USO DA TV E DO VÍDEO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: OLHARES SOBRE AS DIFICULDADES E POSSIBILIDADES PARA UMA PRÁTICA INOVADORA.
índice
- 1. RESUMO
- 2. INTRODUÇÃO
- 3. TEMA
- 4. PROBLEMA
- 5. JUSTIFICATIVA
- 6. OBJETIVOS
- 7. METODOLOGIA
- 8. DESCRIÇÃO DO PROCESSO
- 9. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
- 10. O VIDEO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
- 10.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO
- 10.1.1 Resultado do questionário
- 10.1.2 Atividades aplicadas.
- 11. CONSIDERAÇÕES FINAIS
- 12. REFERÊNCIAS
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Monografias. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
1. RESUMO
Esta pesquisa teve por objetivo potencializar o uso da TV e do vídeo como ferramenta pedagógica entre os professores no Núcleo de Educação Infantil Maria Salomé dos Santos, situado no bairro Sambaqui da rede municipal de Florianópolis Santa Catarina entre os meses de setembro e dezembro do ano de 2014. Para a obtenção dos resultados foi utilizado uma pesquisa de campo, no qual aplicou-se um questionário com perguntas abertas e fechadas ao professores. Posterior a isso, realizou-se atividades com o uso da TV e do vídeo com as crianças do grupo V/VI. Após a coleta e análise dados concluiu-se que nem sempre os profissionais buscam inovar a sua prática pedagógica com o uso da TV e do vídeo. A maioria utiliza como um passatempo entre a hora da higienização e nos dias em que chove, pois a unidade educativa não possui outro espaço que seja atrativo para as crianças a não ser a própria sala. Já na prática desta pesquisa, notou-se o quanto as crianças estão familiarizadas com essas tecnologias, e de forma lúdica, conseguiu-se trazer o pouco do mundo a elas por meio de vídeos sobre danças, cultura e tradições dos colonizadores do nosso país, o Brasil.
PALAVRAS-CHAVE: Educação infantil. TV. Vídeo.
2. INTRODUÇÃO
Acerca do objetivo da autora em verificar de que maneira as mídias, TV e o vídeo, estão sendo empregadas na prática pedagógica pelos professores do Núcleo de Educação Infantil Maria Salomé dos Santos.
Para Napolitano (2003), o uso da TV como uma ferramenta educacional, explica-se por seu importante papel na sociedade, pois ela pode ser utilizada em qualquer área do conhecimento apresentando elementos que retrata qualquer tema, ou assunto de nível mundial.
Entende-se que a televisão se mostra como uma forma de democratiza- ção do conhecimento, desenvolvendo e aumentando os horizontes e as leituras do mundo das pessoas, trazendo possibilidades de inovação para o professor.
O vídeo, por sua vez, está diretamente ligado à TV, o que da para as crianças e adolescentes, uma sensação de descanso, lazer, distração. Nas institui- ções de ensino, os professores poderão utilizar este ponto positivo para utilizar estas ferramentas com objetivos pedagógicos, atraindo o interesse dos alunos de maneira dinâmica e produtiva, pois o vídeo trás uma nova forma de se mediar o conhecimen- to, sem ter somente a voz do professor e dos alunos.
De acordo com Moran (1995), o uso do vídeo parte do palpável, de algo que podemos sentir, notar, ver, tocar a si e aos outro, onde tudo está ao nosso al- cance, onde conhecemos o mundo por meio da algo que está a poucos centímetros de nós mesmos.
Outra questão que é abordada nesta pesquisa é a importância da formação do professor na área da tecnologia educacional.
O educador deve estar em formação permanente, já que na atualidade as grandes mudanças concentram-se nos avanços introduzidos pelas tecnologias de informação e comunicação, mas isso cabe também aos responsáveis pela educação do nosso país.
Miranda (2007) ressalta essa evidência em sua pesquisa, em que a partir na análise de outros autores revelou que os dois principais obstáculos ao uso das tecnologias nas práticas pedagógicas são a falta de recursos e de formação.
Ainda Miranda (2007) diz que deve haver modificações na forma de compreensões e da prática de ensino, que na maioria os profissionais da educação
não estão dispostos a fazer parte desta mudança. Incidir essa empreitada não é fácil, requer comprometimento, persistência e empenho para esse novo desafio. O autor adverte que não basta apenas disponibilizar os computadores e seus recursos em sala de aula, aqui acrescenta-se, que deve haver uma mediação entre o professor e o aluno. Se o professor dominar essas novas tecnologias poderá explorar as potencialidades desse novo mecanismo de tratamento e representação da informação e apoiar o aluno no ensino/aprendizagem.
Acredita-se assim, que a formação do docente assumiria uma nova configuração. Poderíamos então, iniciar essa nova configuração com a exploração da potencialidade didáticas da TV e do vídeo em relação aos objetivos do programa pedagógico da instituição educacional, já que essas ferramentas são importantes para oportunizar o acesso a informações e ao conhecimento.
3. TEMA
Busca-se com este trabalho, verificar o uso das TV e do vídeo na prática pedagógica da instituição de ensino educacional do NEI Maria Salomé dos Santos.
Nota-se que cada vez mais é comum a utilização de blogs, redes sociais, e-mail, chats, jornais, DVD, jogos online, vídeos, TV, entre outros recursos no cotidiano escolar.
Dessa forma, podemos observar que essas ferramentas tecnologias estão cada vez mais presentes no dia a dia da sociedade e, o processo educacional de um país não pode evitar e nem deixar de estar inserido neste contexto.
4. PROBLEMA
As TIC e as mídias surgem trazendo possibilidades aos profissionais da educação para uma prática inovadora; o que os profissionais da educação do Núcleo de Educação Infantil Maria Salomé dos Santos relatam sobre o uso da TV e do vídeo no processo de ensino e aprendizagem?
5. JUSTIFICATIVA
O motivo de a autora ter escolhido este tema, é de investigar se osprofissionais da educação do NEI Maria Salomé utilizam a mídia TV e vídeo de forma pedagógica.
A autora ainda quer verificar qual é o entendimento desses profissionais sobre o uso dessas mídias no âmbito educacional, se eles possuem alguma dificuldade em integra-las, ou, até mesmo, trazem novas possibilidades pedagógicas.
