CONVIVÊNCIA HARMONIOSA (SUPERANDO CONFLITOS POR MEIO DA COMUNICAÇÃO)

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1. Resumo

Neste trabalho, resumidamente, abordamos o tema da convivência harmoniosa. Trata-se de questões relativas ao desenvolvimento de atividades e experiências ao longo do período de estágio, no curso de Pedagogia – EaD / ULBRA. Muito mais que uma teoria, este é fruto de prática acadêmica, durante a qual houve a participação efetiva de boa parte da comunidade na condução sistemática dos conteúdos. Assim, o foco no desenvolvimento deste trabalho, partindo do ambiente escolar, ganhou espaço nos lares e a participação de muitos familiares (por meios de estudos em grupos).

Acredito que a abordagem em questão possa demonstrar a importância do desenvolvimento deste no período de docência, especificamente na vivencia compartilhada com os alunos e funcionários, professores ou não, na instituição educacional.

Por fim, o que se constatou é que fica mais fácil quando tema desta natureza é tratado abertamente, facilitando a participação de ampla maioria, onde a dificuldade de um pode estar na ânsia de todos, na busca de orientações para uma melhor convivência dentro e fora do ambiente escolar e familiar.

Palavras-Chave: Convivência, civilidade, respeito, harmonia, comprometimento, cidadania, envolvimento (verdadeiro, autêntico, participativo).

2. Introdução

Este trabalho parte do princípio de que melhorar a convivência, desde cedo, é uma necessidade constante na vida do ser humano. A começar por um espaço fundamental como a família, quando se está em um grupo heterogêneo como no caso da sala de aula, essa necessidade se torna mais urgente, considerando a realidade de cada comunidade. Esse é um aspecto que, por si só, justifica a abordagem do tema em questão.

Com o fim de melhorar o relacionamento em sala de aula e no ambiente escolar, observando sugestões dos gestores educacionais, partiu-se das observações e entrevistas com as professoras, considerando a realidade social e cultural das crianças e, por extensão, das famílias, constatou-se que a “falta” de orientação nessa área está mais presente no âmbito familiar, relegando ao ambiente escolar tal tarefa.

Mesmo havendo o acompanhamento adequado nesta área por parte do corpo docente, a necessidade constante de melhorar as relações entre as pessoas, na instituição escolar e na comunidade em geral, o princípio de uma convivência cidadã mais igualitária entre os seres humanos merece destaque como parte de uma constante abordagem.

Foi durante o período de observação, convêm grifar, que ficou entendida a necessidade de se trabalhar mais profundamente as noções básicas para melhorar a convivência entre as crianças. Partindo da observação em sala para uma interação mais próxima com as crianças, foi possível levantar uma série de subsídios para formular o projeto pedagógico sobre uma boa e saudável Convivência Harmoniosa.

O tema da convencia no âmbito escolar se demonstrou e foi (e deve ser) encarado como motivador e desafiador, uma vez que, segundo estudiosos, e pelo que se pode observar:

“... muitos aspectos dificultam uma convivência harmoniosa no ambiente escolar, como a diversidade de cultura, de gerações, classes, gênero, raça e posição social, e acaba por despertar para diferenças que interferem na relação humana. Relação esta que compromete o processo de ensino aprendizagem na medida em que vem ocorrendo atos de agressões verbais nas unidades entre e professores e alunos.” [1]

Assim sendo, este trabalho expõe aquilo que se pôde vivenciar, especialmente na docência da Educação Infantil e nos anos Iniciais do Ensino Fundamental, levando em consideração o momento muito próprio das crianças dos seis (6) aos dez (10) anos de vida.

3. Desenvolvimento

Durante o período de estágio (I, II e III), especialmente com a regência de turma-sala, foi desenvolvido uma reflexão constante no sentido de superar as dificuldades encontradas no decorrer do período, quanto ao convívio. Também se sugeriu a manutenção da temática em todo o sistema educacional como matéria específica, tendo em vista a necessidade local. Com isso, o objetivo é melhorar o relacionamento entre as pessoas, crianças ou não, destacando que as diferenças são partes integrantes do ser e cada um, e isso deve ser respeitado. O outro deve ser auxiliado quando apresentar necessidades especiais.

Essa forma de encarar as situações divergentes serve para o fortalecimento da convivência entre os alunos, amplia o vocabulário cordial no âmbito da sala de aulas-escola e oportuniza a troca de ideias sobre conceitos ligados a regras e normas. Visa melhorar convivência interpessoal, o respeito e a compreensão melhorada entre os semelhantes com os quais se convive, independente de sua maneira de ser e agir, pensar e se expressar; melhorar a convivência familiar.

