O uso de Fontes orais e escritas para estudo da ditadura militar no Brasil com alunos do 9º ano do Ensino fundamental

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O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Monografias. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

1. RESUMO

A Ditadura Militar do Brasil refere-se ao regime instaurado em 1 de abril de 1964 e que durou até 15 de março de 1985, sob comando de sucessivos governos militares. De caráter autoritário e nacionalista, teve início com o golpe militar que derrubou o governo de João Goulart, o então presidente democraticamente eleito. Neste projeto, iremos discorrer sobre a Ditadura Militar no Brasil, desde o golpe, até a instauração do AI-5. Para falarmos sobre isso, escolhi os Autores Élio Gaspari, (Nápoles, 1944) que é um jornalista e escritor ítalo-brasileiro e Rene Armand Dreifuss, que foi um historiador e cientista político Uruguaio. Suas obras sobre esta época são de grande importância para entendermos o período e os fatos ocorridos no mesmo. Escolhi este tema, para conscientizar os alunos sobre o período e trazer a eles, um olhar crítico e a formação da própria opinião dos mesmos, pois em tempos de ‘fake news’, é bom que as pessoas tenham sua própria opinião sobre os fatos. Como fonte histórica, utilizaremos jornais e fontes orais, como forma de mostrar aos alunos diferentes fontes, textos e opiniões e, apresenta-los a censura vivida naquele momento por artistas, jornalistas e veículos de massa. Para utilização destas fontes, me baseei nos estudos de Paul Thompson, Leda Tfouni e Cecília Pavani.

2. JUSTIFICATIVA

A ditadura militar foi o período da política brasileira em que militares conduziram o país. Essa época ficou marcada na história do Brasil através da prática de vários Atos Institucionais que colocavam em prática a censura, a perseguição política, a supressão de direitos constitucionais, a falta total de democracia e a repressão àqueles que eram contrários ao golpe. Dito isto, veremos como o projeto é importante pois, visa apresentar ao aluno o que foi a ditadura militar e criar criticidade no mesmo acerca do tema. O projeto está no nível dos alunos da educação básica da série para qual foi destinado e está relacionado com os conteúdos previstos na série destinada, pois quando falamos da história do Brasil, não podemos deixar passar este período da nossa história. Neste projeto, pretendo utilizar aulas dinâmicas, incluindo algumas tecnologias com as quais os alunos estão acostumados para assim criar o interesse dos mesmos nas aulas e no tema. As bibliografias são de fácil acesso, encontradas na internet de forma rápida. Acredito que os documentos históricos escolhidos agregam conhecimento e os estimulam não só sobre o tema escolhido, mas também a leitura, pois dispõe de diferentes tipos de textos e, coisas novas sempre nos estimulam de alguma forma. O que me estimulou a utilizar este tema, foi o momento atual do país. No ano passado, houveram manifestações pedindo a volta da ditadura militar no Brasil, e isto, me estimulou a desenvolver um projeto que mostre aos alunos o que foi este período, como se deu e de fato, o que as pessoas que o vivenciaram acham disto, tanto as de classe baixa, quanto as de classe média/alta. Pretendo com este projeto, formar o olhar crítico deles acerca do tema, onde eles terão sua própria opinião sobre os fatos após estudar e compreender o que foi o período, por meio dos documentos escolhidos e conteúdos trabalhados e como isso influenciou na nossa cultura e modos. Pretendo fazer com que eles se sintam no período por meio das atividades propostas, com intuito de faze-los compreender totalmente a proposta do projeto.

3. REFERENCIAL TEÓRICO

Neste Projeto, usarei como base as obras ‘A CONQUISTA DO ESTADO’’ de Rene Armand Dreifuss que foi um renomado professor e, ‘’A DITADURA ENVERGONHADA’’, do jornalista Élio Gaspari. O livro de Dreifuss, é composto de X capítulos e fala sobre toda a articulação pré-golpe desde a formação do populismo e vai até a instauração do golpe em 1 de abril de 1964. Nele, Dreifuss chama o golpe de 1964 de ‘’Golpe de Classe’’.

