O SABER DA FÍSICA PRÁTICA: METODOLOGIA DE UM ENSINO PROFÍCUO

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1. RESUMO

A Física no Ensino Médio e Fundamental é casualmente lecionada de forma meramente abstrata, isolando-a de experiências cotidianas. Experiências essas que são de vital importância para o aluno se identificar com as situações problema e se interessar mais pela aula. Neste cenário, buscar evoluir e inovar se torna cada vez mais necessário para uma aula de qualidade, como analisado e concluído em palestras como a do professor português António Nóvoa. O objetivo deste estudo é gerar uma metodologia de ensino mais atrativa aos educandos, através de experimentos de baixo custo sobre cada tema explorado em sala, atuando na Física Prática, deixando o abstrato ladeado com a prática a fim de conseguir o interesse deles ao mostrá-los que a Física está em tudo que vemos. O trabalho realizado teve caráter qualitativo. Estudou-se o contexto histórico, as causas da dificuldade em Física, e como se sobrepor a ela, através de livros de renomados Físicos como Stephen Hawking e Albert Einstein. É esperado que os estudantes demonstrem um grande interesse na Física ao observar como ela está presente no cotidiano, e a quantidade exorbitante de utilidades que podemos dar a esses conhecimentos adquiridos na disciplina, assim como realizado pelo professor Fábio Raimundo da Escola da Ilha, contudo é necessário ter cautela com quais experimentos os alunos poderão realizar sem correrem nenhum risco.

Palavras–chave: Metodologia. Experiências. Física Prática.

ABSTRACT

Physics in high school and elementary school is casually taught in a merely abstract way, isolating it from everyday experiences. These experiences are of vital importance for the student to identify with the problem situations and be more interested in the class. In this scenario, seeking to evolve and innovate becomes increasingly necessary for a quality class, as analyzed and concluded in lectures such as that of the Portuguese professor António Nóvoa. The objective of this study is to generate a teaching methodology more attractive to students, through low-cost experiments on each theme explored in the classroom, working in Practical Physics, leaving the abstract side by side with practice in order to get their interest by showing it. Them that Physics is in everything we see. The work performed was qualitative. We studied the historical context, the causes of the difficulty in Physics, and how to overcome it, through books by renowned Physicists such as Stephen Hawking and Albert Einstein. It is expected that students show a great interest in Physics when observing how it is present in everyday life, and the exorbitant amount of uses that we can give to this knowledge acquired in the discipline, as proven with the method applied by professor Fábio Raimundo from Escola da Ilha, however it is necessary to be careful with what experiments students can perform without running no risk.

Keywords: Methodology. Experiences. Practical Physics.

2. INTRODUÇÃO

A Educação para os alunos do Ensino Médio e Ensino Fundamental, atualmente, enfrenta diversos desafios, e dentre eles encontra-se a dificuldade no ensino da disciplina Física. Tal dificuldade decorre de diversos fatores, como a falta de interesse do estudante na disciplina, sua relutância com matérias que envolvam cálculos e raciocínio lógico, e o maior número das aulas lecionadas pelos docentes terem foco excessivo nas fórmulas e equações da Física.

Os professores devem buscar uma saída desse marasmo, e um modo de revigorar suas explicações, para conseguir a atenção dos estudantes. No entanto, será possível “quebrar o tabu” de que Física é somente cálculo? Sim, é possível. Mostrando aos educandos que Física faz parte do dia a dia de todos, que é possível aprender divertindo-se, realizando experiências simples e baratas, testando com objetos comuns situados na própria escola ou mesmo na casa dos educandos em caso de tarefas, tomando sempre o devido cuidado, provando teorias e explicando conceitos muito importantes propostos por influentes físicos e filósofos, tirando-os do papel.

Para elevar a qualidade das aulas de Física é necessário torna-la mais atrativa, mais interessante aos olhos dos estudantes, e para isso é preciso inovar. O Professor Universitário português António Nóvoa (2017) acredita que os educadores hoje precisam de coragem para inovar na educação, visto que ela se encontra sem vida. A educação hoje precisa de uma dinâmica diferenciada, a tecnologia já dispersa muito os alunos dos livros, então há de se mudar uma das táticas do ensino da Física.

A fim desse propósito, a pesquisa abordará o tema “Proposição de uma Metodologia de Ensino de Física no Ensino Médio e Fundamental aplicando Experimentos Didáticos”, que oferece um amplo campo de pesquisa e abrange elementos muito ricos e diferenciados em métodos de ensino.

Já seu desenvolvimento, será fundamentado em livros do renomado físico teórico Albert Einstein, do brilhante e prestigiado físico Stephen Hawking, em palestras online, como a do professor universitário português António Nóvoa, em aulas ministradas pela UNIP EAD, em artigos como o do professor Antonio Tarciso Borges e do próprio Ministério da Educação.