É notável que nos dias em que as crianças da unidade estão mais agitadas, ou em dias de chuva, o uso da TV e do vídeo se faz presente. Mas, esse uso é planejado? Existe algum objetivo proposto pelo uso dessas mídias?
A integração das TIC no âmbito educacional nos permite uma reflexão crítica na prática pedagógica, criando novos espaços de inovações. É pelo ato de se comunicar que as pessoas interagem sem perder sua habilidade individual de aprender.
De forma transformadora, a escola tem a possibilidade de criar meca- nismos e condições que permitam a interação, utilizando as mídias TV e vídeo, o que resulta na modificação do canal de informação e mediação dos conhecimentos, modificando o processo de ensino e aprendizagem de seus alunos.
Dessa forma, propomos que creches e pré-escolas busquem aproximar cul- tura, linguagem, cognição e afetividade como elementos constituintes do desenvolvimento humano e voltados para a construção da imaginação e da lógica, considerando que estas, assim como a sociabilidade, a afetividade e a criatividade, têm muitas raízes e gêneses. A instituição de educação infan- til pode atuar, sim, como agente de transmissão de conhecimentos elabora- dos pelo conjunto das relações sociais presentes em determinado momento histórico. Todavia, isso deve ser feito na vivência cotidiana com parceiros significativos, quando modos de expressar sentimentos em situações parti- culares, de recordar, de interpretar uma história, de compreender um fenô- meno da natureza transmitem à criança nova maneiras de ler o mundo e a si mesma (OLIVEIRA, 2007, p. 45 e 46).
Neste contexto, pode-se refletir que para existir uma boa prática pedagó- gica e um bom desenvolvimento na aprendizagem das crianças dentro da instituição de educação infantil, devemos repensar de que forma estamos transmitindo os co- nhecimentos para elas.
As propostas e atividades desenvolvidas nas instituições de educação infantil devem ir além da rotina diária como: alimentação, higiene, etc...; mas, tais ações devem ser resignificadas para que as crianças reflitam e compreendam a ne- cessidade delas em sua vida.
Dentro do cotidiano de atividades diárias, sugere-se integrar o uso da TV e do vídeo como ferramentas de apoio do professor para fazer uma leitura de um conto, exibição de vídeos, audição de canções infantis, entre outros.
Desta forma, o professor de educação infantil, estará enriquecendo o seu fazer pedagógico, tornando a TV e o vídeo como uma ferramenta fundamental para qualificar a sua prática.
Sendo assim, as instituições de educação infantil podem estar inte- grando a TV e o vídeo no âmbito educacional em seus planejamentos pedagógicos, pois essas TIC podem contribuir com o processo de ensino e aprendizagem basea- do na ação das crianças, que vai de uma ação baseado na experiência a uma inter- venção cognitiva de abstração.
As instituições educacionais devem encarar os novos desafios, frente às novas gerações, que atrelam mais conhecimentos e informações sobre o mundo por meio de uso de diversas tecnologias, cabe aos professores buscarem formação e capacitação necessária para promoverem espaços atraentes e produtivos, provocando nas crianças e adolescentes a curiosidade e vontade em aprender.
6. OBJETIVOS
Os objetivos desta pesquisa foram divididos em geral e especifico.
6.1. 1.4.1 Objetivo Geral
Potencializar o uso da TV e do vídeo como ferramenta pedagógica entre os professores no Núcleo de Educação Infantil Maria Salomé dos Santos.
6.2. Objetivos Específicos
Verificar de que maneira os professores do NEI Maria Salomé dos Santos utilizam a TV e o vídeo em suas aulas;
Investigar se existe dificuldade dos profissionais de educação do Núcleo de Educação Infantil Maria Salomé no uso das Mídias de TV e ví- deo;
Aplicar atividades por meio da TV e vídeo para as crianças do gru- po V/VI do NEI Maria Salomé dos Santos.
7. METODOLOGIA
A metodologia é um procedimento que visa instruir o pesquisador na ava- liação dos métodos a serem empregados para coletar as informações que irão arran- jar a pesquisa, identificando limitações e implicações que dizem respeito às suas utilizações, é um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento (GIL, 2006, p. 26).
Desta forma, faremos uso do estudo de caso. Para Gil (1991), ele é carac- terizado pelo estudo exaustivo e em profundidade de poucos objetos, configurando- se de conhecimento amplo e específico do mesmo; ação praticamente impossível diante de outros delineamentos considerados.
Para a coleta de dados, o questionário semi-estruturado foi nosso instru- mento de pesquisa. Segundo Gil (1991), este tipo de instrumento é uma técnica de investigação em que os indivíduos podem expressar-se através de questões abertas e fechadas, sendo possível conhecer e avaliar suas opiniões.
Do ponto de vista da forma de abordagem do problema, será feito o uso da pesquisa qualitativa, que de acordo com Martins e Bicudo (1994), distinta da in- vestigação quantitativa, que inicia com estudo de caso quantificando fatores, bus- cando conexões estatísticas e probabilidades e as generaliza, a pesquisa qualitativa não tem a preocupação em generalizar a pesquisa, princípios e leis e, sim, com a compreensão específica daquilo que esta sendo pesquisado.
A pesquisa terá o teor Exploratório, segundo (Gil, 1991), este tipo de pesquisa visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses.
Do ponto de vista de seus objetivos, a pesquisa será descritiva, que se- gundo (GIL, 1991), visa apresentar as particularidades de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Caracteriza-se pela pa- dronização de técnicas de coleta de dados: questionário e observação sistemática.
8. DESCRIÇÃO DO PROCESSO
No primeiro momento, para fundamentar e sustentar esta pesquisa reali- zou-se uma análise bibliográfica acerca das obras que continham o assunto TV e vídeo na educação infantil.
Em continuidade, aplicou-se em setembro de dois mil e quatorze um questionário contendo 16 questões a 8 profissionais da unidade educativa, o objetivo era identificar o número de professores que faziam uso da TV e o vídeo em sala de aula e como eles as empregavam no planejamento pedagógico. Além de contar com perguntas a respeito da TV/vídeo/educação o questionário abordou dados pessoais dos profissionais.
Após a aplicação dos questionários, foram realizadas atividades no grupo V/VI que utilizando a TV e o vídeo como proposta para dar seguimento a pesquisa.
9. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para fundamentar uma pesquisa é necessário apresentar teorias de diferentes autores.
9.1. A TV NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A televisão, usado como abreviatura TV, é um sistema de eletrônico que reproduz de forma simultânea imagem e som por meio do aparelho televisor.
