A IMPORTÂNCIA DA INTRODUÇÃO ALIMENTAR PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO
índice
- 1. RESUMO
- 2. INTRODUÇÃO
- 3. INTRODUÇÃO ALIMENTAR
- 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
- 5. REFERÊNCIAS
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1. RESUMO
O desenvolvimento infantil é um processo longo e gradual de mudanças. É na primeira infância que ocorre maior parte do desenvolvimento, onde a criança se defronta com uma série de demandas, do meio a que ela tem de ajustar-se, para poder sobreviver. Logo após o nascimento seu primeiro reflexo será o da procura, onde busca pelo seio materno para poder se alimentar, depois virá o reflexo da sucção que possibilitará que o leite seja extraído e degustado. Até os seis meses a criança terá que aprender muitas coisas para se comunicar com o mundo e saciar suas necessidades. Após os seis meses acontecerá a introdução alimentar que deverá acontecer gradualmente, sendo parte natural do processo de desenvolvimento. O presente artigo tem como objetivo apresentar a importância da introdução de alimentos saudáveis na alimentação complementar, visando melhor qualidade de vida futura.
PALAVRAS-CHAVE: Introdução Alimentar. Desenvolvimento Infantil. Nutrição.
2. INTRODUÇÃO
A alimentação humana é iniciada desde a gestação, através da captação dos nutrientes consumidos pela mãe e que são essenciais para o desenvolvimento biológico. Após o nascimento a alimentação do bebê continua dependendo da alimentação da mãe para suprir suas necessidades.
Depois dos seis meses o leite materno já não supre todas as necessidades nutricionais do ser humano, sendo necessária a introdução de alimentar complementar. A quantidade de alimento oferecido ao bebê deve basear-se na densidade energética para que venha a suprir suas necessidades.
Se essa quantidade energética não condizer com as necessidades da criança prejudicará seu desenvolvimento e isso acarretará prejuízos que poderão permanecer por toda vida.
A alimentação saudável envolve desde a apresentação e seleção de alimentos naturais e saudáveis, assim como seu valor energético que favoreçam o desenvolvimento integral do bebê. É preciso ter paciência no momento da alimentação, pois a ansiedade e impaciência da mãe podem interferir na vida da criança, fazendo com que ela crie hábitos que a acompanharam por toda a vida.
Diante do exposto, o presente artigo enfatiza a importância da introdução alimentar de maneira saudável, mostrando o quanto este momento influenciará no desenvolvimento da criança e refletirá em sua vida adulta.
3. INTRODUÇÃO ALIMENTAR
Durante o período de gestação ocorre o desenvolvimento do corpo do feto. Órgãos, músculos, ossos e todo o sistema nervoso se preparam para um funcionamento independente da mãe e autossuficiente. Após o nascimento, a criança passará vários anos da vida se aperfeiçoando. Seu corpo ainda necessitará se adaptar ao meio devido os acontecimentos que surgirão com o passar do tempo e com as experiências vividas.
Ao nascer a criança aprenderá a buscar o seio materno para alimentar-se. Nesta fase o leite materno será essencial para seu desenvolvimento, contendo todos os nutrientes necessários para seu desenvolvimento até os seis meses.
Após os seis meses, o Brasil (2013, p.15) orienta a introdução de alimentos complementares, pois “para que o bebê continue crescendo bem, a partir dos seis meses, ele necessita receber outros alimentos além do leite materno”. No entanto, até os dois anos a orientação é que o leite materno seja oferecido em momentos alternados com outros alimentos.
A alimentação é essencial para a promoção da saúde, é ela que propiciará ao organismo as condições necessárias para seu completo desenvolvimento e amadurecimento. A boa alimentação requer cuidados e hábitos saudáveis que devem iniciar nos primeiros anos de vida.
A introdução de alimentos deve acontecer de maneira lenta e gradual, reconhecendo que cada criança tem seu tempo para se adaptar e aceitar novos alimentos. Segundo Chudo (2009, p.35):
Quando é iniciada a introdução de alimentos e do leite não-humano, são necessários alguns cuidados, como estimular a criança a aprender a deglutir, tomando cuidado para que ela não engasgue com pedaços grandes de alimentos, oferecendo uma variedade de alimentos que contenham nutrientes diferentes, além de incentivar que a criança coma lentamente para fazê-la sentir que a alimentação é prazerosa.
Deste modo, a autora nos faz refletir sobre a importância de não obrigar a criança a comer, para que o momento da alimentação seja um momento de prazer e aprendizagem.
Para Padovan (2019), a introdução alimentar é a apresentação de alimentos de consistências diferentes das quais o bebê esteve acostumado até os seis meses, sendo um momento de grande aprendizagem tanto para a criança quanto para os pais.
Neste período é necessário que se respeite as decisões do bebê de não querer mais o alimento, lembrando que este é um momento de adaptação e estudos indicam que o consumo energético em 24 horas costuma ser adequado tanto em refeições regulares e pontuais ou não.
A Organização Mundial de Saúde recomenda que os alimentos complementares sejam inseridos a partir dos seis meses de idade, já o Ministério da Saúde orienta a introdução de alimentos complementares aos seus meses de vida da criança.
