A contribuição dos contos de fadas na prática pedagógica do Orientador Educacional

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1.  INTRODUÇÃO

“Há um país chamado Infância, cuja localização ninguém conhece ao certo. Pode ficar lá onde mora o Papai Noel, no Pólo Norte, ao Sul do Equador, onde não existe pecado; ou nas florestas da Amazônia ou na África Misteriosa, ou mesmo na velha Europa. Os habitantes deste país deslocam-se em naves siderais, mergulham nas profundas do oceano, caçam leões, aprisionam dragões. E depois, exaustos tombam na cama. No dia seguinte, mais aventuras.” Scliar (1989)

Será que o “País chamado Infância” está ao alcance de todas as crianças? Com certeza não. O abandono, a violência e o descaso fazem parte da vida de muitas delas em todo o mundo. Entretanto, através dos Contos de Fadas, tudo é possível. Os heróis, sempre vencem, toda princesa tem um final feliz aos braços de seu príncipe, o seu quarto pode virar um lindo castelo, sentimentos são despertados inconscientemente, todos são levados a arte e a imaginação.

A escola é uma instituição social que tem o objetivo de desenvolver a capacidade física, cognitiva e afetiva dos alunos através de procedimentos, atitudes, conhecimentos e valores. É o lugar onde o aluno passa grande parte de sua vida, portanto, precisa ser um ambiente agradável e interessante para que as experiências vividas lá dentro favoreçam o desenvolvimento e não reflita negativamente na vida adulta de seus frequentadores.

Por ser um ambiente onde diversos “tipos” de pessoas convivem diariamente, podem ocorrer preconceitos decorrentes de diferenças raciais, étnicas e culturais, além de questões que fazem parte das diversas áreas da vida como: conflitos familiar, pessoal, afetivo, profissional e estudantil.

E é dentro desse contexto que se faz necessária a presença de um profissional capacitado para ajudar a sanar estes problemas: “O Orientador Educacional” que tem como seu objetivo pensar quais as melhores formas de apoiar o professor para facilitar o processo de ensino-aprendizagem e contribuir com a formação permanente dos alunos.

Lendo ou ouvindo histórias, a visão de mundo das crianças será influenciada positivamente, ajudando a superar as dificuldades de aprendizagem, a baixa autoestima e discriminações de qualquer tipo que sofrem ou que venham fazer alguém sofrer, evitando que sua qualidade de vida possa correr riscos em sua futura vida adulta.

A presente monografia propõe mostrar como a Literatura Infantil será a grande aliada do Orientador Educacional na construção de valores e na melhoria da autoestima, estimulando e despertando o gosto e hábito pela leitura, facilitando o processo de aprendizagem, dessa forma, seres pensantes e corajosos serão desenvolvidos para enfrentar a sociedade e suas adversidades.

O trabalho foi dividido da seguinte forma: O primeiro capítulo tratou sobre o Orientador Educacional como um todo, ou seja, seu contexto histórico, sua formação, atribuições e competências e sobre os grandes desafios que o seu exercício o reserva.

O segundo capítulo mostrou como os contos de fadas podem auxiliar na prática pedagógica do Orientador Educacional e um breve histórico sobre os contos de fadas e seus principais autores.

O terceiro e último capítulo veio estimular “o contar histórias”, com seus métodos e livros adequados para cada tipo de mediação que o Orientador poderá vir a usar.

2. CAPÍTULO I

O ORIENTADOR EDUCACIONAL

2.1. Contexto Histórico

A orientação é uma prática que sempre esteve presente na vida do ser humano. Através dos anciões, dos pais e dos líderes de uma comunidade, o orientar, o dar rumo, o direcionar já eram praticados por estas pessoas com o intuito de ajudar e organizar a convivência dos grupos sociais. Descobrir a vocação de um filho ou de um neto não era uma tarefa tão difícil naquela época, pois, através da orientação alguns pais e avós já conseguiam visualizar o futuro de seus entes.

A Orientação Educacional surgiu nos Estados Unidos no início do século XX. Seu objetivo principal era o de orientar os alunos em relação à escolha profissional, no entanto, diante de tantas dificuldades e inseguranças apresentadas, houve a necessidade de ampliar suas atividades preparando-os então também para a vida pessoal e social.

A orientação que era praticada dentro das escolas não se preocupava em desenvolver o aluno, mas tinha o intuito de qualificá-lo para sua vida profissional tornando-se assim uma necessidade do sistema escolar e não da escola.

O Brasil fez sua primeira tentativa de inserir a Orientação Educacional em 1931, no estado de São Paulo, onde os alunos recebiam conselhos mais ligados a uma moral religiosa e vocacional.

A Orientação Educacional passou por períodos marcantes sobre a evolução de seu conceito e nessa caminhada obteve várias características para se encaixar no momento histórico em que a sociedade se encontrava naquela época.

Grinspun (2003, p. 16) diz que: "[...] para se compreender as atividades desenvolvidas pelos orientadores, temos que nos deter aos diferentes períodos em que a orientação foi desenvolvida [...]". Sendo assim, para entender as perspectivas das atividades desenvolvidas, o autor esclarece que a Orientação Educacional passou por seis momentos diferentes, onde ele os data e os caracteriza: O primeiro período foi o Implementador (1920- 1941), onde o objetivo básico da Orientação era ajudar os alunos na escolha profissional e ajudar na formação integral de sua personalidade. Seu trabalho era pouco definido;

O segundo, denominado como Período Institucional (1942-1960), foi subdividido em funcional e instrumental, e foi onde ocorreu a exigência legal da orientação nas escolas, que, por meio do esforço do Ministério da Educação e Cultura buscou dinamizá-la, efetivar os cursos que cuidavam da formação dos Orientadores Educacionais. (GRINSPUN, 2003)

O Período Transformador (1961-1970) que traz consigo uma Orientação Educacional caracterizada como educativa, começam a aparecer em eventos da classe, em congressos, e ganha espaço nesse período as questões psicológicas. Tendo em seu bojo, um fazer de orientação, de fora para dentro, a partir da dinâmica do grupo e das atividades que fomentava conflitos dentro da escola. (GRINSPUN, 2003) 

Em seguida aparece o Período Disciplinador (1971-1980), onde a orientação estava sujeita à obrigatoriedade da lei 5692/71 que determina, inclusive, o aconselhamento vocacional, ou seja, de vocação. Ao mesmo tempo, a Orientação deveria trabalhar com o currículo da escola, levando os seus orientadores a questionar a sua prática pedagógica. Nesse cenário, as diretrizes indicavam para uma visão sociológica e coletiva, ao contrario, os profissionais enquadravam-se em uma visão psicológica.

O quinto é o Período Questionador - década de 80. É neste período que mais se questiona a Orientação Educacional: formação e prática realizada, pois, o ano de 80 trouxe grandes modificações que influenciou na educação e conseqüentemente na forma de fazer orientação.  Isso levou a ser caracterizado como o período onde se realizou muitos cursos de capacitação voltados para os profissionais. (GRINSPUN, 2003). 