A televisão surgiu como um objeto democrático para as sociedades democráticas, exercendo o papel de difusor das informações oferecendo entreteni- mento e cultura para a população, além de oferecer propagandas de bens de con- sumo.
Na década de 50, a TV era um artigo de luxo, onde somente a elite econômica possuía este apetrecho.
Wolton (1996) descreve que:
A televisão era um espetáculo. Os espectadores narravam os programas uns aos outros, uma vez que muitos não tinham televisão. Logo essa função de laço social popular passou a desempenhar uma função, rompendo um pouco a adesão inicial das elites, um pouco por esnobismo (WOLTON, 1996, p.155).
Sendo assim, como o passar do tempo, independentes da classe social, o uso do televisor e os seus programas televisivos passaram a ser um passatempo para as famílias, principalmente para as crianças.
Rezende e Borges (1993), relatam que a criança, por passar muito tempo em frente a TV, ela se torna uma consumidora da mesma, deixando de realizar ativi- dades e brincadeiras que são fundamentais para o seu desenvolvimento pleno. Eles ainda afirmam que, “[...] permanecendo várias horas a absorver como uma esponja tudo o que a TV apresenta, ante a redundância verbal do veículo, não lhe sobra al- ternativa que não a emudecida inércia” (REZENDE; BORGES, 1993, p. 21).
A televisão e a criança vêm sendo debatido há muito tempo, tanto por pesquisadores, como pelos pais, pois é um assunto relevante para ambos, sendo que ao mesmo tempo em que se sabe das más influencias que a TV exerce na for- mação das crianças, existem autores que relatam que sabendo usa-las, a TV tam- bém pode educar. Sendo assim, voltando ao principio de sua criação, que é de tra- zer informação e cultura para as pessoas.
A criança também é educada pela mídia, principalmente pela televisão. Aprende a informar-se, a conhecer os outros, o mundo, a si mesmo, a sen- tir, a fantasiar, relaxar, vendo, ouvindo, “tocando” as pessoas na tela, pesso- as estas que lhe mostram como viver, ser feliz, infeliz e odiar (MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2000, p. 33).
No contexto educacional não é diferente do contexto familiar, a TV tam- bém está presente, sendo ela como um meio, uma ferramenta usada como forma de passar algum conteúdo, como também dita “babá eletrônica” por pais e profissionais da educação.
A escola tem, historicamente, importante papel na formação social, na for- mação intelectual e de postura do cidadão. Também o tem, atualmente, a te- levisão. Enquanto obtemos na escola o conhecimento técnico, material, a televisão pode nos proporcionar uma viagem pelo mundo através de ima- gens. E aqui ressurge um ponto fundamental nesta abordagem, o cuidado com a forma de utilização da TV na educação. A mídia televisiva, por vezes, apoia-se em valores que se distanciam do conhecimento de caráter educati- vo. ( CASAGRANDE;VALÉRIO, Sn, p11)
A utilização da TV na educação traz a possibilidade transformar aquilo que é abstrato, para a criança, em concreto.
É por meio dessa magia, desse fantástico, que a criança elabora suas per- das, materializa seus desejos, compartilha sua vida, anima, muda de tama- nho, liberta-se da gravidade, fica invisível e assim comanda o universo por meio de sua onipotência (PACHECO, 1998, p. 34).
Pacheco (1998) traz uma linha de raciocínio frente à relação da TV e a criança. Esta relação promove um meio de comunicação criando aspectos imaginati- vos na criança, de que a televisão é um meio de comunicação que amplia as possi- bilidades imaginárias das crianças, trazendo um confronto direto entre o que é real e fantasia, desenvolvendo e estimulando a sua criatividade.
Um ponto muito importante em relação a TV no contexto educacional, é a sua forma de utilização.
Diante disso, Adorno (1995, p. 76) afirma que a TV, no contexto de for- mação cultural de seus telespectadores, pode dividir em duas as funções, uma de não formativa, pois contribui para a disseminação de sistema de ideias influenciado- ras e, de formativa, pois leva informação, conhecimento e cultura para seus teles- pectadores.
Gilka Giraldelo (1998), nos traz referencias de diversos autores. Afirma que a TV simultaneamente tanto pode abrir janelas para o mundo, trazendo o que há de mais chamativo, entretendo e educando de maneira lúdica e prazerosa, como também pode ser algo que sirva como paralisante para as crianças, podendo deixa- las imóveis por um período longo.
Ainda para a autora, as atividades que envolvem o uso da TV, devem ser feitas de forma a ofertar uma gama de diversidade em linguagem e nas mais di- versas expressões que constituem o universo infantil.
10. O VIDEO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
O vídeo ganhou uma grande abrangência em seu uso e está incorporado em todo o processo de comunicação e interação que existe no mundo, sendo uma tecnologia relativamente barata, e de fácil utilização.
Assim, o vídeo que até o final dos anos 70 era tecnologia exclusiva das emissoras de TV, passou, definitivamente, na década de 80, para as mãos das pessoas comuns, principalmente, porque à sua evolução técnica se dá um correspondente barateamento dos equipamentos, permitindo ampliar o acesso a esse novo meio. (LIMA, 2001,p. 28).
Com o barateamento das ferramentas tecnológicas como a filmadora e a maquina fotográfica, facilitou e muito a produção audiovisual independente das pes- soas.
Porém, mesmo com todo aparato disponível, no contexto educacional, encontra-se um grande problema que é a dificuldade dos profissionais da área em manusear estas ferramentas tecnologias de maneira didática, pedagogia e princi- palmente prazerosa.
Ocorre, entretanto, que a incorporação dessa tecnologia pelas instituições de ensino e pelos professores não é tão simples quanto parece, até hoje, grande parte dos profissionais da educação enfrenta dificuldades para em- pregar a tecnologia audiovisual como um recurso pedagógico; ora devido à forma equivocada com que alguns programas didáticos propõem incorpora- ção do vídeo ao trabalho em sala de aula, ora devido ao desconhecimento das potencialidades dessa mídia no processo de ensino e aprendizagem. (VICENTINI, DOMINGUES, 2008)
Sendo assim, é notável os equívocos desses profissionais no uso des- sa ferramenta. Embora alguns saibam da existência, estes não procuram orientação ou até mesmo, formação na área. Ou seja, para que ocorra um bom emprego do vídeo, é indispensável que os profissionais procurem ter uma formação específica para a utilização deste recurso tecnológico.” Não haverá professores formados para o emprego do vídeo e demais audiovisuais se não houver professores formados mediante o emprego do vídeo e dos demais audiovisuais”.(FERRÉS, 1996, p.11 ).
