TRANSTORNO OPOSITIVO DESAFIADOR: PROFESSOR E INSTITUIÇÃO ESCOLAR UNIDOS NA SUPERAÇÃO DO TOD NO ENSINO DE CRIANÇAS DA PRÉ-ESCOLA - 4 E 5 ANOS

índice

Imprimir Texto -A +A
icone de alerta

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Monografias. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

1. RESUMO

O presente estudo reflete sobre como o professor e a instituição escolar devem intervir unidos no incentivo à evolução educacional de crianças com Transtorno Opositivo Desafiador - TOD, na Pré-escola - 4 e 5 anos. Identifica qual trabalho é considerado eficaz na vida acadêmica dos alunos que apresentam este transtorno de modo que alcancem uma aprendizagem satisfatória e de qualidade. Contribui para apontar as relações mais harmoniosas e menos árduas no ambiente escolar, para vencer os comportamentos difíceis dessas crianças. Para a elaboração da pesquisa utilizou-se o método hipotético-dedutivo e embasado em pesquisas bibliográficas e colhimento de relatos feitos por professoras de um aluno acometido do distúrbio comportamental. Possibilitou maior compreensão do quão relevante se faz o empenho desses profissionais no avanço educativo dos alunos que possuem o TOD e ainda, fazer com que a sociedade reconheça o devido assunto, descartando as rotulações como indisciplina, falta de limites, desobediência e excesso de mimo. Constata-se que as crianças que possuem o Transtorno Opositivo Desafiador, precisam ser compreendidas e ajudadas, sendo inclusas de fato no âmbito escolar e sendo eliminadas atitudes apenas integrativas. O professor e a instituição escolar precisam estar dispostos e batalhar sempre, para que haja uma contribuição positiva na superação do transtorno, auxiliando as crianças no alcance da aprendizagem almejada por meio de metodologias inovadoras, agradáveis e corretas, tratamento com igualdade, respeito e jamais excluindo-as por suas limitações, mas sim, colaborando gradativamente em seu sucesso educacional.

Palavras-chave: Transtorno Opositivo Desafiador. Evolução Educacional. Sociedade. Igualdade. Inclusão.

ABSTRACT

Present study reflects on how the teacher and the school institution should intervene together in encouraging the educational evolution of children with Oppositional Defiant Disorder - ODD, in Preschool - 4 and 5 years old. Identifies which work is considered effective in the academic life of students that present this disorder, so that they achieve a quality and satisfactory learning. It helps to point out the most harmonious and least arduous relationships in the school environment to overcome the difficult behaviors of these children. For the elaboration of the research it was used the hypothetical-deductive method and developed bibliographical researches, and collection of reports made by teachers of a student affected by the behavioral disorder. It allowed a greater understanding of how relevantis  the commitment of these professionals  in their educational advancement in the students who have the ODD and also making the society recognize the proper subject, discarding the labels as indiscipline, absence of limits, disobedience and excessive pampering. It is appears that children with  Oppositional Defiant Disorder need to be understood and helped, being actually included in the school environment and been eliminated only integrative attitudes. Teacher and the school institution need to be willing and always strive to providing a positive contribution to overcoming the disorder, helping children to achieve the desired learning through innovative, pleasant and correct methodologies, treatment with equality and respect and never excluding them because of their limitations, but gradually contributing to their educational success.

Keywords: Oppositional Defiant Disorder. Educational Evolution. Society. Equality. Inclusion.

2. INTRODUÇÃO

Muito se tem discutido acerca de alguns transtornos do neurodesenvolvimento, que muitas vezes afetam a aprendizagem, diversos ainda desconhecidos pela sociedade, sendo um deles o Transtorno Opositivo Desafiador, em que a criança apresenta comportamentos agressivos, desafiadores e opositores, o qual é confundido constantemente com indisciplina.

Frente a isso, a razão da origem do tema Professor e Instituição Escolar unidos no incentivo à evolução educacional de crianças com Transtorno Opositivo Desafiador - TOD na Pré-escola - 4 e 5 anos, é a conscientização de como ambos devem agir perante a esse transtorno, para que haja uma aprendizagem sólida, através de meios de ensino considerados por elas atraentes e divertidos.

Justifica-se a pesquisa, a partir da dificuldade que os alunos com TOD enfrentam ao ingressarem no ambiente escolar, pois, além de sofrerem com seus próprios comportamentos, geralmente se deparam com situações de preconceito por parte dos outros alunos e até mesmo do professor.

O problema arguido trata-se de como é possível o educador e a instituição escolar enfrentarem juntos este transtorno, contribuindo no incentivo à evolução educacional dessas crianças de 4 e 5 anos, fazendo ainda com que as mesmas sejam inclusas de fato no ambiente educacional e como devem agir para amenizar estes conflitos existentes, decorrentes à sua postura negativista e hostil.

Acredita-se que tanto para o professor quanto para os colegas de turma das crianças que possuem o TOD, são encontrados desafios tal como lidar com elas diante de seus comportamentos implicantes, resistentes à aceitação de regras e muitas vezes violentos, o que torna a convivência bastante incômoda. Assim, supõe-se que o ensino dessas crianças só será possível a partir do momento em que o professor e a instituição escolar estejam dispostos a trabalhar de modo que facilite o seu convívio com todos que estão à sua volta, buscando uma maior aproximação a esses educandos e tratando-lhes com mais paciência e compreensão, entendimento e ajuda, podendo construir desta forma, laços de confiança e afetividade, transmitindo ainda a sensação de segurança e carinho, possibilitando-lhes trilhar os caminhos da educação tendo suas limitações aceitas e respeitadas.

A pesquisa conta com o método hipotético-dedutivo, o qual trabalha com a obtenção de resultados através do levantamento de hipóteses e com o método auxiliar bibliográfico, caracterizado pela literatura e afins teóricos que abarcam a temática, como Gustavo Teixeira e Márcia Denise Pletsch.

Os objetivos para a elaboração desse estudo resumem-se em investigar sobre o Transtorno Opositivo Desafiador e como vencê-lo no dia a dia escolar, visando um trabalho significativo com os discentes que trazem consigo os devidos comportamentos, para que consigam prosseguir no processo de aprendizagem. Demonstrar ainda, a importância do professor e da instituição escolar trabalharem em comunhão na propícia de meios mais agradáveis e prazerosos no ensino de crianças que apresentam o TOD, presentes na Pré-escola. E também, verificar as melhores formas de interação para que haja uma boa convivência social e a mediação de conhecimentos com as crianças que possuem o Transtorno Opositivo Desafiador.

Portanto, professor e instituição escolar atuando juntos, podem proporcionar a essas crianças o alcance de uma aprendizagem satisfatória de modo saudável, pois, através de metodologias inovadoras, atraentes, flexíveis e lúdicas, estimulam sua imaginação, criatividade e criticidade, transmitindo a elas simpatia, o que gera uma convivência mais harmoniosa e melhora sua autoestima. Além disso, ao ter suas limitações compreendidas e respeitadas, sendo realizado um processo de ensino e socialização escolar adequado, os sentimentos de frustração que essas crianças possuem vão diminuindo aos poucos, com maior probabilidade de comportamentos bons aparecerem com mais frequência.

3. BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

As informações históricas que seguem permitem a percepção da realidade e evolução da educação inclusiva. Em análises de Granemann[1] é verificável que o termo inclusão é recepcionado de uma maneira bastante nova, pois não era visto com a mesma significância e relevância reconhecidas neste início do século XXI, ou seja, passou por diversas concepções e entendimentos resultados das épocas, culturas e capacidade científica de análise menos elaborada.

Historicamente, de acordo com estudos de Amaral[2] a educação era acessível apenas a um pequeno grupo homogêneo, ou seja, a classe social considerada nobre e os que não pertenciam a esse grupo ficavam totalmente esquecidos na sociedade.

Além das populações mais desfavorecidas sofrerem certo preconceito, as crianças com necessidades especiais, tanto físicas quanto mentais também presenciavam constantemente a existência da discriminação, as quais não tinham liberdade de praticamente nada.

Segundo Correia[3]

A Idade Antiga, na Grécia é considerada um período de grande exclusão social, pois crianças nascidas com alguma deficiência eram abandonadas ou mesmo eliminadas, sem chance ou direito ao convívio social. Na Idade Média, pessoas com deficiência eram também marginalizadas, até por questões sobrenaturais, rotuladas como inválidas, perseguidas e mortas. Assim, muitas vezes as famílias preferiam escondê-las e assim, privá-las da vida comunitária e social.

Com isso, observa-se a existência de privação da vida social, por não terem a oportunidade de conviver com outras pessoas, pois, forças maiores as mantinham distantes, totalmente excluídas e não eram consideradas como um ser dotado de direitos e deveres.

No Brasil, até por volta da década de 1950 nem tocava-se no assunto a respeito da educação inclusiva, pois segundo o Ministério da Educação[4] essa só começou a ser discutida no ano de 1970, quando se tentou realizar a inserção da criança especial na sociedade.

Conforme Carvalho[5]

Ao final do século XX [...] no Brasil [...]. Surgem, então, as expressões “Educação para todos”, “Todos na escola”, “Escola para todos”. Porém, [...] a ideologia da educação inclusiva vem sendo difundida desde o século XVIII por Pestalozzi e Froebel quando eles afirmavam a importância do “respeito à individualidade de cada criança”.

Mas pode-se dizer que a inclusão somente ganhou força após muitos obstáculos enfrentados no ano de 1994 com a Declaração de Salamanca, que de acordo com as ideias de Mendes[6] “foi o resultado da Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais especiais: Acesso e Acessibilidade ocorrida na cidade de Salamanca, na Espanha” entre 7 e 10 de junho de 1994.

Argumentos realizados por Frias[7] demonstram que essa conferência foi realizada pela UNESCO - Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura e, trata dos princípios, política e prática na área das necessidades educativas, visando uma pedagogia adequada para essas crianças e salienta, ainda, propostas, direções e recomendações para a realização de uma nova estrutura, um novo pensar sobre a educação inclusiva com foco nas especificidades que cada uma apresenta.

Frias[8] afirma que      

A Educação Inclusiva, diferentemente da Educação Tradicional, na qual todos os alunos é que precisavam se adaptar a ela, chega estabelecendo um novo modelo onde a escola é que se precisa se adaptar às necessidades e especificidades do aluno, buscando além de sua permanência na escola, o seu máximo desenvolvimento. Ou seja, na educação inclusiva, a uma escola deve se preparar para enfrentar o desafio de oferecer uma educação com qualidade para todos os seus alunos. Considerando que, cada aluno numa escola, apresenta características próprias e um conjunto de valores e informações que os tornam únicos e especiais, constituindo uma diversidade de interesses e ritmos de aprendizagem, o desafio da escola hoje é trabalhar com essa diversidade na tentativa de construir um novo conceito do processo ensino e aprendizagem, eliminando definitivamente o seu caráter segregacionista, de modo que sejam incluídos neste processo todos que dele, por direito, são sujeitos.

A educação inclusiva atende todos os alunos com suas particularidades, possuindo ou não deficiência, proporcionando a eles a oportunidade de aprenderem e conviverem juntos, reconhecendo e valorizando as diferenças no âmbito escolar.

Considerando-se os relatos de Frias[9] é possível perceber que o ato de inclusão nas escolas engloba pessoas com deficiência visual, auditiva, mental/intelectual, neuromotora, física, superdotação, distúrbios de aprendizagem como dislexia, disgrafia, discalculia, dislalia, disortografia e por fim, alguns tipos de transtornos globais do desenvolvimento que causam conflitos nas interações sociais, também prejudiciais ao aprendizado em decorrência de seus maus comportamentos.

Com o passar do tempo, foram surgindo os temidos transtornos do neurodesenvolvimento que interferem nos comportamentos, descritos pela APA[10], considerando-se o Transtorno do Espectro Autista - TEA, Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH, Transtorno Bipolar, Transtorno de Ansiedade e o Transtorno Opositivo Desafiador - TOD, sendo esses, espécies de transtornos que as vezes possuem ligação um com o outro, ou por vezes caminham de forma individual e, não sendo tratados, prejudicam a vida escolar e o convívio social das crianças, as quais necessitam do apoio do processo de inclusão tanto quanto os outros tipos de necessidades especiais.

De acordo com pesquisas realizadas por Kassar[11], verifica-se que a educação inclusiva até hoje, luta bravamente para conseguir o seu espaço nas escolas de ensino regular, tentando extinguir certos tratamentos preconceituosos e incompatíveis no ambiente escolar, fazendo com que não exista educação especial e educação comum, mas sim, educação de modo geral, na qual ambas sejam vistas como uma só e não duas formas diferentes de educação. São necessários apenas metodologias e recursos adequados, mas o direito à educação é o mesmo para todos.

Segundo Pletsch[12]

Educação inclusiva implica em uma transformação na estrutura física, organizacional, pedagógica e filosófica da escola. Para ser inclusiva, uma escola tem que ter acessibilidade (nos aspectos arquitetônicos, materiais e de comunicação), flexibilidade curricular, práticas pedagógicas diferenciadas de ensino e avaliação, e, principalmente, uma equipe de professores e gestores capacitados para lidar com a diversidade dos estilos de aprendizagem e demandas de seu aluno.

