A INFLUÊNCIA DA MÚSICA PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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1. RESUMO

Este Trabalho de Conclusão de Curso aborda a importância de se trabalhar a música para o desenvolvimento da criança na educação infantil. O mesmo tem como objetivo esclarecer o “real papel de poder” que a música possui, pelo fato de ser um instrumento alfabetizador que desenvolve no ser humano (principalmente nas crianças), habilidades como: coordenação motora, cognitiva, afetiva, a atenção, a percepção, a apreciação, a memorização, o movimento, entre outras, que se faz necessário e contribui à aprendizagem infantil. A música deve ser inserida na escola desde as Séries Iniciais, seja ela, na forma de canção, na dança ou até mesmo no manuseio e/ou confecção de instrumentos musicais. Segundo estudos dessa arte, comprova-se que, ao inseri-la desde cedo no âmbito educacional, além de desenvolver as diversas habilidades, ainda proporciona momentos de interação e lazer entre os envolvidos. Deseja-se destacar assim, que a música não é somente uma associação de sons e palavras, mas sim um elemento que encanta a todos de diversas formas.

Palavras-Chave: Música, educação infantil, desenvolvimento, aprendizagem, educando e formação.

ABSTRACT

This Completion of course work, addresses the importance of working with music to children's development in early childhood education. The same aims to clarify the "real role of power" that has the music, because it is an instrument that literacy develops in humans (especially in children), skills such as motor coordination, cognitive, affective, attention, perception, assessment, storage, movement, among others, that it is necessary and contributes to children's learning. Music should be inserted in the school since the initial series, whether in the form of song, dance or even in the handling and or manufacture of musical instruments. According to studies of this art, it was proven that, when inserting it early in the educational field, and develop various skills, still provides moments of interaction and recreation between those involved. Would you like to be highlighted so that the music is not just an association of sounds and words, but an element that delights everyone in different ways.

Keywords: music, early childhood education, development, learning, teaching and training.

2. INTRODUÇÃO

Ouvir música é uma atitude cotidiana do ser humano. Porque está presente em vários momentos e em diversos lugares ao mesmo tempo, sejam eles no rádio, na TV, na internet, na natureza ou mesmo no meio social (sons de máquinas, ruídos, buzinas de carros e etc.). Com tantos sons ao redor, temos a opção de escolher que tipo de canção queremos ouvir. Em meio ao avanço da tecnologia e de tantos aparelhos móveis, a música circula velozmente ao acesso de todos.

Como a música é um elemento existente desde a antiguidade, sua linguagem se modifica a cada geração e fato histórico. Com base nisso, nota-se que esta arte é rica em transmissão de cultura que acontece por meio das canções, das cantigas de rodas e etc. Estas, pelo fato de já existirem a muito tempo e por fazerem parte do repertório das crianças, é o que se torna atrativo para as mesmas. Isso mostra o quanto a música marca presença na vida das crianças a tempos remotos.

É importante frisar que, no campo educacional é dever da escola e Estado acolher e assegurar educação de qualidade a todos os cidadãos. E uma das formas de melhorar a aprendizagem, é descrita nos conteúdos contidos no currículo escolar. Até o presente momento luta-se para que a música esteja incluída na matriz curricular como disciplina, e não apenas no ensino de arte. Assim com este recurso incluso na escola facilitará para as melhorias da educação.

Dessa maneira, nota-se que a música quando presente nas salas de aulas proporciona às crianças momentos de prazer e alegrias, além de desenvolver habilidades, como: coordenação motora, cognitiva, afetiva e social. É também um rico instrumento pedagógico alfabetizador para a aprendizagem da escuta, da apreciação, da linguagem e para aprender com os impulsos e emoções vivenciadas no dia-a-dia.

Portanto, conclui-se que não haveria espaço mais significativo para usar esta arte (música) como requisito de ensino-aprendizagem, do que a escola. Pois, é nesta, que o educando tem os primeiros contatos com outras pessoas e aprende a conviver em sociedade. Com isso, nota-se o quanto é importante à presença constante da música na escola.

3. HISTÓRIOGRAFIA DA MÚSICA

3.1. HISTÓRIA DA MÚSICA E SUA ORIGEM

Pode-se perceber que ouvir música é uma atividade contínua e histórica para o ser humano. Porque está inserida no cotidiano das pessoas de diversas maneiras e em vários momentos. Sendo transmitida pelos meios de comunicação em geral, tais como: rádio TV, celular, computador e etc.

A música é um elemento existente desde a Pré-História com os nossos ancestrais. Por sua vez, a mesma, era representada por meio dos sons emitidos pela natureza (lugar de convivência dos humanos na época), que pode ser percebido através do barulho da água, das plantas e dos animais.

Já os primeiros habitantes, faziam uso da referida (música) para se comunicarem com os demais companheiros, quando se encontravam em situações de perigos (lutas ou ameaças por predadores ou pessoas desconhecidas) ou momentos de alegrias, como: a celebração de nascimento, casamento, morte, conquistas e/ou perdas vivenciadas no dia-a-dia.

A música é uma linguagem universal, tendo participado da história da humanidade desde as primeiras civilizações. Conforme dados antropológicos, as primeiras músicas seriam usadas em rituais, como: nascimento, casamento, morte, recuperação de doença e fertilidade. (BRÉSCIA, 2009, p. 15).

Para que seja compreendida a presença e a importância da música para o homem atual, é que, podemos destacar as manifestações culturais, que a mesma expressa, explica, denuncia e declara fatos ocorridos na sociedade em forma de letra e canção, de modo que seja divulgada a proporcionar as mensagens às diversas camadas sociais. Sabe-se que a música é elemento “antigo”. Segundo SANTOS:

A palavra música vem do grego antigo, mousikês. O termo é uma referência às musas, as nove filhas do deus supremo Zeus que eram responsáveis pelas artes. Portanto, é importante percebermos que a origem da palavra música vem da mitologia grega e está relacionada à criação artística. (2008, p. 12).

Nota-se, portanto, a presença da música, com e nas manifestações culturais, como é o caso da Grécia, lugar de origem da palavra música. Enquanto ao seu significado “Arte das Musas”, nos dá o sentido de beleza marcante, o que de fato pode-se comparar às belezas existentes nas músicas.

Por que a música nos envolve tanto? Se tratando do ser humano, que vive diversos tipos de situações em seu dia-a-dia, nada mais inspirador do que a música, pois a mesma transmite mensagens que se encaixam em cada perfil que, por sua vez, tem a opção de selecionar o que quer ouvir de acordo com o seu estado de espírito, como: alegria, tristeza, melancolia, romantismo, etc.

Para compreender o porquê do efeito desse fenômeno que comove tanto o homem, é preciso entender que a música é composta de vários elementos. O passo-a-passo da composição musical origina - se através do conhecimento e de algum fato ocorrido na vida de um compositor, que por sua vez, o transforma em música.

A música é composta basicamente por: som: são as vibrações audíveis e regulares de corpos elásticos, que se repetem com a mesma velocidade, como as do pêndulo do relógio. As vibrações irregulares são denominadas ruído. Ritmo: é o efeito que se origina da duração de diferentes sons, longos ou curtos. Melodia: é a sucessão rítmica e bem ordenada dos sons. Harmonia: é a combinação simultânea, melódica e harmoniosa dos sons. (WEIGEL, 1988, p. 10).

A junção de todos esses elementos citados acima é o que dá um sentido maior a música. Pode-se perceber que existem vários ritmos musicais, tipo: lento, instrumental, pop, forró, entre outros. Essa diversidade é responsável por representar e transmitir cultura de cada lugar de origem do mundo, e que devido à tecnologia atual, todos podem ter acesso e conhecer qualquer tipo de música.

Outra vez, nota-se o quanto estas trilhas sonoras estão presentes na vida humana. É o que afirma ANDRADE, (1976, p. 13): “O que a gente pode afirmar, com força de certeza, é que os elementos formais da música, o som e o ritmo, são tão velhos como o homem”. Analisando com mais profundidade o que tem dentro da canção, vale a pena observar tanto na escuta quanto na escrita, o que cada elemento expressa na construção de uma única música. Dessa forma entende-se a causa, deste fenômeno mexer tanto com o homem, no sentido espiritual, emocional e físico.

A canção não é um simples SOM. É uma das formas mais antigas e populares da MÚSICA, criada por um COMPOSITOR para ser cantada por um INTÉRPRETE. Por isso ela não é só MELODIA. Tem também muita poesia. LETRA e melodia andam juntinhas na canção, respeitando a HARMONIA, para não sair do TOM. Canção pode ser tocada na festa, na rádio [...]. Pode ser triste, engraçada ou romântica. Se o RITMO for mais balançado, olha lá gente dançando! Se for um pouco mais paradinho, dá uma vontade de ficar quietinho... Tem canção para relaxar, divertir, ninar, curtir, rezar. Dá pra imaginar a vida sem canção? O mundo da canção é uma fábrica movida pelo combustível dos nossos sonhos. (SIMONE, Música- História da Arte, acessado em 15-03-2012, às 12h 01min).

De acordo com a citação mencionada acima, observa-se mais uma vez os elementos contidos na música, que passa por processos diferentes. Observa-se também, o quanto a música é dinâmica, pois muitas pessoas compõem-na, já outras as interpretam, de forma a transmitir a poesia contida na mesma. Nota-se o quanto a música é envolvente, e o quanto ela mobiliza as pessoas. Assim, reflete-se que não dá pra imaginar a vida sem canção, por que ela está em vários lugares ao mesmo tempo.

É perceptível também, a música na educação infantil, pois, antes de nascer, a criança já tem contato com os diversos tipos de sons, estes que por sua vez, são emitidos internos (na barriga da mãe) e externos (no mundo), podem ser observados através da reação do bebê devido aos estímulos (sons, ruídos e etc.) que a criança recebe consequentemente a reação aos mesmos se dá por meio dos chutes na barriga das gestantes.

Segundo POLATO (Revista Nova Escola-setembro, 2009, p. 80): “A relação das crianças com a voz materna e a memória sonora delas começam a ser formadas na gestação”. Ainda sobre isso, o psiquiatra francês, POLATO (Revista Nova Escola setembro-2009, p.­80): “Essas “impressões sonoras” preparam o vínculo do filho com a mãe para quando o cordão umbilical não os unir mais”.

Por isso, quando nascem, os pequenos já diferenciam a voz da mãe da voz de outras pessoas. Isso acontece por que, a mesma é quem os acalmam nos momentos do choro, dos incontentamentos com algo, entre outras ocorrências. Uma das estratégias usadas e que dá certo na maioria das vezes, são as canções de ninar, que as mães cantam para os bebês na hora de dormir, é a partir daí que a música (composição, letra, ritmo, harmonia e etc.), começa a fazer parte do universo da criança. A respeito do vínculo da mãe com o filho, STAHLCSHIMIDT, ressalta que:

É interessante que os pequenos ouçam a voz da mãe desde cedo, inclusive na hora do acalanto (canções de ninar). [...] essas músicas, que embalam o sono dos bebês, tem lugar cativo no repertório familiar. Elas acalmam, aconchegam e dão segurança para que os bebês durmam. (Revista Nova Escola, p.80 ).

Nota-se o quanto as canções de ninar desenvolvem um papel importante na formação da criança. A princípio, ao escutar estas canções desde cedo já desenvolve a escuta e a imaginação. Além de transmitir tranquilidade, que por sua vez, é um estado necessário na hora de dormir, essencial aos pequenos que ainda estabelecem vínculos para a entrada no universo musical. Segundo, a mesma autora: “A imagem de uma mãe embalando seu bebê, ao som de um acalanto... Quem entre nós não associaria tal cena a sensações de bem-estar e prazer”. (2009, p. 13).

Devido ao contato diário com a música e seus encantamentos, já nos primeiros anos de vida, a criança expressa o que sente. Mesmo sem ter desenvolvido completamente o andar ou falar corretamente, elas tentam acompanhar os movimentos com o corpo e com a expressão facial (interpretação da música que se dá por meio do movimento e dos gestos).

Algumas pessoas veem as canções de ninar de maneira negativa, pelo fato de algumas conterem na letra ou no enredo da história a atuação maior de bichos, monstros, bruxas e outros, vistos de forma maldosa. Apesar desse conceito, cabe ressaltar que há um duplo significado nestas canções entre o ninar e o medo. No entanto, analisa-se a presença dos monstros mencionados nas mesmas de forma que quem as canta pode modificá-las de acordo com a ocasião e o contexto social em que está inserido.

Esses temas não seriam terríveis em si, mas permitiram pelo que “os temas apavorantes dos acalantos ofereciam, no fundo, mecanismos reguladores de disfarce e manipulação do medo real” (op.cit,p. 46). Assim o teor sinistro de muitas cantigas de ninar se explica, pois, pela força da palavra, “o ser do medo pode, sendo nomeado, desaparecer. (LOUREIRO, 2003, p.30).

Outro aspecto positivo no uso das canções folclóricas, é que, analisando, por exemplo, a letra de: “atirei o pau no gato” e “boi da cara preta”, o primeiro pensamento que se tem é que esses animais mencionados são ameaçadores. Mas se analisarmos bem, estes, também são ameaçados constantemente pelo homem, sem os mesmos fazerem nada de mal ao ser humano.

Além dessas cantigas soarem bem aos ouvidos de quem as escuta (principalmente as crianças), é uma ferramenta propícia, para os pequeninos aprenderem desde cedo, o que eles vão encontrar na sociedade em convivência com as demais pessoas, cujas podem ser relacionadas como: bruxas, fadas, monstros, pessoas companheiras, entre outras, que mesmo saindo da fantasia, existe no “mundo real”.

Pode-se observar assim, que a música é um elemento que, há bastante tempo faz parte da trajetória humana, seja ela em forma de barulhos, de poesia ou de canções já prontas. Foi na Grécia, que a paixão pela música se expandiu e, com ela, sua valorização. Isso é notável, nas indagações que faz LOUREIRO: ”[...] O reconhecimento do valor formativo da música fez com que surgissem, naquele país, as primeiras preocupações com a pedagogia da música”. (2003, p. 34).

