QUE ROCK É ESSE? Uma analise das principais bandas de rock and roll teresinense e sua influência na cidade de Teresina na década de 90
índice
- 1. RESUMO
- 2. INTRODUÇÃO
- 2.1 O que é Rock ?
- 2.2 Rock no Brasil
- 3. SCUD HISTÓRIA DE VIDA DA BANDA
- 3.1 Paralelo do Rock em Teresina.
- 3.2 Paralelo da Banda Scud com o Rock no Brasil
- 3.3 Banda Scud e o movimento metal no mundo
- 3.4 Banda Scud: Linguagem, discurso poético e performance
- 4. METODOLOGIA
- 5. REFERÊNCIA E FONTES
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1. RESUMO
O objetivo deste estudo e analisar o cenário do Rock teresinense durante a década de 1990 destacando em especial a banda Scud. A principio partindo de uma analise mais amplo, destacando o surgimento do Rock, suas fases, estilos e gêneros até a década de 1990, mostrando os efeitos sociais do “rock and roll” enfatizando que foi muito além de um estilo musical, que o “rock and roll” influenciou estilos de vida, moda, atitudes e linguagem, e que seus efeitos foram massivos e mundiais. Em seguida relatando à chegada do Rock no Brasil mencionado as bandas que fizeram e fazem sucesso, até chegar à cidade de Teresina capital do Estado do Piauí no qual destacarei a banda Scud, em que a mesma influenciou na mentalidade e comportamento do público jovem teresinense. Ao longo de seis décadas da história, o Rock passou por diversas transformações, que agregaram novas características e derivações do gênero, tornando-o múltiplo em termos musicais, mas único em sua essência. Do mesmo modo a História a partir do Advento da História Cultural permitiu-se analisar comportamentos através da cultura ou expressões culturais de uma sociedade, ou seja, temáticas voltadas para a música e juventude vêm ganhando uma maior importância dentro da Universidade, com referencia teórica Peter Burke, Lucien Febvre, March Bloch etc.
Palavras-Chave: Rock. Scud. Cultura.
ABSTRACT
The aim of this study and analyze the Teresina Rock scene during the 1990s highlighting in particular the Scud band. At first starting from a broader analysis, highlighting the emergence of the Rock, its phases, styles and genres to the 1990s, showing the social effects of "rock and roll" emphasizing that it was much more than a musical style, that " rock and roll "influenced lifestyles, fashion, attitudes and language, and that its effects were massive and global. After reporting the arrival of Rock in Brazil mentioned the bands that made and make success, to reach the city of Teresina Piauí state capital in which will highlight the Scud band in which it influenced the mentality and young Teresina public behavior. Over six decades of history, the Rock has undergone several transformations, which added new features and gender of the lead, making multiple musically, but unique in its essence. Likewise history from the Cultural History Advent allowed to analyze behavior through culture and cultural expressions of a society, that is, issues facing the music and youth are gaining greater importance within the University, with theoretical references Peter Burke, Lucien Febvre, Marc Bloch etc.
Keywords: Rock. Scud. Culture.
2. INTRODUÇÃO
A proposta de pesquisar o cenário do Rock1 teresinense surgiu do meu gosto que possuo pela música em especial o gênero do velho e fantástico “Rock and Roll”. Em relação ao Rock não sei o que seria em relação a mim sem a sua presença, pois algo que me acompanha desde meus primeiros anos de vida é e o meu desejo ir até o final da vida com sua presença, ou seja, e algo que me define, me utilizando das palavras de Lou Reed2 “Rock and Roll” e tão fabuloso, as pessoas deviam começar a morrer por ele. (...) As pessoas devem simplesmente morrer pela música. As pessoas estão morrendo por tudo o mais, então por que não pela música? Esse trecho define bem meu sentimento em relação à música é o Rock and Roll.
Ao se falar em Rock o definimos de uma forma muito ampla, colocando vários gêneros em um só, misturando vários estilos diferentes de se ouvir, parecidos somente nos instrumentos. Os efeitos sociais do “rock and roll” foram massivos e mundiais, pois muito além de ser um simples estilo musical, o “rock and roll” influenciou estilos de vida, moda, atitudes e linguagem. Marcus Stephen deixa bem claro essa questão da influencia do Rock em sua monografia o Rock Underground, onde o mesmo concentrara sua pesquisa dentro da cidade de Teresina, ou seja, podemos definir que essa influencia não seria diferente dentro de Teresina apesar de não concentrar um grande centro urbano, mais, no entanto certos movimentos culturais não dependem necessariamente de influência da grande mídia, o Rock é assim.
No Brasil o momento auge do Rock foi às décadas de 80 e 90, é do mesmo modo em Teresina sendo que tivemos um cenário do Rock pesado do “Heavy Metal” com bandas de auto nível, mais que em sua grande maioria simplesmente acabava, sendo que a partir dessas formavam-se outras bandas, nesse sentido serão destacadas as poucas e principais bandas de maior destaque dentro do cenário teresinense, com inicio de sua trajetória musical durante a década de 90 e que permanecem vivas até hoje apesar de todas as dificuldades sendo elas financeiras ou midiáticas.
Teresina sendo a capital de um estado integrante do nordeste tem como marca principal dentro cenário musical o Forró, com isso e com outras dificuldades seria difícil formar uma banda de Rock dentro do estado, mais no inicio dos anos 90 esse cenário começou a mudar mesmo que de forma lenta, o Rock veio conquistando espaço dentro da mídia local, como formações de bandas com bons integrantes que produziam ótimas composições dentro do gênero.
As principais bandas formadas nos anos 90 que se tornaram lendas dentro do cenário teresinense e piauiense foram Scud, Avalon, Monasterium e Megahertz sendo destacada em especial a banda Scud, nesse trabalho a respeito de seu processo formação, produção, impacto dentro do cenário estadual e até nacional, me utilizei muito da internet, onde pude encontras vários blogs, sites locais que se especializassem no tema em questão, pude ter acesso também as monografias de Marcus Stephen (LEMOS, 2004), a de Thyrso Neto (NETO, 2013) e também o livro O que é Rock de Paulo Chacon (CHACON, 1995) que me ajudaram muito na produção deste trabalho etc.
2.1. O que é Rock ?
O rock and roll, conhecido também como rock'n'roll, é um estilo musical que surgiu nos Estados Unidos no final dos anos 1940 e início dos anos 1950, com raízes nos estilos musicais afro-americanos, como: country, blues, R&B e gospel, e que rapidamente se espalhou para o resto do mundo. Como os Estados Unidos são um país que valoriza o pragmatismo, o rock foi bem aceito pelo mercado, pois a batida é bem pragmática, contagiante e passa ideia de cotidianamente falando ser impactante. E toda essa mistura acabaria gerando o gênero mais popular do mundo, o bom e velho rock.
Como não poderia deixar de ser, a história do rock começa com um grito: o grito do negro, que veio para a América como escravo e influenciou a sociedade norte-americana com a sua musicalidade. Em fins de 1950, nos Estados Unidos, a chamada “geração silenciosa”, marcada pelo fim da Segunda Guerra Mundial, viu-se frente a um ritmo até então desconhecido, derivado da sonoridade de um povo marginalizado. (MUGGIATI, 1973, p. 8)
O instrumento mais comum neste estilo é a guitarra, sempre presente nas bandas, podendo possuir um único instrumentista, ou dois com funções diferenciadas (guitarrista base e solo).
