AS FAKE NEWS E A SÍNDROME DE DUNNING-KRUGER

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1. RESUMO

No ano de 1999 os pesquisadores David Dunning e Justin Kruger, da Universidade de Cornell, EUA, estudaram um grupo de alunos com o objetivo de verificar uma possível tendência que as pessoas possuem a possuir uma exacerbada confiança em seus próprios conhecimentos, isto sem se darem conta de que, na verdade, não possuíam habilidades compatíveis com o que pensavam saber. Em sua pesquisa os pesquisadores chegaram a conclusão de que estavam certos em sua premissa. Observando as características das fake news, sua criação e disseminação, e observando a crescente e preocupante formação destas notícias encontradas nas mídias e tomando em conta as consequências ruins que notícias como esta, principalmente às que tocam a área de saúde, podem acarretar, questionou-se se ocorre associação desta Síndrome com o fenômeno das fake news, focando o problema nas com temáticas relacionadas a saúde. Para tanto utilizou-se nesse trabalho várias fontes na literatura on-line, tais como artigos científicos, jornais e canais de informação de referência. E física, como livros e anais de simpósios e congressos, no intuito de elucidar o questionamento: Existe associação entre a origem e propagação destas notícias falsas com a Síndrome de Dunning-Kruger? Esta associação foi possível principalmente quando se leva em conta a disseminação, quanto à criação observa-se que apenas uma parte do nascimento das fake news está associada à esta síndrome, pois parte importante na formação destas notícias advém de interesses escusos. Chegou-se à conclusão de que algumas das características da disseminação destas notícias mentirosas são compatíveis com os sintomas da Síndrome de Dunning-Kruger, ainda que as formulações destas notícias, bem como suas fontes, possam estar ligadas a motivos deliberadamente desonestos.

Palavras-chave: Fake news, Dunning-Kruger, Mídia Social.

ABSTRACT

In 1999, researchers David Dunning and Justin Kruger of Cornell University, USA, studied a group of students in order to verify a possible tendency of people to have an exaggerated confidence in their own knowledge, without realizing it. they realized that they did not actually possess skills compatible with what they thought they knew. In their research the researchers came to the conclusion that they were right in their premise. Noting the characteristics of fake news, its creation and dissemination, and noting the growing and worrying formation of this news found in the media and taking into account the bad consequences that news such as this, especially those related to health, may have, he questioned. - if there is an association of this syndrome with the fake news phenomenon, focusing the problem on those related to health. For this, several sources in the online literature were used in this work, such as scientific articles, journals and reference information channels. And physics, like books and annals of symposiums and congresses, in order to elucidate the question: Is there an association between the origin and spread of this false news with Dunning-Kruger Syndrome? This association was possible mainly when considering the dissemination, regarding the creation it is observed that only part of the birth of fake news is associated with this syndrome, because an important part in the formation of this news comes from vested interests. It has been found that some of the characteristics of the spread of this lying news are compatible with the symptoms of Dunning-Kruger Syndrome, even though the wording of this news, as well as its sources, may be linked to deliberately dishonest motives.

Keywords: Fake news, Dunning-Kruger, Social Media.

2. INTRODUÇÃO

A Síndrome de Dunning-Kruger se caracteriza pela excessiva autoconfiança de um indivíduo em seus conhecimentos em determinados assuntos, sendo que, na realidade, a abrangência de suas capacidades, nestes assuntos, é pouca. Isto se deve ao fato de possuírem pouco embasamento de fato sobre o assunto, além de alicerçarem suas convicções em poucas fontes, ou em fontes não confiáveis, e ainda em crenças pessoais, tendo como fator agravante a falta de capacidade metacognitiva de avaliar suas certezas, estas pessoas defendem ideias não condizentes com a verdade, sofrendo muitas vezes consequências desastrosas por conta de atitudes erradas tomadas em plena convicção de que estão se saindo bem. Desta forma “não somente chegam a conclusões erradas e fazem erros lamentáveis, mas a sua incompetência rouba-lhes sua habilidade para perceber isso” (KRUGER & DUNNING, 1999).