De acordo com a citação, se analisa quanta importância tinha o ensino de música nesta época. Era tão valorizada que se pode compará-la com outras artes como a da oratória (arte de falar bem em público) uma das mais belas artes da Grécia Antiga e demais ensinos.

Com esse espaço conquistado pela música, a Grécia foi responsável pelo desenvolvimento de um dos elementos mais importantes do pensamento musical, que também é utilizado no raciocínio matemático. Este, que por sua vez, teve como responsável pela descoberta, o matemático Pitágoras.

Ele relata que: “[...] matemática e música eram parte uma da outra, e nessa relação estava à explicação para o funcionamento de todo o universo. A música é tão considerada fonte de sabedoria, indispensável à educação do homem livre. (LOUREIRO apud PITÁGORAS, 2003, p. 35)”. Quem poderia imaginar que a música e a matemática teriam relações tão “íntimas”, desde as eras passadas? Como o próprio Pitágoras afirma, a música possui potencial necessário à educação do homem. O que de fato, para esta época (onde a rigorosidade era o que prevalecia na hora de aprender) as disciplinas eram bem selecionadas. A partir das ideias de Pitágoras é que se foi induzindo também outros teóricos desta época a respeito da música.

A música pode introduzir no espírito do ser humano o sentido de ritmo e harmonia, pois uma pessoa corretamente educada na música, pelo fato de assimilá-la espiritualmente [...] de satisfação pelo belo e de repugnância pelo feio. Além disso, a educação musical é vista como pré-requisito ao conhecimento filosófico [...]. Por isso ele reconhece a primazia da música sobre as outras artes [...] são o ritmo e a harmonia os que mais fundo penetram no íntimo da alma [...]. (LOUREIRO apud PLATÃO, 2003, p. 35).

De acordo com o filósofo, a música quando bem abordada na vida do ser humano, desenvolve a capacidade de distinguir o belo do feio. Essas duas vertentes são primordiais no campo da filosofia, que pode ser desenvolvida no ser humano através do ritmo e da harmonia existentes na música.

Com isso, conclui-se que a música é um elemento existente há muito tempo na história da humanidade e da educação em forma de arte. Por isso, esta deve ser resgatada e incluída no currículo das instituições de ensino atuais, para que possa ser resgatado os benefícios que este ensino é capaz de desenvolver nos alunos.

3.2.  HISTÓRIA DA MÚSICA NA GRÉCIA

Como se sabe, a Grécia é um dos marcos histórico e de destaque, no que diz respeito ao campo das artes. Pois, há muitos anos os gregos já se destacavam, em meio às outras nações, porque suas formas de expressão distinguiam cada situação e momentos vivenciados pelos mesmos. Uma das formas de expressão que mais teve embasamento nesta geração foi no campo da arte, da poesia, da dança, da música, entre outras.

Sendo a música, uma das artes preferidas pelos mesmos, desde os primórdios, pelo fato de possuir uma potencialidade e indução na forma de pensar, agir e ser de cada indivíduo. Os músicos ganhavam grande admiração dos outros, que os visavam como supremos conhecedores e portadores de tal domínio, logo, a música era vista como uma ciência, por causa das técnicas utilizadas, bem como o saber e talento a cerca do domínio desta arte.

Nota-se com isso, as necessidades que surgiram para exercer a função de mediador desta arte, como é o caso dos professores que estivessem aptos a ensinar esta cultura musical, por meio de estudos e exercícios. Afinal de contas, a música começa então a ganhar proporcionalidade intensa, e passa a se espalhar rapidamente em meio a outras nações, chegando aos meios de ensino como disciplina propriamente dita. LOUREIRO retrata o percurso que esta arte correu para chegar às escolas em forma de ensino.

O reconhecimento do valor formativo da música fez com que surgissem, naquele país, as primeiras preocupações com a pedagogia da música. Assim, a música requer uma instrução que ultrapassa o caráter puramente estético; torna-se uma disciplina escolar, um objeto de mestria, proporciona a medida dos valores éticos, torna-se uma “sabedoria”. (2003, p.34).

A pedagogia da música foi motivo de preocupação para os envolvidos, pois, foi notável o quanto esta arte transmite conhecimento, seja no campo pessoal, social ou espiritual. Por isso, os gregos definiam a música como uma das formas de sabedoria mais bem conceituadas, por causa das diversas habilidades/ações, que ela pode desenvolver nas pessoas, através dos caracteres de valores, tais como a ética, um dos valores mais almejados por todos. Sobre o ensino de música a autora retrata que:

Receber uma educação não significa, portanto, aprender a tocar piano, violino, ou fagote, mas estudar a fundo todas as artes liberais, a escrita, a matemática, o desenho, a declamação, a física e a geometria, saber cantar num coro e tocar perfeitamente pelos menos um instrumento. (LOUREIRO, 2003, p. 34).

De acordo com a autora, a música vai além do que pensam as pessoas, do simples mérito de que aprender e estudar a mesma limita-se apenas a tocar ou dominar algum tipo de instrumento (mas que fique claro que isto não deixa de ser importante, ao contrário, também faz parte deste conhecimento) e sim saber as outras áreas envolvidas nesta arte. Portanto, isso nos leva a refletir sobre a expansão e variedade de aprendizagem que a música proporciona de forma contextualizada aos envolvidos, tanto aos conteúdos programáticos seguidos pelas escolas, quanto à profissionalização de canto e administração de instrumentos.

Vista de um ângulo filosófico, pelos primeiros estudiosos das ciências humanas, a música é capaz de agir, influenciar e penetrar sob o pensamento, as doutrinas e estado de espiritualidade do homem na sua plenitude. Os mesmos asseguram que esta ferramenta de aprendizagem (música) age desta forma no ser humano através do sentido expresso pelo ritmo e harmonia, proporcionados por este elemento cultural. Visando o ponto de vista filosófico é utilizado o mérito de repúdio ao feio e satisfação pelo belo.

[...] a música pode introduzir no espírito do ser humano o sentido de ritmo e harmonia [...], sente desabrochar, dentro de si [...] uma certeza infalível de satisfação pelo belo e de repugnância pelo feio. Além disso, a educação musical é vista por Platão como pré-requisito ao conhecimento filosófico. (LOREIRO, 2003, p. 35).

Partindo de outros pré-supostos, pode entender que a música também era uma disciplina, que para executá-la fazia-se necessário ter muito cuidado. Como indaga LOUREIRO: “Em primeiro lugar, a música não deveria ser praticada de modo desinteressado, mas de forma que tornasse mais suave e atraente o ensino”. (2003, p. 35). Afinal de contas, a Grécia tinha “o nome” a ser prezado, no campo da arte, das lutas e das descobertas pelo novo.

Para que a música despertasse o interesse dos educandos desta época, era preciso ser ensinada de modo “espetacular”, para que fosse respeitada como as demais disciplinas (matemática, português e história). Outro aspecto interessante desta área, é que, seguia-se um cronograma de estudo, de acordo com a idade de cada pessoa. A exemplo disso, é que os discípulos seguiam o roteiro de aprender as primeiras canções berceuses, e só depois é que teriam contato com os hinos guerreiros e religiosos.

Segundo a concepção de Platão, para os jovens entre 14 e 16 anos, a música, deveria ser abordada apenas em dois gêneros: “a música violenta” (adequada à guerra) e tranquila (concentração). Depois dessa fase os sujeitos continuariam a frequentar somente canto corais e jogos comunais. Assim, como as outras disciplinas, a música também exige que seja trabalhada por etapas, concepção esta, que a maioria das pessoas não tem conhecimento, especialmente “muitos” educadores atuais. Conforme LOUREIRO discorre:

O ensino da música se desenvolvia em níveis [...], fase inicial dos estudos, a educação ficava a cargo dos mestres especiais e seu conteúdo previa a ginástica e música, compreendendo conhecimentos de poesia, história, drama, oratória e ciência. A maior parte do tempo era destinado ao ensino da música, que incluía a aprendizagem dos fundamentos da teoria musical, princípios do som e de sua grafia e as leis que regem a construção melódica e rítmica. (2003, p. 34).

A música é também uma disciplina que se encontra de forma contextualizada, que está interligada as demais disciplinas, desde a fase inicial da vida estudantil até a conclusão dos estudos. Sabendo que ela mexe com as diversas áreas do corpo humano, tais como a expressão física (movimento do corpo), como psicológica (pensamento) e do conhecimento cientifico (estudo das ciências). É destacado pela autora, que a maior parte do tempo de estudo era dedicado a música, com o estudo centrado na sua composição, analisando dessa maneira o som, a grafia, a melodia e o ritmo.

Diante disso, constata-se que a música quando explorada dessa forma (por etapa), desenvolve certo grau de “amadurecimento” nos envolvidos. Pois, o mesmo terá contato com cada etapa que passa a música, tomando dessa forma para si esses acontecimentos também. Compreende-se que quanto mais se empenhar o resultado será melhor. Por isso, desde as épocas passadas, na Grécia, quem conseguisse chegar até a etapa final deste estudo, teria sucesso na carreira, caso contrário, os envolvidos eram classificados para ocuparem outros cargos diferentes do rumo musical. Como mostra LOUREIRO.

Para concluir a educação musical, havia um terceiro nível, que se estendia por mais cinco anos, levando o aluno ao estudo da dialética. Estudava-se filosofia apenas aqueles que se revelassem mais capazes para uma educação mais apurada, os demais seriam militares. (2003, p. 34).

Mediante a esses acontecimentos na história do ensino de música, pode-se observar, que a Grécia foi realmente uma das pioneiras a ingressar neste ensino. De acordo com as fases desse estudo, nota-se o quadro de rigorosidade que era exigido para estudar esta arte, pois, concluía apenas os que realmente eram capacitados para continuar no processo de estudo da música.

Porém, com o passar do tempo, a Grécia se deparou com alguns problemas. Como a música sensibiliza as pessoas, aqueles que estudavam e não prosseguiam no rumo musical, e por sua vez tornavam-se militares não agiam de forma rígida e severa, como deveria ser, já que as emoções e o sentimento os abalaram depois da presença da música daquela arte em suas vidas, logo, essas não se adequavam à formação de soldados, que era exigido que fossem duros e disciplinados.

Após, tantas mudanças e transformações no mundo da música e do seu ensino, a mesma espalha-se nos vários continentes de formas diferenciadas. Um dos marcos histórico que a música exerceu forte influência, foi também nas igrejas. Esta última, por sua vez, foi modificando a música, de maneira mais ousada, nos critérios de voz, melodia, entre tantos outros. Já fora do âmbito religioso, deu-se inicio a criação de músicas populares, de caráter modal e profano, que expressavam sentimentos de amor e saudades, além dos feitos heroicos das guerras.

Durante a Idade Média, a música recupera sua natureza de linguagem expressiva de sentimentos humanos. Foi a fase de expressão, sem finalidade performática, restabelecendo-se a dialética da música, pautada do ideal grego, como ciência e como arte. (LOUREIRO, 2003, p. 34).

Na Idade Média, a sociedade era submetida aos “comandos da Igreja”, na forma de clero e estado. E a música, como manifestação cultural, também passou por transformações nesse meio. A mesma era utilizada, como uma das formas de expressão humana, de sentimentos, principalmente dos que retratavam estado de espírito. Ainda assim, a música manteve-se no pódio mais alto, pois, era considerada ciência e arte, mesmo diante das mudanças e normas estabelecidas.

Diante disso, devido à forte influência da Grécia no mundo da música, é que surgiram estudiosos neste ramo, e foi desenvolvido várias teorias a respeito desta arte, como é o caso do matemático Pitágoras, que por sua vez relacionou o estudo da matemática com a música através de sua teoria adotada como: harmônica e sequência pitagórica.

Essa teoria, está relacionada à matemática por meio da fração que seguia a freqüência/ intensidade com que se tocava as cordas de acordo com cada instrumento musical chamado monocórdio (violão de uma corda só).Com base nisso, observa-se que a música foi explorada, criada e espalhada a partir dos gregos. Pois, foi lá onde se originou tudo:

Na Grécia antiga, o currículo escolar era feito de quatro disciplinas fundamentais, e articuladas: aritméticas (estudo dos números em repouso), música (números em movimentos), geometria (formas em repouso) e astronomia (formas em movimento [...]). (BICUUDO, 2012, p.49).

Conclui-se, que a conexão da música com a matemática, já existia desde a Grécia Antiga. Portanto as mesmas não eram desvinculadas, essa relação só foi alterada a partir do período da Idade Média, quando surgem novos rumos para o caminho da música, cuja passa por grandes transformações. Com isso, foi destacado o papel que a Grécia exerceu sob a música e sua divulgação ao resto do mundo.

3.3. HISTÓRIA DA MÚSICA NO BRASIL E NO CONTEXTO SOCIAL

Como observamos anteriormente, a música sempre esteve e continua presente na vida das pessoas. Porém, poucas delas param para analisar qual sua origem (de como ela surgiu no Brasil, por exemplo). Pode-se observar anteriormente, que um dos lugares de maior atenção a esta arte foi na Grécia, onde a música era estudada seriamente, dotada de valores e de conhecimentos também científicos. Como por exemplo, no marco histórico do período da Idade Média, houve uma forte participação nas mudanças desta área. Decorre então a sua influência e quem sabe até chegada registrada no Brasil.

Segundo fontes históricas, os jesuítas foram um dos primeiros educadores que o Brasil teve ao catequizar os índios. Os mesmos seguiam seus rituais culturais, independentes da chegada dos colonizadores ao País. Uma das manifestações culturais deles era a dança, onde expressavam seus sentimentos seja na forma de comemorações ou lamentações. E o que mais surpreende é que nesta época, não existiam instrumentos prontos e acabados, todos eram produzidos a partir de materiais retirados da natureza, onde viviam.

Devido às exaltações que os índios faziam a seus deuses, para cada uma dessas, existia um tipo de dança e de música, como é o caso da dança da chuva e outras contemplações à natureza. Essa era uma cultura passada de geração em geração, por isso, as tarefas também eram atribuídas de modo diferente, pois os mais velhos por serem mais experientes, e terem conhecimento dos fatos mais antigos, e conhecerem a tradição, era quem repassavam para os demais.