O emprego do vídeo na educação infantil, nos leva a refletir sobre a possibilidade de construção de novas formas de construção do conhecimento. Utili- zando de forma simples, objetiva e prazerosa algo que está ao nosso alcance.
Desta forma, assim como na teoria construtivista tanto de Vigotisky (1898), quanto de Piaget (1970), a criança passa a utilizar o Vídeo como objeto no processo de en- sino aprendizagem, sujeito-objeto-sujeito.
Num mundo com tantas tecnologias, o vídeo didático só vem somar melho- rias, pois através dele podem-se conhecer outras línguas, outras culturas, outros povos, sendo um meio de aprender de uma maneira que pode se tornar prazerosa, só pelo fato de ser diferente do que se realizam todos os dias, em todas as aulas. (SANTOS E KLOSS, 2010)
Nota-se que a inserção do vídeo na prática pedagógica possui uma característica predominante que é a quebra da rotina, exigindo do profissional uma postura mais dinâmica, onde o mesmo deverá buscar inovar sua prática.
10.1. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A seguir apresentamos os resultados obtidos após analise das pergun- tas e respostas do questionário, bem como as atividades que aplicamos com as cri- anças para motivar esta pesquisa.
10.1.1. Resultado do questionário
A questão inicial do questionário tinha como intenção verificar a idade dos entrevistados. Sedo assim observando no gráfico, percebeu-se que a média de ida- de dos participantes da entrevistada da unidade educativa varia de 31 à 40 anos
1 – Questão 1
Fonte: Da autora.
De acordo com os dados do portal do MEC (2007), a média de idade dos profissionais da educação infantil é de 35 anos. Mostrando que a unidade educativa esta dentro da média apresentada pelos dados do MEC.
A questão número dois buscou verificar o tempo de trabalho dos profis- sionais entrevistados na rede municipal de Florianópolis. Os dados mostram que a maioria trabalha há mais de oitos anos na rede. Essa informação pode ser constada no gráfico 2.
Gráfico 2 - Questão 2
Fonte: Da autora
Segundo Gatti e Barreto (2009), a média de tempo de serviço dos profis- sionais da educação no setor público no Brasil é de nove anos.
A questão três foi levanta pela autora para que se fizesse uma analise da formação dos profissionais entrevistados.
Vejamos o gráfico a seguir:
Gráfico 3 – Questão 3
Fonte: Autora
Notamos no gáfico 3, 75% dos entrevistados possuem especialização na área da educação.
Dados levantados pelo censo escolar da educação básica no Brasil (2006), apontam que mais da metade dos docentes na educação infantil, cerca de 54%, possuíam formação de nível médio.
Analisando os dados do gráfico e pareando com os dados do censo, po- demos afirmar que a formação dos profissionais entrevistados está acima da média nacional.
A questão quatro a autora quis saber se os profissionais entrevistados obtiveram conhecimento sobre o uso das mídias e TIC na educação.
O gráfico 4 mostra o resultado desta questão.
Gráfico 4 – questão 4
Fonte: Autora
Levando em conta que na questão anterior, mais da metade dos profis- sionais entrevistados possuíam curso de especialização, aqui também se observa que mais da metade dos participantes afirmam que não tiveram formação quanto ao uso das mídias e TIC na educação. Onde será que está o problema? Na formação inicial ou na continuada?
Utilizar a tecnologia e as mídias dentro do contexto educacional é atualmente um desafio para todos os educadores. Não basta apenas “ter” a ferramenta, tem que saber utilizar a mesma, pois quando não utilizados corretamente essas ferramentas para auxiliar o planejamento do educador, podem acarretar sérios prejuízos para as crianças e adolescentes, e estes crescem de forma cada vez mais precoce nos dias atuais. Mas ainda sim se percebe que é de suma importância que o educador saiba propor atividades positivas dessa forçatecnológica.
Pereira e Jesus (2011, p. 2) apontam que não só na educação, mas em todos os campos as tecnologias impuseram inúmeros desafios. Para os autores “educar nesse tempo de globalização implica refletir sobre a necessidade da formação inicial e da formação continuada serem vistas como dois períodos de uma mesma formação, constituindo uma unidade coerente e integrada”. O professor precisa ocupar um papel estratégico neste contexto para lidar com as atuais mudanças, em que o processo de ensino-aprendizagem necessita atender às exigências contemporâneas.
Buckingham (2003, p. 21) descreve que em uma pesquisa realizada no Reino Unido revelou que por causa das mídias as crianças passam mais tempo dentro de casa e tem muito menos independência do que tinham as crianças as 20 anos a trás. Outra situação é que os pais que passam muito tempo longe de seus filhos têm os recompensados com recursos eletrônicos. Isso são fatos que não acontecem apenas na Europa, mas em toda parte do mundo, é uma febre tecnológica que cada vez mais se alastra. E o que dirá do controle dessas tecnologias na educação?
Com isso, o perfil dos profissionais da educação deve ser modificado, especialmente, no âmbito educacional, se tornando profissionais capacitados e preparados para agir colaborativamente nas metodologias educacionais, dentro e fora das unidades escolares, ostentando a função de atuante agente e difundir as inovações sócio-educacionais.
Embora vivemos em uma era digital e informatizada, a maior parte dos profissionais da educação são de uma época onde não eram muito utilizado ou até mesmo falado sobre o uso do computador, e hoje eles se deparam com o crescimento assustador das novas tecnologias, onde com o passar dos tempos, fica mais evidente o desejo constante do seu uso na educação (FERREIRA, 2004).
A falta de conhecimento e interesse por falta do professor diante das mídias e das TIC, têm sido uma das maiores dificuldades em relação ao emprego delas no sistema educacional. Estes tem levado o ensino à mesmice, ao tradicionalismo, onde a rotina escolar toma uma forma exaustiva e sem motivação. Nisso vemos que as antigas práticas que ainda são usadas, não refletem na geração atual.
Moran (2007, p.162) aponta que “precisamos, em consequência,estabelecer pontes efetivas entre educadores e meios de comunicação. Educar os educadores para que, junto com os seus alunos, compreendam melhor o fascinante processo de troca, de informação”.
