Atividade em Grupo-Alternativa para minimizar os efeitos da exclusão na Terceira Idade

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1. INTRODUÇÃO

Segundo Mazo Lopes Benedetti (2001) o termo Terceira Idade surgiu por volta de 1960 com o objetivo de dar identidade positiva aos idosos com sessenta anos ou mais. No Brasil é cada vez maior a parcela de idosos nesta faixa etária e muitos fatores contribuem para a longevidade destas pessoas, entre eles, o avanço da medicina e a busca por atividades que possam incentivar a auto-estima e mantê-las incluídas na sociedade como parte ativa do sistema. Conforme Valla (1998) a sociabilidade criada nos grupos remete à questão do apoio social e sua repercussão positiva na saúde e em muitos outros aspectos do idoso. Ainda Shephard (2003) fala das limitações físicas e psicológicas que a velhice impõe aos indivíduos, impedindo-os de desenvolverem certas ações e contribuindo para a deterioração na qualidade de vida do idoso e o incentivo à sua baixa auto-estima e exclusão. Zimerman (2000) salienta a importância do idoso se filiar a um grupo de pessoas iguais a ele e Guarido (2003) aborda que o grupo traz um sentido para a sua vida, estabelecendo uma rotina com a participação em atividades diversificadas e com o encontro de amigos. “O envolvimento no grupo devolve expectativas, perspectivas, planos e objetivos para o futuro”. Baseados na bibliografia e em artigos especializados desenvolvemos este estudo que confirmou que as atividades em grupo, na Terceira Idade contribuem para a melhoria de vida dos idosos e sua inclusão, oportunizando-lhes novas alternativas. O objeto de estudo foi um Coral formado por 50 pessoas, na cidade de São Sepé. O grupo foi observado desde seu começo, em 2001. A pesquisa qualitativa utilizou a observação participante, entrevistas individuais e histórias de vida buscando a análise de conteúdo e a captação de representações subjetivas dos participantes, respeitando a exatidão das informações e sua constância interna e transferibilidade.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. A Terceira Idade

A população de idosos no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde- OMS (2000) pode alcançar uma expectativa de vida de 73 anos até 2025. Cada vez mais, o tema do envelhecimento vem sendo abordado no mundo. No Brasil, os estudos em torno da questão são recentes e não muito numerosos, mas aos poucos a importância sobre o conhecimento da população idosa vem despertando o interesse dos estudiosos. Sabe-se que os brasileiros estão envelhecendo e, o perfil do idoso, mudando. Ultrapassar a barreira dos 60 anos não significa mais o fim produtivo, mas a oportunidade de recomeçar.

Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2004), no início do século XX, o tempo de vida médio do brasileiro era 33 anos; hoje, essa média subiu para 71,3 anos em 2003, contra 70,5 anos em 2000. Conforme o IBGE, o Brasil alcançará o patamar de 80 anos de expectativa de vida por volta de 2040 e ainda, de acordo com o estudo, a Região Sul do país é a terceira em número de idosos. Pesquisadores de diferentes áreas têm mostrado interesse na fase da Terceira Idade. Um dos principais motivos é o rápido crescimento da população brasileira com mais de 60 anos.

Embora o envelhecimento da população seja quase um fenômeno mundial, os países europeus demoraram cerca de 100 anos para que acontecesse a mudança na faixa etária de seus cidadãos. Esse aumento na expectativa de vida é atribuído em grande parte às conquistas da medicina que propiciam esperança de vida e queda generalizada da fecundidade. No Brasil esse fenômeno ocorreu em apenas 30 anos. As instituições, o casamento, o Estado, as empresas, o sistema de saúde e previdenciário vêm de uma época em que apenas 3% das pessoas ultrapassavam a barreira dos 65 anos. “Em um contexto de importantes desigualdades regionais e sociais, os idosos não encontram amparo adequado e, principalmente, desenvolvem incapacidades, perdem autonomia e qualidade de vida” (Chaimowicz, 1998). O número de idosos na microrregião de Santa Maria, a qual pertence São Sepé, no ano 2000 mostra-se modificado. A população idosa teve um crescimento bastante acentuado, representando cerca de 11,6% da população total que era de 349.454 pessoas (Envelhecimento da população na Microrregião de Santa Maria-RS, no período de 1980 a 2000).

Todas essas modificações na estrutura da população, tanto na Microrregião quanto no Brasil, estão permeadas no avanço da área da saúde, com destaque especial para a genética e geriatria, que são áreas com conhecimento mais aprofundados sobre o envelhecimento, que leva a reparação dos danos físicos e a prevenção de doenças e acidentes que são comuns nessa fase da vida.

Outro fato importante é a aprovação do estatuto nacional do idoso em 2003 e sua entrada em vigor em 2004, que pode ser considerado um avanço para a população no geral, pois se pressupõe que todos envelhecerão um dia. Esse estatuto pune agressores e também aqueles que são negligentes para com os idosos, garante acesso gratuito ou pela metade do preço a programas culturais, ao lazer bem como ao atendimento de saúde e direitos jurídicos.

Espera-se que esse estatuto garanta respeito ao idoso como se deve, pois se sabe que a configuração atual, principalmente em áreas urbanas, é de que o idoso é apenas mais um “fardo” para se sustentar e que ele é improdutivo, quando se sabe que ele pode realizar atividades, não com o mesmo vigor, mas com a mesma vontade de antes. As pesquisas não param por aí, é um campo vasto e promissor, para principalmente melhorar a vida dessa parcela da população que cresce cada vez mais. Com o envelhecimento, o indivíduo passa por modificações fisiológicas, com maior fragilidade e vulnerabilidade a intercorrências patológicas, nos aspectos biológicos, psicológico (afetivo, emocional e cognitivo) e social. No aspecto social, destacam-se as perdas de papéis ocupacionais significativos, muitas vezes com restrição à participação no contexto, o que justifica a investigação do grupo de atividade como contribuição para um envelhecimento saudável e com qualidade. A sociabilidade criada nos grupos remete, assim, à questão do apoio social e sua repercussão positiva na saúde (Valla apud Assis, 1998) e em muitos outros aspectos do idoso.

Segundo Shephard (2003), o envelhecimento está associado a uma variedade de limitações físicas e psicológicas. Isso, freqüentemente impede os indivíduos de desenvolverem certas ações. Dependendo de sua motivação, circunstâncias ambientais e reações à incapacidade, aqueles que são afetados podem ficar inválidos (tanto física como mentalmente), incapazes de desenvolver atividades desejadas. A conseqüência desse fato é uma deterioração na qualidade de vida do idoso e incentiva sua baixa auto-estima e exclusão.

Conforme Debert (1997), a Terceira Idade é compreendida como fruto do processo crescente de socialização da gestão da velhice e passou da esfera privada e familiar para uma questão pública. A busca para compreender a velhice e todas as modificações decorrentes do avanço da idade teve início com as civilizações mais antigas, nas quais variavam o conceito de envelhecimento e a aceitação da velhice. Nos períodos que se seguiram, também surgiram novas teorias para explicar e justificar tal processo. Atualmente, verifica-se, por meio de dados epidemiológicos, que está ocorrendo um crescimento da população idosa como conseqüência da diminuição da taxa de mortalidade e declínio da fecundidade. Essas transições afetam diretamente, e de forma significativa, a estrutura etária da população e, conseqüentemente, intensificam os problemas de uma determinada sociedade.

Os idosos, nas diferentes camadas, segmentos ou classes sociais, vivem a velhice de forma diversificada, como se o fim da vida reproduzisse e ampliasse as desigualdades sociais. Considera-se, ainda, que o aumento da população idosa em nossa sociedade constitui-se, no momento, num problema de saúde que poderá ser ainda maior, com o decorrer do tempo. Diante disso, é preciso, além da perspectiva adotada, que as ações dos profissionais da área da saúde e das ciências humanas sejam dirigidas à transformação dessa realidade, não apenas enfocando a velhice, mas todas as fases da vida, nas suas diferentes abrangências: habitação, educação, saneamento, previdência, dentre outras.

2.1.1. O Envelhecimento Humano

No Brasil, o crescimento da população idosa tem despertado o interesse desses profissionais para o desenvolvimento de pesquisas que abordem essa temática. Nota-se a preocupação, ainda, com a necessidade de formação e capacitação de recursos humanos, fundamentada no cuidar gerontológico, para atender aos idosos, também denominados anciões, velhos ou grupo da terceira idade, para que essa fase de transformação se dê de forma digna, mesmo diante dos desafios enfrentados pela sociedade brasileira contemporânea. Os valores atribuídos a essas pessoas dependem do contexto social e cultural de cada civilização.

No que se refere a esses vocabulários classificatórios, no século XIX, na França, o termo velhice caracterizava, essencialmente, as pessoas que não podiam assegurar seu futuro financeiro, designando-se, mais precisamente, como velho, "vieux", ou velhote "vieillard", os indivíduos que não tinham status social, enquanto idoso traduzia-se "personne âgée", ou seja, aqueles que viviam socialmente bem. Reportando-se ao século XVIII, a palavra velhice não possuía conotação pejorativa, sendo empregada para designar aqueles que dispunham de bom poder aquisitivo e cuja imagem se associava a "bom pai" ou "bom cidadão". Observa-se, por conseguinte, que a velhice daquele tempo só existia para aqueles que estavam situados na camada mais rica da sociedade e podiam vender sua força de trabalho.