Contudo, inicia-se o momento onde o Orientador Educacional se viu na necessidade de "[...] participar do planejamento - não como benesse da orientação, mas sim como um protagonista do processo educacional procurando discutir objetivos, procedimentos, estratégias e critérios de avaliação [...]," com isso, trazer a realidade social do aluno para dentro das ações da escola. Dessa forma poderia refletir sobre a ação do aluno, baseado na relação escola e meio externo (sociedade). (GRINSPUN, 2003, p. 20). 

O sexto e último período, O orientador (a partir de 1990) supostamente o período de “orientação” para a educação pretendida. São projetadas perspectivas para o Orientador Educacional, que não fará mais parte do planejamento da escola de forma desvinculada e sim como relata Grinspun (1994 p. 27-28):

A Orientação Educacional passaria, pois a participar: na mobilização para o conhecimento; articulando realidade e objetivo; pelo levantamento as representações individuais e do grupo; na construção da identidade do cidadão crítico, participativo e consciente de seus direitos e deveres; nas questões da afetividade e cognição como características interligas ao indivíduo. 

Atualmente o Orientador Educacional vive um período considerado crítico e representa um caminho social necessário dentro da escola e da comunidade para arregimentar os que nela atuam formando integralmente os cidadãos.

2.2. A Formação do profissional de Orientação Educacional

MARTINS (1992, p. 30) diz que o Orientador Educacional é a pessoa responsável pelo serviço de orientação, cabendo a ele planejar, organizar e programar a Orientação Educacional na escola.

Para que o Orientador seja capaz de realizar o seu trabalho com êxito, conscientizando toda a comunidade escolar da sua importância como membros ativos para o funcionamento e desenvolvimento da Orientação Educacional e que possa conseguir colocar suas competências em ação, é preciso que este possua um preparo significativo em seu nível universitário.

Dentro da universidade o futuro Orientador Educacional tem a possibilidade de adquirir competências importantes em seu curso estudando disciplinas como: Psicologia Educacional, Biologia Educacional, Psicologia da Criança e do Adolescente, Sociologia Educacional dentre outras. Ainda deve-se atentar para uma formação continuada, através de leituras, simpósios e congressos para que se revele capaz de planejar e prever, relacionar conteúdo e metodologia à qualidade de vida do aluno e que sejam pertinentes ao contexto escolar.

O exercício da profissão de Orientador Educacional foi previsto na Lei nº. 5.564/68 e regulamentada pelo Decreto nº 72.846/63 onde, o Orientador Educacional é formado em curso de Licenciatura em Pedagogia com habilitação específica em Orientação Educacional. (MARTINS, 1992, p.31)

Hoje, porém, através da nova Lei nº. 9.395/96, o Orientador Educacional precisa somente do Curso de Licenciatura em Pedagogia e Gestão Escolar para exercer a função de Orientador Educacional.

2.3. Os desafios enfrentados pelo Orientador Educacional

O profissional de Orientação é tão necessário para o bom andamento das atividades escolares quanto o professor. Ele também atua diretamente com o corpo discente e, dentro da escola tem o objetivo de pensar quais as melhores formas de apoiar o Docente para facilitar o processo de ensino-aprendizagem, porém, não tem um currículo a seguir. Sua missão é contribuir com a formação permanente do aluno em relação ao respeito, valores, atitudes, emoções e sentimentos.

Ele também deve assisti-los, planejar atividades que tenham o objetivo de integrar, envolver, recepcionar; além de assegurar a construção da proposta pedagógica pelo coletivo da escola; e atuar juntamente com a sociedade, ouvindo, orientando e dialogando com pais e responsáveis.

É muito importante que o Orientador trabalhe em parceria com os professores para que se compreenda o comportamento dos alunos e consiga encontrar a maneira adequada de agir, e não somente em relação aos estudantes, mas também ao professor, ajudando-o a refletir sobre o seu trabalho, compreender o enfoque metodológico, dar sentido às propostas pedagógicas e construir um ambiente favorável e agradável à aprendizagem.

Aproximar a família do ambiente escolar com o propósito de detectar e conhecer o problema real que envolve o educando; mostrar para o professor que a forma com que ele atua com certo aluno não está sendo adequada e de conseguir deixar claro para a direção que a função do Orientador não é a mesma do professor e, portanto não vai substituir o educador ausente, não é uma tarefa fácil.

Os alunos por sua vez, apresentam os mais variados problemas e dificuldades e o Orientador precisa estar atento a sua forma de atuar para que consiga atingir o maior número de crianças possíveis que necessitam de orientação, uma vez que muitas escolas possuem “um” orientador para todas as turmas ou às vezes nem existe esse profissional na equipe, o que não significa que não exista alguém executando as mesmas funções. Para Clice Capelossi Haddad, Orientadora Educacional da Escola da vila, em São Paulo. “Qualquer educador pode ajudar o aluno em suas questões pessoais”. A verdade é que o mesmo não tem formação para tanto, acabando por prejudicar a criança ao invés de ajudar.

O Orientador, o professor e o psicólogo educacional por terem uma formação acadêmica afim, e de atuarem no mesmo espaço físico e às vezes ter finalidades em comum, acabam sendo confundidos, portanto, se faz necessário a delimitação clara das atribuições e da compreensão dos respectivos papeis de cada profissional, para que haja uma maior facilidade na execução, controle e avaliação das tarefas e melhorando a integração entre a equipe técnica.

Por tudo isto, o serviço de orientação deve contemplar as famílias, já que esta interfere na educação da criança; o professor e toda a comunidade escolar, pois, sem a troca constante de ideias, saberes e informações sobre os alunos e a função do Orientador, o trabalho tende a ser menos efetivo.

2.4. Competências e Atribuições do Orientador

O artigo 8º e 9º que regulamenta a profissão de Orientador Educacional de nº 72.846, de 26 de Setembro de 1973, diz que:

Art. 8º São atribuições privativas do Orientador Educacional:

a) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de Orientação Educacional em nível de:

1 - Escola;
2 - Comunidade.

b) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de Orientação Educacional dos órgãos do Serviço Público Federal, Municipal e Autárquico; das Sociedades de Economia Mista Empresas Estatais, Paraestatais e Privadas.

c) Coordenar a orientação vocacional do educando, incorporando-o ao processo educativo global.

d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e habilidades do educando.

e) Coordenar o processo de informação educacional e profissional com vista à orientação vocacional.

f) Sistematizar o processo de intercâmbio das informações necessárias ao conhecimento global do educando.

g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, encaminhando a outros especialistas aqueles que exigirem assistência especial.

h) Coordenar o acompanhamento pós-escolar.

i) Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação Educacional, satisfeitas as exigências da legislação específicas do ensino.

j) Supervisionar estágios na área da Orientação Educacional.

l) Emitir pareceres sobre matéria concernente à Orientação Educacional.