Atualmente o Brasil é conhecido por um país diversificado tanto na cultura, como na etnia. Devido a isso, a invasão dos diferentes tipos de povos neste lugar, é que fez com que gerasse essa mistificação. A respeito disso, é que se pode observar os diferentes estados do território brasileiro, quanto as danças, músicas e ritmos que variam de acordo com cada região.

Em meio a essa mistificação, e com o passar do tempo, estudiosos e pessoas interessadas nesta arte (música), buscaram compreender e conhecer os motivos de ser uma linguagem que interessava a muitos, e o porquê dela permanecer até os dias atuais. Mediante a isso, a música, foi fixando-se no meio social, e com ela a indagação de vários autores para entender o sentido da mesma na vida das pessoas. Com isso, surgiram os interesses em se aprofundar no estudo da música, como: notas, sons, instrumentos e etc. bem como de sua influência para os seres humanos.

Durante o período de musicalização no Brasil, quando a música demonstrou ser repercutida na sociedade sob diversas formas, foram criados centros educacionais com especialidades nesta área tais como: cursos de especialização em mestrados, doutorados e pós-graduação, ambas realizados pelo Conservatório Brasileiro de Música, bem como em Universidades Federais das capitais mais desenvolvidas no país (região Sul e Sudeste). A respeito do Conservatório de Música, LOUREIRO, afirma o seguinte:

[...] O Conservatório Brasileiro de Música foi pioneiro no país ao incluir a educação musical como área de concentração. O curso surgiu da necessidade de buscar a integração e a continuidade entre os cursos de graduação, abrindo caminhos para a produção do conhecimento na área da música e, assim, possibilitando o avanço da pesquisa como prática cientifica. (2003, p. 80).

Pode-se analisar com isto, o estudo de conceitualização da música, bem como, a preocupação em formar pessoas especializadas nessa área. Em decorrência disso, é que foi surgindo vários cursos diferentes para esta arte, desta maneira percebeu-se que era necessário integrá-la no meio educacional, para ser analisada de forma cientifica. Por isso, a música foi avançando cada vez mais no Brasil, e diante de tal avanço, é que se percebe o interesse de pessoas para dominá-la cada vez mais.

Por isso, é difícil encontrar alguém formado na área de música, apesar de existir muitos músicos talentosos nos mais diversos lugares do Brasil. Tudo se deu por meio de pesquisas realizadas. Como retrata, LOUREIRO: “[...] a pesquisa em música vem avançando e ampliando espaços para a investigação da área de educação musical [...]. (2003, p. 85)”. Diante disso, percebe-se um pequeno problema a ser enfrentado. Pois existem estudiosos e especialistas nessa área aptos a essa prática nas salas de aulas, mas é rara a presença destes nas escolas.

A educação musical vem apresentando [...], dissertações, teses, artigos publicados [...] que a pesquisa em educação musical vem se preocupando em desenvolver uma prática cientifica voltada para a compreensão do fenômeno musical, ou melhor, buscando o entendimento das relações entre o ser humano e a música, a partir dos modos de apropriação e transmissão. (2003, p. 93).

Diante disso, pode-se observar o quanto a educação musical vem se desenvolvendo no Brasil. A partir da mesma é que vem surgindo novas descobertas que tornou-a um fenômeno surpreendente, por ter sempre uma novidade a ser registrada com relação à mesma. Em meio a isso, pode-se concluir que devido a sua cientificidade, é que surge a necessidade de estudá-la, pois está inserida no contexto da vida social do ser humano.

A música faz parte da vida do homem, porque a mesma é inserida e expressada em diferentes tipos de linguagem, seja esta, escrita, falada ou expressada, e em diferentes situações do dia-a-dia. Através dessa relação de conhecimentos, é que se chega aos conceitos de aprendizagens formal e cultural, cujo gira em torno da sociedade atual em que vivemos. Com isso, cabe ressaltar a importância e compreensão desta arte para todos.

Pelo fato da Educação Musical tratar da relação entre os indivíduos e música, ela divide necessariamente o seu objeto de estudo e em outras áreas chamadas “humanas” ou “sociais”, entre elas a Filosofia, a Antropologia, a Pedagogia, Psicologia e Sociologia, Ciências Políticas e História. Por tratar, também, dos processos de apropriação e transmissão de música, ela requer um empreendimento reflexivo em relação às implicações músico-históricas, estético-musicais, músico-psicológica, sócio-musicais, etnomusiológicas, teórico-musicais e acústicas. (2003, p. 93).

Dessa forma, pode-se analisar a extensão que a música abrange. E se tratando das relações humanas, esta é vislumbrada em forma de educação, cujo é o processo de aprendizagem por onde passam todos os sujeitos, seja na forma de educação formal ou informal. Afinal, o que seria do mundo, se não fosse a descoberta e estudo dos fatos, das relações e do meio? É por isso, que foram surgindo ao longo dos anos curiosidades a respeito destes estudos. De acordo com as indagações em vista dos fatos sociais, e para a compreensão destes diante da humanidade é que foram criando ciências, na forma das constatações visualizadas.

Em suma, a música contribuiu no estudo das áreas das ciências humanas e sociais, que partindo do conceito de análise da mesma, é que se podia perceber os fatos históricos e a relação humana. Pois, a música era (e continua sendo) um meio de expressão social. Através dela, pode-se fazer críticas manifestações de alegrias, tristezas e demais sentimentos que demonstram os homens, quando se encontram em determinado estado emocional, para as demais sociedades envolvidas.

Por isso, pode-se perceber que há probabilidade de a música ser estudada de diversas formas, contextualizadas com as demais dimensões da educação sejam na forma de ciência ou sociedade. Portanto, para o estudo profundo da música, requer que o envolvido se aproprie das manifestações que a mesma é capaz de envolver. Seja no contexto histórico, estético, psicológico, teórico ou social. E isso pode ser observado no Brasil, de acordo com o tipo de música criada nas mais variadas regiões deste País.

Quando a educação musical é inserida no contexto escolar, esta é portadora de uma capacidade imensa de desenvolver nas pessoas (mais diretamente nas crianças), desempenhos necessários à aprendizagem humana, como é o caso do desenvolvimento da linguagem escrita e oral. Por isso, a música deve está presente nas escolas, para que possa ser resgatado o ensino da mesma, desde as séries iniciais, e que seja ensinada de forma séria, como uma disciplina dotada de aprendizagem e valores, como antes na antiga Grécia.

O modo de ser da linguagem musical tem como matérias-primas sons de silêncio articulados em pensamentos musicais. Assim compor implica imaginar, relacionar e organizar sons, ouvindo-os internamente. Beethoven, por exemplo, continua compondo, mesmo após a perda da audição, pois operava com seu pensamento musical, transcendendo a realidade física do som. (MARTINS, 2009, p. 121).

A partir daí, pode-se perceber a estrutura da linguagem musical, na forma de conceitos teóricos e do seu empenho na mente humana. Analisa-se o quanto a música abrange várias categorias, é com ela que o ser humano pode se “sustentar” de acordo com cada situação diária, pois a música é uma forte aliada, que está presente na vida dos seres humanos sob todas as formas e em várias situações que podem ser percebidas na forma de alegria, tristeza, frustrações e etc.

Do ponto de vista analítico, a música serve para distrair as pessoas, resgatar a autoestima ou até mesmo resgatar a lembrança de um fato passado ou reviver momentos inesquecíveis, que são relembrados por meio das canções. É por isso que ela possui uma linguagem própria e única. Pode haver modificações, no ritmo, na harmonia ou até mesma na letra, porém será descartada da vida das pessoas, pois, esta conquistou um espaço significativo, porque não existe ninguém que não goste de música.

De acordo com o contexto social, a música chegou ao Brasil, por meio dos primeiros habitantes, como é o caso dos índios, dos escravos, dos portugueses e dos africanos. As primeiras canções a fazerem parte da música brasileira foram classificadas como erudita e a popular. Aos poucos foi formando a identidade da música neste país. Pode-se observar que a contribuição dos escravos aconteceu por meio das danças e instrumentos, os índios por meio das danças conhecidas hoje como folclóricas e os colonizadores com as danças e músicas clássicas, típicas dessa época, como é o caso da valsa e dos boleros.

Essa mistura de dados e informações, que o Brasil passou durante sua “descoberta e invasão”, é que se deram os vários ritmos e danças existentes hoje, tudo em decorrência da pluralidade de fatos e pessoas de diferentes culturas, por isso, que se deu o processo de mistificação em todos os sentidos. As músicas populares foram sendo recriadas de acordo com cada sociedade na medida em que aconteciam os processos de mudanças de lugares e pessoas. Vista como clássica e de qualidade, contribuiu muito, tendo como um dos artistas em destaque Vila Lobos.

Daqui decorre-se a grande expansão da música brasileira, e com ela os ritmos marcantes desta arte nas mais diversas épocas. Eis que surgem então os primeiros ritmos a chegar aos ouvidos de todos. São eles: a MPB (Música Popular Brasileira), chorinho, valsa, samba, entre outras. Com estes ritmos, o Brasil passava por grandes mudanças no seu contexto social, através dos fatos históricos que os pais viviam nesta época, como era o caso da ditadura militar, onde muitos músicos foram presos e exilados por fazerem críticas aos governos por meio das canções, que por sua vez chegavam ao acesso de todos. E isso era uma grande ameaça aos políticos corruptos da época.

Mediante isso, conclui-se que a música possui grande marca e importância na história da sociedade brasileira dos tempos remotos até hoje. Pois a mesma serve como forma de manifestação, de crítica, entretenimento e no lazer ou até mesmo para expressar o que cada pessoa quer demonstrar em determinado momento e ocasião, por que a referida é capaz de mostrar o que as pessoas estão querendo demonstrar de acordo com o gênero que curtem. Por tanto, o papel da música é representativo em todos os ambientes das mais diversas sociedades.

4. UTILIDADE DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

4.1. APRENDIZAGEM MUSICAL E DESENVOLVIMENTO COGNITIVO

Ao discutir a inserção da música como disciplina no currículo, analisa-se que há vários fatores e muitas fronteiras para que este ensino seja posto em prática nas salas de aula. Principalmente na modalidade da Educação Infantil e Ensino Fundamental. Afinal de contas, ao se tratar de currículo, sabe-se que é preciso cumprir o que determina na elaboração dos mesmos.

E a escola, como instituição responsável pela inclusão de todas as pessoas neste espaço, muitas vezes, é “submetida” a educar de forma a ter que exercer o seu papel e ainda ser assistencialista (preocupação com fatos pessoais dos alunos) o que pode ser um dos grandes fatores que desviam para o avanço da educação no Brasil. Vista com o propósito de educar, é que esta, vive em constantes mudanças, seja ela de modalidades, de profissionais, de recursos, entre outros. Foram criadas leis para fomentar o seu papel.

De acordo com o que está disposto nas Diretrizes da Educação, a respeito da modalidade de educação infantil: “A educação infantil é a primeira etapa da educação básica. Ela estabelece as bases da personalidade humana, da socialização. As primeiras experiências da vida são as que marcam mais profundamente as pessoas. (2000, p.49).”

Dessa maneira, nota-se o quanto a escola é um espaço significativo principalmente para a criança que começa a ter o primeiro contato com o mundo (as coisas/ objetos) e o social (troca de experiências com outras pessoas). Com isso é evidente que é registrado na vida da criança (futuramente) as primeiras experiências vivenciadas.

No que se refere ao ensino de música nesta faixa-etária (modalidade de educação infantil), os primeiros contatos que a criança terá com essa arte, influenciará no seu desenvolvimento ao longo da vida. Com relação à criança e a música, pode-se observar o seguinte, a respeito da presença deste elemento na educação que atende aos pequenos (educação infantil e ensino fundamental).

A música no contexto da educação infantil vem, ao longo de sua história, atendendo a vários objetivos, alguns dos quais alheios às questões próprias dessa linguagem. Tem sido, em muitos casos, suporte para atender à vários propósitos, como a formação de hábitos, atitudes e comportamentos [...]”. (Referencial da Educação Infantil, 1998, p. 47).

De acordo com o trecho acima, pode-se compreender que a música no contexto da educação infantil através da sua linguagem, é uma ferramenta capaz de criar hábitos, atitudes e comportamentos que serão vivenciados no dia-a-dia por essas crianças.

Como se sabe, a criança dispõe de muita energia, que por sua vez precisa ser liberada todos os dias. Por isso, durante as aulas muitas crianças ficam inquietas e impacientes, porque precisam pular, dançar, se mexer e brincar para descarregar toda essa “carga de energia”.

É por isso, que a música, é assunto preferencial dessas crianças. Por que com ela, eles podem utilizar a criatividade, improvisar e demonstrar o que sentem. Com relação à educação sonora, SCHAFER, discorre o seguinte: “A escuta atinge lugares que a vista não alcança [...]. (2009, p. 49)”.

Com base nesse pensamento, pode-se analisar que o uso da apreciação musical serve de ferramenta para o desenvolvimento de habilidades, como a linguagem, o movimento corporal, a escuta, sensório-motor, intelectual, a atenção, entre outros. Tudo isso pode ser desenvolvido no mesmo, por meio do uso da música e explorando-a de forma adequada. Segundo, MOÇO:

[...] A linguagem está presente em todos os momentos da vida [...]. O trabalho com ritmos tem uma importante relação com atividades de movimento. As músicas são ainda uma ferramenta para a aquisição da linguagem verbal. (Revista Nova Escola- abril, 2010, p. 50).

Compreende-se assim, que a música é uma ferramenta proporcional, quando explorados os rítmos e os movimentos nos pequenos, para despertar o desenvolvimento e/ou aprimoramento da linguagem verbal, daqueles que ainda não aprenderam a falar “tudo”.

Tendo em vista que a linguagem é uma forma das pessoas se comunicarem, seja ela, verbal ou corporal. É de suma importância que o desenvolvimento desta seja despertada desde cedo nos pequenos, para que no futuro ou até mesmo no presente, saibam usufruí-la de forma proveitosa, para o entendimento das necessidades de comunicação social.

Já o desenvolvimento corporal através da dança e do movimento, também precisa do requisito da música como “agente principal”. Pois, a mesma, é proveniente de sons e rítmos envolventes. E isso é o que estimula as pessoas a se movimentarem e sair do lugar principalmente as crianças.

