O CONVÍVIO SOCIAL ENTRE OS IDOSOS: UM ESTUDO DE CASO NO CRAS DO MUNICÍPIO DE URUPÁ
índice
- 1. RESUMO
- 2. INTRODUÇÃO
- 3. METODOLOGIA
- 4. TÉCNICAS PARA COLETAS DE DADOS
- 4.1 A PESQUISA DE CAMPO
- 4.1.1 Observação- não participante
- 4.1.2 Conversas informais
- 4.2 DIÁRIO DE CAMPO
- 4.3 MÉTODO DE ANÁLISE: Materialismo histórico-dialético
- 5. A POPULAÇÃO IDOSA BRASILEIRA NA CONTEMPORANEIDADE
- 6. CARACTERIZAÇÃO DO CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – CRAS
- 7. CONCLUSÃO
- 8. REFERÊNCIAS
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1. RESUMO
Este trabalho objetivou analisar a relevância do convívio social e familiar no processo de envelhecimento para os/as idosos/as participantes do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) do Centro de Referência de Assistência Social-CRAS do município de Urupá. Para maior compreensão do assunto pesquisado, e temáticas relacionadas ao processo de envelhecimento, foram fundamentais pesquisas na área de gerontologia, além de temas como: grupos de convivência; as mudanças no que diz respeito a proteção social básica (PSB); Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos; entre outras questões. A abordagem deste estudo é de natureza qualitativa ( MINAYO 2003).Como método de procedimento optou-se pelo estudo de caso (TRIVIÑOS,2011) e para a coleta dos dados optou-se pela observação não participante(FLICK, 2009). pesquisa foi realizada com os/as idosos/as que participam das atividades do Serviço de Convivência. A partir das observações realizadas e das conversas informais verificou-se que os/as mesmos/as avaliam sua participação no Grupo como positivas e que contribuiu para o fortalecimento dos vínculos sociais e familiares. Após os resultados , verifica-se que apesar da participação dos/as idosos/as nas ações realizadas percebe-se que os processos relacionados a cidadania efetiva ainda é uma realidade muito distante haja vista que a precariedade dos serviços públicos ( saúde e educação) afetam o empoderamento do/a idosa/a.
Palavras-chave: Envelhecimento.Idoso. Grupos de Convivência. Convívio social.
ABSTRACT
This study aimed to analyze the relevance of social and family life in the aging process for elderly people participating in the Service of Coexistence and Strengthening of Links (SCFV) of the Reference Center for Social Assistance (CRAS) in the city of Urupá. In order to gain a better understanding of the researched subject, and themes related to the aging process, research was fundamental in gerontology, in addition to topics such as: coexistence groups; changes in basic social protection (PSB); Service of Coexistence and Strengthening of Links; among other issues. The approach of this study is of a qualitative nature (MINAYO 2003). As a method of procedure, the case study was chosen (TRIVIÑOS, 2011) and data were collected for non-participant observation (FLICK, 2009). The research was conducted with the elderly who participate in the activities of the Coexistence Service. Based on the observations made and the informal conversations, it was verified that they consider their participation in the Group as positive and contributed to the strengthening of social and family ties. After the results, it is verified that despite the participation of the elderly in the actions carried out, it is noticed that the processes related to effective citizenship is still a very distant reality, since the precariousness of public services (health and education ) affect the empowerment of the elderly.
Keywords: Aging. Elderly. Groups of Coexistence. Social life.
2. INTRODUÇÃO
A Política Nacional de Assistência Social – PNAS desenha uma nova configuração dos serviços socioassistenciais. Nesse sentido, indica para qual direção os usuários da assistência devem ser atendidos, pois parte-se da premissa de que os mesmos, além dos direitos, possuem possibilidades e potencialidades que devem ser desenvolvidas (BRASIL, 2004). Todavia, para concretizá-la torna-se necessário que no atendimento das apresentadas pelos usuários da assistência sejam também desenvolvidas ações que tenham como finalidade estimular as possibilidades e potencialidades.
O Sistema Único de Assistência Social – SUAS, tem como objetivo gerir as ações socioassistenciais em todo o território nacional. Nesse macrossistema está inserido o Centro de Referência de Assistência Social – CRAS (MDS, 2015) que na atual nomenclatura aponta que o mesmo deve está encravado no contexto territorial das famílias que se encontram em vulnerabilidade social, sendo responsável pelo Programa de Atenção Integral à Família - PAIF, cujo objetivo é potencializar a família como unidade de referência e fortalecer os vínculos internos e externos.
A equipe do CRAS, segundo a Ppolítica Nacional de Assistência Social (2004) deve ser composta por um assistente social, um psicólogo e outros profissionais como pedagogos. Tais profissionais devem trabalhar em conjunto, daí suscita o caráter interdisciplinar da equipe para se organizar seguindo por uma nova lógica de trabalho na área socioassistencial.
A escolha do tema desta pesquisa justifica-se em função da minha inserção enquanto estagiária de Serviço Social – Estágio Supervisionado I e II - no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) no município de Urupá /Rondônia perfazendo um total de dois semestres. Nesse período pude acompanhar como o trabalho é desenvolvido pela assistente social no que junto aos idosos do Centro de Convivência .
Pesquisas realizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), revelam que em 2025 o Brasil ocupara o sexto lugar no ranking mundial de pessoas com mais de 60 anos. Sendo assim, reflexões sobre envelhecimento os governantes comecem a pensar e criar estratégias que atendam às necessidades deste grupo.
A população brasileira está em trajetória de envelhecimento e, até 2060, o percentual de pessoas com mais de 65 anos passará dos atuais 9,2% para 25,5%,ou seja, 1 em cada 4 brasileiros será idoso (IBGE,2018). A população rondoniense foi estimada em 1.757.589, sendo 50.415.269 são idosas (IBGE). De acordo com censo do ano de 2010 a população idosa de Urupá era estima em 1.538 idosos/as distribuídos entre homens e mulheres.
Este trabalho busca responder a seguinte problemática: a falta do convívio social e da interação podem gerar no idoso uma visão negativa do envelhecimento, dando-lhe a sensação essa fase da vida e composta apenas de perdas. Dessa forma o presente trabalho tem como objetivo verificar a relevância do convívio social e familiar no processo de envelhecimento para os idosos participantes do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) do Centro de Referência de Assistência Social-CRAS do município de Urupá – Rondônia. Quanto aos objetivos específicos foram os seguintes: identificar junto aos idosos os impactos provocados pelas ações socioeducativas realizadas pelos técnicos sociais; identificar o perfil dos idosos do Serviço de Convivência e fortalecimento de Vínculos (SCVF) do CRAS do município de Urupá.
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, documental e de campo. Sendo assim, foi necessária uma sondagem de referências bibliográficas para a composição do referencial teórico e aprofundamento do tema através de artigos científicos, sítios eletrônicos, entre outros. Quanto a parte documental a mesma se consubstanciou na análise da ficha de inscrição para participar do grupo e a pesquisa de campo materializou-se na observação não participante e nas conversas informais que foram realizadas durante o Estágio Supervisionado em Serviço Social l e ll.
Este trabalho está estruturado em quatro capítulos. No primeiro capítulo faz-se-à uma explanação sobre os métodos de procedimentos utilizados no transcorrer da pesquisa. Neste sentido , apontar-se a opção pelas metodologias qualitativas haja vista que se pretendia responder questões muito particulares.
O segundo capítulo traz o referencial teórico que orientou o olhar e as reflexões sobre a população idosa brasileira na contemporaneidade. Para alcançar o objetivo proposto tomou-se como referência a Constituição de 1988, que reconhece os direitos fundamentais dos cidadãos independe de faixa etária, todavia para que as pessoas idosas possam gozar desses direitos pressupõe que eles tenham consciência sobre eles como assinala Faleiros (2007).Nesta perspectiva analisar-se-á o envelhecimento como um fenômeno complexo e heterogêneo, que envolve mudanças orgânicas, psicológicas e sociais que por sua vez estão imbricados com os contextos socio-ideopolíticos-históricos . Por isso, o olhar multicêntrico torna-se imprescindível para perceber que não existe um modelo de idoso/a na sociedade.
Enquanto o terceiro capitulo versa sobre a caracterização do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) . Este capítulo trata da experiência de estágio junto aos/os idosas/os que participam do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) do CRAS do município de Urupá/RO. Eexplícita ainda a problematização do objeto e da questão do idoso na contemporaneidade e a importância do trabalho do/a assistente social do CRAS para envolver os/as idosos/as nas ações para o fortalecimento dos vínculos.
O último tópico que trata das considerações acerca das ações realizadas , nessa perspectiva apresenta-se algumas respostas alcançadas com o estudo acerca dos objetivos propostos além de sugestões para as pesquisas que advindarão sobre o tema.
3. METODOLOGIA
Na pesquisa o conteúdo mais marcante e mais complexo é a metodologia, através dela o pesquisador dará rumo a sua pesquisa, de maneira que ele venha a desenvolvê-la através de procedimentos, instrumentos e técnicas que irão dar sentido em todo o trabalho elaborado em cima de uma determinada problemática a ser estudada. Tem a finalidade de nortear a pesquisa com base na ciência, possibilitando uma investigação mais completa.
Segundo Ruiz (1991), o método constitui características tão interessantes da ciência que não raro, identificamos ciência com seu método, etimologicamente o termo ciência origina-se do verbo em latim Scire, que significa aprender, conhecer.
A palavra método tem derivação grega e significa o conjunto de etapas e processos a serem vencidos ordenadamente na investigação dos fatos ou na procura da verdade.
3.1. MÉTODO DE PROCEDIMENTO: Estudo de Caso
O estudo de caso é um dos procedimentos fundamentais para a elaboração de uma pesquisa, ele objetiva analisar o tema investigado e elucidar como e porque ele ocorre.
O procedimento de estudo de caso faz a relevante função de organizar os dados a serem obtidos de acordo com o tema delimitado em que está abordando o objeto social ( TRIVIÑOS, 2011) em que a pesquisa está sendo direcionada. Yin (1989, p. 23) afirma que:
O estudo de caso é uma inquirição empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto da vida real, quando a fronteira entre o fenômeno e o contexto não é claramente evidente e onde múltiplas fontes de evidência são utilizadas.