Art. 9º Compete, ainda, ao Orientador Educacional as seguintes atribuições:

a) Participar no processo de identificação das características básicas da comunidade;

b) Participar no processo de caracterização da clientela escolar;

c) Participar no processo de elaboração do currículo pleno da escola;

d) Participar na composição caracterização e acompanhamento de turmas e grupos;

e) Participar do processo de avaliação e recuperação dos alunos;

f) Participar do processo de encaminhamento dos alunos estagiários;

g) Participar no processo de integração escola-família-comunidade;

h) Realizar estudos e pesquisas na área da Orientação Educacional.

O legislador ao dividir as atribuições em “privativas” e “participativas”, acabou por tornar específicas as funções ao Orientador Educacional. Assim, está previsto que o Orientador além de executar as tarefas propostas, também deverá as coordenar. Entretanto, ao fazê-lo deverá envolver a escola, a família e a comunidade e nunca agir sozinho.

Como se pode observar, a atuação do Orientador Educacional é uma peça imprescindível para o equilíbrio, favorecimento e andamento da qualidade e do bom serviço prestado pelas instituições de ensino ao país, alunos e comunidade, portanto, não pode ser visto somente como uma influência pedagógica que trabalha simplesmente com ações terapêuticas e preventivas no mundo escolar.

O trabalho de Orientação tem funções (ações) habituais a serem empregadas no contexto pedagógico em que estejam inseridas. Essas funções vão se transformando no dia-a-dia devido a vários fatores que ocorre no processo ativo da prática social pedagógica.

Para que suas atribuições sejam exercidas de forma satisfatória, é preciso que o profissional tenha um espaço fixo para realizar as atividades propostas e que este espaço não seja transformado pelos outros profissionais como um local onde serão aplicadas punições conseqüentes de atos de indisciplina e nem que seja incorporada a imagem de “bonzinho”, da “tia”. O Orientador Educacional deve colaborar com a disciplina da escola, mas sempre de uma forma preventiva, analisando com a equipe escolar os problemas e aconselhando soluções cabíveis.

Grinspun (2011, p.36) entende que a Orientação Educacional deve hoje estar comprometida com:

  1. A construção do conhecimento, através de uma visão da relação sujeito-objeto, em que se afirma, ao mesmo tempo, a objetividade e a subjetividade do mundo, esta considerada como um momento individual de internalização daquela;

  2. A realidade concreta da vida dos alunos, vendo-os como atores de sua própria história;

  3. A responsabilidade do processo educacional na formação da cidadania, valorizando as questões do saber pensar, saber criar, saber agir e saber falar na prática pedagógica;

  4. A atividade realizada na prática social, levando-se em consideração que é dessa, e que ele se dá como um empreendimento coletivo;

  5. A diversidade da educação, questionando valores pessoais e sociais, submersos nos atos da escolha e da decisão do indivíduo;

  6. A construção da rede de subjetividade que é tecida em diferentes momentos na escola e por ela;

  7. O planejamento e a efetivação do projeto político- pedagógico da escola em termos de sua finalidade, considerada os princípios que o sustentam, portanto, a filosofia da educação, que o fundamenta, e as demais áreas que o articulam.

Como se pode perceber, o Orientador Educacional representa vários personagens, atendendo a diferentes pessoas e para que se possa realizar o trabalho de orientação com êxito, é preciso que este profissional utilize as mais variadas técnicas para que se consiga conquistar o aluno. De acordo com Fernández, “não aprendemos de qualquer um, aprendemos daquele a quem outorgamos confiança e direito de ensinar”. (1991, p.52).

Portanto, o Orientador Educacional tem que ser um mediador, motivador e incentivador, de maneira que ganhe a confiança da criança. Isso não significa que para atingir esses objetivos o profissional precise passar a imagem de “o tio” ou “o bonzinho”, e sim que a criança o reconheça como um “amigo” que está disposto a ajudá-lo em qualquer situação.

Para que se possam realizar as intervenções necessárias em crianças que apresentam dificuldade de relacionamento, baixa autoestima, na construção de valores e preconceitos por parte dela ou do próximo, é preciso que o Orientador educacional utilize do planejamento.

O planejamento deve ser uma atividade constante do Orientador. Através dele poderá analisar uma realidade e prognosticar as alternativas para resolver as dificuldades e alcançar os objetivos cobiçados.

Observar os intervalos escolares e as atividades de grupo fora da sala de aula, fazer orientação de grupo, analisar e registrar os alunos, as sessões de aula, as aplicações de testes, criação das fichas cumulativas, tudo isso pode ser uma boa alternativa para compreender e entender melhor o comportamento e as dificuldades de alguns alunos.

Outra forma muito eficaz para conhecer melhor os sentimentos e a personalidade das crianças, mantendo uma relação prazerosa e confiante entre educando e educador é a narração de Contos de Fadas. Alem disso, essas histórias são uns excelentes materiais didáticos para se trabalhar etnias, conteúdo e cidadania.

Sendo assim, o Orientador que procura sempre buscar novos caminhos para o conhecimento e a aprendizagem, que planeja, pesquisa, interaja, dialoga e estabelece estratégias pra resolver problemas, será um profissional com grandes chances de vivenciar experiências transformadoras, alcançando o sucesso na vida profissional e pessoal.

3. CAPÍTULO II

OS CONTOS DE FADAS E O SEU AUXÍLIO À MEDIAÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL

3.1. A origem dos Contos de Fadas

Transmitindo conhecimento e valores de geração em geração, os contos que povoam as mentes infantis surgiu na Europa durante a Idade Média, porém, não foram feitos para serem histórias contadas a crianças. Como uma forma de divertir os adultos, as histórias contadas possuíam certas doses de violência, exibicionismo, estupro ou canibalismo.

A partir da descoberta da infância, as histórias começaram a sofrer alguns ajustes com o objetivo de contemplar a imaginação e as necessidades das crianças. Assim, os contos começaram a ser narrados pelas amas, governantas, ou “cuidadora” de crianças, imortalizando as histórias de origem popular.

O grande problema desses ajustes é que, atualmente, as crianças só têm acesso aos contos adaptados, bem diferentes do texto original, o que acaba impedindo que sejam trabalhados conteúdos relevantes da história, afim de que estas se tornem “mais leves” ou para “não assustar” os pequenos leitores. Porém, fatos como abandono, diferenças raciais, a fome e a morte querendo ou não fazem parte da vida de todos, inclusive das crianças.

O francês escritor e poeta Charles Perrault (1628-1703) membro da alta burguesia, apesar de ter escrito várias obras para adultos, foi considerado “o Pai da Literatura Infantil”, por criar obras que muito agradou as crianças. Suas versões infantis eram cheias de mensagens de moral explícita com o objetivo de orientar e ensinar todos aqueles que às ouvissem. As características de suas obras eram marcadas por figuras de pessoas humildes como: lenhadores, serviçais, damas e cavaleiros, além de lindas paisagens francesas e sua campinas. Através dele os contos deixaram de ser apenas narrativas orais e se tornaram literatura.

Suas histórias mais conhecidas são: Chapeuzinho Vermelho, A Bela Adormecida, O Gato de Botas, Cinderela e o Pequeno Polegar. As publicações foram feitas 1697 sob o título Histórias ou contos do tempo passado com moralidades, embora tenha ficado conhecido pelo seu subtítulo: Contos da Mamãe Gansa.