De maneira geral, no contexto em que se utiliza essa expressão, “chama-se convivência harmoniosa o convívio de pessoas que são sintonizados, com os mesmos ideais”. [2] Tendo em vista que os ideais se manifestam de maneira diferente no relacionamento interpessoal, e isso não pode ser ignorado, é com o envolvimento de todos que se encaminha para o ideal proposto na observação de que, “nesses grupos onde se pratica esse tipo de convívio não há guerras, conflitos ou divergências, ou os problemas são resolvidos pacificamente e em benefício de todos”. [3]

Colaborando com esse princípio, o trabalho, como aconteceu, deve ser desenvolvido constantemente com atividades variadas, compartilhando reflexões e fixando conteúdo por meio de uma prática que melhore o relacionamento em benefício de todos. Devem acontecer inclusive, como em nosso caso, atividade de campo, em grupo, com pesquisas e troca de ideias em sala de aula, além de oficinas de interesse mútuo, ligadas ao exercício da cidadania, dando ênfase ao tema da convivência harmoniosa.

Ainda na fase inicial do projeto, como aconteceu com este, a troca de ideias com a professora demonstrou que as crianças em seus relacionamentos, com maior ou menor grau, manifestavam comportamentos que por vezes precisam ser trabalhados, e foram trabalhados individual e coletivamente, resguardando suas particularidades e individualidades. Com isso, pôde ser percebido que a necessidade de uma melhor convivência em sala de aula e no âmbito da escola levou a novas e positivas formas de relacionar-se, ampliando a convivência harmoniosa, fortalecendo as boas maneiras, inclusive no âmbito familiar e social.

De maneira muito específica, deve ficar estabelecido que “a família é o lugar privilegiado de socialização e aprendizados importantes para a formação das novas gerações.” [4] Família, de acordo com essa definição, é o ambiente onde a harmonia deve brotar como uma sementeira e germinarem toda a sociedade, pois nesse espaço, de maneira especifica,

são vivenciados valores, critérios de conduta e expressão de sentimentos de pertença e onde convive com diferenças de sexo, idade e personalidade, enfim com os elementos que vão moldar o caráter de cada indivíduo” [5]

Diante do exposto, considerando o indivíduo e sua família como agentes transformadores na/da sociedade, onde se faz necessário uma convivência harmoniosa, observa-se a necessidade de uma atuação mais aprofundada e prolongada. Destaca-se a troca de ideias, considerando que nessa faixa etária (?) as crianças devem ser envolvidas com o maior número de atividades possíveis, práticas e motivadoras, dentro e fora da sala de aula. O companheirismo, o respeito mútuo, a compreensão entre os colegas, e um maior envolvimento na sociedade, de maneira geral, de acordo com o que se observou e pôde ser constatado no relato familiar, precisa ser objetivo permanente do educador.

Nesse tema da Convivência Harmoniosa, além da troca de ideias e compartilhamento de conceitos que desmistificam algumas ideias, precisa fomentar novos conceitos comportamentais e melhorar nas crianças uma atuação mais respeitosa na prática do relacionamento familiar, especialmente.

Ao contrário daquilo que estamos defendendo, alguns gestores educacionais, especialmente no trato com os alunos, respeitadas as devidas proporções, acreditam obter melhores resultados ao coibir possíveis desvios, enfatizam que “a disciplina é condição para convivência harmoniosa entre as pessoas e o bom andamento nas tarefas” [6], os quais estabelecem regimentos com regras/normas para a comunidade escolar. Disciplina é fundamental, concordo, mas devidamente articulada no campo da informação/comunicação, oportunizando a troca de ideias acerca da vida comum.

No âmbito em que foi abordado este tema da convivência harmoniosa, como recurso didático, também haviam regras estabelecidas, as quais, de acordo com as ideias transmitidas aos alunos, eram para o bom andamento da vida local. De fato, não é de todo ruim um código de normas e regras, pois foram delas que se utilizou para introduzir o tema deste trabalho.

Em uma análise ampla e em conjunto com os alunos, as próprias regras em vigor na instituição foram utilizadas para fomentar discussões, troca de ideias em sala, acerca do tema abordado. Assim, os alunos puderam vivenciar situações conhecidas e refletir sobre questões relativas ao próprio grupo, sobre a necessidade de se respeitar a comunidade a que se pertence, a manifestação de gostos e preferencias.

Deve haver, nessa linha de atuação, uma constante troca de ideias a respeito dos ambientes da escola, os locais onde as crianças circulam e costumam se reunir para determinadas atividades; conversar sobre o ambiente familiar de cada um, quais as regras que ali se observa para uma melhor convencia, o que agrada ou desagrada, como são resolvidos os conflitos, e assim por diante.