O Governo Federal criou um programa voltado para a educação continuada, o PROINFO, que se trata de um programa de tecnologia educacional com o intuito de inclusão digital. O projeto visa à criação de laboratórios de informática nas escolas públicas da educação básica e nos polos da Universidade Aberta do Brasil (UAB) de todo território nacional. De acordo com o Governo, foram beneficiadas 64.629. O objetivo geral do programa é “disseminar o uso pedagógico das tecnologias de informática e de telecomunicações nas escolas públicas de ensino fundamental e médio e nos polos da Universidade Aberta do Brasil pertencentes às redes estaduais e municipais” (BRASIL, 2003/2010).
De acordo com Balanço 2003/2010 do Governo Federal, é visto que o próprio Governo em conjunto com diversos ministérios e entidades vinculadas ao projeto, tem procurado aumentar o acesso da população às TICs, por meio de quatro projetos de inclusão que foram divididos em: 1. Acesso às tecnologias de informação e comunicação; 2. Telecentros Comunitários; 3. Inclusão Digital nas Escolas; e 4. Massificação da Banda Larga (BRASIL, 2003/2010, p. 427).
Por fim, concorda-se com Adorno Júnior (2009, s∕n) ao dizer que o governo deve investir ainda mais em TIC nas escolas, principal nas públicas, em vista da desigualdade social que observa-se nestas unidades. É preciso então, criar políticas públicas que atendam as necessidades de cada região do nosso país bem como as classes sociais existentes, “para que o Brasil figure entre aqueles países com tecnologia de ponta, principalmente advinda de uma educação inclusiva”.
Terminamos aqui em dizer, com as próprias palavras do Governo do Estado que:
“A inclusão digital é uma questão de cidadania na sociedade do conhecimento – trata-se de um novo direito em si e também de um meio para assegurar outros direitos. Ela traz avanços importantes para a inserção no mercado de trabalho, para a educação e para a produção cultural, melhorando as condições de vida, lazer e trabalho da população. Significa garantir a disseminação e o uso das tecnologias da informação e da comunicação, orientados ao desenvolvimento social, econômico, político, cultural, ambiental e tecnológico, centrados nas pessoas, em especial nas comunidades e nos segmentos excluídos.” (BRASIL, 2003/2010, p. 426).
Na questão 5 a autora buscou informações sobre como os entrevistados avaliam a formação inicial, graduação, frente ao uso das mídias e TIC na educação. Resultados da questão no gráfico 5.
Gráfico 5 – Questão 5
Fonte: Autora
Ao observarmos o gráfico 5, conseguirmos afirmar que grande parte dos entrevistados confirmam que o curso de formação inicial, graduação, não tem prepa- rado os futuros profissionais da educação quanto ao uso das ferramentas tecnológi- ca no âmbito educacional.
Reconhecer que estamos em uma era informatizada, é entender que também devemos ter as tecnologias como aliadas nas propostas didáticas pedagó- gicas, onde devemos analisar a integração desses recursos no contexto escolar, mas primeiramente temos que ter profissionais especializados e cientes da impor- tância de agregar as mídias e as TIC em suas práticas de ensino.
O uso das novas tecnologias na educação tornam as práticas educacionais como uma fonte de novas descobertas e oportunidades. Com isso, o educador deve estar em constante formação, onde ele possa dar condições para ocorrer mudanças na mediação do conhecimento, “uma vez que a tecnologia representa um meio facilitador na construção desse conhecimento” (PEREIRA;JESUS, 2011).
Nesse sentido, Almeida (2000, p. 246 apud GREGIO, 2005, p. 70) ressalta que é importante investir e instruir o professor na incorporação e uso da tecnologia de informação e comunicação.
Com o advento e desenvolvimento das TIC e dos meios midiáticos, con- vivemos com diferentes tipos de escritas e leituras. Sendo assim, outra barreira que os educadores se deparam é o que chamados de “letramento digital”.
Na questão 6, a autora fez um levantamento pessoal sobre o conhecimento de cada participante frente ao uso das TIC e mídias na educação.
Gráfico 6 – Questão 6
Fonte: Autora
Pareando as ultimas questões, todas referentes a formação e conheci- mento sobre as ferramentas tecnologias na educação, depara-se com esse gráfico. Mais da metade dos entrevistados se autoavaliam como um conhecimento médio na utilização das TIC e mídias na educação. Contudo, os mesmos afirmaram não terem uma formação voltada ao uso dessas ferramentas, além de a metade também pos- suir curso de especialização na área da educação. Acredita-se que eles estão bus- cando fontes que os auxiliem e orientem sobre o tema que aqui está sendo pesqui- sado.
Na questão 7, os profissionais afirmam que devem haver cursos volta- dos para a capacitação dos profissionais quanto ao uso das ferramentas tecnológi- cas. Observa-se esta afirmação no gráfico 7.
Gráfico 7 – Questão 7
Fonte: Autora
É importante destacar que a formação do educador nessa área é de suma importância para acompanhar o ensino e aprendizagem do discente, bem como da sociedade em geral, ele dever saber empregar essas tecnologias em suas práticas nas instituições de ensino e, ainda analisar o seu progresso de transformação e modificação de um modo globalizado.
Por isso, o educador deve estar em formação permanente, já que na atualidade as grandes mudanças concentram-se nos avanços introduzidos nas tecnologias de informação e comunicação, mas isso cabe também aos responsáveis pela educação do nosso país.
Miranda (2007) ressalta essa evidência em sua pesquisa, em que a partir na análise de outros autores revelou que os dois principais obstáculos ao uso das tecnologias nas práticas pedagógicas são a falta de recursos e de formação.
Ainda Miranda (2007) diz que deve haver modificações na forma decompreensões e da prática de ensino, que na maioria os profissionais da educação não estão dispostos a fazer parte desta mudança. Incidir essa empreitada não é fácil, requer comprometimento, persistência e empenho para esse novo desafio. O autor adverte que não basta apenas disponibilizar os computadores e seus recursos em sala de aula, aqui acrescentamos, que deve haver uma mediação entre o professor e o aluno. Se o professor dominar essas novas tecnologias poderá explorar as potencialidades desse novo mecanismo de tratamento e representação da informação e apoiar o aluno no ensino/aprendizagem.