Através da música e da dança, é que se pode conhecer as manifestações artísticas que expressam a cultura de cada lugar. É o que retrata MARTINS: “Dançar, batucar e cantar são formas de manifestação que fascinam o homem [...], combinações de gestos, ritmos e sons [...]. Em poucas palavras, tanto a música como a dança transmitem cultura.” (Revista Nova Escola- maio, 2009, p.74).

Diante de tantas argumentações, analisa-se o quanto a música é rica. Em termos de proporcionar diversos tipos de conhecimentos, e no sentido cultural (modo de expressar a diversidade), de ver o mundo em outros ângulos. Ainda, vista de outra forma, a dança, segundo FREIRE, é:

[...] com relação a dança [...]. Essas atividades mobilizam, acima de qualquer outro componente, as coordenações espaciais e temporais. Do ponto de vista social, são inegavelmente integradoras e, além disso, constituem recursos excelentes para lidar com questões emocionais. (2009, p. 79).

Isso mostra quantas habilidades diferentes pode desenvolver a dança, tais como: as coordenações espaciais, temporais e motoras. No que se relaciona a sociedade, é uma forte aliada para a integração no meio, e por fim, no campo pessoal, é capaz de desenvolver situações que o indivíduo precisa saber para ministrar as suas próprias questões emocionais.

Um forte aliado também para o desenvolvimento do movimento, são as brincadeiras, que podem ser realizadas, podendo ser as brincadeiras de roda (ou ciranda como é dito e algumas regiões do Brasil) entre outras. Além de desenvolver movimentos e conhecer culturas diferentes, ainda estimula as crianças em vários aspectos.

Além de resgatar as tradições culturais, que ao longo do tempo vem sendo esquecidas pela geração atual, ainda proporciona momentos de lazer de descontração nas escolas. Por fim, os pequenos aprendem a se relacionar com outras pessoas, respeitando o espaço e a vez de cada um.

Com base nisso, VERLI, diz que: “Ao propô-la, (brincadeira) o professor desenvolve nas crianças a compreensão da capacidade que elas têm de se mexer, criar e controlar os próprios movimentos.” (Revista Nova Escola- março, 2010, p. 70). Com isto, comprova-se que o uso destes recursos (música, dança e brincadeira) desperta as várias potencialidades da criança, no sentido de ensino-aprendizagem. De acordo com um relato de experiência de observação de canções e danças regionais, FRADE, indaga que:

Essa experiência descortinou em mim uma outra visão da música [...]. Descobri que a música está inserida, num universo muito mais amplo. Procurando entender a narrativa das músicas [...], percebi então, [...], que teria que estudar a comunidade, sua linguagem, sua forma de organização, e não apenas a música isoladamente. (2011, p. 65).

Como retrata a citação, para compreender um tipo de dança cultural, é necessário entender a música em si, (como letra, melodia, ritmo e etc.) a linguagem e a maneira como foi organizada. Por tanto, o estudo isolado da música, não é suficiente para compreender a mensagem que a mesma pretende transmitir. É por isso, que esse método de “intervenção” deve ser inserido nas escolas desde as séries iniciais.

Com a música, além de aprender tudo o que foi citado anteriormente, a criança, jovem ou adulto, aprendem os princípios éticos, cujos são usados em diversas situações do cotidiano, seja no convívio em casa, na escola ou mesmo na sociedade. De acordo com o PCN (Parâmetro Curricular Nacional) de arte:

[...] conhecendo e apreciando músicas de seu meio sociocultural e do conhecimento musical construído pela humanidade em diferentes períodos históricos e espaços geográficos, o aluno pode aprender a valorizar essa diversidade sem preconceitos estéticos, étnicos, culturais e de gênero [...]. (1998, p. 79).

Por isso, é comprovado que a música é um rico instrumento educacional. Pois, quando bem trabalhada (principalmente no campo da apreciação), diversifica o conhecimento da cultura de vários lugares, e ainda conhece a história dos mesmos. Por tanto, conclui-se que a música é uma ferramenta histórica que deve está contida na grade curricular, e utilizá-la como recurso pedagógico e disciplina de todas as séries, principalmente nas inicias.

4.2. A PRÁTICA DA EDUCAÇÃO INFANTIL RELACIONADA À MÚSICA

Pode-se perceber que a música também passa por etapas e evoluções, o que se pode chamar de formação musical. Esse processo se dá por meio das etapas ocorridas durante o desenvolvimento do ser humano, mais especificamente da criança. Segundo estudiosos nesta área do conhecimento, esse processo, é registrado como desenvolvimento neurológico. Dessa maneira, é possível analisar em grande estilo a intensidade que a música é capaz de abranger no repertório da vida humana.

É dessa forma, que as pessoas encontram na música várias possibilidades de descobertas e vivências, mesmo por que é um elemento constituinte e estruturante na natureza humana, onde nos acompanha desde os primórdios. Essa cultura foi tão bem abordada que até hoje prevalece na forma de arte. Esta é reconhecida como bela, pelo fato de despertar diversas sensações no homem, sejam elas de bem estar, alegria, melancolia, na forma de comunicação ou expressão.

Com isso analisa-se que a música é inserida e existente na vida das pessoas desde muito cedo, a exemplo da “formação musical’’, cujo é um processo que ocorre antes dos bebês nascerem. Contudo, observa-se que durante este processo, a apreciação da criança vai se modificando de acordo as fases do desenvolvimento neurológico, de acordo com o grau de cada música escutada e explorada. Como afirma MARTINS, com relação à formação musical.

NA GESTAÇÃO-A partir dos dois meses de gestação, o feto já é sensível a sons exteriores. Aos quatro, pode até reagir a determinada composição chutando a barriga da mãe. ATÉ OS 4 ANOS-A música ativa várias áreas sensoriais do cérebro,e não só aquelas ligadas à audição.Uma melodia pode despertar associações com a visão e o olfato- um fenômeno conhecido como sinestesia.Dos 4 aos 10 anos- A música passa a sensibilizar mais áreas do cérebro ligadas ao desenvolvimento motor. (MARTINS , 2009, p. 22, Revista VEJA-).

É evidente o quanto a música está presente na vida das pessoas desde cedo. Mesmo quando se encontra no ventre da mãe, é comprovado que os bebês demonstram reações quando escutam determinados sons. Ao longo do desenvolvimento na infância pode-se observar que ao utilizar a música como instrumento de apreciação, é perceptível o reflexo deste uso sob a forma de movimento e expressão não só física como também dos sentidos. Ao sair da infância para chegar à pré-adolescência a música desperta nestes pequenos, o desenvolvimento motor, o qual é conhecido como o intelectual e as diversas habilidades.

Diante dos fatos que a música abrange na vida do homem, fica evidente também que a aprendizagem está inserida nesta rica fonte do conhecimento e sabedoria, que é a música. O ambiente também influencia na aprendizagem, pois, este dispõe de recursos necessários para tornar o conhecimento amplo, seja na forma de objetos ou fatos. E isso pode ser comprovado desde cedo, como afirma MONROE a respeito dos elos do conhecimento.

No inicio da infância, explorar o ambiente é um das maneiras mais poderosas que a criança tem (ou deveria ter) à disposição para aprender. Ela se diverte ao ouvir os sons das teclas de um piano, pressiona interruptores e observa o efeito, aperta e morde para examinar a textura de um ursinho de pelúcia [...]. (MONRROE, 2011, p. 84, Revista Nova Escola, junho-julho).

Como se pode observar, a criança tem contato com vários utensílios que proporcionam a aprendizagem de várias situações do dia-a-dia e nada mais influenciador que o ambiente. Nesta visão, a música contribui para o desenvolvimento dos pequenos no sentido de despertar a percepção e audição, fatores estes de suma importância para aqueles que se encontram no princípio da vida. Por essas e outras razões a música tem papel importante, o que de fato se faz necessário o reconhecimento de todos por esta arte.

Se tratando de evolução e desenvolvimento na criança, pode-se observar como ocorre a função simbólica. De acordo com o que ressalta LIMA: “Para que se consolidem e aumentem seus acervos simbólicos na memória e desenvolva sua imaginação, a criança depende do exercício diário de áreas do cérebro especificas, tais como: a música e o desenho.” (REVISTA PRESENÇA PEDAGÓGICA, 2012, p. 48). Diante disso, pode-se constatar que a criança precisa a todo instante estar exercitando a busca pelas descobertas ao que se refere à função simbólica, pois, é através desta, que a envolvida (criança) demonstra seus sentimentos e ideias.

Diante disso, pode-se observar o papel importante que a música exerce sob o desenvolvimento neurológico da criança. Através desta arte, o público infantil, constrói práticas que julgam necessárias tanto à aprendizagem informal, quanto à formal. Partindo do pressuposto de que esta última é papel da escola desenvolver nos cidadãos, é que se pode constatar mais uma vez a utilização da música como instrumento pedagógico rico, capaz de desenvolver tais habilidades.

A música é das formas de arte, a que mais diretamente mobiliza a emoção, forma memórias e causa relaxamento. As crianças devem começar o dia cantando [...]. É um momento de bem-estar coletivo. [...]. A música deve estar presente também na sala de aula e nos espaços comuns. A percepção de sons é realizada pela exploração de instrumentos de percussão, de ritmos feitos com o próprio corpo e da emissão de sons com objetos. (LIMA, 2012, p. 48, Revista Presença Pedagógica).

Mediante isso, podemos perceber a relevância da música no ambiente pedagógico, bem como sua grande parcela de contribuição para o desenvolvimento da aprendizagem dos envolvidos, tal qual a sensação de bem-estar que a mesma proporciona. A presença desta (música) pode ser enxergada e sentida a partir do ambiente natural, ou de sons criados e emitidos pela própria criança e demais funcionários que constituem a instituição de ensino.

Se tratando de desenvolvimento neurológico, um dos eixos de habilidades que a escola almeja que os educandos aprendam desde cedo, é a leitura e escrita. É possível que as crianças aprendam estas habilidades através da música, a exemplo do processo de alfabetização, cujo é um processo construção da fala, da leitura da escrita e da interpretação das mesmas, que pode e deve ser utilizado por meio da linguagem musical, tais como: a leitura, a sonorização e a compreensão.

O ser humano tem a capacidade de sonorizar símbolos, tanto emitindo o som vocalmente, como “sonorizando” em sua mente (fala interna). Sonorizar é a capacidade do ser humano de emitir sons de altura, intensidade, duração e timbres variados [...]. A sonorização dos símbolos gráficos das letras do alfabeto e suas combinações em sílabas e palavras são semelhantes à capacidade humana de “cantar” as notas musicais colocadas em uma pauta. (LIMA, 2012, p. 33, Revista Presença Pedagógica).

Com isso, podemos analisar que a sonorização contribui para aprendizagem sistemática de sons e grafias, cujas constituem o universo da escrita. Poucos educadores utilizam a música como um meio de desenvolvimento desta habilidade humana, seja pelo fato de conhecer este monumento como instrumento pedagógico, ou pelo “comodismo” da busca pelo “novo”. É por isso, que é importante ressaltar a implantação da música nas escolas desde já.

Referindo-se ao ensino da modalidade infantil, mais diretamente, a criança, sabemos que esta, só por ser pequena não signifique que não saiba de nada, e que o papel da escola é buscar despertar a aprendizagem em todas as faixas etárias. Assim afirma AGUIAR: “Sabemos que aprendizagem da criança se dá por meio da imitação, da observação e da ação sobre o meio, da construção de práticas e de sua capacidade simbólica”. (Revista Presença Pedagógica, 2012, p. 47).

Diante disso, percebe-se que a criança durante a infância desenvolve e constrói sua própria identidade ao longo dos anos, no entanto, para construí-la, os pequenos buscam se espelhar nos adultos por quem atribuem admiração. Esse processo de construção da personalidade pode ser analisado pelo adulto por meio da observação das ações das crianças que ocorre, através da imitação e da observação/ação. Com base na integração da música na escola durante esta fase, PONTES, discorre o seguinte:

Enquanto brinca musicalmente, o aluno amplia sua capacidade corporal, sua consciência do outro, a percepção de si mesmo como um ser social, a percepção do espaço que o cerca e de como pode explorá-lo. (Revista do Professor, 2008, p. 7).

No universo da criança, muitos fatos e reflexos de sua vida pessoal, podem ser vistos por meio das brincadeiras. A dança também é uma forma de expressão, esta por sinal é uma das brincadeiras preferidas delas (crianças) e quando acompanhadas de um ritmo musical então! Isso tudo é muito favorável ao que se refere para o desenvolvimento neurológico e físico da criança.

Através da música e da dança, o educando aprende na interação com os demais colegas e no meio social, de forma a conviver em grupos, respeitar o outro, bem como suas diferenças e percebê-lo como sujeito histórico, construtor de sua própria história. Todos esses fatores são importantes para que a criança se veja como um cidadão inserido na sociedade em que vive, com direitos e deveres a cumprir.

O conhecimento mediado pelo universo musical abre perspectivas para que o aluno tenha uma compreensão do mundo na qual a dimensão poética esteja presente a música enquanto expressão máxima da arte, ensina que é possível transformar continuamente a existência, que é preciso mudar referencias a cada momento, ser flexível. Isso quer dizer que criar e conhecer são indissociáveis e a flexibilidade é condição fundamental para aprender. (PONTES, 2008, p.6).

Segundo a abordagem da autora, o universo musical para a criança é de suma importância, pois o mesmo é um rico instrumento capaz de levar o envolvido a compreender o mundo em que vive, bem como sua relação com o mesmo. Em vias de fato, com o mundo poético e filosófico, a música leva também as pessoas a analisarem sua existência no mundo e suas respectivas mudanças necessárias às demais ocasiões.

Além de desenvolver várias habilidades, principalmente nas crianças, a música também possibilita estas, a se movimentarem de acordo com o ritmo proposto, o que de fato contribui para que as mesmas descarreguem energia, que durante esta fase da vida tem de sobra (desde que a criança seja saudável). Por isso, na escola a música deve estar implantada da seguinte forma: “Associadas à música estão: a dança, as brincadeiras e os jogos com movimentos e gestos corporais, que devem constituir conteúdos para o trabalho com as crianças”. (CENTURIÓN, 2004, p. 125,).