Infelizmente, ainda é observada em escolas da rede regular de ensino a presença da desigualdade e discriminação sofridas por esses alunos. As próprias escolas tentam camuflar estes aspectos negativos e, com isso, cometem-se o erro em rotular o aluno como especial dentro da instituição, criando assim, um sentimento de diferença entre os educandos.

Em vista disso, torna-se imprescindível acabar com esses gestos entristecedores, fazendo com que a inclusão desses alunos aconteça realmente, e juntos possam alcançar o sucesso, pois da forma que se encontra no atual momento, apenas estão sendo inseridos, mas em momento algum inclusos.

Para Mantoan[13]

A inclusão causa uma mudança de perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apóia a todos: professores, alunos, pessoal administrativo, para que obtenham sucesso na corrente educativa geral.

Com a evolução diária, é possível identificar o quão a educação inclusiva vem se destacando, tendo o direito à educação para todos, amparado por algumas Leis como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96, a Constituição Federal de 1988 e o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos. Segundo as ideias de Goffredo[14]

Frente a esse novo paradigma educativo, a escola deve ser definida como uma instituição social que tem por obrigação atender todas as crianças, sem exceção. A escola deve ser aberta, pluralista, democrática e de qualidade. Portanto, deve manter as suas portas abertas às pessoas com necessidades educativas especiais.

Considera-se que, as crianças que possuem qualquer tipo de necessidade especial, sejam físicas ou mentais, têm o direito de frequentar a rede regular de ensino, eliminando assim, qualquer forma de exclusão.

Para os educadores são oferecidos cursos de capacitações e especializações para que os mesmos sejam capazes de lidar, de buscar metodologias e inovações para auxiliar no ensino-aprendizagem dos alunos, pois o docente é uma peça importantíssima na vida das crianças. Por isso, é primordial que se disponha e se esforce, ajudando na inclusão escolar e social desses educandos, não permitindo que a ideia da inclusão permaneça apenas prescrita em um documento. Ou seja, é fundamental que o professor colabore positivamente nesse processo, do contrário nada mudará na evolução educacional e social dessas crianças.

Mazzotta[15] deixa explícito que “a formação e a prática docente devem ir além da mera reprodução tecnicista e burocrática” quando coloca que:

[...] ao educador não cabe o papel de mero executor de currículos e programas predeterminados, mas sim de alguém que tem condições de escolher atividades, conteúdos ou experiências que sejam mais adequadas para o desenvolvimento das capacidades fundamentais do grupo de alunos, tendo em conta seu nível e suas necessidades.[16]

Sendo assim, os docentes devem ir adiante do que é imposto nos currículos, sendo sempre capazes de inovar, visando o desenvolvimento integral dos alunos, respeitando e atendendo suas especificidades, através das didáticas apropriadas.

São muitos desafios a serem enfrentados pelo caminho da educação inclusiva, entretanto, é essencial que o professor juntamente com a escola tomem a iniciativa e busquem por novas alternativas, que possibilitem a ultrapassagem das barreiras, acolhendo os alunos por completo, extinguindo os simples atos integrativos.

3.1. Transtorno Opositivo Desafiador

O TOD - Transtorno Opositivo Desafiador é definido como um transtorno do neurodesenvolvimento ou transtorno comportamental, que de acordo com estudos já existe desde a década de 1960 e é conhecido também, como Transtorno Opositor Desafiador, Transtorno Desafiador de Oposição, Transtorno Opositor Desafiante, Transtorno Desafiador Opositivo ou Transtorno Desafiador Opositor, que tratam do mesmo assunto e possuem as mesmas características, apenas mudam as nomenclaturas em virtude da tradução ou do manual utilizado, sendo eles o CID 10 - Classificação Internacional de Doenças, que tem a função de normalizar e classificar doenças e outros problemas de saúde, indicando variados sintomas, causas e circunstâncias ou o DSM-V - Manual de Psiquiatria, que trata de características diagnósticas dos transtornos mentais.

Segundo Teixeira[17]

Estudos americanos atribuem esse diagnóstico em cerca de 10% das crianças em idade escolar, sendo duas vezes mais frequente entre meninos. Os sintomas iniciais do transtorno desafiador opositivo ocorrem normalmente entre 6 e 8 anos de idade.

Em vista disso, o TOD ocorre com mais frequência em meninos antes da puberdade, entre 6 e 8 anos de idade, mas há casos em que aparecem com antecedência, entre 4 e 5 anos. Em conformidade com o DSM-IV[18], após a puberdade as taxas do transtorno em meninas são praticamente iguais a do sexo masculino, porém, mesmo os sintomas sendo semelhantes, os comportamentos confrontosos prevalecem mais nos homens e caso não haja um acompanhamento adequado, os sintomas vão se intensificando, à medida que a criança vai ficando mais velha.

O Distúrbio comportamental normalmente é confundido com indisciplina, pelo fato da existência de comportamentos desafiadores e desobedientes, mas isso só demonstra o pouco conhecimento que a sociedade apresenta sobre este transtorno.

Crianças que possuem o TOD sofrem com a presença de comportamentos difíceis e, com isso, nem sempre conseguem se desenvolverem saudavelmente, pois, se este fator não for tratado da maneira correta poderá gerar diversas situações consideradas tensas e árduas, levando a uma situação de desarmonia no ambiente familiar e escolar, causando ainda outras consequências. Assim, a criança não deve ser responsabilizada pelos seus atos, sendo que ela apresenta um transtorno que a induz na maneira de se comportar. Por isso, é importante que se inicie um acompanhamento o quanto antes, também pelo fato de que, ao se apresentar na infância, quando não tratado pode-se se tornar a principal causa de comportamentos transgressores na juventude.

Geralmente o TOD é confundido com o TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, por apresentar em certas ocasiões, sintomas bem parecidos, como por exemplo, inquietude e talvez desatenção, mas é essencial destacar que, às vezes, a criança pode apresentar o TOD como uma comorbidade do TDAH, ou vice-versa, porém, nem sempre os dois transtornos estão associados. Conforme Teixeira[19]

Essa associação é muito comum, estando presente em até 14% dos casos. Essas crianças apresentam maior agressividade, maior impulsividade, mais conflitos com os outros estudantes, maior dificuldade nos relacionamentos sociais e pior desempenho acadêmico.

Sendo assim, é indispensável a realização de um diagnóstico completo, já que o TOD é comparado ao TDAH em diversas situações, pelo motivo da criança manifestar agitação, não conseguir controlar seu ritmo, apresentar dificuldade para se acalmar e ter comportamentos extremos e repetitivos.

Seguindo o raciocínio de Brites[20], além da associação ao TDAH o TOD também pode associar-se ao Transtorno de Ansiedade, Depressão, Transtorno do Pânico, Transtorno Bipolar, Transtorno do Espectro Autista - TEA e Distúrbios de Aprendizagem, com isso, existem casos em que a criança desenvolve o TOD por apresentar um ou dois destes transtornos e se não for identificado isso, o tratamento fica incompleto.

Crianças que apresentam o Transtorno Opositivo Desafiador são extremamente opositoras e desafiadoras, discutem sempre por coisas mínimas, tendo dificuldades em se relacionar socialmente, pelo fato de possuirem comportamentos hostis e negativistas, sendo expostos por meio de teimosia persistente e resistência em ceder algo a outras pessoas, sejam elas adultos ou crianças. Inclusive, expressam sentimentos de frustração quando as pessoas se afastam delas, porém, ao mesmo tempo manifestam de forma agressiva a vontade de se isolarem em diversos momentos.

O comportamento desafiador também pode incluir testagem contínua dos limites, geralmente ignorando ordens, discutindo e deixando de aceitar a responsabilidade pelas más ações. A hostilidade pode ser dirigida às pessoas próximas, a qual é demonstrada ao incomodar ou agredir verbalmente as mesmas de modo rotineiro, como se fosse algo normal. No TOD essas atitudes são consecutivas e excessivas em comparação às ações executadas pelas outras crianças.

De acordo com Serra-Pinheiro, Schmitz e Mattos[21] apud Meira[22], “trata-se de um transtorno disruptivo que leva os indivíduos a perderem facilmente o controle se as coisas não seguem a forma que eles desejam”.

Esses comportamentos manifestados de forma agressiva e sem qualquer controle emocional geram situações bastante conflituosas, não somente para as pessoas de seu convívio, mas para o próprio autor de tais comportamentos, pois se cria uma rejeição em torno dele, o que lhe faz sentir-se cada vez mais irritado pela falta de afetividade em seu entorno.

A criança que possui o TOD simplesmente não consegue e age como se não se importasse em obedecer e respeitar familiares como pais, avós, tios, irmãos, nem outras pessoas próximas, sejam elas professores ou até mesmo colegas da mesma idade, acarretando assim alguma rejeição, por suas atitudes consideradas extremamente difíceis e irritantes, fazendo com que as pessoas se afastem e percam totalmente a paciência.

É muito comum nas escolas e até mesmo em casa, alguns professores e familiares confundirem a existência do transtorno com dificuldade de aprendizagem, sendo assim, torna-se fundamental a conscientização da diferença entre os dois. Dificuldades de aprendizagem são oscilações no rendimento do aluno, que podem ser devido à má adaptação aos métodos pedagógicos da escola ou problemas emocionais, que não têm nenhum envolvimento neurológico e pode-se encontrar uma solução com mais facilidade, já em relação aos transtornos do neurodesenvolvimento, que desestruturam os comportamentos, são classificados no manual de psiquiatria - DSM-V e englobam complicações decorrentes de alterações no sistema nervoso central, causando um prejuízo intenso e persistente durante o percurso escolar e social, o que exige variadas estratégias para amenizá-los.

Portanto, essas crianças precisam ser mais compreendidas e menos julgadas, pois não se comportam de tal maneira por livre e espontânea vontade, na maioria das vezes até sabem que é errado, porém, não conseguem se controlar, causando assim, situações bastante desagradáveis e atraindo olhares totalmente impiedosos.

Contudo, a palavra doença não é empregada nesses casos, pois soa de maneira preconceituosa, visto que, esta expressão é aplicada somente para indicar circunstâncias em que as causas são identificadas, como por exemplo, um resfriado, o qual é ocasionado por tipos de vírus que penetram no corpo.

3.2. As Consequências da Comparação Entre o TOD e Indisciplina

Muitas vezes em uma sala de aula ou até mesmo em locais como um supermercado, são deparadas crianças com comportamentos aparentemente rebeldes, que demonstram através de suas atitudes o quanto são difíceis de lidar, de se convencer, expressando ações extremamente grosseiras, o que causa uma impressão de falta de educação e respeito, hiperatividade, falta de limites e até mesmo excesso de mimo.

Para Barkley[23] o transtorno comportamental é

[...] Um transtorno do desenvolvimento do autocontrole que consiste em problemas com os períodos de atenção, com o controle do impulso e o nível de atividade. [...] Esses problemas são refletidos em prejuízos na vontade da criança ou em sua capacidade de controlar seu próprio comportamento relativo à passagem do tempo – em ter em mente futuros objetivos e consequências. Não se trata apenas [...] de uma questão de estar desatento ou hiperativo. Não se trata apenas de um estado temporário que será superado, de uma fase probatória, porém normal, da infância. Não é causado por falta de disciplina ou controle parental, assim como não é o sinal de algum tipo de “maldade” da criança.

O que a sociedade não compreende bem é que nem todas as crianças que apresentam comportamentos deste tipo são indisciplinadas, o que inclui os pais, os quais acabam por si só auxiliando outras pessoas a rotulá-las com tais julgamentos insensíveis e absurdos.

Ao ingressarem em uma escola, tendo consigo esses comportamentos, passam a ser vistas pelos professores e colegas como pessoas difíceis, desobedientes e implicantes, que testam os limites dos que estão próximos a elas o tempo todo, não mantendo-se concentrada nas atividades, prejudicando a si própria, aos demais colegas e o rendimento das aulas de seu docente. Com isso, além de gerar afastamentos por parte de ambos por incompreensão dos fatos, acaba criando situações insatisfatórias, como castigos ou privações de brincadeiras, conversas constantes com a diretora ou coordenadora, com o intuito de dar broncas ou até mesmo fazer alguma chantagem para amedrontar a criança. Mas isso, só produz mais constrangimento e a enraivece, sendo incapaz de controlar seus comportamentos provocantes e opositores que perturbam a todos. Em devidas eventualidades a criança até tenta se conter, mas é algo mais forte que ela, o que motiva suas posturas inapropriadas.

Em vista disso, torna-se indispensável que a sociedade em geral compreenda a diferença entre indisciplina e transtorno comportamental. Sendo assim, Castro e Nascimento[24] dizem que “há variadas concepções sobre indisciplina”,

A indisciplina é a transgressão de dois tipos de regras. O primeiro: são as morais, construídas socialmente com base em princípios que visam o bem comum, ou seja, em princípios éticos. Por exemplo, não xingar e não bater.

Sobre essas, não há discussão: elas valem para todas as escolas e em qualquer situação. O segundo são as chamadas convencionais, definidas por um grupo com objetivos específicos, são os que não respeitam as figuras que representam autoridade, que geralmente entram na sala de aula de maneira grotesca, sem pedir licença, abusa de colegas sem receio de serem punidos, não obedecem a regras e nem os próprios pais. Quando o aluno age dessa maneira para com a escola e com os profissionais que trabalham nela, a relação entre aluno-professor, aluno-diretor, aluno-coordenador e aluno-inspetor, torna-se desequilibrada.