Revolucionário e diferente de tudo o que já se tinha feito na música, o Rock unia um ritmo rápido com influências de música negra do sul dos Estados Unidos e o “country music”, estilo de música mais ligada ao interior americano; dedilhadas em um novo e inovador instrumento musical: a guitarra elétrica. (NETO, 2013,p.27)
Normalmente, as bandas, além do instrumento predominante, a guitarra, são formadas por um: contrabaixo (após 1950, um baixo elétrico) e uma bateria. Nos primórdios do rock and roll, também se utilizava o piano ou o saxofone frequentemente como instrumentos bases, mas estes foram substituídos ou suplantados geralmente pela guitarra a partir da metade dos anos 1950.
A formação de bandas mais comuns são duas guitarras, um baixo e uma bateria, esse estilo de formação virou uma “febre”, entre as bandas, por causa do impacto que a banda The Beatles causou, criada na década de 60 por símbolos do rock, Paul McCartney e John Lennon. (PLACUCCI, 2012)
Antes de definir o rock, é preciso considerar o nascimento do blues - resultado da fusão entre a música negra e a europeia. Este ritmo se encontra nas raízes musicais dos primeiros artistas de rock e sua denominação decorre da palavra “blue”, que em língua inglesa também significa “triste”, “melancólico”. Assim, essa nova música “doce-amarga” se transformou na principal base para a revolução sonora da década de 50.
No entanto, é preciso enfatizar que, além do grito negro e das notas melancólicas do blues, a dança e, principalmente o som das guitarras elétricas, foram fatores essenciais para a caracterização do rock. Neste ponto é que se encontra uma variação do blues: o rhythm and blues.
O ‘rhythm and blues’ é a vertente negra do Rock. É ali que vamos buscar, quase que exclusivamente (e só digo quase por espírito científico), as origens corpóreas do Rock. Reprimidos pela sociedade ‘wasp (white, anglo-saxon and protestant)’, a mão-de-obra negra, desde os tempos da escravidão, se refugiava na música (os blues) e na dança para dar vazão, pelo corpo, ao protesto que as vias convencionais não permitiam. (CHACON, 1985, p. 24)
Antes de definir o rock, é preciso considerar o nascimento do blues - resultado da fusão entre a música negra e a europeia. Este ritmo se encontra nas raízes musicais dos primeiros artistas de rock e sua denominação decorre da palavra “blue”, que em língua inglesa também significa “triste”, “melancólico”. Assim, essa nova música “doce-amarga” se transformou na principal base para a revolução sonora da década de 50.
No entanto, é preciso enfatizar que, além do grito negro e das notas melancólicas do blues, a dança e, principalmente o som das guitarras elétricas, foram fatores essenciais para a caracterização do rock. Neste ponto é que se encontra uma variação do blues: o rhythm and blues.
O ‘rhythm and blues’ é a vertente negra do Rock. É ali que vamos buscar, quase que exclusivamente (e só digo quase por espírito científico), as origens corpóreas do Rock. Reprimidos pela sociedade ‘wasp (white, anglo-saxon and protestant)’, a mão-de-obra negra, desde os tempos da escravidão, se refugiava na música (os blues) e na dança para dar vazão, pelo corpo, ao protesto que as vias convencionais não permitiam. (CHACON, 1985, p. 24)
Progressivamente, graças às grandes transformações do mundo em fins dos anos 60, as músicas passaram a abordar outras temáticas, ora em tom filosófico e contemplativo, ora ácido e mordaz, na década de 70 alguns grupos de rock começam a fazer misturas de sons, abordando em suas linhas melódicas, não apenas nas letras, temáticas como ocultismo, cultura oriental e a busca de novas sonoridades, que trouxeram a tona um imenso leque de distorções e efeitos de guitarra e contrabaixo que complementavam as temáticas abordadas nas letras das canções, e criando sonoridades tão diferentes que houve a necessidade de criar sub-divisões para classificar os tipos de músicas produzidas como rock, como destacado na monografia de Marcus Sthepen.
Uma dessas sub-divisões foi chamado de rock progressivo, que tinha composições de até 15 minutos, muitas vezes se aproximando da música erudita. Os músicos eram virtuoses, e o som, viajante. A banda mais famosa dessa época foi a Pink Floyd, que, no começo, tinha como letrista e guitarrista o insano Syd Barret, que logo foi afastado por causa das drogas. O Pink Floyd ficou famoso com álbuns como The Dark Side of The Moon e The Wall. Numa onda mais progressiva e menos pop, estavam bandas como King Crimson, Gênesis, Emerson Lake and Palmer, Yes e Love.
Outra vertente do rock dos anos 70 foi o chamado heavy metal ou sua quase alma gêmea: o hard rock. Aqui, roupas de couro pretas, cheias de tachinhas, cabelos compridos e guitarristas metidos a semideuses. Muitas bandas exploravam o tema do satanismo, o que arregimentava uma legião de fãs adolescentes. Foi daí que surgiram o Black Sabbath, de Ozzy Osbourne, Judas Priest, Scorpions, Iron Maiden, Kiss, Alice Cooper, AC/DC e muitos outros. O Led Zeppelin também trafegava nessa praia, com um pouco mais de poesia, o que traria uma das boas parcerias do rock: Robert Plant e Jimmy Page.
De outro lado, surgia um rock glamuroso em que a androginia era parte do visual, que carregava na maquiagem e nas roupas espalhafatosas de plumas e lamês. Era o glam rock ou glitter (purpurina). Aqui, aparece o camaleão do rock: David Bowie, que, em 72, lançava o personagem Ziggy Stardust e virava uma lenda da música pop. Dessa leva glam, também vem o excêntrico Roxy Music, de Brian Ferry e Brian Eno; o T-Rex, de Marc Bolan, e os alucinados rapazes do New York Dolls, que se vestiam de mulher e tocavam como loucos. Fizeram a fama, com outros artistas (Patti Smith, Television, Richard Hell), do santuário do punk de Nova Iorque: O CBGB. Dali, também, saiu a turma dos Ramones, que pode ser considerada a primeira banda punk da história e fazia um som pesado e rápido, na base dos três acordes.
Na Inglaterra, em 75, Malcom Maclaren, que já tinha sido empresário dos Dolls e era dono de uma loja de roupas que mais parecia um sex shop, forma a banda que seria um dos maiores fenômenos da história do rock: os Sex Pistols. Estava criada a base do movimento punk. Logo, camisetas rasgadas, alfinetes de segurança, cabelos coloridos, arrepiados ou ao estilo índio moicano eram a moda dos rebeldes londrinos.
Os shows dos Pistols eram uma loucura, assim como as performances do vocalista Jonnhy Rotten (Joãozinho Podre, por causa dos dentes estragados) e do baixista Sid Vicious, que morreu de overdose, em Nova Iorque, aos 21 anos, acusado de assassinar a namorada Nancy Spungen. Com os Pistols, outras bandas punk aparecem. Dessas, a mais importante foi a The Clash, formada em 76. Da Alemanha, vem um som mais conceitual, uma mistura de música erudita com efeitos eletrônicos, experimentações. Era o Kraftwerk, que pode ser considerado o precursor da eletrônica, juntamente com o Can e o Neu. Daí surge o Krautrock.
Na década de 1980, o rock popular se diversificou. Este período também viu uma Nova Onda do Heavy Metal Britânico ganhar popularidade com bandas como Iron Maiden e Def Leppard. A primeira metade daquela década viu Eddie Van Halen realizar inovações musicais com a guitarra, enquanto os vocalistas David Lee Roth (do Van Halen) e Freddie Mercury (do Queen, tal como havia feito durante toda a década de 1970) estiveram na linha de frente dos artistas mais performáticos. Concomitantemente, um New Wave mais pop permaneceu populares, com artistas como Billy Idol e The Go-Go's atingindo fama.
