, já que não pressentia que havia outras necessidades, devido ao seu modo de vida primitivo, ao perceber que necessitava de se defender de animais ferozes e até mesmo de outros de sua espécie, passou a fabricar armas e instrumentos de defesa. Durante as guerras os vencedores faziam o maior número de prisioneiros e os trocavam, vendiam ou alugavam, pois eram impossibilitados de utilizá-los em seus serviços, quanto aos escravos eram colocados para realizarem os serviços manuais exaustivos, já que era considerado impróprio e desonroso para homens livres e honrados.

Após a revolução industrial iniciou-se a prática da ideia do trabalho livre, dando princípio de contratualismo entre o trabalhador e o empresário como seres livres e honrados, com direitos iguais e descritos nas cláusulas do contrato de trabalho (ROMITA, 1997).

5. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL- EPI´S

Os equipamentos de proteção individual, conhecidos pela sigla EPI, são definidos pela Norma Regulamentadora número 6, aprovada pela Portaria no 3.214/78, do Ministério do Trabalho, como: “todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”. Do ponto de vista técnico e legal, para serem considerados como EPI, os equipamentos devem possuir um certificado de aprovação, denominado pela sigla C.A., expedido pelo Ministério do Trabalho. Esse certificado identifica que o equipamento passou por um processo de registro junto ao órgão controlador (TROIAN et al., 2009).

O uso de equipamentos de proteção individual ainda é um dos principais problemas a ser amenizado dentro das empresas, pois no cotidiano do trabalho pode-se perceber que entre os funcionários, na sua grande maioria não usam os equipamentos de proteção básico como máscaras, luvas, botinas de segurança, capacete e protetor auricular.

Para a execução dos trabalhos durante as atividades dentro da manutenção, vários são os equipamentos de proteção individual que podem ser utilizados para amenizar e prevenir os acidentes. Desde uma simples manutenção preventiva, até `às manutenções que requerem uma atenção especial, onde devem ser usados os EPI´s propícios para a atividade a ser executada, a fim de evitar a exposição direta aos riscos, e ao mesmo tempo, proporcionar segurança aos funcionários (BARBOSA, 2010).

6. MANUTENÇÃO

Kardec e Nascif (2005) definem manutenção como as atividades necessárias para garantir a disponibilidade das funções dos equipamentos e instalações, de maneira a atender um processo produtivo e a preservação do meio ambiente, com confiabilidade, segurança e custos adequados para a empresa. Pode-se dizer que a manutenção desempenha um papel estratégico dentro das organizações empresariais competitivas.

De acordo com Helmann (2006), as atividades de manutenção proporcionam a confiabilidade e a disponibilidade dos processos de produção, evitando falhas e possíveis deteriorações por meio da preservação dos equipamentos. Ainda segundo o autor, outro aspecto interessante que deve ser observado é a importância da manutenção dentro dos custos gerados na produção, visto que as paradas não programadas das máquinas e equipamentos na linha de produção geram queda na receita, o que se converte em grandes prejuízos para a empresa. Quando estas paradas não programadas acabam acontecendo, eleva-se o custo da produção, diminuindo a produtividade, o lucro e o comprometimento do pessoal e da empresa com a qualidade final dos produtos que estão em processo de produção.

6.1. MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Para Xenos (1998) a manutenção preventiva é um conjunto de ações preventivas executadas em intervalos fixos ou de acordo com critérios preestabelecidos com o objetivo de reduzir ou eliminar a incidência de falhas ou a degradação das funções de um equipamento.

De maneira próxima, Kardec e Nascif (2005) apresentam a manutenção preventiva como sendo “a manutenção desempenhada para manter um item em condições satisfatórias de operação, através de inspeções sistemáticas (intervalo de tempo fixo), detecção e prevenção de falhas incipientes”.

Referente aos principais objetivos a serem alcançados com a realização da manutenção preventiva, Cavalcante (2005) salienta que a busca pela alta confiabilidade dos equipamentos é essencial, sendo que cabe à manutenção preventiva tentar se antecipar às falhas que possam ocorrer, minimizando também os custos gerados pela manutenção corretiva.

Estes objetivos também são compartilhados por Helmann (2006), que salienta que a manutenção preventiva tem como objetivo tentar minimizar a possibilidade da ocorrência de falhas nos equipamentos, antecipando-se a elas e tomando atitudes de prevenção.

