Política e Mídia são Inseparáveis
A sociedade é toda “teorizável”, onde se pode observar uma acentuada manifestação de caráter comunicativo e/ou informativo do campo midiático, ou seja, onde está instalada a tecnologia / prática está inserida também a teoria, mesmo que não seja tão evidente ao observar sorrateiramente e sem uma análise detalhada. Pensando, assim tudo é teorizável, porque ambas, teoria e prática não podem ser desconectadas. No âmbito político não é diferente, porque nele constam muitas formas de “teoria”, nas quais são vistas pelo que os agentes políticos desenvolvem através da manifestação de discursos públicos e de suas ações, por meio da utilização das novas Tecnologias da Informação (TI).
Isso é mais evidente através da Internet, meio no qual o Governo Eletrônico têm exposto suas ações de forma pública, pelos portais e sites. A implantação de computadores nas dependências estatais, é objetivada a efetivar pela tecnologia uma relação mais acessível de maneira transparente e participativa entre as instituições do Estado e o cidadão. Com isso, o governo que utiliza a tecnologia pode usufruir um certo controle sobre o aparelho burocrático, gerando influência satisfatória ao campo social, fiscalizando melhor e evitando à facilidade em haver corrupção.
Com a implantação do novo sistema, é notório um avanço para ocorrer eficiência e transparência do processo de gastos governamentais, onde em alguns casos houve a eliminação de setores governamentais. Esse programa no Brasil visa aproximar poder público e cidadão pelos meios eletrônicos, mas isso é meio utópico, porque o governo eletrônico acaba dando mais poder ainda à cúpula do poder, de que forma? Inserindo no site/portal somente o que é de interesse do próprio governo, não existe transparência total nas ações governamentais, mesmo que aparente ter.
Mesmo assim, nesses portais e sites, a população pode acessar informações de cunho pessoal, onde pode fazer por exemplo à declaração do imposto de renda e/ou verificar outros dados de interesse particular ou social, mesmo tendo tantas facilidades pela rede mundial dos computadores, nem todos tem acesso a ela, diferente da mídia televisiva, que grande parte da população votante tem pelo menos um aparelho de televisão em sua residência, facilitando assim, as campanhas políticas, sejam elas em ano eleitoral ou para mostrar as obras/eventos que determinado político esteja desenvolvendo. Nem sempre foi assim, tudo começou ao longo do século XX, com a utilização do rádio, que foi considerado o símbolo da política, mas ao surgir à televisão, o rádio ficou em segunda instância.
Apesar da Internet estar no auge, é a televisão que ainda mantém o primeiro lugar do ranking em termos de acesso fácil à grande maioria da população. Este acesso é maquiado pela mídia como sendo “100% Brasil, 100% Grátis”, mas no Brasil mesmo quem não tem aparelho de televisão em casa, ou TV por assinatura, paga uma taxa, porque ao comprar determinado produto o preço da publicidade está embutido.
Desligar a televisão ou vender o aparelho que se têm em casa não é o caminho, é necessário mesmo reivindicar o retorno do valor pago através de uma programação com mais qualidade, coerente e condizente com a sociedade atual, que recebe inúmeras informações diariamente e não é mais em sua maioria ludibriada por um discurso ou ideologia que alguém do poder queria impor. Isso inclui até mesmo os programas eleitorais que também são denominados propagandas políticas gratuitas.
No contexto atual, um político precisa saber usar os meios disponíveis, para expor suas propostas governamentais, se não souber, isso acarretará numa possível “desclassificação” à concorrência do cargo público. Uma das “armas” que mais estão sendo utilizadas para a adesão facilitada na área política são de que o candidato torne-se celebridade ou já seja uma celebridade, do âmbito televisivo, como exemplo atores / apresentadores. E com toda certeza ser popular contribui para aquele político que deseja ser votado, ser o “bonzinho” de determinado programa acaba influenciando na decisão do eleitor, pois a imagem que o “personagem” televisivo passa marca na mente do telespectador que em muitos casos elege “celebridades” por considerar que ela vai resolver seus problemas mais simples, como a implantação de projetos em seu bairro e outras atividades que o beneficiem de forma rápida e sem custo direto.
É na televisão que o eleitor pode conhecer seu candidato, pois não basta o candidato ter um discurso / retórica eloqüente para atrair os eleitores, precisa ter uma aparência que chame atenção, ser “bonito”, principalmente na mídia televisiva onde a aparência é considerada importante. É por meio do acesso rápido às informações, a programação televisiva mostra as ações do político e as tornam expostas, sejam elas consideradas boas ou más, isso influencia na prática democrática positivamente, pois desmistifica aos líderes políticos.
A mídia é um fator central da vida política contemporânea e não é possível mudar este fato, os políticos sem mídia serão pouco votados, porque é nela que eles tornam-se conhecidos. A política não consegue mais se desligar dos meios de comunicação, e isso é evidente, pois a política no mass media cresceu de uma forma estrondosa que acabou transformando o comportamento da classe política que teve que se adaptar e aprender a usar os meios para então desenvolver suas campanhas, onde a imagem/fala/propostas são necessárias para o político ser considerado pela população votante apto a exercer determinada função/cargo público. O avanço das técnicas publicitárias é uma das características mais visíveis das disputas eleitorais das últimas décadas. Nos regimes democráticos, o povo mantém a prerrogativa de decidir quem exercerá o poder político.
A tecnologia pode ser considerada um instrumento poderoso para que a população use, a favor de uma política sem “falhas”, sem desvios ou desperdício do dinheiro público. Entretanto, para que isso aconteça de maneira efetiva é necessário que haja uma sociedade atuante e interessada em fiscalizar onde o cidadão a entenda e a use para os valores democráticos da maioria. Para que isso aconteça à sociedade precisa alcançar uma organização mais efetiva da democracia diante do Estado, pois de nada vai adiantar se as informações forem dadas a ela e esta não as utilize para o seu próprio benefício social.
Enfim, existe a necessidade de haver uma união alicerçada entre política e mídia de modo a valorizar a sociedade, que também precisa conhecer a tecnologia e estar atenta no que vê, ouve e fala, para que possa cobrar de maneira efetiva o poder público, que são os seus representantes e que devem lutar pelo interesse da maioria.
ORIENTAÇÃO BIBLIOGRÁFICA
O Poder Burocrático e o Controle da Informação. Oscar Adolfo Sanchez. (Apostila).
Os meios de Comunicação e Prática Política. Luis Felipe Miguel. (Apostila).
Publicado por: Cristiane do Prado
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