O ato indisciplinar é ocasionado de forma consciente e intencional, tendo noção das consequências posteriores, já o transtorno do neurodesevolvimento gera inconsciência nas ações, não sendo propositais tais atitudes, desconhecendo os impactos resultantes dos devidos comportamentos.

Nas instituições escolares nem sempre há profissionais da área de psicopedagogia que poderiam realizar avaliações com esses alunos e identificar condutas mais graves do que um posicionamento indisciplinar, possibilitando assim, a diminuição de rotulações e críticas negativas contra essas crianças e ajudaria ainda, os professores que na maioria das vezes possuem certo despreparo em enfrentar casos como esses e os familiares que não sabem o que fazer e não conhecem a causa de tais comportamentos rotineiros, desconhecendo totalmente a existência do transtorno.

Devido aos comportamentos hostis, a criança pode ter sérios problemas na aprendizagem que, por não ser realizado um tratamento e acompanhamento será extremamente prejudicial a ela. É preciso observar por um período de seis meses e se a manifestação dos comportamentos continuarem persistentes é necessário a assistência de um profissional especializado, para assim ser desenvolvido o tratamento específico que condiz às necessidades da criança. Com isso, o discente não será prejudicado em seu avanço educacional e nem em seu convívio social, sendo-lhe proporcionada uma relação harmoniosa com os demais.

Vale ressaltar que a questão não é que indisciplina seja mais simples de ser trabalhada do que o TOD, mas, um aluno indisciplinado não possui um transtorno de desenvolvimento e sendo assim, é possível através de estratégias pedagógicas despertar nele o desejo automático pelo bom comportamento, contribuindo para uma melhor convivência no ambiente escolar e no alcance de uma aprendizagem satisfatória. Em relação ao transtorno, são exigidos bem mais recursos do que apenas metodologias didáticas, já que o pedagógico unicamente não é capaz de fazer com que a criança avance por completo, pois precisa de apoio para que isso seja possível.

3.3. Características do TOD

Pode-se dizer que toda criança tem sua fase de rebeldia e de sentir prazer em desafiar os adultos, mas é notável que essa postura geralmente mude com o decorrer do tempo e ao adquirir o amadurecimento. Porém, ao se perdurar essa fase, e ao se comparar os comportamentos com os de outras crianças da mesma idade, havendo a percepção de que são exagerados e constantes, poderá ser um transtorno e não simples travessuras infantis ou indisciplina.

Ao apresentar-se o Transtorno Opositivo Desafiador, são revelados alguns comportamentos contínuos que facilitam um diagnóstico. Algumas das características mais comuns do TOD são: perda frequente de paciência, desafio e recusa a obedecer regras, perturbação e implicância com outras pessoas, sendo elas adultos ou crianças, recusa a pedir e aceitar ajuda, alta irritabilidade, comportamento agressivo, baixa interação social dificultando ao máximo uma proximidade, comportamento vingativo e rancoroso, impulsividade, ansiedade, teimosia constante, impaciência, não sabe lidar com frustrações, hostilidade, ausência de culpa e de responsabilidade, comportamento centralizador, capacidade empática empobrecida, forte descontrole emocional, raiva, choro seguido de gritos  e guardar mágoa por alguns instantes até por coisas mínimas.

Vale ressaltar ainda, que essas características comportamentais variam de acordo com o ambiente em que ela está inserida ou com as pessoas de seu convívio, isto é, se houver a ausência de afinidade ou de sentimentos afetuosos, acarretará desse modo, o aparecimento do transtorno em um devido local, podendo as vezes ser um pouco mais agressiva ou talvez possuir certa indiferença, expressando a ausência de ação.

Segundo Paulo e Rondina[25]

[...] O comportamento pode se manifestar não apenas sob a forma de atitude ativa no sentido de agredir, mas, também, através de comportamentos como o silêncio, a omissão, a apatia, o emudecimento, o não fazer nada e assim por diante.

O tratamento de uma criança com TOD deve ser realizado com uma equipe especializada, pois são casos variados, nos quais algumas crianças necessitam de acompanhamento e recursos distintos das outras, dependendo do nível em que o transtorno se faz presente na vida de cada uma.

Em vista disso, nem a instituição escolar, educadores e os familiares são capazes de enfrentar esse transtorno sozinhos, precisam do apoio desses especialistas e dos tratamentos adequados, para então, ser possível a evolução integral, tanto escolar quanto domiciliar dessas crianças, se fazendo presentes intervenções e medicações necessárias, de modo correto.

Através da união entre ambos, torna-se possível um trabalho mais eficaz e satisfatório para o convívio social, familiar e o processo ensino-aprendizagem das crianças, despertando nelas maior concentração e facilidade em se relacionar com o meio em que vive.

4. O PRECONCEITO SOFRIDO

Crianças que apresentam o Transtorno Opositivo Desafiador por possuírem comportamentos considerados difíceis, sofrem constantemente com comentários bastante incompreensíveis, ou até mesmo maldosos, sendo rotuladas na maioria das vezes como mal educadas, sem limites, mimadas e até como falta de umas palmadas. Frente a isso, percebe-se o quão a sociedade é leiga a respeito de determinados assuntos, como por exemplo, sobre o TOD. Por ser um transtorno reconhecido recentemente, nota-se o total desconhecimento e despreparo para falar e especialmente lidar com crianças que possuem o transtorno.

Em suas próprias residências essas crianças vêm sofrendo esse tipo de preconceito, isto é, pais ou responsáveis não entendendo tais comportamentos da criança, pois tentam resolver o que acham ser falta de educação por meio de surras, gritos, agressão verbal, castigos severos, dentre outros.

Nas instituições escolares não é diferente, é educador solicitando que a mesma saia da sala de aula, que dirija-se à sala da direção, aplicando ainda punições frequentes, nas quais é proibida de brincar, mantida distante do restante da turma, se assentando isolada, ouve gritos, diversas rotulações negativas e não é compreendida em momento algum, sendo dessa forma prejudicada na realização das tarefas, pois há professores que simplesmente decidem deixá-la quase que totalmente de lado, não a esperando terminar as atividades, não elaborando nenhum tipo de intervenção que possa auxiliá-la na execução das tarefas, e por fim, a criança ainda acaba sendo apontada como preguiçosa.

Frente a isso, vale ressaltar que crianças que possuem o Transtorno Opositivo Desafiador, diversas vezes por conterem comportamentos agressivos e sofrerem esses tipos de preconceitos, rótulos e agressões acabam imitando o que foi por elas presenciado, ou seja, se os pais castigam, batem, gritam ou xingam, tudo isso será absorvido por ela e transmitido para as outras pessoas, por isso, a importância de saber lidar com este transtorno, se informando e não o enxergando apenas como simples atos de rebeldia acometidos pela criança. Segundo Winnicott[26], “quando crianças sofrem privação afetiva, manifestam-se os comportamentos antissociais no lar ou numa esfera mais ampla”.

Ainda em conformidade com as palavras de Winnicott[27] sobre a perspectiva psicodinâmica, que visa explicar os comportamentos ligados a motivos, observa-se que estes hábitos da criança diante da falta de afeto do professor ou da família, expressam expectativa em adquirir algo que ela não tem, ou seja, o afeto, e lamentavelmente a ausência de esperança é tida como a característica principal da criança que passou pelos momentos de desprezo, pois devido a inúmeras situações de desavenças, faz com que a criança fique cada vez mais desacreditada da existência do sentimento de ternura.

Além de familiares e docentes gerando essa situação constrangedora e desumana, os próprios colegas de classe ou até mesmo parentes como primos e irmãos se afastam da criança com TOD, pelo fato de não suportarem e não entenderem os comportamentos desagradáveis, hostis e desafiadores que ela apresenta e também por presenciarem os adultos próximos que são vistos por eles, como exemplo a ser seguido, agindo de forma intolerante, o que reflete nessas crianças a obrigação, o desejo de copiar tais atitudes, o que acaba deixando a criança que possui o transtorno ainda mais irritada e furiosa, piorando gradativamente suas reações rudes e negativistas.

É fato que todos estão sujeitos a críticas, sejam elas construtivas ou negativas e é a partir das ações de cada indivíduo que a sociedade expressa sua opinião. Em vista disso, nos casos em que a família reconhece a situação e possui consciência da presença do transtorno que a criança tem, também passa a sofrer com a pressão de certos julgamentos desrespeitosos. Alguns dos comentários errôneos que as pessoas afirmam a respeito, é que os pais não souberam educá-la corretamente, e/ou que não conseguem impor regras, pois a criança é considerada birrenta e malcriada. Assim, além da criança, os pais também se sentem tristes, incomodados e perdidos, criando um sentimento de culpa, vergonha e incapacidade diante das interpretações maldosas sobre os comportamentos agressivos e impulsivos de seu filho.

Percebe-se que a sociedade, na maioria das vezes, desconsidera a existência de transtornos como este, por isso, muitas pessoas interpretam o TOD como indisciplina e não como um distúrbio neurológico que afeta a saúde das crianças.

Se a criança sofre algum tipo de preconceito, discriminação e é exclusa do meio em que vive, especialmente na fase da Pré-escola - 4 e 5 anos, período em que inicia a interação social e começa a conhecer e conviver com pessoas que antes eram desconhecidas, ela apresentará sérios problemas em seu presente e se não tratada da maneira correta, futuramente, tanto no desenvolvimento acadêmico quanto social e ainda na parte afetiva.

Posto isto, sua aprendizagem e o convívio com as demais pessoas serão afetados, fazendo com que se feche e se distancie, ocasionando ainda mais sofrimento por se sentir sozinha, gerando assim, comportamentos imensamente prejudiciais em nível ainda mais violento e aborrecido. Com isso, nota-se o quão importante se faz a equipe pedagógica proporcionar práticas inclusivas para esses alunos.

Conforme os pensamentos de Barbosa et al.[28]

Cumpre ressaltar a importância de a equipe pedagógica pensar em estratégias, que possam dinamizar essa fragilidade na escola, pois é essencial a formação que a escola possibilita aos indivíduos e, se esse aluno permanecer com esses comportamentos, irá afetar a sua formação. Por isso, a escola e os professores devem se empenhar em proporcionar práticas que contribuirão para o aluno, incluindo-o, pois muitas vezes ele pode se sentir excluído.

Fazendo-se extremamente significativo também, a existência de um ambiente escolar acolhedor, que proporcione à criança o sentimento de segurança e carinho, sendo possível assim, uma boa convivência entre ambos, amenizando devidas situações conflituosas.

4.1. O Diagnóstico

O comportamento considerado perturbador em crianças com TOD é notável em qualquer localidade, tal como em casa, na escola, na rua e o que não é diferente nos consultórios, quando estas são encaminhadas para os médicos especialistas. Muitas vezes essas crianças ao se sentirem contrariadas ou desafiadas se exaltam com facilidade, através de gritos e até mesmo algumas vezes se batendo ou agindo de forma agressiva com as pessoas próximas a ela, não conseguindo se controlar. Mas, vale lembrar que nem todas possuem reações iguais, cada caso é um caso, por isso, se faz tão eficaz a realização de um diagnóstico completo e, posteriormente, o tratamento adequado para cada criança que apresenta o transtorno.

Segundo Teixeira[29]

Os sintomas aparecem em vários ambientes, mas é na sala de aula e em casa que estes podem ser mais bem-observados. Tais sintomas devem causar prejuízo significativo na vida social, acadêmica e ocupacional da criança.

No que diz respeito a informações de especialistas, ao ser feito um diagnóstico precoce, torna-se possível a prevenção de quadros mais agravantes e inclusive a presença de outros transtornos na fase adulta desta criança diagnosticada com TOD, permitindo ainda a elaboração de intervenções mais específicas, de acordo com o nível em que o mesmo se encontra no devido momento.

Conforme Teixeira[30]

Para aqueles estudantes submetidos a intervenções precoces, isto é, quando o início do tratamento ocorre logo após o aparecimento dos sintomas, o prognóstico é mais favorável e os resultados terapêuticos são melhores.

Geralmente, as pessoas que possuem certa convivência com a criança começam a presenciar atitudes mais agressivas, desafiadoras e opositoras em diversificadas situações, com bastante frequência, especialmente na escola, na qual professores passam a observar e desconfiar que haja algo de diferente e de estranho em seu comportamento. De acordo com a APA[31] consideram-se oito critérios importantes para o diagnóstico:

1. Com frequência perde a calma. 2. Com frequência é sensível ou facilmente incomodado. 3. Com frequência é raivoso e ressentido. Comportamento Questionador/Desafiante. 4. Frequentemente questiona figuras de autoridade ou, no caso de crianças e adolescentes, adultos. 5. Frequentemente desafia acintosamente ou se recusa a obedecer a regras ou pedidos de figuras de autoridade. 6. Frequentemente incomoda deliberadamente outras pessoas. 7. Frequentemente culpam outros por seus erros ou mau comportamento, índole vingativa. 8. Foi malvado ou vingativo pelo menos duas vezes nos últimos seis meses.