O poder de classe era internalizado no Estado sob a cobertura da nacionalidade técnica, necessidade de perícia (todos eles numa conotação neutra), e legitimado por grupos executivos e pelos escritórios de consultoria tecnoempresariais. (DREIFUSS,1981)

Isto porquê, o mesmo mostra no livro que o golpe foi financiado pelas classes burguesas e que os militares não tinham tanta importância na articulação, mas eram de suma importância para que conseguissem a manipulação das massas. Financiaram por meio de propagandas, jornais, rádio e programas televisivos e até cartilhas, como a ‘’cartilha do progresso’’ que eram distribuídas com intuito de fazer a cabeça das pessoas de acordo com seus interesses. Também utilizaram de filmes, mas este artefato era mais utilizado pelas elites intelectuais. Para Dreifuss, o IPES e o IBAD foram os grandes partidos políticos da burguesia, atuando complementarmente. O IPES era a unidade tática, da ação. Implementava atividades secretas e se expunha mais. O IBAD era o centro estratégico. Dreifuss mostra que o IPES ‘’coordenava uma sofisticada e multifacética campanha política, ideológica e militar’’ e seus fundadores visavam a ‘’manipulações de opiniões e à guerra psicológica’’. Dreifuss mostra no Cap.5 de seu livro, a importância e apoio dos EUA ao golpe:

Quando o coronel Vermon A. Walters, eficiente homem de informações que se tomaria mais tarde, vice-diretor da CIA, voltava da Itália em direção ao Brasil, para ostensivamente tornar-se adido militar, foi informado de que o Presidente Kennedy ‘não se oporia a deposição do governo de João Goulart, se fosse substituído por um estável governo anticomunista que ficasse ao lado do mundo livre ocidental (DREIFUSS, 1981)

O autor apresenta que os articuladores utilizaram também formas de doutrinação: doutrinação geral e doutrinação específica. A geral tentava impor o ponto de vista da direita ‘’infiltrada’’ em peças de teatro, desenhos animados, palestras, revistas, entrevistas, propagandas de rádio e TV, manifestos entre outros. A específica era chamada ‘elite orgânica’. A elite orgânica, mais voltada para empresários e pessoas de grande poder, objetivava unir o emergente bloco de poder em torno de um programa específico como: a modernização econômica e o conservadorismo sócio- politico. Utilizavam a frase ’se você não abandonar seus negócios por uma hora hoje, amanhã não terá negócio algum para se preocupar.’ Para coagir estas pessoas a seus pensamentos e a agirem conforme o previsto, pois é claro que isso assustava os empresários e eles sabiam disto. Também tentavam conquistar igrejas e buscavam ações voltadas para universitários, jornalistas, intelectuais e militares (pois não eram todos os que apoiavam tal coisa) na direção de uma ‘vontade comum’ antissocialista. E como a classe mais influente era a classe média, os utilizaram como massa de manobra para que o golpe fosse consolidado. Os diziam mentiras em forma de ameaças, para gerar o medo e, desta forma, obter o apoio destes. Também fizeram uma espécie de guerra psicológica para que fossem ainda mais ‘’coagidos’’ a pensar como os grandes articuladores queriam. No fim, o autor encerra falando dos sindicatos dos trabalhadores e as desestabilizações que a classe média fez para que o trouxessem para o outro lado, o que gerou conflitos no sindicato e, como a classe média era muito melhor organizada politicamente, prevaleceu a sua vontade, e em 1964, impuseram a mesma, com o Golpe de Classe. Entretanto, o livro’’ A DITADURA ENVERGONHADA’’, nos traz informações desde o um pouco antes do golpe de 1964, até a instauração do AI-5, em 1968, que foi um decreto que inaugurou o período mais sombrio da ditadura militar, além de reforçar o autoritarismo do presidente. Antes de 1968, os articuladores do golpe ainda não tinham ‘’mostrado suas garras’’, como o título do livro sugere, a ditadura ainda era ‘’envergonhada’’. Após o AI-5, mostraram para que vieram e afirmaram dentro de seus antros, que aquilo era um regime ditatorial. O livro é dividido em 3 partes: A QUEDA, A VIOLÊNCIA e a CONSTRUÇÃO.

O objetivo é contar por que e como Geisel e Golbery, dois militares que estiveram na origem da conspiração de 1964 e no centro do primeiro governo constituído após a vitória, retornaram ao poder dez anos depois, com o propósito de desmontar a ditadura" (GASPARI, 2002).

