BÍBLIA: INERRANTE E INFALÍVEL CONSEQUÊNCIAS DA NEGAÇÃO DA DOUTRINA PARA A IGREJA

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1. Resumo

Este trabalho consta de uma pesquisa sobre a questão da inerrância e infalibilidade da Bíblia diante dos constantes ataques referentes a sua defesa e os problemas que isso pode acarretar da negação dessa doutrina para a igreja e a evangelização. Visa refutar as questões dos defensores liberais de que a Bíblia contem erros históricos e científicos, por isso deixando de ser confiável os seus ensinos tornando a Bíblia como um livro comum, as constantes descobertas da ciência, que parecem contradizer as Escrituras Sagradas, tem contribuído para esse conceito ser cada vez mais propagado. O cristão ao ser questionado sobre a sua defesa de fé e não estiver preparado para defendê-la, automaticamente, levará o seu inquiridor a ter ferramentas para defesa de seus argumentos. Através de um trabalho sistemático de consultas, não apenas teórico, mas prático, que a igreja tem sido afetada pelo não ensino dessa doutrina e muito mais quando há o ensino de que a Bíblia contem erros no campo histórico e científico. Através de um estudo de campo onde foram pesquisadas duas igrejas, uma crendo na inerrância e outra não, pode-se observar que quando a doutrina é ensinada cria uma barreira contra falsos ensinos ao mesmo tempo quando se deixa de ensinar pode causar confusão, principalmente com o surgimento de novas questões no campo teológico. Mesmo na igreja onde não se crê na inerrância plena das Escrituras a maioria dos membros acredita no contrário, isso porque o seu líder nunca falou sobre isso, pois tem o temor de perder os seus membros. De um lado os defensores e do outro os opositores, cada um com os argumentos em mãos, como disse não se pretende esgotar todo o assunto, mas através de uma consulta média exaustiva de literaturas já editadas, levar o leitor a entender a importância do tema, diante do panorama do cristianismo moderno. Além de efetuar posições teológicas de escritores, não cabendo citá-las nesse trabalho, mas apenas as idéias a fim de contrastá-las no intuito de chegar a um veredito. A negação dessa doutrina certamente trará sérias consequências ao Cristianismo diante do avanço do liberalismo moderno, trazendo como exemplo disso o continente europeu em seu desembalado declínio espiritual. Este trabalho mostra, através de pesquisas extras e entrevistas pessoais com imigrantes na Europa, que isso já é notório em lugares do mundo. E a América já foi afetada e o Brasil está inserido nesse rol. Desde a defesa dessa doutrina de uma forma explicita pela Carta de Chicago até as maneiras de se defender as várias teorias que surgiram em torno do tema, perpassando o seu desenvolvimento histórico até os problemas da negação para a igreja e até para o próprio cristianismo, envolvendo a evangelização e a questão das defesas de outras doutrinas básicas explicita na Bíblia Sagrada.

PALAVRAS-CHAVE: Bíblia; Teologia; Inerrância; Igreja; Crítica; Apologética; Ciência; Infalível.

2. Introdução

Ao ler um sítio na internet de categoria ateísta onde o seu autor refutava muitos itens sobre a Bíblia onde dizia que ela estava cheia de “erros” e que se isso fosse colocado a público e ensinado nas igrejas por seus lideres, a maioria das igrejas fechariam. Ele continuava dizendo que onde existe mais ignorância é ai que o cristianismo evangélico tem avançado e como prova ele cita a Europa, onde segundo ele, quando ela era emergida na superstição e misticismo o número de cristão eram maiores e quando o conhecimento foi chegando e a ignorância foi colocada de lado , foi diminuído o número ,consideravelmente.

Após uma verificação sobre os dados da Europa e verificado que o mesmo era verídico fui atrás de verdade e deparei, justamente com o tema desse trabalho, e cheguei a uma conclusão que a causa da Europa estar se definhando cada vez mais, teologicamente e até financeiramente, não era a chegada do conhecimento intelectual, mas sim a negação da inerrância dos escritos bíblicos.

Com o surgimento do racionalismo e o avanço no campo das idéias pode-se questionar tudo, até a existência de Deus. Nesse contexto as questões que eram verdades absolutas foram para o campo do relativismo, dependia de que ponto de vista era analisado, logo após passando para o campo da negação total e sendo o próximo passo o descrédito total. Foi isso que aconteceu na Europa com os ensinos da Bíblia Sagrada, tornou-se um livro obsoleto, aquilo que era respeitado hoje é sinal de desprezo, e.g, basta abrir uma Bíblia dentro de um metrô na Espanha para pessoas se afastarem do leitor. Crer na Bíblia significa ausência de inteligência. A Europa considera isso um avanço, no entanto depende que tipo de avanço eles querem dizer. Vamos fazer uma análise disso: um estudo publicado pelo jornal Mensageiro da Paz traz uma notícia a respeito da Europa que em menos de 50 anos a Europa poderá ser chamado de “eurásia”, pois o controle de natalidade dos países europeus é na média menos de um filho e meio por família enquanto a família dos muçulmanos é de oito filhos. O líder muçulmano disse que “a conquista pela questão demográfica será tão grande que nem Maomé conseguiu tal feito” e “sem tirar uma espada”, concluiu.

É claro é evidente que a negação da inerrância da Bíblia pode levar à sérias consequências para o cristianismo, não que ele vai desaparecer da terra, mas o resultado da Europa é muito visível para negarmos tal situação. A onda que avança sobre a América, iniciando pelo EUA não é diferente, é só observar as leis favoráveis as questões que antes jamais eram discutidas como as leis sobre o aborto e homossexualismo, a questão da redução do ensino do criacionismo nas escolas.

E defendido nesse trabalho a premissa que a negação dessa doutrina pode minar todas as outras doutrinas bíblicas ao ponto de atrapalhar a evangelização a curto, médio e longo prazo, como diz a ciência com estudos embasados, nada menos que mais de 200 anos de experiência. Como está escrito no livro do Apocalipse que é melhor ser frio do que morno. Tornar o ensino morno é o que o liberalismo teológico quer, pois um abismo puxa outro abismo. Negar a necessidade de Deus da vida do homem é o próximo passo que não será difícil implantar na cabeça da sociedade.

O Brasil reflete esse modernismo teológico no afastamento dos princípios teológicos em nome da liberdade de expressão tornando um país laico como reza a constituição. Isso tem avançado em todas as áreas. Quem não lembra quando os alunos iam à escola e antes de começar cada aula todas as crianças faziam a oração do pai nosso, de pé em sinal de reverência a Deus, juntamente com a professora. É claro que era mais como uma tradição católica, no entanto é só acompanhar as estatísticas e será percebido que as consequências da eliminação dessa prática juntamente com outras não foi boa. Mas se alguém disser que foi por causa da negação da doutrina da inerrância vão dizer que é fundamentalismo. Pensemos um pouco: se a Bíblia fosse considerada a Palavra de Deus pela sociedade e reconhecida como apta para ensinar iria trazer o temor de Deus e jamais os seus ensinos sairiam das escolas. A sua exclusão não é uma forma implícita de recusa da autoridade como Palavra de Deus?

E isso não é apenas uma febre, o programa nacional dos direitos humanos reza que os órgãos públicos não poderão usar nenhum símbolo religioso e até se propõe mudar os nomes das cidades que fazem alusão a qualquer credo tipo São Paulo. Já tem projeto de lei federal para tirar o nome de Deus, definitivamente, da Constituição do Brasil. A Europa também começou por esse caminho.

Mas se isso for verificado nos rincões do Brasil, será que o ensino ou não dessa doutrina é necessário? Isso é respondido com um grande e alto SIM. Como disse um pregador regional: “ninguém ‘trupica’ em toco grande, mas no pequeno”. Se essa doutrina não for ensinada estaremos cometendo o mesmo erro de nossos irmãos europeus e norte americanos, a pesquisa feito pelo grupo Barna fundamentou isso,,bastou apenas cinco anos para subir mais de 40 pontos estatísticos na escala dos que não criam na inerrância bíblica. E o incrível que pareça é que isso acontece dentro das denominações conservadoras e históricas.

Contra o principio da ignorância, a Bíblia diz que o povo perece por falta de conhecimento. Ouvi alguém dizer que isso faz parte dos sinais do fim, que a apostasia viria tomar conta de muitos como está escrito na Bíblia, mas ela também recomenda que lutemos para tirar alguns do fogo, é nesse objetivo que é proposto este trabalho.

Através de um estudo em duas igrejas regionais, uma que crê na inerrância plena da Bíblia e outra que crê na inerrância limitada, foi percebido que quando a doutrina é negligenciada , quer em uma ou outra, é prejudicial. Na primeira por que não há pessoas qualificadas para um ensino sistemático e na segunda do mesmo jeito. A primeira ensina na supremacia da Escrituras e os seus membros não sentem a necessidade, mesmo quando é perguntado sobre descobertas da ciência os membros ficam com a Bíblia, mesmo não tendo uma explicação para supostos erros da Bíblia. Na segunda o prejuízo é bem maior, pois foi percebido algo que nem o seu líder sabia: a maioria de seus membros não conhece o credo da sua própria igreja e devido essa ignorância elas creem na inerrância plena, 100% dos entrevistados respondeu que crê na totalidade da Bíblia isenta de erros. O estudo foi prejudicado, pois somente os seus lideres acreditavam, e ainda pela metade.

Atualmente não enfrentamos problemas para a evangelização pelas praças, nas realizações de cruzadas, na entrega de folhetos pelas ruas e outra formas de evangelização, devido ter leis (ainda) que permitem isso. Mas isso vai acabar, pois várias igrejas já estão com revestimentos acústicos, resultados de ordem judicial através de ações de algum vizinho da igreja ou até mesmo da sociedade local. Não se pode pensar que a abertura para um pensamento livre sobre a interpretação das escrituras vai ajudar, ao contrário, uma concessão puxa uma outra concessão. É a famosa mudança de foco de autoridade, a Bíblia não é mais a autoridade máxima, no que tange a questão de fé é prática, e a mente tomou o lugar, tudo precisa primeiro passar pelo crivo intelectual, se a mente achar lógico então é verdadeiro e daí se aceita.

Outra justificativa é que as várias ramificações de denominações religiosas foram atingidas por uma filosofia de alguém que defendia o liberalismo teológico de uma forma subjetiva, depende das experiências das pessoas, não é isso que os opositores da doutrina defendem: a questão racional e intelectual? É mais ou menos o seguinte pensamento: se alguém sentir está tudo bem. Essa é a posição dos defensores da inerrância de propósito.

Ainda mais prejudicial é que na igreja onde se acredita na inerrância plena das escrituras isso também tem acontecido, foi contaminada pelo liberalismo teológico. Não basta apenas crê, tem que saber como crê, a prática não difere do credo. Aí vem uma conclusão óbvia que não se pode negar: o afastamento gradual da sã doutrina.

O livro mais combatido pela humanidade e também amado desde que foi escrito nunca deixou de estar no palco das discussões da humanidade. Nos primeiros séculos se discutiam o entendimento do que estava escrito, não se ousava discutir se o que estava escrito era verdade ou não , apesar de alguns ensaios ao contrário, nos últimos séculos com o surgimento do Iluminismo , onde o racionalismo entrou em evidência e a crítica atingiu tudo e a Bíblia não podia ser exceção. O liberalismo teológico que começou na Europa atingiu também outros lugares e também a América, começando pelos EUA e expandindo para outros países, inclusive o Brasil.

A resposta dos teólogos norte americanos, chamados pelos liberais como fundamentalistas, foi rápida onde deu origem a um tratado sobre inerrância bíblica, a Carta de Chicago, onde se defendiam essa doutrina contrapondo os vários pontos do liberalismo teológico. No entanto essa doutrina já era defendida desde o tempo dos pais da igreja.

Nesse caminho no desenvolvimento da doutrina e na tentativa de enquadrar cada escrito da Bíblia a cada descoberta da ciência, surge o que chamo de “teologia da acomodação”, surgindo várias teorias a respeito desse tema desde a que defende a inerrância parcial até a inerrância plena das escrituras, algumas já supra citadas.

A humanidade sempre procurou um meio para satisfazer sua ansiedade a respeito das coisas sobrenaturais e sempre com o pensamento de pesquisa o homem foi a procura de suas respostas, usando meios conhecidos e normais como também àqueles extravagantes, às vezes, sendo necessário o martírio de alguns, e sempre usando a máxima que parafraseando diz “o fim justifica os meios”, “tudo pelo bem da ciência”. É evidente que em todos os atos realizados existem as consequências, ou mal ou bem, mas tratando-se de questões não naturais não podemos usar as regras humanas conhecidas para explicar os fatos.

Na confecção de projetos para lançamentos de livros há muitas possibilidades deste objetivo não ser alcançado, dependendo do conteúdo do livro, da aceitação do público alvo, da publicadora, dos recursos financeiros, do autor e mais alguns fatores que não cabe aqui serem mencionados, e depois de ser lançado, este livro não irá ficar muito tempo em hegemonia, nem ocupará por muito tempo o sub-topo do ranking (digo isto por que o primeiro lugar já está ocupado, e há muito tempo),e ainda mais , quando o mesmo sair de circulação será uma raridade encontrá-lo, às vezes somente com colecionadores, isto dizendo em intervalos de séculos. Fogem de qualquer pensamento ou raciocínio humanos as possibilidades de explicação para a hegemonia de um livro (que muitos ainda tendem em não valorizá-lo) que desde sua publicação nunca ocupou a segunda posição, vem geração e vai geração e todas elas absorvem o conteúdo deste livro, somente a minoria tendem em discordar do escritos do mesmo, mesmo a crítica textual por mais pejorativa que seja não consegue dissimular a eficácia ativa evidente em todo o seu conteúdo, que não está somente na esfera da avaliação humana, mas sobrepõe ao domínio mental do homem.

