A DEFICIÊNCIA INTELECTUAL SOB A ÓPTICA DA REVISTA NOVA ESCOLA

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1.  RESUMO

Este trabalho de natureza científica tem como tema “A deficiência intelectual sob a óptica da revista Nova Escola”, um assunto relacionado à área de Pedagogia, ciência do ensino e aprendizagem. Para o desenvolvimento do trabalho, adotou-se como objetivo geral, “estudar a deficiência intelectual e práticas inclusivas nas escolas”, usando-se como metodologia a pesquisa em livros de vários autores relacionados à área, artigos, site da revista Nova Escola, internet e outras fontes de pesquisa. No decorrer do trabalho resultados significativos foram encontrados, como o entendimento do conceito de deficiência intelectual, a exposição da legislação e políticas públicas e a abordagem das práticas pedagógicas inclusivas nas escolas, assim como, os benefícios que elas trazem no desenvolvimento e aprendizagem da criança. As conclusões principais do trabalho proporcionam o entendimento do quão é relevante a aplicação dessas práticas na educação infantil, pois a partir dele, crianças deficientes e não deficientes frequentam das mesmas atividades e se desenvolvem em conjunto.

Palavras-chave: Deficiência Intelectual. Práticas Inclusivas. Políticas Públicas. Legislação. Integração.

RESUMEN: Este trabajo científico tiene como tema “La discapacidad intelectual en la perspectiva de la revista Nova Escola”, tema relacionado con el área de la Pedagogía, ciencia de la enseñanza y el aprendizaje. Para el desarrollo del trabajo se adoptó como objetivo general, “estudiar la discapacidad intelectual y las prácticas inclusivas en las escuelas”, utilizando como metodología la investigación en libros de diversos autores relacionados con el área, artículos, sitio web de la revista Nova Escola, Internet y otras fuentes de investigación. En el transcurso del trabajo se encontraron resultados significativos, como la comprensión del concepto de discapacidad intelectual, la exposición de legislación y políticas públicas y el abordaje de prácticas pedagógicas inclusivas en las escuelas, así como los beneficios que aportan al desarrollo. y aprendizaje de los niños. Las principales conclusiones del trabajo permiten comprender cuán relevante es la aplicación de estas prácticas en la educación infantil, ya que a partir de ella, niños con y sin discapacidad asisten a las mismas actividades y se desarrollan juntos.

Palabras clave: Discapacidad Intelectual. Prácticas Inclusivas. Políticas públicas. Legislación. Integración.

ABSTRACT: This scientific work has as its theme “intellectual disability from the perspective of Nova Escola magazine”, a subject related to the area of ​​Pedagogy, science of teaching and learning. For the development of the work, the general objective was adopted, "to study intellectual disability and inclusive practices in schools", using as a methodology the research in books by various authors related to the area, articles, website of the Nova Escola magazine, internet and other research sources. In the course of the work, significant results were found, such as the understanding of the concept of intellectual disability, the exposure of legislation and public policies and the approach of inclusive pedagogical practices in schools, as well as the benefits they bring to children's development and learning. The main conclusions of the work provide an understanding of how relevant is the application of these practices in early childhood education, because from it, disabled and non-disabled children attend the same activities and develop together.

Keywords: Intellectual Disability. Inclusive Practices. Public policy. Legislation. Integration.

2. Introdução

A deficiência intelectual, um assunto que leva pesquisadores, psicólogos, pedagogos, estudantes e profissionais em geral a se dedicarem com pesquisas e busca de melhores soluções às pessoas que apresentam a condição. Analisando por esse lado, diante de todas as pesquisas já existentes sobre o tema, o presente trabalho adota-se do mesmo assunto, porém sob a óptica da revista nova escola. O trabalho vai explorar o site da revista Nova Escola com o intuito de coletar conteúdos relevantes para a prática docente como ferramenta para informar professores sobre alunos com deficiência intelectual. O foco é investigar em forma de pesquisa quais os benefícios teóricos e práticos e as estratégias que a revista traz para a abordagem das práticas inclusivas em sala de aula.