No coração dos Estados Unidos, o rock popularizou nomes como Bruce Springsteen, Bob Seger, Donnie Iris, John Cougar Mellencamp e outros. Com o álbum "Reckless", Bryan Adams seguia rumo a uma bem-sucedida carreira comercial. Liderados pelo cantor folk Paul Simon e pelo antiga estrela do rock progressivo Peter Gabriel, o rock se fundiu com uma variedade de estilos de música popular ao redor do mundo. Esta fusão ganharia o nome no mundo anglo-saxão de "world music" e incluiu fusões como rock aborígine. Ainda naquela década, formas mais extremas do rock evoluíram. No início dos anos oitenta, o som áspero e agressivo do thrash metal atraiu um grande público underground. Algumas bandas como Metallica e Megadeth caminharam em direção ao sucesso comercial.
Um dos subgêneros mais populares da década de 1980 foi o glam metal. Influenciado por vários artistas do hard rock/heavy metal da década anterior, tais como Aerosmith, Queen, Kiss, Alice Cooper, Sweet e New York Dolls, a primeira leva de bandas de glam metal que ganharam notabilidade foram: Mötley Crüe, Skid Row, W.A.S.P., Ratt, Poison, Quiet Riot, além da mais conhecida delas -mas formada nos anos setenta-, Kiss. Ficaram conhecidos pelo estilo de vida excessivo, que se refletia no vestuário, na maquiagem e nos cabelos espalhafatosos. Suas canções também eram geralmente focadas na tríade sexo, bebidas e drogas.
Em 1987, surgiu uma nova geração de artistas do glam metal, entre os quais Winger, Bon Jovi, L.A. Guns, Poison e Faster Pussycat. Formado a partir da fusão de integrantes do L.A. Guns e do Hollywood Rose, os Guns N' Roses emergiram desta cena glam rumo a um grande sucesso comercial, embora eles não sejam categorizado como uma típica banda de glam metal como as demais já citadas.
Rock anos 90, letras pessimistas, guitarras preponderantes e canções iradas caracterizaram um tipo de canção feito por bandas de garagem da cidade de Seattle (EUA). O movimento foi chamado de grunge (sujo, em inglês) pela mídia e serviu como uma estratégia de marketing para divulgar as bandas do cenário alternativo que se ligavam à gravadora Sub Pop. Entre elas, estavam o Mudhoney, o Soundgarden e o Nirvana.
O grunge de Seattle reinou na primeira metade dos anos 90, principalmente graças ao Nirvana, liderado por Kurt Cobain. Quando lançou em 1991 a niilística “Smells Like Teen Spirit”, uma fusão de punk e heavy metal, o alternativo Nirvana conquistou o mundo por meio da MTV. O rock independente estava em alta e ainda naquele ano aconteceu a primeira edição do Lollapalooza, festival itinerante que se tornaria o mais bem sucedido evento de rock da década. O sucesso do festival indicou que o caminho estava aberto também para outros grupos da cena alternativa fora do grunge conquistarem o mainstream, como foi o caso dos Smashing Pumpkins e do Red Hot Chili Peppers.
Como todo o movimento no rock que adquire uma força cultural que vai além da música, o grunge estabeleceu um vestuário e uma atitude. Camisas de flanela e bermudões faziam parte do visual de adolescentes rebeldes e desiludidos com o mundo ao redor. O Nirvana dava o tom do rock com discos cada vez mais melancólicos, ácidos, crus e profundamente depressivos. Em abril de 1994, alguns meses após declarar que o Nirvana era uma das maiores bandas de rock’n’roll da história, Kurt Cobain cometeu suicídio. O líder de uma das mais importantes bandas de rock de todos os tempos tinha dificuldades em aceitar a fama e a riqueza que o seu Nirvana, um grupo anti-estabilishment, havia atingido.
O grunge começou a morrer junto com o suicídio de Kurt Cobain. Enquanto isso, uma nova invasão britânica estava acontecendo e em várias frentes. Por um lado, o rock alternativo e melancólico do Radiohead, por outro o britpop baseado em guitarras do Oasis e por fim o renascer dos Rolling Stones com seus mega shows em turnês mundiais.
O britpop era a única resposta que o rock tinha nas paradas de sucesso para competir com a dance music e o rap que dominavam o cenário da canção popular na segunda metade dos anos 90. Além disso, o crescimento vertiginoso da Internet, que possibilitou a troca de músicas pelos internautas e criou meios de comunicação direta entre artistas e fãs, iniciou uma crise sem precedentes na indústria fonográfica, que refletiria nos mecanismos de descoberta e lançamento de álbuns e grupos.
Com exceção das aparições dos consagrados Rolling Stones, U2, Bob Dylan, Bruce Springsteen, Metallica e alguns poucos nomes, o rock caminhava para terminar os anos 90 quase que no ostracismo. Derivada da música tecno dos anos 80, a dance music, com todas as suas variações, como house, jungle, trip-hop, drum’n’bass, dominava o cenário da música jovem. Os pop stars da vez não eram mais os artistas das bandas de rock e sim os DJs dos clubes noturnos que divulgavam a dance music nos principais centros urbanos.
Salvo o grunge, os anos 90 foram terríveis para o rock. Como sempre não faltaram jornalistas, críticos e músicos que anunciaram a morte do gênero. A virada da década, do século e do milênio parecia que realmente marcaria o fim das possibilidades do rock se renovar. Mas isso não aconteceu. Inspirada nos sons precursores do punk-rock misturado a uma certa nostalgia do rock dos anos 80, uma safra de novas bandas mostraria que o gênero poderia mais uma vez estar mais vivo do que nunca. Como declara Chacon o Rock ‘n Roll é um estado de espírito revolucionário que passa de geração em geração para mostrar e gritar de forma inteligente o que há de errado em uma sociedade ou em algo.
2.2. Rock no Brasil
O Rock Brasileiro teve inicio no final da década de 50, seu auge foi na década de 70. Pode parecer preconceito, mas quem deu este pontapé foi Cauby Peixoto, considerado cantor popular e de samba-canção. Como um cantor melodramático do estilo de Cauby pode dar pontapé no Rock, que é um estilo com pegada e pesado? Não poderia passar em branco, nomes como Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderleia. Que são considerados precursores do Rock no Brasil. O ‘Rei’ criou hits como “SplishSplash”, que se assemelha muito com as músicas de Elvis Presley, de fato Roberto Carlos em seu começo era uma revelação no Rock. Roberto Carlos utilizava acordes de blues rock em suas músicas, um exemplo é na música “Parei na Contramão”. Como declara Vitor Placucci em sua monografia.
E importante mencionar o programa “Jovem Guarda” “Jovem Guarda”, criado pela Rede Record, em que o ‘Rei’ apresentava. O programa na primeira semana atingiu 90% de audiência. O rock nasceu no Brasil principalmente porque nos cinemas passava-se em trilhas sonoras dos filmes as músicas de Elvis e de Halley, como a já citada, “Rock Araound the Clock”. Nos anos 60 com a chegada dos Beatles, Jimi Hendrix e os Rolling Stones, nascia a Jovem Guarda no Brasil, que como já citado era um programa da Rede Record. No programa os músicos usavam gírias musicais como o “yeh-yeh-yes”. Depois nos anos 70 o rock brasileiro tomou forma, se mesclando com estilos nordestinos, como o baião. Isso deu uma “cara” para o rock no Brasil. Ficou inclusive, conhecido internacionalmente como “rock made in Brazil”.
No Brasil o rock se tornou pop, fraco, e sem coração. O tempo em que o rock no Brasil era rock de verdade era nas décadas de 70 com Raul Seixas e Rita Lee, e na década de 80 com Renato Russo e a Legião Urbana emplacando com sucessos como “Faroeste Caboclo”, “Será” e “Eduardo e Mônica”. Raul foi um ícone crucial, mesmo por que ele utilizava dos estilos nordestinos também, mas com a intensidade verdadeira, o sentimento do rock. Ele falava em suas canções o que ele e o rock tinham vontade, e suas melodias são agressivas e ao mesmo tempo lembram Elvis, como destaca Vitor Placucci.