Posteriormente, com a observação da presença de tais comportamentos rotineiros e como professores não têm o direito e o conhecimento necessário para se diagnosticar, podendo apenas elaborar o levantamento das características comportamentais do aluno, faz-se necessário que os educadores juntamente com a direção da instituição e o psicopedagogo, caso a escola usufrua desse serviço, solicitem uma reunião com os pais ou responsáveis, para serem feitas explicações sobre os acontecimentos constantes, aconselhando-lhes que procurem um especialista da área da saúde para a realização de um acompanhamento, para que dessa forma se chegue a um diagnóstico final, podendo-se entender o que de fato está acontecendo com a criança.

Quando as instituições escolares contam com a serventia do psicopedagogo, a criança primeiramente é supervisionada por esse profissional, que ao identificar se as limitações apresentadas por ela vão além do pedagógico, a encaminha, se necessário, para um perito da área de psicologia.

Frente a isso, o primeiro passo que a família deve seguir após as orientações do psicopedagogo, é levar a criança a um psicólogo para então ser realizado um acompanhamento minucioso, focalizado nas ações comportamentais e em relatos de sua vivência até o exato estágio em que a mesma se encontra, sendo realizadas avaliações e se caso o médico perceba que há ligação com problemas neurológicos, neuropsicológicos, realiza o encaminhamento para o devido especialista na área, o que auxiliará no alcance de um diagnóstico claro relacionado à postura da criança, podendo-se então fechar um laudo.

É fundamental a execução de algumas investigações clínicas para que se ocorra um diagnóstico correto de crianças que possuem o TOD. Especialistas dizem que a avaliação conhecida também como anamnese, deve ser iniciada por meio de uma sutil entrevista médica com os pais ou responsáveis, buscando se inteirar sobre as características dos comportamentos apresentados pela criança, que motivaram a procura pelo serviço e ajuda da medicina. Durante a avaliação com a família serão solicitadas descrições do dia a dia de cada um, tendo em vista conhecer também o comportamento dos familiares com a criança, a história, o estilo de vida tanto socioeconômico quanto cultural, os vínculos afetivos com os outros parentes e ainda, se há problemas na família como alcoolismo, drogas, violência, abuso sexual etc.

Segundo Gonçalves[32]

Inicialmente, em qualquer transtorno e para qualquer paciente, o primeiro passo é a realização de uma avaliação minuciosa que possa trazer dados consistentes a fim de se traçar uma linha de bases. Isto é, conhecer quem é a pessoa, qual sua demanda, como foi sua história de aprendizagem e quais são as relações estabelecidas com o contexto. A avaliação permite trazer um diagnóstico topográfico e funcional, apontar diagnósticos diferenciais e escolher as técnicas mais pertinentes e eficazes para serem utilizadas no processo terapêutico. Além disso, a avaliação não ocorre apenas no início do acompanhamento psicoterápico, mas durante todo o processo.

Ainda, será feita pelo profissional uma avaliação escolar fundamentada na obtenção de informações sobre o comportamento da criança na escola como um todo, na interação com o meio social, a qual engloba colegas de turma, professores, e demais funcionários atuantes na instituição de ensino. De acordo com Teixeira[33] a criança que apresenta o Transtorno Opositivo Desafiador no ambiente escolar, possui algumas reações de modo constante, que são observadas por todos a sua volta, sendo elas:

Discute com professores e colegas. Recusa-se a trabalhar em grupo. Não aceita ordens. Não realiza deveres escolares. Não aceita críticas. Desafia a autoridade de professores e coordenadores. Deseja tudo ao seu modo. É o “pavio curto” ou o “esquentado” da turma. Perturba outros alunos. Responsabiliza os outros por seu comportamento hostil.[34]

Para que haja a obtenção de um diagnóstico inicial, deve-se observar na criança a manifestação de pelo menos quatro dos sintomas, durante o período de seis meses, porém, há pacientes que os sintomas são notáveis em um tempo menor. Com isso, é essencial que o professor da turma em que a criança está inserida faça o levantamento de certos comportamentos apresentados por ela, o que ajudará eficazmente na realização do diagnóstico final na visão dos especialistas.

Ao se comprovar de fato o diagnóstico sobre a presença do TOD na vida da criança, a família precisa ouvir o especialista e aceitar, buscando os tratamentos indicados, específicos e adequados para a criança, sendo que há muitos casos diferentes, pois cada indivíduo reage de um jeito, apresentando sintomas diversificados, em nível considerado leve, moderado ou grave. Assim, primeiramente com o acompanhamento do psicólogo, será indicado o melhor para cada criança, se necessário, encaminhando-as para o especialista que melhor condizer com a situação do quadro do transtorno que a criança traz consigo. Lembrando que, além do psicólogo, se fazem presentes outros especialistas que cuidam e tratam das especificidades de casos como este, o Psiquiatra, Neurologista, Neuropsicólogo e Neuropediatra, os quais auxiliam positivamente no tratamento adequado, evitando maiores complicações.

Em conformidade com as palavras de Teixeira[35], caso a criança com TOD não receba o tratamento de forma correta e mais rápido possível após o diagnóstico,

Cerca de 30% das crianças com diagnóstico inicial de transtorno desafiador opositivo irão evoluir para o transtorno de conduta na adolescência, e naquelas em que o início dos sintomas opositivos e desafiadores foi precoce, antes dos 8 anos de idade, o risco de evolução para o transtorno de conduta será muito maior. Quando o transtorno desafiador opositivo não é tratado, a evolução para o transtorno de conduta pode ocorrer em até 75% dos casos. Diante desse fato, diversos autores consideram o transtorno desafiador opositivo um antecedente evolutivo do transtorno de conduta.

Sendo assim, naquelas crianças em que for perceptível os sintomas comportamentais do TOD antes dos 8 anos de idade, o risco de evolução para o transtorno de conduta se torna imensamente maior do que quando o diagnóstico é feito após essa faixa etária, ou seja, quanto mais cedo o distúrbio for identificado maior é a probabilidade deste se transformar no transtorno de conduta, gerando consequências mais graves, caso não receba o tratamento adequado.

Portanto, percebe-se o quão importante se faz o diagnóstico e o tratamento precoce, podendo prevenir sintomas mais agravantes que podem levar o TOD ao Transtorno de Conduta - TC, que induz o indivíduo a ter atitudes muito mais sérias, como, por exemplo, violar leis, destruir propriedades alheias, furtar, agredir pessoas ou animais, praticar vandalismo na escola, depredar patrimônios públicos, fugir de casa, se envolver com vícios, cometer abusos sexuais, tendência ao suicídio, entre outros, o que lhe causará no decorrer de sua vida problemas bem maiores. Nos dizeres de Holmes Júnior[36]

Os sintomas do transtorno de conduta giram em torno de um padrão persistente de maus comportamentos no qual o indivíduo infringe regras e viola o direito dos outros e geralmente ultrapassam a idade infantil mantendo comportamento disruptivo e criminoso mais tarde na vida.

E, posteriormente, a evolução do TOD para o Transtorno de Conduta pode-se agravar ainda mais, desenvolvendo o Transtorno de Personalidade Antissocial, também conhecido como sociopatia, outro estado comportamental extremamente preocupante, que de acordo com Skodol[37] acarreta falta de empatia, de remorso, culpa ou vergonha, facilidade em mentir e manipular, egocentrismo, ausência de vínculos afetivos, comportamentos impulsivos, explosivos e irresponsáveis, imprudência à segurança das outras pessoas e infringimento das leis e regras sociais.

Conforme Teixeira[38] “aproximadamente 10% das crianças com transtorno desafiador opositivo, após evoluírem para o transtorno de conduta, terão uma evolução para o transtorno de personalidade antissocial, também chamado de sociopatia”.

Por fim, vale intensificar ainda, que o TOD como qualquer outro tipo de transtorno do neurodesenvolvimento, não é identificado por meio de simples exames laboratoriais ou de imagem, como exames de sangue rotineiros, radiografias ou ressonâncias, que são tão comuns para a prevenção e descoberta de doenças.

4.2. As Possíveis Causas e Fatores Ocasionais

Pode-se dizer que estudos e pesquisas ainda são insuficientes para a solicitação de respostas com total certeza diante dos diversos questionamentos partindo tanto de familiares quanto de profissionais da área da educação e da saúde, pois até o devido momento as causas e fatores citados pelos especialistas, segundo eles, contribuem na evolução do transtorno, mas não é comprovado que sejam o real motivo do aparecimento do transtorno na criança.

De acordo com Paulo e Rondina[39] apud Silva[40]

Há relativa escassez de trabalhos sobre o Transtorno Desafiador Opositor, de forma geral e a literatura sugere que fatores diversos podem contribuir para o aparecimento do problema. Em especial, é possível afirmar que ainda há poucos estudos direcionados a investigar os fatores determinantes que contribuem para o aparecimento do problema.

Frente a isso, apesar de não existirem pesquisas conclusivas que definam as exatas causas do surgimento do Transtorno Opositivo Desafiador, acredita-se que o mesmo não esteja ligado à genética familiar, mas existem alguns pontos que podem ser responsáveis no auxílio do desenvolvimento do devido transtorno, não podendo-se apontar uma única causa do TOD. Teixeira[41] afirma que

As causas do transtorno desafiador opositivo são comple­xas e multifatoriais. Os estudos científicos evidenciam que múltiplos fatores de risco estão relacionados ao surgimento do transtorno. Esses fatores são eventos, características ou processos que aumentam as chances do desencadeamento do problema comportamental, e seu desenvolvimento está provavelmente relacionado com uma quantidade de fatores de risco presentes na criança. Todos esses possíveis fato­res estão relacionados com questões sociais, psicológicas e biológicas, sendo suas interações responsáveis pelo surgi­mento, desenvolvimento e curso clínico da condição.

Ao serem identificados os motivos que possam estar auxiliando na evolução do quadro do transtorno na criança, facilita-se qualitativamente o processo da terapia, pois ao conversar com a família e até mesmo com a criança, os especialistas podem intervir de modo eficaz em seu tratamento, fazendo com que o TOD seja controlado, minimizando os sintomas e ajudando-a com que esse não seja mais um problema em seu dia a dia.

Estudos realizados por Silva[42] apostam ainda, na ideia de que o TOD é ocasionado por uma proporção biológica, mesmo não tendo estudos que comprovem a real causa. Em vista disso, Teixeira[43] nos traz a seguinte informação:

Alguns fatores biológicos relacionados com característi­cas da própria criança como temperamento, negativismo, baixa capacidade de adaptação a mudanças, déficits neu­ropsicológicos, dificuldades de linguagem, memória, pla­nejamento, organização, disciplina, atenção e julgamento, também influenciariam no desenvolvimento do transtorno.

Além de apostarem nos fatores biológicos, acreditam na existência de dois importantes fatores determinantes, como fatores psicológicos, os quais fazem com que a criança demonstre devidas dificuldades de se relacionar socialmente, não conseguindo assim, solucionar problemas até mesmo simples de seu dia a dia e os fatores sociais, que estão relacionados ao ambiente em que a mesma está inserida, no qual se faz presente à desestruturação, por meio de acontecimentos frequentes que são por ela vividos, podendo-se destacar segundo Teixeira[44], “a violência doméstica, falta de estrutura familiar, moradia em áreas de grandes criminalidades e ambientes familiares em que regras e limites sejam pouco claros [...]”.

Teixeira[45] ressalta ainda que

[...] mulheres que fumam durante a gravidez, assim como gestantes abusadoras de álcool apre­sentam maiores chances de gerar filhos com o diagnóstico de transtorno desafiador opositivo. [...] crianças prematuras, com baixo peso, complicações de gestação ou no momento do parto, além de crianças com doenças crônicas, apresentam mais chances de desenvol­ver alteração comportamental.

Nos fatores sociais incluem-se também, episódios ocorridos na escola, como, turma com maior número de alunos que o permitido, ambientes com condições precárias, baixo rendimento escolar devido à falta de apoio e dedicação dos professores, dentre outros.

Nota-se assim, que ambos podem ser extremamente responsáveis na contribuição do desen­cadeamento e evolução das ações comportamentais, mas vale ressaltar que nem todo indivíduo reage à presença dos mesmos acontecimentos de maneira homogênea, ou seja, há muitas crianças que encontram-se em ambientes desestruturados que não desenvolvem o transtorno, ou até mesmo têm um lar, um modo de vida totalmente saudável e organizado vindo a ser diagnosticada com TOD, ou ainda, uma criança com o transtorno, apresentar atitudes contrárias aos comportamentos agressivos, sendo especificamente indiferente, silenciosa, sem reação e mantendo-se completamente distante, não expondo de maneira alguma seus sentimentos.

4.3. O Tratamento

O progresso do Transtorno Opositivo Desafiador varia de acordo com cada caso, pois, sintomas leves contêm melhores resultados e avanços positivos de forma mais rápida, enquanto sintomas mais graves dificultam o percurso, uma vez que na ausência de cuidados adequados, tornam-se crônicos.

É essencial que após um diagnóstico final seja feito o tratamento ideal de acordo com o especialista, para que o transtorno seja tratado corretamente, possibilitando à criança uma vida mais tranquila e saudável.