A estrutura educacional tem o seu desenvolvimento acentuado, isso abrange a participação de alunos com deficiência intelectual em sala de aula “as duas últimas décadas foram marcadas por movimentos sociais importantes, organizados por pessoas com deficiência e por militantes dos direitos humanos, que conquistaram o reconhecimento do direito das pessoas com deficiência à plena participação social” (Reis; Ross, 2008, p. 5). A ação demonstrou-se eficaz, como relata Agapito et al. (2013, p. 2), deficiência Intelectual vêm se mantendo relativamente estáveis nas últimas décadas. Ao longo dos últimos anos, as pesquisas relacionadas as deficiências “mentais” e a medicina avançaram na identificação de diagnósticos de deficiência intelectual - DI. Deficiências intelectuais estão se tornando comuns na sala de aula, promovendo o progresso dos alunos nessas condições, ao mesmo tempo em que desafiam os professores no desenvolvimento de conteúdos adequados ao currículo escolar.

Não é à toa a discussão sobre práticas inclusivas em sala de aula, ao mesmo tempo que a revista Nova Escola apresenta uma visão e respaldo, como será destrinchado no decorrer trabalho, a lei também propõe a participação dos alunos com DI, trata-se da LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015.

Art. 1º - É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. (BRASIL, 2015)

Apoiando-se pelo respaldo legal, a discussão sobre práticas inclusivas em sala de aula, algo que anteriormente já era importante, mas ganha força com surgimento da lei, deve-se ser sempre elemento de melhoria e, para isso, o intuito é levantar em forma de pesquisas o que a revista traz em benefícios e estratégias teóricas e práticas em relação a atividades inclusivas abordadas em sala de aula. Levantar aspectos relacionados a leis que protegem a pessoa com DI, conceitos da deficiência em si como: (causas, sintomas e diagnóstico). E como fazer a inserção do aluno com deficiência Intelectual para que haja uma aprendizagem significativa, igualitária de oportunidades.

No conceito e pesquisas sobre DI, relata Ampúdia (2011), em geral, a criança tem mais dificuldade para interpretar conteúdos abstratos, o que exige estratégias diferenciadas por parte do professor. O autor expôs essa informação no seu artigo publicado pela revista Nova Escola. Percebe-se que há uma grande preocupação com o desenvolvimento desse indivíduo, busca-se se quebrar paradigmas antigos onde pessoas que nasciam com certa condição especial intelectual eram trancadas dentro de casa para não atrapalhar o convívio social.

Segundo o mesmo autor (2011), O Instituto Inclusão Brasil estima que 87% das crianças brasileiras com algum tipo de deficiência intelectual têm mais dificuldades na aprendizagem escolar e na aquisição de novas competências, se comparadas a crianças sem deficiência. Mesmo assim, é possível que a grande maioria alcance certa independência ao longo do seu desenvolvimento. Isso remete ao entendimento de que é um trabalho relevante, que deve ser discutido, estudado, implementado e a todo instante elaborando novas políticas de práticas inclusivas melhores do que já existem no âmbito acadêmico. O colocado justifica a elaboração do trabalho e, também pelo fato de que, quando esses alunos frequentam escola, muitos deles se desenvolvem, aprendem o conteúdo por intermédio do professor dedicado e alcançam novas e diferenciadas competências, que os tornam independentes e aptos para o mercado de trabalho.

O determinado trabalho teve como problema de pesquisa: qual a óptica da revista Nova Escola sob a deficiência intelectual. Com base nessa questão, foi desenvolvida a fundamentação teórica do trabalho, encontrando assim resposta para a problema levantado.

Para desenvolver o levantado no parágrafo anterior, destacou-se algumas hipóteses: a revista Nova Escola apresenta informações relevantes referentes ao desenvolvimento da pessoa com deficiência intelectual; as práticas inclusivas vêm se disseminando, trazendo soluções para diversas condições que necessitam de atenção, abrangendo DI; a maturação do ensino no estado federativo do Brasil.

Adotou-se como objetivo geral, estudar a deficiência intelectual e práticas inclusivas nas escolas e, para atendê-lo, optou-se pelos seguintes objetivos específicos: conceituar deficiência intelectual sob a ótica da revista Nova Escola; apresentar legislação e políticas públicas e identificar práticas pedagógicas inclusivas usadas na escola para o desenvolvimento de criança com DI.

3. Método

A pesquisa configurou-se como revisão bibliográfica, baseada em artigos de diversos autores da área de Pedagogia, como por exemplo Agapito et al. (2013), Reis e Ross (2008). A busca principal foi a revista Nova Escola. Foi feito também levantamento de informações sobre o assunto em congresso, documentários, periódicos, entre outras fontes de dados.