6.2. MANUTENÇÃO CORRETIVA

Conforme a NBR 5462 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 1994) a manutenção corretiva e definida como, manutenção efetuada após ocorrência de uma quebra ou falha inesperada, destinada a colocar um item em condição de executar uma função requerida. Já Sussekind et al. (2002) refere-se à manutenção corretiva como a intervenção imediata, necessária para impedir graves consequências aos instrumentos e equipamentos de produção, e à segurança do trabalhador ou ao meio ambiente.

Para Souza (2011) chama-se de manutenção corretiva a atividade técnica responsável pela correção de uma falha identificada em um determinado componente do equipamento. A manutenção corretiva exige que se tenha á mão alguns equipamentos mínimos, bem como a existência de oficinas adequadas para poder concluir rapidamente os serviços solicitados.

Conforme citação acima, a manutenção corretiva em equipamentos e máquinas somente será realizada após uma falha em componente do equipamento ou peça. Por isso a equipe de manutenção tem sempre que estar preparada para suprir a necessidade, urgente, de intervir em um equipamento e coloca-lo em condições de rodagem.

7. SEGURANÇA DO TRABALHO

Segundo a OIT- Organização Internacional do Trabalho (2010) a segurança e saúde no trabalho trata da prevenção de acidentes e de doenças profissionais bem como da proteção e promoção da saúde dos trabalhadores. Tem como objetivo melhorar as condições e o ambiente de trabalho. O controle de riscos com origem no local de trabalho é necessário para evitar a deterioração da saúde e do bem-estar dos trabalhadores.

Chiavenato (1999) define a segurança do trabalho como um conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas utilizadas para prevenir acidentes eliminando as condições inseguras do ambiente, quer instruindo ou convencendo as pessoas sobre a implantação de práticas preventivas.

Conforme Silva et al. (2016) a segurança do trabalho é uma ferramenta de grande valia para o desenvolvimento humano e econômico:

  • Humano: visa trabalhar com técnicas de prevenção da vida das pessoas contra acidentes demonstrando os riscos que ocorrem ao trabalhador em determinadas atividades;
  • Econômico: uma empresa que foca na segurança é reconhecida no mercado por seus bons serviços e sua segurança, para cada produto existe o tipo de cliente específico, logo, um produto que movimenta pessoas, vidas, sonhos tem um cliente mais exigente com qualidade e segurança.

A segurança do trabalho deixou de ser um item, apenas para um setor, abrangendo todos, tornou-se indispensável ao planejamento estratégico das empresas, Chiavenato (1999) afirma que a rigor a segurança é uma responsabilidade de linha, onde engloba a empresa como um todo e informa todos os detalhes aos gestores gerais para detalhar cuidados e incentivar estratégias ainda mais vantajosas para otimizar o trabalho na organização e uma função de staff se concentra em situações mais específicas, como dificuldades em algum setor técnico.

7.1. ACIDENTES DE TRABALHO

Os acidentes de trabalho são evitáveis e causam um grande impacto sobre a produtividade e a economia, além de grande sofrimento para a sociedade. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), ocorrem cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho e 160 milhões de casos de doenças ocupacionais.

Os custos dos acidentes de trabalho são raramente contabilizados, mesmo em países com importantes avanços no campo da prevenção. Estima-se que 4% do Produto Interno Bruto (PIB) sejam perdidos por doenças e agravos ocupacionais, o que pode aumentar para 10% quando se trata de países em desenvolvimento como é o Brasil. (SANTANA et al. 2006).

Segundo Klassman (2021) no Brasil, com base no PIB do ano 2020, as estimativas de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais ficam em 4% refletindo baixa efetividade das políticas e programas de prevenção de agravos à saúde no trabalho. Apenas no ano passado, por conta da Covid-19, o total de auxílios-doença por transtornos psicológicos, como depressão e ansiedade, chegou a 289 mil, um aumento de 30% em relação ao ano de 2019, quando foram registrados 224 mil.

Indo ao encontro das informações acima, Basílio (2021) escreveu no site de notícias da Globo.com a notícia de que o Brasil registrou taxa de 6 óbitos a cada 100 mil empregos formais. Ainda com base nestas informações o gráfico abaixo demonstra que em relação a 2002 o país aumentou em 14% o número de notificações, porém houve redução de 39% do número de óbitos.