O homem através de vários tipos de pesquisas tem descoberto e aprimorado os conhecimentos dos materiais dos escritos sagrados, seja através da arqueologia ou qualquer outro tipo de ciência. Os críticos literários têm usado todo o seu conhecimento para colocar em “voga esclarecida” os assuntos que parecem obscuros ao saber do mundo moderno.

A doutrina da inerrância da Bíblia tem sido alvo de muitas discussões críticas textuais, tanto dos liberais como conservadores. Os primeiros professam que a Bíblia possui erros de concordância e que não fora inspirada por Deus e vindo de encontro com os últimos que acreditam na integridade e inspiração bíblica.

A busca pela escolha dos livros que comporiam a cânon gerou muitas polêmicas. Foi de suma importância a presença e conservação dos manuscritos do Antigo e Novo Testamento, além da responsabilidade e fidelidade dos massoretas, que juntamente com os naqdanins, que eram os gramáticos da época, traduziram e compilaram os escritos bíblicos na mais integridade possível.

As traduções e/ou versões da Bíblia são várias, no entanto, a importância está na manutenção verídica dos escritos da mesma, daí a necessidade da averiguação e passagens de palavras existentes em um idioma e inexistente em outro. Desde os escritos nos seus originais até chegar ao idioma português a Bíblia percorreu um vasto caminho, passando por tradutores e tradutores. È claro que a Bíblia nos escritos originais não contém erros, porém na transmissão dos dados de um manuscritos para outro, realizados pêlos copistas e escribas aconteceram pequenas falhas no texto, às vezes esquecendo trechos e palavras, e às vezes trocando ou equivocando-se devido ser o idioma hebraico destituído de vogais. Porém os manuscritos originais não possuem erros de qualquer espécie.

Nesse mesmo entendimento esse trabalho é dividido em três capítulos onde há uma descrição do termo inerrância e seu desenvolvimento histórico e o que alguns escritores já fizeram sobre o tema, além das várias teorias que envolve o tema, o porquê é defendido a veracidade da inerrância plena envolvendo os argumentos contrários com suas devidas refutações e os prejuízos da negação dessa doutrina para a igreja envolvendo a questão da evangelização.

3. A Bíblia e sua Inerrância

Antes de entrar no assunto da inerrância da Bíblia, propriamente dita, é preciso trazer informações sobre este livro, a fim de ter um conhecimento de sua composição, autores e tipos de escritos ali colocados. Desde os tempos passados grandes livros tem entrado no cenário da literatura mundial, de muita vendagem e aceitação da humanidade ,quer de leigos como de sábios. Muitos autores de renome têm conseguido êxito em seus escritos com um público fiel aos seus escritos. Desde que um livro, se é que podemos chamar de um simples livro, entrou neste cenário, todos os outros passaram, com muitos anos luz de distância, para o segundo lugar, depois dele nunca nenhum outro alcançou tanta popularidade. Um livro que traz a polêmica junto a si; que traz a crítica aos céticos e muita matéria para eles discutirem; que desafia o próprio homem na sua soberba; um livro que tem mudado a história; a sua mensagem libertou escravos; levou pessoas a morrer por causa da sua mensagem; mudou a direção de nações.

A Bíblia é de longe o livro mais traduzido do mundo. Partes da Bíblia podem ser lidas atualmente em mais de 2.212 línguas diferentes e todo ano a lista é acrescida de 40 novas traduções. Nenhum outro livro também se aproxima da sua tiragem: o número de exemplares impressos sobe a cada ano, apesar da Bíblia ter sido o livro mais atacado em todos os tempos. Soberanos de todas as épocas, políticos, reis e ditadores, até líderes religiosos e seus cúmplices tentaram privar o povo de sua leitura. Combateram-na, despojaram-na de seu conteúdo, tentaram destruí-la. Pode-se dizer que jamais outro livro foi tão amado e ao mesmo tempo tão odiado quanto a Bíblia!

Podemos fazer um seguinte questionamento: de onde vem tanto poder capaz de movimentar tantos povos e que leva tantas pessoas a querer destruir a mensagem contida nesse livro? Precisamos fazer um breve resumo da história desde livro a fim de provar que ele é inspirado e traz uma mensagem de um Ser divino que se preocupa com o homem, e não foi por acaso nem coincidência a forma como foi escrito e montado.

Na verdade, a Bíblia é uma pequena biblioteca formada por 66 volumes. Ela foi escrita por aproximadamente 40 autores diferentes, durante um período de mais ou menos 1500 anos. Com toda a certeza ela não foi escrita por iniciativa coletiva. Ela também não foi planejada por alguém. Um dos autores escreveu na Arábia, outro na Síria, um terceiro em Israel, e ainda outro na Grécia ou na Itália. Um dos autores atuou mais como historiador ou repórter, outro escreveu como biógrafo, outro escreveu tratados teológicos, ainda outro compôs poemas e escreveu provérbios, enquanto outro registrou profecias, e quem eram esses homens? Pastores de ovelhas, agricultores, boieiros, reis, pescadores, cobradores de impostos, médico. Eles escreveram sobre famílias, povos, reis, soberanos e impérios do mundo. O escritor das primeiras páginas jamais poderia saber o que outro escreveria 1400 anos mais tarde. Os escritores de séculos futuros nunca poderiam saber por si mesmos, o sentido profético de um texto escrito centenas de anos antes. Mesmo assim, a Bíblia é um livro de uma unidade impressionante, com coerência do início ao fim, tendo um tema comum e falando de uma pessoa central: Jesus Cristo. A Bíblia é o único livro no qual milhares de profecias se cumpriram literalmente. Suas predições realizaram-se nos mínimos detalhes durante a história. Locais e datas mencionados nos relatos bíblicos foram confirmados pela ciência.

Quando nos perguntamos como foi possível aos autores alcançarem uma unidade e uniformidade tão grandes no que escreveram, concluímos que só nos resta a resposta de 2 Pedro 1.21: "Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo." Em outra passagem, a Bíblia diz: "Toda a Escritura é inspirada por Deus..." (2 Tm 3.16),e podemos afirmar com toda certeza que só existiu um autor: Deus. Cabe mencionar aqui que até quando um livro é escrito por um único autor ele, às vezes, mostra contradição. Um livro apenas, quanto mais uma enciclopédia. Um filósofo francês expressou-se da seguinte maneira sobre a maravilha que é a Bíblia: "Quão miseráveis e desprezíveis são as palavras dos filósofos quando comparadas com as da Bíblia! É possível um livro tão simples, mas ao mesmo tempo tão perfeito, ser palavra humana?”.

A Bíblia é reconhecida até pelos homens que declararam inimigos ferrenhos de sua mensagem. Vejamos o que nos escreveu o ateu Friedrich Nietzsche, inimigo do cristianismo: “ela é o livro da justiça de Deus. Ela descreve coisas e pessoas em um estilo tão perfeito, que os escritos grego e hindus não podem ser comparados a ela. O estilo do A.T. é um parâmetro de avaliação tanto de escritores famosos como iniciantes”.

A Bíblia é o livro fundamental da maior religião do mundo: o cristianismo. Que hoje está atingindo a quantidade de cerca de dois bilhões da população mundial, no principio este livro era menosprezado e considerado apenas das classes menos favorecidas, com o passar dos tempos os homens de todas as classes o descobriram e viram que ele não era apenas um livro e começaram a ter interesse pelo mesmo. A ciência também entrou neste meio, não com o interesse de mostrar o valor de sua mensagem, mas de estudá-la e pesquisá-la.

A Bíblia é considerada um livro sagrado e com seus escritos é chamada de Palavra de Deus tendo registrado o plano de Deus para a humanidade. Deus tem falado com os homens desde os primórdios. Esse diálogo começou ainda quando o homem não podia responder; um boneco de barro, e depois de receber o sopro de Deus e tornar-se alma vivente conversava com Deus toda viração do dia, mesmo depois da queda a conversa continuou passando por Caim, Noé. Reiniciando em Abrão chegou até Moisés, onde no Sinai teve a primeira palavra de Deus escrita em duas tábuas de pedra. Passando por Josué chegando aos profetas até chegar à plenitude dos tempos e enviar o Filho de Deus, o Deus encarnado considerado a própria Palavra, o unigênito do Pai para habitar entre os homens.

A Bíblia contem vários estilos de literatura, entre elas poesias , história e também envolve muitas figuras de linguagem utilizadas por seus autores ao escrever os seus textos sagrados.O fato dela começar a fazer parte de vários círculos de debates levantou o questionamento a respeito da palavra ali escritas, seriam elas totalmente verdadeiras ou possui erros. Surgindo a questão da inerrância Bíblica e suas várias formas de pensamentos de defesa. E se o que está escrito também pode ser considerado infalível. Não que esse termo ou assunto seja tão recente, mas com o advento tecnológico tornou-se mais conhecido.

3.1. Desenvolvimento histórico

Houve uma época em que a Bíblia era considerada a suprema Palavra de Deus e ninguém ousava questionar os seus escritos, uma das razões era o monopólio dos escritos sagrados pela religião dominante. Com o surgimento da imprensa e a reforma protestante o livro se tornou mais popular abrindo espaço para o conhecimento e análise do que estava escrito.

É importante salientar que nos primeiros quatro séculos da era cristã outras questões teológicas foram definidas, a saber a trindade , cristologia. No século posterior, as doutrinas do pecado e da graça de Deus. Sendo que a doutrina da salvação foi discutida no século dezesseis durante a reforma protestante e a doutrina da igreja nos dois séculos posteriores a esse. Assim foram surgindo os credos e definindo o entendimento sobre vários assuntos, sendo ressaltados que todos precisam estar de acordo os ensinamentos bíblicos.

Nessa linha de progressão chegou a vez da doutrina da inerrância ser discutida. No entanto teve importantes defesas, como as chamadas confissões, eis algumas e o que diziam:

  • Confissão gaulesa:(1504-1564) “Estas Santas Escrituras estão compreendidas nos livros canônicos do Velho e Novo Testamentos como segue" (Enumera os 66 livros canônicos).

  • Confissão Belga – “Nós cremos que as Santas Escrituras estão contidas em dois livros, a saber, O Velho e o Novo Testamento, que soa canônicos contra os quais nada pode se alegado”(coloca os 66 livros da Bíblia)

  • A segunda Confissão Helvética (1562-1566) – “Cremos e confessamos que as Escrituras Canônicas dos santos profetas e apóstolos de ambos os Testamentos são a verdadeira Palavra de Deus, e tem suficiente autoridade de si mesma e não dos homens...”.

  • Confissão de Westminster (1643-1646) – “sobre o nome da Sagrada Escritura, ou Palavra de Deus escrita, incluem-se agora todos os livros do Velho e Novo Testamentos todos por inspiração divina para serem a regra de fé e prática, os quais são: (Enumeram os 66 livros canônicos) seção II.

Com o surgimento da época do Iluminismo a Bíblia foi “iluminada” e colocada de igual para igual como qualquer literatura secular, sem procedência divina na sua inspiração e escrita. Até aquele momento a Bíblia era tratada pelos olhos da fé, dali por diante começou a percorrer pelas igrejas o ensino das novas idéias incluindo também os olhos da razão.

Enquanto os liberais apresentavam seus argumentos os defensores da inerrância formulavam suas defesas, influenciado pela alta crítica racionalista, principalmente da Alemanha. O teólogo americano Charles Hodge foi um desses defensores juntamente com Benjamim B. Warfield que afirmaram que a escritura é plenária e totalmente inspirada; é verbalmente inspirada; é inerrante em todos os assuntos nos quais ela toca e que nenhum erro poder ser atribuído ao texto original. Eles usaram termos como “absolutamente infalível”, “absolutamente inerrante”, “sem erro de fato ou doutrina”, “infalibilidade inerrante das palavras” entre outros termos correlatos contra a descrença do liberalismo na doutrina. Outro que contribui foi Jonathn Edwards1 que defendia a inerrância dizendo que ela tinha evidências tanto interna como externa. No ano de 1978 foi criado por Hyatt Regency O’Hare, na cidade de Chicago (EUA), a Declaração de Chicago sobre a Inerrância Bíblica, dando origem ao Concilio Internacional sobre Inerrância Bíblica - ICBI, onde centenas de eruditos e lideres evangélicos se reuniram sobre esse tema. A Carta foi assinada por cerca de trezentos eruditos evangélicos. Ela teve o propósito de ir a favor dos conceitos da inerrância da Bíblia e contra o liberalismo. A carta contém dezenove artigos de afirmação ou negação de termos que vão contra a doutrina, além de conceituação do que é inerrante e infalibilidade das Escrituras.

Percebe-se na carta que ela refuta conceitos que já existiam e se difundiam na época. Veja o que está escrito no seu artigo III: “Negamos que a Bíblia seja um mero testemunho a respeito da revelação, ou que somente se torne revelação mediante encontro, ou que dependa das reações dos homens para ter validade” uma argumentação explícita conta a teoria da inerrância de propósito. No artigo XI ela afirma “negamos que seja possível a Bíblia ser , ao mesmo tempo infalível e errônea em suas afirmações. Ligando a questão da inerrância a infalibilidade das escrituras uma situação homogênea e inseparável.

No artigo XII ela refuta a teoria da inerrância limitada ao afirma que as Escrituras em sua totalidade são inerrantes e nega que a infalibilidade e a inerrância da Bíblia estejam limitadas a assuntos espirituais, religiosos ou redentores, não alcançando informações de natureza histórica e científica.

Contra o argumento que dizia que esta questão de inerrância nunca foi apresentado na história e que foi inventada pelo protestantismo escolástico, no intuito de responder a alta crítica negativa, a carta afirmava que essa doutrina tem sido parte integrante da fé da igreja ao longo da história. É bem claro que, como mostrado acima, essa doutrina não era debatida, ela era aceita sem ressalvas, no entanto com o surgimento do racionalismo a doutrina veio para o campo do debate, forçando os conservadores a tomarem posição em sua defesa.