Outros escritores também ficaram famosos por suas obras como: os alemães Jacob Grimm (1985-1863) e Wilhelm Grimm (1786-1859) conhecidos popularmente como os Irmãos Grimm. Em seus contos habitam feras, bruxas malvadas, madrastas perversas entre outros. Suas obras mais conhecidas são: A Bela e a Fera, Branca de Neve e os Sete Anões, Chapeuzinho Vermelho e a Gata Borralheira.

O conto de fadas que encantam as crianças, os adolescentes e até mesmo alguns adultos, possui algo inexplicável? Por que será que as pessoas ficam com os “os olhos maravilhados” quando ouve um Conto de Fada? E as crianças, por que insistem que a mesma história seja contada uma, duas, três vezes e mesmo assim continua se surpreendendo? Que tipo de literatura é essa capaz de emocionar e provocar os mais variados tipos de emoções?

A pedagoga brasileira Fanny Abramovich (2006, p. 120) diz que:

Os contos de fadas estão envolvidos no maravilhoso, um universo que denota fantasia, partindo sempre duma situação real, concreta, lidando com emoções que qualquer criança já viveu... Porque se passam num lugar que é apenas esboçado, fora dos limites do tempo e do espaço, mas onde qualquer um pode caminhar... (...) Porque todo esse processo é vivido através da fantasia, do imaginário, com intervenção de entidades fantásticas (bruxas, fadas, duendes, animais falantes, plantas sábias”...).

Nos contos de fadas, os nomes das personagens vão depender de suas características físicas ou emocionais como: A “Branca de Neve” tem esse nome por ter a pele branca como à neve; a “Bela Adormecida” se chama assim por ter dormido 100 anos... Dessa forma, identificar as personagens da história se torna mais fácil. Além do mais, nenhuma delas possui uma idade certa e possuem característica muito comum à infância como: medo, vergonha, ingenuidade, timidez. Os adolescentes também se identificam com as histórias, eles estão sempre querendo conhecer e dominar o mundo possui um espírito aventureiro e paixões avassaladoras. O adulto também se vê envolvido em todo este processo, ele acaba por não escapar do fascínio que a leitura e a expressão da criança que ouve o provoca.

Segundo BETTELHEIM (1980.p 26), quando as crianças pedem para que uma história seja relida várias vezes, pode ser porque aquele conto está atuando em seu inconsciente ajudando-a a resolver algum problema, que ela própria pode até não ter identificado qual é. Se a criança não fica entusiasmada pela história, isso significa que os motivos e temas não despertaram nela uma resposta significativa nessa altura de sua vida. O dia em que a criança perder temporariamente o interesse por esse tipo de conto pode ser porque os problemas que a tinham feito procurar a história foi substituído por outros, que podem encontrar uma melhor expressão num outro conto, por esse motivo é que a melhor opção é sempre ouvir a indicação da criança.

A repetição freqüente do conto é importantíssima para que a criança possa aproveitar plenamente o que a história tem para lhe oferece ajudando na compreensão do mundo e de si própria.

O “Era uma vez”... ou “ Há muito tempo”... Mostra que a história que está sendo contada se passa bem longe do mundo real fazendo com que a criança imediatamente a reconheça; os personagens típicos dos contos como: as bruxas, as fadas, a madrasta, não estão lá por acaso, é através delas que as crianças se identificam com os personagens e com seus sentimentos.

O que vem depois do “Feliz para sempre...” pode significar para uma criança a ideia de esperança, de que as coisas podem dar certas e ter um final feliz, porém é importante salientar que para se conseguir esse sucesso é preciso enfrentar as diversidades que a vida impõe.

No Brasil, a literatura infantil teve seu início com as obras de Carlos Jensen, com “Contos seletos das mil e uma noites”, Figueiredo Pimentel com os “Contos da Carochinha”, Coelho Neto, Olavo Bilac e Tales de Andrade, porém, Monteiro Lobato foi considerado o grande precursor da literatura brasileira, servindo de base ao início literário de muitas crianças.

3.2. A contribuição dos contos de fadas na prática pedagógica do Orientador

O primeiro contato das crianças com a literatura, na maioria das vezes, acontece por meio dos Contos de Fadas, seja por influência dos pais ou através dos educadores na escola. Com o objetivo estimular a curiosidade, a imaginação e a criatividade e de ajudar a compreender as emoções é que o Orientador Educacional poderá usar a literatura como sua “bengala” na educação.

Através delas, as crianças podem entender melhor seus sentimentos como: inveja, vingança, relação com os pais, com os padrastos e madrastas e a convivência com os irmãos, pois ao se identificarem com os personagens, podem sentir raiva em relação à bruxa malvada e ao lobo feroz, também podem se identificarem com a coragem do príncipe, a fragilidade da princesa ou a sabedoria do rei.

Por abordar questões universais, ligadas ao ser humano, os Contos de Fadas atingem o inconsciente, ajudando a resolver os conflitos os quais as crianças possam estar passando. Por isso Abramovich (1997, p.22) acredita ser fundamental o respeito em relação aos elementos do conto, com suas facetas de crueldade, angústia, sua plenitude, o corpo da narrativa, pois, para a autora é inadmissível que o contador ou o leitor tente adocicá-lo retirando de sua essência conflitos necessário.

O uso da linguagem simbólica nas histórias infantis é também uma característica muito importante, pois através dela, o Orientador Educacional será capaz de explicar o porquê de certas situações com mais facilidade, coisa que a linguagem adulta por sua vez não consegue fazer.

Alguns autores concordam que o Conto de Fadas é muito importante para se trabalhar dentro das escolas. Para Coelho (2000, p.123), “A literatura atua de maneira mais profunda e essencial pra dar forma e divulgar os valores culturais que dinamizam uma sociedade ou uma civilização”. O autor acredita que os Contos de Fadas atuam sobre as crianças de maneira lúdica, fácil e inconsciente, fazendo-os discutir sobre o mundo ao seu redor e dando-lhes alternativas de como participar com ele. Ele busca também aliar os Contos de Fadas com a educação, tornando-os um “auxiliar na formação das novas gerações”.

Bruno Bettelheim afirma em seu livro: “A psicanálise dos contos de fadas” (2007, p.13):

Que os contos tradicionais são importantes para a construção da subjetividade. Ele explica: Para que uma estória realmente prenda a atenção da criança, deve entretê-la e despertar sua curiosidade. Mas para enriquecer sua vida, deve estimular-lhe a imaginação, ajudá-la a desenvolver seu intelecto e a tornar claras suas emoções; estar harmonizada com suas ansiedades e, ao mesmo tempo, sugerir soluções para os problemas que a perturbam.

Para que essa curiosidade seja despertada e para que a imaginação seja estimulada, é preciso que o profissional de orientação elabore atividades relacionadas às histórias que foram contadas assim que elas terminam. O objetivo é que esta criança seja capaz de contemplar e reagir, diluir e refletir sobre o que foi lido, fazendo com que falem com mais facilidade sobre o assunto, revelando o seu emocional e intelectual.