Gráfico 01: Série histórica dos Acidentes de Trabalho

Fonte: Ministério Público do Trabalho -MPT e Organização Internacional do Trabalho- OIT, 2021.

8. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

A empresa em estudo é a IB Logística e Transportes, uma empresa familiar que teve seu início com o Senhor Doclair Boldrin e Filhos na década de 50, atuante no setor sucroalcooleiro, viu uma oportunidade no Triângulo Mineiro, realizando o fornecimento de cana de açúcar para as usinas locais, com a evolução do setor seus filhos enxergaram, não somente no fornecimento de cana, mas também na prestação de serviços uma oportunidade de crescimento transformando uma pequena empresa em um grande negócio de sucesso, conta hoje com dez (10) unidades de manutenção e apoio, prestando serviços para onze (11) usinas do setor, nos estado de Minas Gerais e São Paulo, nas áreas de plantio, colheita, transporte, sistematização e aplicação de corretivos e defensivos agrícolas. Possui, ainda, uma frota de veículos, máquinas e equipamentos que são renovados anualmente. A empresa possui acesso sempre as novas tecnologias, com isso, seu potencial de produtividade agrícola consegue ultrapassar anualmente mais de quatorze (14) milhões de toneladas de cana transportada e três (3) milhões de cana colhida (TRANSPORTE, 2021).

Com o intuito de aprofundar os dados acerca da perspectiva relacionada aos desvios comportamentais e de equipamentos foi analisada pesquisa de campo aplicada pela empresa, pesquisa esta que teve definida a amostra com base na calculadora do site Opinion Box (2020), a qual foram auditados 1200 funcionários, apresentando grau de confiabilidade de 98,78% com margem de erro de 1,3%. Para a aplicação da pesquisa utilizou-se o Google Forms, sendo que as questões elaboradas serviram como base para a definição do panorama sobre os itens que compõem os desvios comportamentais.

Acrescenta-se que para inibir o preenchimento duplicado, foi solicitado no formulário a inclusão do nome dos funcionários, de modo que, cada um dos funcionários não fosse auditado mais de uma vez, possibilitando estratificações de dados para formulação de estratégias direcionados aos desvios específicos.

A pesquisa demonstra que 31% dos funcionários são do sexo feminino e a quantidade de mulheres que prestam serviço na área de manutenção é de apenas 1%, isso se dá pela questão dos serviços voltados para a área de manutenção exigirem esforços físicos, a área que mais concentram mulheres dentro da empresa são nos escritórios e nos serviços de voltados para o transporte, verifica-se, também, que a oferta de mão de obra é pequena. Porém, com o advento tecnológico é nítido que este cenário esta mudando, pois a criação de novas formas de trabalho dentro da manutenção, diminui expressivamente os esforços realizados.

Gráfico 02: Funcionários Gerais e que atuam na Manutenção

Fonte: O Autor, 2021.

O gráfico 03 mostra que durante as abordagens há um índice muito grande de desvios, 70% dos funcionários auditados possuem alguma forma de desvio, seja pela não utilização dos epi´s, não cumprir o procedimento de segurança, não zelar pelo patrimônio, enfim, pelas questões encontradas dentro do anexo I.

Gráfico 03: Desvios durante a atividade

Fonte: O Autor, 2021.

Seguindo a lógica do gráfico acima, abaixo demonstra a porcentagem de desvios por sexo, visto que, a quantidade de mulheres é menor. A porcentagem foi encontrada dividindo a quantidade de desvios encontrados pela quantidade geral de funcionários, o que evidencia-se que a porcentagem de desvios do sexo masculino é mais alta em relação ao feminino.

Gráfico 04: Porcentagem de Desvios x Sexo

Fonte: O Autor, 2021.

A coleta de dados levou em consideração os funcionários de todos os setores da empresa, visto que todos tem ligação com a Manutenção Automotiva, contabilizou-se e quantificou os desvios comportamentais, a porcentagem de desvios relacionados ao uso de EPI´s foi muito grande, relacionado a outros desvios.

Gráfico 05: Porcentagem de desvios

Fonte: O Autor, 2021.

Considerando os desvios relacionados, o ponto com maior porcentagem de atenção, foi com relação ao uso de EPI´s, onde pode-se identificar um número alto de desvios e que devem ser tomadas as medidas cabíveis.   