O estudo de caso nada mais é que uma pesquisa da realidade baseada em problemas que são de interesse que sejam investigados em seu contexto que em grande parte deste fenômeno é derivado das expressões sociais, que são várias, mas que para ser objetivo em sua pesquisa o autor deve utilizá-lo direcionando-o para elucidar a problemática levantada por ele.
A partir desta perspectiva observa que a organização quanto ao andamento da investigação evitará a incoerência do seu objeto de estudo com os demais apresentados no decorrer da observação. Robert Yin (2007, p.56) assinala que “As demandas do estudo de caso sob o ponto de vista intelectual, pessoal e emocional são maiores do que as de qualquer outra estratégia de pesquisa. ”
O estudo de caso oportuniza ao pesquisador a possibilidade de ter uma visão ampla da realidade da temática pesquisada, desvendando as afirmações que já existiam antes da pesquisa e que após a utilização deste método ocorre o enxugamento de preconceitos tornando a pesquisa objetiva e concreta.
Todavia, o grande perigo da metodologia de estudo de caso é a perda de foco pelo pesquisador, à medida que uma profusão de contextos e ações se desenrola.
4. TÉCNICAS PARA COLETAS DE DADOS
A coleta de dados passou por fases distintas: pesquisa bibliográfica, investigação documental e pesquisa de campo que se consubstanciou na observação não participante e conversas informais.
4.0.1. A pesquisa bibliográfica
A pesquisa bibliográfica consiste na etapa inicial de todo o trabalho científico ou acadêmico, com o objetivo de reunir as informações e dados que servirão de base para a construção da investigação proposta a partir de determinado tema, é a fundamentação do tema escolhido pelo autor, que elabora o seu projeto baseando nas análises realizadas por outros autores que tratam do conteúdo.
A pesquisa bibliográfica resume-se em artigos e analises que seja compatível com algo que se relacione com a temática e que servira ao autor de referência já que já foi explorada por diversos autores da área que desenvolveram uma linha de raciocínio em cima da problemática que se somara a pesquisa atual.
É fundamental, portanto, fazer uma pesquisa bibliográfica exaustiva sobre a tese em questão, a pesquisa bibliográfica tem os seguintes objetivos:
•. Produzir um relato histórico sobre o tema.
•. Inteirar-se sobre o tema escolhido.
•. Elucidar os problemas formulados.
•. Afastar-se de trabalhos já realizados.
À proporção que o pesquisador realiza a pesquisa bibliográfica, aprenderá formas de acesso e rapidez na coleta de informações. Para Köche (1997, p.55)
A pesquisa bibliográfica é a que se desenvolve tentando explicar um problema, utilizando o conhecimento disponível a partir das teorias publicadas em livros ou obras congêneres. Na pesquisa bibliográfica o investigador ira levantar o conhecimento disponível na área, identificando as teorias produzidas, analisando-as e avaliando sua contribuição para auxiliar a compreender ou explicar o problema objeto da investigação.
Através da pesquisa bibliográfica foi possível consultar alguns autores, os quais sob diferentes pontos de vista colocam em questão as discussões pertinentes ao objeto de estudo, por isso se considera a pesquisa bibliográfica como essencial para qualquer tipo de pesquisa.
4.0.2. A Pesquisa documental
A pesquisa documental é voltada a coleta de dados em documentos que tratam e se referenciam a área que está sendo pesquisada. No caso em tela, recorreu-se aos seguintes documentos da Secretaria Municipal de Assistência Social do município de Urupá/RO: ficha individual dos idosos que participam do grupo de convivência social que é realizado no CRAS e os relatórios elaborados pela equipe do programa.
Na pesquisa documental existem documentos de primeira mão – aqueles que não receberam nenhum tratamento analítico, tais como documentos conservados em órgãos públicos e instituições privadas, e os documentos de segunda mão - que de alguma forma já foram analisados como relatórios de pesquisa, de empresas, tabelas estatísticas e outros (GIL,1999)
Portanto, a pesquisa documental exige mais do pesquisador que devera desvendar o seu objeto de acordo com os dados obtidos fazendo uma relação entre eles. “Essa característica toma corpo de acordo com o referencial teórico que nutre o pensamento do pesquisador, pois não só os documentos escolhidos, mas a análise deles deve responder às questões da pesquisa, exigindo do pesquisador uma capacidade reflexiva e criativa não só na forma como compreende o problema[...]” (SILVA, et al. 2009, p.).
Segundo Gil (1999), nela pode-se utilizar documentos de primeira mão que ainda não foram analisados e de segunda mão, que já foram analisadas.
[...] o documento escrito constitui uma fonte extremamente preciosa para todo pesquisador nas ciências sociais. Ele é, evidentemente, insubstituível em qualquer reconstituição referente a um passado relativamente distante, pois não é raro que ele represente a quase totalidade dos vestígios da atividade humana em determinadas épocas. Além disso, muito frequentemente, ele permanece como o único testemunho de atividades particulares ocorridas num passado recente (CELLARD, 2008, p.295).
Ao recorrer a pesquisa documental é necessário que pesquisadores se utilizem das informações precisa mais vezes que a mesma permite acrescentar a dimensão temporal à compreensão do social. Nesse sentido, para coletar as informações sobre o número de usuários se faz necessário recorrer à atas e prontuários. Portanto, a pesquisa documental se constituiu em um meio para:
[...]reforçar o entendimento em estudo de caso pela capacidade de situar os relatos contemporâneos em um contexto histórico. Também permitiria fazer comparações entre as interpretações dos eventos feitas pelo observador e aquelas registradas nos documentos relacionados aos mesmos (MAY, 2004, p. 205).
Isto significa que, além de ser (a pesquisa documental) uma escolha coerente, pelo fato de dar maior credibilidade aos dados, completa os instrumentos de pesquisa necessários e suficientes para dar conta de uma realidade social cheia de nuances e em constante mudança.
4.1. A PESQUISA DE CAMPO
4.1.1. Observação- não participante
Também nomeada por observação passiva, é um tipo de investigação que leva ao questionamento a realidade em que o sujeito investigado constrói seus conhecimentos coletivos o pesquisador não se incorpora ao grupo observado, ocupando o lugar de coadjuvante. Esse tipo de observação é usado em pesquisas que requerem uma descrição mais detalhada e precisa dos fenômenos ou em testes de hipóteses, presume-se que o pesquisador saiba exatamente que informações são relevantes para atingir os objetivos propostos. Nesse sentido, antes de executar a observação sistemática, há necessidade de se elaborar um plano para sua execução.
A observação tem um papel essencial no estudo de caso. Quando observamos, estamos procurando apreender aparências, eventos e/ ou comportamentos. A observação [...] não-participante. [...]o pesquisador atua apenas como espectador atento, temos o que se convencionou chamar de observação não-participante. Baseado nos objetivos da pesquisa e num roteiro de observação, o investigador procura ver e registrar o máximo de ocorrências que interessam ao seu trabalho (GODOY, 1995, p.27).
O investigador não interage de forma alguma com o objeto do estudo no momento em que realiza a observação esta técnica, reduz consideravelmente a mediação do observador no pesquisado permitindo o uso de instrumentos de registo sem influenciar o objeto do estudo.
De acordo com Barros e Lehfeld (2000), é um procedimento investigativo para a ciência, pois é através dela que se inicia todo estudo dos fenômenos sociais, por isso ela deve ser exata, completa, sucessiva e metódica.
4.1.2. Conversas informais
Uma das técnicas de coleta de dados mais utilizadas são as entrevistas, que são divididas da seguinte forma: a entrevista estruturada, semiestruturada, aberta, entrevistas com grupos focais, história de vida e também a entrevista projetiva. Para a realização deste trabalho foram utilizadas conversas informais também classificadas como entrevista aberta.
Ela é utilizada geralmente na descrição de casos individuais, na compreensão de especificidades culturais para determinados grupos e para comparabilidade de diversos casos (MINAYO, 1993).
É uma maneira de explorar mais abrangentemente uma questão. As indagações são respondidas por meio de conversação informal.Com a mínima interferência do entrevistador, que assume a postura de ouvinte.
Essa conversa é uma forma de conhecer melhor cada pessoa de forma individual e detalhista, pois, o entrevistado fica mais à vontade e se sente livre para falar sobre qualquer assunto e da forma como quiser.
Assim, o entrevistador vira apenas um telespectador da vida do entrevistado, acompanhando cada experiência do mesmo por meio de suas narrativas intensas e da melhor forma possível.
Desta feita, uma conversa informal é a melhor forma de abordagem, pois, é nela que se tem um retorno e um envolvimento melhor do entrevistado, sob o prisma de se compartilhar muito mais histórias.
4.2. DIÁRIO DE CAMPO
Um dos instrumentos mais considerável utilizado em um projeto de pesquisa é o diário de campo, através dele o pesquisador irá obter um fluxo de informações por ele coletado, que dará a oportunidade de ter uma análise de todo o contexto podendo chegar em seu alvo dentro da pesquisa. “O diário de campo consiste no registro completo e preciso das observações dos fatos, acontecimentos, relações verificadas, experiências pessoais do profissional/investigador, suas reflexões e comentários” (FALKEMBACH, 1987, p. 160).
O diário de campo é um dos instrumentos mais utilizados pelos pesquisadores, que irão passar para este diário todos os dados recolhidos durante a sua pesquisa de campo assim selecionando os pontos principais e depois analisando de acordo com sua própria metodologia, focando assim em seus alvos, para depois analisar todo o contexto de acordo com suas anotações.
Podemos afirmar que o diário de campo como um dos principais instrumentos de um pesquisador tem, consegue obter uma aproximação com a realidade discutida e analisada por ele, assim de acordo com a construção deste o levara para seu objetivo, através da crítica e da reflexão e ação do pesquisador possam somar em sua análise após a pesquisa de campo.