O Orientador Educacional poderá orientar os professores quanto à utilização dos Contos de Fadas dentro da sala de aula, pois, possuem uma estrutura complexa e são importantes no processo de alfabetização. Por apresentarem uma Sequencia sempre na mesma forma: cenário, problema, construção do clímax da história, clímax, resolução do problema e desfecho, podem ser de grande valia às aulas de literatura, além do mais, a identificação emotiva entre os alunos e os personagens predispõe as crianças à leitura.

Segundo Pietro (2000, p.22):

"Os contos de fadas" podem servir de mediadores na formação de valores nas crianças, conservando neles até a fase adulta, o sonho de manter acesa a chama vibrante, intensa e colorida da infância. Pretende-se apontar caminhos, fazendo dos contos de fadas um elo permanente entre a razão e a emoção, como educar as crianças numa era  em que a tecnologia tomou conta do mundo, numa globalização onde o individualismo e a aparência teimam em ditar regras e é mais valiosa que a essência. É na infância que nós e professores devemos transmitir esses valores a criança  para que elas cresçam saudáveis, conscientes e com respeito a si mesmo e com os outros, usando os contos como mediadores, pois assim de maneira agradável sem impor o que esta criança deve ser ou fazer, estaremos através dos contos de fadas transmitindo-lhes esses valores éticos e emocionais que irão transformá-los num adulto seguro de suas opiniões e atitudes. Trata-se do nosso currículo, da bagagem que uma criança traz á escola, só detectável pela sensibilidade do professor que não considerar seu aluno como um vaso oco a ser preenchido por conhecimentos pré-determinados pelos "currículos oficiais.

Dessa forma, fazendo uma ligação entre a razão e a emoção, de maneira sutil e agradável é possível transmitir valores éticos e emocionais para as crianças através da mediação do Orientador Educacional, transformando-os em adultos seguros de suas opiniões e atitudes.

A baixa autoestima do aluno em alguns casos também é um grande problema a ser enfrentado dentro da escola. O que a criança pensa de si própria depende, em grande parte, do que as pessoas pensam dela. Mostrar para ela que tem a capacidade de fazer coisas bem e que pode ter mais dificuldades com outras coisas e que, portanto é essencial que se faça o melhor possível, é muito importante para alimentar sua auto-estima. Admitir os erros, quando a falha acontece ajuda a criança a entender que os adultos também erram.

A autoestima também é construída dentro do aluno através da vivência com familiares, comunidade e escola. Dependendo da maneira que ela foi construída, quantos “patinhos feios” pode haver dentro de uma escola? É preciso dizer que isso tem remédio. A confiança modifica as áreas da vida, desde a capacidade de aprender até as relações interpessoais e intrapessoais e isso pode ser trabalhado através dos Contos de Fadas.

Bettelheim (2005, p.20) afirma que:

“Enquanto diverte a criança, o conto esclarece sobre si mesmo”, favorece o desenvolvimento de sua personalidade. Oferecem significados em tantos  níveis diferentes e enriquecem a existência da criança de tantos modos que nenhum livro pode fazer justiça á multidão e diversidade de contribuições que esses contos dão a vida da criança.

A literatura é capaz de transmitir e despertar a bondade, a solidariedade, o amor, a esperança, a amizade e a confiança, ajudando a formar a personalidade da criança.

4. CAPÍTULO III

A ARTE DE LER E CONTAR HISTÓRIAS

4.1. O que alguns personagens dos Contos de Fadas podem ensinar às crianças

4.1.1. Chapeuzinho Vermelho

Chapeuzinho Vermelho”, versão contada pelos irmãos Grimm, que ganhou este nome por gostar de usar um capuz vermelho, vem contar a história de uma menina inocente que por desobedecer a sua mãe, acaba colocando a vida da sua vovozinha e a própria vida em perigo.

No conto, a menina de capuz vermelho a pedido da mãe, leva doces para a vovó que está doente. Sua mamãe a orienta para não pegar o caminho mais curto, entretanto, desobediente, despreocupada e sem medo, vai pelo caminho mais curto, onde provavelmente o lobo estaria. O Lobo-Mal consegue enganá-la com facilidade, e acreditando ser ele do bem, conta o que pretende fazer e onde está indo. O Lobo chega primeiro, devora a vovozinha e mais uma vez consegue enganar a Chapeuzinho Vermelho passando-se pela vovó que estaria muito doente. Até que a menina consiga perceber que não é sua vovozinha que está naquela cama, quase vira a sobremesa do Lobo, que corre atrás dela e por sorte um caçador ao ouvir os seus gritos de socorro a salva, matando o Lobo-Mal e retirando da barriga a vovó, sem nenhum arranhão!

A imagem da floresta dentro do conto dá uma imagem de aventura e suspense, isso significa que é preciso estar atento aos perigos que podem surgir no lugar onde se precisa passar.

No conto, existe uma música cantada pela menina: “Pela estrada a fora eu vou bem sozinha, levar esses doces para a vovozinha. Ela mora longe e o caminho é deserto, onde o Lobo-Mal passeia aqui por perto. Mas à tardinha, ao sol poente, junto à mamãezinha dormirei contente.” A música mostra como deveria ser o final da história, contando o que a Chapeuzinho Vermelho vai fazer, o perigo que corre e o que deveria acontecer.

A cena termina com um final feliz, porém na vida real isso pode não acontecer.

Através desse conto, é possível trabalhar valores como: obediência, respeito aos mais velhos, aos animais e às diferenças, a humildade, o amor fraternal, generosidade, compaixão e lealdade. As versões podem sofrer alterações no decorrer dos séculos, pois, a aprendizagem do certo e do errado na vida humana sofre modificações.

4.1.2. Branca de Neve e os Sete Anões

Os irmãos Grimm relatam a história de uma princesa com o nome de “Branca de Neve”, assim chamada por ter a pele muito branca, os lábios vermelhos como o sangue e os cabelos negros como o ébano. Vivia em um castelo com sua madrasta, que após a morte de seu pai a fez de empregada. A madrasta de Branca de Neve era muito bonita e não admitia que ninguém mais fosse tão bela quanto ela. A rainha tinha um espelho mágico e todo o dia lhe perguntava quem era a mulher mais bonita daquele reino. Certo dia, o espelho contrariando todas as suas respostas anteriores disse: “A mais bela de todo o reino é Branca de Neve”. A inveja da rainha foi tanta que mandou um caçador levá-la ao bosque e matá-la. Como prova do dever cumprido, ordenou-lhe que trouxesse o coração de Branca de Neve. Mas o caçador teve pena da princesa e poupou-lhe a vida deixando-a fugir. Para comprovar que tinha obedecido às ordens da madrasta, entregou-lhe o coração de um veado. Branca de Neve ficou perdida dentro do bosque e os pequenos animais da floresta a ajudaram levando-a para uma pequena casinha no centro do bosque. Dentro da casa tudo era pequeno: mesa, cadeiras, caminhas. Com a ajuda dos animais, arrumou toda a casa e depois foi descansar em uma pequena cama.