Eles afirmaram isso baseado em fatos que a igreja, no decorrer da historia, tem tido essa opinião. Agostinho (354-430 A.D) descreve: “aprendi a dar respeito e honra somente aos livros canônicos da Escrituras; somente acerca destes é que creio com muita firmeza que os autores estavam completamente livres de erros”. Anselmo (1033-1109 A.d) e Tomás de Aquino diz que a Bíblia é sem erro de qualquer espécie e outros teólogos da Idade Média declararam essa mesma crença. Lutero, Calvino, Zuínglio, Menno Sino, John Knox e outros reformadores também defenderam a total fidedignidade da Escritura. Zuinglio, (suíço nascido em 1484) que era humanista e inclinado ao racionalismo afirmou que deveria dar valor as Escrituras sagradas em vez de religiosidade cerimonial.

3.2. Autoridade e Inspiração Biblica

O tema da inspiração bíblica está relacionado à questão da inerrância. A Bíblia foi inspirada por Deus e foram utilizados homens para que escrevessem a vontade de Deus aos homens. Isso foi supervisionado pelo Espírito Santo. Existem várias teorias a respeito desse assunto, de como aconteceu essa inspiração: da inspiração verbal, da inspiração plenária, a parcial e a dinâmica. Para fim desse trabalho será usada a teoria da inspiração plenária que diz que a Bíblia toda, em todas as suas partes, é inspirada. Nada ficou sem a inspiração divina. Assim toda a Bíblia é a Palavra de Deus.

3.3. As teorias Sobre Inerrância

Esse termo significa aquilo que não tem erros, infalível. No que tange a questão dos escritos sagrados refere-se a tudo o que está escrito na Bíblia é isento de erros de qualquer espécie, tanto no seu conteúdo, propósito e mensagem. O termo infalível não pode ser separado pois os dois de conjugam, isto é, se completam. Inerrância, portanto é a opinião de que quando todos os fatos conhecidos, que irão demonstrar que a Bíblia em seus autógrafos originais e corretamente interpretado é inteiramente verdade e nunca falsas em tudo o que afirma, quer se refira à doutrina ou à ética ou social, físico, ou ciências da vida.

Existem algumas maneiras de se ver essa doutrina na cosmovisão cristã. É importante salientar que todos os que defendem são considerados cristãos evangélicos e tem seus argumentos para a defesa de uma ou outra posição teológica.

3.3.1. Inerrância limitada

Essa teoria defende que a Bíblia somente é inerrante no que tange aos assuntos relativos às questões que envolvam salvação. De acordo ela a Bíblia pode conter erros no campo da ciência ou história, pois esse não é o objetivo dos escritos sagrados e nem tampouco pelos homens que foram usados para escrevê-la por não entenderem dessas áreas e serem ignorantes, assim sendo a Bíblia contem erros. Os propositores dessa teria foram Daniel Fuller, Stephen Davis e William Lasor.

Defesa: o trabalho em si é uma defesa contra essa teoria.

3.3.2. Inerrância de Propósito

A Bíblia se torna a Palavra de Deus desde que seja concretizado o objetivo primário de levar o homem a restabelecer o contato com Deus, isto é, restabelecer a comunhão. Ela é inerrante no propósito e não, simplesmente por conter fatos verdadeiros. Essa teoria afirma que a Bíblia torna-se a Palavra de Deus quando o homem acredita que ela é. É o famoso chavão popular: “a Bíblia fechada é como qualquer livro, mas aberta é Deus falando”. Os proponentes dessa teoria são Jack Rogers e James Orr.

Defesa: independente de a Bíblia ser acreditada ou não ela continua sendo a Palavra de Deus. Sendo assim os céticos poderiam usar esse argumento no juízo final dizendo que por não ter acesso a convicção desse propósito não foi possível ter acesso a Palavra de Deus, tornando-se inculpável.

3.3.3. Irrelevância da Inerrância

Essa por sua vez afirma que essa questão é irrevelante, pois o próprio termo já é negativo e a nossa visão da Bíblia deve ser positiva. Que a inerrância não é um conceito bíblico. Ela também avalia a questão da conseqüência da defesa da doutrina dizendo que causa confusão e desunião na igreja e que ela concentra nas questões dos detalhes e não na essência da causa impedindo a avaliação de uma forma honesta, visando mais a parte intelectual, a fim de satisfazer a pesquisa. Nesse entendimento, não interessa se essa doutrina é defendida ou não, não vai trazer nenhum beneficio nem malefício à igreja. O proponente dessa defesa foi David Hubbard.

Defesa: embora os estudos relacionados nesse trabalho mostrem que quanto mais o conhecimento torna-se acessível às pessoas, o número dos que crêem na inerrância tendem a diminuir. Também é verdade que quando ela é ensinada cria uma proteção contra os falsos ensinos. Como o relato do Teólogo Claudionor de Andrade, no livro Deus e a Bíblia, onde escreve ele, que quando lecionava em uma universidade fora abordado por um outro professor, advogado e ateu positivista. O professor lhe disse: “Professor, eu não entendo vocês, os crentes. Há evangélicos que são tão extremistas, que uma senhora, de sua igreja, que trabalha em minha casa, fez uma afirmação absurda, que nos faz até rir. Eu lhe indaguei se ela cria, realmente, que a “baleia” havia engolido Jonas. Ela respondeu que sim. Mas eu lhe expliquei que a garganta da baleia é tão estreita que não permite passar um homem. Só podem passar por ela pequenos peixes. Ela parou, escutou, e respondeu: ‘Professor, se a Bíblia disser que Jonas engoliu a baleia, ainda assim eu creio nela! ’. Se aquela senhora tivesse dado atenção ao texto teria respondido que a Bíblia não diz que é baleia , mas um grande peixe.

3.3.4. Inerrância Plena

Essa defende que a Bíblia é livre de qualquer erro em tudo o que ensina e afirma, não importa se no campo histórico ou científico. Nessa idéia entende-se a participação divina e humana e que a linguagem usada é para que haja compreensão nos leitores. Significa que a Bíblia não é um tratado científico nem histórico, mas naquilo que trata desses assuntos é verídico. E para isso é usado a linguagem humana, por exemplo, quando Josué pediu para o Sol e a Lua pararem, estavam usando a visão humana, pois para quem está na Terra quem está se movimentando é o Sol e a Lua. E não há nenhum problema nisso, pois até hoje, onde se sabe que é a terra que se movimenta em torno do Sol (conforme diz a ciência) ainda se diz que o sol nasce e se põe. Quem defendeu foi primeiramente Harold Lindsell, Roger Nicole e Millard Erickson.

4. A Razão de a Bíblia ser Inerrante e Infalível

A Infalibilidade da Bíblia está relacionada com a sua inerrância, ela não pode ser desvinculada, pode-se citar, por exemplo, o caso de uma lista de endereços, que podem ter todos os seus registros sem erros, sem ser uma obra divina. No entanto, ela pode ser falível. Quem já não consultou uma lista dessa e ao verificar em loco verifica-se que a pessoa não mora mais lá. Assim a Bíblia poderia ser um livro inerrante e falível, mas não é isso que se pode mostrar, pois ela é infalível em tudo o que se promete nela. “E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la” (Jr 1.12). Isaias escreveu dizendo: “Secou-se a erva, e caiu a sua flor; mas a palavra do nosso Deus permanece eternamente” (40.8).

A inerrância implica em afirmar que a Bíblia é totalmente verdadeira em todas as suas partes em tudo que ela ensina. Não há nela falsidade. No sentido estrito, a inerrância aplica-se às partes da Bíblia conforme foram originalmente escritas; mas em sentido secundário, ela também se aplica às cópias e às traduções na medida em que refletem os originais. A inerrância deve ser definida mais em termos de verdade e de falsidade do que em termos de erro. A idéia básica de inerrância é que não há engano ou falsidade nos ensinamentos das Escrituras, por consequência da inspiração divina, resultando daí sua autoridade máxima em questões de fé.

Descobrir na e no cumprimento de suas profecias, provas de sua infalibilidade, se para o cristão algo maravilhoso. Tudo isto o leva a confirmar autoridade da Palavra de Deus. O Novo Testamento confirma muitas promessas feitas no Velho Testamento, principalmente concernente a Jesus. E as profecias proferidas por Ele nos Evangelhos, muitas delas se cumpriram, e outras ainda se cumprirão. A Bíblia traz relatos científicos, os quais se evidenciam a cada dia. Tudo isto, e ainda mais, o testemunho de nossa transformação, faz da Bíblia, um livro infalível, porém este trabalho deseja apresentar de uma forma técnico-científico a veracidade da Bíblia, já que a ciência não leva em conta a questão da fé, pois a mesma não pode ser provada ou demonstrada pelos métodos científicos presentes nos laboratórios. Serão usados os ramos da própria ciência a fim de provar aquilo que os cientistas não querem acreditar.

4.1. Argumento Histórico

Quando é citado em algum livro pontos históricos, tipos cidades ou localidades e esses lugares não forem comprovados que existem ou existiam, não se dá o crédito que seja um livro de fatos reais colocando-o no campo da ficção. Não se pode colocar a Bíblia nesse rol, pois os lugares que são mencionados nela, são confirmados um a um pela arqueologia bíblica. Não se pode falar em história da Bíblia e não falar na nação de Israel, pois a Bíblia não é apenas um livro de conceitos ou normas, é também um livro histórico, pois trata com muita veracidade a história dos povos e nações do mundo antigo.

Destacamos neste trabalho a importância histórica de Israel, nação que até hoje mexe com o mundo, nação que se tornará uma pedra pesada para todos os povos (Zc 12.2). A Bíblia é infalível quando trata da história do povo de Deus, pois esta história se mistura com o próprio Deus e Sua fidelidade. Fidelidade na chamada de Abraão, (Gn 12.1-3).

A partir desta chamada e a obediência, Abraão se torna pai de uma grande nação. Todos os acontecimentos concernentes a vida espiritual e nacional de Israel foram preditas por Deus a Abraão, (Gn 15.13), Isaque (Gn 26.3); Jacó (Gn 28.13,14).

Fidelidade no estabelecimento da nação (Js 24.13). A Bíblia registra de maneira maravilhosa a entrada da família no Egito, apenas setenta almas (Gn 46.27), fala ainda de sua espetacular saída debaixo da proteção do Sangue do Cordeiro (Ex 12.13), levando consigo a prata e o ouro do Egito (Ex 12.35-36), que foram entregues como oferta ao Senhor (Ex 35.5-22).

Agora sob o comando de Josué, a nação entra em Canaã e desaloja seus moradores conforme a Palavra do Senhor (Js 11.19) e se firma como nação (Is 26.2). Fidelidade no tratamento com seu povo, (Lm 5.16).

Por causa de sua desobediência, o povo de Deus sofreu com o exílio. Israel foi para Assíria (II Rs 17.6), Judá para Babilônia (II Rs 24.10). O cativeiro babilônico havia sido predito, (Jr 25.11), bem como o retorno sob as ordens de Ciro. (II Cr 36.22,23). Assim Deus cumpre Suas Palavras. No Novo Testamento Jesus predisse a destruição de Jerusalém (Mt 24.2). O fato aconteceu no ano 70 da era cristã, vindo Israel se estabelecer como nação em 1948. A restauração nacional de Israel predita por Ezequiel (Ez 36.25-27), principalmente no capitulo 37, tem se cumprido diante de todos nós. É a figueira dando seus frutos (Mt 24.32).

É claro que durante todo o trajeto da construção do povo de Israel são citados muitos lugares que realmente existiram , não sendo criação de seus escritores, apenas para embelezar a história. Um fato relevante na história desse povo é que foram registrados, não somente os sucessos alcançados, mas também os seus fracassos. Entendendo os tempos da história em que os reis apagavam de suas crônicas os seus fracassos para não deixar para a posteridade a fragilidade e a imagem de pessoa fraca de seus reinados, é um fator a argumentar a favor da veracidade desse livro.

Como escreveu o escritor Verner Keller em seu livro E Bíblia Tinha Razão: “Durante a coleta e o estudo do material, que de modo algum pre­tendo seja completo, ocorreu-me a idéia de que era tempo de os leitores da Bíblia e seus opositores, os crentes e os incrédulos participarem das emocionantes descobertas realizadas pela sóbria ciência de múltiplas disci­plinas. Diante da enorme quantidade de resultados de pesquisas autênticos e seguros, convenci-me, apesar da opinião da crítica cética, de que desde o século do Iluminismo até nossos dias tentava diminuir o valor documen­tário da Bíblia, de que a Bíblia tinha razão!”

4.2. Argumento Científico

A Inerrância bíblica também é críticada como o argumento de que muitas declarações sobre a história da ciência que são encontradas nas escrituras são demonstradas insustentáveis. Antes de entrar na refutação propriamente dita, é necessário aplicar um raciocínio, será que aquilo que a comunidade científica revela como “verdade” é realmente verdade? E outra coisa: será que são confiáveis em suas afirmações? Quem foi que criou os parâmetros científicos e métodos de pesquisa para servir de modelo? Não foi o próprio homem? E se os métodos estiverem errados? Como o método de datação de materiais antigos, que quiseram mudar para atestar a descoberta do Evangelho de Judas e dizer que a sua época de escrita era mais perto do século primeiro, em uma clara evidência de desacreditar o Novo Testamento, mas foi um tiro pela culatra, pois com a mudança do sistema de datação os escritos do Novo Testamento também regrediram tornando-os mais autênticos ainda, e essa tentativa de mudança revelou um absurdo de um escrito ter sido confeccionado antes do nascimento de seu autor. O que eles fizeram? Abortaram tal mudança.