[...], o diário tem sido empregado como modo de apresentação, descrição e ordenação das vivências e narrativas dos sujeitos do estudo e como um esforço para compreendê-las. [...]. O diário também é utilizado para retratar os procedimentos de análise do material empírico, as reflexões dos pesquisadores e as decisões na condução da pesquisa; portanto ele evidencia os acontecimentos em pesquisa do delineamento inicial de cada estudo ao seu término (ARAÚJO et al., 2013, p. 54).
O diário tem por finalidade facilitar criar o hábito de escrever e observar com precaução, detalhar com precisão e raciocinar sobre os acontecimentos.
4.3. MÉTODO DE ANÁLISE: Materialismo histórico-dialético
A pesquisa enquanto processo científico requer uma sistemática fundamentação epistemológica, um posicionamento teórico do pesquisador. A palavra epistemologia vem do grego episteme que significa ciência, conhecimento; e logia, estudo a análise materialista histórica parte da questão de que a produção, e a troca dos produtos, é pilar de toda a ordem social. A dialética sob o prisma do materialismo histórico parte do conceito fundamental de que o mundo não pode ser considerado um complexo de coisas acabadas, mas sim um processo de complexos.
A dialética, como forma de pensar o concreto através da construção de categorias abstratas que tratem de apropriar o real pelo pensamento, busca compreender o movimento do real enquanto processo dinâmico e contraditório, e não como uma série de etapas rígidas preestabelecidas (FALEIROS, 2001, p. 91).
A pesquisa que se desenvolve pelo viés do materialismo histórico deve contemplar esta concretude entendida como a historicidade do ser, assim como os fatores econômicos, históricos, políticos e culturais, essencialmente a complexa realidade social presente nos vários momentos históricos.
A dialética é a interpretação dos fenômenos naturais e sociais e sua principal substância é a contradição, é nela que se consegue chegar à essência, ela nos leva a realidade da história, também fornece as bases para uma interpretação dinâmica e totalizante da realidade, já que estabelece que os fatos sociais não podem ser entendidos quando considerados isoladamente, abstraídos de suas influências políticas, econômicas e culturais (GIL, 1999, p. 32).
O método dialético é o mais viável, pois a realidade social, muitas vezes, é uma realidade totalmente diferente da que estamos acostumados, bem como da que aprendemos em teoria, por isso, para que se compreenda melhor a realidade estudada o método dialético é o que melhor se aplica, pois as verdades não são absolutas.
5. A POPULAÇÃO IDOSA BRASILEIRA NA CONTEMPORANEIDADE
De acordo com os dados do Ministério da Saúde (MS), o Brasil em 2016 tinha a quinta maior população idosa do mundo, e, em 2030, o número de idosos ultrapassará o total de crianças entre zero e 14 anos. Face ao aumento na perspectiva de vida dos brasileiros e a pressão da população, as políticas públicas passam a ter mais visibilidade e mecanismos que atuam na defesa dos direitos de maneira justa e eficiente essa parte da nação começam a serem pensadas.
Entretanto, o Brasil ainda não avaliou adequadamente a quadro social do idoso, os direitos nem sempre estão garantidos ainda que a velhice seja o ciclo natural da vida. O que fortalece a gerofobia (do grego gero= velho ou idoso fobos= temor, medo) (MENEZES, 2016; NERI; GUARIENTO, 2011), são as atitudes dos jovens que veem neste segmento populacional como um peso tanto econômico quanto social (CAVALCANTE apud .OLIVEIRA; FERNANDES;CARVALHO, 2012)
O Brasil foi considerado um país jovem com índices de natalidade e de mortalidade elevadas durante décadas. Ancorando nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE) Paradella( 2018) afirma que:
Em 2012, a população com 60 anos ou mais era de 25,4 milhões. Os 4,8 milhões de novos idosos em cinco anos correspondem a um crescimento de 18% desse grupo etário, que tem se tornado cada vez mais representativo no Brasil. As mulheres são maioria expressiva nesse grupo, com 16,9 milhões (56% dos idosos), enquanto os homens idosos são 13,3 milhões (44% do grupo).
Em 2011 os grupos etários divulgados pela Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD), revelam que os idosos somam 23,5 milhões dos brasileiros, mais que o dobro do registrado em 1991, quando a faixa etária contabilizava 10,7 milhões de pessoas. No Brasil, em 1950, se vivia em média até os 51 anos. Atualmente a expectativa média é de 74,8 anos para bebês nascidos em 2013 e tende a aumentar ainda mais, devendo chegar a 80 anos em 2041 (IBGE, 2014).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) até 2050 existirá 2 bilhões de pessoas idosas no Brasil; representando um quinto da população mundial. Segundo a análise realizada por Cançado (1996), o aumento do número de idosos também tem sido acompanhado por um acréscimo significativo nos anos de vida da população brasileira. A perspectiva de vida, que era em torno de 33,7 anos em 1950/1955, passou para 50,99 em 1990, chegou até 66,25 em 1995 e deverá alcançar 77,08 em 2020/2025( FERNANDES;SANTOS, 2007)
Todavia, o crescimento do número de idosos não veio acompanhado de melhorias do bem-estar dessa população porque o acesso aos equipamentos públicos (transporte, lazer, saúde, educação, etc.) é praticamente nulo. Além disso, vale destacar que a aposentadoria, o benefício ou a pensão inviabiliza a sua reprodução social. Por outro lado, verifica-se que esses rendimentos são a única fonte de renda da unidade familiar como aponta os dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
De acordo com Ferrari ( apud SOARES;CORONAGO, 2016, p.130 ), a velhice é “[...] uma etapa da vida com características e valores próprios, em que ocorrem modificações no indivíduo, tanto na estrutura orgânica, como no metabolismo, no equilíbrio bioquímico, na imunidade, na nutrição, nos mecanismos funcionais, nas características intelectuais e emocionais”.
Dentre os infinitos impactos sociais subsequentes do processo de envelhecimento, os contatos sociais, a relevância de manter um estilo de vida ativo, avanço na saúde física e mental, a cautela de doenças crônicas e a conservação da função.
Após anos de reivindicações de diversas organizações focadas na garantia dos direitos dos idosos no Brasil, foi criado o Estatuto do Idoso tendo como proposta principal a restauração dos conceitos legais que preservam os direitos dos cidadãos resguardando assim a dignidade do ser humano, sem segregação de nacionalidade, sexualidade, cor e idade de acordo com o artigo 3º inc. IV da Constituição da República Federativa do Brasil. Vale salientar que em 1994 foi aprovada a Lei nº8.842 (Política Nacional do Idoso -PNI) que assegurava os direitos sociais a pessoa idosa (FERREIRA, 2014). Entretanto, a onda neoliberal adotada pelo governo brasileiro rebateu de forma perversa sobre o sistema de proteção social (MARTUSCELLI, 2013) o que significou em cortes nos gastos na área social.
Ainda que a sociedade estimule a longevidade, a visão negativa do envelhecimento ainda é muito comum, fazendo com que as pessoas idosas pensem que nessa fase da vida só exista perdas: perda da mocidade, da beleza, da mobilidade física. As perdas são naturais nesse processo, mas o envelhecimento não se resume a isso, a presença da família, e o convívio com a comunidade, são relevantes na adaptação dos idosos e com a busca pela qualidade, fazendo-os entender que envelhecer não quer dizer que a vida acabou.
Não se pode negar que, o número de idosos que ainda sofrem com o preconceito e a indiferença da sociedade por considerá-los incapazes de conviver socialmente e ignorando completamente a oportunidade de um idoso poder viver o presente e o futuro.
A idade cronológica não é a única forma de mensurar o processo de envelhecimento ela diz respeito apenas a quantidade de anos vividos, porém o envelhecimento perpassa também pelos elementos do seu meio histórico, cultural e social como ressalta Beauvoir ( apud PESSOA, 2009, p.37).
Ela [a velhice] é um fenômeno biológico[...] acarreta consequencias biológicas[...]. [e] , tem uma dimensão existeencial[...] [que] , modifica a relação do indivíduo com o tempo[...], com o mundo e com a propria historia[...] O que torna [esta] questão complexa é a estreita interdependência desse diferentes ponto[...]. Sabe-se, hoje em dia , que é abstrato considerar em separado os dados fisiológicos e os fatos psicológicos: eles se impõem mutuamente. Veremos que, na velhice, essa relação é particularmente evidente:ela é, por excelência, o domínio do psicossomático. Entretanto, o que chamamos de vida psíquica de um indivíduo só se pode compreender à luz de situação existencial; esta última tem, também, repercussões em seu organismo[...]. [Além disso,]se a velhice, enquanto destino biológico, é uma realidade que transcende a historia, não é menos verdade que este destino é vivido de maneira variável segundo o contexto social[...].Enfim, é no movimento indefinido desta circularidade que é preciso apreendê-la.
A velhice e suas peculiaridades, só podem ser totalmente assimiladas a partir da relação entre os diferentes aspectos cronológicos, biológicos, psicológicos e sociais. Logo, a velhice e o processo de envelhecimento podem ser compreendidos como uma construção histórico-social que está diretamente relacionada com as relações de produção e reprodução social,tal concepção extrapola as explicações biológicas e naturais (PESSOA, 2009; MAIA, 2017).
Todavia, vale salientar que as discussões que gravitam em torno do envelhecimento da população gravita em torno de duas concepções quais sejam: a negativa cuja explicação pauta-se nos custos para mantê-los o que implica no aumento dos gastos públicos como se os mesmos fossem um fardo que a população economicamente ativa tem que carregar. O eixo da preocupação em relação aos idosos reside na transferência de recurso e nas demandas por políticas públicas, haja vista que a mudança do perfil da população suscita novos desafios para o Estado, a sociedade e a família.
Nesse cenário,
Os serviços de saúde deverão também sofrer maior pressão, pois os grupos extremos (as crianças e os idosos) são os que exercem a maior demanda sobre o sistema. Com o aumento da sobrevida, o perfil epidemiológico também se alterará: doenças crônico-degenerativas passam a ter uma importância relativa maior que as doenças infectocontagiosas,[...]. Além disso, o aumento da população muito idosa acarretará um crescimento da demanda por cuidados, além de melhorias e adaptações adequadas nas condições de habitação, segurança pública, transportes, entre outros( CAMARANO, 2014, p.199).