Ao anoitecer, os donos da casa chegaram. Eram os sete anões que estavam voltando de mais um dia de trabalho nas minas de diamantes. A princesa acordou e contou toda a sua história para Soneca, Dengoso, Dunga, Feliz, Atchim, Mestre e Zangado que logo concordaram em ajudá-la.

A rainha não demorou muito para descobrir que o caçador tinha mentido e que Branca de Neve continuava viva. Decidiu então disfarçar-se de uma velhinha indefesa e acabar pessoalmente com a vida da menina. Envenenou uma maça e foi até a casa dos anões. Convenceu a princesa com facilidade a comer a maça, que em um sono profundo acabou caindo. Quando os anões voltaram do trabalho e viram Branca de Neve caída, acharam que esta tinha morrido, então a colocaram em um caixão de vidro no meio da floresta e a velavam todos os dias.

Um belo dia um príncipe que passeava pela floresta viu Branca de Neve, apaixonou-se, deu-lhe um beijo de amor quebrando o feitiço fazendo com que a princesa despertasse. O príncipe a pediu em casamento e foram para um lindo castelo e viveram felizes para sempre...

Ao analisar a história, pode-se observar que os valores podem ser transmitidos ou não, dependendo da ênfase que se dá ao conto. Falar do pai de Branca de Neve é falar da ausência, da omissão, do vazio que provou na personagem. A rainha má retrata a obsessão, a inveja, a comparação e a competição que podem ser bem prejudiciais ao ser humano. “A princesa ao fugir pela floresta, sentiu medo e chorava muito, entretanto quando os animais começaram a aproximar-se ela se acalmou e aceito a ajuda.” Dessa forma a criança pode aprender através da história sobre a coragem, a persistência, é falar do imprevisível, que cada dia é um dia, do valor da amizade e da boa relação com a natureza.

A cooperação, a necessidade do trabalho, sua importância quando realizada em equipe e a alegria de fazê-lo também são mostradas no conto quando os anões estão trabalhando na mina de ouro.

Pode-se também pensar sobre a beleza como: contemplação, vaidade excessiva, inveja e autoestima.

4.1.3. Patinho feio

O Patinho Feio, de Hans Christian Andersen, é um Conto de Fadas muito conhecido por expressar emoções de solidão e alienação.

Numa bela tarde de Verão, a mamãe pata vigiava os ovos de sua ninhada quando o primeiro patinho rompeu a casca do ovo. Assim aconteceu até sobrar somente um ovo. Nasceram cinco patinhos bem bonitinhos, porém somente um ovo ainda não havia chocado. Ao nascer o último patinho, a mamãe pata tomou um grande susto, como ele era feio! Ele era grande, as pernas cinzentas e o bico eram enormes!

A mamãe pata se conformou e levou todos para nadarem no lago. Os dias passaram, mas o Patinho Feio não era feliz, seus irmãos davam-lhe bicadas, os gatos arranhavam-no e os meninos divertiam-se em assustá-lo.

Em uma tarde, decidiu partir à procura de um lugar melhor para viver. O pato vagueou um pouco pelo mundo, sozinho, triste e esfomeado, até encontrar uma galinha e um gato que o convidaram para viver juntos. Mas a alegria não durou muito, pois o Patinho Feio não sábio pôr ovos como a galinha e nem ronronar como o gato, então foi expulso novamente.

A certa altura avistou um lago e aproximou-se ficando maravilhado ao encontrar “pássaros brancos” que um dia avistou no céu, estavam agora nadando naquele lugar. O patinho não se conteve e a eles se juntou, mas ninguém lhe fez mal, ele foi recebido com alegria.

O Patinho Feio ao ver sua imagem refletida na água, viu que não era tão feio e desajeitado, mas que tinha tornado num esplêndido pássaro branco, num belo cisne branco! E esse foi o dia mais feliz de sua vida!

O mérito desse conto é mostrar que todo mundo tem, em algum momento da vida, a sensação de estar no lugar errado, seja na família, na escola, na turma ou no mundo. O senso de deslocamento é comum em toda criança, por outro lado, permite também aprender a enfrentar doses variadas de rejeição. A história permite ainda mostrar que como na ficção, os pais podem viver um momento de pavor ao ter seu filho perdido ou surrupiado.

Muitas crianças e até mesmo alguns adultos carregam o “complexo de Patinho Feio”, onde se sentem rejeitados e deslocados, acabando por ter sérios problemas em relação à autoestima.

4.1.4. Cinderela

A história da Cinderela é bem antiga. As versões contadas por Perrault, pelos irmãos Grimm e pela Disney são as mais famosas e conhecidas. Essa história tem seu início assim: “Era uma vez”... Um homem gentil que tinha uma doce e linda filha chamada Cinderela. Ao ficar viúvo, casou-se com uma mulher que tinha duas filhas muito invejosa. Elas castigavam Cinderela, obrigando-a fazer sozinha toda a limpeza da casa. Certo dia, as malvadas irmãs receberam um convite do rei convocando todas as moças do reino para um baile, em que seu filho, o príncipe, iria escolher uma noiva.

Cinderela estava muito triste, pois queria ir também ao baile mais não tinha vestido. Foi quando de repente, apareceu uma fada madrinha e lhe deu um lindo vestido, uma carruagem dourada que a levou para o baile, porém, teria de voltar antes da meia-noite.

No castelo, o príncipe ficou encantado com Cinderela e quis dançar só com ela. Quando soou meia-noite, Cinderela saiu correndo pelas escadarias, deixando para trás o seu sapatinho de cristal. Apaixonado, o príncipe procurou por todo o reino a dona do sapato e descobriram que era a Cinderela, os dois se casaram e foram felizes para sempre.

Essa história permite uma afinidade imediata de qualquer filho, já que estes costumam se sentir “injustiçados” ou “pouco amados”, principalmente quando surge um novo “irmãozinho”. A criança pode também associar a história ao seu cotidiano, quando existe uma rivalidade entre a criança e seus irmãos de sangue ou não. Através desse conto é possível mostrar que a rivalidade fraterna é um fato comum na vida de todos e que nunca se pode desistir dos sonhos tentando sempre cultivar a esperança.

4.1.5. Os três porquinhos

A história dos três porquinhos tornou-se conhecido graças à versão recolhida na Inglaterra pelo folclorista Joseph Jacobs.

O Conto de Fadas “Os três porquinhos” relata a história de porquinhos que decidiram construir sua casa sozinha. A caçula fez sua casa com palha, mal acabou de fazer sua casinha e surgiu um lobo gritando: - “soprarei a sua casa e a derrubarei!”, coitado do porquinho! Sua casinha desmoronou e ele saiu rapidamente e correu para a casa do seu irmão. Esse, porém, fez sua casa de madeira e quando focou pronta, o lobo chegou e também a derrubou. Com a segunda casinha no chão, os dois correram para a casa do irmão mais velho que fez sua casa com tijolos, pois sabia que o Lobo andava por ali, faminto. Mal acabou a pintura, quando seus irmãos entraram correndo em sua casa. Desta vez, o lobo assoprou assopro, mas a casa não caiu então ele resolveu entrar pela chaminé. Ao perceber a esperteza do Lobo, os Três Porquinhos colocaram um caldeirão cheio de água quente embaixo da chaminé. O lobo caiu na água e fugiu pela floresta. Nunca mais se ouviu dizer que ele perturbou os porquinhos.

