Esquema
Todos nós, na qualidade de interlocutores, precisamos compreender o “outro”, seja na oralidade ou na escrita, de modo a fazer com que as relações se tornem mais precisas e efetivadas. Em se tratando do discurso científico, a situação não poderia ser diferente, posto que você, além de construir seus próprios argumentos por meio da materialização de seu artigo, terá de realizar distintas leituras, para basear seus argumentos em ideias concretas, em fontes confiáveis.
Assim sendo, você entrará em contato com discursos constituídos de diversas naturezas, uns mais simples, outros dotados de certa complexidade. Como compreendê-los? Nesse sentido, por meio do artigo em questão, você terá a oportunidade de checar características que norteiam alguns dos recursos que podemos utilizar. Estamos nos referindo, de modo específico, ao esquema, o qual permitirá que você, leitor/pesquisador compreenda as ideias principais abordadas em um texto.
Partindo do pressuposto de que todo texto, sobretudo o científico, constitui-se de três partes básicas: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão, torna-se imperioso que a identificação destas se dê de forma plena, com vistas a identificar os verdadeiros propósitos do emissor ao apresentar uma ideia, desenvolvê-la, fechá-la e sintetizá-la por meio de tudo o que ele articulou durante todo o discurso.
Antes de construir o esquema, alguns passos se revelam como fundamentais, sendo que o primeiro deles diz respeito à identificação das palavras-chave contidas em cada um dos parágrafos, visto que neles podemos identificar aquelas ideias básicas e as demais que a elas se sucedem, tidas como secundárias. Realizado tal procedimento, ali, no cantinho superior da folha, você, à sua maneira, poderá utilizar-se de algumas palavras que permitirão a você relembrar os aspectos principais em todo tempo e lugar.
Assim sendo, de modo a evitar que seu esquema não se perca em meio a um emaranhado de informações não identificáveis, o recomendável é que todas as referências bibliográficas estejam devidamente registradas, constituídas do sobrenome e do nome do autor, título do capítulo, título da obra, nome da cidade, editora, data de publicação, número da página inicial e da página final.
Graficamente podemos representar o esquema por meio de chaves dispostas sucessivamente, de forma a permitir que haja um encadeamento semântico entre as partes constitutivas do discurso. Assim, de modo a tornar práticos nossos conhecimentos, analisemos um caso que ilustra como tal recurso linguístico (o esquema) deve ser elaborado, partindo de um parágrafo que nos servirá de base, o qual constitui o resumo de um artigo científico:
PICCINI, Roberto Xavier; VICTORA, César Gomes. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v, 28, nº 4, 1994. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89101994000400004/. Acesso em: 02 de setembro de 2011.
“O conhecimento da prevalência de hipertensão arterial sistêmica (HAS) e de seus fatores de risco pode ser de grande valor para orientar o planejamento das políticas de saúde. Para identificar a prevalência de HAS, e sua associação com fatores de risco, foi realizado estudo transversal de base populacional na cidade de Pelotas, no sul do Brasil, onde foram examinadas 1.657 pessoas. A prevalência de HAS foi de 19,8%. Os fatores de risco significativamente associados, após controle para fatores de confusão, foram: cor preta, idade avançada, baixa escolaridade, história paterna e materna de HAS, uso de sal adicional à mesa e obesidade. A classe social, que mostrou forte associação com HAS na análise bivariada, teve seu efeito reduzido na análise multivariada, quando houve ajuste por sexo, cor e idade”.
Hipertensão arterial sistêmica Conhecimento Fatores de risco
Políticas de saúde (planejamento) Estudo transversal de base populacional -Cor preta
- idade avançada
- baixa escolaridade
- história paterna e materna
- uso de sal adicional
- obesidade
Publicado por: Vânia Maria do Nascimento Duarte
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