Com o aparecimento de novas políticas sociais e mudanças na estrutura social, elevam-se as pensões, o que faz aumentar o prestígio dos aposentados. Nessa ocasião, esses termos sofrem modificações, e volta-se um novo olhar para a pessoa velha. Surge, então, a expressão terceira idade, designando, principalmente, envelhecimento ativo e independente, mostrando, assim, essa nova etapa da vida - um novo ciclo entre a aposentadoria e a velhice.

No Brasil, não existe designação específica para tais expressões, que passaram a ser utilizadas em pesquisas e também no vocabulário cotidiano, algumas vezes com conotação depreciativa, porém sem preocupação de fundamentações teóricas.

Entretanto, a resposta a qualquer tipo de questão sobre velho ou velhice, no Brasil, depende de como ela é feita e a quem é direcionada; não existe uma resposta única, porque o fenômeno da velhice tem múltiplos significados, contextualizados por fatores individuais, interindividuais, grupais e sócio-culturais. Afirma-se que o conhecimento científico, também contextualizado por esses fatores, desempenha um papel fundamental na atribuição de significados a esse objeto, à medida que justifica, explica e legitima determinadas práticas e atitudes em relação à velhice. O velho, portanto, nem sempre é considerado na sociedade atual, tanto que o senso comum utiliza as mais variadas expressões para designar esse grupo da população (velho, idoso, terceira idade, dentre outras), não havendo preocupação de se ajustar uma expressão adequada e única para designar as pessoas pertencentes a essa faixa etária de 60 anos ou mais, prevalecendo o mito de considerar a velhice como sinal de fragilidade, decadência e/ou dependência.

Segundo Mazo Lopes Benedetti (2001), o termo Terceira Idade surgiu nos anos 60, com o objetivo de dar uma identidade positiva aos idosos. A Terceira Idade surge, procurando retirar os aspectos carregados de preconceitos relativos à velhice, buscando criar representações sociais, mostrando dinamismo, preocupação com o lazer, estabelecendo relações sociais em participar de atividades, enfim, querendo envelhecer com mais qualidade de vida.

O termo Terceira Idade foi empregado pela primeira vez no Brasil, pelo Serviço Social do Comércio, SESC, de São Paulo quando foram criadas as “Escolas Abertas para a Terceira Idade”.

Barbosa (2000) informa que, conforme a lei 8.842/94 e o Decreto 1948/96 (anexos A e B), é considerado idoso no Brasil a pessoa maior de 60 anos.

Em estudos sobre envelhecimento da população brasileira, identificou-se que, na virada do século, deveria haver no Brasil 8,7 milhões de pessoas com 65 anos, o que quer dizer que um em cada 20 residentes do país seria idoso e que, vinte anos mais tarde, essa relação seria um para 13. Portanto, deve merecer, cada vez mais, o interesse dos órgãos públicos, dos formadores de políticas sociais e da sociedade em geral, o crescimento da população idosa no país, devendo-se levar em conta, principalmente, as características demográficas, econômicas e sociais desse país. Diante dessa realidade, novas demandas por serviços, benefícios e atenções constituem-se em desafios para os governantes e para a sociedade do presente e do futuro, uma oportunidade para os idosos reescreverem sua história com novos conceitos (Berquó, 1999).

No Brasil, acredita-se que o processo de mudança demográfica é resultante de um complexo emaranhado de fatores econômicos, sociais, culturais, ideológicos e psicológicos, os quais vêm criando, reciprocamente, características distintas no relacionamento social em geral, seja ele familiar profissional, voltado ao cuidado com os idosos ou aos papéis da mulher na sociedade, entre outros. Por outro lado, as representações do papel do idoso têm-se mostrado diferentes na sociedade atual, visto que a representação da velhice, como processo de perdas, tem sofrido uma inversão, sendo essa etapa valorizada e privilegiada, tendo em vista as novas conquistas, em busca de prazer, da satisfação e da realização pessoal, o que faz da gerontologia objeto de crescente estudo. O aumento de oferta de programas voltados para a população mais velha e o investimento da mídia no assunto tem impulsionado esse novo mercado de consumo. Entretanto, a situação dos idosos no país mostra uma grande diversidade, propiciando a exclusão daqueles que não compartilham das mudanças atuais.

Conforme Pereira (2003), é importante que o idoso experimente a resistência e o limite de suas forças, o prazer de transformar o seu corpo num instrumento para extravasar suas emoções e seus sentimentos. Buscando subsídios sobre a pesquisa antropológica social, encontramos o trabalho de Andréa Moraes Alves (2002), “Fazendo Antropologia no Baile: uma discussão sobre a observação participante”, que pode nos encaminhar, também, como referencial ao desenvolvimento deste projeto de pesquisa, delineando o papel do pesquisador e do objeto pesquisado no meio urbano. Ainda, Chaimowicz (1998) relata que é imprescindível investir em programas suporte aos idosos, como o projeto que é desenvolvido em São Sepé.

À medida que se estabelece uma articulação entre os sujeitos do grupo na qual assumem e delegam papéis um ao outro, a comunicação possibilita a aprendizagem e, conseqüentemente, a apreensão da realidade. O vínculo é condição básica para o sucesso do grupo; é quando um sujeito se torna significativo para o outro (Maximino, 2001).

Daí a relevância da pesquisa e observação que já vem sendo desenvolvida com o grupo em questão.

Segundo Zimerman (2000), o indivíduo é um ser gregário e, durante seu desenvolvimento, passa por diferentes grupos: família, amigos, escola e trabalho. O idoso, no decorrer de sua vida, já transitou por todos esses grupos, devendo ter todas as condições internas e a necessidade de se filiar a um grupo de pessoas iguais a ele. Na utilização do processo de grupo, através das múltiplas relações que se dão entre seus componentes o objetivo é a integração do indivíduo no grupo, possibilitando sua extensão como membro operante deste, de sua família e de sua comunidade. Pela formação de um vínculo com os elementos do grupo, os quais dão segurança, apoio, compreensão e liberdade entre si, é que se alcança o objetivo almejado: dar condições de desenvolvimento aos componentes. Um grupo só se torna grupo quando tem determinado tipo de relacionamento, um vínculo, uma força que dá a ele um sentido de pertinência; uma força que regula a conduta dos membros e os faz comportar-se de maneira peculiar, distinta de interação individual e de outro grupo qualquer. É por meio das experiências, das interações e das oportunidades de vivências que surgirão mudanças no comportamento, tanto do indivíduo quanto dos elementos dos sistemas. É no grupo que o indivíduo reconhece valores e normas, tanto seus como dos outros.

Os grupos dos idosos têm uma peculiaridade: à medida que os anos vão passando, as perdas de pessoas aumentam e os grupos exigem uma reestruturação. O que acontece é que, por uma série de razões, os indivíduos acabam não refazendo seus contatos e ficando sem grupos, sejam familiares, de trabalho, de lazer ou outros. Há uma grande necessidade de fazê-los participar de novos grupos e ajudá-los a se enquadrar naqueles que maior satisfação vão lhes proporcionar.

Nessa faixa etária, o sentimento de pertencer a um grupo é valioso dado às tendências ao afrouxamento dos vínculos sociais e o surgimento da solidão, tão comuns em decorrência da aposentadoria, independência dos filhos, viuvez, perdas afetivas, dentre outros. O grupo aparece como um meio favorecedor da socialização com conseqüentes trocas afetivas e motivações para buscar novas atividades e realizar velhos projetos (Assis et al., 2002).

A constituição do grupo em processo pode requerer a presença de um profissional. O trabalho do mesmo será auxiliar a que as pessoas envolvidas na experiência pensem o processo que estão vivenciando. Pensar cada um participando de um mesmo barco que busca estabelecer uma rota. Se o porto não é seguro, o grupo acaba. Enquanto o grupo persiste é um constante navegar. As tarefas devem estar explícitas e tornar explícitas aquelas que estão dificultando o desenvolvimento dos objetivos. Esta é uma maneira de o grupo tornar-se sujeito do seu próprio processo. Os integrantes da experiência terão condições de tomar decisões de forma mais lúcida e, portanto, podendo avaliar os benefícios e os riscos das futuras ações que pretendem desenvolver (Jacques, 2002). Alguns sociólogos e psico-sociólogos definem grupo como sistema ou unidade de interações humanas, unidade composta por pluralidade de pessoas. Alguns ainda precisam, todavia, que estas interações não deflagram somente entre as pessoas, mas também entre o grupo inteiro e seus diferentes membros. Sem abrir debate de ordem filosófica, o grupo constitui uma unidade coletiva. O grupo não precisa de continua proximidade, não deixa de existir pelo fato de terminada a reunião ir cada uma para seu lado (Théry).

Numa época em que, para muitos idosos, pensar no futuro ainda remete a cair no vazio e na falta de expectativa, o grupo surge, segundo Guarido et al. (2003), como um sentido para a vida, estabelecendo uma rotina com a participação em atividades diversificadas e com o encontro de amigos. O envolvimento no grupo devolve expectativas, perspectivas, planos e objetivos para o futuro.

Alguns termos usados especificamente para o tema Terceira Idade são explicados por autores que estudam o assunto. Para Papaléo Netto (1996, p.332), “autonomia é sinônimo de decisão, comando de escolher caminhos e independência, a capacidade de não depender de ninguém, realizar algo com seus próprios meios”. Envelhecimento, conforme Fonseca (1996, p.351) “é o conjunto de modificações, quer somáticas, quer psíquicas, quer afetivas, quer psicomotoras, que mergulham em atitudes ambíguas, autodesvalorizadas; resignações profundas, reações emocionais e comportamentos regressivos”. Finalmente, Terceira Idade para Barbosa (2000, p.18) “é a nomenclatura que designa pessoas com mais de 60 anos”.