A revista em questão, a principal fonte de conteúdo, proporciona uma série de itens relativos a DI. A elaboração do trabalho baseado nela é diferenciada, pois trata-se de um portal próprio para área educacional. Frente a seleção de dados, se usará os mais apropriados para a composição do corpo do trabalho. Essas informações, que se transformam em conhecimento, podem ser usadas nas escolas, podem transformar a vida de muitos alunos com deficiência intelectual, melhorar suas convivências, assim como o desenvolvimento e aprimoramento da prática docente inclusiva.

4. Resultados e discussão

4.1. Deficiência intelectual: conceito teórico

Trata-se de um assunto delicado, que comove grande parte da população, aquela que convive no mesmo lar que a pessoa deficiente intelectual como a que não convive, mas se empatiza. A pessoa com deficiência intelectual apresenta, segundo o Instituto Jô Clemente (2022), um atraso no seu desenvolvimento, dificuldades para aprender e realizar tarefas do dia a dia e interagir com o meio em que vive. Ou seja, existe um comprometimento cognitivo, que acontece antes dos 18 anos, e que prejudica suas habilidades adaptativas. Para Ampúdia (2011), em geral, a deficiência intelectual traz mais dificuldades para que a criança intérprete conteúdos abstratos.

Percebe-se que existe certa limitação desses indivíduos,

Costumam apresentar dificuldades para resolver problemas, compreender ideias abstratas (como as metáforas, a noção de tempo e os valores monetários), estabelecer relações sociais, compreender e obedecer às regras, e realizar atividades cotidianas - como, por exemplo, as ações de autocuidado. (AMPÚDIA, 2011).

Complementa Pimenta (2017), a deficiência intelectual é caracterizada por limitações nas habilidades mentais gerais. Essas habilidades estão ligadas à inteligência, atividades que envolvem raciocínio, resolução de problemas e planejamento, entre outras.

Assim como o Transtorno do Espectro Autista (TEA) , a deficiência intelectual é mais presentes em homens do que em mulheres.

Prevalência é maior no sexo masculino, tanto nas populações de adultos quanto de crianças e adolescentes. As taxas variam conforme a renda. A maior prevalência ocorre em países de baixa e média renda onde as taxas são quase duas vezes maiores que nos países de alta renda.” (PIMENTA, 2011)

Tarefa para os pais da criança: Como identificar isso? Isso é um assunto muito importante, pois alguns preferem não tomar nenhuma atitude quando observam algo incomum. É importante que os responsáveis fiquem em constante análise em possíveis mudanças, principalmente na infância, pois é nessa fase em que se percebe uma possível identificação de deficiência intelectual.

Essa condição é mais evidente nos anos iniciais da criança, nos momentos de sua primeira participação em escola. Os responsáveis devem ficar atentos nos seguintes sinais (BRANDÃO, 2020):

Atraso no desenvolvimento da linguagem. Isso prejudica a fala, o reconhecimento das letras, a comunicação e a interação social (com os colegas e com as professoras).

● Dificuldade no aprendizado, tanto em entender, como também na memória, em reter o conhecimento e aplicá-lo. Pode se manifestar por incapacidade ou baixa eficiência em resolver problemas ou concluir tarefas. A falta de interesse ou pouca concentração nas atividades escolares também requerem atenção.

● Dificuldade de adaptação aos mais variados ambientes, que pode ocorrer tanto em lugares novos, como familiares.

● Dependência ou pouca habilidade para realizar tarefas cotidianas.

● Evolução lenta ou insuficiente da coordenação motora.

O cuidado da criança deficiente intelectual não é isolado, demanda de uma equipe multiprofissional. Primeiramente deve-se enfatizar a presença de um médico pediatra, que após a observação detalhada da criança, a encaminhará a outros profissionais como psicólogos, fonoaudiólogos. “Esse time é primordial para estimular o desenvolvimento cognitivo dos pequenos, promover qualidade de vida e reduzir as disfunções da criança” (Brandão, 2020). Além da presença desses profissionais, é fundamental, no processo de desenvolvimento dessa criança, a participação dos responsáveis, que poderão fazer as análises primordiais cotidianas e fornecer as informações necessárias a equipe multidisciplinar.