O efeito Dunning-Kruger pode ser definido também como ter ignorância de sua própria ignorância. A incompetência em construir estratégias permite ao indivíduo sofrer duas vezes: fazem escolhas ruins como consequência de erro em suas conclusões, e de serem incapazes de perceber onde erraram (BUNAY, 2017). Quando esta incompetência está baseada em informações inverídicas, como as fake news, reflete em resultados que podem trazer malefícios para diversas áreas da vida das pessoas, bem como na saúde destas, como também para a carreira e vida social e individual. Devido a seu alto nível de autoconfiança e o não reconhecimento de sua limitação técnica, ou da limitação de suas fontes de pesquisa, ou na sua incapacidade interpretativa de literatura de cunho técnico, a pessoa movida pelo efeito Dunning-Kruger pode levar uma equipe, e a si mesmo, a cometer erros que poderiam ser evitados (MENDONÇA, 2015).

Nos últimos anos as fontes de informação estão passando por uma evolução. O número de mídias de informação e a necessidade destes meios de comunicação de publicarem em primeira mão as notícias, impedem que parte dos veículos informativos não se aprofundem no conhecimento de forma correta, não abrangendo a notícia como se deve, e, na procura de acessos e likes, façam chamadas e títulos sensacionistas em seus artigos (MALFATTI, 2018). Este fato nos leva a uma crise de informação sem precedentes, principalmente nas informações oriundas das mídias sociais que, aliada a pesquisas rasas em verificabilidade, encontram-se as pseudonotícias criadas com o intuito de vender produtos sem efeito, e muitas vezes maléficos à saúde, ou promover a pseudociência de charlatães, fazer piada levando em conta a falta de conhecimento, e ainda por relações de poder no intuito de usar um determinado grupo populacional como grupo influenciável e influenciado para, sem perceberem, servirem a seus desígnios pessoais. Isto junto ao imediatismo da era moderna, que busca respostas rápidas a perguntas profundas, que na pressa, por parte dos leitores, não leem a notícia por completo, ao isolamento de ideias que o mundo conectado proporciona, onde as pessoas se relacionam apenas com aqueles que compartilham de suas ideias preconcebidas (LLORETE, 2017), são terra fértil para a disseminação de notícias falsas, conhecidos como fake news.

O número de fake news, principalmente as da área de saúde encontradas nas mídias on-line tem se tornado tema de grande preocupação por parte de diversos órgãos, privados e governamentais (BRASIL, 2019; CRM-ES, 2019; FATO OU FAKE, 2019), pois levam em conta as consequências que a desinformação pode acarretar na tomada de atitudes erradas contra a saúde, bem como em outras áreas da vida humana. Isto se vê quando tratamentos efetivos são deixados de lado por conta de artigos em mídias que apontam curas milagrosas para determinada doença ou pais deixam de vacinar seus filhos pois alguém informou que a vacina causa autismo, ou na saúde psicológica, quando falsos tratamentos surgem como solucionadores de doenças como o câncer. Estas atitudes refletem tanto no indivíduo e em seus próximos, quanto na população em geral (VIEIRA, da SILVA E CORDEIRO, 2019).

Considerando a importância e a preocupação que se deve ter quanto a este fenômeno, questiona-se: Existe uma associação da Síndrome de Dunning-Kruger com a disseminação de fake news? Com este intuito busca-se com este trabalho identificar as possíveis nuances que levam a pessoas a criarem e disseminarem notícias falsas fake news, que as caracterizem como sintomáticas da síndrome de Dunning-Kruger. Assim, elucidando a existência destas associações, abordagens diferenciadas junto a pessoas que apresentam os sintomas desta síndrome, poderão ser tomadas.  Certo é que aqui não se pretende esgotar o assunto, e sim pretende-se iniciar um diálogo que culminará em uma maior compreensão do tema. Para isto, neste trabalho, realizou-se uma revisão de literatura onde fontes bibliográficas encontradas na internet e por meios físicos foram pesquisadas. Devido ao grande número de material disponível que trata o tema fake news e Síndrome de Dunning-Kruger separadamente, sendo escassa a literatura que associa estes dois temas, procurou-se a junção dos dois temas.

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. A síndrome de Dunning-Kruger

Muitas pessoas utilizam-se de fontes de qualidade duvidosa como base em argumentos que lhes classificariam como dotadas de capacidade intelectual, e muitas vezes estas pessoas sentem-se realmente aptas no assunto, sem se darem conta de quão rasos são suas fontes e seu conhecimento. Desta forma talvez por arrogância, por estupidez ou inocência mesmo, não possuem o conhecimento de sua ignorância, e repassam uma desinformação como verdade, sem serem capazes de ver a magnitude de seu engano (KRUGER & DUNNING, 1999).