2.1.2. Aspectos Psicossociais do Envelhecimento

O envelhecimento é um processo gradual e carrega consigo muitas perdas e alterações no funcionamento do organismo: saúde física e mental, aposentadoria e mudanças de papéis sociais, perdas de amigos e parentes, diminuição de renda, entre outros fatores que levam o idoso a ter maiores dificuldades em se adaptar a essa fase, ficando assim vulnerável a doenças, conforme Mazo, Lopes e Benedetti (2001) e, segundo Lorda & Sanches (2001), na Terceira Idade as muitas mudanças no ambiente social do idoso, exigem dele uma constante adaptação a novas situações.

Existe por parte de alguns idosos a negação do seu próprio envelhecimento, provocando muitas atitudes, sendo que, algumas delas, são prejudiciais à manutenção de seu lado psicológico, entre elas: o isolamento, levando-o a evitar contato com pessoas da mesma idade e fazer-se de vítima. Netto (1996) afirma que, além do receio da senilidade, as pessoas não aceitam o envelhecimento devido também a falta de uma “razão de ser” da velhice, por não encontrarem um papel para ele mesmo na sociedade. Segundo Veras (1997), a própria sociedade, ao mesmo tempo em que o marginaliza por considerá-lo incapaz e improdutivo, impede que ele volte a ser capaz e produtivo.

Muitos idosos não conseguem continuar desempenhando uma vida ativa, mesmo com uma saúde boa. Este é o primeiro impacto do envelhecimento para o indivíduo: a perda de seus papéis sociais e o vazio experimentado por não encontrar funções. Sente angústia, decepção e sofrimento.

Conforme Geis (2003) e Netto (1996), aposentar-se significa missão cumprida, poder usufruir a vida, mas o que acontece na maioria das vezes é que ao se aposentar o idoso diminui o poder aquisitivo, diminui o seu padrão de vida e perde o status social, pois se desvincula de seu grupo de trabalho. Pode haver depressão e isolamento social. Ramos (1999) completa que a perda de contato do idoso com seu grupo de trabalho e a falta de outra atividade trás um grande sentimento de inutilidade.

Geis (2003) e Netto (1996) destacam que a solidão é um outro desafio para os idosos. Netto (1996) afirma que a viuvez e a saída dos filhos de casa contribuem para a solidão e será mais sentida naquela mulher que se dedicou, exclusivamente, ao papel de mãe e esposa, gerando uma grande desorientação, quanto maior for a dependência que tinha em relação ao marido. É preciso tempo para aceitar a nova situação. Geis (2003) completa que a solidão deixa o ser humano fragilizado, triste e deprimido.

De acordo com Netto (1996), existe uma ligação íntima entre velhice saudável, autonomia e independência, que para a população idosa são indicadores de saúde e qualidade de vida. Quando o idoso passa a se sentir como um peso para a família, que é improdutivo, sem perspectivas, autonomia e dependente dos outros, deixa de ter uma vida normal, instalando-se então uma crise, diminuindo sua auto-estima.

2.1.3. Auto-estima

Auto-estima é o sentimento de amor-próprio, segundo afirma Branden (2001), é o quanto nos amamos, nos valorizamos com nossas limitações. É a avaliação positiva ou negativa que cada um faz de si mesmo. A auto-estima começa a se formar nos primeiros anos de vida da pessoa e a partir de suas experiências ela vai sendo construída.

A auto-estima positiva é aquela em que a pessoa acredita em si e na sua capacidade de pensar, tomar decisões e estar apto para enfrentar as situações que se coloquem à sua frente, e além de tudo, estar consciente das suas limitações, fragilidade, medos e potencialidades. A pessoa com auto-estima positiva enfrenta os desafios.

A auto-estima negativa indica que o indivíduo apresenta vivências afetivas negativas. A pessoa sente medo de assumir riscos, do fracasso; sente-se incapaz para realizar algo. Em relação ao círculo de amizades a auto-estima negativa leva a pessoa a se afastar do seu grupo social por sentir-se incapaz de manter um relacionamento profundo e significativo, levando-o ao isolamento.

Quando desenvolvemos nossa auto-estima, tornamo-nos mais conscientes com capacidade maior para sermos felizes. Quanto maior a auto-estima, mais preparados estaremos para superarmos obstáculos e crescermos como seres humanos.

2.1.4. Atividades na Terceira Idade

De acordo com Cavalarri & Zacharias (2003), a vida diária de uma pessoa é dividida em três partes: tempo de trabalho, tempo das necessidades básicas vitais e tempo livre. Santini (1993) destaca que é no tempo livre que existe o lazer, que é útil, pois através dele as pessoas dão uma pausa na correria do dia-a-dia e retomam o equilíbrio emocional. De acordo com o autor, a recreação faz parte do lazer, sendo uma atividade física ou mental. Conforme Benedetti (2001) e Barbosa (2000), várias são as formas de recreação que podem ser desenvolvidas pelos idosos, desde que sejam adaptadas, respeitando as características próprias desta faixa etária. Para Geis (2003), atividades na Terceira Idade fazem com que o idoso se comunique melhor com os outros e enriqueça a relação com o ambiente que o cerca. Essas atividades devem ser integradoras, favorecendo o contato social e gerando autoconfiança e satisfação.

O idoso sente necessidade e valoriza as atividades em grupo, pois, segundo Cavallari & Zacharias (2003), ele tem necessidade de se sentir integrado socialmente e o grupo deve priorizar a sua participação e estimular o bom-humor e o prazer dos indivíduos.

2.1.5. O Processo Grupal

Todos nós temos alguma experiência de participação grupal. Para uns mais intensa que para outros, mas de qualquer forma muito importante para a estruturação de nossas convicções e para o desenvolvimento de nossas capacidades. Estas vivências grupais, no nosso cotidiano, nos deixam marcas mais ou menos profundas dependendo da forma como se dá a nossa inserção e as relações que aí se desenvolvem. Parte-se do princípio de que estamos constantemente nos relacionando com outras pessoas; com os mais diversos objetivos.

Jacques e Carlos (2002) dizem que “relações mais intensas e duradouras ou menos intensas e passageiras, todas nos marcam, de uma forma, gratificante e/ou traumática. É com toda esta carga das experiências anteriormente vividas que nos jogamos em novas experiências de relacionamentos grupais”.

2.1.6. Como são os grupos

Os grupos podem ser espontâneos ou naturais, mas existem também aqueles organizados com finalidades específicas. Organizados e coordenados pelos próprios participantes, ou por profissionais das mais variadas formações.

Existem grupos ligados às igrejas, partidos políticos, sindicatos, escolas, fábricas, entre outros. São formas de organização da sociedade que refletem e participam dos embates que acontecem no seu meio. Grupos que tanto podem estar a serviço da transformação social quanto da sua manutenção. Estamos rodeados de grupos e participando ou negando participar deles em todos os momentos de nossa vida.

2.1.7. A Preocupação com o Grupo

O vocábulo “groppo” ou “grupo” surgiu no século XVII e referia-se ao ato de retratar, artisticamente, um conjunto de pessoas. Segundo Barros (1994, p.83), foi somente no século XVIII que o termo passou a significar “reunião de pessoas”. A autora afirma que o termo pode estar ligado tanto à idéia de “laço, coesão” como “círculo”. Tanto a sociologia quanto a psicologia tem demonstrado interesse no estudo dos pequenos grupos sociais, pensando o “grupo” como intermediação entre o “indivíduo” e a “massa”.

2.1.8. O Estudo dos Grupos Sociais

O estudo dos pequenos grupos é em geral associado com a Sociologia e a Psicologia. Na Psicologia, o estudo sistemático dos pequenos grupos sociais teve início na década de 30 e 40, com Moreno e Kurt Lewin.

Na área da pesquisa cria a sociometria para o estudo das relações de aproximação e afastamento entre redes de preferência e rejeição, tanto no grupo, como na comunidade. Lewin cria o termo “dinâmica de grupo”, que foi utilizado pela 1ª vez em 1944. Essa preocupação com os grupos veio depois do Taylorismo e Fordismo, que levaram à elevação dos lucros, mas também à deterioração das relações tanto dos operários entre si quanto em relação a chefias e patrões (apud Barros, 1994)

Lewin busca a essência do grupo, o que traz junto uma imagem de o “grupo como um rei” que transcende as pessoas que o compõem. Há uma visão de um grupo “ideal”: aquele marcado por uma grande coesão.

Ainda hoje, existem pontos importantes para o estudo dos pequenos grupos sociais. Um deles é o contato entre as pessoas e a busca de um objetivo comum, a interdependência entre seus membros, a coesão ou espírito de grupo, que varia em um contínuo que vai da dispersão até a unidade.

2.2. Pequenos Grupos

Os estudos sobre pequenos grupos dentro da perspectiva Lewiniana trazem implícitos, conforme Lane (1986), valores que visam reproduzir os de individualismo, de harmonia e de manutenção. A mesma autora enfatiza que a função do grupo é definir papéis, o que leva a definição da identidade social dos indivíduos e a garantir a sua reprodutividade social.