Por outro lado, menciona-se que o fator positivo do aumento da população está nas formas de enfrentamento dessa realidade, uma vez que o fortalecimento desse segmento no espaço público deve-se ao movimento social, a criação dos fóruns e dos Conselhos de idosos, que lhes consentem se posicionarem pela defesa dos princípios democráticos que segundo Bredemeir (2003) fomentou condições para reinventar sua própria velhice.
5.1. O CONVÍVIO SOCIAL ENTRE OS IDOSOS
Os idosos tendem relacionar-se junto aqueles que enfrentam os mesmos dilemas do cotidiano, desejo de reconquistar a autoestima e o respeito e a vontade ocupar espaços que no passado não ocupavam são comuns entre idosos.
Nas décadas 60 e 70 os idosos comumente eram vistos em praças, ruas, jogando baralho ou domino, enfim, procurando ocupar-se e relacionar-se com pessoas que se encontrava na mesma situação. Na década de 1970 governo cria os grupos de convivência para idosos, por meio do Programa de Assistência ao Idoso (PAI), sob a gerência da Legião Brasileira de Assistência (LBA) que consistia “[...] na organização e implementação de grupos de convivência para idosos previdenciários, nos Postos de atendimento do Instituto o Nacional de Previdência Social “( INPS)(RODRIGUES, 2001, p.2) os objetivos desses grupos de convivência vão bem além que um agrupamento de pessoas, mais sim uma relação de vínculo entre elas. Este programa criado na época da ditadura civil-militar continha uma direção ideológica cuja finalidade era minimizar as tensões sociais por meio do assistencialismo (POLTRONIERI; COSTA; SOARES, 2015).
Nesta década verifica-se a mobilização da sociedade civil com vistas a defesa dos direitos da pessoa idosa, tendo como destaque a criação da União dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (UAPPB) e a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e o trabalho desempenhado pelo Serviço Social do Comércio (SESC). A partir das mobilizações ocorreram três seminários regionais (São Paulo, Belo Horizonte e Fortaleza) e um Seminário Nacional com a temática “Estratégias de Política Social para o Idoso no Brasil”que ficou sob os cuidados do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS). A partir destes seminários foi elaborado um documento “Diretrizes para uma política social para a pessoa idosa”, com algumas propostas. No ano de 1982 ocorreu em Viena um evento promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU) “Assembléia Mundial sobre o Envelhecimento”, cujo resultado ficou conhecido como o “Plano Internacional de Ação para o envelhecimento”, no qual os países periféricos e centrais acordaram a executar e implementar políticas de atenção à pessoa idosa (CAMARANO, 2004; POLTRONIERI; COSTA; SOARES, 2015).
O Brasil foi um dos seguidores do Plano e em 1982 teve-se a criação do Decreto 86.880, da Comissão Nacional sobre a Pessoa Idosa, em 1982(CAMARANO,2004). A década de 80 período em que ocorreu a Assembleia em Viena, coincide com o processo democrático do pais no qual as reivindicações e protagonismo da sociedade civil organizada em prol dos direitos sociais da categoria idosa adquire um visibilidade e o tema do envelhecimento no texto constitucional de 1988.
Um dos direitos assegurados pela Constituição Federal e pelo Estatuto do Idoso é o direito a convivência social e familiar, por entender a necessidade dessas instituições no processo de envelhecimento na garantia de uma vida mais prazerosa, bem como, contribuição com o sentimento de pertencimento, evitando assim o isolamento social do idoso e/ou a sua institucionalização.
Os grupos de convivência para idosos representam, por tanto, uma das alternativas de espaço institucionalizado onde os/as idosos/as podem desenvolver-se, socializar com outras pessoas, além de contribuir com a autoestima e melhoria da qualidade de vida, pelo sentimento de pertencimento, não apenas ao grupo, mas também a sociedade esta sensação é de:
[...] de pertencimento, de fazer parte de um grupo, é fundamental para a pessoa idosa, como é, aliás, para qualquer uma. Mas, no idoso, essa necessidade pode se acentuar em face da exclusão que gradualmente passa a acompanhar seu processo de envelhecimento. (DAL RIO;; MIRANDA 2009, p. 37).
Sendo assim é responsabilidade da família cuidar do idoso e fornecer sua subsistência, quando esta não tiver recursos de sustentar o idoso, na ausência da mesma cabe a sociedade e posteriormente ao Estado zelar pelo bem-estar do idoso. No Art. 14 do Estatuto, estabelece: “Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas de prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência social” (BRASIL, 2003). No entanto, o que se observa é um distanciamento do poder público no trato dessa questão. Em síntese, é possível constatar o progresso dos direitos da pessoa idosa, que deixa de ser considerado filantropia passando para o campo das leis.
Contudo, o distanciamento entre a Lei e a realidade dos idosos no Brasil é algo comum de se presenciar no cotidiano. Esse assunto precisa ser debatido nos espaços públicos, para que possa acontecer uma sensibilização tanto por parte do governo como da sociedade para conscientizar e mobilizar a todos na luta pela composição de uma nova ótica no que se diz a respeito do processo de envelhecimento.
O direito a convivência social e familiar é um dos direitos previstos na Constituição e pelo Estatuto do Idoso é, por entender o valor dessas relações no processo de envelhecimento e na prerrogativa de uma vida mais aprazível, fazendo com que o idoso desenvolva um sentimento de pertencimento que se sinta parte daquele grupo neutralizando o isolamento social do idoso.
O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) é uma proposta de políticas públicas do Governo federal, sobre a responsabilidade Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), desenvolvido em caráter nacional com execução prática nas unidades do CRAS.
A origem SCFV deu-se por meio da Medida Provisória de número 238 de 2005 e da lei 11.129 de 2005, ratificado na lei 11.692 de 2008. Quando ainda era conhecido por “Projovem adolescente” que atendia jovens entre 14 e 17 anos. Em 2013 o MDS decide ampliar o serviço devido a “situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza [...] e, ou, fragilização de vínculos afetivos - relacionais e de pertencimento” características também identificadas em outras faixas etárias (PNAS, 2004, p. 33).
De acordo com a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais,
O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para Idosos é um Serviço da Proteção Social Básica que tem por foco o desenvolvimento de atividades que contribuam no processo de envelhecimento saudável, no desenvolvimento da autonomia e de sociabilidades, no fortalecimento dos vínculos familiares e do convívio comunitário e na prevenção de situações de risco social (CNAS n. º 109/2009).
A intervenção social deve respeitar as características, necessidades e demandas dessa faixa etária dando prioridade as particularidades sociais e culturais onde o serviço é ofertado. Desse modo a compreensão da expressão “Gestão Social” é essencial para a assimilação da aplicabilidade na execução dessa política pública.
Os grupos de convivências do SCFV tem por finalidade contribuir para um processo de envelhecimento ativo, saudável e autônomo; além de assegurar espaço de encontro para os idosos e encontros intergeracionais de modo a promover a sua convivência familiar e comunitária. Essas ações contribuirão no desenvolvimento da autonomia social dos usuários. A dignidade humana como foco principal do ordenamento jurídico brasileiro, instigou a população a buscar direitos fundamentais que configuram como essenciais para a garantia do fundamento constitucional e para a busca da desta dignidade (BRASIL,2010).
Art. 4° inciso l do decreto nº1948 de 1996 estabelece a funcionalidade do Centro de Convivência,
Centro de Convivência: local destinado à permanência diurna do idoso, onde são desenvolvidas atividades físicas, laborativas, recreativas, culturais, associativas e de educação para a cidadania (BRASIL,2012).
Os municípios devem oportunizar aos idosos uma assistência eficiente, que ultrapasse o âmbito da caridade e da discriminação.
Alguns dos estereótipos e atitudes negativas associadas aos idosos classificam-se como inflexíveis, solitários, improdutivos, doentes, depressivos, senis, frágeis e sem energia .Estudo realizados pela OMS revelam que atitudes negativas ou discriminatórias contra idosas prejudicam a saúde física e mental dessa população, a garantia dos direitos das pessoas idosas é um fator essencial para a democracia.
A discriminação sofrida pelos idosos se manifesta em de diversos segmentos, exteriorizando os rótulos criados pela sociedade. A vida sexual ativa nessa fase da vida é vista como tabu, a maioria dos idosos preferem nem falar sobre namoro e sexualidade.
Antigamente classificar o idoso como “caduco” era muito comum, mas hoje, consta que as confusões mentais e facilidade de esquecer alguns acontecimentos recentes ou antigos comuns em algumas pessoas idosas está associada ao Alzheimer. Cerca de 40% das pessoas com mais de 80 anos são diagnosticadas, a doença afeta a memória e outros comportamentos cognitivos. O diagnóstico precoce pode retardar avanço da doença melhorando a qualidade de vida do idoso.
Os grupos de convivência funcionam como uma válvula de escape, inicialmente os idosos procuram bem-estar, através de exercícios físicos. A compreensão da qualidade de vida está pontualmente relacionada à autoestima e ao bem-estar, que estão correlacionados à boa saúde física e mental, a práticas saudáveis, a lazer, e especialmente à continuidade da capacidade funcional do ser humano. Neste segmento, esses grupos são uma maneira de convívio, inclusão social e um resgate da autonomia, de viver com honestidade no âmbito de ser e estar saudável.
Os grupos não têm objetivo lucrativo no sentido de geração de rendimentos, mas de prazer por meio de atividades fisicas e lúdicas como dança, teatro, viagens, artesanato até mesmo aprender uma nova profissão enfim tudo que faça com que a pessoa vivencie novas experiências, ainda que estas atividades supostamente não tenham significado nesta altura da vida.
A maturidade e a estabilidade financeira que a aposentadoria pode proporcionar têm estimulado os idosos a explorarem diferentes horizontes de ambições, pretensões, propósitos antes adormecidos, podendo compartilharem suas experiências e saberes.