Gráfico 06: Menores desvios encontrados

Fonte: O Autor, 2021.

Ainda com base no gráfico acima, percebe-se a grande quantidade de desvios relacionados aos funcionários, não apontados dentro das ferramentas de segurança podem acarretar acidentes como a desorganização do setor, contudo pode-se observar que ao não respeitar a hierarquia do setor, não ter foco e não zelar pelo patrimônio há maior possibilidade de ser mandado embora. Muitas pessoas julgam os pequenos desvios como aqueles que não possuem importância, porém a política que se deve ter dentro da empresa é que os pequenos desvios quando não tratados de forma correta futuramente irão causar danos que podem ser irreparáveis.

Após a análise dos dados surge o seguinte questionamento: o que o uso dos equipamentos de proteção individual tem haver com a Segurança do Trabalho dentro da área de manutenção? A resposta é bem simples, tudo, assim como foi esclarecido anteriormente, a Segurança do Trabalho está ligado diretamente a todos os setores da empresa. A manutenção é praticamente o coração da empresa, se acontecer algo com um veículo, máquina ou equipamento, a equipe tem que estar preparada para agir e não impactar dentro da operação.

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que a deficiência maior nos desvios comportamentais nas áreas de manutenção, estão diretamente ligados a realização ineficientes das ferramentas de segurança, ou seja, a empresa possui ferramentas para a execução das atividades, porém ficou comprovado que esses desvios passam muito pela orientação da liderança, após a realização desta pesquisa de campo a liderança passará uma orientação a equipe de manutenção, toda vez que adentrar a área de manutenção deverão estar com todos os os EPI´s pertinentes a sua função e também realizar um trabalho corpo a corpo com os funcionários de modo a extinguir esses desvios.

Através do estudo de caso com aplicação do questionário, vide anexo I, conclui-se que o os dados abordados com relação ao conhecimento sobre NR 06 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI) mostrou, na prática, que existe a necessidade de estar falando durante os DDS´s (Dialogo Diario de Segurança) e dentro das orientações de segurança a importância da utilização dos mesmos, com base nas abordagens realizadas ficou claro que  o indivíduo está cada dia mais interessado em seu bem estar e em sua atividade laboral. Existe resposta positiva por parte do funcionário em aceitar a educação do uso do EPI como também a metodologia utilizada que enfoca o relacionamento com a segurança pessoal de cada um e a percepção que cada um é responsável pelo cuidado da atividade que exerce.

O presente trabalho teve como objetivo realizar uma avaliação quanto ao uso de EPI por parte dos funcionários que trabalham na área mecânica do setor de manutenção e reparação de veículos automotivos, se eles realmente fazem uso dos mesmos. Foi questionado a liderança também se os funcionários quando entram na empresa recebem o devido treinamento e epi´s, a resposta dada foi sim.

Diante dos dados colhidos através da pesquisa de campo realizada na empresa IB Logística e Transportes LTDA, ficou demonstrado que a falta de fiscalização e consequente aplicação de algum tipo de advertência pela empresa mostrou-se como principal motivo para o não uso dos EPI´s pelos funcionários.

Conclui-se que, não ocorrendo nenhum tipo de punição por parte da liderança da empresa, o funcionário não vê obrigação de utilizar o EPI. A lei é aplicada a ambas as partes e o funcionário precisa dar atenção a isso, ele tem direitos, mas também tem obrigações. A liderança precisa mostrar que está agindo dentro da legalidade ao fiscalizar o uso de EPI e que o funcionário não pode ficar omisso com suas obrigações.

O empregador precisa fazer uso de uma postura mais enérgica para garantir o uso do EPI evitando problemas posteriores. Como sugestão, a empresa pode nomear um funcionário por mês e colocar o seu nome em destaque no setor, com um quadro de funcionário do mês destacando que ele é um exemplo em segurança e que faz o uso dos epi´s de forma correta.

10. REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5462: Confiabilidade e mantenabilidade. Rio de Janeiro. 1994.

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XENOS, H. G. Gerenciando a Manutenção Produtiva. 1. ed. Belo Horizonte: Editora de Desenvolvimento Gerencial, 1998.

11. ANEXO I


Publicado por: HENRIQUE BARBOSA DE FREITAS

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