Quando alguém ouve falar que a Terra tem bilhões de anos de existência não sabe como os cientistas chegaram a essa data. E quando ficam sabendo que é baseado em um sistema que a própria ciência criou, a pergunta que surge é óbvia: e se eles erraram? A ciência tem produzido muitos bens para a humanidade, mas ela é falha. Para se chegar a uma conclusão da ciência são feitos muitos testes, para depois anunciar como uma verdade científica, se não, fica só no campo da teoria, e,g teoria de Darwin. Quem já teve o medicamento elixir paregórico2 prescrito por algum médico sabe da “eficiência” da ciência.

Outro argumento é que dizem que existem estudos embasados que refutam determinado assunto bíblico. Pode-se perguntar em que está embasado. Uma evolucionista escreveu em uma revista secular que a evolução já estava comprovada e que os testes que foram feitos davam total evidência disso. Alguém que lê isso tem como verdade, pois foi alguém de renome que escreveu, no entanto o mesmo falante não diz a mesma coisa quando está diante de um cientista que crê na criação, o seu discurso muda para “está sendo estudado”, “pode ser”. Como podemos acreditar nesses “estudos embasados”?

A Bíblia é o maior livro científico de todos os tempos, creia ou não, se os cientistas começassem suas pesquisas utilizando as informações bíblicas existentes não levariam tanto tempo para descobrir aquilo que já está revelado e reduziriam custo e tempo para outras pesquisas. Os assuntos na Bíblia, quando se falam de questões científicas, não tem a intenção de fornecer o seu modus operand , pois não é um manual científico. Ela só afirma que é daquela maneira e que de fato assim o é. Um ataque constante sobre esse tema é que os escritores bíblicos escreveram com uma linguagem cientificamente incorreta, e.g. o sol parou. Mesmo hoje, onde todos sabem (porque a ciência que disse) que não é o sol que se movimenta, se ouve falar até mesmo por cientistas que o sol “nasce” no leste e se “põe” no oeste. Os autores eram humanos e expressavam em sua linguagem cotidiana. Como os leitores da Bíblia nos tempos passados, onde nem a ciência sabia dessa “verdade” iriam entender a mensagem central da Bíblia Sagrada?

A verdadeira ciência tem sido uma autenticadora das verdades bíblicas, isto é, para os céticos, por mais que possuam provas infalíveis não cessam de explorar especulações. É importante lembrar nesse contexto que a Bíblia não precisa de autenticação. A ciência tem encontrado através das observações, experiências e definições exatas, a ação e o poder criador de Deus. Sabemos, entretanto, que há muitas teorias e definições científicas que procuram contradizer a Bíblia, mas pela própria Palavra, entendemos ser: "a falsamente chamada ciência", (I Tm 6.20). É claro que não se pode crucificar a ciência como um todo, pois faz parte da própria, a investigação, a pesquisa para se chegar as provas de certa teoria, o que se protesta é que qualquer descoberta a respeito de qualquer coisa já colocam a Bíblia como sendo o documento falso e que os que usam de desonestidade forjam provas, simplesmente para confirmar suas teorias e desacreditarem a Bíblia.

Alguns chegam até a esconder as verdadeiras características de suas descobertas, como é o caso do paleontologista Carl Johanson (o descobridor de Lucy ,esqueleto de um primata bípede), mais tarde em uma universidade, na cidade de Missouri, o próprio cientista diz que a junta do joelho com o qual ele determinou que Lucy era bípede foi descoberta em uma camada de rocha que estava não apenas 18,5 metros mais baixo que o resto do esqueleto de Lucy, como também a mais de 800 metros de distância. Um outro exemplo, foi a descoberta de um fóssil, na China, que seria o suposto “elo perdido” entre pássaros e dinossauros, publicado pela National Geographic em 1999, os evolucionistas comemoraram, porém , um ano depois um especialista da Universidade do Texas acabou com a alegria dos mesmos, após fazer uma tomografia computadorizada e revelar que o fóssil não passava de uma montagem de 88 peças feita por agricultores chineses.

Sem falar dos sete quilômetros de livros científicos da Biblioteca de Louvre como mais de 50 anos, totalmente obsoletos, cheios de erros comprovados pela ciência moderna. A grande questão é que daqui a pouco a ciência terá que tomar a posição da Academia Francesa, que em 1861, publicou 51 “fatos científicos indiscutíveis que fazem a Bíblia inaceitável” e hoje eles são ridicularizados pela própria ciência.

Um outro caso que vale a pena mencionar é O Homem de Nebraska: em 1922 um dente molar foi desenterrado no estado do Nebraska, o docente Henry Osborn( era chefe do Museu Norte-americano de História Natural), afirmou que esse dente pertenceu a um hominídeo primitivo e até fotos foram feitas. Seis anos após a verdade veio à tona: era um dente de um porco que havia sido extinto. Graças à ciência. É importante tecer um argumento, como diz a própria Bíblia diz que a erva seca ,a flor também, mas a Palavra de Deus permanece para todo sempre.

A Bíblia é a revelação de Jesus Cristo, e nEle estão escondidos todos os tesouros da Ciência, (Cl 2.3). Por esta razão a Palavra de Deus confirma a legítima ciência trazendo em seu conteúdo as grandes afirmações científicas.

Em Jô, por exemplo, encontramos que a terra está suspensa sobre o nada, (Jó 26.7) e que no seu interior há fogo (Jó 28.5). Em Isaías encontramos que a terra é redonda, (Is 40.22) e Jonas dá seu testemunho à ciência dizendo que há montanhas no fundo do mar (Jn 2.6). Em tudo isto, e muito mais revelado nas Escrituras verdades sobre química, geografia, história, mineral, etc... Confirma-se a Palavra de Deus, como infalível na ciência, Todas as leis que regem este imenso universo, determinando os tempos e as estações, os movimentos da terra, as marés, altas e baixas, é sustentado pela Palavra do Seu poder (Hb 1.3). Ele é o Senhor, que até o vento e o mar lhe obedecem (Mt 8.27).

A ciência pode ser colocada no banco dos réus, a fim de que possa passar por um interrogatório, e com certeza muitas das questões que são consideradas e ensinadas como verdadeiras em literaturas escolares e outras, não teriam as respostas suficientes para saciar a curiosidade do pesquisador. Perguntas simples como: porque a noite é escura? Não se pode responder de uma forma completa, se fosse feita a um simples leigo a resposta seria a ausência de a luz solar, mas esta é parte da resposta, a outra parte nem a ciência possui.

Como se pode acreditar na ciência, tendo ciência de tantos erros? Como pode um cientista afirmar que o que está escrito na Bíblia “não bate” com as descobertas modernas, quando daqui a pouco a “verdade” descoberta torna-se insustentável? Abrir mão da inerrância plena em favor interpretação cientifica é um erro demonstravelmente suicida para fé de qualquer cristão. A Europa que o diga.

4.3. Argumento Profético

Profecia é conhecer os acontecimentos históricos antes dos mesmos acontecerem. A Bíblia é um livro profético e registra mais que mil profecias e prova sua validade com fatos e eventos reais da história que foram profetizados milhares de anos antes de ocorrerem, um cumprimento que o mundo pôde testemunhar. O mesmo não pode ser dito do Corão, dos Vedas hindus, das palavras de Buda ou Confúcio, do Livro de Mórmon ou de qualquer outro escrito religioso (o escritos do francês Michel de Nostredame, o Nostradamos, as famosas Centúrias, estão muita em voga atualmente, mas nem elas podem prever qualquer coisa, como diz um certo escritor: “ pode-se tirar qualquer interpretação das centúrias de Nostradamos”).

O escritor Irvin H. Linton expressou isso em seu livro A Lawyer Examines the Bible (Um Advogado Examina a Bíblia): "duvidar não é pecado, mas satisfazer-se em continuar tendo dúvidas enquanto Deus providenciou tantas provas infalíveis para solucioná-las, é [pecado]...". O que acontece, na realidade, é o que na Bíblia está escrito: que os filhos das trevas não vêm para a luz, afim de que as suas obras más não sejam reveladas, e uma outra questão está em jogo: se a notícia for realmente verdadeira, como o cientista irá explicar a seu público que ele estava errado e voltar atrás naquilo que ele defendia com todos os seus argumentos? E as suas formações naquela área? Serão perdidas? Por mais que não queira terá que admitir que quase tudo o que ele estudou está no campo das probabilidades, que nunca serão provadas, e são especulações conjecturais, apenas.

Esses eruditos dão a impressão de que nenhuma pessoa, com um mínimo de inteligência, pode crer na Bíblia. Pelo contrário, muitos dos maiores intelectuais da história (alguns dos quais fariam os "experts" de hoje parecerem tolos) afirmaram que a Bíblia oferece provas concretas de tudo aquilo que afirma. Foi o que testemunhou Daniel Webster, que certamente pode ser considerado uma das mentes mais brilhantes dos últimos séculos: ele cria no nascimento virginal de Jesus, em Sua divindade, em Seus milagres, na Sua morte vicária pelos nossos pecados e em Sua ressurreição.

Ninguém é mais capacitado a examinar as evidências do que aqueles que exercem profissões relacionadas com a lei e os aspectos legais e a maioria dos mais famosos advogados, juízes e criminologistas humildemente reconheceram que a Palavra de Deus é verdadeira, dando testemunho de fé em Jesus Cristo, baseando-se nas evidências que eles próprios examinaram críticamente. Entre eles estava Sir Robert Anderson, chefe da Divisão de Investigações da Scotland Yard. É inegável que ele foi um dos maiores investigadores de todos os tempos. Ela prova através de suas obras que Cristo cumpriu a incrível profecia de Daniel 9, que descrevia o dia em que o Messias entraria em Jerusalém montado num jumentinho e seria exaltado, mas quatro dias depois seria crucificado, e confronta as tentativas dos críticos em desacreditar as profecias do livro de Daniel que validam a Bíblia.

Lord Caldecote, ministro da Justiça da Inglaterra, declarou:"..o Novo Testamento... daria um caso tremendo... se considerarmos apenas as evidências, pois os fatos nele contidos... [incluem] a ressurreição..." Lord Lyndhurst, um dos maiores conhecedores de legislação da Inglaterra, disse: "Eu sei muito bem o que é uma evidência e posso assegurar que as evidências da ressurreição permanecem inquestionáveis até hoje". O professor Thomas Arnold, um renomado historiador inglês, afirmou: "Não conheço outro fato na história da humanidade que possa ser comprovado com qualquer evidência maior e melhor... do que Cristo ter morrido e ressuscitado dentre os mortos".

Da mesma forma, Simon Greenleaf, co-fundador da Escola de Direito de Harvard (que foi "a maior autoridade nas cortes americanas", de acordo com Fuller, presidente da Suprema Corte de Justiça dos EUA), depois de examinar exaustivamente as evidências, aceitou Jesus como Salvador (isto iria acontecer com todos os cientistas do mundo, se eles fossem realmente sinceros, pois se existem pessoas que não deveriam ser ateus, estas são eles). O escritor do livro Testemunho dos Evangelistas, Greenleaf, escreveu declarando que a Bíblia pode ser submetida a qualquer teste de evidências que poderia ser exigido numa corte de justiça e desafiou seus companheiros especialistas em Direito a examiná-la de maneira honesta. Se estes seguissem os seus conselhos mudariam de opinião, e tornariam cristãos, confirmando o que a Palavra de Deus afirma, que a fé vem pelo ouvir e ouvir a Palavra de Deus.

A Bíblia possui mais de 8.300 versículos contendo profecias bíblicas , entre elas estão as referentes a Cristo sendo uma das maiores evidencias proféticas da Bíblia , incluindo nascimento, estilo de vida, morte, ressurreição , ascensão ao céu e o seu retorno novamente a terra. A colocação de todas essas profecias tornaria esse trabalho exaustivo, mas colocarei algumas, tais como: o nome da cidade que iria nascer, o tipo de morte que teria, o tempo de seu nascimento, sua ressurreição, a quantidade do preço a ser vendido entre outras. Alguém chegou a afirmar que por Cristo ter conhecido as profecias de antemão, fez com que acontecesse. Como ele poderia saber que o soldado iria furá-lo com a lança e não iria quebrar as suas pernas, estando morto? Como ele poderia forçar para nascer em Belém? Como ele poderia ter convencido Herodes para matar as crianças abaixo de dois anos? São alguns exemplos que derrubam esse argumento. Norman Geisler, em seu artigo sobre inerrância na Bíblia de Estudo Profética diz: “ nossa esperança se baseia no cumprimento inerrante da profecia” e que “ Jesus Cristo cumpriu literalmente a profecia do Antigo Testamento, e sua volta cumprirá profecias tanto do Antigo Testamento quanto do Novo (pg. 78).

4.4. Argumento dos Autográfos

A inerrância plena defende que nos escritos originais, os chamados autógrafos, não havia erros de espécie alguma. É bem claro e evidente que eles não existem mais e por isso não podem ser pesquisados a fim de verificar se esse enunciado é verdadeiro ou não. Baseado nesse argumento os liberais afirmam que, por não ser possível isso, a Bíblia que chegou até nós está cheio de erros. Ainda sustentam que essa é uma maneira de fugir do debate, já que o inerrantistas não podem provar o seu argumento.

Toda literatura antiga passa por vários métodos de verificação, a fim de verificar a sua veracidade no que tange a época em que foi escrita, autor e outros fatores. Quanto mais material tiver, melhor será essa verificação e mais perto da verdade os pesquisadores estarão. Um desses métodos é a crítica textual que tem por objetivo a questão da escrita, se o texto confere com outros escritos da época, se tem o mesmo perfil de linguagem, se outras palavras que surgiram posteriormente estão inseridas no texto, entre outros fatores. Com a Bíblia não é diferente, os mesmos critérios são utilizados e ainda mais rigorosos.

A Bíblia é um documento que tem o maior numero de manuscritos para serem pesquisados, entre os materiais antigos, cerca de 4500 manuscritos. E se fossem colocados aqui essa produção humana, levaria muito espaço.