Na tradição lewiniana temos um ideal de grupo coeso, estruturado, acabado. Passa a idéia de um processo linear. Neste modelo, não há lugar para o conflito. Estes conflitos são vistos como algo ameaçador e que deve ser resolvido tentando-se chegar a um consenso. A questão do grupo é vista como um modelo de relações horizontais, equilibradas, eqüitativas, ou seja, se respeitam e cooperam umas com as outras. O grupo também pode ser visto como um lugar onde as pessoas mostram suas diferenças, onde as relações de poder estão presentes e perpassam as decisões cotidianas, onde o conflito é inerente ao processo de relações que se estabelece, onde há uma convivência do diferente, do plural. Não como um movimento de defesa das minorias, mas num movimento de cada um e de todos, procurando discutir suas idéias com os outros. É importante afirmar que as pessoas são diferentes, pensam de maneira diferente porque possuem valores diferentes, mas que podem produzir junto o seu processo grupal. Este é um embate diário das relações pessoais que trazem consigo toda uma história.

Relações onde estarão presentes as múltiplas determinações de cada sujeito, determinações de classe social, de gênero, de raça e de nacionalidade. Relações que se embaterão tanto na busca consciente de uma dominação quanto de defesas inconscientes utilizadas para lutar e/ou fugir das ameaças que as novas situações lhes colocam.

O grupo precisa ser visto como um campo onde os trabalhadores sociais que se aventuram devem ter claro que o homem é sempre um homem alienado e o grupo é uma possibilidade de libertação (Lane, 1986). Mas também pode ser uma maneira de fixá-lo na sua posição de alienado. O grupo não é a garantia do engajamento. Neste caso, as relações que aí se estabelecem podem ser meramente de reprodução das relações de dominação e de alienação da sociedade capitalista que nos rodeia. Podem, em contrapartida, ser um momento em que o grupo se pense, explicite as situações que entravam o seu funcionamento; onde as pessoas pensam, elaboram, enfim, trabalham as suas relações e conseguem estabelecer uma experiência única, refletida e que faz os seus participantes se sentirem sujeitos.

2.2.1. Como funciona o Processo Grupal

Carlos (2002) diz que quando pensamos em processo grupal não estamos nos referindo ao grupo como uma entidade acabada. Ele menciona que estamos pensando como Sartre e Lapassade (1982). Este processo é dialético. É constituído pela eterna tensão entre a serialidade e a totalidade. Há uma ameaça constante da dissolução do grupo e a volta à serialidade, onde cada integrante assume e afirma a sua individualidade, sendo mais um na presença dos demais. Ao mesmo tempo, há uma busca constante da totalidade, onde cada um dos integrantes participa com os demais, introjeta-os e dá sentido à relação estabelecida. Cada integrante se afirma e assume a totalidade do grupo.

A constituição do grupo em processo pode requerer a presença de um profissional, técnico em processo grupal. O trabalho do mesmo será auxiliar a que as pessoas envolvidas na experiência pensem o processo que estão vivenciando. O “se pensar” não cada um individualmente, mas cada um participando de um mesmo barco que busca estabelecer uma rota. Talvez o porto não seja seguro, porque não existe um destino final. Quando isto acontece o processo acaba e o grupo se dissolve.

Enquanto o grupo persiste é um eterno navegar. Uma constante em questionar a rota. Um aprender a conviver com a insegurança e com a incerteza. Enfim, há uma preocupação em centrar na tarefa e tornar explícitas as questões implícitas que estão dificultando a realização da tarefa pretendida, ou que a estão facilitando. Esta é uma maneira de o grupo se tornar sujeito do seu próprio processo. Os integrantes da experiência terão condições de tomar decisões de forma mais lúcida e, portanto, podendo avaliar os benefícios e os riscos das futuras ações que pretendem desenvolver.

3. METODOLOGIA

A metodologia do trabalho foi construída por meio de uma abordagem qualitativa e, também quantitativa, via estudo de caso, tendo como enfoque um grupo social de idosos. O método de estudo de caso é um método específico de pesquisa de campo que utiliza vários tipos de coletas de dados, investigando uma organização ou grupo com vistas a prover uma análise do contexto e dos processos envolvidos no fenômeno em estudo. “O estudo de caso é o estudo de um caso, seja ele simples e específico. O caso é sempre bem delimitado devendo ter seus contornos claramente definidos no desenrolar do estudo. O caso pode ser similar a outros, mas é ao mesmo tempo distinto, pois tem um interesse próprio, singular. (...) o caso se destaca por se constituir numa unidade dentro de um sistema mais amplo”.(Ludke & André). Este trabalho foi desenvolvido mediante revisão de literatura, associada a uma pesquisa de campo e observação e aplicação de dois questionários e conversas informais. Artigos especializados sobre o tema também foram utilizados. O estudo fundamentou-se nas interações interpessoais e na co-participação das situações dos informantes, analisadas a partir da significação que estes dão a seus atos.

A população alvo do estudo foi constituída de 45 pessoas que freqüentam um grupo coral de Terceira Idade no município de São Sepé. Como todo estudo de caso os resultados obtidos não possibilitam generalizações universais. A análise levou em conta um contexto, e gerou dados que podem ser aplicados a outras situações, mas nunca generalizáveis para todos os ambientes.

4. APRESENTAÇÃO DO CORAL

São Sepé é uma cidade que procura zelar pela cultura. A Fundação Cultural é a entidade responsável pelo fomento e incentivo das diversas manifestações artísticas no município. No ano de 1990, através dela, foi criado o primeiro Coral no município, formado por pessoas de vários segmentos da sociedade com o objetivo de preservar a expressão musical a quatro vozes. O grupo permanece em atividade, é filiado à Federação de Coros do Rio Grande do Sul-Fecors, e desde seu início tem a regência do mesmo profissional.

No transcorrer da história desse grupo, surgiu a necessidade de ampliar o trabalho musical e social, formando outros grupos na comunidade. Por um tempo, o município teve um coral infantil e, numa oportunidade, uma experiência com jovens. Mas havia a preocupação de entidades e pessoas ligadas à cultura em realizar um projeto que envolvesse pessoas idosas. Muitas já participavam do clube de ginástica, coordenado por professores de educação física, por conta do município; também através da Secretaria de Saúde e Assistência Social alguns idosos envolviam-se em atividades nos grupos de convivência em seus bairros e outros atuavam em um grupo de teatro; reuniam-se em associações de forma independente ou nas domingueiras (Sarau dançante aos domingos à tarde), mas os idosos ainda não tinham um grupo de música. A idéia da criação de um coral para a Terceira Idade foi discutida pela administração que ocupava o comando do município, no ano de 2001 e, incentivada pela vinda de um professor da Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, que palestrou sobre o tema. O projeto foi feito e aprovado e a prefeitura, com auxílio de senhoras ligadas a outras entidades de idosos, conseguiu concretizar o objetivo. Outras associações semelhantes foram pesquisadas, através da Fundação Cultural, para a elaboração do estatuto que regeria o futuro Coral da Terceira Idade, conforme relato do então presidente da Fundação Cultural de São Sepé, nosso entrevistado n.º 27, que hoje é integrante do grupo que ajudou a constituir.

Tivemos a oportunidade de acompanhar a estruturação do grupo desde o princípio. A primeira reunião da Associação Municipal da Terceira Idade ocorreu em 09 de julho de 2001, no Centro Cultural Diolofau Brum, em São Sepé. Na ocasião, participaram dezessete pessoas convidadas para ingressar no grupo de canto coral que teria o apoio do município. O objetivo do grupo era proporcionar às pessoas da Terceira Idade, com 60 anos ou mais, valorização e integração através da música, conforme consta em ata, sem excluir àqueles que ainda não estivessem na faixa etária mencionada e quisessem integrar o Coral.

O primeiro ensaio aconteceu dia 16 de julho de 2001, no auditório Ulisses Guimarães, no Centro Cultural, com a presença de trinta componentes e regência do maestro que já trabalhava com o outro Coral. A euforia e agitação tomavam conta dos participantes, muitos, levados por aqueles que se fizeram presentes na primeira reunião do grupo. Tudo era novidade e um desafio tanto para os idosos como para o professor, como observamos. O objetivo maior era a socialização, mas a qualidade musical também deveria ser levada em consideração. Nos primeiros sons emitidos, todos puderam sentir que o trabalho não seria fácil. A afinação não era o forte dos cantores. Para muitos, aquele momento marcava o primeiro contato com a música. Por mais de três meses, os ensaios buscaram a harmonia das vozes e das pessoas. Algumas senhoras vinham de outros grupos da cidade que mantinham certa “rivalidade” e, no Coral, essas diferenças teriam que ser trabalhadas para o crescimento dos integrantes e da música.

No decorrer dos encontros aconteceu a Assembléia Geral que aprovou o estatuto do Coral e, logo após, aconteceu a escolha do nome do grupo, pois era necessária uma identificação. O nome surgiu da coletividade, inspirado em uma fonte do município, que é ponto turístico. Diz a lenda e os contos populares que quem bebe água desse local sempre retorna a São Sepé. Também os cabelos grisalhos dos coralistas foram utilizados na denominação.

A primeira apresentação do Coral foi no dia 5 de novembro de 2001, na Semana da Cultura de São Sepé. Quatro músicas puderam ser apresentadas no palco do auditório do Centro Cultural. Conforme relato dos participantes, a sensação foi indescritível. A grande maioria, pessoas simples, nunca havia subido num palco e nem se apresentado publicamente em toda a vida. “A sensação foi de um calorão”, diz um dos coralistas, entrevistado n.º 41, quando as cortinas se abriram e eles ficaram expostos. Naquele momento, começava uma outra história, alguns comentaram. “Um sentimento de orgulho foi o que senti”, fala a senhora n.º 03. A apresentação foi uma prova de fogo, mas o grupo cantou e conseguiu superar os primeiros desafios.