Oliveira (2009) enfatiza que a capacitação do docente é um fator que merece atenção no contexto do uso das TIC na educação.
Acreditamos assim, que a formação do docente assumiria uma nova configuração..
Na questão 8 a autora entra de fato nas mídias especificas da pesquisa. Nesta questão os entrevistados respondem se as ferramentas tecnológicas, TV e vídeo, são instrumentos educativos. Observa-se a unanimidade das respostas no gráfico 8.
Gráfico 8 – Questão 8
Fonte: Autora
Assim como todos os entrevistados acreditam que o vídeo e a TV possuem força como um instrumento educativo, Moran também corrobora com eles.
A televisão, o cinema e o vídeo - os meios de comunicação audiovisuais - desempenham, indiretamente, um papel educacional relevante. Passam-nos continuamente informações, interpretadas; mostram-nos modelos de com- portamento, ensinam-nos linguagens coloquiais e multimídia e privilegiam alguns valores em detrimento de outros. ( MORAN, 2000)
Moran também faz uma análise do cenário educacional em relação a TV e o vídeo, deixando claro da emergência de se inserir essas ferramentas de forma pedagógica na ação dos professores.
A TV fala da vida, do presente, dos problemas afetivos - a fala da escola é muito distante e intelectualizada - e fala de forma impactante e sedutora - a escola, em geral, é mais cansativa. O que tentamos contrapor na sala de aula, de forma desorganizada e monótona, aos modelos consumistas vigen- tes, a televisão, o cinema, as revistas de variedades e muitas páginas da In- ternet o desfazem nas horas seguintes. Nós mesmos como educadores e telespectadores sentimos na pele a esquizofrenia das visões contraditórias de mundo e das narrativas (formas de contar) tão diferentes dos meios de comunicação e da escola. (MORAN,pg 162, 2000)
Na questão 9 a autora buscou levantar a quantidade dos entrevistados que fazem o uso da TV e do vídeo em sala.
Gráfico 9 – Questão 9
Fonte: Autora
Aqui afirmamos que 100% dos entrevistados utilizam esses recursos em
sala.
No que diz respeito à frequência de utilização do vídeo em sala de aula, o gráfico 10 indica que 50% utilizam até 3 vezes por semana, 25% até uma vez por semana e 25% afirmam não ser possível quantificar pois nunca utiliza.
Gráfico 10 – Questão 10
Fonte: Autora
Na questão 11, foi feita uma pergunta aberta sobre a forma com que os entrevistados utilizam a TV e o vídeo em sala.
-
Estimular s fala, a concentração e a linguagem visual.
- Utilizo este recurso conforme o projeto de trabalho com as crianças.
- De acordo com o planejamento construído a partir do movimento das crian- ças.
- Para constribuir com o projeto desenvolvido e algumas vezes quando algu- mas crianças trazem DVD e também após a janta para organizar as crianças (troca de roupa)
- É utilizada como instrumento de pesquisa
- Na formação dos professores procuro utilizar vídeos, fotos e apresentações em Power point para exemplificar os conceitos estudados.
- Como entretenimento para as crianças.
Na questão 12, observa-se que existe a disponibilidade de uso por parte dos entrevistados a qualquer momento. 100% deles afirmam não necessitar agen- damento para utilizar essas ferramentas.
Gráfico 12 – Questão 12
Fonte: Autora
Na questão 13, a autora disponibilizou alguns conceitos a serem assina- lados pelos entrevistados de acordo com a concepção de cada um.
3% deles acreditam que que essas ferramentas se tornam uma espécie de babá ele- trônica, outros 3% conceituam como educação 3.0. Já17% acreditam que essas fer- ramentas tecnológicas se tornam uma nova forma de se mediar o conhecimento. 14% acreditam ser diversão e colaboração e 23% conceituam que o uso dessas fer- ramentas representam comunicação e dinamismo. 20% interação e inovação e por fim, 20% criatividade e prática motivadora. Nenhum entrevistado acredita que o uso dessas ferramentas podem caracterizar a ausência de aprendizagem.
Gráfico 13 – Questão 13
Fonte: Autora
A questão 14 traz o levantamento das dificuldades encontradas e, se existe, quanto ao uso das TIC e mídias no fazer pedagógico.
- Sim, principalmente a forma de usa-las adequadamente em sala e ter o equi- pamentos na unidade.
- Preocupo-me com o exagero. Se nós ficarmos dependentes das mídias ou se elas forem utilizadas apenas para domesticar os corpos. Fico preocupada quando há uma rotina na utilização da TV, fazendo com que as crianças fi- quem quietinhas para os adultos ficarem livres.
- Sim, pois sinto que falta um esclarecimento melhor sobre o uso desta ferra- menta tão rica e importante para nós em quanto professores.
- Algumas vezes, por não saber montar o equipamento.
- Sempre que encontro dificuldade solicito o auxilio de algum colega.
- Sim, falta formação referente ao manuseio.
- Na instalação desses recursos (retroprojetor, computadores, multimídia, da- tashow)
- Não encontro dificuldade
A questão 15 a autora procura saber, por meio dos entrevistados, se exis- te algum documento da secretária municipal de educação que traga alguma orienta- ção quanto ao uso das ferramentas tecnológicas na educação.
O gráfico aponta que apenas 15% afirma não existir qualquer documento e 85 % confirmam existir.
Nesta questão pode-se observar que existe um choque e informações, onde os entrevistados não corroboram com a resposta.
Gráfico 15 – Questão 15
Fonte: Autora
Por fim, a questão 16, formulada pela autora, traz uma visão dos entre- vistados quanto a qualidade desse documento para orientar os profissionais da uni- dade educativa quanto ao uso das ferramentas tecnológicas na educação.
Gráfico 16 – Questão 16
Fonte: Autora
72% dos entrevistados apontam que o documento, da secretaria munici- pal de educação, que orienta os profissionais da educação é suficiente para que ocorra uma prática inovadora. Já 28% dos entrevistados afirmam que este documen- to não é suficiente.
10.1.2. Atividades aplicadas.
Ao decorrer do segundo semestre, a autora buscou junto aos materiais ofer- tados para os alunos do curso de especialização em mídias na educação, uma práti- ca inovadora com a utilização do vídeo e a TV na prática pedagógica com o grupo V- VI do NEI Maria Salomé dos Santos.