Existem diversos meios de tratamento, variantes de acordo com a condição de cada criança, isto é, dependendo do grau que o TOD apresenta em cada uma. Os tratamentos vão desde terapias a medicamentos, com intuito de controlar devidos comportamentos difíceis, que se não forem tratados ocasionam maiores complicações no decorrer do tempo na vida da criança, trazendo-lhe problemas gigantescos, pois como já visto antes, acredita-se que o TOD é um transtorno antecedente evolutivo do Transtorno de Conduta, o qual acarreta até mesmo a criminalidade, sendo bem pior para o cidadão.

Pesquisas e alguns autores, inclusive Teixeira[46] mostram a existência de determinados tratamentos terapêuticos para o Transtorno Opositivo Desafiador realizados através de estratégias medicamentosas, as quais buscam melhorar a qualidade de vida do paciente, agindo no alívio dos sintomas, diminuindo a impulsividade, a agressividade, nervosismo e crises de raiva frequentes. Em função disso pode-se citar alguns que possuem eficácia no tratamento do TOD, primeiramente os antipsicóticos ou neurolépticos, que controlam os comportamentos impulsivos, violentos e explosivos. Posteriormente, têm-se os estabilizadores de humor, indicados para o controle e diminuição da agressividade e impulsividade e em casos associados ao Transtorno Bipolar do Humor. Também há os psicoestimulantes que são usados em casos que o TOD está associado ao TDAH. E por fim, os Antidepressivos inibidores seletivos da recaptação de serotonina, sendo utilizados em quadros de depressão ou de ansiedade quando coligados ao Transtorno Opositivo Desafiador.

Além deste tipo de tratamento realizado por meio de medicamentos, se fazem presentes ainda outras formas que auxiliam no alívio dos sintomas segundo os especialistas e Teixeira[47], como a psicoterapia cognitivo-comportamental, a qual busca diminuir reações negativistas e controlar deficiências cognitivas, como dominar a raiva, agressividade e impulso, conter a frustração e melhorar a comunicação e o convívio social. A psicoeducação familiar e o treinamento de pais, em que são oferecidos momentos de dicas, conselhos e estratégias para lidar e amenizar os conflitos com as crianças, promovendo a interação, o relacionamento em casa, fazendo com que os pais compreendam os comportamentos dos filhos, passando a agir e corrigir da maneira correta, o que irá contribuir no incentivo a realização de atitudes positivas para as crianças.

E, por último, a psicoeducação escolar e intervenções educacionais, nas quais toda a equipe atuante da instituição obtém informações fundamentais para um melhor convívio, aprendendo maneiras de enfrentar e solucionar as situações difíceis ocasionadas pelo transtorno, adquirindo conhecimentos sobre técnicas adequadas que estimulem e contribuam na existência de um ambiente mais harmonioso, havendo um rendimento significativo na aprendizagem desses alunos. Com isso, ambos estarão ajudando qualitativamente durante todo o processo de tratamento da criança. 

Torna-se fundamental que, familiares estejam unidos aos profissionais de saúde, lutando pelo mesmo objetivo, ou seja, o bem estar da criança. Há formas que podem colaborar positivamente no tratamento, contribuindo para que o transtorno possua menos intensidade, amenizando os comportamentos agressivos, hostis e opositivos, pelo fato de, a criança se sentir mais querida e importante para sua família, fazendo com que não se sinta exclusa, abandonada. Existem algumas atitudes e posturas que podem auxiliar os pais a melhorarem a convivência em seu lar, conforme pontuadas por Teixeira[48]

1) Tenha um ambiente doméstico saudável; 2) Estabeleça regras e limites; 3) Faça pedidos claros e objetivos; 4) Pai e mãe devem falar a “mesma língua”; 5) Seja um exemplo positivo e pacífico para o seu filho; 6) Seja amigo de seu filho; 7) Fortaleça a autoestima de seu filho; 8) Esteja atento às mudanças da adolescência; 9) Esteja atento à saúde mental de seu filho; 10) Ensine sobre as “pressões” da juventude; 11) Estimule a prática de esportes; 12) Comunique-se com a escola.

Além da família é indispensável que a escola também se disponha a ajudar no tratamento dessa criança, juntamente com os especialistas, se propondo a oferecer um ambiente mais acolhedor e estável para ela, não a fazendo se sentir mal, pois ela já se prejudica bastante com suas próprias atitudes, das quais não tem um domínio.

Embora a sociedade veja isso como rebeldia, falta de limites ou excesso de mimo, não se pode colocar toda a culpa na criança, pois ela, assim como todos à sua volta, sofre com esses comportamentos. Mesmo sendo impulsiva, é notável que às vezes se arrepende pelo que fez, porém, ao contrário das outras crianças, comete os mesmos erros novamente, não por vontade própria, mas por ser algo que faz parte dela, não possuindo consciência do que faz, o que lhe gera bastante incômodo, fazendo-a apresentar ações em nível maior de agressividade, pois, talvez, seja até mesmo uma forma de pedir socorro, de suplicar por alguma ajuda. Em vista disso, percebe-se o quão o TOD faz mal à própria criança, causando-lhe sentimentos cada vez mais apáticos e furiosos.

A escola tem o compromisso de se preocupar com seus alunos, por isso, torna-se necessário tratar-lhes bem, com igualdade e amor, jamais se fazendo presente qualquer tipo de discriminação, seja lá o que for que a criança traz consigo. Ela é peça-chave assim como a família no tratamento eficaz, pois ao tornar o dia a dia dessa criança melhor e mais prazeroso, sentimentos bons passam a fluir, havendo certo carinho entre ambos, o que se faz possível uma convivência menos áspera.

Ainda, para ajudar na eficácia do tratamento, Teixeira[49] fornece dicas valiosas para familiares e profissionais da área da educação sobre como agir com a criança na tentativa de amenizar tais atitudes comportamentais, dispensando qualquer forma de punições rigorosas, como gritos, surras e castigos radicais, pois a criança ao se deparar com situações desse tipo tende a se comportar de modo mais enraivecido, jamais cedendo a regras ou aceitando não como resposta, o que faz a convivência no meio em que está inserida cada dia mais difícil e aumentando sucessivamente o sentimento de frustração.

Vale ressaltar também, um fator bastante positivo no tratamento, sendo importante tanto no consultório com o médico quanto em casa com familiares ou na escola com os profissionais e até colegas, que é a importância de ouvir a criança, tentar entender o que se passa, o que ela está sentindo naquele exato momento, deixando-a falar e expressar-se, assim ela pode se sentir mais segura e se tranquilizar com mais facilidade.

Lembrando que, enquanto a criança tem suas crises não deve-se jamais gritar, achando que isso vai amedrontá-la e fazer com que pare, muito pelo contrário, ela se sentirá ainda pior e mais furiosa. O correto é esperar com que se acalme, deixar a manifestação da raiva incontrolável passar, mostrando para a criança que permanecerá ao seu lado, e após esse momento, sentar-se com ela e resolver através de uma conversa, mantendo-se na mesma altura da criança e olhando diretamente em seus olhos, expondo a ela os acontecimentos e que agir de outra forma será vantajoso, pois conseguirá mais companheirismo das pessoas próximas,  evitando-se situações ainda mais desagradáveis.

Em virtude dos fatos mencionados, torna-se imprescindível esclarecer que estatisticamente o Transtorno Opositivo Desafiador não tem cura, e por isso, é tão importante que se persista no tratamento, para que os sintomas sejam sempre aliviados e amenizados, elevando a autoestima do paciente, melhorando sua postura comportamental, proporcionando uma melhoria qualitativa em sua vida, beneficiando seu convívio social, sua relação com familiares, professores, colegas, médicos e todos que gradativamente se aproximarem dela.

De acordo com Teixeira[50] “essa melhoria favorece o trabalho dos demais profissionais envolvidos com o tratamento e produz uma melhor eficácia terapêutica, levando a um melhor prognóstico”.

Em vista disso, não deve-se de forma alguma achar que porque a criança apresentou uma melhora, pode-se parar com o tratamento, seja ele terapêutico ou medicamentoso, pois, isso trará problemas bastante prejudiciais à sua saúde, ocasionando um quadro ainda mais agressivo do que antes, chegando-se até à evolução rápida do Transtorno de Conduta.

5. PROFESSOR E INSTITUIÇÃO ESCOLAR UNIDOS NA SUPERAÇÃO DO TOD NA VIDA ESCOLAR DAS CRIANÇAS DA PRÉ-ESCOLA - 4 E 5 ANOS

Quando se trata de assuntos que envolvem alunos no ambiente escolar, a primeira ação que deve ser realizada é conhecer os educandos, ou seja, buscar a obtenção de informações sobre aquelas crianças, pois, não sendo assim, geram-se os erros, que infelizmente são tão comuns, os de rotular os discentes como o que não são, sem que haja um conhecimento sobre o que se passa na vida dessas crianças.

Frente a isso, torna-se importantíssimo que professores e instituição escolar estejam sempre unidos para incentivar a evolução educacional de seus alunos, respeitando as diversidades existentes e jamais excluindo ninguém, mas sim incluindo, propondo-se a se aperfeiçoar e empenhar ao máximo, buscando por inovações e práticas pedagógicas diferenciadas, auxiliando seus discentes no alcance de uma aprendizagem de qualidade e satisfatória no ensino regular.

Atualmente, pode-se observar cada dia mais presente nas escolas o aumento gradativo de transtornos do neurodesenvolvimento, que na maioria das vezes interferem negativamente na aprendizagem da criança em decorrência de seus maus comportamentos, o que lhe prejudica bastante. Lembrando que, nem sempre as crianças que possuem esses transtornos não são capazes de aprender os conteúdos, pois, muitas delas possuem um nível de inteligência altíssimo, mas por não conseguirem controlar suas atitudes impulsivas, faz com que não realizem suas obrigações. Assim, permanecendo-se para trás em seus afazeres escolares, o que também as deixam mais irritadas e com um sentimento de frustração ainda maior.

O Transtorno Opositivo Desafiador como qualquer outro transtorno do neurodesenvolvimento, faz-se bem evidente nos ambientes escolares, cujo pouco tempo começou a ser reconhecido pela população, mas a maioria das pessoas ainda desconhecem totalmente a existência desse, o que acaba sendo prejudicial para a criança que possui consigo o TOD, pois acaba sofrendo com comentários ruins e comparações com indisciplina.

Ao serem observados os comportamentos apresentados pelas crianças que possuem o transtorno, parece desanimador para um educador e demais profissionais de uma escola lidar com essas crianças, pois a convivência entre ambos é algo considerado difícil, pelo fato de reagir de forma agressiva a devidas aproximações, causando situações bem incômodas, o que dificulta um processo ensino-aprendizagem adequado, prejudicando a própria criança e o trabalho eficaz da equipe pedagógica. Mas, vale ressaltar que, professores e instituição escolar em geral não devem desistir e sim enfrentar os obstáculos deparados, visando sempre o sucesso de seus discentes e do ensino ofertado.

A Pré-escola é um período tão importante quanto os demais presentes na educação básica, sendo que é o estágio em que as crianças já iniciam o processo de alfabetização, no qual aprendem a reconhecer as letras, os numerais, seu nome, cores, formas geométricas, adquirem aptidões motoras, dentre outros. Assim, torna-se fundamental que haja um empenho por parte dos educadores com seus alunos já nessa época, pois, 4 e 5 anos já é uma fase obrigatória nas escolas e não engloba somente brincadeiras, sendo que realizam atividades importantes para seu desenvolvimento, contribuindo ainda, em seu progresso posteriormente, no Ensino Fundamental - Anos Iniciais.

De acordo com Santos[51]

O papel da pré-escola é o de preparar as crianças para que elas venham formar uma atitude favorável frente ao futuro, motivando-as ao interesse por aprender e por conhecer os fenômenos do mundo que as rodeia. Que a criança aprenda a ter responsabilidade de cumprir suas tarefas, que saiba e aceite trabalhar e compartilhar um trabalho coletivo com seu grupo de companheiros, dentre outras aprendizagens necessárias para poder avançar na sua vida escolar.

Além disso, a Pré-escola auxilia também nos demais segmentos educacionais, como no Ensino Fundamental - Anos Finais e no Ensino Médio, pois ao respeitar-se cada fase, no tempo correto e não pulando etapas, o desenvolvimento integral se torna possível com mais facilidade e êxito, proporcionando à criança melhor qualidade de vida acadêmica, eliminando possíveis dificuldades motoras, linguísticas, intelectuais, sociais etc.

Educador e instituição escolar precisam estar preparados para lidar com situações e casos variados, como um aluno diagnosticado com TOD. Aceitando e compreendendo a diversidade, propondo meios pedagógicos, que auxiliem cada um de seus alunos na construção de sua identidade, incluindo-lhes por completo no âmbito escolar, que é um ambiente em que a criança inicia o processo de socialização, interação, havendo uma convivência, trocas de experiências e conhecimentos que ajudam em seu progresso educativo.