A primeira parte do livro trata das articulações para a queda de João Goulart, o então presidente na época. Retrata os motivos que fizeram a classe média não só apoiar, mas a financiar o golpe. Isto, porque após a 2° guerra mundial, acreditava-se que havia uma ameaça comunista, que de fato não havia, mas os golpistas usaram disto para fazer as cabeça das pessoas a favor de si. O presidente Jango, como era conhecido, apresentava tendências a esquerda, e com isso, a teoria mirabolante que queriam enfiar goela abaixo destas pessoas ganhou poder, as pessoas ficaram realmente apreensivas, passaram a acreditar na ameaça que não havia e suspeitar do próprio presidente. Vê-se hoje, que Jango não foi cuidadoso enquanto a isso, e por este motivo, foi deposto do cargo, sendo substituído pelos militares que entraram com a história de que estariam ali para ‘’pôr o Brasil nos eixos’’ e ‘’acabar com a corrupção’’. O autor revela alguns dos diálogos dos quais teve acesso, inclusive o de Mourão Filho, quando decidiu sair com suas tropas e invadir o Rio de Janeiro para começar a intitulada ‘’revolução’’. A segunda, trata da violência sofrida pelos chamados ‘’subversivos’’, que eram os cidadãos avessos ao governo. O autor retrata detalhadamente agressões, perseguições e torturas sofridas por jornalistas, civis, artistas e qualquer outro individuo considerado ‘’ameaça’’, que nada mais eram que pessoas ‘subversivas’. Na terceira e última parte, o autor fala sobre todo o tramite até a formação do AI-5. O autor é extremamente detalhista e o livro conta com diálogos de entrevistas do próprio jornalista feitas com militares daquela época, pessoas que sofreram represália de alguma forma e fotografias do período. É uma obra interessantíssima e sua completude faz com que entendamos perfeitamente o período que vamos estudar neste projeto. Ambos os autores propõem um estudo detalhado, inteligente e repleto de fontes fidedignas, agregando desta forma, valor nestas obras tão completas e, por isso, escolhidas para dar suporte ao projeto.

Como fonte histórica para este projeto, utilizarei jornais como fontes escritas e a fonte oral. Necessariamente recortes de jornais do período estudado retirados de um acervo disponível na internet, de fácil acesso aos alunos e, para utilizarmos a fonte oral, trabalharemos com entrevistas que deverão ser feitas com pessoas que vivenciaram o período apresentado no projeto. Acredito que o trabalho com os mesmos tira o aluno da zona de conforto e do costume, dando variedade e oportunidade ao mesmo, a produzir o conhecimento acerca do material. O objetivo do uso do jornal, não é só para estudo do tema do projeto, mas também para incentivar o aluno a trabalhar com fontes diferentes, estimular a leitura, proporcionar o letramento e apresentar ao aluno outras formas de obter informações, já que hoje em dia, a maioria se infirma através da internet, dando adeus aos jornais impressos, que um dia foram inovação. A leitura crítica e a utilização do jornal são de extrema importância para o desenvolvimento da cidadania efetiva e atuante. As informações nele contidas possibilitam o acesso à interpretação de temas importantes todos os dias do ano. O jornal é uma espécie de janela para o mundo, integrando a sala de aula e o mundo real. Segundo a educadora Cecília Pavani, para que formemos um bom leitor é necessário:

Que trabalhemos na escola o interesse, a curiosidade, o sonho, a imaginação em contraponto às notícias lidas diariamente no jornal na sala de aula, na sala de leitura ou nas raras bibliotecas de escola pública, ou mesmo em casa, levando o aluno a pensar, argumentar, criticar e posicionar-se perante os demais na escola ou na família. As notícias devem ser discutidas segundo o que os alunos ouviram nos telejornais ou no rádio, ou leram em revistas, ou conversaram entre amigos. A função do jornal na escola é justamente de informar, cada vez mais e melhor, o aluno e, dessa forma, formar um cidadão mais ciente das necessidades de sua comunidade. (p.115).

Isto porque, muita das vezes nos deparamos com alunos que sabem ler, de fato, entretanto não sabem interpretar bem um texto, avalia-lo criticamente, absorver as informações do mesmo. O trabalho com jornais estimula estes aspectos por conter vários gêneros textuais, além de informa-los. Hoje, os usos dos jornais impressos são mínimos. As pessoas, em sua maioria, estão habituadas a ler as notícias na internet através de seu computador ou tablete, as vezes, sem nenhuma fonte confiável, fonte esta, que o jornal os traz, com conteúdos fidedignos. Cabe ressaltar que a leitura do jornal quando trabalhado na sala de aula é uma forma de integrar o aluno com práticas sociais de leitura. Esse instrumento pedagógico vem, portanto, contribuir na formação de cidadãos mais informados e participantes, priorizando o desenvolvimento acadêmico pela informação, permitindo uma leitura mais crítica dos acontecimentos do mundo, bem como, esclarecendo ao aluno a realidade dos problemas sociais vivenciados pela nossa sociedade. Seguindo a mesma ideia, a professora e doutora em ciência linguística Leda Tfouni diz o seguinte:

Enquanto a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição de um sistema escrito por uma sociedade (2006, p.20).