Observa-se com isso, o porquê da música chamar tanto a atenção da criança e até mesmo dos bebês, pode-se constatar que a causa de gostar é pelo fato da musicalidade e mistura de sons, ritmos, melodias, movimentos e imagens. Quando acompanhados da dança e das brincadeiras, é que a música se torna cada vez mais interessante para estes pequenos, pois, ao cantar uma cantiga de roda ou de ninar, os envolvidos automaticamente fazem movimentos já explorados, seja eles o brincar ou dormir.

4.3. A MÚSICA E O CURRÍCULO ESCOLAR: UMA ANÁLISE

Como se sabe, a educação é um processo global e que todos os indivíduos têm direito de desfrutá-la acobertado por lei. Embora haja tanta desigualdade na sociedade, é evidente que toda e qualquer pessoa deve ter acesso à escola e ao ensino. De acordo com o Art. 205 da Constituição Federal- Seção I da Educação.A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania [...]. (2004, p.121)”.

Com base nessas premissas, é notável que a educação deve ser dada de forma que leve a proporcionar o desenvolvimento do ser humano para exercer o papel de cidadão na sociedade, com perspectivas na construção de sua evolução, tendo como garantia o apoio político e familiar.

No Brasil, assim como em outros países subdesenvolvidos, a educação anda a passos lentos. Com o intuito de buscar melhorias nessa área, foi sancionada e aprovada a nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases), nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996, no País.

Esta tem como finalidade, estabelecer dois níveis para a educação: “I- a educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio: II- educação superior”. (2005, p. 19). Esta divisão é de grande importância, pois serve como base de organização para facilitar as atribuições de tarefas, recursos e metodologia na hora de executá-la na prática.

Se tratando de educação infantil, a respeito desta divisão de ensino, LIBERATI, diz que: “O atendimento, em creche e pré-escola, às crianças de 0 a 6 anos de idade”. (2011, p. 72). Com isso, percebe-se que as crianças já devem ser inseridas no ambiente escolar desde cedo, esse direito é garantido por lei.

De acordo com o currículo do ensino fundamental, o qual toda escola possui foi alterado, para implementar no ensino de arte, a música. Em matéria a (Revista Nova Escola, 2011, p.32), RATIER, aborda que: “A Lei 11.769, estabelece a obrigatoriedade do Ensino de Música. Ainda que o conteúdo seja parte integrante do currículo de Arte (não uma disciplina especifica)”.

Isso faz com que o ensino de música na escola seja retomado, já que, com o passar dos anos foi deixado de lado. Essa nova proposta é bastante significativa. Com o intuito de resgatar a qualidade do ensino da mesma e aplicar a educação moderna, muitas mudanças são observadas. A exemplo disso é trabalhar com este recurso (música) desde as séries iniciais, porque a mesma tem o potencial de desenvolver nas crianças (que estão em fase de desenvolvimento) habilidades necessárias à aprendizagem.

Constata-se que através da música que o educador pode usá-la como um meio para alcançar seus objetivos. O ensino da referida, deve ser considerado na educação escolar da mesma forma que a Matemática, a História, a Língua Portuguesa e etc. Quando tratada com a mesma importância, (o ensino de música) toda sociedade perceberá a qualidade, principalmente no ambiente educacional. Nas palavras de Saviani, podemos observar o seguinte:

A educação musical deverá ter um lugar próprio no currículo escolar. Além disso, porém, penso ser necessário considerar uma outra alternativa organizacional que envolve a escola como um todo [...] ao desenvolvimento de todas as etapas da educação básica. (2003, p. 40).

Analisa-se dessa maneira, que o trabalho com música, uma vez que engajada no currículo, deve ser desenvolvidas na escola, dentro do planejamento, pois, faz parte da proposta de conteúdos com objetivos a atingir, da mesma forma que tem as outras matérias. A mesma, (música) ainda pode ser utilizada como um meio incentivador na aprendizagem dos alunos.

De acordo com LOUREIRO, “resgatar o ensino da música no currículo escolar é defendê-lo como área de conhecimento sério, dotada de valor e significado [...]. (2003, p. 12)”. Com isso, observa-se o espaço que a música ocupa na escola, como em casa e na sociedade. O ensino desta, ultimamente, tem sido caso de repercussão, por um lado à aceitação da implementação da mesma no currículo, e por outro, a insegurança que parte dos professores, cujos, (na maioria das vezes) não são especialistas (músicos) desta área, por isso este é um dos motivos da não aceitação do ensino da mesma.

Os mesmos sentem dificuldades em ensinar música, por que não tem formação na área. E muitas vezes se perguntam: O que ensinar? Como ensinar? O que utilizar? Isso pode ser resolvido através de estudos e pesquisas. Como sugere a professora, ÁVILA: ”Retomar em sala brincadeiras e músicas tradicionais; Buscar trabalhos teóricos para ampliar seu conhecimento.” (Revista Nova Escola Outubro de 2010, p. 45).

Em suma, o ensino dessa arte, requer bastante empenho do educador, por que além de ter que entender de música, ainda precisa compreender de educação, ou seja, ser professor. Desta forma perceberá com exatidão o processo de desenvolvimento na aprendizagem do educando, pelo fato de estar acompanhando diariamente o mesmo.

A respeito da polêmica se o professor de música precisa necessariamente ser músico. GAINZA discorre o seguinte: “mais do que isso. Eles teem de ser especialistas em música e em pedagogia. Nem todos os músicos conhecem a educação profundamente.” (Revista Nova Escola, Abril de 2011, p. 40-).

Sendo assim, é necessário, segundo a autora, que a pessoa que ensina música tenha conhecimento nas duas abordagens (música e educação), pois uma está interligada na outra. Por tanto, não se trabalha isoladamente, por isso os profissionais devem estar preparados para executarem os serviços nestas áreas. Além disso, também a respeito da polêmica, SWANWICK, relata que:

Evidentemente, não precisam ser pianistas de concerto. Mas é fundamental saber tocar um instrumento por que isso é muito útil na sala de aula. Ajuda a exemplificar e responder as dúvidas. Entre outras coisas. [...] ter conhecimento de História da Música, saber relacionar diferentes momentos históricos e estilos e construir uma versão critica sobre o tema. (2010, p. 26).

Mediante as indagações mencionadas por Swanwick, é importante analisar que professor de música precisa dominar pelo menos um tipo de instrumento. Para que, o educador utilize como ferramenta pedagógica, de forma que sabendo manipular este objeto, será mais fácil tirar as dúvidas dos alunos. É importante destacar também que o educador busque fundamentações práticas a respeito da história da música para ser compreendida no contexto histórico, seja ele passado ou atual. Ainda com relação ao ensino de música, VIOLETA, responde a seguinte questão, em entrevista a Revista Nova Escola:

Qual é o principal objetivo educacional da música no currículo? Dar a todos os estudantes a oportunidade de compreender e expressar a linguagem musical e [...] o desenvolvimento da sensibilidade e da capacidade de articulação de crianças e jovens por meios da prática musical ativa. (2011, p. 40).

De acordo com a resposta da autora, o ensino desta arte (música), visa oportunizar aos educandos o contato e o estudo para a compreensão da linguagem musical. Esta, que possui o potencial de desenvolver nos envolvidos, a capacidade de despertar a sensibilidade, a atenção, meios de articulação e etc.

O conjunto dessas habilidades tende a ajudar os indivíduos na tomada de decisões mediante aos atos de cidadania, que devem exercer. Mediante isso, fica evidente que o uso da prática musical ativa nas escolas, contribui de forma positiva para o desenvolvimento do ser. Com relação à avaliação da educação musical no Brasil , SWANWICK, ressalta o seguinte:

[...] certamente há muitos profissionais ensinando música de qualidade, mas em geral eles estão em escolas de música e não na rede de ensino. É preciso conceber formas de atrair essas pessoas para a escola ou melhorar a formação dos que já atuam. (2010, p. 26).

Isso mostra que ainda é preocupante o ensino da música, com os profissionais desta área são poucos, é um motivo a mais para que o governo e as escolas busquem alternativas para almejar esse problema. Uma das possíveis soluções seriam um investimento e expansão dessa graduação em todo o Brasil, com cursos no mínimo básicos.

E já que há uma carência nesta formação, aqueles que já estão atuando mesmo que sem a graduação, nas escolas em especial, deverão buscar formas de melhorar os trabalhos dos que já atuam neste ramo. É importante destacar que mesmo com toda dificuldade em encontrar especialistas (professores de música) nesta área, não pode ser o foco principal das atenções. E sim procurar soluções para a resolução desse problema. Com certeza, ainda há educadores com dúvidas na hora do planejamento dessa abordagem.

Cabe ressaltar, que o mais importante que se preocupar em como abordar essa temática (música) na sala de aula, é obter os resultados positivos que a mesma proporciona aos educandos. Por que, além de contribuir para a socialização das crianças de aproximá-las de manifestações da cultura, ainda desenvolve várias habilidades.

O que não pode faltar no planejamento das aulas de música, nas séries iniciais, segundo NADAL, é: “Atividade de audição (familiarização com diferentes ritmos e estilos), percepção (de variações de sons e timbres dos instrumentos), movimento corporal (dança e gestual) e experimentação (de instrumentos, de canto, e etc.) devem fazer parte da rotina. (Revista Nova Escola, Setembro de 2011, p.84,)”. Com isso os educadores poderão dar segmentos a estas aulas.

Com base nisso, pode-se observar o que retrata o PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais)- Arte: O ensino de Arte volta-se para o desenvolvimento natural da criança, centrado no respeito às suas necessidades e aspirações, valorizando suas formas de expressão e de compreensão do mundo. (1998, p. 26).

Nota-se, o quanto este ensino é proporcional à criança. Além de ser algo prazeroso, ainda tem como objetivo o desenvolvimento natural dos pequenos, respeitando as formas de expressão com relação ao mundo, no qual estão inseridos. É através da expressão (facial, gestual e corporal), que podemos identificar o estado emocional que se encontra a criança. Com isso, percebemos se ela está carinhosa ou agressiva com as pessoas ao seu redor.

A educação musical deve ser considerada importante tanto no âmbito escolar, pessoal e principalmente social. Por que a mesma tem como função promover o desenvolvimento do ser humano, por meio da sensibilidade transmitida pela música, cuja proporciona momentos de ações e movimentos.

Se tratando de educação e desenvolvimento da criança, percebe-se por horas consecutivas, que a educação musical não poderia estar excluída da prática cotidiana do aluno, (apesar de já ter sido mencionada) esta, envolve os educandos a cantarem, dançarem, movimentarem-se e improvisarem, seja no ambiente familiar ou fora dele. Isso dar-se como forma de manifestação cultural. Como retrata a autora:

A atividade artística é um dos modos de a criança referir-se às suas alegrias e tristezas, revelar suas emoções, enfim, exercer seu pensamento. Na pré-escola, esta atividade poderá ser o desenho [...], bem como a música, o teatro, a dança e a literatura. (MAMEDE, et al.:, 1991, p. 146,).

Como se observa a criança pode se expressar de várias formas, principalmente aquela que ainda não possuiu o domínio da linguagem verbal. Está evidente que a música tem sua presença marcada no território mundial há tempos. No contexto de educação, o ensino desta arte (música) tinha grande poder de atribuir ao homem o domínio do conhecimento por meio deste recurso musical.

Com o passar do tempo, a música foi perdendo espaço no campo das escolas, pelo fato de novas descobertas serem dialogadas em outras áreas do conhecimento ter sido abordada e integradas nas instituições de ensino. Porém, depois de tanta revira volta, o ensino desta arte atualmente, está voltando a ser implementado na grade curricular do ensino fundamental. Que aos poucos vem conquistando seu espaço, mesmo que provisioramente esteja incluída na educação artística (arte) e não como uma disciplina.

Em suma, LOUREIRO relata que: “Resgatar o ensino de música no currículo escolar é defendê-lo como área de conhecimento sério, dotada de valor e significado. [...]. (2003, p. 12)”. Pois, compreende-se que o currículo é um documento, composto por um conjunto de disciplina, aplicado nas escolas e diversos cursos e que leve em consideração as adaptações necessárias a serem feitas.

A respeito de currículo: “[...] o conceito ampliado de currículo, pois, no que toca à escola, abrange todos os elementos a ela relacionados”. (SAVIANI, 2003 p. 42). Com isso, percebe-se a importância que desempenha o currículo na escola, pois ele abrange variados conceitos, do conhecimento nacional, estadual e municipal, e por que não dizer mundial.

A estruturação curricular da disciplina música vem gerando, ao longo dos anos, questões e debates quanto à sua constituição como disciplina escolar bem como quanto à sua programação como prática pedagógica no interior das salas de aulas. (LOUREIRO, 2003, p. 146).

Observa-se nestas argumentações mencionadas, que em outras palavras, a disciplina música não é valorizada nem reconhecida como as demais áreas componentes do currículo. Por isso, é importante destacar que a mesma (música), deve fazer parte da trajetória dos pequenos desde as séries iniciais.

5. EXPÊRIENCIA APLICADA A EDUCAÇÃO MUSICAL

5.1. ENSINANDO E TRANSFORMANDO A PARTIR DA MÚSICA

Diante das colocações já mencionadas a respeito da música, pode-se observar que esta contribuiu de forma benéfica ao desenvolvimento da aprendizagem infantil, pois constata-se que tal educação passa por momentos de evolução, o que de fato acaba ensinando as várias formas de agir mediante as situações e circunstâncias das vivências do dia-a-dia. Devido a isso, é que a música pode, e deve ser trabalhada na educação infantil.

Em meio as colocações no campo da educação musical, observa-se que com a utilização da mesma na sala de aula, pode ser analisado a maneira como é ensinado a criança aquilo que podemos chamar de “normas sociais”, cujas são as orientações que devem ser seguidas para uma convivência padronizada pela sociedade. E isso se torna evidente ao utilizar a música como um meio de aprendizagem, pelo fato de estar contida em todos os ambientes, o que por sua vez, segue o ciclo de continuidade da aprendizagem.