A história mostra de maneira bem simples para a criança, a importância do fazer bem feito, como o planejamento aliado a um trabalho árduo pode ser compensador. Deixa claro ainda que através do resultado de seu trabalho, o terceiro porquinho conseguiu a vitória, salvando seus irmãos e a si próprio do Lobo feroz.

4.1.6. Pinóquio

A história de Pinóquio teve início em 1881, pelo escritor Carlo Lorenzini, encantando crianças e adultos de todo mundo.

O conto começa com a história de um velho carpinteiro chamado Gepeto. Ele fez um boneco de madeira e deu-lhe o nome de Pinóquio. De repente o boneco criou vida, Gepeto ficou muito feliz, agora tinha um filho.

Gepeto queria faze de Pinóquio um menino educado, colocou-o na escola, mas Pinóquio fugiu e foi divertir-se no teatro de bonecos. O dono do teatro queria ficar com Pinóquio, mas ele chorou tanto que homem deu-lhe umas moedas e o deixou partir.

Na volta para casa encontrou dois ladrões. Apesar dos conselhos do Grilo Falante, seguiu com eles e foi roubado. Pinóquio, triste, resolveu voltar para casa e obedecer a Gepeto.

No cainho, um passarinho avisou que Gepeto foi procurá-lo no mar. Ele ia ao encontro de Gepeto quando viu uma criança que de dirigiam ao País da alegria. Pinóquio foi com ele. Estava brincando quando percebeu que Havia se transformado em um burro. Chorou arrependido. Uma fada apareceu e desfez o encanto. Mas avisou: -“ Toda a vez que mentir, seu nariz vai crescer!”

Chegando ao mar, Pinóquio e o grilo foram procurar Gepeto. Apareceu uma baleia e os engoliu. Lá dentro encontraram Gepeto. Quando a baleia abriu a boca de novo, eles fugiram.

Chegando a casa, a fada recompensou a coragem de Pinóquio, transformando-o num menino de verdade. Pinóquio e Gepeto foram muito felizes.

A história de Pinóquio pode auxiliar o Orientador a ensinar ás crianças à importância de sempre dizer a verdade e mostrar que malefícios a mentira pode causar. A valorização do “ser diferente”, a relação entre pais e crianças adotivas também podem ser trabalhadas.

4.1.7. A bela Adormecida

Os irmãos Grimm também são autores desse belo Conto de Fadas. A Bela Adormecida é um clássico cuja principal personagem é uma princesa que ao nascer provocou uma felicidade tremenda em todo o reino. “Os pais dela fizeram uma grande festa, muitos fadas foram convidadas, entretanto, uma dela achou que não tinha sido convidada para a festa, ficou magoada e jurou uma vingança: -” Quando completar 15 anos, a princesa espetará seu dedo numa agulha e morrerá”. Porém, outra fada, que estava escondida, disse as seguintes palavras: -“A princesinha não morrerá. Ela apenas dormirá um sono profundo até que o beijo de um príncipe a desperte.

O rei ordenou que todas as rocas do reino fossem destruídas e pediu que as fadas protegessem a princesa. A princesa crescia feliz, cada vez mais bela e amorosa. No dia do seu aniversário de quinze anos, ela resolveu dar um passeio sozinho, foi quando encontrou uma escada dentro do castelo que levava para a velha torre, subiu lá e encontrou uma roca. Aproximou-se curiosa e ao tocá-la, espetou seu dedo no fuso da roca e caiu num sono profundo. No mesmo instante, todos no castelo também adormeceram. Com o tempo, uma imensa floreta cresceu ao redor do castelo.

Depois de muitos anos, um príncipe de um país vizinho ficou sabendo da história da “Bela Adormecida” e resolveu encontrar o castelo. Chegando lá se apaixonou pela princesa, deu-lhe um beijo de amor e no mesmo instante, a princesa despertou e com ela todo o reino. Pouco tempo depois, os dois se casaram e foram felizes para sempre.

A “Bela Adormecida” vem ensinar que é preciso saber cuidar de si mesmo e que nem sempre ser “curioso” é um bom caminho a ser seguido. Foi só a princesa ser deixada sozinha por alguns instantes, que ela subiu na torre proibida e como conseqüência dormiu 100 anos. A inveja, discriminação, desatenção e a vingança também são temas que podem ser tratados através dessa historinha, pois a fada madrinha recebeu sim o convite, porém não percebeu que este estava embaixo do tapete e foi logo querendo se vingar, sem dar oportunidade de defesa aos pais da princesa.

4.1.8. O Corcundo de Notre-Dame

O Corcundo de Notre-Dame é um livro de autoria do escritor francês Victor Hugo, publicado em 1831. A história conta que há muitos em Paris, no séc. XV, um casal abandonou o seu filho à porta da Catedral de Notre Dame. Um grupo de fiéis cristãos o encontrou, entretanto, não foram capazes de cuidar dele, porque quando o viram ficaram assustados, pois a criança parecia um monstro. Quem o adotou foi o juiz chamado Claude Frollo. A criança cresceu e passaram a chamar-lhe Quasimodo (que significa pessoa deformada ou extremamente feia) ou corcunda de Notre Dame. Ele tinha várias deficiências (corcunda, um olho maior que outro, era coxo e quase surdo mudo). Apesar da feiúra, ele era bom e não queria assustar ninguém. Era ele quem tocava os sinos da catedral, todas as manhãs. Via o povo passar lá embaixo, mas ninguém sabia que ele existia. De tão solitário, Quasimodo se comunicava apenas com os pássaros.

Um belo dia, os pássaros o convenceram a sair da igreja com um hábito de monge, cobrindo o rosto. Neste dia, havia uma festa nas ruas, onde seriam escolhidos o homem mais feio e a garota mais bonita. Sem querer, Quasimodo deixou que seu rosto aparecesse e, então, uma das pessoas apontou para ele e o carregaram até o tablado, e o deixaram ao lado da garota mais bonita. Enquanto os dois recebiam seus troféus, as pessoas começaram a jogar ovos e frutas podres em Quasimodo, insultando-o.

“Esmeralda então gritou e defendeu o Corcunda: -” Ele pode não ser bonito, mas parece ter um bom coração!”As pessoas não deram bola, então Quasimodo se irritou e saiu correndo, tentando voltar para a catedral. As pessoas continuaram a persegui-lo quando de repente uma mão feminina o puxou para um beco escuro, era a cigana, a mesma que tinha o defendido alguns instantes atrás. Eles tornaram-se amigos e Esmeralda o convidou para as festividades do final de semana.