No dia 12 de julho de 2002, foi comemorado o primeiro ano do grupo e também ocorreu a primeira eleição para compor a diretoria. A senhora C.S.B. foi eleita presidente; I.V., vice-presidente; I.P.C., tesoureiro; M.C.L.V. ficou como secretária. O grupo possui estatutos como já foi mencionado, dia determinado para ensaios e um fichário com dados dos integrantes e fotos dos coralistas, caderno de chamada e de mensalidades, bem como uniforme e crachá para as apresentações. Após sua criação, muitas foram as apresentações do Coral no município e fora dele.

Além do incentivo da Fundação Cultural, o grupo realiza promoções, entre elas rifas, domingueiras e chá com desfiles de moda, para angariar fundos. Participa de campanhas e visita aos bairros da cidade, no projeto Cante Coral, que leva a música às escolas, associações e no asilo da cidade. Nos encontros da Melhor Idade, sua presença é constante. O Coral possui seu próprio hino, composto por um dos participantes do grupo. Alguns integrantes formaram um bloco de carnaval no ano de 2003 e representaram a Terceira Idade em um clube local, durante todas as noites.

No ano de 2004, houve a primeira perda no Coral. Sua presidente adoece e vem a falecer. Ela era uma incentivadora de todas as atividades ligadas aos idosos e durante toda a vida se manteve atuante no município, como professora e mais tarde conselheira tutelar. Também já havia formado grupos de convivência antes de ajudar na formação do grupo de música. Foi um momento de superação de todos, mas o trabalho continuou. Houve outra eleição e nova diretoria foi constituída. Aos poucos as perdas foram sendo assimiladas, com apoio de todos. Muitos coralistas tiveram problemas de saúde, precisando se afastar do grupo por um período, mas retornando após recuperação.

Conforme questionários distribuídos, 24,4% do grupo é formado por pessoas com idade entre 66 e 70 anos; 20% têm entre 71 e 75 anos; 17,8% possuem entre 61 e 65 anos; 15,5% entre 56 e 60 anos; 8,9% têm mais de 80 anos; 6,7% estão entre os 50 e 55 anos e 6,7% têm entre 76 e 80 anos. Do total de componentes do grupo, 12% são homens e 88%, mulheres; 48,9% são viúvos e 49% possui escolaridade de 1ª a 4ª série. Os aposentados representam 47% do grupo. A renda familiar varia de um salário mínimo (27%) até cinco salários mínimos (7%); 42,2% utilizam o dinheiro para sustentar a casa e apenas 27% utilizam a renda para manutenção própria. Dos entrevistados, 66,7% nunca deixaram de praticar atividades por problemas de saúde e 82% possuem algum tipo de convênio. Além do Coral, 53% dos integrantes, agora, participam de outros grupos. Questionados sobre preconceito com os idosos, 87% disseram nunca terem sofrido nenhum tipo de constrangimento, mas 13% afirmaram terem sido vítimas dessa intolerância. Ainda dentro do perfil do grupo, 55% das pessoas estão no Coral desde os primeiros meses de formação, 13% está há quatro anos e os demais entraram de três anos para cá. Na questão familiar, 51% dos entrevistados têm mais de três filhos; 22% têm dois filhos, 13% possuem três filhos; 7% possuem apenas um filho e 7% não têm filhos. A responsabilidade é visível nos participantes do grupo, que só faltam aos ensaios por motivo de doença. O repertório musical é escolhido em conjunto e cada apresentação é como se fosse a primeira para os cantores que consideram o Coral como uma segunda família.

Aqui seguem algumas manifestações colhidas junto ao grupo estudado: “Como descendente de família de músicos, sempre gostei de música. Ainda jovem, com dificuldades consegui formação em acordeom, teoria e solfejo pelo antigo Conservatório Rio-Grandense de Música de Santa Maria”, fala a entrevistada nº 2, de 70 anos, que após a aposentadoria procurou o Coral para continuar suas atividades. A coralista n. º 3, 67 anos, diz que teve o incentivo das filhas para ingressar no grupo, passou por períodos difíceis de saúde e recebeu o afeto dos amigos que fez em sua nova jornada; ela nunca havia estado em outra atividade coletiva e pensou não ter forças para agüentar os ensaios, mas superou as barreiras, explicou. Quando jovem, ela teve a experiência como cantora de rádio, mas naquela época essa profissão não era vista com “bons olhos”, lamenta. Após fazer parte do grupo do carnaval, a entrevistada nº 5 entrou no Coral. A entrevistada n.º 6, 66 anos, sente-se mais confiante desde que entrou no Coral, também mais feliz. A senhora n.º 9 saiu de uma depressão quando entrou no grupo: “Fui convidada por uma amiga e através do Coral saí de uma depressão, consegui novos amigos aqui”. A entrevistada n.º 10, 73 anos, sofreu a perda de um filho assim como a n.º 16, 80 anos; as duas encontraram forças para continuar, acharam motivação no grupo. O entrevistado n.º 14, 65 anos, diz que “cantar alegra a alma, alivia as dores, restabelece a saúde, enfim, é um remédio, uma terapia necessária”. A senhora de número 15 viaja muito e acredita que a música e o entrosamento ajudam a manter o alto astral, assim como o carinho do professor. Essa manifestação de apreço pelo regente é manifestada de forma geral. Um senhor de 85 anos, n.º 17 de nossa pesquisa, disse que sempre se sentiu atraído pelo canto e vê amizade e união no grupo, “o quê me fez muito bem e ocupou meu espaço vazio”. Ele é autor do hino do Coral e escreve poemas: “aceitei a incumbência de fazer o hino, pus mãos à obra e, em uma semana, pude apresentá-lo pronto e acabado, com letra e música. O pedido do professor foi gratificante para mim e agradeço a oportunidade de relatar minhas experiências dentro do Coral”, finaliza. As dificuldades existem, mas são mais leves para carregar junto com os colegas diz a entrevistada n.º 18, que já cantou no outro Coral do município. No Coral, há encontros também. O entrevistado número 20 começou no grupo a convite de uma namorada, depois terminaram, mas ele continuou e ela saiu. Após algum tempo, ele arrumou outra namorada e hoje moram juntos. Muitas pessoas iniciaram e acharam que não teriam condições de continuar, conforme relatos. Muitos até desistiram, como o coralista n.º 41, de 59 anos. “A primeira vez que participei do ensaio achei que não teria condições para cantar e desisti, mas o professor me ligou pedindo pra eu voltar. Voltei e hoje me sinto muito bem e faço de tudo para não faltar aos ensaios e apresentações. Atualmente, sinto-me mais feliz e me esforço para melhorar cada vez mais; gosto muito de cantar”. A entrevistada 22, viúva, 68 anos, explicou que passava o tempo cuidando dos netos e que após convite de amigos ingressou no grupo e disse “é uma porta que se abre, já faz parte da minha vida e eu participo de outras atividades como a ginástica e saio para dançar, que é muito bom”. A senhora de n.º 23, 71 anos, conta, “eu estava com depressão e uns amigos me convidaram para ir ao Coral e eu fui. Hoje me sinto feliz, adoro”. O entrevistado n.º 24 não revelou a idade, mas disse que se sente em família no grupo. Ele sugeriu que nos ensaios seja feito um momento de declamação poética para mostrar outros talentos dos indivíduos do grupo. A coralista 25, de 62 anos, também teve depressão e falou; “sempre gostei muito de cantar, melhorei muito e o professor disse que só em sair de casa eu já ia melhorar”. O grupo proporciona a formação de novas amizades, novos laços, entrosamento. “Acho que todos nós devíamos ser mais participativos, temos muito para dar à sociedade e à nossa cidade”, diz o entrevistado 27, que tem 74 anos e é um incentivador da cultura, tendo uma história na vida pública do município. “A experiência de vida que armazenamos deve ser dividida com os mais jovens” salienta e recomenda que os colegas pensem nisso. A senhora 28, de 77 anos falou: “No ano de 2002, uma pessoa me convidou e eu entrei no Coral. Às vezes me sentia triste, com dores aqui e ali. Comecei a participar dos ensaios e nem conto; foi aí que comecei a melhorar, aos poucos. Hoje tenho mais saúde, somos orientados por um mestre, dotado de muita luz, sabedoria, paciência e que sabe realizar com amor e dedicação seu trabalho”. Apoio e incentivo das autoridades é o que pediu em sua entrevista a coralista 30, que salientou o prazer de viajar com o grupo e conhecer outros lugares, levando a música da Terceira Idade. Pessoas que moram sozinhas como a cantora 32 que tem 60 anos, dizem que não se sentem sós. “Eu estou no Coral desde o primeiro dia e me sinto muito feliz; eu moro só e não me sinto só”. O incentivo de familiares levou a senhora 35, de 65 anos a procurar o canto Coral. “Eu tinha perdido minha mãe. No grupo fiz amizades, aprendi a cantar, gosto das viagens e apresentações. É uma experiência interessante, pois melhorou muito a minha vida”.

Assim foram os relatos, demonstrando os aspectos positivos das pessoas no grupo. Pudemos observar que existem divergências, pois todos se sentem à vontade para exporem suas opiniões. Estas são ouvidas pela diretoria do grupo e com diálogo são tomadas as decisões, em conjunto com o regente e também com Fundação Cultural, órgão mantenedor.