Este fenômeno, há muito percebido, foi mais profundamente estudado pelos pesquisadores David Dunning e Justin Kruger (1999), sendo denominado de Síndrome de Dunning-Kruger, onde observaram que todos possuímos, em maior ou menor grau, sintomas desta síndrome sem, no entanto, nos darmos conta disto.

Os estudos de Dunning e Kruger (1999) demonstraram que as pessoas em geral possuem inabilidades desconhecidas a eles mesmas, com outras palavras, possuímos em nossa mente um local capaz de tomar decisões, que de acordo com Neubert et al (2014) está situado no Córtex Frontal Ventro-Lateral, este local é onde se avalia o quanto as decisões estão corretas, mas também é responsável pela tomada de decisões em si, por ter esta dupla função, este local é, quando não treinado, incapaz de avaliar a assertividade das tomadas de decisões.

David Dunning, então professor de Psicologia Social na Universidade de Cornell em Ithaca, Nova Iorque, Estados Unidos, teve o insight para este estudo quando leu um artigo do Pittsburgh Post-Gazette que relatava a história de um homem que, em plena luz do dia, e sem tentativa alguma de disfarce, assaltou dois bancos, alegando que ouvira de seus amigos que, ao passar suco de limão no rosto, tornava-se invisível para as câmeras de segurança (RIVERA, 2018).

Dunning propôs a seu aluno de pós-graduação, Justin Kruger, um estudo mais aprofundado sobre a hipótese de que, se aquele ladrão era estúpido demais para assaltar bancos, talvez também fosse estúpido demais para saber que era inapto para ser ladrão de bancos - isto é, sua estupidez protegia-o da consciência de sua própria estupidez (KRUGER & DUNNING, 2019). Esta indagação levou ao estudo original destes dois pesquisadores que culminou na definição da Síndrome de Dunning-Kruger.

A análise para o diagnóstico dessa Síndrome, foi realizada através de questionários aplicados aos próprios alunos da Universidade de Cornell. Idealizaram quatro estudos onde testaram os participantes em áreas onde o conhecimento, a sabedoria ou experiência eram cruciais, a saber temperamento, raciocínio lógico e gramatica inglesa. Os participantes foram então solicitados a adivinhar a precisão de seu próprio desempenho, para que sua autoavaliação pudesse ser comparada com os resultados reais. As hipóteses da pesquisa de Dunning e Kruger (1999) correspondiam a:

“1 indivíduos incompetentes, comparados com seus colegas mais competentes, superestimarão drasticamente sua capacidade e desempenho em relações a critérios objetivos. 2 indivíduos incompetentes sofrerão de habilidades metacognitivas deficientes, na medida em que serão menos capazes do que seus pares mais competentes de reconhecer a competência quando a virem – seja ela própria ou de qualquer outra pessoa. 3 indivíduos incompetentes serão menos capazes do que seus pares mais competentes de obter insights sobre seu verdadeiro nível de desempenho por meio de informações de comparação social. Em particular, devido à dificuldade em reconhecer a competência em outras pessoas, os indivíduos incompetentes não poderão usar as informações sobre as escolhas e desempenho dos outros para formar impressões mais precisas de sua própria capacidade. 4 os incompetentes podem obter insights sobre suas deficiências, mas isso surge (paradoxalmente) tornando-os mais competentes, fornecendo-lhes, assim, as habilidades metacognitivas necessárias para perceber que eles tiveram um desempenho ruim” (DUNNING e KRUGER, 1999).

O estudo mostrou que as previsões dos pesquisadores estavam corretas. Os que pontuaram no quartil inferior superestimaram grandemente o desempenho e a capacidade do teste, e a análise confirmou que esta falta de sintonia se devia a déficits em suas capacidades de distinguir o certo do errado. Os incompetentes tendiam a suspeitar que suas habilidades eram desiguais para a tarefa, mas a suspeita muitas vezes não antecipava a grandeza de suas deficiências. Conforme previsto, o treinamento dos participantes sobre os assuntos em questão aumentou sua competência metacognitiva e permitiu que eles reconhecessem melhor as limitações de suas habilidades. O que levou à conclusão de que muitas vezes as pessoas tentam alcançar satisfação e sucesso através de conclusões erradas, e por isso, acabam por fazer escolhas infelizes. Estas escolhas e decisões, baseadas em uma incompetência não percebida pela própria pessoa, se transformam em fardo, ainda mais que, nas tomadas das ditas decisões, estas pessoas possuem a impressão errada de que estão indo muito bem (KRUGER & DUNNING,1999).