Outro personagem fundamental e importante no processo de melhoria dessa criança é o professor. Esse profissional também acompanhará de perto, estará junto dela todas as semanas para estimular o seu crescimento, adotará as eficientes estratégias para ao máximo desenvolvê-la. Sobre as funções do docente no engrandecimento da criança deficiente intelectual será melhor explorado no tópico quatro.

4.2. Legislação e políticas públicas

No Brasil, muitas das ações, decisões que acontecem nas mais diversas esferas existentes são instituídas e até mesmo regidas por lei. Isto é, a educação só existe porque há uma lei que o definiu, e isso está expresso na constituição. Assim como a saúde ser direito de todos, a assistência ser um benefício dos necessitados, o vale transporte ser um direito do empregado para se locomover de casa para o trabalho e vice-versa, o FGTS, a liberdade de ir, permanecer e ficar, entre outros.

Para a existência desses elementos houve legislações que os instituíram e políticas públicas para a devida implementação e execução. A respeito da deficiência intelectual não é diferente, também existem leis que abordam sobre sua implementação, sobre práticas inclusivas que promovem o desenvolvimento de pessoas com essas condições.

Antes de qualquer legislação que aborda sobre, vale destacar que a intenção da implementação de pessoas com deficiência intelectual em ambiente escolar não é de hoje, é um fato que sempre preocupou a população, principalmente aqueles que convivem ou têm parentes deficientes. Segundo Pegoraro e Smeha (2013) e Sá e Rabinovich (2006), alguns estudos relataram que os progenitores, em sua maioria, preocupam-se com a independência funcional, com a educação e com o trabalho de seus descendentes. Complementa Oliveira e Poletto (2015), torna-se imprescindível, diante da alta demografia de pessoas com deficiência existentes no país, a expansão dos serviços que promovem a qualificação profissional, preparando-os para o mercado de trabalho.

Todas as preocupações citadas, como o caso de independência funcional, educação, qualificação profissional, mercado de trabalho só serão supridos se houver ensino para essas pessoas, se eles frequentarem a escola, se existir práticas inclusivas que as estimulem, as desenvolvam, as tornem pessoas melhores e inteligentes, com habilidades práticas aguçadas, tornando-as capazes de lidar com grandes desafios da vida e laboral.

No quesito legislação, existe o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que é a LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015, que trata da deficiência intelectual e inclusão.

Art. 1º - É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. (BRASIL, 2015)

A determinada lei coloca no seu Art. 4º:

Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação. § 1º Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.

A própria constituição federativa do Brasil de 1988 também expõe direitos aos indivíduos residentes no Brasil, abrangendo pessoas com deficiência intelectual, “Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição” (Brasil, 1988).

Sobre a temática específica, educação e práticas inclusivas, o Estatuto da Pessoa com Deficiência, expõe informações relevantes no seu capítulo IV.

Art. 27 - A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem. Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação. (BRASIL, 2015).

Esse processo de inclusão deve ser extensivo, abrangente, não deve se limitar na educação infantil, mas se entender no ensino fundamental, médio e superior. Também deve-se ampliar nas políticas sociais, como por exemplo, a título de exemplo, pode-se citar o trabalho, as empresas devem delegar algumas tarefas que serão apropriadas para essas condições, como percebe-se em vários mercados de grande porte como o Confiança, onde pode-se encontrar empacotadores com Síndrome de Down e outras deficiências intelectuais em geral.

Em 2008, no Brasil, foi criado a Política Nacional de Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência, o propósito era de:

Reabilitar a pessoa com deficiência na sua capacidade funcional e no seu desempenho humano, de modo a contribuir para a sua inclusão plena em todas as esferas de vida social, além de proteger a sua saúde e prevenir agravos que determinem o aparecimento de deficiências. (AGUIAR; ALVES; CERQUEIRA, 2016)

O surgimento dessa política pública demonstrou-se eficaz, abrangendo áreas como saúde, educação, costumes e estilos de vida saudáveis, tanto dos deficientes intelectuais quanto dos que com eles convivem. “A promoção da acessibilidade e inclusão social demanda dos serviços de saúde e de educação que disponham de acesso físico e adaptações ambientais adequadas à pessoa com deficiência, além de profissionais capacitados para atendê-la” (Aguiar; Alves; Cerqueira, 2016).

Após a implantação dessas políticas observou-se crescimento considerável.