O repertório fica a cargo do professor, mas os integrantes podem fazer sugestões que são acolhidas conforme as condições de realização das músicas. “Algumas músicas dependem de mais homens, por exemplo, e o número ainda é reduzido”, explica o regente. O trabalho que começou em uníssono (a uma só voz), hoje já tem um crescimento e o grupo apresenta seu repertório com variações, utilizando também instrumentos quando necessário. Através do grupo algumas pessoas tiveram oportunidade de conhecer seus pares e hoje não estão mais no Coral.

As viagens também proporcionam conhecimento entre as pessoas e dão origem a alguns namoros, assim como as domingueiras, que são ponto de encontro, de flertes e de celebração da amizade. Conforme questionários sobre bem-estar, respondidos pelos integrantes do grupo, 74% não sentem medo de ficarem sozinhos; 90% são satisfeitos com sua vida; alguns já tiveram depressão, mas estão bem e somam 28%; 45% não têm depressão e 27% sentem-se deprimidos de vez em quando. Sobre o esforço para realizar tarefas e atividades, 47% disseram que às vezes acham que tudo exige esforço, mas 38% responderam que não acham que fazem esforço para qualquer atividade. A aparência dos integrantes do grupo da Terceira Idade é vista por eles de forma positiva; 90% responderam que não sentem vergonha de sua aparência; 7% sentem às vezes e 3% não responderam. De forma geral os idosos acham que vale a pena viver; 97% responderam sim. Questionados sobre a solidão, 60% responderam que não sentem medo dela; 36% sentem solidão de vez em quando. Uma pessoa respondeu que sente solidão sempre e uma não respondeu. Com todas as dificuldades, os idosos não sentem pena de si mesmos, foi o que respondeu 83% do grupo. Os outros sentem pena de si mesmos, de vez em quando. Uma pessoa respondeu que sente pena de si mesmo sempre e uma não respondeu. Sobre felicidade, 76% responderam que se acham felizes sempre. A concentração dos idosos varia; 42% disseram que se concentram com facilidade, e 35% se concentram com facilidade, às vezes. Perda de memória ocorre às vezes em 59% dos entrevistados. Conforme as respostas, 62% das pessoas sentem-se ótimas cantando e 30% sentem-se bem. O restante, 8% não sabe ou não respondeu à pergunta.

Conversando com os entrevistados sentimos o orgulho dos mesmos em serem foco de um estudo acadêmico e através das conversas e dos relatórios constatamos que eles têm muitas sugestões para seguir o trabalho do grupo. Os alunos sentem-se satisfeitos com a existência do Coral em suas vidas.

Sempre que possível, em jantares do grupo ou outras reuniões, pessoas da comunidade são convidadas a palestrar sobre assuntos diversos; também nas confraternizações todos podem mostrar seus talentos, cantando, dançando, encenando, recitando poemas ou tocando algum instrumento.

O grupo, através de sua diretoria realiza, desde seu começo, chás com desfile de modas para ajudar na “caixinha” do coral, para as viagens e manutenção do uniforme e outras despesas. Nos desfiles, jovens, crianças e idosos desfilam e recebem apoio de uma escola de modelos da cidade e do comércio local que doa brindes para sorteios. Também o Coral participou do desfile da Semana Farroupilha, em 2005, representando a Terceira Idade; todos pilchados. O grupo é ativo e nas datas festivas do município sempre está presente.

5. CONCLUSÃO

Entendemos que o desenvolvimento humano comporta ganhos e perdas, simultaneamente, levando o indivíduo a se adaptar constantemente, ratificando assim, o que Mazo Lopes, Benedetti (2001) Geis (2001) e Lorda & Sanches (2001) afirmam.

O grupo estudado olha o potencial que os idosos apresentam, dando-lhes oportunidades de crescimento pessoal através da manutenção de atividades que lhes sejam significativas. Essas atividades em grupo valorizam e integram os idosos à comunidade e à sociedade.A qualidade de vida do idoso depende do equilíbrio entre as potencialidades e as limitações próprias da idade e o grupo respeita isso.

Constatamos que o grupo observado é organizado e tem finalidades específicas ao mesmo tempo em que são indivíduos diferentes, mas que, juntos formam o processo grupal. O conjunto persiste no aprendizado e os integrantes são sujeitos do processo. De acordo com Guarido (2003) a experiência com grupos fechados apresenta aderência dos participantes e tempo estipulado pelos coordenadores, observando-se a alta freqüência dos idosos à atividade. As atividades recreativas e culturais desenvolvidas no coral fazem com que os idosos se desinibam, descontraiam e mantenham a autonomia e independência, propiciando interação social, gerando afetos que proporcionam prazer e assim favorecendo o sentimento de inclusão e auto-estima positiva. Os idosos do grupo acreditam em si e são capazes de tomar decisões. Desenvolvem relações sociais saudáveis através do convívio grupal. A música, aspecto predominante do trabalho com o grupo investigado, preserva a saúde mental dos idosos e lhes traz conhecimentos; dissipa ou minimiza as limitações dos integrantes, diminuindo a ansiedade, a tristeza, a solidão e a impaciência. O que se observou é que o grupo tem um papel importante quando há rompimentos (perdas de entes queridos), e permite ao idoso reconstruir relações através do vínculo com outros indivíduos da mesma idade e que apresentam uma história de vida no mesmo contexto histórico de uma época, o que é um facilitador da interação. A repercussão positiva das atividades em grupo nos artigos revisados é resultado unânime e se confirma neste estudo. Com base nos resultados observamos que as mulheres são maioria, viúvas e com escolaridade de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental e, que apesar da Terceira Idade ser definida a partir dos 60 anos, existem integrantes com idade inferior participando com o mesmo entusiasmo. Os homens ainda são minoria. Conforme Borini (2002), o acolhimento, o afeto, a camaradagem e a amizade são manifestações encontradas a partir da participação do grupo. Os idosos que freqüentam o grupo se sentem gratificados pela aprendizagem e oportunidade de acesso a informações e mencionam a validade disso para sua saúde e sua vida.

Por fim, concluímos que no grupo, houve progresso desde sua formação e que sua presença na comunidade em que vive é importante e serve de exemplo para a sociedade. Através do grupo e do trabalho realizado nele, os idosos afastam-se da exclusão social. A atividade musical com a Terceira Idade gera emoções e age estimulando mudanças de atitudes, colaborando para o bem estar dos idosos, que transmitem essa energia às pessoas que convivem com eles.

Apesar de todos os aspectos apontarem o lado positivo, fica a sugestão do acompanhamento de um psicólogo para auxiliar àqueles que ainda sentem-se angustiados ou desmotivados. Mesmo sendo uma minoria, conforme as entrevistas analisadas, devemos ter essa preocupação em alertar o grupo e seus coordenadores.

Os resultados deste estudo apontam a viabilidade e os benefícios da inclusão do idoso em grupos para a Terceira Idade com atividades que lhes sejam agradáveis bem como a cobrança da faixa etária para com seus direitos, através do cumprimento do Estatuto do Idoso, criação de um órgão específico no município para atendê-los, mais atividades de lazer e cultura e uma melhor assistência médica.

Este trabalho não é finito ocasionando possibilidades para novas pesquisas com relação ao tema, pois o campo é vasto e suscita questionamentos que podem contribuir na questão social do idoso e de sua participação no mundo em que vive.

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PERFIL DO GRUPO EM ESTUDO - 45 PESSOAS RESPONDERAM

Questionário:

1-Preencha com “x” sua idade:

( ) entre 50 e 55 anos 6,7%

( ) entre 56 e 60 anos 15,5%

( ) entre 61 e 65 anos 17,8%

( ) entre 66 e 70 anos 24,4%

( ) entre 71 e 75 anos 20%

( ) entre 76 e 80 anos 6,7%

( ) mais de 80 anos 8,9%

Foi constatado que 24, 4% dos entrevistados têm entre 66 e 70 anos; 20%, entre 71 e 75 anos; 17,8% possui entre 61 e 65 anos; 15, 5% estão entre os 56 e 60 anos; 6,7% entre 50 e 55 anos e também 6,7% estão na faixa dos 76 aos 80 anos.

2-Seu sexo:

( ) Masculino 12%

( ) Feminino 88%

As mulheres são maioria no grupo (88%). Os homens ainda temem essas atividades e por conta própria se excluem desses movimentos representando aqui somente 12%.

3- Estado Civil:

( ) solteiro (a) 8,9%

( ) casado (a) 26,7%

( ) viúvo (a) 48,9%

( ) divorciado (a) 8,9%

( ) separado (a) 4,4%

( ) outros 2,2%

4- Quantos filhos você possui?

( ) um 7%

( ) dois 22%

( ) três 13%

( ) mais de três 51%

( ) não tenho filhos 7%

5- Sua cor:

( ) Branco 93,3%

( ) Negro 6,7%

( ) Pardo

( ) outras

6- Grau de Instrução:

( ) Não alfabetizado

( ) De 1ª a 4ª série do I Grau 49%

( ) De 5ª a 8ª série do I Grau 31%

( ) 2º Grau Completo 7,7%

( ) 2º Grau Incompleto 4%

( ) Nível Superior Incompleto

( ) Nível Superior Completo 4%Nesta questão concluímos que a escolaridade predominante do grupo é a fundamental, até a 4ª série, seguida de 31% que conseguiram terminar o 1º Grau. Dos entrevistados 2, 2% não responderam ou não souberam.