Os riscos inerentes à esta exacerbada autoconfiança permeiam nas mais diversas áreas, se torna ainda mais preocupante pois, pessoas dotadas de pouco conhecimento técnico e científico, baseiam-se em dados oriundos de fontes duvidosas, e fazem em si e em outras pessoas tratamentos ineficazes, e por vezes perigosos, à saúde, no intuito de se verem livres de patologias das mais variadas etiologias, ou ainda tratamentos estéticos de caráter danoso (MALFATTI, 2018).

3.2. A Gravidade Das Fake News

O contexto social atual possui como característica um aumento exponencial de Fake News, notícias que mesclam a verdade e a mentira com o intuito de informar de maneira enganosa as pessoas (BALEM, 2017). Neste mundo onde a desinformação é disseminada de forma tão crescente, e nos circunda por vários lados, notadamente através das mídias sociais, torna-se problema longe de ser exclusivamente nacional, sendo uma questão mundial. O relatório redigido pelo Instituto Reuters (NEWMAN et al 2018) onde 74 mil pessoas de 37 países, em cinco continentes demonstra que no Brasil 66% dos entrevistados utiliza-se do Facebook como fonte de notícias, mundialmente falando o Facebook é responsável por 36% das pessoas que buscam por notícias, seguido pelo Whatsapp, Twitter, FB Messenger e Instagram. É importante notar que, no Brasil, 85% dos entrevistados demonstraram-se preocupados com a veracidade e a possível manipulação das notícias encontradas. A despeito desta preocupação é de se estranhar o número de entrevistados que ainda buscam estas fontes de informação, haja vista o crescente número de notícias falsas que circundam estes meios.

No primeiro trimestre do ano de 2019 surgiu uma notícia no Facebook que informava que o consumo de alimentos com colesterol não fazia mal à saúde (GUIMARÃES, 2019) portanto seu consumo estaria liberado. Tal notícia falsa utilizou-se de um artigo descontextualizado do Washington Post de 2015 (THE WASHINGTON POST, 2015). É fato e consenso no meio científico que o colesterol em níveis anormais causa grandes males à saúde. De fato, Hipercolesterolemia é tratado em diversos artigos associando-os com doenças cardíacas, aterosclerose, acidente vascular cerebral, dentre outras patologias (PEREIRA et al, 2012; CUNHA e RIBEIRO, 2017; DA SILVA e TORRES, 2015). Desta forma notícias como esta são um risco às pessoas portadoras deste agravo, ou mesmo a pessoas com tendências a esta patologia, podendo induzi-las a lançarem mão de uma dieta desregrada e altamente prejudicial à sua saúde, bem como as consequências de uma dieta como esta.

Outra informação compartilhada perigosamente nas mídias sociais intitula-se: ‘Depois de vacinarem 40 mi de pessoas descobriram que a vacina da febre amarela é um veneno mortal’. Segundo o canal Fato ou Fake (DOMINGOS, 2017) do canal G1, especializado em elucidar fake news, esta notícia obteve milhares de compartilhamentos e afirmava que esta vacina ataca o sistema nervoso causando também problemas respiratórios, paralisia e morte. Segundo o mesmo canal esta notícia teve conteúdo semelhante à outra sobre a vacina contra H1N1. Quando notícias como estas se unem a movimentos desprovidos de embasamento científico como o movimento antivacina, tornam-se imensamente preocupantes, já que é de notório saber os benefícios em saúde pública que o esquema de vacinação traz à população.