O que Raul mais prezava, era a liberdade que o rock tem que pregar. Tanto é que Raul tem o apelido de “O pai do rock brasileiro”. Nos anos 90 os grupos de rock como Sepultura, Viper e a banda Angra ambas tendo Andre Matos conquistaram o exterior. Não que não tenham uma grande quantidade de fãs no Brasil, mas o forte dessas bandas é o exterior, tanto é que cantam em inglês suas músicas. Depois dos anos 90 o rock em termos de ser bem reconhecido, parou. As promessas não tem a devida oportunidade que outros que são “escolhidos” tem. No Brasil, há uma quantidade enorme de roqueiros bons no que fazem e poetas natos. O grande problema é o que o poder e o dinheiro definem. Hoje existe música popular brasileira, e não rock, como afirmam muitos “artistas brasileiros”.
3. SCUD HISTÓRIA DE VIDA DA BANDA
Banda brasileira que surgiu no início da década de 1990 em Teresina, capital do Estado do Piauí. Fundada pelo então baixista Marcelo Alelaf que convidou o guitarrista Thyrso Neto e o baterista Maurício Barros para fazerem parte da primeira formação da banda, ambos oriundos da banda piauiense Avalon. Sua história começa em meados dos anos 90, quando o mundo via o colapso da União Soviética e o fim da Guerra Fria é inicio da Guerra do Golfo, quando o baixista Marcelo Alelaf convidou para formar uma banda de rock pesado o guitarrista Thyrso Neto, ex-integrante das bandas Avalon e Vênus. Mas ainda faltava um baterista para iniciar o projeto. Foi quando Maurício Barros retornou do Estado de São Paulo para Teresina após o lançamento do LP Split Stop the Fire do Avalon em terras paulistas, assim, Thyrso Neto o convidou para integrar a primeira formação da banda Scud.
O nome Scud foi escolhido quando os integrantes buscavam em livros de guerra e armamentos os significados e traduções de alguns nomes e termos usados pelos militares. E quando se depararam com o significado peculiar de "Nuvens Levadas Pelo Vento" relacionado ao nome Scud não houve dúvida na escolha.
Com a banda formada, logo iniciaram os ensaios visando à gravação e registro de seu primeiro trabalho, que foi lançado em 1991 no formato de demo tape (fita cassete). Esse primeiro trabalho foi gravado e mixado em 16 canais e em 20 horas no Scandinavium Studios com os engenheiros de som e irmãos escoceses Per-Arme Johansson e David Johansson na cidade de Teresina, Piauí. Contando com oito músicas, a demo tape recebeu o nome de Lampião3, em homenagem a Virgulino Ferreira da Silva.
A canção título Lampião, junto com Why Fear? e Slipping Away, fez sucesso logo de cara com os headbangers4, mas nada comparada a balada Appearence cantada por Thyrso Neto. Com a Demo Tape Lampião o Scud já recebe críticas positivas em vários fanzines5 e revistas especializadas da época, entre elas a Rock Brigade.
Figura – 1 Demo Tape lançado pela banda Scud em 1991.
Fonte: Blog Riff and Destroy.com.br/ metal Piauí.
Pouco tempo depois, em 1992, o guitarrista Thyrso Neto deixa a banda, e logo começa uma busca para a procura de um substituto. Foi quando o guitarrista paraense Joe Ferry de férias em Teresina e visitando alguns familiares foi convidado pelo Scud para ingressar na banda. O baixista Marcelo Alelaf aproveitou a reformulação da banda para mudar de instrumento e transformaram o Scud de trio para quarteto. Em pouco tempo, o baixista Fawster Teles completou a formação que lançaria o mini-compacto Shout.
Figura - 2 “Shout lançado pela banda Scud em 1992”.
Fonte: Blog Riff and Destroy.com.br/ metal Piauí.
Em 1993, o Scud entrou novamente no Scandinavium Studio para gravar o seu então mais novo trabalho, que a princípio seria um LP em vinil com oito músicas. A finalização do repertório desse lançamento se deu de forma parcial, pois a banda resolveu, em meio à transição do LP para o CD Compact Disc, com o intuito de arrecadar dinheiro, colocar no mercado apenas Bean With Rice e Shout no formato de em um mini-compacto vinil intitulado Shout pela gravadora paulista We Love Money. Logo o material se espalha pela cena roqueira do Meio-Norte e por vários estados do Brasil. Os shows de divulgação do compacto Shout lotavam as casas por onde passavam. Em meio à divulgação da gravação, o baterista Maurício Barros se desliga da banda no ano de 1994. Depois de alguns testes e contatos com outros bateristas, o Scud não consegue encaixar nenhum integrante, e o guitarrista Joe Ferry resolve voltar para Belém, capital do estado do Pará. Assim a banda entra em um recesso que só seria quebrado na virada do século.
Na virada do século, o Scud estabeleceu-se no Delta do Parnaíba, na cidade de Parnaíba, litoral do estado do Piauí. O guitarrista Marcelo Alelaf volta a produzir a banda, articulando-se com o baterista Fabio Nasc oriundo da banda de metal Morbid Whisper, de Brasília, no Distrito Federal. Ensaiaram por quase um ano, apenas com arranjo de uma guitarra e bateria, quando se juntaram ao baixista Klécius Oliveira, compondo o trio que gravaria um demo-CD single, “Shut Eyes” e em seguida o primeiro CD oficial da banda: Clouds Taken By The Wind. Em 2005, a trilha da canção Shut Eyes seria escolhida para integrar o DVD – Piauí Pop6 2005.
Figura - 3 Clouds Taken By The Wind lançado pela banda Scud 2005.
Fonte: Whiplash.net/ matérias/CD/Scud
Figura - 4 Apresentação da Banda Scud no Piauí Pop 2005
Fonte: www.scudband.com
Com a banda na ativa, começam a se apresentar novamente em cidades da região Meio-Norte e nos festival Piauí Pop; Teresina Pop Em 2005 entra no Studio Perfil na cidade de Parnaíba para gravarem seu debut álbum Clouds Taken By The Wind, produzido por Marcelo Alelaf e Frank Nascimento. Após as gravações, Klécius Oliveira se desliga da banda e em seu lugar retorna para o posto de baixista Fawster Teles, ex-integrante da banda teresinense Zorates. A estreia de Fawster Teles se deu justamente nos eventos que marcaram o lançamento do Cd Clouds Taken By The Wind.
Na busca por uma vaga para participar do Brasil Metal Union7 2006, evento realizado no período de 12 a 19 de agosto em São Paulo, a banda Scud ficar em primeiro lugar no estado do Piauí em uma votação realizada em todo o Brasil pela BMU (Brasil Metal Union) totalizando a quantia de 51,05% dos votos, ficando a frente de bandas como Retalhador, Anno Zero.
Vence, e recebe o Prêmio Sol cultura de Música em maio de 2006 como melhor banda de rock do Piauí. . “Entre os premiados, dois nomes confirmam mais uma vez a aceitação do público”. Acesso e Scud estiveram entre as três bandas regionais mais votadas para tocarem no Palco Torquato Neto, um dos principais espaços do festival, em 2006. E, em julho de 2006, o Scud sobe no Palco Torquato Neto para tocar ao lado de Los Hermanos, Barão Vermelho, Lulu Santos e Detonautas no palco principal do Piauí Pop 2006. Participa de mais uma edição do Piauí Pop.