A descoberta dos rolos do Mar Morto, contendo escritos da Bíblia, cerca de seiscentos manuscritos do Antigo Testamento foi uma tacada contra a questão de que os escribas fizeram um péssimo serviço na passagem de um pergaminho para outro, um escrito como no mínimo mil anos mais antigo que qualquer pergaminho hebraico, não tinha grandes diferenças de escritos novecentos anos a frente, e.g ,o livro de Isaias possui noventa e cinco por cento de concordância, sendo os cinco por cento não afetantes das doutrina fundamental.

É importante salientar que na hora da transmissão os escribas podem ter cometidos erros, no entanto são “erros” corrigíveis. E esses textos que é chamado de variantes textuais, quando é realizada uma comparação com a mensagem fundamental da Bíblia, não comprometem a inerrância. Quando um liberal diz que a Bíblia está cheio de erros e que esses erros são centenas e até milhares, alguém pode pensar que ela não pode ser inerrante, mas a maioria desse ditos “erros” são trocas de letras que fazem mudar a palavra , mas não o sentido do texto principal. Quando se encontra um erro ortográfico em um texto secular, ele não é invalidado e nem é dito que o significado do texto perdeu seu valor. E outra coisa, devido o rico material sagrado de consulta é possível identificar a verdadeira intenção do autor.

4.5. Argumento da Interpretação

A inerrância está relacionada com uma boa hermenêutica. É necessário interpretar corretamente um texto, antes de dizer que sua afirmação é falsa. Muitas aparentes discrepâncias são resolvidas com uma boa interpretação. Na interpretação é preciso levar em conta o contexto cultural da época e o propósito do autor. A finalidade da Bíblia não é ensinar verdades cientificas ou esclarecer detalhes de fatos históricos, embora tudo o que está escrito nesse prisma é verdadeiro. Seu propósito é espiritual: levar o homem à reconciliação com Deus. As referências científicas e históricas são feitas dentro da cultura da época, tendo em vista um propósito espiritual. Assim, a fidedignidade da Escrituras deve ser vista de acordo com aquilo que as afirmações significavam no ambiente cultural em que foram expressos, e suas afirmações são plenamente verdadeiras quando julgadas de acordo com o propósito para o qual foram escritos, por exemplo, se for perguntado , na época atual, qual o formato de uma laranja,no contexto popular a resposta será redonda., embora sabe-se que ela não é.

Devido existir mais de 9000 traduções e versões da Bíblia Sagrada, cada um interpretando de acordo as suas convicções, não é possível ser todas elas a mesma coisa, e é uma prova que não existe uma Bíblia inerrante e nem tampouco infalível (enunciado contra a inerrância). A Bíblia diz que "Knowing this first, that no prophecy of the Scripture is of any private interpretation, for the prophecy never came by the will of man: but holy men of God spoke as they were moved by the Holy Spirit."“... que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação particular, pois a profecia foi dada por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo"(I Pe 1,20,21). Não importa qual a interpretação que certa denominação de a uma passagem da Bíblia o que dever ser visto é a honestidade nessa interpretação e se estão usando os métodos corretos utilizados.

É necessário uma breve alusão a três formas usadas na interpretação da Bíblia para termos como contrapor as idéias que são usadas de forma equivocadas . É claro que muitos têm aplicado a eisegesse para interesse denominacionais, no entanto quando colocados ao crivo da verdadeira interpretação caem por terra seus argumentos de defesa, cabendo a eles enganar os leigos e desavisados que não quererem atender o que os bereanos fizeram na chegada de Paulo em sua terra e também ao ensino de Jesus de “ Examinar as Escrituras...” e ao aviso do Mestre “ Errais por não conhecer as Escrituras...”

A primeira delas é a hermenêutica que é a ciência e a arte que estuda a interpretação da Bíblia. Ciência porque estabelece regras positivas e invariáveis; arte porque suas regras são práticas. A Bíblia Sagrada é diferente de qualquer outro livro secular. Ela contém o Livro e a Mensagem! Como livro, ela contém 39 no Antigo Testamento, e 27 no Novo Testamento. Como mensagem, ela é a Palavra de Deus. Suas escrituras são compostas de histórias, profecias, poesias, enigmas, parábolas, romances, figuras e biografia e é necessário que todo estudante da Bíblia tenha em mão mais que materiais confiáveis para o seu estudo para evitar modificações e possíveis heresias.

A segunda é a crítica textual, que se propõe a determinar a exatidão das palavras e dos textos, e nesse mesmo foco há a necessidade de uma terceira ciência: a exegesse. São essas que auxiliam no estudo das escrituras.

Na Hermenêutica existem leis que podem auxiliar na interpretação dos Escritos Sagrados, entre as quais podemos citar, de uma forma sucinta, algumas principais relacionadas abaixo:

Primeira lei: A lei do Contexto - A parte que vem antes ou depois do contexto, não se deve interpretar um texto sem o auxílio do contexto, para não se criar um pretexto. Como exemplo, podemos citar Isaías 53:7, onde devem ser feitas a pergunta: quem era que seria ...levado como cordeiro mudo ao matadouro. Vemos aqui que o contexto não abrange apenas o capítulo 53 do livro de Isaías, mas também seu cumprimento explícito no Novo Testamento, e chegaremos a conclusão que o Cordeiro aqui mencionado é o próprio Cristo, o Filho de Deus. E que Felipe explicou com muita propriedade ao eunuco, que pertencia ao reino de Candace, quando o mesmo fez a inquirição para o que o explicasse o texto acima supra citado.

Segunda lei: A lei do Texto Paralelo - Esta lei diz que todo texto deve ser auxiliador na sua interpretação utilizando o mesmo assunto que ocorre em outras partes das Escrituras Sagradas. Nos textos de Jo 19.18, Mc 15.27, Mt 27.38 e Lc 23.39-43, vemos que todos os quatros evangelistas colocam o assunto da mesma forma (Jesus no centro e o dois ladrões, um a esquerda e outro a direita ), apenas Lucas, em sua busca mais minuciosa pelo fato, relata o dialogo entre Jesus e os dois ladrões.

Terceira lei: A lei da Autoria do Texto - Os diferentes autores da Bíblia viveram em tempos, culturas, situações sociais e regiões diferentes. Portanto, a forma de apresentação de um determinado texto para um povo que vivia situações diferentes, deve ser comparado com outros em tempo ou forma remota. Em Efésios 5.22-27, I Pedro 2:5-10 e Ct 8:5-10 podem-se verificar o tipo de vocabulário usado pelos diferentes autores, e não se pode aplicar como se fosse para uma só situação, pois Paulo fala da Igreja comparando-a com os deveres domésticos, Pedro fala da Igreja comparando com um edifício e Salomão também fala da Igreja usando a linguagem do sentimento entre um homem e uma mulher, para exemplificar o amor de Cristo e sua igreja. .
Quarta lei: A lei da Interpretação do Texto - A interpretação do texto é aquilo que a passagem quer dizer no tempo, no espaço e nas circunstâncias que foram escritas. O literalismo busca o que o texto quer dizer (Jo 21.6); o simbolismo busca o que a figura quer dizer (Ap 3.20). Em João 21:6 vemos Jesus mandando os discípulos jogar as redes ao mar e as mesmas vieram cheias de peixes. Os peixes, as redes e o mar aqui são aquilo o que o texto diz, porém em Apocalipse 3.20 o texto figurativo mostra que a porta ali mencionada é um simbolo do coração do homem e a casa e a sua vida por inteiro.

Quinta lei: A lei da Aplicação do Texto - Um mesmo texto pode ser aplicado a pessoas ou clãs vivendo épocas ou situações geográficas diferentes. Na parábola contada por Jesus em Mateus 13.24-30(a parábola do trigo e do joio) exemplifica e a aplicação desta lei, não importa a época ou os povos, todos poderão fazer uso deste texto.

Sexta lei: A lei da Implicação do Texto - Num sentido filosófico, pode se dizer que uma pessoa geme porque está doente. Ai está a lei da implicação – a manifestação patente do latente. Se uma pessoa tem seu rosto plácido é porque o coração está alegre. Como o batismo no Espírito Santo biblicamente é evidenciado pelo crente falar em outras línguas, assim só se pode profetizar os que receberam, de igual forma, a virtude desse Espírito. Em Mateus 13.25, está claro que um inimigo só poderia espalhar o joio no meio do trigo, pois são características do mesmo só querer o mal. Em Apocalipse 3.18-20, podemos observar que para Cristo entrar no coração de um homem é necessário que o mesmo mude sua forma de vida e dê liberdade para que o Senhor entre em seu coração.

Ainda é necessário analisar os estilos literários que envolvem as páginas das Escrituras, que podemos classificá-los em cinco:

O Antigo Testamento: dividido em Pentateuco, Históricos, Poéticos e Proféticos.

Os Evangelhos: Os sinóticos e João. Sinóticos são evangelhos de mesma visão.

Atos: Como Deus agiu no início da história igreja e não único padrão da igreja de todos os tempos.

Epístolas: Cartas que continham remetente e endereçado.

Apocalipse: uso de figuras de linguagem, mas tudo acontecerá literalmente.

Existem alguns problemas de má interpretação das Escrituras Sagradas e que levam a sérios prejuízos, no tocante ao entendimento do ensino divino. Eis alguns:

  • Falta de Conhecimento: não estudar a Bíblia e pouco estudo escolar.

  • Colocar a Autoridade da Bíblia em jogo: duvidar que a Bíblia é Inspirada, se está certa ou entrando em contradição. Dependa do Espírito Santo.

  • Doutrinas frágeis: não saber das doutrinas básicas da Bíblia pode trazer graves erros de interpretação, como também receber ensinamentos de errados.

  • Heresias: é dar um passo além da verdade. Fazer blasfêmias nas interpretações, como por exemplo, dizer que Jesus não é Deus. Muitas vezes causado por alegoria ou interpretação de versículos isolados. Fazer alegoria é inventar simbologias que a Bíblia não faz: Ex: 1Rs 17.6 (inventar que os corvos eram a natureza má de Elias).

A exegese, que pode ser definida como um comentário para esclarecimento ou interpretação detalhada de um texto ou palavra - especialmente da Bíblia, leis ou gramática, e que na etimologia da palavra vinda do termo grego exegesis, significar “conduzir para fora“. Através da exegesse o exegeta tenta escutar a Palavra conforme os destinatários originais devem tê-la ouvido e desta forma descobrir qual era a intenção original da Bíblia.

É aqui que os argumentistas defensores dessa teoria se pegam, dizendo que cada exegeta explica de acordo com sua conveniência. Quanto a inerrância, esse argumento torna-se inválido, pois o problema não está nos escritos, mas na pessoa que faz a interpretação. Deus não tem compromisso com a interpretação equivocada do leitor nem com seus comentários, mas com o que Ele deixou escrito.

4.6. Argumento Biblico

Aqui está o principal argumento de defesa da crença de um inerrantista: a própria Bíblia. Seria um paradoxo acreditar que a Bíblia é inerrante e infalível e ter de recorrer a comprovação externa para defendê-la. No entanto esse argumento tem enfrentado o ataque de que isso é uma questão circular e aspiral: pois como provar algo usando sua própria prova? Se alguém necessitar disso para confirmar essa doutrina para si mesmo está declarando que existe brecha de descrença. No entanto quando se faz para tentar abrir a concepção de outras pessoas céticas nesse assunto, é viável. Vale a pena dizer que a Bíblia é suprema autoridade em tudo o que está escrito e nesse entendimento não existe nenhuma necessidade de comprovação externa a fim de autenticar sua procedência divina nem que está isenta de erros.

A fim de comentar, podemos começar com a seguinte pergunta: a Bíblia diz em si mesma que ela é inerrante e infalível? Ela exige para si tal autoridade? Ela diz: “Toda Escritura é inspirada por Deus...(II Tm3.16a),isto é foram sopradas por ele, fazendo assim que todo o escrito nela é inerrante. Observe bem, a palavra “toda” revela uma plenitude, não permite retirar nada, apoiando a inerrância plena da Bíblia. Outra questão desse texto é quem está inspirando: Deus. Uma questão a ser colocada é de qual Escritura Paulo esta falando, quando se volta para o versículo 15 percebe-se que é o Antigo Testamento, “as sagradas letras” ,dai podemos inferir que o AT é considerado Escrituras . E o Novo Testamento?

A Palavra escritura é mencionada 55 vezes no NT, referindo ao AT, no entanto tem duas passagens no NT, onde os seus escritos são chamados de escritura. Na segunda carta de Pedro diz: “Tenham em mente que a paciência de nosso Senhor significa salvação, como também o nosso amado irmão Paulo lhes escreveu, com a sabedoria que Deus lhe deu. Ele escreve da mesma forma em todas as suas cartas, falando nelas destes assuntos. Suas cartas contêm algumas coisas difíceis de entender, as quais os ignorantes e instáveis torcem, como também o fazem com as demais Escrituras, para a própria destruição deles” (3.15.16).(grifo meu). Observe bem que Pedro compara as cartas de Paulo com as demais Escrituras, i.e. AT. Já em I Timoteo 5.18 Paulo escreve: “ Pois as Escritura declara: não amordaces o boi quando pisa o grão. E ainda: o trabalhador é digno de seu salário”. Na primeira parte do versículo ele cita Deuteronômio 25.4, que é reconhecidamente uma escritur, e na parte segunda ele cita uma fala de Jesus , registrada em Lucas 10.7, colocando lado a lado e com o mesmo peso inspirativo escriturístico.

Na Segunda Carta Pedro 1.21 diz que “homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo”. A parte que falou foi de Deus. No versículo vinte diz que “as profecias”, referindo àquilo que foi falado da parte de Deus. Os apóstolos se encaixavam nesse perfil de homens santos, e o próprio Jesus disse que o Espírito Santo faria os lembrar de tudo o que ele havia dito. Assim como no AT o Espírito Santo continuou a supervisionar os escritos sagrados.