A partir do pressuposto de que a criança vive a cultura infantil no seu dia a dia, cons- truímos um foguete na sala, como primeira ação do projeto intitulado “eu conto, tu conta, eles contam: minha história, minha cultura, meu mundo”.
O foguete foi utilizado como recurso de fomentação da imaginação e a ludici dade. Nosso amigo africano, Arestides, viajou quilômetros por meio do foguete para visitar as crianças.
Ele trouxe consigo um vídeo, criado por ele mesmo, que mostrou um pouco de sua cultura, história e costumes.
Ilustração 1- Momento em que o Arestides chega por meio do foguete.
Fonte: Da autora
O vídeo, que por sinal foi muito bem elaborado, prendeu os olhos das crian- ças que dificilmente se concentravam para qualquer atividade que fosse desse gê- nero. O que mais me chamou a atenção, foi que por ser utilizado o data show no lugar do televisor, algumas crianças falavam que estava no cinema, algumas até pediram pipoca.
Ilustração 2 - Momento em que o Arestides mostrou o vídeo.
Fonte: Da autora
As atividades ocorreram do mês de outubro a dezembro de 2014 envolvendo o uso de diversos vídeos e imagens. Em momentos fizemos o uso da TV como re- curso tecnológico para passar os vídeos. Em outros momentos o Data show, pois a TV não funcionava.
Como ponto principal, trabalhamos as diferenças que existem no mundo, ao começar pela nossa cor, até o modo que nos vivemos.
O projeto surgiu após auscultarmos e observarmos algumas crianças, no pe- ríodo de inserção, apresentando atitudes de discriminação social e preconceito racial com alguns colegas.
Estas atitudes nos remeteram a uma reflexão a cerca da necessidade de tra- balharmos a valorização e o respeito das diferenças que existem não só em nossa sala, mas no mundo inteiro, ampliando a visão e conhecimento de mundo dos pe- quenos.
Sendo assim, não poderíamos deixar com que as crianças crescessem cons- truindo conceitos de que a cor da pele, condição física ou social é que irá definir o seu papel social no mundo.
As famílias participaram das ações propostas, algumas vieram na unidade pa- ra relatar as suas vivencias, ampliando a relação creche-família.
O projeto se voltou à história do nosso país, contemplando os direitos das crianças, os aspectos sociais, culturais e história, abordando os principais países que influenciaram na construção da nossa identidade.
Usamos as TIC como ferramentas mediadoras, mostrando, através de vídeos, algumas manifestações culturais presentes em todo país.
Ao abordarmos a influencia japonesa, as crianças participaram de uma web conferencia com o Marcelo, cidadão brasileiro que mora no Japão.
Essa é uma das experiências vivida pelas crianças que jamais esquecerão. O fato de estarem interagindo com uma pessoa do outro lado do mundo, deixou-lhes impressionadas. Acabamos fazendo uma comparação sobre o real, o que se é visto e falado no momento, com o que é feito e visto mais tarde, no caso, os vídeos de danças de diversos lugares que vimos no decorres do projeto.
Ao vivenciarem a história e cultura dos índios, construímos uma oca onde as crianças brincaram, almoçaram, pintaram e simularão serem índios nativos da Ama- zônia protegendo a mata e os animais.
Neste contexto, as crianças observaram como é a vivencia dos índios por meio dos vídeos ilustrando seus costumes de crenças.
Abordando a nossa miscigenação, a África foi o ponto de partida. Utilizamos as histórias da Bruna e a galinha da Angola, Menina bonita do laço de fita, Meu avô africano. Algumas dessas histórias contamos através do livro e também por meio de vídeos que ilustravam a história, dando vida aos personagens.
O africano Arestides nativo de Moçambique fez uma visita para o grupo, o modo com que eles o receberam foi contagiante e nos fez ter certeza que estávamos no caminho certo em nossas ações.
Ao abordamos os portugueses, trabalhamos a cultura açoriana onde realiza- mos diversos passeios pela nossa cidade.
Contemplamos a cultura local, aonde a rendeira local veio visitar as crianças e contar um pouco da sua história mostrando a arte para as eles e ganhamos uma almofada para que o grupo aprendesse a arte do bilro.
As crianças participarão do 21ª Açor com a apresentação da dança da ratoei- ra. O evento é realizado uma vez ao ano em território estadual, no ano de 2014 foi a vez de Florianópolis onde UFSC em conjunto com a PMF realizou o evento.
Personagens históricos da nossa ilha fizeram parte das ações como Franklin Cascaes, Cruz e Sousa e Victor Meirelles.
Ainda dentro do projeto, abordarmos a cultura e história do Peru e Argen- tina, pois o grupo possuía três crianças aos quais os pais possuem essa nacionali- dade.
O principal objetivo foi o de fortalecer a identidade, autonomia, autoestima, autoconfiança e a criticidade das crianças a partir das relações socioculturais, esti- mulando-os e ampliando a sua visão do mundo em que vivem, sendo conhecedores de novas culturas e se percebendo como seres únicos, ativo e participativo nas rela- ções com a sociedade, onde eles possam entender e respeitar as diversidades em um mundo a ser descoberto por eles mesmos, promovendo a construção da identi- dade coletiva e individual das crianças
O projeto participou do prêmio “ escola: lugar de brincadeira, diversidade e cultura” do Minc, foi um dos 40 premiados em território nacional.
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A unidade educativa onde foi realizada a pesquisa, não dispõe de TV com canais abertos, ou seja, ela é utilizada pelos profissionais apenas como suporte para os vídeos nos momentos de higienização, organização da sala e nos dias de chuva.
As crianças se compenetravam mais ao ver e ouvir as histórias contadas por meio do vídeo, onde as mesmas ganharam animação, que foi o caso da história da “BRUNA E A GALINHA DA ANGOLA”, “MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA”,
“MÃOS DE VENTO OLHOS DE DENTRO” e alguns vídeos curtos que retratavam questões de valores e a cultura do nosso pais. Bem diferente de falar e provocar a imaginação das crianças, o vídeo tráz algo pronto, porém leva-nos para longe, despertando a vontade de conhecer determinados locais, coisa e pessoas.
A TV, na forma que foi utilizada, como meio de transmitir os vídeos, não teve muita aprovação por meio das crianças, ao se depararem com os vídeos sendo transmitidos por meio do data show, ela nunca mais foi lembrada.