Além da abordagem pelo educador, outros profissionais devem ser envolvidos nesse processo de orientação e fortalecimento dos laços de convivência. Como tais, como ferramenta de trabalho e disseminação dos saberes, palestras podem ser desenvolvidas, além de passeios com as crianças, no âmbito da instituição educacional, sempre no intuito de abordar questões voltadas ao inter-relacionamento.

Consideramos que cada pessoa, quando aplica as regras às suas vidas, numa experiência do outro aplicado a si mesmo, por seu sentimento intraprospectivo, saberá respeitar seu próximo como ele é. Esse princípio, como ênfase mantida ao longo do processo docente se fundamenta na vida de cada um, para uma boa convivência.

Considerando o que se desenvolveu como uma prática importante, para obtermos melhores resultados, outra forma de envolver a comunidade no processo ensino-aprendizagem, foi a participação direta de alunos no levantamento de dados junto às famílias da comunidade local, contribuindo na tomada de decisões e encaminhamento do tema.

O objetivo é que os alunos questionem seus pais sobre o que gostariam de ver modificado em seus filhos; que mudanças os filhos gostariam de ver em seus pais e/ou colegas de sala de aula. Dessa forma, outros questionamentos podem versar sobre o tipo de colegas que os filhos costumam levar para casa; as diferenças no comportamento dos pais ou nos filhos por conta dessas amizades.

Em sala de aula as questões previamente levantadas devem ser trabalhadas no sentido de que se percebam as diferenças e a importância de se respeitar as diferenças, embora não se concorde com elas e, para uma boa convivência, se esforce em aprender a conviver com o diferente.

Trabalhando dessa maneira se tem demonstrado a importância da temática em discussão, Convivência Harmoniosa - SUPERANDO CONFLITOS POR MEIO DA COMUNICAÇÃO -, para melhorar o relacionamento entre as crianças, especialmente em sala de aula. Assim como foi e pôde ser percebido no decorrer de todo o processo de docência, as escolas devem ser entendidas como um espaço de com-vivência compartilhada. É nesse espaço vital que convivem pessoas de várias origens e estrutura familiar (financeira, comportamental, intelectual, cultural, religiosa), dentre outros.

Entendemos que o desenvolvimento sistemático de temas que busque uma convivência harmoniosa entre as pessoas deve ser a tônica de um pensamento moderno, devendo ser a prática de um bom gestor educacional, público e/ou privado. Participar do processo de humanização de uma pessoa e torna-la harmoniosamente correta e bem ajustada é estabelecer uma agenda permanente no âmbito da escola que inclua, de fato, uma atuação conjunta que vise compartilhar todos os espaços.

Nesse sentido, também,

A sensibilidade do educador em cada atividade realizada se faz necessária para compreender e respeitar os pensamentos e sentimentos do educando e seus processos. Deve utilizar-se de registros, reuniões e troca de informações com profissionais das diferentes áreas do conhecimento, para a melhoria do trabalho no seu dia a dia, e adequar o currículo sempre que for necessário, tendo sempre em vista a aprendizagem da criança e do adolescente.” [7]

Por fim, com base no que foi desenvolvido e trabalhado em âmbito escolar, familiar e organizacional (entidade educacional), especialmente em sala de aula, as pessoas que participam de um programa de educação, atuando direta e indiretamente, são responsáveis pelo todo do processo, pois a construção do conhecimento se dá através da interação com colegas e educadores. Seu papel é de criar condições que sejam facilitadoras, estimuladoras, sem preconceitos de qualquer gênero ou espécie, para que as crianças (jovens e adultos envolvidos nesse processo) creiam em suas potencialidades e dediquem-se a um projeto de vida melhor, tendo, inclusive, a participação de seus familiares.

A postura do professor (professora) deve ser a de mediador (incluindo-se) na construção do conhecimento da criança (do educando); partir da realidade da comunidade e da escuta destas, elaborando propostas práticas que considerem a efetividade, o conhecimento e a legislação referentes aos direitos iguais, visando uma convivência harmoniosa, como está proposto.

Além de mediador, o professor/a deve atuar como facilitador, orientador, equilibrador de situações e incentivador para uma convivência harmoniosa, tendo um papel fundamental de organizador de ambientes emocional e social, necessitando para tanto de conhecimento, estudos constantes e comprometimento, como foi o nosso caso no decorrer deste projeto, o qual não se esgota com a conclusão descrita a seguir, mas é o princípio de muitos desafios nessa área do envolvimento humano, aplicável em diferentes espaços de convivência.