O CD Clouds Taken By The Wind recebe críticas positivas das revistas Roadie Creaw8·, Rock Hard-Valhalla, Rock Brigade, tanto na sua versão impressa quanto na versão on-line, e no site Whiplash. net, maior site do gênero no Brasil em minha humilde opinião, Na web, entrevistas no Source Web zine, Metal Vox. Nas webs rádios foi destaque na Rádio Backstage e Shock Box. Nesse período, o Scud recebe o suporte do selo paulista Voice Music para ajudar na distribuição do cd Clouds Taken By The Wind. A banda também foi honrada com um cartoon na revista Roadie Crew.
O Scud foi uma, dentre 50 bandas de todo o Brasil, a ser convidado pela Roadie Crew (revista especializada de maior circulação nacional) a participar no dia 8 de abril de 2007, em Salvador, capital da Bahia, do Wacken Metal, Battle Brasil 2007, uma seletiva, para uma vaga no Wacken Open Air, 2007, evento este que acontece todo ano na Alemanha. A banda ficou em terceiro lugar na seletiva. Em julho novamente participam do Piauí Pop, edição 2007.
No segundo semestre de 2007, o Scud faz sua primeira turnê nacional com 11 shows, que percorreu 8.695 km e passou em nove Estados do Brasil (Piauí, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Distrito Federal, Maranhão) entre os meses de setembro a dezembro, e com todo o seu equipamento técnico na bagagem.
No primeiro semestre de 2008 a Winds Northeasthy Tour teve que ser cancelada devido a uma intervenção cirúrgica que o vocalista Marcelo Alelaf teve que se submeter devido ao rompimento do Tendão de Aquiles durante a prática de capoeira. Durante sua recuperação, a banda entra em estúdio novamente para gravar o Ep Unofficial com duas canções com o intuito de levar na sua próxima turnê pelo Brasil marcada para o segundo semestre do mesmo ano, mas não consegue finalizar o trabalho a tempo e o lançamento ficou adiado para quando a banda retornasse da Winds Tour 2008.
Nos meses de agosto, setembro e outubro, o Scud faz sua segunda turnê nacional, a Winds Tour 2008 ainda em divulgação do cd Clouds Taken By The Wind, e inicia a turnê no dia 14 de agosto no Teresina é Pop 7, evento que comemorava o aniversario de Teresina, depois desse evento a banda realiza 13 shows em seis estados do Brasil (Piauí, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Goiás e Maranhão). Neste mesmo período lançam a SCUD TV – Canal #19, a primeira emissora de TV online de uma banda de rock do Brasil, que transmitiu flashes ao vivo da turnê, e as apresentações nos shows de Porto Seguro/BA e Coronel Fabriciano MG.
No início de janeiro de 2009, o baixista Fawster Teles deixa a banda. E o Scud passa novamente a buscar um substituto para o cargo. Passaram pelo baixo do Scud nesta época de testes o guitarrista Laércio Santos, ex Besouros da Silva (Parnaíba/Piauí) e hoje nos Radiofônicos (Teresina/Piauí), e Walter Reis, baixista e vocalista da banda Scrock, da cidade de Timon, no estado do Maranhão. Mas só no início de 2011 a banda se firma com o baixista parnaibano Leandro Magu, ex Attma. Nesse ínterim, o Scud finaliza o processo de gravação e produção do Ep Unofficial 19, com as canções Why Die e Red Chaos, em formato digipack color.
A banda Scud conta hoje com os seguintes integrantes Fabio Nasc na bateria, Leandro Magu baixo, e claro Marcelo Alelaf (guitarra/vocal), e importante destacar que a banda continua em plena atividade, nesse ano de 2016 Scud está fazendo vários shows dentro do estado do Piauí e inclusive em outros estados do país, em Teresina, por exemplo, no Clovis Rock Bar, também no 16° Show Rock Point na cidade de Picos, mais recentemente a banda viajou até a cidade de São Bernardo no estado do Maranhão para o 2° SB Rock Fest, e possível ter acesso a todos os eventos e próximos shows da Banda Scud em sua pagina do oficial Facebook, pude produzir essa parte de História de vida da banda a partir do seu site oficial.
3.1. Paralelo do Rock em Teresina.
Se tratando do paralelo do rock em Teresina na década de 1990 a banda Scud contracena com inúmeras outras bandas como Avalon, Megahertz que se tornaram lendas dentro do cenário teresinense e piauiense. Praticamente, a banda Scud faz parte da segunda geração do rock pesado no estado do Piauí, que em sua origem surgiu com a Vênus (banda) em 1982. O que demonstra, que o estilo que na década de 60 invadiu o mundo com a famosa “Invasão Britânica” feita pelos Beatles era considerada nova aqui na terra de Torquato Neto. Tendo em vista tocarem um estilo musical muito distante da Cultura da região Nordeste do Brasil, mas não por isso, seja menos importante. Estes músicos pioneiros tiveram e ainda têm grande importância, no sentindo, de colocar o rock dentro da cultura do Piauí junto às outras formas de expressões culturais.
A respeito desse tópico pude ter acesso ao blog riff and destroy direcionado ao Heavy Metal nacional em especial do Nordeste, encontrei um artigo de relato pessoal de Zenon Deolindo9 onde o mesmo destaca a trajetória do rock na cidade de Teresina nas décadas de 80 e 90 do século XX, período auge do rock nacional e internacional.
Zenon Deolindo destaca o quanto foi marcante os anos 90 para o rock piauiense em especial em Teresina, pois foram os anos onde o mesmo viveu muitas atividades dentro do cenário de roqueiro. O mesmo destaca os inúmeros shows feitos pelas bandas teresinenses em outros estados, por exemplo, Megahertz que tocou em Fortaleza no Forcaos, porão do rock em Brasília, e no Estado de São Paulo. Avalon outras banda citada pelo mesmo que em 1990 parte para São Paulo, Avalom grava dois discos em São Paulo, o bom OLd Phishycothic Eyes e depois Incógnito, esse último além do vinil saiu também em CD. O grupo fez shows em São Paulo, no interior da capital paulista, outros estados e até na Argentina obtendo uma repercussão notória.
Não poderia faltar e claro a banda Scud onde Zenon Deolindo destaca a gravação do EP Shout e Bean if Rice, repercutindo muito na época sendo tocado no programa Rádio Rock da antena 10 , que era apresentado pelo Fred Nóia, mas antes gravaram Demo tape , Lampião com o Thyrso Neto(o mesmo Thyrso Marechal conhecido do público roqueiro) depois gravaram um single já com outra formação com nove músicas com Joe Ferry na outra guitarra, Fawster Telles no baixo (Lampião hoje está disponível em CD) e é um clássico do metal piauiense.
A questão econômica e outra situação importante, pois se enquadra muito bem no paralelo do rock em Teresina, Zenon Deolindo destacada que todas essas bandas se mantinham do seu autofinanciamento da grana dos seus integrantes e da família, pagávamos para produzir nossa diversão e difundir cultura em nossa cidade, papel do poder público (pensávamos assim, as bandas faziam sua parte e o poder público nada), as leis de incentivo a cultura não patrocinavam o rock, embora este estilo musical fosse o que dava mais visibilidade para Teresina, mas os gestores não o viam assim . Existiam as leis de cultura federal também, mas nunca olharam para o rock, as coisas eram sempre mais difíceis para nossa turma, mas não pensávamos sobre isso porque nos divertíamos muito fazendo o que gostávamos, e as coisas aconteciam do jeito que desejávamos. Em arte, música se você pensar muito em dinheiro não faz.