A criança muitas vezes é vista como um “adulto em miniatura”, e muitos destes por sua vez, esquecem que estas precisam brincar, aprender, estudar e se divertir, por que certamente são atribuídas tarefas que exclui o prazer da distração. Conquanto, observa-se que a criança ainda por não possui sua identidade construída, ao conviver com o adulto em grande parte do tempo, acaba tê-lo como espelho. Assim afirma MARTINS.

A criança está atenta e acaba às experiências e ao mundo, sem medo dos riscos, por isso arrisca-se... Vive intensamente. E vai construindo assim, frente aos objetos, às pessoas e ao mundo, suas percepções iniciais que influenciarão toda a sua subsequente compreensão de mundo. (2009, p. 89).

Diante disso, é notável a sutileza da criança no que se refere ao seu desenvolvimento. A mesma encontra-se apta a mudar sempre, pois sua busca pela aprendizagem é constante, e uma das características que torna evidente isso, é a observação que ela faz do mundo ao seu redor seja através de objetos, pessoas ou ações. Tudo isso contribui para a formação de caráter e personalidade dos pequenos, com relação à compreensão do mundo social.

A música se faz presente em todas as manifestações humanas, pelo seu vasto repertório existente e por fazer parte da atuação do ser humano nas mais diferenciadas vivências. Tratando-se de crianças, representa uma forte ligação com elas, por se tratar de uma linguagem universal, pois a música circula velozmente pelos quatro cantos do mundo. Por ser reconhecida como uma “base cultural” de expressão artística, é que a música ganhou grande espaço na vida das pessoas, porque ela é capaz de revelar o modo de perceber, sentir e articular significados e valores entre os diferentes indivíduos sociais.

A introdução do fazer musical no universo escolar constitui-se elemento transformador desta realidade, justamente por reunir o prazer e a ludicidade necessários e imprescindíveis à realização do processo ensino/aprendizagem. O encanto da criança de todas as idades e realidades sociais pela música nos fez pensar em utilizá-la enquanto fomentadora de aprendizagem do espaço escolar. (PONTES, 2008, p. 7).

Com base nisso, é notável que o fazer musical nas redes de ensino tem sido representado como um agente enriquecedor de transformações no mundo infantil. Tudo isso é percebido através da alegria e satisfação que a criança deixa transparecer no momento em que a música é inserida e trabalhada no contexto educacional, afinal de contas, é proveniente de um “repertório” cheio de encantos, que por sua vez, leva os pequeninos a admirar e apreciá-la.

Ao tratar-se de ensino e transformação, a música, é um excelente recurso, sendo também meio de aprendizagem, para as crianças de diversas faixas etárias, quando trabalhada de forma lúdica e estando relacionada as várias situações do dia-a-dia e as demais disciplinas contidas no currículo escolar. Visando dar um direcionamento para o ensino desta arte nas instituições de ensino, é preciso que haja a democratização deste, com a finalidade de se chegar ao alcance de todos, independente da rede de ensino em que se encontram matriculados.

Com tantas informações a cerca do mundo musical, ainda surge perguntas do tipo: Por que a música existe há tanto tempo, ou, Para que serve a música? Respondendo a primeira pergunta, pode-se dizer que este fenômeno existe há tanto tempo porque é uma linguagem com forte poder de comunicação entre os indivíduos, além de ter um vasto repertório que agrada a toda sociedade. Em detrimento da segunda pergunta, a música serve como um meio de expressão, que nos permite fazer escolhas das sensações que sentimos ao ouvir determinadas canções.

Quem não se lembra do tempo de infância que foi marcado na vida de muitas pessoas, por meio de músicas e/ou cantigas de roda, bem como as brincadeiras, jogos e brinquedos (que hoje devido à modernidade e avanço da tecnologia, muitos deixaram de ser vivenciadas), que por sua vez tornava esta fase da vida muito feliz e cheia de histórias para contar e ouvir de acordo com a vivência de cada um. Por isso, é importante que as escolas e as famílias resgatem tudo isso, para que as crianças atuais possam experimentar os prazeres da infância de seus pais, avós e demais familiares.

Para que o ensino de música chegue a ser um veiculo de conhecimento e contribua para uma visão intercultural e alternativa, diante da homogeneização da atual cultura global e tecnológica, é necessário ter como base uma ideia clara, concreta, que viabilize ações conectadas à vida real. (LOUREIRO, 2003, p. 22).

É evidente que a música é comprovada como um veículo de conhecimento, pois, a mesma dispõe de um instrumento riquíssimo de informações e culturas. Automaticamente pensa-se em diversidade, e por fim em sociedade. Diante disso, para que o ensino desta arte seja significativo é preciso levar em conta que o ensino dela, deve está inserido de forma contextualizada com a realidade dos alunos, para que desta maneira, a música possa ser utilizada de forma conectada com os fatos diário dos indivíduos.

Dentre essas ações, foram destacadas os benefícios educacionais que existe na música. Com relação à educação artística, há várias habilidades (eixos) que podem ser abordadas, tais como: o desenho, a pintura e as brincadeiras, cujas são necessárias para o desenvolvimento da aprendizagem infantil. Além dessas atividades serem prazerosas, por sua vez contribuiu para a formação integral da criança. Como já se sabe a boa música também contribui para a construção de valores pessoais e sociais.

Por serem os alunos filhos de um país extremamente musical, se faz imprescindível o aproveitamento desta musicalidade, pesquisando as raízes deste conceito, explorando a sonoridade do ambiente natural e cultural, produzindo, interpretando e improvisando; fazendo isso das mais diferentes maneiras que o aluno possa ampliar os seus conhecimentos dos códigos musicais. (PACHECO, p. 23).

Assim, pode-se constatar que no Brasil há uma diversidade de sons e de ritmos, que constituem as músicas nacionais, isso é um fator contribuinte para a inserção desta arte do universo escolar, isto é o que torna evidente que a modalidade artística deve ser trabalhada na sala de aula. Diante disso, os educadores precisam lançar um olhar voltado para a utilização desta linguagem artística (música) como ferramenta de ensino, a partir da convivência cultural de cada aluno, para que dessa maneira possa ser despertado o interesse em aprender, destes alunos que atendem a essa faixa etária.

Portanto, vale destacar que o ensino fundamental e a educação infantil, são modalidades diferentes, logo, o tipo de ação pedagógica do professor deve ser adaptada de acordo com cada faixa etária. No caso do uso da música, deve também obedecer a essa metodologia, por exemplo, as crianças se identificam mais com as músicas infantis e cantigas de rodas, já os jovens e adolescentes gostam de estilos diferenciados como; o rock, o pop, o pagode, o rap, o forró, entre outros. Tudo isso é importante para a valorização cultural de cada indivíduo.

Diante disso, vale ressaltar que a música é muito importante na escola, e que sua presença possibilita o descobrimento de talentos, antes desconhecidos, além de proporcionar momentos de reflexão e desenvolvimento dos sentimentos pessoais. Com isso, a escola valoriza a cultura de cada aluno e amplia os conceitos de cada individuo, obedecendo a um dos princípios básicos contidos na proposta pedagógica da educação infantil, onde dispõe o seguinte: “Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expressão nas diferentes manifestações artísticas e culturais.” (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, 2010, p. 16).

Com base nesse princípio, pode-se observar que é disposto na proposta pedagogia práticas educativas que a escola deve desenvolver em cada aluno. De acordo com o princípio estético, analisa-se que o mesmo se encaixa perfeitamente no perfil musical, que atenda a todas as exigências postos por aquele princípio.

É de uma riqueza imensa o universo musical, por se tratar de movimento e sensibilidade, é que evidencia-se o gosto e o prazer que a criança sente em ter esta arte como uma das manifestações mais queridas. Pois, quando inserida no contexto da educação Infantil, vem atendendo a vários objetivos, sendo um deles garantir experiências que:

Promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança. (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, 2010, p. 25).

Em meio a tantas habilidades, a linguagem musical é comprovada como um excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, da autoestima bem como da integração social, ao que se refere à evolução do conhecimento da criança. A aplicação dessa linguagem serve também como suporte para atender a vários propósitos, como a formação de hábitos, atitudes e comportamentos. A expressão musical nessa faixa etária é caracterizada pela especialidade no que diz respeito aos aspectos intuitivos e afetivos, e pela exploração dos materiais sonoros.

Conclui-se que, ao ensinar a música nas escolas desde cedo, a mesma possui um papel transformador na vida das pessoas, pois, esta é um elemento riquíssimo em situações de aprendizagem que sustentam o ser humano enquanto base, psicológica, emocional e física, e tratando-se de criança, contribui para o desenvolvimento das diversas habilidades necessárias. Portanto, a música tem sim a potencialidade de ensinar e transformar.

5.2. PROBLEMAS DE MÉTODOS NA APLICAÇÃO DO ENSINO DA MÚSICA

De acordo com a nova Lei 9.394/98 sancionada pelo anterior presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, que dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino de música nas escolas públicas, com o intuito de resgatar essa cultura. Pode-se perceber que há motivos suficientes para que esta Lei saia do papel e seja vivenciada na prática. Mas, para que haja a realização da mesma, é preciso dispor de professores especializados, capacitados na referida área, o que de fato já representa um dos problemas detectados para o ensino desta disciplina.

Apesar de todos os benefícios que a música proporciona para a aprendizagem da criança, principalmente na modalidade da educação infantil, são encontrada muitas dificuldades para trabalhar com essa arte. São poucas as escolas que levam a sério, ou que inclui no seu currículo este ensino, mesmo com todas as dificuldades expostas anteriormente. “Atualmente, sabemos que poucas escolas incluem em seu currículo a disciplina música. Quando há, o que encontramos é o uso excessivo da prática do cantar. Canta-se demais de modo inconsciente e mecânico [...].” (LOUREIRO, 2003, p. 21).

Muitas vezes por falta de opção, seja pela falta de profissionais, de recursos pedagógicos ou de formação sobre como abordar educação musical no meio educacional. Com isso, os professores que mesmo com as dificuldades mencionadas, buscam abordar o uso deste recurso nas suas aulas, por perceberem os aspectos positivos que proporciona aos educandos.

Como o estudo sobre a educação musical é amplo, há várias análises que podem ser abordadas por etapas, por exemplo, na música pode ser explorado o campo sonoro, visual, imaginário, expressivo, sensorial, emotivo, rítmico e melódico. Isso depende muito do eixo que o educador pretende explorar nas determinadas áreas, ou situações da sua aula. É importante destacar também, que o educador/orientador, tenha conhecimento da amplitude deste elemento para um bom “manuseio”.

Diante dos vários desafios explícitos de se trabalhar a música com crianças, e das dificuldades que os educadores encontram, é preciso destacar que para suprir essa tarefa os mesmos precisam receber formação com temáticas nessa área, mesmo que seja básica, para então nortear sua prática de ensino, já que encontrar professores licenciados nessa área é tão raro.

Há projetos desenvolvidos e voltados com esta problemática em busca de solução, questionados por pessoas interessadas em demonstrar o quanto a música é importante nas escolas. Prova disso, é a realização do “Projeto Música na Escola”, divulgado por LOUREIRO.

O trabalho com as professoras regentes nas quatro primeiras séries do ensino fundamental buscou oferecer-lhes uma formação básica e capacitação para que pudessem atuar como agentes musicalizadores em suas próprias classes. (2003, p. 18).

Em meio a muitos argumentos pode-se observar tamanhas dificuldades detectadas para o ensino da música. A começar pelas entidades públicas, que “impõem” os regimentos no papel e não dão suportes, para por em prática cabe a cada escola buscar meios para pôr os devidos regimentos na realidade. Por isso, o que se analisa, é que as instituições de ensino se deparam com muitas dificuldades, o que acaba acarretando, uma “má” realização do trabalho. Diante disso, é que poucas pessoas que tem um conhecimento mais elevado nesta área, se interessam por transmitir aquilo que sabem.

Atualmente, mesmo com a obrigatoriedade do ensino da arte em todos os níveis da educação infantil básica, a situação ainda não mudou. Parece-nos que com o número bastante reduzido de professores formados e habilitado em educação artística e em licenciatura/ música, não haveria condições de atender à demanda da rede pública de ensino. (LOUREIRO, 2003, p. 37).

O exemplo disso são os projetos realizados com a temática, que por sua vez tem um tempo de duração reduzido e programado, o que não quer dizer que seja proveitoso, porque de qualquer maneira há o jogo da aprendizagem. Visando o lado prejudicial da escola na falta do ensino de música, LOUREIRO, afirma o seguinte: “Desde que o ensino de música deixou de ser obrigatório nas escolas [...], essa área de conhecimento vem sendo desprestigiada ou mais do que isso, excluída do currículo escolar.” (2003, p. 21).

Em suma, muitas barreiras são impostas para realizar o trabalho com a educação musical nas escolas. Na educação infantil, como há instrumentos musicais que a criança ainda não consegue manusear, pode então ser sugerido que os docentes produzam com as crianças, sucatas e forme uma bandinha na escola. Este é um fato interessante, pois, o aluno sente-se protagonista e construtor deste momento histórico que pode ser marcante em sua vida.

Conhecer e compreender a música como uma produção cultural supõe também a criança de contextos significativos para a conversa sobre os conceitos e a história da linguagem musical na diferentes culturas, no decorrer do tempo- e sobre seus produtores [...], muitos deles habitantes do universo da criança. (MARTINS, 2009, p. 122).

Mediante a isso, é notável que o quanto é difícil introduzir a música nas salas de aula, mas se trabalhada de uma boa forma, o resultado de aprendizagem das crianças é satisfatório, porque através desta arte pode-se aprender a criar e recriar, isso vale para as várias situações do dia-a-dia, seja na área educacional, pessoal ou social. Do ponto de vista cultural, através da música pode ser conhecidas as diversas culturas existentes no mundo, e que se expressa por meio das letras e canções nela presentes.