Um ponto bastante importante a ressaltar também, é o de preparar esses professores e instituições escolares, a respeito do devido transtorno, informando-lhes sobre o conceito, as possíveis causas, como ocorre a percepção dos sintomas, e explicando-lhes formas que possam facilitar o convívio direto com essas crianças, para que possam traçar metas e realizar um trabalho proveitoso e diferenciado, pois, quanto mais desinformado o profissional for, menos chances de um ensino-aprendizagem satisfatório com esses alunos ele terá. Segundo Teixeira[52] é importante a participação e o conhecimento dos profissionais sobre o transtorno, pois,

O trabalho de informação e orientação aos professores, di­retores, orientadores pedagógicos e funcionários da escola será essencial no manejo dos sintomas no ambiente escolar, objetivando o sucesso do tratamento. Esse trabalho pode ser feito através de programas pedagógicos direcionados aos profissionais da educação e a todos os funcionários da instituição de ensino que tenham contato com a criança.[53]

Mas, lembrando que a falta de conhecimentos não pode ser usada como desculpa, pois mesmo que não estejam preparados didaticamente, é preciso dedicação para aprender lidar com essas crianças, indo além de apenas instruções acadêmicas, tendo a ver com o amor pela profissão, pelo respeito à diversidade e especialmente pelas crianças, isto é, tratar os alunos bem, com carinho, visando uma relação harmoniosa e amigável.

É essencial que docentes e escola estejam em parceria com os familiares e com os médicos especialistas dessas crianças, pois, por conviverem com elas, se dispondo a trabalharem juntos para sua evolução, podem criar estratégias que contribuam positivamente em seu desenvolvimento saudável, fazendo com que se sinta acolhida e querida, tanto em casa quanto no ambiente escolar, colaborando na minimização dos sintomas, o que lhe ajudará ainda na convivência em outros espaços, ao ter toda ajuda necessária de ambas às partes. Através do diálogo tudo fica mais fácil, preservando o bem-estar social e valorizando as individualidades de cada criança.

Pode-se dizer que é muito difícil um educador alcançar seus objetivos sem a ajuda da instituição escolar, pois sozinho, provavelmente, não conseguirá todos os recursos necessários para se trabalhar com certa eficácia.

Diversas vezes, lamentavelmente, as escolas barram as expectativas e a criatividade dos professores que visam sempre o melhor para seus discentes, não atendendo às necessidades dos mesmos, o que gera certa desmotivação, pela ausência de liberdade para a realização de trabalhos adequados de acordo com cada aluno. Freitas[54] diz que,

A escola, por estar inserida numa sociedade excludente, tanto pode ser causa de desigualdades, como pode, inclusive, acentuar algumas delas ocasionadas por limitações da própria escola em responder às necessidades de alguns alunos.

Por isso, torna-se imprescindível que os dois estejam em comum acordo, na busca por uma educação de qualidade para essas crianças, possibilitando uma flexibilidade no currículo, desenvolvendo alterações para atender às especificidades de cada uma delas. Almejando e realizando assim, a inclusão de fato, não apenas integrando-as, para somente mostrar que a escola inclui, pois de nada adianta apenas dizer que a instituição é inclusiva, sendo que não proporciona meios para que isso aconteça realmente. Em vista disso, não só o professor precisa estar preparado para atender o educando com TOD, como também toda a equipe presente na escola, afinal, não é somente o educador que convive com essa criança e o trabalho com ela não deve ser responsabilidade somente do docente, mas sim, de toda a comunidade escolar.

Deste modo, professor e instituição escolar precisam estar aptos para receber todos os alunos, com suas características individuais, pois uma criança que tem o diagnóstico de TOD, sendo em comorbidade ou não com outros tipos de transtornos do neurodesenvolvimento, que desequilibram seus comportamentos, prejudicando-a na socialização e muitas vezes na aprendizagem precisa de um trabalho diferenciado e adequado de acordo com suas particularidades, sendo inclusa educacionalmente e socialmente.

A criança que possui esse transtorno geralmente não é compreendida, sendo que muitos educadores e escolas acham que a criança deve acompanhar o restante da turma, por possuir a mesma idade, a qual acaba presenciando a existência de rótulos como desinquieta, rebelde, mal-educada, preguiçosa, sem limites etc.

Atualmente, ainda percebe-se que existem profissionais incompetentes que fazem esses tipos de comentários perto de outros alunos, expondo-a ao ridículo e deixando-a constrangida. Alguns professores enxergam isso como uma forma de punição que talvez sirva como uma maneira de corrigir a criança, o que é totalmente errado, pois, o TOD a impede de se comportar como a maioria das outras crianças da sua idade e que desenvolva normalmente sua aprendizagem, o que lhe afeta bastante, por sempre se sentir inferior a ponto de querer mudar de sala ou até abandonar a escola, para fugir dessas situações perturbadoras.

Frente a isso, o professor e a instituição escolar precisam ajudar o aluno, para que mesmo possuindo o transtorno, avance educacionalmente, de modo que não regrida ou fique estacionado em um lugar só, sem evoluir. Com isso, torna-se essencial que ambos juntos, busquem metodologias dinâmicas que auxiliem em seu progresso, de forma prazerosa e satisfatória, se fazendo presente o sentimento de alegria.

Portanto, o professor e a instituição escolar não devem jamais deixar a criança que possui o Transtorno Opositivo Desafiador de lado, mas sim, buscar sempre melhores meios de se aproximar e trabalhar de forma eficaz com ela, sendo necessário um entendimento de que a escola precisa se adequar àquele aluno e não o inverso.

Para Silva[55] “Um primeiro passo para um professor lidar com um aluno com TOD é ficar calmo. A maioria das crianças quer agradar seus professores, mas este não é o caso de um aluno com Transtorno Opositor Desafiador”.

Posteriormente, é preciso partir da realidade da criança, pesquisar um pouco mais sobre ela, sobre seus gostos, descobrir o que prende mais sua atenção, conhecer seu perfil comportamental, informar-se de como ela é em casa, perceber suas maiores dificuldades, o que a contraria muito, considerar ambientes que transmitem estabilidade a ela e assim iniciar os respectivos trabalhos pedagógicos, evitando coisas que possa distraí-la, como por exemplo, barulhos indevidos. Lembrando que o lúdico é importante na vida de todos, não sendo dispensável no caso do TOD, pois, contribui positivamente na aprendizagem dessa criança, sendo que, por meio dele a mesma pode usufruir de sua imaginação, criatividade, criticidade e expressar seus sentimentos.

O professor deve apostar em estratégias e recursos de ensino mais flexíveis até perceber o estilo de aprendizado do aluno, isto é, descobrir o modo que ele aprende melhor. Isso irá auxiliá-lo a atingir um nível de desempenho escolar mais propício.

Então, ao realizar atividades, o que é visto pela criança como algo entediante, começa a ser algo que ela provavelmente goste de fazer, por sentir prazer, satisfação, lhe proporcionando um processo ensino-aprendizagem de qualidade, que considera suas vontades e seus gostos. Dessa forma, ela passa a se sentir mais a vontade na efetuação das tarefas, eliminando aos poucos aquela sensação de tortura e obrigação, que para ela anteriormente era bem chato e agora é mais agradável.

Ao serem oferecidos recursos divertidos como jogos e brincadeiras, alternando os métodos educativos e dispensando aulas repetitivas, fornece qualitativamente a aprendizagem. A convivência passa a ser mais confortável e a aproximação se torna acessível tanto com outros adultos quanto com outras crianças, não sendo mais algo tão difícil, exatamente por não se sentir constantemente contrariada no meio social em que está inserida. Em relação a isso, Tubino[56] expressa sua opinião fazendo a seguinte afirmativa:

A meu ver, um jogo ou uma brincadeira na sala de aula, não representa apenas um momento de recreação e divertimento. Essas atividades lúdicas possibilitam mais ações mentais diferenciadas, e há nesses momentos uma maior aprendizagem do que se o professor entregasse atividades prontas em folhas ou copiadas do quadro para o caderno.

Podem ser utilizados ainda, meios que proporcionem a pintura, pois geralmente atividades com tinta é algo interessante para as crianças, e exige certa concentração, desenvolvendo assim, sua interação social e coordenação motora fina de forma divertida e descontraída, talvez essa seja uma maneira de despertar na criança sensações de curiosidade e entusiasmo.

Professor e instituição escolar devem buscar maneiras de incentivar a criança para que seja possível um melhor comportamento e convívio por parte dela. Ou seja, um aspecto relevante que auxilia bastante neste processo, é o de valorizar os bons comportamentos da criança, como por exemplo, elogiá-la quando realizar uma tarefa, quando brincar com os colegas sem conflitos, quando não responder de forma grosseira seu educador e demais funcionários, dentre outros, fazendo uso de expressões motivadoras como parabéns, bom trabalho, continue assim e apelidos carinhosos, pois a criança precisa de estímulos positivos quando reage de forma produtiva, fazendo com que se sinta bem, levante sua autoestima, porque assim, ela verá que não recebe apenas broncas por seus comportamentos negativos, sentindo-se disposta a ter ações que faça-a receber elogios e demonstrações de carinho constantemente, através de beijos e abraços. Com isso, os sentimentos de frustração vão diminuindo aos poucos, com maior probabilidade dessas atitudes boas se tornarem automáticas.

Precisam também, se atentarem a tipos de preconceitos gerados entre os colegas de turma, realizando estratégias que combatam o bullying e a discriminação, para que possam evitar situações ainda mais intoleráveis.

Pode-se desenvolver também, tabelas de comportamento, com rostos de semblantes tristes e felizes, demonstrando à criança como foi a realização de suas tarefas semanais, como se comportou, se foram mais vezes bem ou mal, estimulando-a a querer ver sempre os rostos felizes preenchendo sua tabela.

Vale ainda, oferecer tipos de premiações simples, que instiguem a criança a se comportar educadamente, como um chocolate, um pirulito, balas, uma brincadeira diferente, ser o ajudante do professor etc., porém, é necessário dosar esses privilégios e ensinar a criança que nem sempre ela será premiada por se comportar da maneira correta, pois, se a criança pensar que habitualmente ganhará algo, não o fará por vontade própria e sim, por mero interesse e, por não receber coisa alguma, pode ficar ainda mais agressiva, voltando à estaca zero.

Em vista disso, algumas pessoas se desesperam e premiam a criança por seu mau comportamento, fazendo com que ela tenha domínio da situação e passe a notar que se chorar, ficar fora de controle ou agressiva conseguirá o que quer, mas como, por não ser oferecido nada, ela chora e o professor, a escola ou até mesmo os pais arrumam algo logo para lhe dar e depois não entendem o motivo da repetição frequente de certas reações inadequadas.

Posto isto, Teixeira[57] traz um exemplo.

Camila, 7 anos, está assistindo à televisão e começa a chorar compulsivamente depois que dona Maria, sua mãe, diz que está na hora de ir para a cama; afinal, amanhã é dia de aula e a pequena Camila precisa acordar cedo. Como a filha não para de chorar, dona Maria diz: Não precisa chorar desse jeito, Camilinha, tudo bem... Você pode assistir mais trinta minutos de televisão, Ok? Dessa maneira, dona Maria está acidentalmente premiando a choradeira da pequena Camila. Provavelmente, da próxima vez que desejar algo, a criança repetirá o chororô, comportamento anteriormente “premiado” com os trinta minutos extras de televisão, e o problema poderá se tornar cada vez pior com as sucessivas desautorizações de dona Maria.

Por isso, a eficácia de conscientizar a criança que será apenas de vez em quando tais recompensas, o que também a faz esperar por surpresas, ajudando nas ações favoráveis.

A criança precisa passar por algumas consequências lógicas, em que o primeiro ato acarreta o segundo, como por exemplo, ao quebrar um brinquedo ou estragar algum material escolar terá que se acostumar a ficar sem, sendo que aquele objeto não será substituído por outro, desse modo, ela aprende que, quando danificar algo, não ganhará outro, ou se desobedece no parque subindo em um local que o professor solicitou que não subisse, pode-se puni-la de forma que fique sem brincar no parque por alguns dias, assim ela passa a ter a consciência de que se desrespeitar as regras será punida, sendo importante a aplicação de penalidades que façam sentido para a criança, que a incomode por ser algo que goste, pois, se não tiver um significado para ela, certamente não se importará e não aprenderá a lição. Sendo assim, é necessário que perceba o resultado de seus comportamentos inconvenientes.

É primordial a aplicação de punições que possam ser cumpridas, pois jamais se deve impor algo que não há condições de se realizar, como por exemplo, se for solicitado um período muito extenso para a punição, provavelmente a criança esquecerá o real motivo da mesma. Além disso, muitos ainda se desautorizam, se contradizem, diminuindo a penalidade, o que não é nada bom, pois, a criança entenderá que pode fazer o que quiser, que não será repreendida como foi dito, fazendo com que jamais haja o respeito da criança, por ela estar descrente do cumprimento das regras.

As crianças com TOD, como todas as outras precisam de regras, mas pelo fato de possuírem comportamentos difíceis, exige um esforço ainda maior para se conseguir impor limites, não devendo desistir por causa dos obstáculos, muito pelo contrário, deve-se insistir pelo próprio bem da criança, pois excesso de liberdade ainda mais nesses casos, pode ser muito pior.

Assim, torna-se indispensável que o professor de forma motivadora estabeleça regras e rotinas, impondo que todos os alunos da turma as sigam e não somente a criança com TOD. A determinação de regras e até mesmo punições se fazem importantes no processo educacional, mas lembrando de que, estes devem ser flexíveis e não rigorosos como os que são tão comuns, mas completamente equivocados.