A música é universal é uma linguagem que expressa prazer e emoção não escolhendo nacionalidade. Quando falo em rock piauiense é por força de expressão e costumes tupiniquins, pois a música pesada feita aqui é tão boa quanto à de qualquer parte do mundo. Com relação a instrumentos musicais e equipamentos era a maior dificuldade para se adquirir uma boa guitarra, baixo, amplificador, pedal e outros. Aqui em Teresina não tinha lojas especializadas, quando aparecia um instrumento melhor, o preço era altíssimo e fora da nossa realidade.
E importante mencionar os locais onde os shows ocorriam, onde os headbangers se encontravam os fanzines, durante a década de 1990 muitos bares e casas de shows foram importantes para a divulgação do rock em Teresina, pois existiam muitos locais, o espaço Noé Mendes na UFPI, na Avenida Maranhão havia Zeus antigo casarão próximo ao SESC, na David Caldas havia o bar Elis Regina onde ocorreram muitos shows, Full Rock próximo ao Atlantic City, Circo da Cultura no Bairro de Fátima, Terceira Via na Morada do Sol (casa de forró pé de serra, mas que abria espaço para o rock), Yoo Clube no Jockey, Green Bar perto da UFPI, era muito comum ocorrer shows também na Potycabana.
3.2. Paralelo da Banda Scud com o Rock no Brasil
Durante a Década de 1990 o Brasil presenciou o enorme crescimento da indústria do vídeo clipe, principalmente divulgados pelo canal MTV Brasil, muitas bandas que não eram conhecidas pelo público em geral e que estavam ainda em inicio de carreira, tinham a oportunidade de mostrar seu trabalho. A primeira banda que destaco é a banda Sepultura com uma sonoridade que mistura death/trash metal e elementos da música tribal indígena e africana, Sepultura e considerada a banda brasileira de maior repercussão no mundo, a banda teve inicio de sua formação em 1986, mais foi na década de 90 que Sepultura ganhou fama com os álbuns Arise (1991) e Chaos A.D. (1993) e Roots (1996). Seguindo o caminho do Sepultura, o Angra também gravou músicas em inglês, misturando Power metal com ritmos tipicamente brasileiros. A banda alcançou sucesso na cena heavy metal brasileiro e reconhecimento mundial, sendo muito bem recebidos na França e principalmente no Japão.
Entre 1994 e 1995 surgiram dois grupos bem sucedidos pelo Humor os brasilienses Raimundos forrocore (Forro + Hardcore) e os guarulhenses Mamonas Assassinas parodiando do heavy metal ao sertanejo, que chegaram a fazer 3 shows por dia e venderam 1,5 milhão de cópias.
3.3. Banda Scud e o movimento metal no mundo
A banda Scud considerada uma banda de trash metal sendo a melhor do estilo dentro das terras piauienses, suas principais influencias foram Slayer e Metallica, em relação ao movimento metal no mundo em especial ao subgênero do heavy metal o trash metal, que tem como principal característica seu ritmo rápido e agressividade. As canções usualmente têm batidas rápidas e riffs10 de guitarra que regem a música, intercalados com solos ao estilo shred11. As letras normalmente tratam de problemas sociais e repudia o rígido controle do Estado, usando linguagem forte e direta, similarmente ao que acontece no gênero hardcore, e importante mencionar que a banda Scud segue em sentido contrario levando em consideração as letras do trash metal, pelo menos em maior parte. O gênero nasceu no início dos anos 1980, combinando o ritmo veloz da bateria e a atitude do hardcore punk12 com uso de pedal duplo13, além de pesados e complexos estilos de guitarra influenciados pela New Wave of British Heavy Metal14. Surgiu, parcialmente, como uma reação ao mais convencional e amplamente aceitável glam metal, que era um heavy metal mais leve com apelo pop, que emergia na mesma época. O thrash metal foi uma inspiração para futuros gêneros extremos como death metal e black metal.
Quatro bandas americanas, Anthrax, Megadeth, Metallica e Slayer são creditadas como pioneiras e difundidores do gênero trash metal, as duas ultimas que serviram de inspiração para os integrantes da banda Scud como já mencionado.
3.4. Banda Scud: Linguagem, discurso poético e performance
Numa região em que praticamente inexiste o heavy metal, quiçá rock pesado, o Scud ousou e lançou o primeiro demo tape com o nome de "Lampião" em 1991com oito faixas que já mostrava toda capacidade da banda, a banda SCUD, que veio quebrar as barreiras da cultura regional e definir um estilo que passava despercebido, mas que envolvia jovens por todo Brasil e nomeava grandes bandas nacionais e internacionais. Em tempos que as bandas ainda divulgavam seus trabalhos em fitas cassete, as famosas demo tapes, que muitos na época achavam que se tratava de “fitas do demônio” entre demo tapes e compactos lançados nesse meio tempo a banda resolve lançar um álbum full em 2006 chamado "Clouds Taken By the Wind".
O disco abre com uma breve introdução “Guitar Machine (Intro)” que traz a guitarra de Marcelo Alelaf soando como se fosse uma contagem regressiva pra toda a “destruição” que está por vir nas outras 10 faixas. E sem interrupções, dando continuidade a sequência de sons de guitarra iniciada na “intro”, temos: “Face to Face”, sem dúvida uma das melhores composições de todo o álbum. E logo de cara, nos primeiros segundos percebe-se o ótimo trabalho de produção realizado para este disco. O som dos pratos e da bateria de Fábio Nasc como um todo, é muito bem captado e isso somados aos excelentes e bem gravados riffs da guitarra de Marcelo Alelaf, dão uma atmosfera muito legal ao disco. A letra de “Face to Face” fala sobre enfrentar nossos medos, sermos fortes ante as dificuldades e sempre pensar positivamente. Chama a atenção nesta faixa o barulho de sirenes e os diálogos presentes no decorrer da música, que dão ao ouvinte a impressão de certo desespero, o que acaba sendo um pano de fundo pra letra da música, sobretudo pro seu refrão: “Face to face, Defeat them all… Be the first one… Destroy the enemy… You are a winner”.
“Seening is Believing” com certeza a mais direta das faixas deste disco, um verdadeiro “míssil” em forma de música. Veloz e destruidora, a letra fala sobre falsidade, sobretudo falsas amizades. É um tapa no ouvido de quem escuta! Destaque para os ótimos e bem encaixados efeitos de guitarra e para o trabalho do baterista Fábio Nasc. Na sequência temos “Neither Priest Nor Demon” e sua letra cheia de indagações sobre a aparente “harmonia” de nossa sociedade. A música é uma das preferidas pelos fãs da banda, tem refrão e riffs muito marcantes, a introdução lembra um pouco o Sepultura. Ainda sobre a letra, a mesma toca em temas “polêmicos” como religião e política. Quem já foi a um show do SCUD sabe que o público inteiro grita: “Send everyone to hell… Fuck Off! Fuck Off! Fuck Off! ”, a música é simplesmente “urrada” nos shows. Sem sombra de dúvidas “Neither Priest Nor Demon” já é um dos hinos dessa nova fase da banda e um dos grandes destaques do disco.
“Silence” é outra que está na lista das preferidas pelo público. A empolgante introdução dessa música já é uma das marcas registradas do SCUD. A letra fala sobre o silêncio, sua “brutalidade” e harmonia. É uma letra interessante, vale conferir. O destaque mais uma vez fica por conta da guitarra. É legal como temos ao mesmo tempo neste disco um som atual e um resgate da sonoridade do Thrash Metal oitentista15, talvez esta faixa seja o maior exemplo disto. Chegando a metade do disco, observamos que são muitas as indagações presentes nas letras de “Clouds Taken By The Wind”, a faixa Me? pelo que pude perceber, indaga sobre o sentido da vida “ What do you think about life?”. É um thrash metal bem cadenciado e um dos trabalhos vocais mais legais do álbum, temos aqui o vocalista Marcelo Alelaf despejando bastante emoção em sua interpretação.