Em Mateus 5.18, o próprio Jesus afirma que “nem um jota nem um til passara da lei sem que tudo se cumpra”3, trazendo uma interpretação que até as letras eram inspiradas .Em Lucas 10.35 diz “ ...a Escritura não pode falhar.” Isso ensina de forma evidente a autoridade dos escritos as Bíblia, pois Jesus diz que o céu e a terra passarão, mas a lei haveria e se cumprir.Tudo o que estava escrito sobre o Filho de Deus haveria e se cumprir , desde a sua forma de nascimento,vida e paixão bem como sua ressurreição e ascenção. A Bíblia não ia requerer para si tal autoridade se não fosse inerrante e infalível.

O escritor aos Hebreus diz: “Havendo Deus outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias falou pelo Filho,... (1.1,2a). Dessa forma vemos o testemunho do próprio Cristo que também autenticou o AT com varias referencias a escritos, tanto na questão dos mandamentos como em vários assuntos: a existência de Adão e Eva, a existência de Jonas, e Noé e quando conversava com os dois discípulos no caminho de Emaús, onde explanou tudo o que a Lei e os profetas falaram a respeito do Filho do Homem. Pois como poderia Jesus dizer que as Escrituras não podem falhar e ainda cometer erros?

O próprio Cristo autentica o NT ao afirmar que o Espírito Santo faria os discípulos lembrarem de tudo o que ele tinha dito, e foi com essas lembranças fornecidas pelo Espírito Santo que escreveram os Evangelhos e demais livros do Novo Testamento. (Jo 14.26).

Outra questão considerada de alta relevância esta no que a Bíblia diz sobre seu principal personagem: Deus. Ela diz que Deus não mente (Hb 6.18) e sabe-se que os escritos bíblicos foram inspirados por Deus, tanto o Antigo como o Novo Testamento, sendo infalível e isenta de erros.

4.7. Argumento da Tradução

Um ponto que é alegado é que, mesmo que o texto seja garantidamente inerrante na sua língua original, isto já não é válido após a tradução, porque não existe uma perfeita tradução. Os textos originais foram principalmente escritos em hebraico e grego com traduções em várias línguas antigas - hebraico, grego Koine, coptas e Siríaco.Veja o que diz a Carta de Chicago:

Uma vez que em nenhum lugar Deus prometeu uma transmissão inerrante da Escritura, é necessário afirmar que somente o texto autográfico dos documentos originais foi inspirado e manter a necessidade da crítica textual como meio de detectar quaisquer desvios que possam ter se infiltrado no texto durante o processo de sua transmissão. O veredicto dessa ciência é, entretanto, que os textos hebraicos e gregos parecem estar surpreendentemente bem preservados, de modo que tempos amplo apoio para afirmar, junto com a Confissão de Westminster, uma providência especial de Deus nessa questão e em declarar que de modo algum a autoridade das Escrituras corre perigo devido ao fato de que as cópias que possuímos não estão totalmente livres de erros.Semelhantemente, tradução alguma é perfeita, nem pode ser, e todas as traduções são um passo adicional de distanciamento dos autógrafos. Porém, o veredicto da lingüística é que pelo menos os cristãos de língua inglesa estão muitíssimo bem servidos na atualidade com uma infinidade de traduções excelentes e não têm motivo para hesitar em concluir que a Palavra verdadeira de Deus está ao seu alcance. Aliás, em vista da freqüente repetição, nas Escrituras, dos principais assuntos de que elas tratam e também em vista do constante testemunho do Espírito Santo a respeito da Palavra e através dela, nenhuma tradução séria das Santas Escrituras chegará a de tal forma destruir seu sentido, a ponto de tornar inviável que elas façam o seu leitor "sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus" (2 Tm 3.15)”.

4.8. Argumento da Autoria

A Bíblia tem origem em Deus, foi Ele que planejou esse livro e para isso usou os homens para escrevê-la, pois queria transmitir aos homens seu propósito em restabelecer a comunhão com a criatura que tinha criado e mostrar qual seria esse caminho de volta, revelando os seus atributos de supremo criador e sustentador de sua obra. Para isso Deus usou homens, com uma linguagem humana, pois se falasse uma linguagem celestial como o homem entenderia, a Bíblia como ela é escrita já tem partes de difícil entendimento. Partindo desse principio ela é atacada com o argumento de que os homens escreveram o que queriam e por isso ela tem erros.

No entanto os escritores não escreveram de suas próprias mentes. E tendente e normal para o ser humano escreverem apenas coisas que enaltece a si próprio e se puder esconder seus erros vai fazer o máximo, ainda mais quando se quer passar uma imagem de perfeição. Os Escritos Bíblicos não escondem os fracassos de seus personagens: o estupro de uma irmã pelo próprio irmão, que é alguém chamado de segundo o coração de Deus cometeu adultério, mentira e assassinato, a negação do líder e apostolo Pedro,o medo do profeta Elias ao fugir da Rainha Jesabel, os enganos realizado por um dos patriarca de Israel, Jacó; entre outros.

Deus supervisionou cada escrito, Ele só escreveu nas tábuas dos dez mandamentos, os demais foram inspirados pelo Espírito Santo. Por isso a Bíblia tem a participação divina e humana, no entanto o homem não escreveu o que bem quis, no entanto usou a linguagem humana, isso não quer dizer que ele colocou de forma de tratado científico ou histórico. As palavras registradas não vão de encontro a nada o que ciência diz ter descoberto(quem pode acreditar piamente nela?), por mais que digam que existem estudos embasados.

Recentemente, no Brasil (ano de 2011), o Ministério da Educação e Cultura (MEC) lançou um trabalho polêmico que causou um grande debate entre os gramáticos: o reconhecimento na literatura da linguagem informal como aceitável. Hoje se usa o recurso das aspas quando se regionalisa uma expressão como “nóis fumo”, “nóis vai” entre outras. A intenção do MEC é reconhecê-la como aceitável em textos sem o uso desse recurso. Vamos acreditar que isso seja aprovado e vamos andar dois mil ou até mais anos para frente de nossa geração. Agora imagine uma pessoa nessa época no futuro com uma literatura dessas em mãos. Ele poderá dizer que o povo não entendia o que estava escrito?E por causa disso dizer que a mensagem não é verdadeira, mesmo sendo, na época dele, gramaticalmente diferente?

Assim também houve a participação dos autores humanos, com sua linguagem particular da época. Não é porque João trocou algumas letras quando escrevia o Apocalipse que o livro é errado e falível, a mensagem foi transmitida, a questão é gramatical e não espiritual. Jesus quando conversava com Nicodemos disse que falando de coisas terrestres ele não entendia, quanto mais se falasse das espirituais.

5. Os Efeitos da Inerrância na Igreja

HÁ PERIGO NA DEFESA DA INERRÂNCIA? Essa pergunta precisa ser discutida minuciosamente, imagine alguém que aprendeu ser a Bíblia isenta de erros de qualquer espécie e ao estudá-la começou a observar que existem partes que ele não conseguiu entender e julga não serem verdadeiras e contraditória e ainda encontra argumentos filosóficos e ateístas para apoiar sua idéia? Talvez esse abandonasse a sua fé cristã ou seria fortalecido a sua fé no Deus que dizia crer. Se abandonasse, certamente o seu sistema de crença era racional e andava no termo ver para crer. O teólogo Michel Paton , que defende a doutrina da inerrância tenta resolver esse problema, alegando que não tem problema para a fé cristã se a Bíblia contesse erros, pois o cristianismo não está restrito ao que foi escrito na Bíblia, mas no advento do Messias. E independente se tivesse escrito ou não, a mensagem e o propósito da fé cristã estariam vivos. Ele prossegue dizendo a respeito de informações de livros de historiadores seculares, que não é preciso eles apresentarem uma declaração de inerrância de seus escritos para depois acreditar que são verídicos.

Existe uma falha nesse argumento, pois a questão não está no enunciado, mas em seus autores , um é humano e imperfeito, portanto passível de erros e ninguém vai despreza-lo totalmente por causa desse erro. O outro é divino, perfeito e sem possibilidade de erros, sendo que não tem espaço pra pedir desculpas nem corrigir. Não existe espaço para defender a inerrância parcial da Bíblia e mesmo assim ficar crendo que ela seja um livro que traga a Palavra de Deus. E outra questão a ser avaliada nesse argumento é que se não tivesse nada escrito, principalmente o Novo Testamento no que tange ao Cristianismo, como haveríamos de saber da existência de Cristo, sendo que com os escritos muitos ainda não creem .

Sendo a forma escrita a que Deus escolheu para dar conhecimento da sua palavra, ela tem que ser inerrante em sua totalidade, de Gênesis a Apocalipse, pois isso é o mínimo que se espera de um ser perfeito. Foi o próprio Deus quem escreveu o decálogo nas tábuas de pedras dadas a Moisés e também ordenou que se escrevesse em livros ao profeta Daniel e João na Ilha de Patmos. Vemos também outros livros escritos no céu por dentro e por fora. Se talvez fosse usado simplesmente a forma oral os erros certamente aconteceriam, ela é inerrante em qualquer parte, quer propósito, mensagem, fatos e em qualquer tipo de conteúdo.

Ele termina sua analise com uma pergunta: qual o perigo da inerrância? E responde dizendo que é transformá-la na doutrina pela qual o cristianismo sobrevive ou sucumbe. Se a Bíblia fosse uma literatura comum escrita apenas por homens sem a questão de ser divina ou não, não teria objeções a esse argumento. Se a Bíblia fosse um livro comum nem cristianismo existiria, pois quem se arriscaria morrer por causa de algo falso. Talvez essa opinião de Panton seja uma forma de escape à questão da defesa da inerrância, pois isso já abre uma brecha para o ceticismo e a fuga do debate honesto e sério sobre o tema.

Diante do liberalismo teológico atual em que qualquer pessoa pode ter conhecimento, principalmente através dos meios de comunicações modernos, é viável e salutar tornar esse ensino parte do repertório dos pastores nas igrejas, para criar um tipo de vacina nos fiéis. Não é o que acha o líder da igreja que acredita na inerrância parcial das escrituras, pois para ele a maioria dos fiéis são de pessoas ignorantes e que estudos dessa monta não iria contribuir em nada no crescimento, ao contrário iria causar confusão. Mas quando perguntado aos fieis da própria igreja se criam que a Bíblia tinha erros, 100% dos entrevistados responderam que não4. Também foi perguntado ao líder se os membros sabiam do credo da igreja e ele respondeu que sim e ao ser mostrado o resultado acima referido ele ficou na defensiva. E isso comprovou que talvez a ignorância não seja apenas dos membros.

5.1. Por Que Essa Doutrina é Atacada

Existem muitos escritos sobre a Bíblia, tanto do lado positivo como do negativo, mas qual seria a razão para os muitos ataques a esse livro. Não se vê os livros sagrados de outras religiões sendo atacados com tanta veemência como a Bíblia. Não é de agora que isso acontece isso vem desde os tempos em que os manuscritos eram queimados juntos com os primeiros cristãos. Alguma coisa especial existe nesse livro para ser tão combatido. É claro e evidente que o homem foge da verdade e quer viver seus prazeres e quando se depara com a mensagem da Bíblia que toca e mostra os seus pecados de uma forma evidente ele quer fugir e como não pode mais colocar fogo em todas a Bíblias do mundo arruma uma forma de anula-la.

A maneira mais atual é a literatura, onde centenas de argumentos têm vindo à tona e com o surgimento dos modernos meios de comunicação isso se tornou evidente e passou a fazer parte dos círculos de debates tanto seculares como eclesiásticos. Qualquer pessoa pode fazer um comentário sobre qualquer tema e logo já pode ser visto por milhares de pessoas em todo o mundo , imagina a influência que isso não traz nos leitores. Assim sendo o homem tece um argumento: se a Bíblia estiver certa eu estou condenado, porém se a Bíblia não for verdadeira eu estou livre para continuar pecando à vontade. Qual seria mais fácil, arrepender-se de seus pecados ou tentar destruir a mensagem da Bíblia? Muitos preferem a última posição e se engendram nesse propósito.

Outro motivo são as várias descobertas da ciência em que dizem que muitas coisas que estão escritas na Bíblia não estão em acordo com ela, trazendo uma mudança em vários pensamentos de teólogos que antes defendiam a inerrância total da Bíblia e agora, por não terem condições de explicar isso, mudaram de posição, dizendo que o que importa da Bíblia é a sua mensagem quando a salvação e que nisso ela é isenta de qualquer erro.

5.2. Problemas da Negação

O ensino dessa doutrina tem sido negligenciado e até abandonado por muitos, que infelizmente é uma tendência de muitos lideres de igrejas que antes defendiam a inerrância plena das escrituras. Uma pesquisa realizada em 1997 pelo pesquisador norte americano Jeffrey Haddon5 entre mil lideres americanos se acreditavam que a Escritura foi inspirada e é a inerrante Palavra de Deus em assuntos de fé, história e assuntos seculares. A resposta foi que 85% dos episcopais, 87% dos metodistas, 82% dos presbiterianos, 77% dos luteranos e 86% dos batistas disseram NÃO. Será que esse quadro vai melhorar, com certeza não, é o que aponta a pesquisa do grupo Barna: em 1996 entre os adultos americanos, 85% acreditavam na inerrância plena e em 2001 caiu para 41%. Nessa mesma pesquisa 85% dos estudantes de seminário evangélico também disseram não. Será que quando o Filho de Deus voltar achará fé na terra? É uma pergunta bíblica.

Vamos analisar alguns problemas que essa negação está trazendo a igreja, além do citado acima.

Problema em não ensinar: Quando se diz que não tem importância essa doutrina e não precisa ser defendida e que alguém pode crer em Cristo e nunca ter ouvido essa palavra e ser salvo é um assunto a ser discutido. Imagine alguém que crê que a Bíblia é a única e infalível palavra de Deus e que qualquer outro escrito não tem valor de escritura inspirada por Deus, ouve de alguém sobre o texto de Judas, onde há o relato do conflito de Miguel com satanás pelo corpo de Moisés, que ele foi copiado de outro livro que não é considerado canônico. O que essa pessoa pensaria? Será que não existem outras passagens dessa forma? Seria mais fácil apresentar de uma forma honesta essa doutrina. Pois existe o testemunho do Espírito Santo dentro do cristão como confirmação de ser a Bíblia a palavra de Deus, que manterá a convicção da salvação dentro de seu coração, mas o seu intelecto ficará com a interrogação presente em busca de uma resposta.