7- Sua ocupação:

( ) aposentado 47%

( ) pensionista 22%

( ) autônomo 8,9%

( ) empregado 2,2%

( ) aposentado, mas continuo trabalhando 12%

( ) outra situação 3,7%

8- Sua renda familiar é de:

( ) nenhuma renda

( ) um salário mínimo 27%

( ) até dois salários mínimos 33%

( ) de dois a três salários mínimos 22%

( ) de três a cindo salários mínimos 7%

( ) mais de cinco salários mínimos 8,9%

A questão 8 não foi respondida por 2,1% dos entrevistados

9- Seus rendimentos são usados para:

( ) Manutenção própria 27%

( ) Ajudar na renda da casa 24,4%

( ) Colaborar em casa com uma pequena quantia 4,4%

( ) Sustentar a casa 42,2%

10- Você considera seu estado de saúde, como sendo:

( ) ótimo 31%

( ) bom 53,3%

( ) regular 15,7%

( ) péssimo 0%

11- Você já deixou de praticar alguma atividade por conta de um problema de saúde?

( ) Sim 33,3% ( ) Não 66,7%

12- Você possui algum tipo de convênio médico para tratamento de sua saúde?

( ) Sim 82%

( ) Não 18%

13-Além do Coral, você participa de outros grupos? Quais

( ) Religiosos

( ) Associação de bairros

( ) Grupos Culturais ( música, dança, teatro, etc)

( ) Grupos Esportivos

( ) Filantrópicos

( ) outros

( ) Não participo de outros grupos

Nesta questão 53% responderam que participam de outros grupos; 47% participam só do Coral.

14- Você já sofreu algum tipo de preconceito, por ser idoso (a)?

( ) Sim 13%

( ) Não 87%

15- Na sua opinião, o que poderia existir no município para contribuir com a qualidade de vida do idoso:

( ) Mais atividades de lazer

( ) Mais atividades culturais

( ) Melhor Assistência Médica

( ) Um órgão específico para garantir os direitos dos idosos

Na questão 15, os entrevistados escolheram em 1º lugar, um órgão específico para garantir seus direitos, em 2º lugar, melhor assistência médica; em 3º lugar aparece o pedido de mais atividades de lazer seguida de atividades culturais. Os integrantes do grupo ainda citaram mais verbas para o grupo, uma piscina térmica para ginástica e atendimento do Procon na cidade. Não responderam 2,2% dos entrevistados.

16. Há quanto tempo você está no coral?

1 ano- 8% 2 anos-11% 3 anos-11% 4 anos 13%

Desde o princípio- 55% Não respondeu ou não sabe- 2%

Pesquisa para Monografia- Dioneia Morato

ESCALA DE AUTO- PERCEPÇÃO DE BEM-ESTAR (PAAF-GREPEFI-USP)

Idade:.........................sexo: f ( ) m ( )

Esta escala destina-se a avaliar a percepção que você tem de seu bem-estar. Responda o questionário com a máxima sinceridade utilizando a classificação oferecida.

1-Você tem medo de ficar sozinho (a)? ( ) NÃO ( ) DE VEZ EM QUANDO ( ) SEMPRE

2- Tem medo de ter fraturas? ( )NÃO ( )DE VEZ EM QUANDO ( )SEMPRE

3- Tem medo de sair sozinho (a)? ()NÃO ( ) DE VEZ EM QUANDO ( )SEMPRE

4- Você se sente nervoso (a)? ( )NÃO ( ) ÀS VEZES ( ) QUASE SEMPRE

5- Tem crises de mau-humor e irritação? ( )NÃO ( ) ÀS VEZES ( )QUASE SEMPRE

6- Você sente depressão? ( )NÃO ( ) ÀS VEZES ( )JÁ SENTI, HOJE ESTOU BEM

7- Você é satisfeito (a) com a sua vida? ( )NÃO ( )SIM ( ) ÀS VEZES

8- Você acha que tudo exige muito esforço? ( )NÃO ( ) ÀS VEZES ( )SEMPRE

9- Você tem vergonha da sua aparência? ( )NÃO ( ) ÀS VEZES ( ) SEMPRE

10- Você desiste facilmente das coisas? ( )NÃO ( ) DE VEZ EM QUANDO ( )SEMPRE

11-Você acha que vale a pena viver? ( )NÃO ( ) DE VEZ EM QUANDO ( )SIM

12- Você sente solidão? ( )NÃO ( )DE VEZ EM QUANDO ( ) SEMPRE

13- Você tem pena de si mesmo? ( ) NÃO ( ) DE VEZ EM QUANDO ( ) SEMPRE

14- Você se acha feliz? ( )NÃO ( )DE VEZ EM QUANDO ( )SEMPRE

15- Você se concentra com facilidade? ( )NÃO ( ) ÀS VEZES ( ) SEMPRE

16- Você tem perda de memória? ( )NÃO ( )ÀS VEZES ( )SEMPRE

17- Cantando no grupo, você se sente: ( ) ÓTIMO ( )BEM ( )PÉSSIMO

De acordo com este questionário foi constatado que:

1- Os idosos do grupo não têm medo de ficarem sozinhos, 74%; já 19% sentem medo de vez em quando; 4,7% têm medo sempre e 2,3% não responderam.

2- O medo de fraturas ronda 50% dos integrantes do grupo. Alguns sentem medo de vez em quando, 28,6% e 19% têm medo sempre. Dos entrevistados, 2, 4% não responderam.

3- Os idosos não têm medo de sair sozinhos à rua, 66, 7%. Alguns 21,4% sentem medo de vez em quando e 7,14 sentem medo sempre. Esta questão não foi respondida por 4, 76%.

4- O nervosismo toma conta às vezes, de 60% dos idosos. Não sentem nervosismo 28% e sentem-se nervosos quase sempre, 12%.

5- Mau humor e irritação não atacam 66,7% dos idosos. Já 30% têm crises de vez em quando e 3,3% quase sempre.

6- Dentro do grupo 45% dos idosos não sentem depressão; 26% sentem às vezes e 28% já sentiu depressão, mas agora está bem. Não respondeu ou não soube, 1%.

7- Sobre satisfação com a vida, 90% responderam que são satisfeitos; 2,3% não são satisfeitos; 2% são satisfeitos às vezes e 5,4% dos entrevistados não responderam.

8- Dos entrevistados 47,6% acham que tudo exige esforço, às vezes; 38% não acham que tudo exige esforço; 5% acham que há esforço em tudo sempre e 9,4% não responderam.

9- Os idosos não têm vergonha de sua aparência, 92%; já 7% sentem vergonha às vezes. Não respondeu 1%.

10- Para essa questão 38% responderam não; 36%, de vez em quando e 26,%, sempre.

11- A vida vale a pena para 97,6% dos entrevistados; vale a pena de vez em quando para 2,4%.

12- Sobre solidão 59,5 afirmaram que não a sentem; 35,7% sentem de vez em quando; 2,4 sentem sempre e 2,4% não responderam.

13- Dos entrevistados, 84% não sentem pena de si mesmos; 13% sentem de vez em quando e 3% acham pena de si, sempre.

14- Sobre felicidade, 77% dos idosos se consideram felizes sempre; 20%, de vez em quando e 3% não responderam.

15- Se concentram com facilidade sempre, 38%; 34% se concentram às vezes e 28% não se concentram com facilidade.

16- A perda de memória ocorre às vezes, em 55% dos idosos; 28% não sofrem com perda de memória e 17% possuem perda de memória sempre.

17- Cantando no grupo 60% dos entrevistados sentem-se ótimos; 32% bem e 8% não responderam.

7. ANEXO 1

7.1. Perfil do grupo investigado-Questionário respondido por 45 pessoas

Questionário:

1-Preencha com “x” sua idade:

( ) entre 50 e 55 anos - 6,7%

( ) entre 56 e 60 anos - 15,5%

( ) entre 61 e 65 anos - 17,8%

( ) entre 66 e 70 anos - 24,4%

( ) entre 71 e 75 anos - 20%

( ) entre 76 e 80 anos - 6,7%

( ) mais de 80 anos - 8,9%

Foi constatado que 24,4% dos entrevistados têm entre 66 e 70 anos; 20%, entre 71 e 75 anos; 17,8% possui entre 61 e 65 anos; 15, 5% estão entre os 56 e 60 anos; 6,7% entre 50 e 55 anos e também 6,7% estão na faixa dos 76 aos 80 anos.

2-Seu sexo:

( ) Masculino 12%

( ) Feminino 88%

As mulheres são maioria no grupo (88%). Os homens ainda temem essas atividades e por conta própria se excluem desses movimentos representando aqui somente 12%.

3- Estado Civil:

( ) solteiro (a) 8,9%

( ) casado (a) 26,7%

( ) viúvo (a) 48,9%

( ) divorciado (a) 8,9%

( ) separado (a) 4,4%

( ) outros 2,2%

4- Quantos filhos você possui?

( ) um 7%

( ) dois 22%

( ) três 13%

( ) mais de três 51%

( ) não tenho filhos 7%

5- Sua cor:

( ) Branco 93,3%

( ) Negro 6,7%

( ) Pardo

( ) outras

6- Grau de Instrução:

( ) Não alfabetizado

( ) De 1ª a 4ª série do I Grau 49%

( ) De 5ª a 8ª série do I Grau 31%

( ) 2º Grau Completo 7,7%

( ) 2º Grau Incompleto 4%

( ) Nível Superior Incompleto

( ) Nível Superior Completo 4%

Nesta questão concluímos que a escolaridade predominante do grupo é a fundamental, até a 4ª série, seguida de 31% que conseguiram terminar o 1º Grau. Dos entrevistados 2, 2% não responderam ou não souberam.