Estas e outras informações, que na verdade são desinformações maldosas e prejudiciais à pessoa, são criadas possivelmente por motivos torpes, no entanto servem como base de conhecimento para indivíduos incultos. Muitas vezes, porém, estas informações são divulgadas por pessoas com alto grau de conhecimento, porém de forma arriscada, como o caso da fosfoetanolamina sintética (CASTRO e ALMEIDA, 2017), em 2015 esta substância fora fabricada pelo Instituto de Química do campus de São Carlos da Universidade de São Paulo e distribuída a pacientes com câncer sem autorização da Instituição Universitária ou mesmo das autoridades sanitárias pois se encontrava carente de pesquisas científicas. Após várias batalhas judiciais os testes clínicos foram proibidos em novos pacientes devido “à ausência de benefício clínico significado nas pesquisas realizadas até o momento”. Isto é, os riscos do tratamento não foram amplamente estudados. E a despeito disto, a mídia tradicional, as mídias sociais e os próprios pesquisadores divulgavam este composto como a “cura” do câncer que é sabidamente uma patologia de etiologia multifatorial, portanto de difícil, se não impossível, tratamento único (DANAEI et al, 2005).

Desta forma é importante parametrizar até onde a Síndrome de Dunning-Kruger está presente, tanto em leigos que apenas leem superficialmente a estas notícias mentirosas e as dissemina, quanto em pessoas instruídas e formadoras de opinião que, inconsequentemente, ou as criam, ou as espalham, sem, no entanto, serem capazes de perceber criticamente, pelos motivos já citados concernentes a esta síndrome, os riscos de assim o fazer.

3.3. Fake News e Síndrome de Dunning-Kruger.

Os resultados encontrados por Kruger e Dunning (1999) apontaram que certas pessoas incompetentes em determinadas habilidades, superestimam suas capacidades no que tange aos seus critérios objetivos, possuindo desta forma um déficit em suas capacidades metacognitivas sendo pouco capazes, se comparado a pessoas mais hábeis, em distinguir respostas e afirmações realmente corretas. Indo além disso: são pouco capazes em observar o próprio erro se apenas terem como parâmetro o meio social onde estão inseridas, principalmente por não serem capazes de observar a capacidade de outras pessoas mais hábeis.

Nas mais diversas esferas, pode-se presenciar pessoas que, tendo pouco conhecimento sobre certo assunto, falam sobre ele com grande autoridade (PAVEL et al, 2012) atingindo a uma horda de incautos que, na procura de respostas fáceis para perguntas difíceis, creem na veracidade das palavras do pouco conhecedor, repassando-as como verdade, e levando muitos outros a crerem. Como uma corrente onde o que menos sabe, ensina ao que nada sabe, que pretende convencer ao que muito sabe, sem ter a capacidade de perceber que este último sim, possui dados e know how para debater o assunto.

O ser humano possui forte tendência à prepotência, Dalbosco (2014) afirma que o amor próprio cria as paixões, e com isso a prepotência é um dos resultados. Esta prepotência é um dos motivos de uma autoavaliação deficitária das próprias certezas. Desta forma, quando a pessoa se julga conhecedora, mesmo que não tenha certeza da origem e confiabilidade de suas fontes de informação ou do número de fontes que possui, torna-se incapaz de reconhecer em si um disseminador de fake news, somando-se a isto, percebe-se também a necessidade de obter informações rápidas, o que impede a pesquisa à fundo de determinado assunto, gerando conhecimento raso de assuntos profundos. Quando este desconhecimento engloba assuntos de saúde, a pessoa ignora os riscos que impõe a si e a outros.

Além do desconhecimento, a dispersão de notícias falsas encontra terreno fértil nos modelos de mídias sociais hoje em voga. Delmazo e Valente (2018) discorre sobre o tema e aponta que a necessidade de se obter mais likes, mais seguidores, mais comentários e mais compartilhamentos, criam postagens pseudocômicas, que possuem características reais, mas tendo a inverdade observada apenas por alguns poucos que conhecem o assunto. Se adicionar isso ao fato de que, mesmo em uma notícia verdadeira, poucos leem nas redes sociais todo o conteúdo da reportagem tendo apenas um título como fonte, pode-se observar que a desinformação se transformou em um mercado cruel e muitas vezes desumano, de forma a nos encontrarmos numa insegurança informativa com consequente vulnerabilidade na partilha de informações (VIEIRA; da SILVA E CORDEIRO, 2019).

As pesquisas internacionais demonstram o efeito da Síndrome de Dunning-Kruger em diversos profissionais e em pessoas das mais diversas classes sociais e graus de instrução (MAHMOOD, 2016), nas pesquisas que deram mote a este trabalho, notou-se a necessidade de fazer uma tentativa de associação da síndrome de Dunning-Kruger, para isto com a disseminação de fake news, haja vista que os efeitos desta síndrome, notadamente a falta de capacidade da pessoa em interpretar suas decisões e pensamentos sobre determinados assuntos como algo irreal, pode ocasionar a semeadura de informações inverificáveis como verdade.