Em uma das perguntas realizadas a um membro da igreja que crê que a Bíblia é inerrante foi apresentado o texto em que o anjo descia de vez em quando no tanque de Betesda para movimentar as águas e a pergunta : se você soubesse que esse relato é um mito, mudaria a sua posição sobre a inerrância da Bíblia? Responderam que não, se o texto estava ali, tinha um propósito e Deus permitiu que entrasse ali, e sendo Deus e a Bíblia sua palavra, não mudaria a sua posição e possivelmente nem lembraria disso na semana que vem. Um membro veio verificar e perguntar, pois havia visto algumas pregações sobre o movimento das águas do anjo, abrindo a oportunidade para a devida explicação dos métodos de interpretação bíblicas. Ele ficou satisfeito e não foi criado confusão em sua mente , ao contrário , conheceu a verdade e a verdade o libertou.

Essa doutrina deveria ser colocada “nas prateleiras debaixo”, para que tivesse acesso a todas as pessoas, no entanto pesa o argumento contrário de que a explanação da mesma de uma forma aprofundada vá trazer confusão e distanciamento dos fieis, levando dessa forma uma volta ao passado, onde somente os eruditos podiam ter acesso as divinas escrituras. Há nesse ponto de vista um esquecimento do autor da palavra que foi prometido habitar com os fieis, como diz as escrituras, “vós tendes a unção do santo e sabeis tudo e ninguém precisa ensinar nada a vós” “quando o Espírito da verdade vier ele vos ensinará todas as coisas”? Outro líder ao ser perguntado se ele ensina essa doutrina na sua igreja diz que não precisa os fiéis saber disso de uma forma sistemática, pois se assim o fizesse trariam muitas confusões e eles perderiam o foco de seus objetivos, no entanto quando a pergunta é para ele dizer o que ele entendia por inerrância bíblica ele não conseguiu definir. E quando foi colocada a hipótese de ter encontrado um erro demonstrável na Bíblia por um de seus membros ou algum assunto tipo a descoberta do Evangelho de Madalena, qual seria a sua posição, ele respondeu que isso não seria importante e que teria algo mais importante a lidar. Será que quando esse fiel tiver um assunto que tange a questão de salvação vai perguntar ao seu líder?

A negação afeta a questão moral: a questão de dizer que a Bíblia só é inerrante nas questões de fé e prática e não em tudo o que afirma, abre um precedente para a prática errada de pequenas falhas, pois se Deus pode falhar em algumas coisas, os homens também podem mentir de vez em quando, serem falsos uma vez ou outra e ai por diante. Como resultado disso a igreja seria afetada, pois verdades que são consideradas absolutas seriam colocadas no campo do relativismo e tudo dependeria das conseqüências dos atos.

Para a evangelização seria um caos, como dizer que Deus recomenda que sejamos perfeitos se a sua própria palavra abre brechas para cometer algumas “falhas” que não vai “afetar” a mensagem central? Como seria o discipulado dos novos convertidos, ao afirmar que nem tudo o que está escrito na Bíblia é realmente verdadeiro. Foi perguntado aos crentes da igreja que crê na inerrância se no curso de novos convertidos eles tivessem ouvido a seguinte frase: nem tudo o que está escrito na Bíblia é verdadeiro, o que fariam. Um deles escreveu, mesmo o questionário sendo objetivo, eu perguntaria quem poderia dizer quais partes são verdadeiras e quais são falsas. O resultado foi que 70% ficariam na mesma igreja dependendo da explicação do professor. É claro que essas pessoas seriam enganadas, pois tudo ali é novo. Não é assim que as seitas fazem com seus adeptos? Até o membro que escreveu no questionário não escreveria, ele só escreveu porque já conhecia a verdade. Dai a necessidade do ensinamento dessa doutrina com mais ênfase pela igreja.

A negação afeta as promessas de Deus: ao dizer que a Bíblia tem erros, ainda que erros no campo da ciência, levará a uma conclusão simples de lógica: Deus não teve condições de garantir que seu principal meio de comunicação aos homens fosse perfeito como poderia garantir que suas promessas se cumpririam? Isso afetaria a fé das pessoas e, por conseguinte, sua vida por inteiro. Foi perguntado a ambas as igrejas e em ambas as respostas coincidiram, não teriam certeza se orariam com tanta confiança. O interessante é que na igreja que se crê na inerrância parcial, os membros se comportam como se cressem na inerrância plena, como foi dito acima é que eles não sabem do verdadeiro credo da igreja.

A negação afeta os atributos de Deus: perguntado se criam que Deus é perfeito, 100% responderam que sim. Quando a pergunta foi sobre a perfeição da Bíblia, as respostas também alcançaram o mesmo percentual. No entanto quando a pergunta foi: Se a ciência fizer uma descoberta verdadeira e não estiver de acordo o que a Bíblia diz. Qual seria a sua posição? Da igreja que crê na inerrância parcial os membros responderam que ficariam com a Bíblia (já era o esperado) apenas os obreiros responderam que isso não afetaria em nada sua fé. E na igreja que crê na inerrância plena responderam que ficariam plenamente com a Bíblia. Com as respostas dos obreiros que aproveitariam para verificar se o seu entendimento do texto era aquele mesmo ou tinham interpretado o texto diferentemente. Quando a pergunta foi sobre a dubiedade do Deus perfeito e a Bíblia imperfeita, não houve o consenso das respostas. Alguns ao entregar o questionário comentaram as respostas: “não tem possibilidade de isso acontecer, ou Deus é perfeito e sua palavra é perfeita ou ele é imperfeito”, “ eu não acreditaria no Deus todo poderoso”. A igreja que não crê esta bem melhor não ensinando o seu credo, pois assim tem evitado alguns se desviarem.

A negação afeta outras doutrinas: a não defesa da inerrância atinge todas as outras doutrinas e impede a evangelização. Basta ter um pouco de inteligência para raciocinar, como J.M.Boice(o alicerce da autoridade bíblica, pág. 183) diz a respeito do argumento do jornal, dizendo que espera-se que todos os escritos do jornal sejam verdadeiros e não apenas algumas páginas. Se alguém ao ler na capa o seguinte escrito: as noticias verdadeiras estão nas páginas impares e as falsas nas pares. O raciocínio adiante seria automático: como posso saber se a páginas verdadeiras são realmente o que diz, tirando toda a credibilidade e autoridade do referido jornal. Agora coloca a Bíblia na mesma posição, parte dela é inerrante e outras não. O raciocínio também será o mesmo, e ainda mais prejudicial, e criará um pensamento crítico e cético ao pensar que partes da Bíblia é realmente a verdade, e quem poderá dizer quais são essas partes. A Carta de Chicago diz em seu artigo XIX que não é preciso confessar a doutrina da inerrância para ser salvo, mas que a rejeição da doutrina pode causar sérios problemas para o individuo e a igreja. Indiretamente pode afetar a salvação do individuo, pois alguns membros do estudo ao responderem que se a Bíblia tivesse erro demonstráveis como poderiam crer que o restante era a Palavra de Deus. Como poderia crer na vinda de Jesus e outros temas.

George Barna6, presidente do Barna Research Group, registrou em um estudo onde pesquisou doze maiores denominações na América, aponta uma tendência decrescente entre as igreja cristãs, nos anos recentes. Entre outros dados foi apontado que 40% acreditavam que Cristo era imaculado e apenas 27% acreditava que Satanás seja real.
Entre os batistas pesquisados, 57% acreditavam que Jesus não tinha pecado, 44% não acreditava que a Bíblia seja totalmente exata e 66% não acreditava que Satanás fosse um ser real. De onde está vindo a influência para tanto descrédito das doutrinas bíblicas? Não é do pensamento liberal na defesa da verdade bíblica? Continuando dessa maneira não estará muito longe quando as igrejas também serão apenas conhecidas como museus, assim como está acontecendo na Europa.

A negação afeta a propagação do evangelho: a dificuldade para o homem crer na Bíblia para seguir os mandamentos de Deus e os homens vêem na religião uma solução para seus vários problemas. Imagine o homem chegando à igreja e ouvindo que nem tudo o que está escrito na Bíblia é realmente verdade. O que acontecerá com a humanidade, não está se colocando que a religião foi criada, como diz o argumento sociológico, a fim de conter certos ímpetos humanos. Também não está se correndo de abrir um diálogo salutar sobre o tema.

Perguntado para o líder da igreja que crê na inerrância parcial da Bíblia se isso acontecesse o que faria. Foi respondido que o prejuízo talvez não pudesse ser concertado, pois ele não teria tomado conhecimento e por isso não havia a oportunidade de explicar. É claro que uma pessoa que já está presa e morta em ofensas e pecados e com todas as maquinações do inimigo das nossas almas, vai encaixar mais uma , afim de impedir que essa pessoa nunca mais vá a uma igreja que pregue a verdade, e quando alguém for pregar para a mesma ela terá um argumento difícil de ser rebatido pela maioria dos fiéis, pois dificilmente se vê um estudioso da Bíblia sair evangelizando os pecadores de casa em casa, quase na sua totalidade são cristão simples e muitas vezes analfabetos. Não que o Espírito Santo não possa usar essas pessoas, não é esse o caso, mas no que tange nas dificuldades que o ensino da inerrância parcial pode trazer a evangelização.

Alguém pode usar o argumento de que não precisou saber dessa doutrina para encontrar a salvação e que isso não impediria a ele de aceitar a Cristo. Antes de responder esse argumento é importante saber em que época isso aconteceu. Atualmente as informações estão cada vez mais acessíveis às pessoas em toda a parte e o ensino que os membros vão ouvir na igreja já escutaram alguém comentar sobre aquilo e se a informação primária foi enganosa a segunda vai ter que ser bem defendida, pois os liberais usam argumentos bem elaborados. A Europa tem sido um claro exemplo disso, cerca de 40 % dos moradores confessam ser ateístas. Pergunta como isso aconteceu? Abriram mão da inerrância plena, um abismo puxa outro.

O estudo de Barna descobriu que um número alarmantemente elevado dos membros de igrejas tem crenças muito afastadas do Cristianismo Ortodoxo. Somente 41% dos adultos acreditavam na exatidão da Bíblia.

A negação muda o foco da autoridade: a questão de autoridade é essencial para qualquer teologia e a Bíblia é considerada a Palavra de Deus e regra máxima e suprema de fé e todo ensino cristão deve ter o respaldo dela, deve estar escrito. No entanto com a negação da inerrância plena é mudado o foco de autoridade da Bíblia para a mente humana , colocando-a acima da verdade absoluta de Deus. Tornando a o padrão para julgamento das questões. O grande risco, certo e liquido, é que o homem é imperfeito, como diz a Bíblia: do coração do homem é que surge uma gama de males e esse é mais um deles. Como dizer que um deferimento está certo partindo somente de um deferidor imperfeito. Isso faz com que a pessoas fiquem nas mãos de lideres que interpretam a Palavra como querem, trazendo sérios prejuízos, pois uma pessoa decepcionada em uma igreja dificilmente vai querer estar em outra, pois vai achar que todas são iguais.

Esse trabalho trata como defesa somente na questão de pesquisa, porque a inerrância é uma verdade esclarecida e autenticada na Bíblia , pois a própria Bíblia interpreta a si mesma, não necessitando nenhum meio externo para provar isso. A Bíblia não precisa de “muletas” para ajudar a sua sustentação, seus escritos continuarão vivos para todo sempre, pois quando os seus escritos forem apagados do papel o Próprio Deus falará com seus filhos. A mudança do foco da autoridade leva também a uma interpretação laica do que está escrito, levando a uma grande ramificação de denominações ditas evangélicas. Primeiro se elimina a autoridade da Bíblia e depois a natureza da própria igreja como disse Herminstem Costa7: “a fim de que a igreja perca a compreensão de sua natureza e assim, substitua a pregação evangélica por discursos éticos, políticos e filosóficos”. E é isso o que está acontecendo em muitos lugares.

5.3. O Caso da Europa

Reservei um espaço para escrever sobre o caso da Europa. Quando defendemos a inerrância plena das escrituras enfrentamos os opositores argumentando que não há problema em se abrir mão de que a Bíblia contem pequenos erros e que isso não afetará o cristianismo. Contra fatos não há argumentos. Quando Paulo anunciou o evangelho na Ásia e recebeu o chamado de “Passe a Macedônia e nos ajude” e pregou o evangelho, e isso seguiu com grandes pregadores que trouxe grande avivamento na Europa. Mas isso passou e um esfriamento espiritual tomou conta da Europa, quem visita ou vai fazer missões no velho continente pode verificar isso em loco. É o que aconteceu com o Pastor da Igreja Batista independente Hélder Favarin8, que diz: “A cena foi chocante. Minha esposa e eu estávamos numa cidade da Escócia, visitando alguns familiares. Logo chegando ao centro da cidade encontramos três imponentes igrejas que haviam sido transformadas em bares (numa delas o púlpito foi mantido, sendo agora usado como apoio para o DJ). Na cidade inglesa na qual servimos como pastores de adolescentes e jovens também havia uma igreja que hoje se tornou em uma discoteca e outra em academia” (grifo meu), e ele diz ainda que enquanto ministrava na Suécia foi percebida a grande necessidade de missionários naquele país.