Culturalmente quando a pessoa se aposenta dirigir-se ao tédio e à sensação de depreciação, consequente à falta de funções sociais e laborais, assim, estar um ambiente de trabalho garante ao indivíduo um valoroso convívio social, que ao ser perdido germina um vazio enorme.
Contudo, o idoso enfrenta dificuldades em diversas parcelas da sociedade, especialmente com pessoas que ainda não sabem conviver com os mais velhos. A nossa sociedade não foi preparada para compreender o oposto, tendo como exemplo o deficiente e o idoso.
Recentemente alguns segmentos têm demostrado preocupação com o destino dos idosos eles estão aproveitando-se sabiamente disso e apostam no bem estar e satisfação; destacando o interesse por exercícios físicos, atividades de lazer, cursos de artesanato, culinária e os encontros de idosos que realizam os bailões onde os idosos se reúnem para dançar e relembrar do passado, como dispositivos que proporcionam a idealização de novos sentidos à vida de quem anteriormente só tinha a possibilidade frequentar lugares que tinham funcionalidades unicamente e exclusivamente assistenciais.
O Centro de Referência da Assistência Social – CRAS é uma unidade pública estatal de base territorial, localizado em áreas de vulnerabilidade social, que abrange um total de até 1.000 famílias/ano. Executa serviços de proteção social básica, organiza e coordena a rede de serviços socioassistenciais locais da política de assistência social (PNAS,2013).
O CRAS atua com famílias e indivíduos em seu contexto comunitário. É incumbido pela oferta dos programas de atenção integral às famílias, o trabalho com famílias deve considerar a compreensão dos diferentes modelos familiares, superando a família nuclear.
De acordo com a PNAS os serviços de proteção básica de assistência social são:
a)Programa de Atenção Integral às Famílias.
b)Programa de inclusão produtiva e projetos de enfrentamento da pobreza.
c)Centros de Convivência para Idosos.
d)Serviços para crianças de 0 a 6 anos, que visem o fortalecimento dos vínculos familiares, o direito de brincar, ações de socialização e de sensibilização para a defesa dos direitos das crianças.
e) Serviços socioeducativos para crianças, adolescentes e jovens na faixa etária de 6 a 24 anos, visando sua proteção, socialização e o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
f)Programas de incentivo ao protagonismo juvenil, e de fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
g)Centros de informação e de educação para o trabalho, voltados para jovens e adultos (PNAS,2013).
Segundo o livro de Orientações Técnicas para o Centro de Referência de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome:
CRAS é uma unidade de proteção social básica do SUAS, que tem por objetivo prevenir a ocorrência de situações de vulnerabilidades e riscos sociais nos territórios, por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, e da ampliação do acesso aos direitos de cidadania. Esta unidade pública do SUAS é referência para o desenvolvimento de todos os serviços socioassistenciais de proteção básica do Sistema Único de Assistência Social – SUAS, no seu território de abrangência. Estes serviços, de caráter preventivo, protetivo e proativo, podem ser ofertados diretamente no CRAS, desde que disponha de espaço físico e equipe compatível. Quando desenvolvidos no território do CRAS, por outra unidade pública ou entidade de assistência social privada sem fins lucrativos, devem ser obrigatoriamente a ele referenciados (BRASIL, MDS, 2009a, p. 9).
Ao interagir com diversos grupos o idoso fortalece a sensação de estar ativo e ter seus direitos validados, frequentar as reuniões semanais nos grupos colabora para a realização pessoal, possibilitando que se sintam integrantes respeitáveis nas atividades do grupo.
A interação com outras pessoas é uma particularidade do ser humano. Uma vez que desde cedo tende a buscar maiores vínculos com os demais a sua volta, construindo ligações afetivas e sociais, motivados por valores culturais do seu ambiente (DORON ,1998).
Interação consiste na ação recíproca entre duas ou mais pessoas, com da troca de experiências, com mediação do ambiente social. A participação de idosos em grupo de convivência é indispensável para a sua saúde, proporcionando inúmeros benefícios, dentre eles a valorização da pessoa idosa e a elevação da autoestima.
5.2. POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO E O SERVIÇO SOCIAL
Na contemporaneidade a longevidade da humanidade, joga luz na realidade do envelhecimento colocando o idoso como sujeito de direitos, reivindicando do Estado políticas públicas que atendam às necessidades básicas desse fragmento da população (SILVA,2016; ALVINO, 2015)
Na realidade a pessoa idosa não quer ser conceituada como aquele que requer de cuidados tempo todo, de fato o processo de envelhecimento precisa ser pesquisado, para que possa promover mudanças.
A Constituição Federal de 1988 expõe em seu artigo 1º no inciso III, o fundamento da dignidade da pessoa humana,
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos
I - A soberania;
II - A cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - O pluralismo político (BRASIL, 1988).
A dignidade da pessoa humana é um princípio universal que está previsto nos Direitos Humano, mas conceituar o que é a dignidade da pessoa humana não é nem um pouco fácil. A Constituição Federal de 1988, enumera um repertório, de direitos individuais e sociais ligados ao princípio da dignidade da pessoa humana.
Diante disso a Constituição Brasileira estabeleceu diretrizes inerentes à pessoa idosa, posteriormente a Constituição avanços na defesa aos direitos do idoso passam ser observados. O idoso tem sido violado cada vez mais com o passar dos anos, onde em 2015 e 2016 foram registradas “68,7% de violações por negligência, 59,3% de violência psicológica, 40,1% de abuso financeiro/econômico e violência patrimonial, sendo para esta população o maior índice desta violação, e 34% de violência física”. (Disque Direitos Humanos Disque 100).
O Estatuto veio para reforçar todos os outros dispositivos legais que defendem o idoso. Em vista disso, a divulgação do mesmo é primordial para que toda pessoa idosa tenha conhecimento de seus direitos e possa reivindicar por eles.
A violação de direitos da pessoa idosa é uma realidade presente em nossa sociedade, quando se chega à velhice, a pessoa começa a enfrentar vários desafios tanto nos aspectos físicos quanto aos de ordem social, esta é uma fase de novas descobertas e conhecimentos.
De acordo com Raul Carvalho e Marilda Iamamoto (1983, p. 77).
A questão social não é senão as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção mais além da caridade e repressão
A reflexão de Carvalho e Iamamoto coloca em evidencia a visão que a sociedade capitalista tem das pessoas idosas, a massa capitalista não reconhece o idoso como um sujeito de direitos. As violações de direitos do idoso exigem do Serviço Social projetos, ações de pesquisa e intervenção, que atendam às necessidades básicas para a sobrevivência e garantia de direitos dos idosos.
Considerando a amplitude do entendimento de questão social, percebe-se que diversas profissões têm suas atuações definidas por ela: o médico que atende males de saúde ocasionado por fome, vítimas de violência doméstica, etc.; como exemplo disso temos o engenheiro que elabora habitações com custos acessíveis; o advogado que contribui da defesa dos direitos das pessoas sem recursos; enfim, existe uma gama profissionais que, também, atuam nas expressões da questão social (FALEIROS,1997, p. 37).
Iamamoto ao analisar o trabalho do assistente social reporta-se a questão social como elemento balizador das desigualdades sociais engendradas pelo modo de produção capitalista.
Os assistentes sociais trabalham com a questão social nas suas mais variadas expressões quotidianas, tais como os indivíduos as experimentam no trabalho, na família, na área habitacional, na saúde, na assistência social pública, etc. Questão social que sendo desigualdade é também rebeldia, por envolver sujeitos que vivenciam as desigualdades e a ela resistem, se opõem. É nesta tensão entre produção da desigualdade e produção da rebeldia e da resistência, que trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno movido por interesses sociais distintos, aos quais não é possível abstrair ou deles fugir porque tecem a vida em sociedade. [...] a questão social, cujas múltiplas expressões são o objeto do trabalho cotidiano do Assistente Social (IAMAMOTO, 1997 apud LEMOS;FACEIRA, 2016, p. 3).
Questão social e suas expressões e suas expressões são as bases de fundamentação do assistente social, em outras palavras, ela pode ser considerada o componente fundamental da conexão profissional e realidade.
Nesse contexto, o assistente social tem a missão de criar meios para intervir nas relações sociais quotidiana, buscando igualdade social e a manutenção da garantia dos direitos civis, políticos e sociais aos que vivem em situação de vulnerabilidade social (crianças, idosos, deficientes físicos ou mental, mulheres, negros, homossexuais etc.).
O crescimento do número de pessoas desempregadas, aumento da pobreza, a introdução das mulheres em novos campos de trabalho, as novas configurações familiares (famílias monoparentais, homoparentais, adotivas etc.) tendem a colocar os indivíduos em situação de extrema vulnerabilidade social e exclusão que se piora diante a atual regressão de direitos sociais.
O projeto ético-político que norteia o Serviço Social tem como fundamentos legitimar direito à liberdade como valor central e dar ao indivíduo a autonomia do social. Ele é a favor da equidade, na universalização de direitos, na ampliação e consolidação de cidadania. Falando da atuação do profissional, o projeto preconiza a evolução profissional com relação ao usuário, é fundamental confiança e dedicação para consequentemente ofertar um serviço qualificado para os usuários, além da participação dos mesmos nas decisões institucionais.
6. CARACTERIZAÇÃO DO CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – CRAS
O CRAS é uma unidade pública descentralizada da política de Assistência Social, responsável pela organização e oferta de serviços da proteção social básica e Sistema Único de Assistência Social (SUAS) nas áreas de vulnerabilidade e risco social do município. Se caracteriza como a principal porta de entrada do SUAS, ou seja, é uma unidade que possibilita o acesso de um grande número de famílias à rede de proteção social de assistência social, realizando ações e serviços voltados para a família, crianças e adolescentes, promovendo impactos na dimensão da subjetividade e da autonomia na garantia de direitos com superação das condições de vulnerabilidades social e potencialidades de riscos.
A Norma Operacional Básica (NOB-SUAS) define detalhadamente os princípios e estruturação da assistência social.