Os dados apontam que entre 2019 e 2020 o número de alunos com deficiência matriculados nas redes de ensino aumentou em 20%, sendo 174.363 alunos em 2019 e 210.409 alunos em 2020. Também é possível fazer consulta por município do estado e ter acesso ao número de alunos com deficiência matriculados por região e por etapa de ensino (infantil, fundamental e médio). Os dados apontam que no ano passado, 50% das pessoas com deficiência na Educação Básica eram pessoas com deficiência intelectual. Em 2019, 72% das crianças e jovens com deficiência cursavam o ensino fundamental, 14% chegaram ao ensino médio e apenas 0,47% conseguiram ingressar no ensino superior no estado de SP. Em relação a gênero, de 2019 para 2020 houve um aumento de 9% na participação das crianças e jovens com deficiência do sexo feminino. (PORTAL DO GOVERNO, 2021)

Outros resultados advindos do Plano Nacional de Educação, compreendidos entre os anos de 2017 e 2018 no Brasil, segundo Tokarnia (2019) são:

Nos últimos cinco anos, de 2014 a 2018, o número de matrículas de estudantes com necessidades especiais cresceu 33,2% em todo o país, segundo dados do Censo Escolar divulgados hoje (31) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). No mesmo período, também aumentou de 87,1% para 92,1% o percentual daqueles que estão incluídos em classes comuns. Em 2014, eram 886.815 os alunos com deficiência, altas habilidades e transtornos globais do desenvolvimento matriculados nas escolas brasileiras. Esse número tem aumentado ano a ano. Em 2018, chegou a cerca de 1,2 milhão. Entre 2017 e 2018, houve aumento de aproximadamente 10,8% nas matrículas. De acordo com dados do Censo, na rede pública está o maior índice dos estudantes em classes comuns. Nas escolas, 97,3% dos alunos com necessidades educacionais especiais estavam nessas classes em 2018. Na rede particular, o percentual foi 51,8%. Por lei, pelo Plano Nacional de Educação (PNE), o Brasil deve incluir todos os estudantes de 4 a 17 anos na escola. Os estudantes com necessidades especiais devem ser matriculados preferencialmente em classes comuns. Para isso, o Brasil deve garantir todo o sistema educacional inclusivo, salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados.

Expostos os dados sobre legislação e políticas públicas, será descrito práticas pedagógicas inclusivas usadas na escola para o desenvolvimento de criança com DI. Esse assunto é a implementação da legislação, é a lei na prática, é o momento em que tudo aquilo que está explícito nos estatutos e documento convertem-se em aplicação. Nessa fase, a política é implementada e os resultados são percebidos e concretos. A família, os profissionais especialistas e não especialistas atuam em conjunto para o bom desenvolvimento da criança.

4.3. Práticas pedagógicas inclusivas usadas na escola para o desenvolvimento de criança com deficiência intelectual

Práticas pedagógicas inclusivas na escola proporcionam desenvolvimento a todos de uma forma geral. A realidade atual foca a integração, a inclusão de crianças com DI em mesmo espaço das outras comuns, esse ato garante ganho e vantagem para todos, “crianças com sem deficiência se beneficiam de brincadeiras inclusivas na Educação Infantil” (Nova escola, 2019).

O ato de brincar, aprender, e até mesmo conhecer novas coisas fazem parte do rol de atividades da criança, a junção desses elementos estimula o seu desenvolvimento. Divertir, induzir a criança à brincadeira é essencial, tanto para não deficiente quanto para deficiente, como uma prática de educação inclusiva. “Independentemente de suas condições físicas, sensoriais, intelectuais ou sociais, as crianças precisam brincar, e as unidades de Educação Infantil são lugares onde elas podem dar vazão à criatividade e à imaginação” (Nova escola, 2019). Para que as crianças brinquem, ou seja, para tudo isso acontecer, será imprescindível a participação do docente, isto é, ele deverá incentivar que todos participem, organizar ambientes favoráveis para o acontecimento, além de selecionar os materiais que serão usados na brincadeira. Isso não se deve limitar a sala de aula, trata-se de educação inclusiva, sendo assim, a direção e a gestão escolar em geral deverão dar todo apoio e suporte para que cada vez mais a brincadeira aconteça. Esse auxílio abrange o acompanhamento, a comunicação assertiva com os professores e a liberação de verbas para a compra de novos brinquedos que serão alocados no ambiente escolar. Não deve ficar fora desse processo a família. Educadores, gestores escolares podem se submeter a orientar os responsáveis legais para o melhor tratamento. Todos trabalhando em conjunto o resultado será mais eficaz.