Parte da responsabilidade é da aplicação do modernismo teológico liberal começado a menos de 300 anos para cá. O escritor Brian M. Schwertley escreve em seu livro O Modernismo e a Inerrância Bíblica (pág. 3 e 4) dizendo que os liberais “têm marginalizado os ortodoxos como Hodge, Warfield, Berkhof, Edwards, Machen e outros, julgando-os como antiquados, bitolados e têm preferido homens como Barth, Brunner, Bultmann, Tilich, (neo-ortodoxos) cujos ensinos têm “destruído” a igreja. Basta ir à Europa e ver o caos da maioria das igrejas. Nunca se ouviu esta expressão: “Deus usou estes homens para trazer um grande despertamento espiritual, uma grande reforma, um grande avivamento à igreja”. Pelo contrário, com eles a igreja enfraquece e apostata”.

Se esse sistema fosse aprovado por Deus seria óbvio que as mudanças para edificação viriam também, mas o que se vê é justamente o oposto, vamos aos números de uma pesquisa realizada pela Eurobarometer Poll9 2005 revelou que 18% dos europeus NÃO acreditam em qualquer tipo de espírito, deus ou força vital. Ainda outro estudo realizado por Mattei Dogan (crenças religiosas na Europa: fatores de declínio acelerado) traz o triste dado que 43% dos franceses declararam-se agnósticos em 2003, notou-se também um decréscimo na Europa Ocidental (Bélgica, Alemanha, França, Holanda e Suécia). Essa situação já esta sendo chamada de “Europa Pós-Cristã”. Na pesquisa da Eurobarometer Poll, no Reino Unido(Inglaterra, Escócia, Pais de Gales e Irlanda do Norte) apenas 38% crêem em um Deus. Imagine os grandes pregadores que passaram por lá sabendo disso o que diriam. Na Itália (país com tradição católica) 26% não crêem em Deus, na Espanha (tradição católica histórica) 41% também não e a Suécia apenas 23% crêem em um Deus. E o estranho pensamento que foram dois suecos que fundaram a maior denominação pentecostal do Brasil!

A pesquisa foi feita com cidadãos europeus, não incluindo os imigrantes de outros continentes, que são a grande maioria dos evangélicos na Europa. De acordo Roberto Alves e seu artigo10 diz que “visitando as igrejas no Reino Unido, não é difícil constatar a pouca frequência de fieis” e que “muitos dos fieis que ainda vão às igrejas são pessoas idosas, sendo nítida a falta de jovens e crianças”. Pode se imaginar o futuro dessas igrejas: museus. O domínio gospel10.com realizou uma enquete perguntando o motivo da Europa estar esfriando espiritualmente e 36,1% dos entrevistados responderam que a “geração passada não ensinou seus filhos”.

Será que isso não é o resultado da negação da inerrância plena das Escrituras? A pesquisa acima responde a pergunta se os entrevistados criam em um Deus, não se eles criam que a Bíblia é a Palavra de Deus inerrante e infalível. Se isso fosse feito certamente o resultado seria desastroso, pois de acordo o sitio cibi.org.br apenas 2,4 % da população é evangélica e que 17 paises europeus têm menos de 1% de evangélicos e o dado alarmante que quase 90% das cidades da Espanha não possuem nenhuma igreja evangélica. Na entrevista que realizei com um imigrante na Espanha foi apresentado por ele que “o Brasil está de parabéns, pois na Espanha não é possível pregar o evangelho como por aqui, nas ruas , praças, com a realização de cultos públicos, entrega de folhetos” ele contou um fato de que dois missionários da Costa Rica tentou anunciar o evangelho no metrô que ele estava “ não durou cerca de dois minutos um passageiro levantou e pegou um telefone na parede do metrô e comunicou alguém e quando foi na próxima parada dois policiais ordenaram que eles parassem” e quando ele começava a ler Bíblia dentro do metrô as pessoas se afastavam dele. Conforme ele disse que tentou, durante um ano, presentear o responsável pela área de seu trabalho, mas a pessoa não quis aceitar o presente, dizendo que a Bíblia era um livro de mitos.

Outro dado levantado com essa entrevista é que entre os paises da região do Euro a situação não é diferente (só corrobora dados da pesquisa acima mencionada). De acordo ele é difícil encontrar igreja com muitos fiéis e quando encontram a maioria, senão todos, são imigrantes de fala estrangeira. Na igreja em que congregava tinha apenas dois casais de espanhóis (cerca de 70 membros). Claro que o tema de missões não é o foco desse estudo, no entanto, esse entrevistado que já foi missionário no nordeste do Brasil , propôs ao seu pastor que investisse em preparar e colocar obreiros espanhóis para posteriormente dirigirem a igreja, a resposta foi que se isso acontecesse em breve o pastor perderia seu cargo e poder.

Se em menos de três séculos a situação está assim imagine quando os muçulmanos serem a maioria, como todas as pesquisas apontam que vai acontecer em menos de 50 anos. Quem sabe ai a sociedade evangélica vai acordar para o fator de que as grandes perdas sempre começa no campo das ideias e com um ponto de interrogação no final transformando o que é certo e verdadeiro em um questionamento, como aconteceu no jardim do Éden em que Satanás perguntou a mulher se realmente era aquilo de Deus tinha dito.

O que está acontecendo na Europa é uma advertência ao resto do mundo cristão que foram afetados amargamente pelo pensamento teológico modernista liberal que colocaram a Bíblia para ser julgada pelo intelecto humano e negando completamente a inerrância bíblica. A Europa é um exemplo, claro e evidente, que um abismo puxa outro abismo. O noticiário não cessa de falar nas constantes negociações entre os paises da região do Euro, na tentativa de ajudar aos paises membros, que um a um vão fracassando no campo financeiro.

Mas isso não é só na Europa os EUA também já está sendo afetado, é só lembrar da crise bancária no ano de 2008 trazendo conseqüências ao mundo todo. O falecido pastor David Winkerson profetizou dois anos antes essa crise, e disse que era pela abertura do estado a leis antibíblicas como ao aborto e o homossexualismo. Talvez alguém vá dizer que isso é um resultado de vários fatores, mas se for feito um estudo minucioso vai ser descoberto a triste realidade: o afastamento de Deus e da sua Palavra. Essa geração ainda vai mastigar fel e ter o desprazer de digeri-lo em seus estômagos e sentir os estragos em suas vidas espirituais. E vai ser tarde demais o arrependimento de ter abandonado a Palavra de Deus.

Essa idéia também tem avançado no Brasil de uma forma sutil e destruidora. A dinâmica é simples: não se faz muito tempo em que eram fácil identificar os ministérios denominacionais onde se listavas igreja históricas que preservavam a doutrina na inerrância das escrituras onde o titulo de pastor era respeitado, tanto na sociedade como eclesiasticamente, as defesas eram claras e nítidas nos ensinos bíblicos. A proliferação de denominações de todos os lados com pessoas sem preparação bíblica e com invenções astronômicas com interesses escusos e que só usam a Bíblia para alcançar interesses próprios está esfriando a defesa da inerrância da Bíblia, pois nesses púlpitos não se houve as mensagens expositivas das escrituras nem ensino aprofundado, ficando somente no campo da superficialidade. Onde as promessas são lembradas constantemente, sem tem a mudança no individuo para receber tal promessa, causando certa frustração com a igreja e até com Deus, pois a promessa não é cumprida na vida do individuo. E como é a Bíblia que está sendo mal usada cria-se um opositor a ela e aos seus ensinos.

6. REFERÊNCIAS

_____ Novo Manual Nova Cultura Historia Geral. 1ªEdição. Editora Nova Cultural- São Paulo-SP,1994..

­­______ Apócrifos e Pseudo-epígrafos da Bíblia.Editora Fonte Editorial, São Paulo -SP,2005.

______A Vida –Qual Sua Origem? A Evolução ou criação? Editora Sociedade Torre de Vigia.1ª edição . São Paulo, , 2000. p. 255.

A BÍBLIA SAGRADA NOVA VERSÃO INTERNACIONAL. 3. Ed. São Paulo: Editora Vida, 2001.883 pg.

CHAMPLIN , R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 4ª Edição . Tradutor Bentes, J.M. São Paulo. Editora Candeias, 1997. Volume de I a VI.

COSTA , Herminsten M. Pereira da. A Inspiração e Inerrância das Escrituras. 1ª Edição . São Paulo. Editora Cultura Cristã, 1998. 174 paginas.

DANIEL-Rops, Henry,1901-1965. A Vida Diária nos Tempos de Jesus; Tradução Neyd Siqueira, 3ªEd. Revisada-SP. Ed Vida Nova, 2008.

DAVID, H.Sterm. Comentário Judaico do Novo Testamento.1ªEdição.Belo Horizonte-MG. Ed. Atos,2008.

DRANE, John. A Bíblia: Fatos ou Fantasias?.. Editora Bom Pastor Ltda.Tradutor Neyd Siqueira. São Paulo, , 1994. p. 199.

GEISLER, Normam/Thomas Howe. Manual Popular de Dúvidas Enigmas e “Contradições” da Bíblia Titulo original: Whem critics ask

GEISLER, Norman/ William Nix. Introdução Biblica. 4ª Edição . São Paulo. Editora Vida , 1997.

HALLEY , Henry H. Manual Biblico, um comentário Abreviado da Bíblia. 2ª Edição . Tradutor David A. de Mendonça. São Paulo. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1998. 300 paginas.

KELLER,Verner . E a Bíblia Tinha Razão.Titulo original: Und Die Bibel Hat doch Recht.Tradução João Távora. 18ª Edição. Ed. Melhoramentos São Paulo, 295 páginas, 1992.

LALONDE, Peter e Paul. 301 Provas e Profecias surpreendentes mostrando que Deus existe.. Editora Actual.Tradutor Bruno Cesar Pasquini. Porto Alegre, , 1999, Pg 208..

MARTINS, Roberto de Andrade.Coleção Polêmica. O universo: teorias sobre suas origens e evolução. Editora Moderna. São Paulo, , 1994. p. 183.

MCDOWELL, Josh. Respostas Aquelas Perguntas: o que os céticos pergunta sobre a fé cristã.. Editora Candeia.Tradutor Neyd Siqueira. São Paulo, , 1997. p. 228.

MCDOWELL, Josh. Evidenica que exige Um Veredito: evidencias histórica da fé cristã/compilado por Josh McDowell; Tradução Márciso Redondo I., 2ª Edição São Paulo. Editora Candeia, 1996

QUEIRÓZ, José Carlos. Relampejos da cultura judaica.. 2ª Edição. p. 56.

RYRIE, Charles Cadwel. Tradução de Carlos Oswaldo. A Bíblia Anotada.SãoPaulo .Ed.Mundo Cristão,1994.

SCHWERTLEY ,Brian. O Modernismo e a Inerrância das EScrituras. 1ª Edição . Tradutora Dennise Meister. Editora Os Puritanos, Junho 2000. 54 paginas.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 20. Ed. São Paulo, Cortez, 1996. p. 272.

7. ANEXO A – O Caminho da Bíblia

AS FONTES

OS MANUSCRITOS ORIGINAIS: século I

Os manuscritos mais antigos - os papiros: séculos II-III

Os Unciais mais antigos: séculos IV-VIII

Os Minúsculos: séculos IX-XVI

O Textus Receptus de Erasmo(1516) e Elzevir (1633)

A Vulgata Latina

AS PARCIAIS

Os anos de preparação: parte de Gênesis traduzidos para o português por D. Diniz o rei (1279-1325), da Vulgata. Em 1385-1433, D. João I, rei, ordenou a tradução dos Evangelhos, Atos, Cartas de Paulo. Os Evangelhos traduzidos do francês, por D Filipa, neta do rei D. João I. Evangelho de Mateus e porções dos outros, da Vulgata, pelo Frei Cistercience Bernardo de Alcobaça. Harmonia dos Evangelhos de Valentim Fernandes, 1495. Epístolas e Evangelhos traduzidos pelo jurista Gonçalo Garcia de Santa Maria. Atos e Epístolas Gerais, traduzidos por ordem da rainha Leonora, em 1505.

A BÍBLIA INTEIRA

A décima terceira tradução numa língua lmoderna. A Bíblia inteira: tradução do grego por Almeida, princípio do século 18.

Tradução de Figueiredo, 1896, da Vulgata Latina: Bíblia inteira.

Tradução do Padre Huberto Rodhen usando o texto grego como base, 1930.

Tradução da Vulgata por Padre Matos Soares, 1932.

Tradução Brasileira, do grego, 1956.

Almeida Revista e Atualizada, comissão da sociedade bíblica do Brasil, desde 1945.

Revisão da Almeida. Tradução da Imprensa Bíblica Brasileira, 1967.

A Bìblia na Linguagem de Hoje(Novo Testamento)Sociedade Bíblica do Brasil, 1973.

A Nova Tradução na Linguagem de Hoje(NTLH)Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.

1Devido a sua grande contribuição teológica Robert W. Jenson, chama-o de “teólogo dos Estados Unidos”. John E. Smith, chama de “indubitavelmente o maior teólogo do puritanismo norte americano até os tempos de Charles Peirce”. Esse teólogo Congregacional nascido em 1703, no estado de Connecticut contribuiu magnamente à doutrina da inerrância bíblica.

2 Medicamento prescrito para o tratamento de disfunção intestinal, que foi tirado de circulação, pois o seu efeito era semelhante a um placebo.

3 O iota é a menor letra do alfabeto hebraico.

4 O resultado do estudo foi afetado, pois os membros crêem diferentemente do credo da igreja,apenas os obreiros sabiam.

5 Texto de Will Kinney - “The Bible is Not the Inspíred, Inerrant and 100% Historically True Words of God”.Traduzido por Mary Schultze, em 05/07/2011 www.maryschultze.com

6 Idem nota 3

7 A inspiração e Inerrância das Escrituras, p. 116

8 http://cibi.org.br/missoes/603.html

9 http://pt.wikipedia.org/wiki/Religião_na_Europa

10 http://www.jornal.us/article-4164.Os-britnicos-acreditam-em-Deus.html


Publicado por: RONI EVANGELISTA DA SILVA

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