Dentre os elementos fundamentais dessa formulação, destaca-se o território como base de organização do sistema, cujos serviços devem obedecer à lógica de proximidade do cidadão e localizar-se em territórios de incidência de vulnerabilidade e riscos para a população (BRASIL, 2005, p. 43).
O CRAS é o encarregado pela elaboração de programas e projetos de acolhimento e socialização dos indivíduos bem como suas famílias, estabelecendo assim uma ligação direta e cotidiana com o público atendido. Deste modo, é a partir dele a população tem ingresso aos serviços socioassistenciais, tais como: ações socioeducativas, programas de transferência de renda, benefícios eventuais etc.
De acordo com a Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social (NOB) sua gestão tem como eixos estruturantes:
a. precedência da gestão pública da política;
b. alcance de direitos socioassistenciais pelos usuários;
c. matricialidade sociofamiliar;
d. territorialização
e. descentralização político-administrativa;
f. financiamento partilhado entre os entes federados;
g. fortalecimento da relação democrática entre estado e sociedade civil;
h. valorização da presença do controle social;
i. participação popular/cidadão usuário;
j. qualificação de recursos humanos;
k. informação, monitoramento, avaliação e sistematização de resultados
(BRASIL, 2005, p.86-87).
Finalmente, a estruturação dos serviços de assistência social e suas ações são divididas em dois níveis de proteção: Proteção Social Básica (PSB) e Proteção Social Especial (PSE), sendo a PSE dividida em média e alta complexidade, isso demonstra atenção pública e ações diferenciadas para cada nível de desproteção (COUTO, YAZBEK, RAICHELIS, 2011).
A unidade do CRAS de Urupá, foi fundada no dia 01 de outubro de 2006, tendo Fórum na Comarca de Alvorada do Oeste/RO, na época o CRAS funcionava em prédio alugado, hoje é instalado em prédio próprio pertencente à Prefeitura. Hoje se encontram referenciadas em média, mais de 2.500 famílias.
São desenvolvidos Serviços de Proteção e Atendimento Integral a Família (PAIF), Programa Bolsa Família (PBF) e o Benefício de Prestação Continuada BPC/LOAS para idosos com 65 anos ou mais e pessoas com deficiência, além do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) para as faixas etárias a partir de 06 (seis) anos. Oferece ainda o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) como medida de suplementação alimentar e nutricional, onde atualmente o programa atende 15 famílias de baixa renda e todos os serviços de convivência, e também conta com outras políticas sociais. São atendidas ainda, famílias através dos benefícios eventuais municipais, dentre eles: auxílio funeral, auxílio natalidade (kit mamãe bebe), cesta básica e aluguel social. Ele atua com mulheres, homens, crianças, jovens e idosos reafirmando a importância da família e da comunidade na construção da autonomia e da segurança individual.
As ações desenvolvidas no SCFV visam proporcionar o bem-estar da população idosa através do estímulo da autoestima, a saúde, a qualidade de vida e validação dos direitos sociais.
6.1. AS AÇÕES INTERVENTIVAS
Conforme as exigências do Estágio Supervisionado II foi elaborado um projeto de intervenção, que foi aplicado ao grupo de idosos do SCFV do CRAS do Município de Urupá. Construiu-se uma proposta de intervenção baseada na percepção que os idosos/as têm da temática em questão e seus benefícios, tendo em vista que as relações sociais através do convívio social implicam na aproximação dos idosos/as aos demais grupos da sociedade, proporcionando interatividades e trocas de experiências.
O trabalho foi desenvolvido através de encontros semanais com grupo de idosos/as, podendo ser realizada tanto na instituição quanto fora buscando sempre motivá-los a uma vida ativa, utilizando-se da relação humana para promover momentos de descontração e entretenimento.
Durante o estágio contreceram vinte (20) encontros sendo realizados no Centro de Convivência do Idoso de Urupá, realizando atividades socioeducativas, oficinas, diálogos explicativos sobre os direitos sociais e deveres do idoso/a, bem como atividades externas inserindo-os num contexto onde eles são protagonistas. Com os encontros semanais e atividades realizadas, nota-se o compromisso que temos como acadêmicos e futuros profissionais de Serviço Social , compreende-se também a necessidade de um olhar mais humano e digno para esta parcela da população que tanto necessita que seus direitos sejam de fato efetivados.
No dia internacional da mulher a Secretaria de Assistência Social em parceria com o CRAS realizou uma festa que contou com a participação 20 idosos/as sendo 15 mulheres e 05 homens, o evento teve início com a fala da Secretária Municipal de Assistência Social que ao dar as boas-vindas a todos presentes anunciou que a partir daquela data o SCFC passaria a funcionar todas a semanas com dois encontros semanais toda as segundas e quintas-feiras das 14h00min às 17h00min.
Logo após deu a palavra para a Assistente Social Flavineia que falou da importância da Assistência Social na vida dos usuários, que o CRAS é uma porta de entrada para todos os programas sociais oferecidos para a população. Ela explicou porque da minha presença como estagiária e eu iria desenvolver algumas atividades com eles durante algum tempo.
Com o intuito de conhecer os idosos/as e quebrar o gelo do primeiro contato realizou-se uma roda de conversa cuja temática versou sobre “o do idoso e a felicidade, e possível ser feliz na velhice? ” Durante a roda de conversa foram feitas perguntas do tipo “você é feliz? ” “O que é felicidade” “O que traz felicidade ou paz de espírito? ”
Escolheu-se a roda de conversa por ser uma metodologia participativa na qual o diálogo e a escuta são elementos essenciais dos processos de construção de uma dada realidade por um grupo específico (GASKEL, 2002 apud TAJRA, 2015). Por ser um espaço democrático na qual as pessoas podem falar do seu jeito instiga a outra a falar, e nesse processo de interação social as histórias de vida foram aflorando.
A atividade foi bem aceita onde todos falaram um pouco sobre sua vida contando-nos que gostam muito de participar do grupo, pois ali encontram os amigos conversam, trocam experiências, proporcionando assim um momento de reflexão e análise de como era a vida antigamente e como as coisas mudaram na atualidade.
Figura 1– Roda de conversa
Créditos: SILVA 2018-1
Para desenvolver a roda de conversa se contou com a colaboração da psicóloga do CRAS Patrícia Lima da Silva. Durante a conversa observou-se que elas sentiam-se à vontade em falar um pouco de suas vidas, quando fizemos isso ficou bem nítido. Por exemplo quando perguntamos o que é felicidade? A idosa A disse: “a felicidade para mim é poder estar entre amigos, conversar, pois, quando eu era jovem não tinha essa oportunidade de fazer essas coisas por que o meu pai e o marido eram muito rígidos”. (SIC)
A idosa B já diz: “Para mim é eu ir onde eu quiser, dançar meu forrozinho sem ter que dar satisfação para ninguém”. (SIC)
Com relação sobre o que traz felicidade ou paz de espirito a idosa C relata: “O que me deixa muito feliz e ver meus filhos e netos com saúde e saber não falta nada para eles. ” (SIC)
Essa atividade foi de grande contribuição para a nosso estudo, uma vez que eles falaram sobre suas vidas, que gostam de fazer, como são suas relações com sociedade em geral, como veem o convívio social e como essa prática pode mudar suas vidas resgatando as suas lembranças do passado.
Figura 2 - Mulher
Créditos: SILVA, 2018/1
Nesse mesmo dia ainda foi realizada a apresentação dos slides sobre a situação da mulher na contemporaneidade. Essa temática não foi escolhida aleatoriamente, mas pelo contrário o número de mulheres vítima de violência doméstica no Brasil cresceu exponencialmente.
Entre janeiro e novembro de 2018, a imprensa brasileira veiculou 68.811 casos de violência contra a mulher, conforme a base de dados da Linear Clipping utilizada pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, da Câmara dos Deputados[...].
Foram 32.926 notícias de estupro, com 43% das vítimas tendo menos de 14 anos de idade e quase a metade dos crimes (49,8%) sendo cometidos por companheiros e parentes. A pesquisa da Comissão revela ainda 14,79% casos de violência doméstica cometida em 58% das vezes por namorados e maridos atuais ou ex. No caso de feminicídio, ou seja, o assassinato de mulheres motivados por discriminação pela condição feminina, foram registradas 15.925 notícias, com 95% dos assassinos sendo maridos, namorados ou ex-companheiros (REDE BRASIL ATUAL, 2019).
Nesta atividade foi pontuado que oa/as idosos/as necessitam destes esclarecimentos mesmo porque este grupo não está imune desse fenômeno social. Cabe destacar que a maioria dos idosos que participaram das atividades são mulheres. Lyod -Sherlock (2002 apud CAMARANO, 2003) assinala que a velhice não seja universalmente feminina, ela possui um forte componente de gênero.
A predominância da população feminina entre os idosos é resultado da maior mortalidade masculina. Em 1980, a esperança de vida feminina foi de 65 anos, 6,4 mais alta do que a masculina. Em 2000, este diferencial aumentou para 8,7 anos, dada a mais acentuada redução da mortalidade feminina4 . Essa predominância tem repercussões importantes nas demandas por políticas públicas, pois se acredita que a maioria dessas mulheres atualmente, seja viúva, sem experiência de trabalho no mercado formal, menos educada etc., além de experimentar piores condições de saúde. Isto requer uma maior assistência tanto do Estado como das famílias. O cuidado com membros dependentes da família é determinado pelas trocas intergeneracionais e um assunto com fortes características de gênero. Em geral, são as mulheres as mais dependentes de cuidado e as tradicionais “cuidadoras”. Cuidar de netos é, em geral, visto como uma extensão do trabalho doméstico feminino( CAMARANO,2003,p.38).
As idosas brasileiras de modo geral não tiveram oportunidade de ter um trabalho remunerado, normalmente começaram a trabalhar muito cedo nas lavouras de café para ajudar nas despesas da família. Depois de casadas o cenário não muda muito permanecem ajudando na lida dessa vez em companhia do marido e assim os anos se passaram e sem que as mesmas tivessem oportunidade de estudar ou até mesmo de ter um dinheiro que seja dela, para comprar uma roupa ou algo que para seu consumo e não para atender as necessidades da casa.