Para a criança, a brincadeira é o seu sentido de vida, é o que ela sabe fazer melhor, muitas inclusive esquecem de se alimentar para apenas brincar. É a forma mais maravilhosa encontrada para ela se movimentar e, talvez o mais importante, ser independente. A brincadeira proporciona isso, independência, deve-se aproveitar desse magnífico instrumento para tornar a criança com deficiência intelectual independente. Quando a criança brica, ela desenvolve (SIAULYS, 2005, p. 10):

Os sentidos, adquire habilidades para usar as mãos e o corpo, reconhece objetos e suas características, textura, forma, tamanho, cor e som. Brincando, a criança entra em contato com o ambiente, relaciona-se com o outro, desenvolve o físico, a mente, a autoestima, a afetividade, torna-se ativa e curiosa.

Segundo a revista Nova Escola (2019), com o propósito de aprimorar as práticas inclusivas nas Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs) de São Paulo, a Fundação Volkswagen criou o Projeto Brincar, para formar gestores, professores e demais educadores.

O determinado projeto demonstrou-se eficaz, trazendo inúmeros casos de professores formados, conforme a tabela abaixo.

Figura 1

Resultados do projeto brincar

Fonte. https://maisdiferencas.org.br/projeto/brincar/

Nota . O gráfico apresenta a evolução dos resultados que o projeto Brincar proporcionou ao longo de quatro anos. Em 2017 havia 13 unidades educacionais e 406 profissionais formados. Esse número aumentou no ano seguinte, 2018, para 108 unidades educacionais e 1087 profissionais formados. Em 2019 percebeu-se um aumento considerável, 545 unidades educacionais e 1411 profissionais. Já em 2020 houve um aumento extraordinário, 1974 unidades educacionais e 7813 profissionais formados.

As práticas pedagógicas trazidas pelo projeto Brincar são inclusivas, “a ideia era deixar de lado atividades diferenciadas e adaptadas para as crianças com deficiência e planejar brincadeiras diversificadas, propondo novas formas de interação e incluindo toda a turma” (Nova escola, 2019). Caso o docente queira aplicar e não sabe onde encontrar, ele pode pesquisar, “os principais conceitos abordados na formação e muitos exemplos de práticas do Projeto Brincar podem ser consultados pelos educadores de todo o país na publicação Caderno Brincar – Volume 2, iniciativa da Fundação Volkswagen em parceria com Nova Escola” (Nova escola, 2019).

Essas práticas transformam e aprimoram o cotidiano das escolas, como já acontecem em algumas Instituições Municipais de Educação Infantil. Essas transformações levam as escolas a (NOVA ESCOLA, 2019):

● Ressaltar a importância do brincar no currículo.

● Montar oficinas para aproximar as famílias.

● Reorganizar os espaços e o tempo.

● Estimular interações e descobertas.

● Oferecer linguagens e sensações para as crianças.

● Registrar e refletir sobre a prática pedagógica.

É possível o aprendizado e o brincar de forma íntegra. Isto é, as crianças de uma forma geral, deficientes e não deficientes, podem compartilhar o mesmo espaço e se desenvolverem em conjunto. Pesquisas e resultados expostos ao longo do trabalho corroboram com essa informação. Hoje há um número consideráveis de escolas e docentes que atuam com práticas pedagógicas inclusivas e, é imprescindível a continuidade, melhorando sempre a qualidade do ensino no Brasil.

5. Conclusões

Em vista dos argumentos apresentados, resume-se que é de extrema relevância que as práticas pedagógicas inclusivas sejam sempre levadas em consideração como positivas, avançadas e promissoras para educação, que darão espaços às pessoas deficientes intelectuais a se integrarem em ambientes frequentados por outras crianças, promovendo o mesmo aprendizado e desenvolvimento. Como exposto, o trabalho é íntegro, escolas e famílias atuarão em prol do bem-estar e melhor performance da criança deficiente. Com isso, as contribuições desse trabalho são de mostrar os conceitos de deficiência intelectual, legislação e políticas públicas e práticas pedagógicas inclusivas. Houve também a necessidade de expor a evolução dos resultados trazidos pelo projeto Brincar.