Sem sombra de dúvida “O Corcunda de Notre-Dame é um clássico que será de grande valia na mediação entre orientador e orientando. Através dele a criança pode aprender que nem sempre as diferenças tornam o outro “um monstro”; que de fato, a aparência ainda está em primeiro lugar, mas será que é tão importante assim? Que uma pessoa que não seja provida de uma beleza exigida pela sociedade, esta ainda é um ser humano e pode ser uma pessoa boa e que ajudar sem pedir nada em troca e ter caráter é uma atitude muito nobre.

4.1.9. A bela e a fera

Os irmãos Grimm mais uma vez escreve contos lindos e interessantes, que trabalham o inconsciente coletivo das crianças a partir de acontecimentos que enfrentarão na vida real e no mundo adulto.

A bela é uma garota bonita e sonhadora que ama ler e ambiciona um mundo melhor. Ela morava numa aldeia onde as pessoas não gostavam de ler e não se preocupavam com as questões mais profundas da vida, por isso a consideravam uma garota esquisita.

Gaston é um rapaz bonito, porém arrogante e orgulhoso. Ele se apaixona por Bela e quer se casar com ela, e não é porque a ama, e sim por achar que a Bela sendo a mais bonita da aldeia é que será o seu par ideal. Bela então o rejeita, provocando sua ira.

Enquanto isso, em um castelo distante da aldeia, vive Fera, um príncipe arrogante que se recusou a abrigar uma velhinha e por isso foi enfeitiçado transformando-o em uma Fera. Para que o feitiço fosse desfeito, era preciso que o príncipe aprendesse a amar e fosse amado antes da última pétala da rosa da feiticeira cair.

Quando o pai de Bela se perdeu na floresta e pediu ajuda no castelo da Fera, esta o aprisionou. A Bela sabendo do fato correu até o castelo e pediu para ficar presa no lugar de seu pai. Lógico que a Fera aceitou.

No desenrolar da história, a Bela ensina a Fera a gostar de ler, a dançar e a alimentar os pássaros. Fera logo se apaixona, e Bela também enxerga a sensibilidade oculta do sujeito feroz. O amor dos dois quebra o feitiço e a Fera se transforma em um lindo príncipe e todos no castelo voltam a ser humanos.

O Orientador Educacional poderá trabalhar esse conto em muitos sentidos morais como: Mostrar para a criança que a beleza está no interior das pessoas; que a arrogância é tão feia como uma fera, e a doçura é bela; que é preciso ir além das aparências; que nem sempre o que a maioria pensa é o correto; que o amor é transformador e que não se devem julgar as pessoas pela aparência e nem de modo precipitado.

4.2. A arte de ler e contar histórias

Não há “fórmula mágica” para transformar um indivíduo em contador de histórias. Esta tarefa não é tão fácil quanto parece, o processo precisa de estímulo e incentivo, de segurança e criatividade por parte do contador.

Para se tornar um “contador de histórias”, é preciso saber ouvir histórias, estudar, pesquisar, ensaiar. Conhecer como funciona a imaginação das crianças também é um grande passo, pois não se deve querer ensinar ou manipular os seus pensamentos, somente deve-se contar a história, deixando a criança livre imaginar e sonhar.

É sempre necessário ler várias vezes a história que se pretende contar, pois o indivíduo que se propõe a esta tarefa, deve conhecê-la muito bem, com suas pontuações, os momentos de respirar, de se surpreender, de mudar o timbre da voz, assim, quem ouvir a história irá se surpreender mesmo que ela seja contava muitas vezes.

Todo recurso que estiver disponível para chamar a atenção das crianças é válido. Dançar, cantar, usar sotaque, usar objetos, roupas de príncipes, princesas, fantoches, livros com páginas soltas, enfim, tudo que puder trazer o fascínio, estimular a imaginação e a reflexão da criança.

Não se pode impor a vontade do leitor à criança ou adolescente. Eles precisam ter a liberdade de escolha, ou seja, é necessário que eles próprios escolham qual o livro querem ler ou que seja lido, para que tenham mais interesse na história. È preciso também que se respeite o momento de cada um, pois, a criança pode não estar naquele momento, com vontade de ouvir histórias, então uma conversa antes de se iniciar a leitura é sempre bem vinda.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Falar sobre literatura é, sem dúvida, algo fascinante. A magia e o encantamento que os Contos de Fadas são capazes de provocar em crianças e também em adultos, fazem com que essas histórias sejam lidas e relidas vários vezes.

A proposta desse estudo foi mostrar como os Contos de Fadas podem auxiliar na prática pedagógica do Orientador Educacional no desenvolvimento da criança em relação ao seu desenvolvimento afetivo, cognitivo e psicológico, provocando alegria e prazer, sentimentos e emoções.

Por falarem de sentimentos como: ódio, inveja, ambição, rejeição e frustrações, é que os contos se tornam um instrumento facilitador na mediação entre orientador e orientando, pois é através deles, que o profissional consegue descobrir com mais facilidade o que se passa na cabeça e no coração de cada criança, causando um impacto em seu psiquismo, por tratar de experiências vividas em seu cotidiano, fazendo que eles de identifiquem com os personagens do enredo.

Baseada nesta reflexão buscou-se demonstrar o sentido dos contos, pois, para se alcançar um determinado objetivo, é necessário fazer a escolha certa da obra literária, dando ênfase para aqueles que despertem o emocional da criança, que estimulem a formação da personalidade, que encorajam a novas atitudes e que contribuam para o desenvolvimento intelectual.

Neste contexto, pode-se dizer que os Contos de Fadas aumentam a autoestima das crianças, ajudam a resolver conflitos em sua vida familiar, pessoal, afetivo, profissional e estudantil, quando trabalhado de forma correta.

Pelo seu poder de ensinar e de promover o crescimento, no que se refere à compreensão de si mesmo e do mundo, é que os Contos de Fadas podem representar um método de grande valia e efeito para o Orientador Educacional, que lida com crianças no dia-a-dia de sua prática profissional.

6. REFERÊNCIAIS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: Gostosuras e bobices. São Paulo:

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CASHDAN e SHELDON. Os sete pecados capitais nos contos de fadas: como os contos influenciam nossas vidas. Rio de Janeiro. Campus, 2000.

COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil. Moderna, 2000.

DIAS, Ana Flávia Araújo. A importância dos contos de fadas no desenvolvimento infantil. Revista Pátio Educação Infantil. São Paulo, ano III, n.7, maio/junho 2005.

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EMERIQUE, Paulo Sérgio. Brincaprende: Dicas lúdicas para pais e professores. Campinas, SP: Papirus, 2003.

________________________________. Conflitos de Paradigmas e alternativas para a escola. S.Paulo: Cortez, 2011. (HTTP://www.dji.com.br/decretos/1973-072846/1973-072846-.htm, acesso em 10/10/2012

PIETRO, Heloísa. Lá vêm Histórias. Ed. Companhia das letrinhas, 2000.

ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola.  São Paulo: Global, 2003. 


Publicado por: LUCIANA FERREIRA PEREIRA

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