Para que haja um bom engajamento da escola no geral, com relação ao ensino de música é preciso uma contribuição de todos, em suma LOUREIRO retrata que. “A contribuição da escola está em fazer preponderar o lado educacional. O esforço pedagógico está além de ampliar o universo do aluno, proporcionando novas vivências e conscientizando-os [...]”. (2003, p. 182). Com isso, constata-se que quando há o trabalho em conjunto, por parte de todos na escola, o resultado pode ser apresentado de forma positiva, principalmente quando se trata da inclusão da música no contexto escolar.

Com tantos problemas apontados ao que se refere o ensino deste fenômeno artístico cultural pode-se definir que as dificuldades enfrentadas pelos professores na transmissão desse saber, já é marcada na história da educação há muito tempo. Com isso, foram surgindo várias críticas a esse respeito, como por exemplo a indagação com relação como ensinar a música e a quem seria destinado seu conhecimento. Afinal, os professores da época não tinham formação para exercer nesta modalidade, nem tão pouco “suporte” para dar continuidade.

A forma com que o ensino da música era conduzido nas escolas é alvo de critica. [...], os (professores) da época mais antigos não sabiam música e os mais novos lhes atribuíam pouca importância. Entretanto, apesar do despreparo do(a) professor(a) e do descaso pela música, era de suma responsabilidade o ensino dessa disciplina nas escolas primarias. (LOUREIRO, 2003, p. 50).

Com base nessas premissas, que se pode destacar como um dos primeiros e duradouros empecilhos que os responsáveis pela transmissão do saber se deparavam para ensinar música nas escolas, é o fato deste “ensino ser imposto”, sem antes ter ocorrido uma sondagem de conhecimento para tal. Isso foi marcado como um dos primeiros problemas encontrados, pois além de não dominarem pelo menos um pouco do conhecimento desta arte, alguns não se interessavam para se dedicar a transmitir esta educação.

Em concordância com a autora, é analisado o quanto os educadores não tinham voz nem vez, com relação ao ensino da música nas escolas primárias, notava-se que o desprezo pela música permanecia por grande parte dos educadores, pelo fato de ser-lhes atribuída essa responsabilidade, sem antes oferecer-lhes bases teóricas e/ou práticas. Diante disso, pode-se destacar que esses fatores são desanimadores para qualquer educador, portanto, todos esses obstáculos justificam alguns conceitos de defasagem no ensino desta arte.

Como destaca LOUREIRO: “Embora a música tivesse um papel bem definido na organização escolar, sendo um componente importante de sua cultura, já naquele momento havia problemas em relação ao professor.” (2003, p. 49). Foi com base nessas dificuldades para executar o ensino de música, que fizeram com que muitos professores enxergassem essa tarefa de modo superficial, o que de fato contribuiu para a desmotivação de ensiná-la.

No entanto, vale destacar que é preciso analisar e refletir sobre as dificuldades que são encontradas para ensinar a música nas escolas, e apesar dessas existirem, não podemos deixar que prevaleçam, quando na verdade há uma aprendizagem a ser alcançada. O que deve ser feito, em primeiro lugar é que as escolas busquem incluir no seu currículo o resgate para o ensino da música, bem como oferecer suporte aos educadores para com esse trabalho, e estes, utilizarem esta arte da melhor maneira.

Diante de tantas dificuldades que a música ultrapassou para chegar ao “termo” de implantação nas escolas, e novamente focando nas dificuldades do professor, tipo de metodologia e quais recursos utilizarem, começa a conquistar seu espaço dentro do âmbito escolar sob a forma de como será abordada e incluída no currículo. Em consequência disso é que passa a existir como disciplina, desprendendo-se dessa forma, a disciplina de arte, onde apenas era estudada uma pequena parte de conceitos, sem envolver os vários campos que ela proporciona para sua abordagem de forma mais ampla. Mediante a isso, podem ser analisadas as evoluções nesta área do conhecimento.

Um dos problemas para a implantação do novo modelo era a ausência de professores capazes de atender ao novo perfil da disciplina. Para suprir o mais rápido possível o mercado com o profissional de educação artística, exigia-se das instituições superiores a formação e a capacitação desse profissional, habilitando-o para exercer e assumir a nova tarefa. Determinou-se então, em 1973, a criação dos cursos de licenciatura (curta duração) em educação artística e de licenciatura (longa duração) em educação musical e artes plásticas. (LOUREIRO, 2003, p. 69).

Portanto, conclui-se que, mesmo diante de situações difíceis para com o ensino e inclusão da música nas escolas desde os tempos primórdios até os dias atuais, não há como não admitir que através do ensino dessa arte, pode ser almejada uma aprendizagem encantadora e necessária aos pequenos aprendizes, devido ao auxilio que exerce no processo de desenvolvimento das habilidades necessárias que devem desfrutar as crianças. Enquanto a falta de profissionais/educadores nessa área, cabe investimento na formação destes mediadores do conhecimento, para que por fim, se engajarem na busca incessante pelo conhecimento, que por sua vez é inacabável.

5.3. RESULTADOS NA APLICAÇÃO DO ENSINO DE MÚSICA

Diante de tantos benefícios que a música proporciona a aprendizagem dos indivíduos, há como constatar que a mesma é um meio riquíssimo proveniente de educação. O fato da aplicação deste ensino dá certo é analisado por meio de resultados de aprendizagem, com relação à criança, isso pode ser observado de acordo com o seu desenvolvimento cognitivo, motor, social e da linguagem.

Algumas pesquisas apontam que a utilização da música na sala de aula proporciona aprendizagem, pelo fato das crianças identificarem-se e aprenderem como lição aquilo que diz nas canções. Tais pesquisas abordam que se os educadores reconhecessem este meio como um recurso pedagógico “necessário” para o auxilio de desenvolvimento das diversas habilidades, seria mais gratificante para as crianças no despertar pelo gosto de aprender os conteúdos sistematizados.

Os argumentos utilizados em defesa da qualidade do ensino de música, é que a mesma é capaz de despertar várias sensações, tais como as emoções que representam o estado emocional de cada ser. Além disso, ainda há o que constatar que através da música, pode ser vivenciados momentos de heterogeneidade entre as pessoas, e isso é um dos elos importantes que ajudam no convívio em sociedade.

Sabe-se que através da música, o indivíduo pode se abrir a buscar novos conhecimentos, pois, a concepção de que era preciso ter “dom” para aprender esta arte já está rotulado como “descaso”. Porém, para que isto chegue à consciência de todos, faz-se necessário que tenham acesso a esta ferramenta.

Em alerta as instituições de ensino que oferecem a modalidade de educação infantil, cabe ressaltar que se deve ampliar o conhecimento do conceito do ensino de música, que é visto apenas na forma de caráter lúdico e recreativo, quando na verdade o papel da música não é só esse. Afinal de contas, sabe-se que esta arte é rica em aprendizagem, de fato cabe ressaltar que se deve buscar meios para sua devida exploração.

As práticas musicais no cotidiano escolar podem contribuir de forma positiva na influência por transformações culturais e sociais. E diante de tais aspectos, pode ser observado no acontecimento do processo de interação, por exemplo, das crianças com as demais e/ou com o meio que as cercam. Para isso, é importante destacar a linguagem musical como meio indispensável a essas abordagens, LOUREIRO discorre o seguinte a respeito disso:

As atividades pedagógicas propiciadas por meio da linguagem musical dizem respeito à relação entre o sujeito e o objeto do conhecimento. O modo de conceber o processo e objeto dessa aprendizagem é que valorizam a ação pedagógica inserida na prática social concreta, tornando-a dessa forma, mediadora entre o individual e o social. (2003, p. 165).

Com isso, é notável que a música é uma linguagem universal abrangente, capaz de atingir todos as pessoas. Isso se dá por meio do processo de interação do sujeito com o objeto e o meio em que vive. Podendo ser notado através da convivência, das crianças que por sua vez, encontram-se juntas no mesmo ambiente. E quando a música é abordada, todos se engajam para segui-la em harmonia.

Em meio a tantos pontos positivos que a música traz para com o desenvolvimento de aprendizagens, cabe indagar que no campo experimental ela é capaz de influenciar na formação dos indivíduos de forma a construir a identidade dos mesmos, bem como a transmissão de culturas. Esse processo se dá por meio do estabelecimento de relações diferenciadas, de costumes e gostos. Por isso é importante discutir a contribuição da música na vida das pessoas, como na organização da memória, da percepção e do pensamento em crianças pequenas na Educação Infantil. Em concordância DUARTE, afirma o seguinte:

Desta forma, torna-se um campo experimental de ensino da música, onde o repertório cultural do aluno será o ponto gerador do trabalho, pelo sentido de reconhecimento, identidade e satisfação (prazer) na sua realização e pela síntese musical que oferece. Entendemos que essa maneira de conceber os conteúdos musicais estabelece uma relação de continuidade em que se passa, progressivamente, da experiência imediata ao conhecimento sistematizado. Preocupamo-nos em mapear os conteúdos trabalhados (1999, p. 03).

Em concordância, com a autora é possível constatar que através da música, pode ser proporcionada a criança uma forma “diferente” de aprender os conteúdos sistematizados tão cobrados pelo sistema, de uma maneira prazerosa, e que muitas vezes não provoca a “chateação” e impaciência por parte das crianças, por exemplo, na hora de obedecer a regras ditadas pelos educadores. Com a inserção da música no universo da aprendizagem infantil, proporciona uma apropriação da busca da autonomia individual destes pequenos aprendizes.

O que se pode observar, em seus resultados, além da qualidade musical, é a apropriação da linguagem musical por parte das crianças, além de autonomia e satisfação. Quanto à apropriação da linguagem musical, esta se deve à constante criação com o material sonoro, aos exercícios de improvisação, às apreciações a partir das gravações, às críticas ao resultado, às autocríticas em relação ao desempenho, e às estruturações musicais. (DUARTE, 1999, p. 9).

Diante de tantos resultados positivos com relação ao ensino da música, é comprovado que este elemento deve está inserido nas escolas desde cedo, pelos inúmeros benefícios que ela proporciona a aprendizagem infantil. Além disso, cabe ressaltar que quando bem abordada a música pode se tornar uma profissão para aqueles que se interessarem pelo ramo musical.

Sob estas perspectivas, observa-se que o desenvolvimento da criança na educação infantil, pode ser influenciado através da música, pois, essa linguagem é de suma importância por fazer parte da arte na sociedade contemporânea e permanente, sua utilização é proveitosa pelo fato de ser justificada com o intuito de promover o desenvolvimento do ser humano. É por isso, que a música traz tantos resultados positivos.

Sobre o desenvolvimento e Linguagem, observa-se que uma está interligada na outra, ambas possuem um papel importante na vida das pessoas, pois, tratando-se de crianças, sabe-se que ainda estão no processo de construção. Por isso, a linguagem torna-se algo de muita importância, porque é uma forma de expressar, o que ainda não sabem falar. Sobre isso, PARRA, discorre o seguinte: “A partir de então, a linguagem começa a se transformar em uma companheira para toda vida, possivelmente a única que estará sempre a disposição para falar, escutar, sonhar e fantasiar”. (Revista Nova Escola, 2013, p. 31).

Em concordância com o autor, analisa-se o quanto a aquisição da linguagem é importante para a expressão humana, principalmente às crianças, que se encontram no processo de transformação. O mesmo relata que é na gestação, na formação do feto, que já começam a apropriarem-se dessa ferramenta, por meio da escuta.

Diante disso o autor aponta que: “Quando nascemos, a voz é uma velha conhecida: a partir do quarto mês de gestação, a audição do feto passa a ser desenvolvida e ele começa a distinguir vários aspectos acústicos. (PARRA , 2013, p. 30). Isso mostra, que antes mesmo de nascer os indivíduos já entram em contato com os requisitos utilizados na educação musical, assim, pode-se perceber o quanto a música já é integrada a vida humana. É com base nisso, que a música deve ser reconhecida como uma potencialidade a cerca da aprendizagem.

Tratando-se de crianças, deve lembrar sempre que essas são emotivas e afetivas. Elas procuram demonstrar seus sentimento em qualquer situação diária, e saber lhe dar com isso, muitas vezes não é tarefa fácil por parte dos educadores que regem a educação infantil. Por isso, as emoções devem ser exercitadas, para que a partir delas as crianças descubram suas diversas utilidades, bem como aprender a conviver com cada uma em suas diferentes situações.

Um aprendizado fundamental para a criança é o de gerir e saber lidar com suas próprias emoções. Este é um processo gradual, que pressupõe um espaço/tempo no qual ela possa vivenciar suas emoções genuinamente, expressá-las, reconhecê-las e perceber o impacto que causam em si, no outro e nas suas relações interpessoais. (RONCARATI- Revista Presença Pedagógica,2013, p. 47,).

Em meio a isso, pode ser abordado o pensamento e a linguagem como ferramenta para a comunicação entre as pessoas. Por meio dela, é que podemos perceber o que cada pessoa tem em comum e o que tem de diferente uma da outra. Isso é um fator, que auxilia muito a criança, porque quando está em convívio com as demais, surgem os processos de aprendizagens sejam eles pessoais ou grupais. A música se encaixa nesse contexto como uma ferramenta prestigiada pelas crianças, onde são desencadeadas todas as habilidades de construção do conhecimento.

Com o aperfeiçoamento da mímica gestual e posteriormente, da fala, gradualmente, a criança se apropria dessas formas de expressão [...]. O desenvolvimento emocional é um processo continuo que tem inicio no nascimento e segue até o fim da vida. Esse desenvolvimento, entretanto, não ocorre “naturalmente”. Ao contrário é profundamente influenciado pelas relações interpessoais, é complexo e tem como base a construção da identidade e da autoestima. (RONCARATI- Revista Presença Pedagógica, 2013, p. 49).

Com base nessas premissas, mais uma vez é destacado sobre a função e importância da linguagem em prol da aprendizagem, em sequência vem o desenvolvimento emocional, que por sua vez, é representado pelo estado de espírito das pessoas, tais como: alegrias, tristezas, saudades, recordações, entre outros. Todas essas emoções podem ser expressas de maneiras diferentes, nas variadas fases da vida, sem um tempo determinado para o término.