Stukus, Patrick e Nuss (2019) afirmam que as pesquisas realizadas na internet pelos pacientes se avolumam, com isto o número de informações erradas disponíveis pode levar a problemas como auto diagnóstico incorreto, angustia desnecessária e expectativas infundadas e até mesmo exageradas, como opções de tratamento. Eles advertem que os profissionais de saúde devem estar envolvidos nestas fontes de informação, principalmente nas mídias sociais, onde poderão orientar com base em evidencias científicas, desmitificando ou mesmo desmentindo estas notícias. A falta destes profissionais nestas mídias ocorrerá em um vazio de conhecimento baseado em anedotas pessoais, abordagens pseudocientíficas e curas milagrosas inexistentes.

De acordo com Fernandes (2019) uma das fontes da propagação de fake news se encontra em "...muita gente questionando coisas óbvias e assistindo vídeos de 15 minutos no YouTube para rebater pessoas que estudaram determinado assunto durante meses ou anos" ainda que o artigo citado tenha com mote outra direção, podemos transpor os assuntos. Assim sendo as pessoas formam crenças baseadas na intuição, sentido este que nos dá a falsa ideia de estarmos certos, e tendo por base várias “evidências” aparentemente científicas, acabam por acreditar na notícia falsa, pois sua intuição diz que estava certo. Pessoas com esta característica se tornam de alguma forma prejudicadas.

A ignorâncias das pessoas e a falta de informação não podem levar crédito única e exclusivamente pelo volume imenso de notícias falsas que circulam pela internet. Yurij Castelfranchi, professor do departamento de sociologia da FAFICH, em palestra comentada por Ribeiro (2018) argumenta que como em alguns casos o baixo nível de informação é fator determinante para a cristalização de preconceitos pessoais, isto é, associa-se ao efeito Dunning-Kruger, e para ele "Essas são as pessoas mais perigosas. Elas se limitam a ler cinco livros sobre certo assunto e, por não terem alcançado nessa leitura a noção de tudo que ainda não sabem, acabam achando que já sabem tudo", segundo ele a desinformação está além do que se entende por “público geral” e cita que existem médicos que possuem carência de informações médicas, repercutindo casos de pré-conceitos não inerentes à classe médica. Castelfranchi em palestra comentada por Ribeiro (2018) que a comunidade científica é grande responsável pela veiculação da desinformação onde “o problema nunca é apenas falta de informação, mas antes de tudo, um problema de poder”. Sendo assim grande parte da culpa da existência de fake news está na própria comunidade científica onde "fingem se embasar em fundamentos científicos, em dados técnicos, para a sua tomada de posição". O mesmo ocorre quando se associa o caso em que se baseia grandemente o movimento mundial “antivacina” em que um pesquisador britânico Andrew Wakefield, desprovido de dados científicos,  associou as campanhas de vacinação com o aumento  dos casos de autismo no mundo baseando suas informações em seus próprios  “achismos” para afirmar tal inverdade. Desvendado o caso por outros cientistas, o médico teve seu direito de clinicar retirado pelo órgão correspondente ao conselho de medicina inglês em 2010 (MALFATTI, 2018).

No Iraque 400 mil crianças foram mortas tendo como iniciador da guerra contra Saddam Hussein em 2006 uma notícia falsa, a de que existiria no Iraque armas de destruição em massa (O GLOBO, 2017). Esta notícia falsa gerou em muitos a falsa sensação de vulnerabilidade, o que embasou argumentos de pessoas desconhecedoras da verdade para a defesa da importância daquela guerra absolutamente desnecessária. A informação incorreta levou uma horda de pessoas não conhecedoras sobre o tema, a tomarem partido ferrenho de algo irreal, e isto se vê substancialmente nos mais variados temas, sendo alguns destes assuntos altamente sensíveis ao desconhecimento e às suas possíveis consequências como, por exemplo, os assuntos que envolvem saúde.