7- Sua ocupação:

( ) aposentado 47%

( ) pensionista 22%

( ) autônomo 8,9%

( ) empregado 2,2%

( ) aposentado, mas continuo trabalhando 12%

( ) outra situação 3,7%

8- Sua renda familiar é de:

( ) nenhuma renda

( ) um salário mínimo 27%

( ) até dois salários mínimos 33%

( ) de dois a três salários mínimos 22%

( ) de três a cindo salários mínimos 7%

( ) mais de cinco salários mínimos 8,9%

A questão 8 não foi respondida por 2,1% dos entrevistados

9- Seus rendimentos são usados para:

( ) Manutenção própria 27%

( ) Ajudar na renda da casa 24,4%

( ) Colaborar em casa com uma pequena quantia 4,4%

( ) Sustentar a casa 42,2%

10- Você considera seu estado de saúde, como sendo:

( ) ótimo 31%

( ) bom 53,3%

( ) regular 15,7%

( ) péssimo 0%

11- Você já deixou de praticar alguma atividade por conta de um problema de saúde?

( ) Sim 33,3% ( ) Não 66,7%

12- Você possui algum tipo de convênio médico para tratamento de sua saúde?

( ) Sim 82% ( ) Não 18%

13-Além do Coral, você participa de outros grupos? Quais

( ) Religiosos

( ) Associação de bairros

( ) Grupos Culturais ( música, dança, teatro, etc)

( ) Grupos Esportivos

( ) Filantrópicos

( ) outros

( ) Não participo de outros grupos

Nesta questão 53% responderam que participam de outros grupos; 47% participam somente do Coral.

14- Você já sofreu algum tipo de preconceito, por ser idoso (a)?

( ) Sim 13%

( ) Não 87%

15- Na sua opinião, o que poderia existir no município para contribuir com a qualidade de vida do idoso:

( ) Mais atividades de lazer

( ) Mais atividades culturais

( ) Melhor Assistência Médica

( ) Um órgão específico para garantir os direitos dos idosos

Na questão 15, os entrevistados escolheram em 1º lugar, um órgão específico para garantir seus direitos, em 2º lugar, melhor assistência médica; em 3º lugar aparece o pedido de mais atividades de lazer seguida de atividades culturais. Os integrantes do grupo ainda citaram mais verbas para o grupo, uma piscina térmica para ginástica e atendimento do Procon na cidade. Não responderam 2,2% dos entrevistados.

16. Há quanto tempo você está no coral?

1 ano- 8%

2 anos-11%

3 anos-11%

4 anos 13%

Desde o princípio-55%

Não respondeu ou não sabe-2%

Pesquisa -Dioneia Morato

ANEXO 2
ESCALA DE AUTO- PERCEPÇÃO DE BEM-ESTAR (PAAF-GREPEFI-USP)

Idade:.........................sexo: f ( ) m ( )

Esta escala destina-se a avaliar a percepção que você tem de seu bem-estar. Responda o questionário com a máxima sinceridade utilizando a classificação oferecida.

1-Você tem medo de ficar sozinho(a)?

( ) NÃO ( ) DE VEZ EM QUANDO ( ) SEMPRE

2- Tem medo de ter fraturas?

( )NÃO ( )DE VEZ EM QUANDO ( )SEMPRE

3- Tem medo de sair sozinho (a)?

( )NÃO ( ) DE VEZ EM QUANDO ( )SEMPRE

4- Você se sente nervoso (a)?

( )NÃO ( ) ÀS VEZES ( ) QUASE SEMPRE

5- Tem crises de mau-humor e irritação?

( )NÃO ( ) ÀS VEZES ( )QUASE SEMPRE

6- Você sente depressão?

( )NÃO ( ) ÀS VEZES ( )JÁ SENTI, HOJE ESTOU BEM

7- Você é satisfeito (a) com a sua vida?

( )NÃO ( )SIM ( ) ÀS VEZES

8- Você acha que tudo exige muito esforço?

( )NÃO ( ) ÀS VEZES ( )SEMPRE

9- Você tem vergonha da sua aparência?

( )NÃO ( ) ÀS VEZES ( ) SEMPRE

10- Você desiste facilmente das coisas?

( )NÃO ( ) DE VEZ EM QUANDO ( )SEMPRE

11-Você acha que vale a pena viver?

( )NÃO ( ) DE VEZ EM QUANDO ( )SIM

12- Você sente solidão?

( )NÃO ( )DE VEZ EM QUANDO ( ) SEMPRE

13- Você tem pena de si mesmo?

( ) NÃO ( ) DE VEZ EM QUANDO ( ) SEMPRE

14- Você se acha feliz?

( )NÃO ( )DE VEZ EM QUANDO ( )SEMPRE

15- Você se concentra com facilidade?

( )NÃO ( ) ÀS VEZES ( ) SEMPRE

16- Você tem perda de memória?

( )NÃO ( )ÀS VEZES ( )SEMPRE

17- Cantando no grupo, você se sente:

( ) ÓTIMO ( )BEM ( )PÉSSIMO

7.2. De acordo com este questionário foi constatado que:

1- Os idosos do grupo não têm medo de ficarem sozinhos, 74%; já 19% sentem medo de vez em quando; 4,7% têm medo sempre e 2,3% não responderam.

2- O medo de fraturas está presente em 50% dos integrantes do grupo. Alguns sentem medo de vez em quando, 28,6% e 19% têm medo sempre. Dos entrevistados, 2, 4% não responderam.

3- Os idosos não têm medo de sair sozinhos à rua, 66, 7%. Alguns 21,4% sentem medo de vez em quando e 7,14 sentem medo sempre. Esta questão não foi respondida por 4, 76%.

4- O nervosismo toma conta às vezes, de 60% dos idosos. Não sentem nervosismo 28% e sentem-se nervosos quase sempre, 12%.

5- Mau humor e irritação não atacam 66,7% dos idosos. Já 30% têm crises de vez em quando e 3,3% quase sempre.

6- Dentro do grupo 45% dos idosos não sentem depressão; 26% sentem às vezes e 28% já sentiu depressão, mas agora está bem. Não respondeu ou não soube, 1%.

7- Sobre satisfação com a vida, 90% responderam que são satisfeitos; 2,3% não são satisfeitos; 2% são satisfeitos às vezes e 5,4% dos entrevistados não responderam.

8- Dos entrevistados 47,6% acham que tudo exige esforço, às vezes; 38% não acham que tudo exige esforço; 5% acham que há esforço em tudo sempre e 9,4% não responderam.

9- Os idosos não têm vergonha de sua aparência, 92%; já 7% sentem vergonha às vezes. Não respondeu 1%.

10- Para essa questão 38% responderam não; 36%, de vez em quando e 26,%, sempre.

11- A vida vale a pena para 97,6% dos entrevistados; vale a pena de vez em quando para 2,4%.

12- Sobre solidão 59,5% afirmaram que não a sentem; 35,7% sentem de vez em quando; 2,4% sentem sempre e 2,4% não responderam.

13- Dos entrevistados, 84% não sentem pena de si mesmos; 13% sentem de vez em quando e 3% acham pena de si, sempre.

14- Sobre felicidade, 77% dos idosos se consideram felizes sempre; 20%, de vez em quando e 3% não responderam.

15- Se concentram com facilidade sempre, 38%; 34% se concentram às vezes e 28% não se concentram com facilidade.

16- A perda de memória ocorre às vezes, em 55% dos idosos; 28% não sofrem com perda de memória e 17% possuem perda de memória sempre.

17- Cantando no grupo 60% dos entrevistados sentem-se ótimos; 32% bem e 8% não responderam.

8. ANEXO 3

8.1. Depoimento

Trabalho com vários grupos e com aulas individuais de canto, o que abrange um contato com várias faixas etárias, porém, o contato com o Coral da Terceira Idade é uma experiência incomum e muito gratificante.

Desde o início do grupo, em 2001, notou-se grande interesse por parte dos integrantes, mas eu não tinha idéia do que realmente poderia ser feito devido à falta de qualidade musical. Este, porém, não era o objetivo inicial e sim, integrá-los em convivência e tentar proporcionar-lhes experiências agradáveis através da música. Com o passar do tempo a qualidade foi melhorando e dando lugar a uma expectativa maior, além da inicial.

Com muita alegria pude vivenciar o desenvolvimento deste grupo que demonstrou inigualável energia, entusiasmo e desejo de crescer, o que proporcionou ao longo destes cinco anos de convivência, uma experiência sólida e madura.

Através da Música, do cantar juntos, pude perceber que eles se tornaram mais alegres mais confiantes, mais capazes de aceitar desafios. Ouvi deles que suas vidas mudaram para melhor, que apesar dos problemas diários normais relativos a esta faixa etária, eles querem estar juntos, querem cantar, querem viver cada momento com plenitude. Mas principalmente, salientam que conseguiram superar grandes obstáculos tendo a música como aliada.

Hoje a qualidade musical é muitíssimo melhor do que no início, mas o mais importante é que eles são pessoas com auto-estima elevada, mais felizes, mais tranqüilas e transmitem uma grande lição de vida àqueles que ainda não chegaram nesta melhor idade.


Publicado por: Dioneia Denise da Silva Morato

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