Essa forma de ensino inovadora, que tem potencial de cumprir esse dever com os educandos e com a Física, é a metodologia baseada em experiências científicas, ou seja, um método que possibilite ladear a parte teórica e matemática da Física, a qual os alunos apresentam mais dificuldade, com a parte prática, a parte onde realmente vemos a aplicação e utilidade dessa área do conhecimento. Assim, a Física será tratada não de forma cansativa, mas sim de forma interessante, e a quantidade de estudantes e professores que se beneficiarão será enorme.

2.1. Objetivos

2.1.1. Objetivo Geral

O trabalho tem como objetivo geral prover uma metodologia baseada em um equilíbrio da parte teórica com a parte prática, através de experiências didáticas de baixo custo, para que possa ser utilizada pelos docentes a fim de elevar a qualidade de ensino da Física na Educação Básica. Desta maneira, mediante as experiências didáticas, os alunos observarão diretamente o saber da Física Prática, verão a real utilização do conhecimento adquirido em sala, e o docente conseguirá atrair mais a atenção e o interesse de seus aprendizes.

2.1.2. Objetivos Específicos

Os objetivos específicos do trabalho englobam investigar o contexto histórico acerca da dificuldade no estudo da Física, e para isso será utilizado, por exemplo, a trajetória da Física, desde Aristóteles, explicada no Livro “Uma breve história do tempo” escrito pelo  famoso físico teórico, cosmólogo britânico e professor Stephen Hawking, e o contexto sobre o ramo da Física Teórica no livro “Como vejo o mundo” escrito pelo grandioso físico teórico Albert Einstein, além de analisar relevantes pontos, sobre o tema, a serem levados em consideração no livro “Breves Respostas para Grandes Questões” também de Stephen Hawking. Realizar análises da palestra do professor catedrático, do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, António Nóvoa (2017), doutor em Ciências da Educação, História Moderna e Contemporânea, sobre desafio do trabalho e formação de docentes. Analisar também o artigo do professor Antonio Tarciso Borges sobre novos laboratórios escolares de ciências, além da Coleção “Explorando o Ensino - Física” do MEC (Ministério da Educação) e alguns outros relacionados.

2.2. Organização do Texto

Nestes aspetos, num primeiro momento, o propósito deste trabalho será abordar a dificuldade na Física como um todo, o porquê de ser difícil, por que, para muitos, ela se resume tanto em apenas fórmulas, por que trabalhar com ela de uma forma diferenciada é necessário, além de dar ênfase também a parte histórica. Nessa parte também serão explicados os detalhes da metodologia, sua necessidade no meio escolar, e um exemplo de aplicação de seus conceitos pelo professor Fábio Raimundo da Escola da Ilha, com retorno deveras positivo.

A segunda parte deste trabalho tem por objetivo explicitar como ensinar com as experiências científicas, que tipo de experiências são simples de elaborar com os alunos, quais métodos usar para isso na sala de aula, saber justificar aos educandos qual a utilidade de cada processo aprendido, como funciona no dia a dia, além de deixar claros os cuidados que se deve sempre ter com as experiências. Também será exposto, nesse momento, algumas conquistas que a experimentação trouxe para a humanidade.

O terceiro capítulo busca enunciar os resultados obtidos no decorrer do trabalho, e realizar, através de argumentações, uma discussão sobre o tema com base nesses dados, além de explicitar a utilidade do método em prol dos estudantes para fins pós-escolares.

3. CAPÍTULO I: A DIFICULDADE EM FÍSICA

Nos dias de hoje, “a maioria das pessoas acredita que ciência de verdade é difícil e complicada demais” (HAWKING, 2018, p. 28), e essa condição se aplica também, se não principalmente, aos alunos da Educação Básica Brasileira. Alunos esses que se deparam com uma dificuldade imensa em ciências exatas, e por conta disso perdem muito o interesse nessas disciplinas, dificultando o trabalho do professor em sala de aula. Entretanto, é possível superar essa adversidade. Segundo o físico teórico britânico Stephen Hawking (2018, p. 28) “a maioria pode compreender e apreciar as ideias básicas, se forem apresentadas de maneira clara e sem equações [...]”. 

As equações e a matemática em si têm grande importância e relevância na Física, o próprio “princípio fundamentalmente criador está na matemática” (EINSTEIN, 2016, p. 129). Porém, as equações e fórmulas estão presentes na Física apenas devido ao critério de utilização que a própria experiência impõe sobre elas (EINSTEIN; Albert, 2016, p. 129). Ou seja, a matemática só se torna útil na Física se colaborar com o desenvolvimento, e facilitar a realização das experiências. Pode-se dizer então que as equações dependem das experiências, e as experiências são aprimoradas pelas equações. Portanto, é necessário equilibrarmos a parte matemática presente na Física com a parte Prática, fazendo assim um verdadeiro método correto de aprendizagem.