Vários outros exemplos existem de casos que envolvem fake news, e surgem a cada dia muitos outros. Malfatti (2018) alerta para os riscos das dietas e procedimentos estéticos ditos “milagrosos”, discorre sobre as curas inexistentes para doenças como o câncer, e aponta um caso em que os próprios médicos foram levados ao erro por conta de estatísticas com números inventados que supunha haver 30% de resultados de exames pedidos e não retirados, gerando custos desnecessários na realização destes exames e desperdício de tempo, sendo que o número ponderado real de exames não retirados em 2017, verificado foi de 0,6%.

As notícias falsas, ainda que possam ter um início nas relações de poder, são distribuídas por pessoas inconscientes da inverdade do que é lido, tomam a mentira como verdade, propagam a irrealidade como fato, acreditam no fake e o protegem intensamente como verdade, sem terem a noção de que estão enormemente enganadas em suas convicções e, principalmente, sem a capacidade de perceberem o tamanho de seu erro, levando a si, aos seus e a outros a tomarem decisões possivelmente catastróficas quando esta crença envolve a saúde ou outras áreas. E isto nada mais é que o principal sintoma da Síndrome de Dunning-Kruger.

4. METODOLOGIA

A elaboração de trabalhos teóricos, onde se analisa ou se sintetiza os conhecimentos e, com a obtenção destes ocorre a produção de conceitos novos através de meios dedutivos ou indutivos, havendo a possibilidade de levantamento de hipóteses, é característica de pesquisas bibliográficas (PRODANOV E FREITAS, 2013). Este trabalho possui tais características, sendo, portanto, uma pesquisa bibliográfica onde artigos científicos, livros físicos e materiais on-line foram utilizados como referência, buscadores tradicionais como o Google, Google Acadêmico, Scielo, além de material físico. Nesta busca foram encontrados diversos materiais contendo como palavras chave, “fake news”, “Dunning-Kruger”, “mídias sociais”, além de materiais científicos que embasam o conhecimento mais abrangentes e que se viram necessários para um maior aprofundamento do tema tais como: “decisões erradas”, “inteligência emocional” etc. Assim foram selecionados da totalidade de artigos encontrados: 15 artigos on-line, 3 livros impressos, 1 livro online, 3 anais de congressos, 2 sites governamentais, 2 sites jurídicos, 7 sites especializados nas áreas de elucidação de fake news e de outras áreas, que foram confrontados com material científico, e 4 jornais tradicionais com matérias online totalizando 37 referências.

A obtenção do material literário para a elaboração deste artigo iniciou-se em dezembro do ano de 2018, finalizando em outubro de 2019. Assim, procurou-se obter material de relevância documental, representativa e recente, quando possível, do assunto a que se pretende neste trabalho.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O aprendizado e a sedimentação do conhecimento se dão pelos materiais e ferramentas que o indivíduo encontra à sua volta (VYGOTSKY, 1988). Certo é que, mesmo tendo vasta fonte de conhecimento disponível em nossa era, notadamente pelos meios eletrônicos, a tendência humana de procurar fontes que concordem com seus conhecimentos preconcebidos, aliado à necessidade de encontrar respostas rápidas, além da preferência pelas “mentiras confortáveis” em detrimento às “verdades inconvenientes” gera uma horda de pessoas que se baseiam em pseudociência na área da saúde (CERQUEIRA, 2017). Esta superficialidade no conhecimento, junto a sensação de que tudo se sabe, leva às pessoas a propagarem fake news como verdades, os estudos de Dunning e Kruger (1999) apontam estas atitudes como o principal sintoma da síndrome que leva seus nomes.

Estas fontes encontradas nas mídias não tradicionais, afirma Cerqueira (2017), “criam títulos sensacionalistas, mente sobre os benefícios de determinadas produtos; cria polêmica no sentido de vender a imagem de charlatões”. Cerqueira (2017) continua demonstrando que a ciência ainda requer alguns conhecimentos prévios para a interpretação correta de seu conteúdo, a falta de conhecimento pode levar ao autor de um texto ao erro por falta de compreensão do artigo, o que induz ao exagero, ou a omissão por ignorância baseada em crenças pessoais infundadas.

A atenção dada ao fenômeno das fake news tem se tornado maior a cada dia, as mídias tradicionais se mostram em uma preocupação crescente com este problema que, além da desinformação, leva à própria mídia de referência cair no descrédito (da ROCHA, LAVARDA e da SILVEIRA, 2018) por conta de erros jornalísticos notórios que constantemente vêm à tona. Os elementos que são inicializadoras destas notícias, estão em sua maioria associados à disputa de poder, manipulação do povo, doutrinação ideológica ou fins comerciais e financeiros (LLORETE, 2017).