Nesse momento a idosa A fala: ” eu comecei a trabalhar com 09 anos na roça meu pai nunca me deixou estudar quando casei foi a mesma coisa não tinha direito de fazer nada que me desse prazer minha vida sempre foi trabalhar” (SIC)
A idosa B relata: ” eu também comecei a trabalhar cedo depois que casei meu marido me proibia de tudo, mais hoje estou viúva e estou vivendo tudo que não pude viver na juventude e nem ligo se povo fala de mim a vida e uma só” (SIC)
O idoso C pontua: ”a mulher hoje tem mais oportunidade, pode estudar, trabalhar eu tenho 05 filhas e nunca proibi elas de fazer nada por que não queria que elas sofressem como minhas irmãs sofreram na idade delas” (SIC)
Na atualidade a mulher tem papel importante frente as famílias, e muito comum observar idosas que são a provedora da família, assumem as responsabilidades da casa. Para Camarano (2003, p.59)
A mulher brasileira, mesmo idosa, continua desempenhando o seu papel de cuidadora, mas assumiu também o de provedora. Observou-se uma melhoria absoluta e relativa nas suas condições de vida, medidas por indicadores de rendimento, o que repercutiu nas suas famílias. Do ponto de vista dos arranjos familiares, são crescentes as taxas de chefias de família femininas e decrescentes as de mulheres classificadas na categoria de ‘outros parentes’. Além disso, apenas 40% das famílias de idosas podem ser chamadas de ‘ninhos vazios. As demais podem ser caracterizadas como “ninhos que estão se enchendo de filhos e netos”, onde a renda da mulher assume um papel muito importante no orçamento família.
As idosas de hoje na atualidade estão assumindo papéis que não esperados nem pela literatura nem pelas políticas públicas (CAMARANO, 2003). Elas estão se transformando em um agente de mudança social. Para efetivação desse processo vale destacar o papel desempenhado pela Previdência Social ( urbana e rural) , e pela Lei Orgânica da Assistência Social(LOAS) , as quais asseguram renda mínima para o segmento da população feminina idosa e pelas melhorias nas condições de saúde provocadas tanto pelo avanço na tecnologia médica como pelo maior acesso da população aos serviços de saúde. Além disso, esses benefícios têm sido fundamentais na redução do grau de pobreza entre as famílias que têm idosos.
Outra atividade proposta consistiu um trabalho em rede como uma estratégia de enfrentamento a fenômenos sociais, olhando por este prisma acionou-se a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER) que enviou um extencionista que tem desenvolvido um trabalho de massoterapia com idosos daquele grupo, nesse encontro contou-se com a presença de 18 idosas sendo 16 mulheres e 02 homens.
O toque proporciona conforto e aumento da autoestima, a sua ausência pode causar barreiras significativas ao desenvolvimento dos seres humanos, pois ele é necessário para o crescimento, desenvolvimento e função imunológica. Na terceira idade receber o toque humano sem precisar dividir a atenção com mais ninguém é muito importante[...]. O seu estado de movimento e bem-estar é muito influenciado pela presença do massoterapeuta combinada com a massagem, pois esse profissional através de técnicas passivas oi ativas de amplitude de movimento para as articulações, irá aumentar a produção do líquido sinovial, consequentemente a função lubrificante do líquido aumenta a amplitude de movimento (BRAUN; SIMONSON, 2007 apud PINOTTI; CASAGRANDE; DELLANTONIO, s.d.p.8)
Além dessa atividade foi desenvolvida uma ação cujo o objetivo era o fortalecimento das relações sociais e seus benefícios para pessoas idosas. Os/as idosos/as destacaram que gostam de participar de grupos voltados para a pessoa idosa por se sentirem acolhidos, amados. Relataram ainda, que por vezes sentem-se excluídos por parte da sociedade e também da família.
“Acho que meu filho não gosta de mim” (SIC), diz uma idosa ao reclamar que o filho não lhe dá atenção. “As pessoas acham que os idosos não servem para mais nada” (SIC) falou outra, diante dessas falas podemos perceber que a exclusão dos idosos por parte da família e da sociedade ainda é muito grande, e o convívio social tem a função de mudar isso de colocar luz sob essas pessoas que já viveram tantas coisas e ainda tem muito a nos ensinar.
Nas sociedades antigas os idosos eram líderes, respeitados por sua sabedoria e experiência de vida, com a modernidade os idosos ocupam o lugar de “fardo que as famílias precisam carregar”. Por isso a sua presença não é bem-vinda uma vez que representa a finitude do ser humano, tal realidade para muitos jovens e adultos é algo ainda muito distante de seus pensamentos.
É nesta sociedade guiada pela racionalidade pós-moderna que resta muito pouco para o/a idoso/a haja vista que os jovens são mais privilegiados. Os /as idosos/as por não estar inseridos no processo produtivo eles são rejeitados não só pela sociedade do trabalho, mas também pelos familiares, o que termina por induzi-los a não aceitação de sua própria identidade como idoso.
Nesse cenário social de predomínio da efemeridade e da não permanência, há pouco espaço para os idosos que acabam por ficar desprotegidos e marginalizados, contexto esse que tem como resultado a dificuldade de auto aceitação e mesmo de rejeição, por parte do idoso, de seu próprio envelhecimento. (RODRIGUES; SOARES, 2006 p. 5)
Foi realizado ainda a dinâmica: eu não vivo sozinho no mundo, que foi desenvolvida da seguinte forma: eles sentaram em círculo com um dos braços e receberam uma bexiga e foram orientados a encher a bexiga usando apenas uma das mãos e sem dobrar o braço.
Figura 3 – Eu não vivo sozinho no mundo Dinâmica
Crédito SOARES 2018-1
Eles ficaram algum tempo sem entender como iriam fazer a bexiga se encher da maneira que foi sugerido, após falar algumas vezes para refletirem como poderiam fazer isso para lembrarem da conversa que se teve antes da dinâmica uma idosa se levantou e foi até o senhor que estava sentado à frete dela e pediu que ele enchesse para ela.
Então os outros fizeram repetiram , depois que todos estavam com a bexiga cheia eu expliquei o motivo da dinâmica falei que não podemos viver sozinhos que devemos contar sempre com a colaboração do outro, que guardar os problemas só para nós não é a melhor escolha, pois o isolamento aumenta as chances de depressão.
A idosa A falou: “Agora ficou claro pra mim que não posso viver sem os outros” (SIC).
Após a senhora B disse: “Por isso que a gente tem que ter amigos e ficar perto da família” (SIC).
As relações sociais também promovem o bem-estar mental no idoso, a falta de convívio social pode causar vários severos efeitos negativos na capacidade de raciocínio, percepção e memória geral, além de quadro depressivo. As pessoas que estão em contato com as outras podem ser mais inclinadas a ter hábitos saudáveis, a ajuda dada ou recebida contribui para o aumento de um sentido de controle pessoal, tendo uma influência positiva no bem-estar psicológico de cada um.
Portanto, a interação social é um fator de proteção no envelhecimento ativo e saudável, deve fazer parte do nosso curso de vida, assim, quando chegarmos na velhice não nos sentiremos desamparados. E necessário ressaltar a importância de estabelecer novas relações, nos inserirmos em grupos e estarmos ativos em nossa comunidade.
Outra ação desenvolvida envolveu a arte como ferramenta. Segundo Fischer (2007) a arte eleva o homem de um ser em estado de fragmentação a um ser de estado íntegro, capacitando-o para a compreensão da realidade, tornando-o mais humano. Logo, ela pode ser usufruída como ferramenta amenizadora e influenciadora do cidadão em diferentes fases de sua vida, colaborando para melhoria da qualidade de vida. Para Azambuja (2005) o fazer artístico não é uma forma de relaxamento e lazer, é na realidade, uma ampliação da vitalidade do interior do indivíduo. Assim, o “criar” representa uma “energização da vida” e nessa perspectiva o/a idoso/a tem que estar aberto para a inovação e mudanças haja vista que imaginação humana deve ser alimenta e retroalimentada pelas situações reais vivenciadas por eles.
Baseado nisso, com objetivo de trabalhar a coordenação motora a atividade proposta foi um artesanato, confecção de flores em tecido para lembrancinha do dia das mães estiveram presente nesse encontro de 18 idosos,15 mulheres e 03 homens a coordenadora do SCFV iniciou explicando para eles sobre o que seria desenvolvido naquele dia, em seguida sentamos e foi explicado como era confeccionada uma rosa .
Figura 4 – A rosa
Crédito SOARES 2018-1
Na realização da atividade foi possível identificar o quanto eles se sentiram importantes e valorizados por fazerem as lembrancinhas que depois seriam dadas às mães do grupo.
Neste momento de interação o idoso A disse: “Eu estou me sentindo muito feliz por que estou conseguindo fazer direitinho e também por que eu mesmo estou fazendo a lembrancinha da minha mulher” (SIC)
A idosa B disse: ”quero levar uma flor dessa pra mostrar pra minhas amigas idosas que não ta vindo participar das reuniões pra elas ver que aqui a gente faz coisas legais” (SIC).
Figura 5– A rosa
Crédito: SOARES 2018-1
Momentos de descontração e alegria, motivando o grupo mostrar habilidade manual, e o que impressiona é o poder que o convívio em grupo de trazer lembranças que os idosos/as fazem questão de compartilhar. Os benefícios e conquistas alcançados através da convivência social são de grande importância para o ser humano ao longo de vida, ao contrário de ideias conservadoras que limitam a vida dos idosos/as.
Para realização desta atividade contou-se com a colaboração de toda equipe do CRAS, funcionárias do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) e as duas estagiarias do Serviço Social.
Para comemorar o dia das mães com idosas do grupo foi realizado um evento com intuito de aproximar os idosos da família e da sociedade e intervenção estendeu-se para os companheiros das idosas e filhos/as. A Assistente Social falou sobre o dia das mães e o seu papel na família, em seguida ocorreu uma sobre a autoestima e idosos.