Segundo Teixeira[58]

Existem diversos tipos de punições, e em nenhum caso serão utilizadas punições físicas, condutas agressivas ou ameaças. Punições físicas apenas ensinam às crianças e aos jovens que todo problema pode ser resolvido com violência [...].

Professor e escola devem sim dar broncas e desaprovações, mas de forma branda e objetiva, sempre olhando diretamente nos olhos da criança, falando baixo e gentilmente, sem gritos, orientando de forma clara, com frases curtas, demonstrando que estão chateados com as atitudes da mesma e não precisamente com ela, pois um erro muito comum é o de chamar a atenção da criança julgando sua personalidade, seu caráter, afetando sua autoestima. Ainda, costumam realizar comparações entre ela e outra criança, mas precisam compreender que isso só causa mais desavenças e sentimentos raivosos, ao invés de gerar nela o desejo de ser e agir como a outra.

Um recurso ainda considerado é o canto do castigo, que pode receber variadas nomenclaturas, mesmo com muitas pessoas discordando dessa técnica, a mesma ajuda com que a criança repense no que fez de errado e queira melhorar para não correr o risco de voltar para lá. Mas, vale ressaltar que este local deve ser um ambiente seguro, bem iluminado, tranquilo, na vista do professor e precisa ser visto por ela como sem graça, não tendo nada agradável que sirva de distração e divertimento para a criança. De acordo com Teixeira[59], “o objetivo do canto do castigo não é apavorar a criança, e sim deixá-la em um local “chato” para interromper imediatamente o mau comportamento e para que ela possa pensar sobre o ocorrido”.

A criança com Transtorno Opositivo Desafiador precisa entender que há regras que precisam ser seguidas e que com seus comportamentos rudes, agressivos, opositores e desafiadores serão impostos alguns tipos de punições, para que possa compreender que devidos comportamentos terão resultados desagradáveis para ela. Podendo assim, ser desenvolvido nela o desejo de se comportar bem, para evitar tais situações e ser recompensada com afeto.

Salienta-se inclusive, a importância do tratamento na vida da criança para maior evolução educacional, pois, professor e instituição escolar não conseguirão sozinhos, sendo necessário o auxílio da medicina, para que seja possível um trabalho pedagógico eficaz. Através do tratamento adequado essa criança passa a se comportar de forma mais calma, conseguindo controlar seus comportamentos impulsivos, sendo capaz de agir conscientemente, o que antes era impossível e se concentrar por maior tempo nas atividades propostas, obtendo um avanço acadêmico mais satisfatório e fácil, relacionado à convivência de ambos no contexto escolar.

Com isso, docente e escola aprendem ainda mais sobre o devido transtorno, podendo criar em comunhão metodologias cada vez melhores, para essas crianças que necessitam de uma ajuda, um acompanhamento mais minucioso e cauteloso, visando o respeito pela diversidade, a inclusão desses educandos, seu desenvolvimento integral como cidadãos e sua aceitação na sociedade, eliminando a discriminação no âmbito escolar, abrangendo toda equipe atuante.

A partir do momento em que as estratégias citadas anteriormente forem colocadas em prática, o ensino dessas crianças passará então a ser possível, pois no instante em que o professor e a instituição escolar estiverem dispostos a trabalhar de modo que facilite o convívio dessas crianças com todos que estão à sua volta, buscando uma maior aproximação a esses discentes e os tratando com mais serenidade e compreensão, entendendo-lhes e os apoiando, poderá construir deste modo, laços de confiança e afetividade, transmitindo ainda a sensação de segurança e carinho, possibilitando-lhes trilhar os caminhos da educação, sendo enfim aceitas e respeitadas.

Em virtude dos fatos mencionados, pode-se adquirir diversas experiências com esses alunos por mais obstáculos e dificuldades deparadas ao longo do trajeto, essas crianças acabam conquistando na maioria das vezes, o afeto e admiração dos profissionais da educação, pois, esses discentes geralmente modificam o ambiente e as pessoas que convivem com eles, emitindo diversos conhecimentos a seus educadores e comunidade escolar.

6. CONCLUSÃO

O desenvolvimento da presente pesquisa propiciou uma melhor compreensão sobre o real conceito do Transtorno Opositivo Desafiador - TOD, enfatizando fatores mais relevantes de como ocorre sua evolução, demonstrando os sintomas característicos, como é realizado o diagnóstico, a importância do tratamento com especialistas e ainda, como professor e instituição escolar podem fazer a diferença na vida acadêmica dessas crianças.

Tendo em vista os aspectos observados, verificou-se o pouco conhecimento da sociedade sobre o transtorno, o que gera ainda mais desconforto no cotidiano das crianças com TOD, pois, ao tratar-se de uma temática desconhecida, acarreta atitudes incompreensíveis como, a de rotulá-las, precipitadamente, de forma totalmente errônea.

Dado o exposto, fica evidente a necessidade de um maior conhecimento sobre o TOD, para que posturas equivocadas sejam eliminadas, favorecendo assim a socialização das crianças, visto que, ao se depararem com comentários negativos, se sentem cada vez mais enfurecidas e frustradas, o que interfere diretamente em seu comportamento, piorando progressivamente a convivência entre ambos.

Com isso, reforça-se a eficácia deste estudo, indicando aos profissionais da área da educação, a importância de assumirem o papel de lutar a favor de uma educação de qualidade para essas crianças de 4 e 5 anos, frequentes na Pré-escola, não deixando-se abater pelos desafios encontrados ao longo do percurso, o qual é um caminho longo, mas, no final vale muito a pena, ao ser perceptível o resultado de seu trabalho significativo no avanço educacional e social desses alunos, notando-se que nada é impossível, por isso, a relevância de não desistir de seus objetivos, obtendo o sucesso pedagógico.

Com a investigação realizada sobre o Transtorno Opositivo Desafiador comprovou-se a pertinência do professor e da instituição escolar criarem em comunhão estratégias transformadoras e agradáveis para que seja possível enfrentar este transtorno no dia a dia escolar dessas crianças, visando um trabalho significativo e amenizando os devidos comportamentos que elas trazem consigo, auxiliando em seu progresso no procedimento de aprendizagem e contribuindo na existência de uma convivência mais harmoniosa durante a mediação de conhecimentos, recorrendo sempre a um maior entendimento e uma nova visão a respeito do presente transtorno e de como lidar de maneira apropriada com estes alunos.

Em virtude do que foi mencionado, confirmaram-se as hipóteses prescritas anteriormente, pelo fato de, tanto para o professor quanto para os colegas de turma das crianças que possuem o TOD, depararem-se constantemente com desafios, tal como lidar com elas, pois, realmente apresentam comportamentos completamente difíceis, sendo implicantes, resistentes à aceitação de regras e na maioria das vezes agressivas, o que torna a relação bastante incômoda. Sendo assim, conclui-se que o ensino dessas crianças somente será possível a partir do momento em que o professor e a instituição escolar se dedicarem a trabalhar de modo que facilite o seu convívio com todos que estão à sua volta, buscando uma maior aproximação a esses educandos e os tratando com mais paciência e compreensão, entendendo-lhes e os ajudando, construindo desta forma, laços de confiança e afetividade, permitindo a elas trilharem os caminhos da educação, tendo suas limitações aceitas e respeitadas.

Então, é de suma importância educador e escola se empenharem, propiciando um melhor convívio, amenizando as relações conflituosas, por meio de um ensino compreensivo, paciencioso e flexível, desempenhando sempre metodologias inovadoras e prazerosas, para que seja possível um processo ensino-aprendizagem eficaz e agradável.

No mesmo grau de relevância, incluir esses alunos de fato e não somente inseri-los no âmbito escolar, contribuindo ainda, positivamente na superação deste transtorno que a criança traz consigo, inclusive durante todo o processo de tratamento. Professor e instituição escolar precisam estar unidos a família e aos especialistas, pois não conseguirão sozinhos, consistindo-se na necessidade do apoio familiar e médico, para que seja possível um trabalho pedagógico competente.

7. REFERÊNCIAS

AMARAL, Marciliana Baptista; et al. Breve Histórico da Educação Inclusiva e Algumas Políticas de Inclusão: um olhar para as escolas em juiz de fora. Revista Eletrônica da Faculdade Metodista Granbery. Juiz de Fora: N.16, 2014. 24 p. Disponível em: http://re.granbery.edu.br/artigos/NDk5.pdf. Acesso em: 24 nov. 2019.

APA - AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014. 992 p.

BARBOSA, Ana Paula; et al. Transtorno Desafiador Opositivo: desafios e possibilidades. Batatais: v.7, n.2, 2017. 21 p. Disponível em: file:///C:/Users/Notebook/Downloads/sumario9%20(2).pdf. Acesso em: 18 ago. 2019.

BARKLEY, Russell. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Porto Alegre: Artmed, 2002. s.p.

BRITES, Clay. Aluno com Tod: o que fazer. Londrina, Paraná: 2019, s.p. Disponível em: https://neurosaber.com.br/tenho-um-aluno-com-tod-o-que-fazer/. Acesso em: 24 nov. 2019.

CARVALHO, Rosita Edler. Temas em Educação Especial. 2. ed. Rio de Janeiro: WVA, 2000. 194 p.

CASTRO, Chary Alexandre Alba; NASCIMENTO, Luciana. TDAH: Inclusão na Escola: adequação a classe regular de ensino para alunos portadores de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade). Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2009. 120 p.

CORREIA, Luís de Miranda. Alunos com Necessidades Educativas Especiais nas Classes Regulares. Porto, Portugal: Porto Editora, 1999. 175 p.

DSM-IV. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. 880 p.

FREITAS. Soraia Napoleão. Diferentes Contextos de Educação Especial/Inclusão. Santa Maria: Proesp/Capes. 2006. s.p.

FRIAS, Elzabel Maria Alberton. Inclusão Escolar do Aluno com Necessidades Educacionais Especiais: contribuições ao professor do ensino regular. Paranavaí: 2008/2009. 29 p. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1462-6.pdf. Acesso em: 29 set. 2019.

GOFFREDO, Vera Lúcia Flor Sénéchal de. Educação: direito de todos os brasileiros. In: Salto para o futuro: Educação Especial: tendências atuais/ Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, SEED, 1999. s.p.

GONÇALVES, Amalia Luiz. O Transtorno de Conduta em Crianças e Adolescentes: a atuação profissional para o cuidado da saúde. Florianópolis: 2014. 24 p. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/173642. Acesso em: 18 ago. 2019.

GRANEMANN, Jucélia Linhares. Educação Inclusiva: análise de trajetórias e práticas pedagógicas. Campo Grande, MS: 2005. 201 p. Disponível em: https://site.ucdb.br/public/md-dissertacoes/7801-educacao-inclusiva-analise-de-trajetorias-e-praticas-pedagogicas.pdf. Acesso em: 25 nov. 2019.

HOLMES JÚNIOR, David. Psicologia dos Transtornos Mentais. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. 564 p.

KASSAR, Mônica de Carvalho Magalhães. Ciência e Senso Comum no Cotidiano das Classes Sociais. 2. ed. Campinas, SP: Papirus, 1995. 96 p.

MANTOAN, Maria Teresa Égler. Integração x Inclusão: educação para todos. Pátio - Revista Pedagógica, Porto Alegre - RS: v.5, 1998. s.p.

MAZZOTTA, Marcos José da Silveira. Educação Escolar: comum ou especial. 1. ed. São Paulo: Pioneira, v.1, 1987. 124 p.

MEIRA, Marisa Eugênia Melillo. Para uma Crítica da Medicalização na Educação. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, SP: Volume 16, Número 1, 2012. 8 p. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pee/v16n1/14.pdf. Acesso em: 29 set. 2019.

MENDES, Camélia. Educação Inclusiva e Inclusão Escolar: algumas considerações. In: Revista Digital Simonsen. Rio de Janeiro: n.2, Mai. 2015. 45 p. Disponível em: http://www.simonsen.br/revista-digital/wp content/uploads/2015/05/Revista-Simonsen_N2 Camelia%20Mendes_Pedagogia.pdf. Acesso em: 13 out. 2019.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. A História da Educação Inclusiva no Brasil. Portal Educação. São Paulo: 2019. s.p. Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/biologia/a-historia-da-educacao-inclusiva-no-brasil/50748. Acesso em: 25 nov. 2019.

PAULO, Marta Mantovanelli de; RONDINA, Regina de Cássia. Os Principais Fatores que Contribuem Para o Aparecimento e Evolução do Transtorno Desafiador Opositor (TDO). Garça: Faef. 2010. 7 p. Revista Científica Eletrônica de Psicologia. Ano VIII - Número 14. Disponível em: http://www.faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/QdPKbe2jpxSiL8z_2013-5-13-15-9-34.pdf. Acesso em: 18 ago. 2019.

PLETSCH, Márcia Denise. Repensando a inclusão escolar: diretrizes políticas, práticas curriculares e deficiência intelectual. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora NAU, 2014. 296 p.

SANTOS, Flaviane dos Anjos. O Papel da Pré Escola Para o Ingresso no Ensino Fundamental. s.l. 2016. 10 p. Disponível em: https://portal.fslf.edu.br/wp-content/uploads/2016/12/tcc5.pdf. Acesso em: 04 set. 2019.