Dessa forma, quando se é compreendida a relevância desse assunto, práticas pedagógicas inclusivas, usuários destas temáticas, como por exemplo, professores, diretores, gestores escolares em geral acabam adotando excelentes ações de gestão em suas unidades escolares, ou seja, terão mais embasamento, melhores políticas internas, forte pensamento de integração, desenvolvimento e empatia, que levarão suas unidades a atingirem resultados extraordinários.

Resume-se a partir do conteúdo desenvolvido, o quão as práticas pedagógicas inclusivas são indispensáveis. E além das práticas já existentes nas escolas, novos métodos de ensino e integração, projetos, leis e estudos devem ser feitos a fim contribuir com a educação inclusiva, atendendo o presente e o futuro, mantendo assim a área educativa sempre atualizada e capaz de lidar com os mais diversos desafios.

6. Referências

Agapito et al.. Alunos com deficiência intelectual e suas condições de aprendizagem. Paraná: Pontifícia Universidade Católica do Paraná: 2013.

Aguiar, Maria; ALVES, Rafanielly; CERQUEIRA, Mércia. Experiências vividas por mães de crianças com deficiência intelectual nos itinerários terapêuticos. Disponível em: http://old.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232016001003223&script=sci_arttext. Acesso em: 22 abril 2022.

Ampúdia, Ricardo. O que é de deficiência intelectual?. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/271/o-que-e-deficiencia-intelectual. Acesso em: 05 abril 2022.

Brandão, Rui. Deficiência intelectual: o que é, como reconhecer e tratar. Disponível em: https://zenklub.com.br/blog/saude-bem-estar/deficiencia-intelectual/. Acesso em: 11 abril 2022

Brasil. Contituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 5 out. 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 22 abril 2022.

Brasil. LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 6 jul. 2015. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em: 05 abril 2022.

Instituto Jô Clemente. Sobre a deficiência intelectual. Disponível em: https://ijc.org.br/pt-br/sobre-deficiencia-intelectual/Paginas/o-que-e.aspx#:~:text=Na%20deficiência%20intelectual%20a%20pessoa,que%20prejudica%20suas%20habilidades%20adaptativas. Acesso em: 11 abril 2022.

Mais diferenças. Brincar. Disponível em: https://maisdiferencas.org.br/projeto/brincar/. Acesso em: 24 abri 2022.

Nova escola. Brincar é para todos. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/15454/brincar-e-para-todos. Acesso em: 24 abril 2022.

Oliveira, Isaura; POLETTO, Michelle. Vivências emocionais de mães e pais de filhos com deficiência. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-29702015000200009. Acesso em: 22 abril 2022.

Pegoraro, C., & Smeha, L. N. (2013). A experiência da maternidade na velhice: implicações do cuidado ao filho com deficiência intelectual. Barbarói, 39, 235- 254.

Pimenta, Tatiana. Deficiência intelectual: principais características, sintomas e tratamento. Disponível em: https://www.vittude.com/blog/deficiencia-intelectual-caracteristicas-sintomas/. Acesso em: 11 abril 2022.

Portal do governo. Cresce 20% o número de alunos com deficiência matriculados na Educação Básica. Disponível em: https://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/cresce-20-o-numero-de-alunos-com-deficiencia-matriculados-na-educacao-basica/#:~:text=Os%20dados%20apontam%20que%20no,superior%20no%20estado%20de%20SP. Acesso em: 22 abril 2022

Reis, Rosangela; Ross, Paulo. A inclusão do aluno com deficiência intelectual no Ensino Regular. Disponível em: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2216-8.pdf. Acesso em: 04 abril 2022.

Sá, S. M. P., & Rabinovich, E. P. (2006). Compreendendo a família da criança com deficiência física. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, 16(1), 68-84.

Siaulys, Mara O. de Campos. Brincar para todos. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2005.

Tokarnia, Mariana. Cresce o número de estudantes com necessidades especiais. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2019-01/cresce-o-numero-de-estudantes-com-necessidades-especiais. Acesso em: 22 abril 2022.

1 Pós-graduado em Gestão de Marketing e Vendas, Especialista em Gestão de Pessoas e Graduado em Administração de Empresas, todas as formações pela Faculdade Anhanguera, Bauru-SP. E-mail: ilidioquiniango1@gmail.com. Bauru/São Paulo/Brasil. E-mail: ilidioquiniango1@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0000-0000-0000 


Publicado por: Ilídio Castro Quiniango

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