Apocalipse

Apocalipse.

 

 

Apocalipse e seu conteúdo.

O livro de apocalipse é uma revelação dos eventos que ocorrerão no fim dos tempos e no estabelecimento do Reino de Deus. A  teologia básica do livro é escatologia. Ele declara ser uma profecia das coisas que breve vão acontecer.

O livro tem inicio com a apresentação do autor e as suas experiências. A primeira visão é o Cristo Em gloria, e as sete cartas (1:9-3:22), João contempla Cristo em meio aos castiçais de ouro(1:12), simbolizando sua superintendência na vida de sua igreja. A segunda visão João viu o trono celestial com um livro selado com sete selos na mão de Deus (4:1-16:21), estes selos só poderiam ser abertos pelo Leão da Tribo de Judá. Depois vem a abertura dos sete selos (5:1-8:1), o toque das trombetas (8:2-9:21), e as taças são esvaziadas (15:1-16:21). Uma multidão de cento e quarenta e quatro mil  pessoas, representando as doze tribos de Israel(7:3), depois um numero incontável de pessoas redimidas de todas as raças (7:9-17). Satanás é representado por um grande dragão vermelho (12:3-4), esse mesmo dragão não consegue destruir o Messias (12:5), o dragão  perde a batalha contra Miguel e seus anjos (12:7) dedicando assim seus esforços a destruição da igreja na terra (12:17). o dragão e a besta (12:17-13:1; 13:11), e lançam blasfemas contra a pessoa de Deus (13:6), e afastam os homens da presença de Deus (13:4, 14), trazendo grande perseguição a igreja (13:7, 15).  A besta e o falso profeta (19:20), eles tentam impor seu governo aos homens (13:7, 8, 16, 17). A terceira visão, é a grande Babilônia (17:1-21:8) ela exerce grande domínio sobre os reis da terra (17:18). A destruição da Babilônia é anunciada (18:1-24). Tratando ainda da terceira visão, a outra parte dela relata a vitória de Deus sobre o mal. O casamento do Cordeiro e da sua Noiva (19:6-10), seguido pelo cavalgar vitorioso de Cristo (19:11-16), e a destruição da besta e do falso profeta (19:17-21), vindo depois o julgamento do dragão e seu aprisionamento no abismo por mil anos (20:1-3), ao contraste disso, Cristo e sua igreja reinam sobre a terra

( 20:4-6), ao fim desse período de mil anos, satanás é solto, e mais uma vez engana as nações, procurando fazer uma grande luta contra os santos (20:9), tanto ele como a besta são lançados no lago de fogo e enxofre (20:10). Agora temos a chamada segunda ressurreição, e o juízo final (20:11-15),  depois disso a vinda do novo céu e nova terra (21:1-8). E uma visão final que João relata, é a Jerusalém celestial (22:6-21), convidando os homens a receberem as dádivas de Deus (22:17).

 

 

Esboço.

 

I.                    O Senhor glorificado e cartas para as sete igrejas (1:10; 4:1-2; 17:3; 21:10).

A.      Cristo é visto em pé, em meio aos sete castiçais de ouro (1:9-3:10).

B.       As mensagens do Senhor ás sete igrejas (2.1-3.22).

   

II.                 O digno Cordeiro e seus feitos no Desfecho da historia (4.1-11.19).

A.      Visão majestosa Corte Celestial (4.1-5.14).

1.        O Deus criador no seu trono e sua Santidade (4.1-11).

2.        O livro selado e o digno Cordeiro (5.1-14).

B.       A visão do cordeiro em relação aos sete Selos e as sete Trombetas (6.1-11.19).

1.        A abertura dos primeiros seis Selos (6.1-17). O primeiro evento Parentético: as duas multidões (7.1-17).

2.        A abertura do sétimo selo:sete anjos com sete trombetas (8.1-6).

3.        As seis primeiras trombetas (8.7-9.21) O segundo evento parentético: O Anjo com um livrinho (10.1-11), as  duas testemunhas (11.1-14).

4.        A sétima trombeta (11.15-19).

III.               Deus Pai e Cristo, no grande conflito com satanás (12.1-22.5).

A.      Visão do conflito (12.1-15.8).

1.      Do ponto de vista dos inimigos aqui na terra (12.1-13.8).

a.       O dragão (12.1-17).

b.      A besta saída do mar (13.1-10).

c.       A besta saída da terra (13.11-18).

2.      Do ponto de vista do Céu (14.1-20). O terceiro evento parentético: sete anjos com sete pragas (15.1-8).

B.       a seqüência final do conflito (16.1-19.10).

1.      As sete salva da ira de Deus (16.1-21).

2.      O julgamento da grande Meretriz (17.1-18).

3.      A queda da grande Babilônia (18.124).

4.      Regozijo no Céu (19.1-10).

C.      O auge do conflito (19.11-20.10).

1.        A volta e triunfo de Cristo(19.11-18).

2.        A derrota da besta e seus comparsas (20.1-10).

3.        A prisão, soltura e derrota final de satanás (20.1-10).

D.      Resultado do conflito (20.11-22.5).

1.      O julgamento do grande trono branco (20.11-15).

2.      A perdição dos ímpios (20.14;21.8).

3.      Novos Céus e nova Terra (21.1-22.5).

O Epílogo (22.6-21).

 

Gênero apocalíptico em seu contexto sócio-historico.

O ultimo livro do NT faz parte do gênero dos “apocalipses”,  revelação. Este mesmo gênero literário também é encontrado no AT , o livro de Daniel, e vários outros escritos não incorporados no cânon bíblico, como é o caso dos apocalipses de Henoque, 4 Esdras, Baruque e Ascensão de Isaias.