SERRA-PINHEIRO, Maria Antonia; SCHMITZ, Marcelo; MATTOS, Paulo. Transtorno Desafiador de Oposição: uma revisão de correlatos neurobiológicos e ambientais, comorbidades, tratamento e prognóstico. Revista Brasileira de Psiquiatria. s.l. vol.26, n.4, 2004. s.p.

SILVA, Tatiane Cristina Gonçalves da. Transtorno Opositor Desafiador : como enfrentar o TOD na escola. Rio de Janeiro: 2017. 48 p. Disponível em: https://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/posdistancia/53309.pdf.  Acesso em: 07 set. 2019.

SKODOL, Andrew. Transtorno de Personalidade Antissocial (TPAS). Kenilworth, NJ, EUA: 2018, s.p. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-antissocial-tpas. Acesso em: 24 nov. 2019.

TEIXEIRA, Gustavo. O Reizinho da Casa. E-book. 1. ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2014. 154 p. Disponível em: https://docero.com.br/doc/n8nxce. Acesso em: 15 jun. 2019.

TUBINO, Lidiane Dias. O Lúdico na Sala de Aula: problematizações da prática docente na 4ª série do ensino fundamental. Porto Alegre: 2010. 45 p. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/71912/000880442.pdf?sequenc. Acesso em: 07 set. 2019.

WINNICOTT, Donald Woods. Privação e Delinquência. São Paulo: 1987. 289 p.


[1] GRANEMANN, Jucélia Linhares. Educação Inclusiva: análise de trajetórias e práticas pedagógicas. Campo Grande, MS: 2005. Disponível em: https://site.ucdb.br/public/md-dissertacoes/7801-educacao-inclusiva-analise-de-trajetorias-e-praticas-pedagogicas.pdf. Acesso em: 25 nov. 2019.

[2] AMARAL, Marciliana Baptista; et al. Breve Histórico da Educação Inclusiva e Algumas Políticas de Inclusão: um olhar para as escolas em juiz de fora. Revista Eletrônica da Faculdade Metodista Granbery. Juiz de Fora: N.16, 2014. Disponível em: http://re.granbery.edu.br/artigos/NDk5.pdf. Acesso em: 24 nov. 2019.

[3] CORREIA, Luís de Miranda. Alunos com Necessidades Educativas Especiais nas Classes Regulares. Porto, Portugal: Porto Editora, 1999, s.p.

[4] MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. A História da Educação Inclusiva no Brasil. Portal Educação. São Paulo: 2019. Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/biologia/a-historia-da-educacao-inclusiva-no-brasil/50748. Acesso em: 25 nov. 2019.

[5] CARVALHO, Rosita Edler. Temas em Educação Especial. 2. ed. Rio de Janeiro: WVA, 2000, p. 145. Grifo do autor.

[6] MENDES, Camélia. Educação Inclusiva e Inclusão Escolar: algumas considerações. In: Revista Digital Simonsen. Rio de Janeiro: n.2, Mai. 2015, p. 25. Disponível em: http://www.simonsen.br/revista-digital/wp-content/uploads/2015/05/Revista-Simonsen_N2-Camelia%20Mendes_Pedagogia.pdf. Acesso em: 13 out. 2019.

[7] FRIAS, Elzabel Maria Alberton. Inclusão Escolar do Aluno com Necessidades Educacionais Especiais: contribuições ao professor do ensino regular. Paranavaí: 2008/2009. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1462-6.pdf. Acesso em: 29 set. 2019.

[8] FRIAS, Elzabel Maria Alberton. Inclusão Escolar do Aluno com Necessidades Educacionais Especiais: contribuições ao professor do ensino regular. Paranavaí: 2008/2009, p. 11-12. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1462-6.pdf. Acesso em: 29 set. 2019. sic.

[9] Ibid.

[10] APA - AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014.

[11] KASSAR, Mônica de Carvalho Magalhães. Ciência e Senso Comum no Cotidiano das Classes Sociais. 2. ed. Campinas, SP: Papirus, 1995.

[12] PLETSCH, Márcia Denise. Repensando a inclusão escolar: diretrizes políticas, práticas curriculares e deficiência intelectual. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora NAU, 2014. p. 15. Grifo do autor.

[13] MANTOAN, Maria Teresa Égler. Integração x Inclusão: educação para todos. Pátio - Revista Pedagógica, Porto Alegre - RS: v.5, 1998, p. 4-5.

[14] GOFFREDO, Vera Lúcia Flor Sénéchal de. Educação: direito de todos os brasileiros. In: Salto para o futuro: Educação Especial: tendências atuais/ Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, SEED, 1999, p. 31.

[15] MAZZOTTA, Marcos José da Silveira. Educação Escolar: comum ou especial. 1. ed. São Paulo: Pioneira,  v.1, 1987, p. 117.

[16] MAZZOTTA, Marcos José da Silveira. Educação Escolar: comum ou especial. 1. ed. São Paulo: Pioneira,  v.1, 1987, p. 117.

[17] TEIXEIRA, Gustavo. O Reizinho da Casa. E-book. 1. ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2014, p. 21. Disponível em: https://docero.com.br/doc/n8nxce. Acesso em: 15 jun. 2019. sic.

[18] DSM-IV. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

[19] TEIXEIRA, Gustavo. O Reizinho da Casa. E-book. 1. ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2014, p. 44. Disponível em: https://docero.com.br/doc/n8nxce. Acesso em: 15 jun. 2019.

[20] BRITES, Clay. Aluno com Tod: o que fazer. Londrina, Paraná: 2019. Disponível em: https://neurosaber.com.br/tenho-um-aluno-com-tod-o-que-fazer. Acesso em: 24 nov. 2019.

[21] SERRA-PINHEIRO, Maria Antonia; SCHMITZ, Marcelo; MATTOS, Paulo. Transtorno Desafiador de Oposição: uma revisão de correlatos neurobiológicos e ambientais, comorbidades, tratamento e prognóstico. Revista Brasileira de Psiquiatria, s.l. vol. 26, n.4, 2004, p. 273.

[22] MEIRA, Marisa Eugênia Melillo. Para uma Crítica da Medicalização na Educação. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, SP: Volume 16, Número 1, 2012, p. 140. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pee/v16n1/14.pdf. Acesso em: 29 set. 2019.

[23] BARKLEY, Russell. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Porto Alegre: Artmed, 2002, p. 35. Grifo do autor.

[24] CASTRO, Chary Alexandre Alba; NASCIMENTO, Luciana. TDAH: Inclusão na Escola: adequação a classe regular de ensino para alunos portadores de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade). Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2009, p. 13.

[25] PAULO, Marta Mantovanelli de; RONDINA, Regina de Cássia. Os Principais Fatores que Contribuem Para o Aparecimento e Evolução do Transtorno Desafiador Opositor (TDO). Garça: Faef. 2010, p. 2. Revista Científica Eletrônica de Psicologia. Ano VIII – Número 14. Disponível em: http://www.faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/QdPKbe2jpxSiL8z_2013-5-13-15-9-34.pdf. Acesso em: 18 ago. 2019.

[26] WINNICOTT, Donald Woods. Privação e Delinquência. São Paulo: 1987, s.p.

[27] Ibid.

[28] BARBOSA, Ana Paula; et al. Transtorno Desafiador Opositivo: desafios e possibilidades. Batatais: v.7, n.2, 2017, p. 167. Disponível em: file:///C:/Users/Notebook/Downloads/sumario9%20(2).pdf. Acesso em: 18 ago. 2019.

[29] TEIXEIRA, Gustavo. O Reizinho da Casa. E-book. 1. ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2014, p. 21. Disponível em: https://docero.com.br/doc/n8nxce. Acesso em: 18 ago. 2019.

[30] Ibid. p. 35.

[31] APA - AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014, p. 462.

[32] GONÇALVES, Amalia Luiz. O Transtorno de Conduta em Crianças e Adolescentes: a atuação profissional para o cuidado da saúde. Florianópolis: 2014, p. 12. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/173642. Acesso em: 18 ago. 2019.

[33] TEIXEIRA, Gustavo. O Reizinho da Casa. E-book. 1. ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2014. Disponível em: https://docero.com.br/doc/n8nxce. Acesso em: 18 ago. 2019.

[34] Ibid. p. 31. Grifo do autor.

[35] Ibid. p. 32-33.

[36] HOLMES JÚNIOR, David. Psicologia dos Transtornos Mentais. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997, s.p.

[37] SKODOL, Andrew. Transtorno de Personalidade Antissocial (TPAS). Kenilworth, NJ, EUA: 2018. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-antissocial-tpas. Acesso em: 24 nov. 2019.

[38] TEIXEIRA, Gustavo. O Reizinho da Casa. E-book. 1. ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2014, p. 34. Disponível em: https://docero.com.br/doc/n8nxce. Acesso em: 18 ago. 2019.

[39] PAULO, Marta Mantovanelli de; RONDINA, Regina de Cássia. Os Principais Fatores que Contribuem Para o Aparecimento e Evolução do Transtorno Desafiador Opositor (TDO). Garça: Faef. 2010, p. 2-3. Revista Científica Eletrônica de Psicologia. Ano VIII - Número 14. Disponível em: http://www.faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/QdPKbe2jpxSiL8z_2013-5-13-15-9-34.pdf. Acesso em: 28 set. 2019.

[40] SILVA, Tatiane Cristina Gonçalves da. Transtorno Opositor Desafiador : como enfrentar o TOD na escola. Rio de Janeiro: 2017, p. 18. Disponível em: https://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/posdistancia/53309.pdf.  Acesso em: 28 set. 2019.

[41] TEIXEIRA, Gustavo. O Reizinho da Casa. E-book. 1. ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2014, p. 36. Disponível em: https://docero.com.br/doc/n8nxce. Acesso em: 18 ago. 2019.

[42] SILVA, Tatiane Cristina Gonçalves da. Transtorno Opositor Desafiador : como enfrentar o TOD na escola. Rio de Janeiro: 2017. Disponível em: https://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/posdistancia/53309.pdf.  Acesso em: 25 nov. 2019.

[43] TEIXEIRA, Gustavo. O Reizinho da Casa. E-book. 1. ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2014, p. 38. Disponível em: https://docero.com.br/doc/n8nxce. Acesso em: 19 ago. 2019.

[44] Ibid. p. 42.

[45] Ibid. p. 37.                                                        

[46] TEIXEIRA, Gustavo. O Reizinho da Casa. E-book. 1. ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2014. Disponível em: https://docero.com.br/doc/n8nxce. Acesso em: 19 ago. 2019.

[47] TEIXEIRA, Gustavo. O Reizinho da Casa. E-book. 1. ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2014. Disponível em: https://docero.com.br/doc/n8nxce. Acesso em: 19 ago. 2019.

[48] TEIXEIRA, Gustavo. O Reizinho da Casa. E-book. 1. ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2014, p. 125-136. Grifo do autor.

[49] TEIXEIRA, Gustavo. O Reizinho da Casa. E-book. 1. ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2014. Disponível em: https://docero.com.br/doc/n8nxce. Acesso em: 20 ago. 2019.

[50] TEIXEIRA, Gustavo. O Reizinho da Casa. E-book. 1. ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2014, p. 61-62. Disponível em: https://docero.com.br/doc/n8nxce. Acesso em: 20 ago. 2019.

[51] SANTOS, Flaviane dos Anjos. O Papel da Pré Escola Para o Ingresso no Ensino Fundamental. s.l. 2016, p. 7. Disponível em: https://portal.fslf.edu.br/wp-content/uploads/2016/12/tcc5.pdf. Acesso em: 04 set. 2019.

[52] TEIXEIRA, Gustavo. O Reizinho da Casa. E-book. 1. ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2014. Disponível em: https://docero.com.br/doc/n8nxce. Acesso em: 04 set. 2019.

[53] Ibid. p. 71.

[54] FREITAS. Soraia Napoleão. Diferentes Contextos de Educação Especial/Inclusão. Santa Maria: Proesp/Capes. 2006, p. 12.

[55] SILVA, Tatiane Cristina Gonçalves da. Transtorno Opositor Desafiador : como enfrentar o TOD na escola. Rio de Janeiro: 2017, p. 36. Disponível em: https://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/posdistancia/53309.pdf.  Acesso em: 07 set. 2019.

[56] TUBINO, Lidiane Dias. O Lúdico na Sala de Aula: problematizações da prática docente na 4ª série do ensino fundamental. Porto Alegre: 2010, p. 15. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/71912/000880442.pdf?sequenc. Acesso em: 07 set. 2019.

[57] TEIXEIRA, Gustavo. O Reizinho da Casa. E-book. 1. ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2014, p. 97-98. Disponível em: https://docero.com.br/doc/n8nxce. Acesso em: 07 set. 2019. Grifo do autor.

[58] TEIXEIRA, Gustavo. O Reizinho da Casa. E-book. 1. ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2014, p. 107. Disponível em: https://docero.com.br/doc/n8nxce. Acesso em: 07 set. 2019.

[59] TEIXEIRA, Gustavo. O Reizinho da Casa. E-book. 1. ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2014, p. 116. Disponível em: https://docero.com.br/doc/n8nxce. Acesso em: 08 set. 2019. Grifo do autor. 


Publicado por: Kelly Machado Nunes

icone de alerta

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Monografias. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.