Figura 6– Palestra
Créditos: SILVA 2018-1
A palestra foi sobre a autoestima e como ela pode afetar o convívio social e familiar, como a sociedade impõe um modelo de beleza e como com passar dos anos a cobrança pelo corpo bonito aumentam e acabam fazendo a pessoa idosa se sentir fora dos padrões, comecei perguntando se alguém sabia o que era autoestima.
“Acho que é a gente se sentir bem, pode novo ou velho ou gordo ou magro não interessa o que importa e agente se sentir bonita” (SIC) respondeu a idosa A
“Quanto era novinha era cheia de namorado agora e difícil arrumar alguém, os homens da minha idade quer as novinhas. ” (SIC) desabafou a idosa B
Um idoso disse: ” No meu tempo mulher bonita era as que tinham corpo farto, não gorda sabe mais corpo grande hoje em dia quanto mais seca a mulher e mais bonita o povo fala que ela é eu não entendo isso” (SIC)
A idosa C relata: “ Sabe minha filha eu já fui muito bonita hoje por causa das rugas que os anos me deu meus netos as vezes riem de mim e eu me sinto feia por causa disso as vezes não sinto nem vontade sair de casa com vergonha” (SIC)
” eu não ligo para o que o povo fala se eles me acha feia problema deles, uso meu batom vermelho minhas roupas coloridas e me divirto como posso e gosto” (SIC) idosa D
Algumas das filhas que estavam presentes fizeram questão de deixar claro o amor e admiração que sentem por suas mães. “Amo minha mãe devo minha vida a ela” (SIC) disse a filha1;
A filha 2 diz: “Minha mãe é linda as rugas que ela tem no rosto são sinais de experiência” (SIC);
A filha 3 relata: “Ela sempre trabalhou muito para não faltar nada a mim e meus irmãos e já sofreu muito na vida” (SIC).
O Serviço Social tem como missão precípua tecer considerações e reflexões sobre a questão do idoso/a baseado numa visão transformadora e crítica, despertando em ambas cuidado e o respeito pela pessoa idosa. Isso nos servirá como sinal de valorização e de respeito pelo nosso próprio futuro, pois haveremos de adquirir idade e inevitavelmente nos confrontaremos com a velhice. O Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) encampou na sua agenda as reflexões da condição de envelhecimento da população brasileira.
Falamos de quem tem parte de sua história de vida dedicada à produção material e social da riqueza, da qual toda a sociedade usufrui, mas nem sempre retribui com políticas de proteção social. São histórias de vida dilaceradas pela condição alienada de trabalho, condicionadas ainda por determinações sociais que qualificam a forma de envelhecer. Tornar-se velho, embora seja uma condição humana própria da existência, não pode ser avaliado de forma abstrata, sem o recorte concreto das condições de vida ( CFESS Manifesta, 2016)..
Como proposta de conscientização ao combate a violência contra pessoa idosa, foi realizada uma caminhada pela cidade com a participação de vários idosos/as do município e do Prefeito da Cidade Celio Lang.
Figura 7– Caminhada
Créditos SOARES18/1
A caminhada seguiu pelas ruas da cidade até o bosque municipal onde foi servido um café da manhã.
Figura 8 – Café da manhã
Créditos SOARES 2018-1
Não há nada mais prazeroso do que comer com os amigos, pois é a comida que harmoniza e favorece as relações sociais; a comida, ao realizar um encontro, promove união, embora eventualmente as refeições possam resultar conflitos entre os comensais (DAMATTA, 1996). O mais relevante na alimentação humana é com quem comemos, pois envolve partilha O “comer juntos” fortalece o relacionamento da família ou grupo, pois envolvem trocas de experiências e sensações.
Depois do café foi seguimos a caminhada até ao Centro de Convivência onde a Secretaria Municipal de Assistência Social falou sobre o dia 15 de junho e como iria prosseguir as atividades neste dia. Em seguida foi realizada uma palestra sobre os vários tipos de violência que os idosos podem sofrem, principalmente a violência financeira. Para Lopes ( 2011, p.49)
O abuso financeiro ou material diz respeito à exploração ilegal ou imprópria, ou uso de fundos financeiros ou recursos materiais do idoso. Também estão incluídos a extorsão e controlo do dinheiro da pensão, a apropriação de bens móveis e imóveis e a exploração dos idosos como, por exemplo, a coação à mendicidade.
Quando questionados se algum deles sabia responder que tipo de violência era essa a idosa A levantou a mão e respondeu: ”e quando um filho ou outra pessoa pega o cartão do idoso recebe o benefício dele e não compra remédio, comida e outras coisas que o idoso precisa” (SIC).
O estatuto do idoso em seu artigo 99 está claro que ,
expor a integridade física ou psíquica do idoso a perigo resulta em pena de reclusão de dois meses a um ano e multa, com benefício da suspensão condicional. Se a violência se relacionar a lesão corporal de natureza grave, então a pena será de reclusão de um a quatro anos, mas se resultar em morte, a reclusão será de quatro a doze anos sendo que, nesse caso, não há benefício da suspensão condicional do processo (BRASIL, 2013).
Figura 9 – Violência contra pessoa idosa
Créditos SOARES 18/1
A palestra foi forma mais informal para que eles pudessem compreender o que se tinha exposto. A idosa B colocou o seu ponto de vista dessa forma: “Não acho justo quando o próprio companheiro pega o dinheiro da mulher isso é uma violência e tem que denunciar” (SIC). Desse modo, o indivíduo que deixar viabilizar as necessidades básicas do idoso tais como: alimentação, garantia à saúde e o convívio familiar e social, pode ser punido de 6 meses a 3 anos de reclusão, além de multa. O profissional da área de saúde que não denunciar uma situação de violência identificada, será também penalizado (BRASIL, 2013).
Em relação a saúde do/a idoso/a foi realizada uma ação interventiva que contou com a participação da Secretaria Municipal de Saúde que disponibilizou uma equipe composta por uma técnica de enfermagem, uma enfermeira e três agentes para realizar exames rápidos de glicemia, hepatite, sífilis e HIV dos idosos presentes.
Figura 10 – O exame
Créditos: SERRE, 2018/1
Após os testes foi servido almoço e na parte da tarde voltamos a atividades com sorteios de brindes. Que foi realizado pela Secretaria de Assistência Social e estagiárias, foi momento de muita descontração.
Figura 11 – Forro
Crédito :SERRE 2018-1
Falar sobre a dança como uma atividade física para os/as idosos/as nos reporta “[...] a um universo complexo de linguagens, emoções, significados, estilos, ritmos, movimentos, entre tantas outras formas de se olhar para essa atividade física e artística” (BELO; GAIO, s.d., p.129). A dança como manifestações artísticas remonta mais antigas civilizações na qual se expressam emoções e sensações que emergem do corpo em movimento. Para Viana (1990 apud SILVA, 2014) a dança e a arte se confundem com a vida e despertam um desejo eminente e permanente de investigação.
Figura 12: Esquema explicativo dos benefícios da dança para a Terceira Idade
Fonte: Silva, 2014.
A dança vista como atividade física pode ajudar na tonificação dos músculos, na melhoria da respiração, e essencialmente no equilíbrio, o grande responsável por acidentes entre os idosos.
Ela trabalha as relações sociais, pois normalmente é praticada em grupo na maioria. É imprescindível para o bem-estar do idoso ele mantenha uma rotina, pratique atividades que ofereçam a sensação de sentir-se vivo e emancipado. a dança pode oferecer tudo isso aos idosos bem como as demais faixas etárias.
Face a esse panorama descrito verifica-se que se torna necessário criar programas educacionais junto as instituições sociais e principalmente as famílias com o intuito de fortalecer os vínculos e ações permanentes para proteger os/as idosos/as.
7. CONCLUSÃO
O direito a convivência social e familiar do idoso foi o que pautou o presente trabalho, é inquestionável a repercussão das atividades coletivas desenvolvidas com os ' e estabelece meios para a socialização e/ou ressocialização. A Constituição Federal de 1988 já estabelecia os direitos dos/as idosos/as no sistema legal, a partir de então a pessoa idosa passa ter proteção do Estado, da sociedade e da família.
Com o aumento da população idosa, muitas mudanças foram necessárias, especialmente no âmbito social. A sociedade precisa compreender que o envelhecimento faz parte do ciclo natural da vida. Para uma velhice saudável o envelhecimento psicológico deve ser banido, com o apoio da família e da sociedade, o idoso na contemporaneidade conta uma política nacional pensada única e exclusivamente para atender suas necessidades básicas, a lei de nº 8.842/94, mas apesar de ser considerada uma ferramenta eficaz, o governo precisa investir mais para efetivação de políticas públicas.
Ainda que o Estatuto do Idoso promove atividades que contribua com a promoção à longevidade e a qualidade de vida desse segmento, a família, a sociedade e o poder público não estão preparados para a nova realidade demográfica. Deste modo, o estatuto só mudara a realidade do idoso se todos os segmentos da sociedade e não apenas o governo colaborar para melhoria da qualidade de vida dessa faixa etária.
A sociedade e a família, precisam compreender o envelhecimento como um progresso e não como um peso. É necessário salientar que o art.1 inciso III da Constituição Federal 1988 garante que um dos fundamentos do Estado democrático é a dignidade da pessoa humana.
Os grupos de convivência são de grande relevância para a interação social, pois as atividades propostas nos grupos visam proporcionar a pessoa idosa qualidade de vida, a socialização entre idosos, envolvendo a comunidade e a família. Contudo, na pesquisa ficou nítida o contentamento dos idosos em relação ao grupo, isso ficou subentendido quando eles relatam o prazer em sair de casa para ir as reuniões semanalmente, participar das rodas de conversas, da dança, e demais atividades, o grupo contribui com a melhoria da autoestima e independência do idoso.
Não podemos esquecer que ainda é muito grande o número de idosos que sofrem com preconceito e as mais variadas violências por parte da sociedade e da família.
Por fim, é preciso deixar claro que a convivência familiar precisa ser vista como um direito e não uma obrigação, a família e a sociedade precisam ser sensibilizar a convivência não pode forçada para que o fortalecimento dos vínculos aconteça de fato.
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Publicado por: luciana serre da silva
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