Não obstante, o conhecimento superficial de determinados assuntos associado à prepotência, arrogância ou mesmo inocência do indivíduo, também é terreno fértil para a criação de conceitos equivocados que gerarão notícias de caráter falso (KRUGER & DUNNING, 1999; RIBEIRO, 2019). Por conseguinte, o nascimento das fake news se deve basicamente a dois motivos: pessoas que por motivos escusos as cria deliberadamente com intuito de manipular opinião, vender produtos de qualidade duvidosa, obter vantagem pessoal, fazer chiste por conta do desconhecimento alheio além de todos os motivos torpes possíveis (DE CARVALHO E KANFFER, 2018; STUKUS, PATRICK E NUSS, 2019), ou nascem de pessoas com pouco conhecimento sobre o assunto, que justificam a expressão latina Timeo hominem unius libri – Temo o homem de um único livro – atribuída a São Tomás de Aquino (JUSBRASIL, 2009), que ilustra o perigo da superficialidade de uma pessoa que, tendo como base apenas uma ou poucas fontes, se pretende conhecedor profundo de algum assunto, influenciando a outros e a si mesmo, na tomada de decisões erradas sendo que pessoas com tal atitude não são capazes de ter conhecimento de que agem assim, e acreditam piamente em suas deduções equivocadas (DUNNING & KRUGER, 1999).

Ambas as formas de criação de notícias falsas possuem riscos iminentes quando se trata de saúde. Notícias sem cunho científico que corroborem suas informações estão a se tornar problema de monta em saúde pública, levando diversos nichos da sociedade a erros terapêuticos, de diagnóstico e atitudes perigosas para o tratamento das mais diversas doenças, onde até cuidados cosméticos permeados de falta de fundamentos, podem levar situações danosas à saúde própria e de outras pessoas (VIEIRA, da SILVA E CORDEIRO, 2019). As redes sociais, grande fonte de propagação de notícias falsas, agrega pessoas que possuem o mesmo tipo de pensamento errado, abastecidos de notícias personalizadas que confirmam suas ideias preconcebidas, criando uma bolha de desinformação onde a mentira ganha status de verdade (KAKUTANI, 2018). Estas fontes de pesquisa, associada ao círculo fechado de informações que impede a verificação dos fatos em outros canais confiáveis, alimentam a superficialidade do conhecimento, torna a pessoa incapaz de reconhecer a vulnerabilidade de seu conhecimento, e a faz ser defensora de ideias erradas, mais uma vez, sem ter noção de seu erro. A síndrome de Dunning-Kruger se faz patente nestes casos.

6. CONCLUSÃO

Neste trabalho mostrou-se evidente a associação da Síndrome de Dunning-Kruger na criação de parte das notícias inverídicas. Sendo que o grande objeto de culpa da disseminação dessas inverdades, parece estar associada aos efeitos desta síndrome. É importante que pesquisas de campo, além das bibliográficas, sejam feitas para a verificação das evidências apontadas por esta revisão de literatura, dada a escassez de fontes que façam a associação direta pretendida neste artigo. Desta forma, seria possível observar em pesquisas futuras, a disseminação de notícias falsas como patologia social, motivo de estudos imbuídos na debelação deste mal, fornecendo aos frequentadores das mídias sociais, interessados em se livrar da vulnerabilidade informacional, em pessoas com maior maturidade crítica e inteligência emocional, que é uma variável da personalidade que descreve a capacidade de perceber, entender e gerir a informação emocional própria e de outros, possuindo desta forma, mecanismos para entender seu papel e, com o uso do raciocínio, tenha artifícios para tomada de decisões conscientes, reais e efetivamente boas nos vários âmbitos da vida, sua própria e de outros, bem como em seu meio social (WOYCIEKOSKI & HUTZ, 2009).

Aqui se abre o leque de informações inicializadoras de abordagens psicoterápicas, sociais e jurídicas, em pessoas que demostram sintomas desta síndrome na criação, propagação e defesa destas fake news, tratando e orientando o desconhecimento, desmascarando as fontes de mentiras deliberadamente criadas e buscando para si e para outros, conhecimento embasado em evidências científicas, favorecendo a disseminação da verdade, valorizando a saúde.

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Publicado por: FABIANO MARTINS

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