Ensino de metodologia da pesquisa científica
Pautemos em discutir acerca de um assunto que de certa forma nos conduz a refletirmos um pouco mais sobre a conduta do aprendiz, levando em conta diferentes contextos pelos quais perpassa: Educação Básica → Graduação → Pós-graduação. Sobretudo fazendo menção a épocas contemporâneas, principalmente em se tratando desse patamar primeiro (Educação Básica), o que se pode notar é que o conhecimento, a bagagem cultural adquirida se materializa de forma um tanto quanto mecanicista, talvez pelo simples fato de as prioridades não estarem assim tão estabelecidas, haja vista que vivemos em uma era também mecanicista e de imediatismo. Assim, parece que o CTRLC = CTRLV se tornou uma forma simplificada de pesquisar acerca de um determinado assunto, assim sendo, o aprendizado deixa de ser um investimento pessoal para ser um mero cumprimento de obrigações impostas.
Chegando na graduação, cujo contexto aponta para um desempenho mais elevado, para um conhecimento um tanto quanto aprofundado, espera-se que haja uma mudança, pois afinal há de se observar um salto significativo em todos os sentidos. No entanto, a situação parece não se delinear de forma diferente, haja vista que situações antes cultuadas parecem ainda não adquirir um perfil diferente. Prologando um pouco mais, estendendo anos subsequentes, chega um momento em que a necessidade de se tornar alguém independente, redentor(a) de seu próprio conhecimento, alguém que de certa forma terá de pesquisar, “correr atrás” de suas próprias prioridades, torna-se fator preponderante. Em virtude disso, caso ele não tenha sido preparado para tal, sobretudo no que diz respeito ao ensino de metodologia científica, certamente as dificuldades se tornarão nítidas e recorrentes.
Tal disciplina, geralmente ministrada no primeiro período de cada curso da graduação, parece não ser bem aplaudida pelo público, dada aquela noção materializada pelo ensino de regras, de métodos, enfim, procedimentos esses que parecem fugir ao universo dos alunos, justamente pelo fato de não estarem acostumados a uma exigência metodológica, digamos assim. No entanto, afirma-se que a aplicabilidade de tal disciplina vai muito além de preparar o aprendiz para a construção de hipóteses, justificativas, cronograma, entre outros passos, para uma conclusão de um trabalho monográfico, artigos científicos ou produções afins. Muito além de meros “decorebas” acerca das regras da ABNT que somente possuem funcionalidade ali, naquele momento da construção do trabalho acadêmico, esse ensino tende a ampliar aquela noção desgastada do “tudo pronto” para o criar, para o despertar da busca, da produção independente, das descobertas em prol da realização pessoal.
Assim, mediante um estudo realizado acerca de um determinado assunto, o pesquisador terá a oportunidade de aprender, sem dúvida, mas por meio de um aprendizado autônomo, isto é, um aprendizado que lhe possibilite um “colher de sucessivos frutos” mediante cada etapa vencida de sua produção. Com isso, ele se torna agente de seu próprio conhecimento, justamente porque passará, por meio de várias leituras e distintas reflexões, a dialogar com opiniões de diferentes autores, posicionando-se como alguém dotado de uma consciência crítica, questionadora, acima de tudo, como alguém que age sobre sua própria busca pelo saber.
Assim, por meio de tantos conhecimentos buscados e adquiridos, há autoria, respeitando, sobretudo, a de outrem, e não atuando somente com base numa simples e mera cópia. Enfim, diante de tudo aqui exposto, cabe ressaltar que as conquistas cultuadas mediante esse aprendizado tornam o futuro pesquisador apto, capaz, para que no momento de sua produção ele possa demonstrar um pensamento estruturado, inteligível e convincente.
Publicado por: Vânia Maria do Nascimento Duarte
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