A sensibilidade do professor/a em cada situação observada se faz necessária como parte da compreensão e respeito aos pensamentos e sentimentos do educando em seus processos. O educador/a deve utilizar-se de todos os meios, como indicado acima, em uma interação em sala e fora dela, no convívio harmonioso com todos, para a melhoria do ambiente no dia a dia, e adequar o currículo sempre que for necessário (e possível), tendo sempre em vista a melhoria da convivência de todos.

Resta comprovado que é importante ampliar e estimular os laços afetivos por meio da interação social nos diferentes grupos de convivência, adotando atitudes, hábitos, condutas e valores saudáveis, bem como um constante aprimoramento e capacitação por parte dos educadores.

4. CONCLUSÃO

Não podemos mudar as pessoas sem que elas sejam motivadas e se sintam participantes decisivas desse processo. O que, mesmo assim, não se pode obter plenamente.

Ao concluir esse trabalho, como etapa de uma caminhada acredita ser possível afirmar que houve contribuição por meio deste para que os problemas que envolvem os relacionamentos em âmbito escolar, especialmente, tenham sido amenizados, despertando uma maior consciência-conscientização do coletivo nele evolvido para uma atitude mais positiva em seus relacionamentos.

O que foi levado em consideração foi a constante necessidade de sensibilizar e educar a comunidade como um todo – mudança de hábitos e valorização de si e do outro -, a começar pelos alunos, ampliando a atuação de docência junto às famílias.

Com essa visão, é nesse ambiente que se desenvolveu, e se desenvolve, constante e sistematicamente, bons hábitos de convivência voltados para um ambiente respeitoso – embora múltiplo em suas manifestações – entre todos os seres, independente das características que os diferenciem, como foi possível perceber no decorrer deste trabalho.

Percebeu-se ainda que, como parte de todo o processo-projeto, uma nova consciência foi implantada, tanto nos alunos, quanto nos professores, funcionários e familiares, e no mentor deste, uma vez que a maneira como se desenvolveu, o mesmo demonstrou-provocou uma empolgação crescente em todos os participantes.

No decorrer dos trabalhos, semanalmente, foram utilizados dos recursos que se tinham à mão, necessários para uma boa convivência, especialmente o humano. Este foi (e é) o recurso de maior valor no âmbito escolar, presente em cada sala de aula e pelos corredores, secretarias e demais dependências.

É dessa realidade que, havendo o envolvimento de toda a comunidade local, conclui-se, haverá uma melhor compreensão na maneira de ver o outro, se relacionar, no entendimento de uma sociedade que tem o direito de viver uma convivência harmoniosa, na qual cada UM seja tratado com dignidade.

O principal aprendizado não está no campo da superação de quaisquer dificuldades, mas no campo do fortalecimento e do esclarecimento, da ampliação de oportunidades no campo educacional, onde o recurso humano – alunos, professores, funcionários e familiares – deve ser considerado ao longo de todo o processo.

Nesse fortalecimento há a superação – ou aprimoramento - de conceitos e ideias mistificadas ou preconceituosas, vencendo barreiras em beneficio da comunidade, que merece viver em harmonia. Essa nova visão constatou-se naqueles que desse trabalho participaram. Assim, em conclusão a este tema, resta comprovada e benéfica a manifestação constante deste em meio educacional, independente do nível a que se refira. Sempre será possível reforçar e enfatizar a necessidade de se conviver em harmonia.

5. BIBLIOGRAFIA

NASCIMENTO, Haidee L. CONVIVÊNCIA HARMONIOSA. O PROFESSOR E A INICIATIVA EM SALA DE AULA. Disponível em http://www.ie.ufmt.br > acesso em 15 de julho de 2009.

GRAFF, Juliana – CONVIVER. Disponível em http://www.nuep.org,br > Acesso em 15 de julho de 2009.

WIKIEDUCAÇÃO – CONVIVENCIA HARMONIOSA. Disponível em http//: www.educartis.com > Acesso em 15 de julho de 2009.

CEBS – Colégio Estadual Brigadeiro Schorcht – NORMAS DE CONVIVENCIA. Disponível em http://www.nuep.org,br > Acesso em 15 de julhom de 2009.

ETEC – Júlio de Mesquita – NORMAS DE CONVIVENCIA. Disponível em http://www.nuep.org,br > Acesso em 15 de julho de 2009.

WAGNER, Marli; MARTINS, Ângela K. (Coordenadoras) PROJETO POLITICO PEDAGOGICO DO CONTRA TURNO SOCIAL, de Toledo-Pr - pp. 12 e 18. 


Publicado por: Naação Luiz da Silva

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