Com o uso da fonte oral pretendo estimular a ideia de passado e presente, advinda do conhecimento real de pessoas que vivenciaram o período, para que o aluno trabalhe com diferentes pontos de vista, estimulando sua criticidade.

Segundo Paul Thompsom, professor e um dos pioneiros em utilizar este recurso na Grã-Bretanha:

‘’A história oral devolve a história às pessoas em suas próprias palavras. E ao lhes dar um passado, ajuda-as também a caminhar para um futuro construído por elas mesmas. (THOMPSOM, 1998, p.337)’’.

Os jornais que serão analisados serão: O Estado de São Paulo, Extra, Jornal do Brasil e O Globo. Analisaremos como era dada a censura e como alguns veículos de informação como jornais apoiaram a ditadura militar. As datas de publicação são: Extra: 1° de abril de 1964 (capa); Jornal do Brasil: 12 de setembro de 1973 (capa); O Estado de São Paulo: 6 de abril de 1973 (pág 6); 2 de outubro de 1973 (pág 9); 2 de outubro de 1973 (pág 8); 8 de julho de 1972 (pág 16); 3 de junho de 1963 (pág

108); 20 de julho de 1973 (pág 18); 20 de julho de 1973 (pág 16); 14 de dezembro de 1968 (capa); 1 de abril de 1964 (capa); O Globo: 2 de abril de 1964 (capa); Compartilhando a ideia desses autores, pretendo com estes recursos, não só utilizá- los como fonte histórica, mas informar os alunos neste projeto e estimular o letramento e percepção histórica dos mesmos, mostrando diferentes formas de leitura, escrita e oralidade, além de estimular nos mesmos o interesse nas aulas com estas atividades diferentes os tirando da zona de conforto.

4. SÉRIE PARA QUAL O PROJETO SE DESTINA

O projeto destina-se para alunos do 9° ano do ensino fundamental.

5. OBJETIVOS

Apresentar aos alunos como ocorreu o período estudado, como se deu o golpe e porque foi motivado;

Estimular o olhar crítico e aprendizagem cidadã, e ao mesmo tempo, o desenvolvimento do hábito da leitura, tendo o jornal como instrumento de informação e compreensão da realidade social;

Analisar e discutir as notícias, elaborando opinião sobre as mesmas;

Compreender o que acontece hoje que ainda é reflexo do que vivenciamos no período estudado;

Julgar com seu próprio ponto de vista o período estudado

Confeccionar no final do projeto, vídeos conscientizando as demais pessoas sobre o período em questão.

6. PROBLEMATIZAÇÃO

A ditadura militar foi o período da política brasileira em que militares conduziram o país. Essa época ficou marcada na história do Brasil através da prática de vários Atos Institucionais que colocavam em prática a censura, a perseguição política, a supressão de direitos constitucionais, a falta total de democracia e a repressão àqueles que eram contrários ao regime militar.

Após a leitura desta breve explicação, levantarei estas questões com intuito de faze- los compreender a temática e debater para estimular a criticidade.

    • Explique como a ditadura se insere organicamente no processo histórico do Brasil

    • Analisando as manchetes e notícias, como identificamos o que foi ou não censurado? Que tipos de manchetes/notícias eram censuradas?

    • Quais os impactos da ditadura sobre a sociedade brasileira, sobre suas instituições e o desenvolvimento econômico

    • Quais os efeitos da ditadura sobre a cultura e a produção cultural brasileiras

    • Como as pessoas de diferentes classes viam este período, como viviam, em que trabalhavam e o que este período representa na vida destas pessoas

O conteúdo estudado dará aos alunos uma nova percepção acerca do tema e estimulará o pensamento crítico, tendo eles sua própria opinião sobre o tema trabalhado

As indagações serão feitas no decorrer do projeto, para produzir o conhecimento do aluno acerca do fato que vivenciamos no período estudado. Após a explicação dada através de citações dos livros, textos e exercícios de fixação de conteúdo, iremos explorar o tema, utilizando-as.

7. PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO

Para construir o conhecimento acerca do tema escolhido, nos utilizaremos de: entrevistas com civis, leitura de texto sobre o tema, realização de atividades previstas na problematização, análise dos documentos históricos utilizados no projeto, debates, pequena peça de teatro e vídeos após introduzirmos o tema por meio de texto e explicações. Com as entrevistas, feitas em dupla ou trio, onde cada dupla ou trio poderá entrevistar até 3 pessoas com intuito de agregar conhecimento e perceber diferentes opiniões sobre o mesmo tema, enxergando pelos olhos do outro, nesta parte, utilizaremos a fonte oral como fonte histórica. Nesta entrevista, os alunos devem seguir o seguinte roteiro: 1- Nome do entrevistado; 2- Cidade natal; 3- lugar onde vivia no período em questão e como vivia/quais eram suas condições de vida; 4- Qual era a sua idade no período em questão; 5- Como descreve o período em questão e porque; 6- Participou de protestos, manifestações ou sofreu censura de algum modo; 7- era a favor ou contra o período militar; 8- Teve algum parente ou amigo censurado/preso neste período. Os alunos poderão acrescentar até 3 questões ao roteiro, desde que sejam relevantes e agreguem conhecimento. A análise dos documentos se dará por meio do seguinte roteiro: 1- Identificar de que tipo de fonte se trata; 2- O que diz o documento; 3- Qual a natureza do mesmo; 4- A qual data o documento se refere. Após a identificação, explicarei aos alunos a censura sofrida pelo jornal no período em questão, apresentarei os artigos censurados e o que publicaram no lugar do mesmo, incentivarei a leitura de todo o documento com precisão, identificando os pontos de censura e o fazendo pensar porque foi censurado e estimulando a imaginação, acreditando que o aluno neste momento irá imaginar como foi o período e a leitura o ajudará a ver este tempo com outros olhos, os olhos críticos. Também identificarão como os jornais apoiaram o período militar de certo modo, porque isto aconteceu e o que as pessoas achavam disto na época. O conteúdo dos jornais será exibido em sala e o aluno também poderá acessa-lo por meio do site https://acervo.estadao.com.br/ para melhor leitura do mesmo. A história oral será analisada por meio do roteiro de perguntas no momento da entrevista e estimulará no aluno a percepção de passado, presente e futuro. Os debates serão de grande importância na produção do saber, pois será o espaço onde os alunos vão expor suas ideias acerca do tema e entenderão o mesmo pela ótica dos colegas, agregando conhecimento e olhar crítico, formando assim, sua própria opinião acerca dos fatos. O debate será onde os alunos exporão suas ideias de forma descontraída e com intuito de construir o olhar crítico e o saber dos mesmos. Os alunos também farão uma pequena peça de teatro com intuito de mostrar melhor as pessoas como era no período estudado. Os alunos serão divididos em 2 partes, uma parte a favor e outra contra o período, onde os mesmos atuarão de acordo com as referências e fontes estudadas em sala, utilizando cartazes para os protestos, poderão também confeccionar outros materiais de acordo com o lado escolhido e o personagem a ser feito e, apresentando o conteúdo para que demais pessoas possam compreender melhor o mesmo, pessoas que não vivenciaram o período, possam imaginar-se vivendo aquilo. A peça deve ser curta e ter no mínimo 30 minutos e no máximo 50 minutos. Os papéis disponíveis serão de: Militares, militantes, civis, presos políticos e artistas do período. Ao final do projeto, cada grupo de até 3 alunos (mencionados na parte da entrevista; imprescindível que sejam alunos do mesmo grupo anterior), produzirá um vídeo comentando seus pontos de vista e expondo suas ideias acerca do tema, seu conhecimento e com intuito de apresentar o conhecimento obtido por meio das atividades. O vídeo não poderá ultrapassar 5 minutos.

8. TEMPO PARA REALIZAÇÃO DO PROJETO

CRONOGRAMA DO PROJETO DE ENSINO EM HISTÓRIA

TEMA:

O uso de fontes orais e escritas para o estudo da Ditadura Militar no Brasil com alunos

do 9° ano do ensino fundamental.