Diante disso, é que vale ressaltar a importância do convívio social. Afinal de contas, todo ser humano precisa compartilhar suas emoções com o outro. Por isso, é que se pode perceber o “jogo de manipulação”, pelo fato das emoções serem influenciadas (muitas vezes sob o domínio dos outros). Esse processo de interação é reconhecido pelas relações interpessoais, que contribuem para a formação da identidade de cada ser. Com base nisso, o autor abaixo, relata o seguinte:

Fazer e apreciar música são atividades cotidianas do CEM, que fazem parte do dia a dia de todos os nossos alunos visando não à futura formação profissional (que também seria bem vinda), mas uma formação integral, mais plena, harmônica e equilibrada, em consequência dos benefícios proporcionados pelo trabalho desenvolvido com a linguagem musical. (PACHECO, Plano de Desenvolvimento da Escola - PDE, 1999).

Segundo o autor em relatos ao Plano de Desenvolvimento de uma escola, a música deve estar contida nas salas de aula como o fazer musical, onde deve ser conciliado com a realidade de cada individuo, e buscando dessa maneira a formação deste, seja na vida pessoal, profissional ou social (é importante destacar que todas essas formações estão relacionadas umas com as outras). Em concordância com o autor, é possível observar que todos esses aspectos podem ser obtidos através da linguagem musical, que por sua vez, devem ser implementadas nas escolas.

Por fim, ao analisar todos os aspectos positivos do ensino de música nas escolas, cabe ressaltar que esta ferramenta deve ser integrada no currículo escolar desde já. Por reconhecer que esta arte proporciona aprendizagem em diversos campos do conhecimento, sejam eles, no campo pessoal, profissional ou social, é que deve-se utilizá-la o mais rápido possível. Pois quando relacionada a crianças e educação infantil, além de proporcionar momentos lúdicos e divertidos, ainda é propício ao desenvolvimento da aprendizagem. Por isso, a aplicação do ensino de música nas escolas mostram ter bons resultados.

5.4. ANALISANDO CASOS DE CRIANÇAS QUE CANTAM MÚSICAS DE CULTURA DE MASSA

A criança atual é vista aos olhos de toda sociedade como o futuro da humanidade. Em que são idealizadas novas formas de sonhos que não puderam ser concretizados. Hoje, novas descobertas da medicina, novos avanços na tecnologia, entre outros aspectos das invenções humanas. Do ponto de vista futuro, a criança será o reflexo do que ela é hoje.

Tratando-se de educação e música, pode-se perceber que a mídia influencia as pessoas de forma tão convincente que as “alienam a seguirem seus comandos”. Como as crianças ainda não possuem sua identidade e personalidades formadas acabam se deixando levar por este veículo (música) de grande circulação no mundo que pode vir através da internet, da TV, do rádio e etc.

Em relação ao consumo, pode-se dizer que a cultura de massas em seu setor infantil tende a acelerar a precocidade da criança de modo que esta fique apta o mais cedo possível a consumi-la em seu conjunto, ao passo que, no seu setor adulto, ela se põe à altura da criança. (SUBITIL, p. 6).

Ao observar o comportamento das crianças atuais, percebe-se que estas estão envolvidas cada vez mais no universo musical dos adultos, devido à presença constante deste elemento no meio social, familiar ou escolar. Ao analisar o aluno infantil no processo escolar, é notável que a preferência por músicas sem qualidade são as preferidas, já que são as mais divulgadas.

Partindo do princípio de que a TV também é um forte veículo de comunicação social, porque além de proporcionar a visualização de imagens, ainda é provida de áudio, ou seja, é um veículo com dupla função. Pode-se perceber com isso, que devido à vida moderna (os pais trabalham fora de casa e por isso muitas vezes não acompanham o que acontece no dia-a-dia dos filhos), assim, as crianças tem acesso a toda hora a programação das TVs principalmente em canal aberto, onde as opções culturais são restritas.

Diante da falta de um olhar preocupante ao público infantil, é que a programação é desfocada e desproporcional e, por isso, cada vez mais dão audiência à programação não condizente com suas idades. Tratando-se de música, há muitas exibições de estilos musicais que comprometem a aprendizagem e desenvolvimento da criança. Assim fica evidente, o poder de alienação que proporciona os meios de comunicação de massa sob as pessoas, sejam elas crianças ou adultos.

Diante da popularidade que as músicas de diversos ritmos veem ganhando proporção, podemos perceber que estas se encontram com um nível defasado de letra e que na maioria das vezes agridem a imagem da mulher, apelam para o comportamento erótico e a existência de inúmeros palavrões. As crianças, com certeza, são vítimas desta apelação de cultura de massa.

Como os pequenos já nascem ouvindo esse tipo de música, eles vão formando em sua postura social a concepção de que fazer o que diz nas letras desse tipo de canção é moda, normal e bonito, porque que quem não segue o que tá no auge é taxado de desatualizado. Dessa forma, é notável a transformação precoce deste sujeito alienado pelas músicas midiáticas do momento que perturbam o desenvolvimento da consciência humana antes do tempo de maturação necessária.

Há três aspectos principais da tarefa evolutiva. O primeiro se refere à maturação biológica, tal como aprender a andar, a falar, etc. O segundo se refere às pressões sociais, tais como aprender a ler, a comportar-se como cidadão responsável e várias outras formas do comportamento social. E finalmente, o terceiro aspecto da tarefa evolutiva se refere aos valores pessoais que constituem a personalidade de cada indivíduo, que por sua vez resulta de processos de interação das forças orgânicas e ambientais. (ROSA, Revista Nova Escola, 2013, p.47).

Diante de tantas modificações sociais, a cultura está inserira como uma delas, devido às mudanças exigidas pela era moderna e do mundo globalizado, pode-se perceber assim, que a cultura também está se tornando industrial, ou seja, modificada pela forma de manuseio e administração, já que o capitalismo tem contribuído muito para isto. Essa mudança radical acontece como expansão dos veículos de comunicação bem como o acesso a diferentes tipos de cultura.

Um dos fatores positivos com essa expansão é a disponibilidade de acesso que o indivíduo tem a diferentes culturas. O problema é que a maioria das pessoas se utiliza desses meios de conhecimento (comunicação) para a busca e o cesso de coisas fúteis, que por sua vez são vistas como um dos pontos negativos dessa acessibilidade. É por isso que cabe mais uma vez às escolas resgatarem a visão crítica e bom senso para saber utilizar bem os recursos culturais.

Aos poucos, a inclusão da música como disciplina nas escolas vem acontecendo a passos lentos, através da iniciativa dos próprios professores. Há inúmeros relatos de experiências aplicadas ao ensino de música nas escolas brasileiras, isso pode ser observado nos relatos que podem ser lidos nas revistas pedagógicas (principalmente na Nova Escola). Apesar de estar disposta na LDB a respeito deste ensino (música), a maioria dos educadores é quem fazem este trabalho por si só, e em alguns casos sem o embasamento das próprias escolas.

Como sabemos a música é um produto cultural muito rico e expansivo. De acordo com as novas mudanças nos (currículos escolares) paradigmas da educação brasileira. Em uma experiência realizada com turmas de 3º e 4º Ano em duas escolas próximo a Porto Alegre, a professora Guadalupe da Silva Vieira, ressalta seu objetivo ao trabalhar a música com as crianças abordando a temática Educação Afro-braslieira, proposta pela nova lei mencionada na LDBEN. “A intenção era ampliar o repertório musical da meninada e desenvolver o gosto pela cultura afro-brasileira”. (Revista Nova Escola- agosto, 2013, p. 52). Com isso, é notável que a cultura pode sim ser tratada da forma como a maioria das pessoas gostam, principalmente as crianças que é através da música.

De acordo com os inúmeros benefícios que a música pode proporcionar às pessoas, em especial as crianças, a coordenadora do núcleo de educação do museu afro brasileiro em SP, discorre sobre esse assunto, abordando questões de suma importância social, que está relacionada com a educação, direitos e cidadania, que pode ser desenvolvido no ambiente escolar e se espalhar para os demais espaços, sendo que este pode ocorrer por meio das canções que circulam velozmente.

Quando o professor realiza atividades valorizando a cultura afro-brasileira, ela abre a possibilidade de a criança perceber a diversidade do povo do país, o que é fundamental para evitar o preconceito e o racismo. (Nova Escola- agosto, 2013, p.52).

Diante disso, analisamos o importante papel que exerce a música nas questões sociais, pois o seu leque é extenso. Com essa linguagem musical podemos destacar várias atividades diferenciadas que podem ser abordadas como, por exemplo, o conhecimento de outras culturas que pode ser proporcionada através da dança (elevar o conhecimento a respeito da vestimenta, dos movimentos históricos e da expressão) das canções, dos ritmos, dos instrumentos musicais e os diferentes sons.

Além de contribuir com fatores externos ao desenvolvimento das crianças (por exemplo, as habilidades motoras), a música é um meio capaz de despertar fatores internos (associação de sons psicologicamente) relacionados à aprendizagem que resulta na sistematização de conteúdos. Sendo um dos destes a consciência fonológica, que por sua vez, tem como alvo principal as crianças, já que estas se encontram em formação.

A consciência fonológica, ou o conhecimento acerca da estrutura sonora da linguagem, desenvolve-se nas crianças ouvintes no contato destas com a linguagem oral de sua comunidade. É na relação dela com diferentes formas de expressão oral que essa habilidade metalinguística desenvolve-se, desde que a criança se vê imersa no mundo lingüístico. Diferentes formas linguísticas a que qualquer criança é exposta dentro de uma cultura vão formando sua consciência fonológica, entre elas destacamos as músicas, cantigas de roda, poesias, parlendas, jogos orais, e a fala, propriamente dita. (CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA, 2013, p. 04).

É evidente que a música é um rico auxílio que ajuda na construção desta habilidade necessária à comunicação humana em sociedade. É importante destacar que a forma, e o que a criança escuta contribui para esta formação tão necessária. Assim é notável, atribuir importância e atenção ao que cerca a criança, ou seja, que tipo de meio ela convive, para então compreender o contexto da mesma.

Diante da variedade musical existente, e que está ao alcance de todos, inclusive das crianças, é que há uma necessidade de analisar bem que tipo de música estas estão apreciando. Em análise a três gêneros musicais (Música clássica, de qualidade e de cultura de massa), observa-se a diferença existente entre cada uma, e a que mais se encontra no universo infantil atual é a de cultura de massa. Por isso, é recomendável resgatar a apreciação de muitas músicas que quase não circulam mais hoje em dia, como é o caso dos artistas Toquinho, Vinícius de Morais entre outros.

Portanto, conclui-se que a música de cultura de massa (algumas músicas que possuem em sua letras pouca qualidade cultural), é sem dúvidas uma das mais cantadas e apreciada pela maioria das crianças. E o que se pode obervar é que ela induz a reações contraditórias com a idade e maturidade delas. Como a música é memorizada, não há como desprender da mesma se esta é o topo das paradas de sucesso, logo, é o que se ouve em todos os lugares.

Por isso há uma suprema necessidade de cuidar do que as crianças ouvem, para que não repercutam de forma negativa no decorrer do desenvolvimento da sua aprendizagem e formação social. Assim, cabe aos meios educacionais proporcionar a conscientização na hora da tomada de decisões do tipo de música que se quer ouvir, e mostrar aos alunos que a influência da mídia é forte, mas que estes devem ter autonomia em suas escolhas, e que estas sejam qualitativas.

6. CONCLUSÃO

Diante de todo fato histórico que o ensino de música enfrentou nas escolas, podemos perceber, que houve manifestações e mudanças em vários lugares do planeta, especialmente onde a arte era valorizada, como no caso da Grécia, do Egito, do Brasil, entre outros países. Como a música é uma linguagem, que pode ser acessada por todos os envolvidos, esta, sofreu grandes mudanças em seu processo de ensino até que se chegasse ao conceito que temos dela hoje.

Em meio a tantas contribuições no ramo educacional, analisa-se o uso da mesma, como ferramenta para o desenvolvimento de aprendizagens no campo da educação infantil. E com base nisso, é que se busca incluí-la no currículo escolar atual como uma disciplina pedagógica, sendo assim, exigida sua prática, bem como o seu reconhecimento diante da LDB. E isso se justifica pelo fato dela ser uma ferramenta capaz de desenvolver várias habilidades nas crianças.

Em meio a tantos benefícios que a música traz a todos, especialmente no âmbito educacional, é possível comprovar que esta é capaz de ensinar e transformar a partir de sua utilização. Porém, o que se sabe é que muitas dificuldades para exercer esse ensino, são encontradas, a começar pela falta de profissionais “capacitados”, de formação na área ou de instrumentos pedagógicos necessários para serem abordados neste caso.

Assim, é possível fomentar que existem as dificuldades, mas que isso não sirva de empecilho para que este ensino seja levado a diante, principalmente no meio educacional. Ao propor a inclusão desta disciplina nas salas de aula, é garantia de uma aprendizagem mais dinâmica e descontraída, que agrada a muitas crianças. Mostra-se dessa forma, que a música possui um potencial importante que contribui no processo de ensino aprendizagem infantil.

Ao avaliar os tipos de músicas existentes no mundo musical, analisa-se que há uma demanda maior de escuta pelas músicas de cultura de massa pelas crianças. Estas, já desconhecem muitos ritmos do universo musical infantil que fizeram sucesso em outras épocas. Tais músicas levam em suas letras, poesias e melodias, que soam bem aos nossos ouvidos, diferentemente do que se ouve atualmente.

Devido à influência da mídia, muitas músicas “insignificantes”, tem feito parte do repertório infantil, de acordo com o grande poder de manipulação que esta exerce sob as pessoas que se deixam levar por elas. Diante disso, analisa-se que o poder midiático deveria utilizar de sua força para contribuir de uma forma construtiva, já que é um veículo que chega ao alcance de todos, e leva músicas de qualidade para que sejam apreciadas pelas crianças.

Com isso, conclui-se que a música contribui para aprendizagem da criança desde as séries iniciais, pois, esta se faz um instrumento rico que auxilia no desenvolvimento de habilidades que são necessárias ao crescimento/conhecimento da mesma, tais como: a coordenação motora, a atenção, a percepção, a sensibilização, entre outras, seja na forma física ou psicológica. Portanto, é necessário que os educadores incluam o ensino da música nas escolas.

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Publicado por: Maria Silvana Gomes Ferreira

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