“Illusion Camouflage” é literalmente a continuação da faixa anterior, sem pausas o ouvinte desatento pode achar que ainda está escutando a faixa número seis. Com um andamento bem mais forte, a música apresenta novamente um excelente trabalho de bateria, guitarra e voz. A dobradinha Marcelo Alelaf e Fábio Nasc funciona muito bem nesta faixa e chega realmente a impressionar em alguns momentos. “The tree” com pouco mais de seis minutos esta é a faixa mais longa do disco, a letra fala sobre a “árvore da sabedoria”, temos aqui também o SCUD novamente bastante cadenciado e cheio de quebras de ritmo, pode-se dizer que é o momento mais “calmo” de “Clouds Taken By The Wind”.
“Shut Eyes” já não era mais novidade pra quem acompanhava a banda desde sua volta. Lançada originalmente em 2003 em formato single, “Shut Eyes” foi regravada e certamente é a preferida dos fãs no show da banda, aquela que o SCUD não pode deixar de tocar em hipótese alguma. Com uma letra que fala sobre a necessidade de abrir os olhos e enxergar a nós mesmos, a música consegue reunir todos os elementos que citei como destaque nas faixas anteriores. Se você não conhece o SCUD e quer conhecer, comece por “Shut Eyes”.
“Every Day” um tema curto e direto, “Every Day” é a música digamos… mais “pra cima” do disco. Traz consigo um refrão de fácil assimilação, daqueles que você sai cantando logo após a primeira audição. “I Don’t Know Why” é o capítulo final de “Clouds Taken By The Wind” e nos brinda com mais uma ótima música. A faixa nos mostra o quanto essa banda é coesa e está pronta pra alçar voos cada vez mais altos. O SCUD reúne toda a agressão que é comum ao thrash metal praticado por bandas como Metallica, Slayer e Sepultura em seus melhores momentos, e tudo isso está aliado a uma sonoridade moderna e até mesmo bem particular.
Som primoroso, caprichado e que transparece a honestidade de uma banda que mesmo quase sem suporte e vindo de uma região onde tal música não é tão acessível venceu e nós fazemos acreditar que ainda vão surgir muitas bandas como Sepulturas.
É legal ver também que a banda navega no sentindo contrário da maior parte de bandas de heavy metal brasileiras, tomando um ar de ineditismo, usando temas bem regionais e brasileiros, até então presentes em sua maioria em bandas de axé, samba ou MPB. Daí que o Scud tira a inspiração pra sua música, falar de Lampião sem soar piegas ou sem fazer algo só pra gringo ver. É porque os caras sabem do que estão falando e se arriscarem a falar de Saci-Pererê, mula sem cabeça ou outros temas do folclore nacional, soará tão honesto que nos fará repensar, talvez, porque achamos tão bonitinho as bandas de rock pesado falando de Mr. Sandman, vikings e fadinhas.
4. METODOLOGIA
Como destacado no resumo deste trabalho, ao longo de seis décadas da História, o Rock passou por diversas transformações, que agregaram novas características e derivações do gênero, tornando-o múltiplo em termos musicais, mas único em sua essência. Do mesmo modo a História a partir do Advento da História Cultural permitiu-se analisar comportamentos através da cultura ou expressões culturais de uma sociedade, ou seja, temáticas voltadas para a música e juventude vêm ganhando uma maior importância dentro da Universidade.
Nesse sentido destaco Peter Burke onde o mesmo faz duas abordagens diferentes, mais que se complementam: “abordagem interna externa”. (P. Burke 2004, p 8). Na abordagem interna, a História estuda o passado através das artes, procurando uma ampliação do conhecimento de uma cultura, evitando a fragmentação proposta por outro tipo de História. Na abordagem externa ele fala de uma transformação “virada cultural” nas ciências humanas, que passou a focar seus estudos em grupos particulares, em tempo e espaço.
Os estudos sobre o Rock começou a se difundir a partir do momento em que a historiografia começou a buscar interdisciplinaridade e a História começa, mais fortemente, se aproximar de outras ciências humanas. O fazer histórico não está na construção de uma narrativa sobre fatos que se tornaram "marcos relevante da história”, expondo datas e menções de fatos dignos de crédito.
Pois a história é fabricada com ajuda de hipóteses e conjecturas, através de um trabalho delicado, decompondo-se num complexo enredo. Fazendo nascerem novos conhecimentos (FEBVRE, 1989, p. 18-19). Pois o homem não conserva o seu passado na memória e sim o constrói a partir de suas experiências, pois ele vive uma constante mutação de memórias, com as novas experiências advindas da comunidade (FEBVRE, 1989, p. 25).
Toda forma de produção do conhecimento isoladamente, significa somente um fragmento, fazendo com que alianças com outras disciplinas sejam indispensáveis, para um entendimento do conjunto, fazendo com que haja um núcleo de trocas (BLOCH, 2001, p. 50, 53-54). Não podemos esquecer que a especificidade do trabalho histórico e de suas ferramentas particulares, que caracterizam suas escolhas temáticas em relação às outras áreas do conhecimento. Devemos levar em consideração que segundo Bloch (2001):
A história, no entanto, não se pode duvidar disso, tem seus gozos estéticos próprios, que não se parecem com os de nenhuma outra disciplina. É que o espetáculo das atividades humanas, que forma seu objeto específico, é, mais que qualquer outro, feito para seduzir a imaginação dos homens. (BLOCH, 2001, p. 44)
Esse novo olhar histórico começa a se munir fortemente de outras áreas do conhecimento, na aplicação de novas abordagens como, por exemplo, os estudos dos pesquisadores da Escola dos Annales. José D´Assunção Barros fala sobre a ampliação dos “campos de aplicação” que:
No caso da História, é bem evidente a vertiginosa multiplicação de “campos históricos” a partir do século XX, dando origem a inúmeras modalidades como a História Econômica, História Cultural, Micro-História e tantas outras, ao lado de outras que já existiam nos séculos anteriores, como a História Política, História Militar ou a História da Igreja. (BARROS, 2011, p. 27)
Outro autor que destaco é Antonio Augusto Arantes que em sua obra, O que é cultura popular, irá trata sobre a questão cultural brasileira na década de 80. Para o autor cultura popular não é um conceito bem definido pelas Ciências humanas e pela Antropologia social. Seus significados são heterogêneos, remetendo a um amplo aspecto de concepção. Pode-se atribuir à cultura popular o conceito de saber, como também a função de resistência a dominação de classes. Segundo o autor:
O termo saber refere-se, em geral, ao conhecimento do universo e a aspectos de tecnologia, como técnicas de trabalho e procedimentos de cura. Os eventos são pensados no passado ou que logo serão superados. Já a resistência à dominação de classes ocorre com os diversos modos de expressão artística, como a literatura oral, a música, o teatro e a poesia. Nesse caso os eventos são pensados no futuro, vislumbrando neles indícios de uma nova ordem social. (ARANTES, 1995, p)
Em relação à música é ao gênero musical Rock destaco o livro “O que é Rock” de autoria de Paulo Chacon que foi de fundamental importância para produção desse trabalho, pois o mesmo faz um apanhado geral sobre o Rock. O livro inicia explicando o conceito de rock. Pode parecer totalmente banal, mas indiscutivelmente é o básico para se entender o estilo. Afinal, qualquer objeto de estudo, tem de ter a sua explanação iniciada em seu conceito. Em seguida temos a história de como tudo começou. Todos sabem da origem no blues, mas nem todos conhecem o porquê houve essa mudança. Aqui se encaixam os primeiros ímpetos de cólera de uma classe discriminada, por uma série de questões históricas, que precisava expor suas revoltas. Segundo Chacon (1995, p), “Ninguém é obrigado a gostar de blues, gospel, soul, funk e blues, mas todo mundo que gosta de rock and roll tem de, no mínimo, respeitar os estilos que deram origem ao ritmo mais popular do mundo”.