ENSINO FUNDAMENTAL (X)               ENSINO MÉDIO (    )           Ano Escolar: 9° ano

Aula

Atividades

1ª aula

Introdução do tema e explicações sobre a ditadura

2ª aula

Leitura de texto sobre a ditadura e problematização do conteúdo

3ª aula

Análise de jornais do período proposto, resolução de questões mediante o conteúdo

exposto e leitura e explicações sobre o documento analisado

4ª aula

Formação de grupo com até 3 alunos para confecção de pesquisa de campo, por meio

de entrevistas com civis que vivenciaram o período

5ª aula

Debate em sala sobre o período e sobre as opiniões coletadas por meio da entrevista e

exposição do próprio ponto de vista

6ª aula

Organização de peça de teatro para ilustrar o conhecimento adquirido pelo aluno e

exemplificar as pessoas em volta, o período

7ª aula

Exposição da peça de teatro

8ª aula

Confecção de vídeo pelos alunos para expor o conhecimento adquirido e sua opinião

acerca dos fatos apresentados no decorrer do projeto

9ª aula

Avaliação por meio de todas as atividades desenvolvidas incluindo a explicação dada no

vídeo confeccionado na 8ª aula (A avaliação será feita individualmente, inclusive no trabalho em grupo).

9. RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS

Laboratório de informática; DataShow; Cartolina; TNT; Caneta Piloto; Folhas de ofício, quadra de esportes.

10. AVALIAÇÃO

A avaliação se dará por meio de todas as atividades desenvolvidas no decorrer do projeto, onde os alunos serão avaliados individualmente, cada um por seu desenvolvimento próprio da temática. Avaliarei como identificam e analisam as fontes utilizadas, a participação nas aulas, o conteúdo da entrevista, se o aluno se dispôs a acrescentar alguma questão fora das questões obrigatórias, seu interesse na aula, como lida com os alunos integrantes da atividade em grupo. Avaliarei os alunos na peça de teatro de acordo com o desenvolvimento do personagem escolhido e atuação, visto que os alunos não são atores, mas sim alunos de educação básica. Avaliarei os mesmos no debate por meio de participação no mesmo e perguntas/respostas relevantes. Avaliarei o vídeo prestando atenção na dicção dos mesmos, como expõe suas opiniões e, como avaliam/entendem o período depois do conteúdo estudado.

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GASPARI, E. As Ilusões Armadas: A ditadura envergonhada. 1ª. São Paulo: Cia da Letras, 2002.

ARMAND DREIFFUS, R. 1964: A Conquista do Estado. 1ª. Brasil. Vozes, 1981 PAVANI, C. Jornal, (in)formação e ação. 1ª. Brasil. Papirus, 2003.

THOMPSON, P. A voz do passado: História Oral. 2ª. Paz Terra, 1992

Acervo Estadão. Estadão. Disponível em: https://acervo.estadao.com.br/.  Acesso em: 25 abril 2019.

GUIDI, JANETE APARECIDA. O uso do jornal como suporte à aprendizagem. 2013. 7f. Seminário – Pontífica Universidade Católica do Paraná, Curitiba, 2013.

Notícia censurada dá lugar a camões. Memorial da Democracia. Disponível em: http://www.memorialdademocracia.com.br/card/noticia-censurada-da-lugar-a-camoes Acesso em: 22 de abril de 2019.

Apoio da grande mídia ao golpe. Zona Curva. Disponível em: http://www.zonacurva.com.br/o-apoio-da-grande-midia-ao-golpe-de-64/ Acesso em: 20 de abril de 2019.

Os     jornais     e     a     censura     do     regime     militar.      UOL.     Disponível     em: https://alunosonline.uol.com.br/historia-do-brasil/os-jornais-e-a-censura-do-regime- militar.html Acesso em: 19 de março de 2019

Referências bibliográficas nas normas da ABNT como fazer. Normas e regras. Disponível em: https://www.normaseregras.com/normas-abnt/referencias/ Acesso em: 21 de março de 2019.

RICARDO SANTIAGO. Da fonte oral à história oral: debates sobre legitimidade. Revista de História, João Pessoa. 18. 33-48- Junho de 2008.

Jornais publicados nas seguintes datas: Extra: 1° de abril de 1964 (capa); Jornal do Brasil: 12 de setembro de 1973 (capa); O Estado de São Paulo: 6 de abril de 1973 (pág 6); 2 de outubro de 1973 (pág 9); 2 de outubro de 1973 (pág 8); 8 de julho de

1972 (pág 16); 3 de junho de 1963 (pág 108); 20 de julho de 1973 (pág 18); 20 de

julho de 1973 (pág 16); 14 de dezembro de 1968 (capa); 1 de abril de 1964 (capa);

O Globo: 2 de abril de 1964 (capa);

Para futuras referências bibliográficas: SANTOS, Dandara. O uso de fontes orais e escritas para estudo da Ditadura Militar no Brasil com alunos do 9° ano do ensino fundamental. 19/05/2019. Rio de Janeiro, RJ - BRASIL.


Publicado por: Dandara Santos Silva

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