Essa recomendação é feita somente para crianças que são amamentadas exclusivamente no seio, pois em alguns casos especiais pode requerer a introdução antes dos seis meses.
Neste sentido, Brasil (2013) apresenta o seguinte esquema de Introdução de alimentos complementares:
IDADE |
TIPO DE ALIMENTO |
Até completar 6 meses |
Aleitamento materno exclusivo |
Ao completar 6 meses |
Leite materno, papa de frutas, papa salgada |
Ao completar 7 meses |
Segunda papa salgada |
Ao completar 8 meses |
Gradativamente passar para a alimentação da família |
Ao completar 12 meses |
Comida da Família |
Fonte: Adaptação da Sociedade Brasileira de Pediatria. Ministério da Saúde, 2013.
É importante que após a ingestão de alimentos seja oferecido água tratada para a criança. A alimentação deve incluir todos os tipos de alimentos para que a criança receba todos os tipos de nutrientes que o corpo necessita.
Para tanto, Chudo (2009) orienta sobre a necessidade de conhecer as principais funções dos nutrientes em nosso organismo:
*Água: de suma importância para todos os processos metabólicos do corpo. Necessária para manter os bebês hidratados.
*Carboidratos: são alimentos energéticos, no entanto devem ser consumidos com moderação, já que o consumo em excesso pode causar diabetes e/ou obesidade.
*Gorduras: também são energéticos, servindo para fornecer energia quando o consumo de carboidratos não é suficiente. Ajudam a manter a temperatura do corpo. Devem ser diferenciadas as gorduras boas das gorduras prejudiciais à saúde.
*Proteínas: constroem nosso corpo e nos dão sustentação. São fundamentais para o desenvolvimento infantil.
*Vitaminas: regulam e controlam nosso organismo em vários processos. A ausência de algum tipo de vitamina pode levar a estados carenciais, como: distúrbios oculares, cutâneos e de mucosas, diminuição da resistência a infecções e atraso no crescimento (vitamina A); falta de apetite, constipação atônica, debilidade muscular e irritabilidade (vitamina B1); Queilosa, Estomatite e glossite, prurido e antibioticoterapia prologada (vitamina B2); Dermatite, distúrbio degenerativo do sistema nervoso e transtornos gastrointestinais (vitamina B5); entre outros.
*Sais minerais: existem em grande variedade, cada um fazendo um trabalho diferente, como o cálcio que mantem os ossos firmes, o ferro que auxilia na respiração celular, o cobre que influencia na formação de tecidos, o zinco que beneficia o sistema imunológico, entre outros.
*Fibras: Apesar de essenciais à saúde não fornecem nutrientes, pois previnem doenças graves, regulando o intestino.
Esses nutrientes são encontrados nos alimentos naturais, outros tipos de alimentação não fornecem quantidades de nutrientes necessários para o nosso corpo. Por isso ao iniciar a introdução alimentar em bebês é importante dar preferência a alimentos naturais.
De acordo com Chudo (2009, p. 54):
A escolha adequada dos alimentos que são oferecidos à criança é fundamental desde o início da inserção de alimentos sólidos. Se a mãe oferece desde cedo frutas, legumes e verduras, a criança aprende a saborear esses alimentos, mas se ela apenas oferece carboidratos e gorduras, a criança aprende a comer somente esses alimentos e não se interessará por outros.
Por isso, é importante cuidar com a alimentação ofertada para a criança, assim como cuidar com os hábitos que pode desenvolver durante este período, pois poderão ser positivos ou negativos de acordo com o que lhe for oferecido.
Também é importante proporcionar refeições em família, assim o bebê poderá aprender através da observação e imitação como se alimentar, tornando o momento da alimentação em um momento social e prazeroso.
Hábitos alimentares saudáveis vão possibilitar um desenvolvimento saudável, prevenindo a problemas de saúde futuros e obesidade infantil que é um problema que pode influenciar na vida adulta.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A alimentação saudável tem início na gestação, no entanto os hábitos alimentares são desenvolvidos no momento da introdução alimentar, por isso esse momento é muito importante para se repensar os hábitos alimentares de toda família.
Ao realizar a introdução alimentar não se pode impor a criança a quantidade de alimento que deverá comer, deve-se respeitar esse momento de adaptação para que seja desenvolvida a capacidade de distinguir a sensação de fome e de saciedade.
Assim, ao iniciar a alimentação complementar com hábitos saudáveis, além de prevenir doenças e deficiências possibilitaremos o crescimento e desenvolvimento saudável. É importante dar preferência para os alimentos naturais, pois eles têm todos os nutrientes necessários para o bom desenvolvimento da criança e terá grande influência em sua vida adulta, para sua qualidade de vida.
5. REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Dez passos para uma alimentação saudável: guia alimentar para crianças menores de dois anos. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
CHUDO, Marisa Laporta. Fundamentos biológicos do desenvolvimento infantil. Curitiba: IESDE Brasil S.A, 2009.
PADOVAN, Aline Rodrigues. Introdução Alimentar ParticipAtiva. Disponível em: https://conalco.com.br/wp-content/uploads/2015/05/ebook-IA-ParticipATIVA.pdf Acesso em 13/nov/20
Publicado por: GISELLE DE ARAUJO
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