Os gêneros apocalípticos se caracterizam por Freqüentes intervenções de anjos. Estes aparecem, nos apocalipses, ora como ministros de Deus que colaboram com a Providência Divina na dispensação da salvação aos homens, ora como intérpretes das visões ou revelações que o autor do livro descreve. Cf. Ez 40,3; Zc 2,1s; 2,5-9; 5,1-4; 6,1-8; Ap 7, 1-3; 8, 1-13.  Assim também com Simbolismo rico e, por vezes, singular. Animais podem significar homens e povos; feras e aves representam geralmente as nações pagãs; os anjos bons são descritos como se fossem homens, e os maus como estrelas caídas. O recurso aos números é freqüente, explorando-se então o simbolismo dos mesmos (3, 7, 10, 12, 1000 como símbolos de bonança; 3 1/2 (como símbolo de penúria e tribulação). É a exuberância do simbolismo dos apocalipses que torna difícil a compreensão dos mesmos; o leitor ou intérprete deve procurar entender esse simbolismo a partir de passagens bíblicas e extrabíblicas paralelas (na verdade, há símbolos que se repetem com a mesma significação: gafanhotos, águias, cedro, três anos e meio, mil anos...). Os autores de apocalipses são assaz livres ao conceber seus símbolos, suas visões e personificações; propõem cenas estranhas sem se preocupar com a sua verossimilhança; cf., por exemplo, a Jerusalém nova em Ap 21,127; Ez 47,1-12). Os apocalípticos se voltam todos para os tempos finais da história e os descrevem com grandiosidade, apresentando a intervenção solene de Deus em meio a um cenário cósmico, o julgamento dos povos, o abalo da natureza, a punição dos maus e a exaltação dos bons.

As revelações do livro de João trazem um sentido para a historia universal, não é algo destinado a uma comunidade só, não é um material reservado só para iniciados, pois encontramos no livro “não selar as palavras da profecia deste livro”.  encontramos também uma serie de duplicações e repetições que dificilmente podem ser enquadradas numa sucessão cronológica linear. O livro tem uma forte semelhança de uma carta, mas em sua apresentação geral é um livro apocalíptico.  No que diz respeito a parte escatológica do livro, talvez seu propósito foi de encorajar o leitor cristão a fidelidade durante um período complicado para o cristianismo. João faz grande uso dos símbolos para apresentar sua mensagem escatológica. João não ficou preso a uma linha comum dos gêneros apocalípticos, diferenciando então seus escritos dos outros apocalípticos já existentes. 

 

Estilo do Apocalipse.

A estrutura do livro de João, é de característica escatológica, sendo que todos os escritos apocalípticos, são de estilos escatológicos.

            Outra característica importante, é a vista na defesa radical do grupo perseguido, sempre identificado com os escolhidos de Deus . A sua origem se deve principalmente ao fato de que os autênticos profetas foram escasseando em Israel após o exílio babilônico (587-538 a.C.); os últimos profetas bíblicos - Ageu, Malaquias e Zacarias - exerceram o seu ministério nos séculos VI e V a.C. Ora após o séc. V o povo de Israel continuou sujeito ao jugo estrangeiro: retornando do exílio babilônico em 538 a.C., ficou sob o domínio persa até Alexandre Magno (336-323 a.C.) da Macedônia, que conquistou a terra de Israel, anexando-a ao Império Macedônico. Após a morte do

Imperador, a Palestina ficou sob os egípcios (dinastia dos Ptolomeus) até o ano de 200 a.C. Nesta data, os sírios ocuparam e dominaram a terra de Israel, constituindo aí o período dos Antíocos ou Selêucidas. Finalmente, os Romanos em 63 a.C. invadiram o território palestinense e impuseram seu jugo aos judeus, jugo que perdurou até que o povo de Israel foi expulso da sua terra em 70 d.C. (queda e ruína de Jerusalém revoltada). Ora nessas duras circunstâncias de vida o povo de Israel, não tendo profeta, sentia necessidade de ser consolado e alentado para não desfalecer. Foi então que os autores judeus se puseram a cultivar mais assiduamente o gênero literário apocalíptico ou da revelação, que tem afinidade com a profecia, mas, na verdade, não se identifica com esta.

  A característica principal das literaturas apocalípticas é o uso de símbolos para apresentar a mensagem escatológica; por exemplo, o livro selado (5,1); o livro para comer (10,1-11); as trombetas (8,2); as taças (15,7); os relâmpagos e trovões (4,5; 10,30).

            As visões simbólicas são projetadas no céu , referindo-se ao mundo espiritual, tendo uma grade valor simbólico. Sendo essa forma como meio de revelação, sendo outra característica do livro de apocalipse. Outra forma importante é o simbolismo para apresentar a mensagem escatológica, entre varias simbologias que aparecem no livro, aparece o uso de números, desde os tempos mais remotos os homens associaram idéias com números, os números eram usados para expressar conceitos idéias e princípios. Os gêneros apocalípticos surgiram em um contexto em que existiam muitos livros semelhantes, sendo eles entendidos com base na profecia do AT, o objetivo dos livros da literatura apocalíptica era dar respostas ao povo judeu tão oprimido. O apocalipse de João é um livro de consolo e encorajamento para a igreja, que estava sendo perseguida. Essa mensagem é de encorajamento a permanecer fiel pela esperança do cumprimento de todas as coisas por meio de Cristo.

Referencia Bibliográfica.

D.A. Carson, Douglas J. Moo e Leon Morris. Introdução ao novo Testamento Vida Nova. São Paulo 1997.           


Publicado por: victor john correia

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