Em relação aos questionários, as respostas foram ao mesmo tempo esclarecedoras e preocupantes, pois, em uma visão geral dos dados, os entrevistados utilizam as TIC e mídias disponíveis na unidade, porém, ao retratarem das dificuldades, não trazem suas angustias quando a fora de uso, mas sim sobre a forma de se manusear e montar tais ferramentas. Deixando bem claro que a preocupação se difere com o que a autora estava aguardando como resposta e apontado que a falta de formação dos profissionais na área tecnológica na educação é gritante.
Durante o desenvolvimento da pesquisa, observaram-se inúmeros fatores que levam a crer que o emprego dos recursos tecnológicos na educação trarão novos meios de ensino e aprendizado. Sendo assim, sugere-se a criação de: Políticas de formação de professores na utilização das TIC e das mídias, curso de capacitação regular para os educadores, criação de projetos de visem à construção do conhecimento por meio das TIC e das mídias, criação de cursos de interdisciplinares por meio das TIC
12. REFERÊNCIAS
ADORNO JÚNIOR, Uzias Ferreira. A influência da mídia na educação. Faculdade Albert Einstein, Brasília, 2009. Disponível em:
. Acesso em: 15 mar. 2013.
BRASIL. Governo Federal. Balanço do Governo 2003/2010: cidadania e inclusão digital. Livro 4, v.2 , cap. 9, 2003/2010. Disponível em:
. Acesso em 10 mar. 2015.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em:. Acesso em 15 fev. 2015.
BUCKINGHAM, David. Educação para a mídia - alfabetização, aprendizagem e cultura contemporânea.Cambridge: Polity Press, 2003
CASAGRANDE, Mariana; Valério, Ana Claudia. A influência da televisão na educação infantil. Revista advérbio, volume VII número 14. Disponível em:
Acesso em 10 de mar. 2015
DANTAS, Aleksandre Saraiva. A formação inicial do professor para o uso das tecnologias de comunicação e informação. Holos, Natal - RN, v. 1, mai. 2005. Disponível em: . Acesso em: 12 mar. 2013.
Estudo exploratório sobre o professor brasileiro com base nos resultados do Censo Escolar da Educação Básica 2007 / Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Edu- cacionais Anísio Teixeira. – Brasília : Inep, 2009.
FERREIRA, Andréia de Assis. Apropriação das novas tecnologias: concepções de professores de História acerca da Informática Educacional no processo de ensino- aprendizagem. 2004. 130 p. Disponível em:
. Acesso em: 01 mar. 2015.
FERRÉS, Joan. Vídeo e educação. 2. Ed. Porto Alegre: Artes Médicas. 1996.
GATTI, Bernadete; BARRETO, Elba Siqueira de Sá. Professores do Brasil: impasses e desafios.– Brasília: UNESCO, 2009.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projeto de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas,1991.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa. Social 5. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
Gilka Girardello, Televisão e Imaginação Infantil: Histórias da Costa da Lagoa. Tese de Doutorado, ECA/USP, 1998.
GREGIO, Bernardete Maria Andreazza. O uso das TICs e a formação inicial e continuada de professores do Ensino Fundamental da escola pública estadual de Campo Grande/MS: uma realidade a ser construída. Campo Grande, 2005. 339f. Dissertação (Mestrado). Mestrado em Educação. Universidade Católica Dom Bosco
–UCDB. Disponível em:tp://www3.ucdb.br/mestrados/arquivos/dissert/391.pdf>. Acesso em: 08 fev. 2015.
MARTINS, J. E.; BICUDO, M. A. V. A pesquisa qualitativa em Psicologia –
fundamentos e recursos básicos. São Paulo: Vozes, 1994.
_educacao.html>. Acesso em 10 fev. 2014
PIAGET, J. O Estruturalismo. São Paulo: Difel, 1970a.
PACHECO, Elza Dias. Televisão, Criança, Imaginário e Educação. Campinas: Papirus, 1998.
PEREIRA, Maryana Barrêtto; JESUS Daiany Pereira de. In: V Colóquio Internacional: “Educação e Contemporaneidade”, 2011. São Cristóvão, SE, set. 2011.Disponívelem:tp://www.educonufs.com.br/vcoloquio/cdcoloquio/cdroom/eixo
PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984
APÊNDICE A – Questionário aplicado na pesquisa.
( ) DE 2 A 4 ANOS ( ) DE 4 A 6 ANOS ( ) DE 6 A 8 ANOS
( ) ESPECIALIZAÇÃO ( ) MESTRADO
( ) 1 A 3 ( ) 4 A 6 ( ) 7 A 8 ( ) 9 A 10
( ) INTERMEDIÁRIO ( ) AVANÇADO
( ) ATÉ 4 VEZES POR SEMANA ( ) ATÉ 3 VEZES POR SEMANA ( ) ATÉ 1 VEZ POR SEMANA
( )NÃO É POSSÍVEL QUANTIFICAR NUNCA UTILIZO
( ) VIDEOAPOIO( IMAGEM SEM SOM)
( ) PROGRAMA MOTIVADOR ( VÍDEOS ACABADOS )
( ) PROGRAMA MONOCONCEITUAL (CONTEÚDO DE ENSINO) ( ) VÍDEO INTERATIVO (ASSOCIADO À OUTRA MÍDIA)
( ) VÍDEOPROCESSO ( PRODUÇÃO DA CRIANÇA)
( ) NÃO É NECESSÁRIO AGENDAMENTO POIS OS EQUIPAMENTOS ESTÃO DISPONÍVEIS EM SALA.
( ) NECESSITA AGENDAMENTO ANTECIPADO, DE PREFERÊNCIA NO INÍCIO DO SEMESTRE LETIVO.
( ) COMUNICAÇÃO E DINÂMISMO ( ) INTERAÇÃO E INOVAÇÃO
( ) CRIATIVIDADE E PRÁTICA MOTIVADORA ( ) DIVERSÃO E COLABORAÇÃO
( ) NOVA FORMA DE SE MEDIAR O CONHECIMENTO ( ) EDUCAÇÃO 3.0
( ) FALTA DE EQUIPAMENTO ( ) FALTA DE ESPAÇO FISICO
( ) FALTA DE MOTIVAÇÃO POR MEIO DO APOIO PEDAGÓGICO
( ) DIFICULDADE EM COMO UTILIZAR O RECURSO TECNOLOGICO ( ) NÃO TENHO DIFICULDADE.
Publicado por: Eliane Brusco das Chagas
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Monografias. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.