Na sequência algo também indispensável, a ligação de toda história com o cenário político mundial. Então se percebe que ideologia na música, não começou com o punk na década de setenta ou com o hippie uma década anterior. Evidente que o expressionismo das letras de Bob Dylan ganha um destaque especial, mas também há de se apontar a importância da emancipação causada pelos Beatles e até mesmo o provocativo rebolado de Elvis Presley, que por muitas vezes foi questionado, por ser uma alusão corpórea intuitiva ao coito, numa geração reprimida, inclusive sexualmente.
A militância de John Lennon também é exposta como ótimo exemplo, mas vários nomes como Janis Joplin, Jim Morrison, Jerry Lee Lewis, Chuck Berry, Led Zeppelin, Rolling Stone, Jime Hendrix, Joan Baez, The Byrds, James Brown, Santana e dezenas de outros, são citados e exemplificados. A lista é grande e todos com seus devidos méritos na história.
E nesse momento que vemos novos grupos e novas formas de expressões artístico-culturais, assim também como uma extensão do consumo de vários setores da sociedade. Vemos assim que as práticas urbanas de indivíduos e grupos aparecem com importância para as análises científicas. Com maior ênfase nos anos de 1980, esses estudos começam a ter mais visibilidade no Brasil a partir do contato com a produção historiográfica inglesa e francesa.
O rock brasileiro começou a ter um grande espaço na indústria fonográfica16 nacional chegando a números grandiosos, levando artistas para o meio televisivo e também fazendo com que eles atraíssem vários seguidores por todo o país ao longo livro Paulo Chacon destaca a todo o momento as bandas surgidas década a pós década fazendo referencia a momentos históricos tanto do Brasil quanto mundo a fora. A relevância do Rock para as transformações da sociedade começou a ficar mais evidente, não podendo mais ser colocado de lado pelos estudos da Cultura e da História. Foi reconhecido como uma prática artística comportamental que poderia levar a transformações e mudar um mundo em catástrofe (MARCUSE, 1990, p. 245).
Como colocado no inicio deste trabalho onde houve a necessidade de se utilizar a internet, onde foram buscados em inúmeros sites, blogs que trouxessem conteúdos relacionados às Bandas Teresinense onde os mesmos identificassem a formação dessas Bandas, seus integrantes, músicas, locais de apresentação, mesmo não havendo muito se fazia necessário todo material que fosse de fundamental importância para produção deste trabalho.
Mas antes dessas pesquisas direcionadas a sites e blogs que tratassem da temática em questão, foi realizada uma pesquisa bibliográfica de textos que abordassem cultura, sociedade e oralidade, já destacadas no referencial teórico, pois a leitura desses textos tem por finalidade acrescentar um maior conhecimento sobre desempenho e as especificidades do tema em questão. Para trabalho de campo foi delimitada a cidade de Teresina. Como a pesquisa bibliográfica resultou em poucas obras abordando diretamente essa temática, será necessário o direcionamento para as atividades de campo seguindo os preceitos da oralidade a partir de leituras que estão sendo feitas através da revista de História Oral. E interessante ressaltar a presença de muitos desses integrantes das bandas pesquisadas dentro da cidade de Teresina, além de mencionar os muitos fãs ainda existentes que me facilitou a encontrar esses integrantes, daí importância da Historia Oral para produção da minha pesquisa, pois será feita entrevistas com os mesmos.
Na pesquisa Impactos da contracultura roqueira em Parnaíba de Edilson dos Santos Monteiro, e muito bem destacado essa inserção do Rock nos estudos culturais, principalmente na área de História, mostra como o conhecimento interdisciplinar é essencial para estudos na área da cultura produzidos. Como o mesmo ira colocar que em sua pesquisa ele vai lidar com memórias de roqueiros que viveram experiências de uma juventude estigmatizada como violadora dos padrões morais e sociais. Uma memória coletiva, que algumas vezes concentrava para o mesmo ponto. E muito interessante sua pesquisa, pois a mesma ira tratar da experiência multidisciplinar que acontece na História Oral que eu irei tratar em minha pesquisa, pois sem a História Oral teríamos algumas dificuldades de fazer relações entre sujeitos, principalmente sujeitos que por algum tempo foram negados por pesquisas acadêmicas.
Como foi colocada na introdução, o meu desejo é a ampliação das pesquisas nesse universo tão pouco explorado, temos nesses estudos apresentados no decorrer deste trabalho, a pluralidade de analises das pesquisas que voltaram olhares sobre o Rock, seja ela em suas faces comportamentais, ou em sua face de analise musical, essa ultima até o momento foi a mais explorada pelas varias ciências humanas dessa contribuindo assim para uma análise crítica da cultura global, regional e local.
A banda escolhida para meu trabalho foi a Scud em que teve seu auge durante a década de 1990 na cidade de Teresina, como atualmente a banda Scud se fixou na cidade de Parnaíba, fiquei impossibilitado de fazer as entrevistas com os atuais integrantes, mais como vivemos hoje em um mundo globalizado onde a partir de um computador e possível conversar com uma pessoa no outro lado do mundo, graças ao Facebook pude ter acesso a pagina da Banda Scud, e também encontrar os atuais integrantes da banda no qual pude conversar com Marcelo Alelaf com que eu pude entrevistar, enviei ao mesmo um arquivo em Word com perguntas onde o mesmo responderia me enviando novamente, e importante ratificar o quanto foi gentil e prestativo Marcelo Alelaf, apesar de sua agenda corrida, ter me concedido essa importante entrevista para meu trabalho.
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1 O termo Rock com letra maiúscula se refere ao clima dos movimentos musicais e de rock música (com minúscula) (CHACON, 1983. P. 19).
2 Cantor, guitarrista e compositor norte-americano (The Velvet Underground).
3 Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião, foi um cangaceiro brasileiro, que atuou em quase todo o Nordeste, ficando conhecido como Rei do Cangaço, por ser o mais bem sucedido líder cangaceiro da história.
4 Headbanger (também chamado de metalhead) é a denominação da cultura de fãs de heavy metal e suas variantes.
5Grupo que tem e/ou manifesta grande admiração por pessoa pública (artista,político,desportista etc.)
6 Festival de pop rock que acontecia anualmente em Teresina de 2004 a 2009.
7 Festival dedicado ao metal brasileiro.
8 Revista especializada em Rock Classic e Heavy Metal.
9 Zenon Camêlo Deolindo, Professor de Arte na Semec. PMT. na Prefeitura Municipal de Teresina
10 Um riff e uma progressão de acordes, intervalos ou notas musicais, que são repetidas no contexto de uma música, formando a base ou acompanhamento.
11 É o termo utilizado para o estilo de tocar guitarra dando ênfase à velocidade e a técnica.
12 No contexto punk, refere-se à cena musical surgida internacionalmente através da “segunda onda do punk” no final dos anos 70.
13 Trata-se de uma ferramenta usada por muitos bateristas para substituir o uso de dois bumbos, ocupando assim menos espaço, além de oferecer um custo menor.
14 Nova Onda do Heavy Metal Britânico foi um movimento musical da Inglaterra que surgiu nas décadas de 1970 e 1980 e que se espalhou pelo mundo.
15 Refere-se aos estilo de trash metal dos anos 1980.
16 É o conjunto das empresas especializadas em gravação e distribuição de mídia sonora, seja em formato de CD, ou em formato de mídia digital como o MP3.
Publicado por: Marlos Lopes da Costa
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