 A partir desse foco não só nas equações, mas também na apresentação clara, a utilização de Experimentos Didáticos se destaca, pois nada mais prático e esclarecedor do que ver o conhecimento adquirido sendo verdadeiramente utilizado. No decorrer dos tempos este tópico foi colocado em pauta diversas vezes, nas mais variadas circunstâncias.

Esse obstáculo no ensino da Física, tanto para os estudantes do ensino médio quanto num geral, está relacionado a todo um contexto histórico, afinal de contas essa ciência que estuda a natureza e seus fenômenos nem sempre foi da forma como a conhecemos hoje. Então de onde vêm a dificuldade em Física? Como era antes dela ser como a vemos hoje? Quando e por que ela começou? Quem foram os principais responsáveis por isso? Para responder essas e outras questões é necessário retroceder até a antiguidade.

3.1. Contexto Histórico

Na idade antiga, surgiam os chamados filósofos naturais, precursores do que viriam a ser os Físicos, que buscavam explicar de forma racional, sem influência de religiões ou crença em magias, os fenômenos da natureza. Esses foram os primeiros a questionar o funcionamento da natureza dessa maneira, mas, mesmo muitas vezes suas ideias serem originadas de observações, eles não antepunham o empirismo. Não acreditavam que haveria obrigatoriedade de testar e realizar experiências para verificação, utilizavam principalmente da pura razão para justificar as ocorrências do mundo. E devido a esse uso prioritário da razão como método de esclarecimento não havia tanta dificuldade em entender o pensamento desses filósofos.

Um dos principais filósofos naturais que temos conhecimento foi Aristóteles, que “afirmava ser possível encontrar todas as leis que governam o universo através do puro pensamento: não era necessário verificar pela observação” (HAWKING, 2015, p. 27). Ele teve enorme influência na ciência de modo geral, suas ideias perduraram por quase dois milênios, mas, devido ao diminuto uso da experimentação nos estudos quanto a Física, essas ideias ainda não descreviam corretamente a realidade.

Porque o pensamento lógico, por si mesmo, não pode oferecer nenhum conhecimento tirado do mundo da experiência. Ora, todo conhecimento da realidade vem da experiência e a ela se refere. Por esse fato, conhecimentos deduzidos por via puramente lógica, seriam, diante da realidade, estritamente vazios. (EINSTEIN, 2016, p. 126).

No entanto, por mais que a Física elaborada por Aristóteles e pelos outros filósofos naturais, na maioria das vezes, não fosse viável, nem correta, esses pensadores tinham tamanha imaginação e curiosidade para buscar, diferente de seus antecessores, uma real explicação natural - e não sobrenatural - para os mistérios que agoniavam as mentes carentes de explicações mais fundamentadas para os fenômenos da natureza. Antes disso essas se viam coagidas, pela angústia da incerteza, a buscar respostas apenas através da fé em seres divinos e onipotentes.

A visão dos filósofos naturais e a tradição aristotélica chega ao fim com os trabalhos do primeiro físico, chamado Galileu Galilei, que, “talvez mais do que qualquer outro indivíduo, foi o responsável pelo nascimento da ciência moderna” (HAWKING, 2015, p. 233). Galileu acreditava que o homem podia compreender como o mundo funciona através de observações do mundo real (HAWKING; Stephen, 2015, p. 233).

Desse modo Galileu, graças ao conhecimento empírico, e sobretudo por ter se batido violentamente para impô-lo, tornou-se o pai da Física Moderna e provavelmente de todas as ciências da natureza em geral. (EINSTEIN, 2016, p. 126).

Com a chegada de Galileu, o método empírico, bastante verossímil através de suas observações e experimentações, ganhou mais aceitação e substituiu o antigo método aristotélico do pensamento estritamente lógico. Nesse momento, o conhecimento científico teve um enorme avanço, pois junto com a preocupação em verificar as teorias pela observação, surge também o aumento da aplicação da matemática para maior exatidão nos resultados.

À vista disso, com a presença das equações e fórmulas nesse ramo do conhecimento, a Física passou a abstrair cada vez mais os elementos dos corpos estudados, a fim de pôr em fórmulas somente os dados necessários para determinado estudo. Um excelente exemplo disso é visto um tempo depois de Galileu, com Isaac Newton, em sua segunda lei do movimento, conhecida como princípio fundamental da dinâmica. Lei essa que é descrita como a força resultante de um corpo sendo o produto de sua massa pela aceleração imposta a ele.

F = m * a

 

(1)

Nessa fórmula pode-se notar que todas as outras características do corpo, como seu tamanho, seu cheiro, seu gosto, suas cores, entre muitas outras, são descartadas por não serem úteis no processo do cálculo, nesse exemplo, da Força resultante em um corpo. Em outras palavras, ocorre um enorme reducionismo para extrair somente o desejado para a fórmula.

Assim, eliminando cada vez mais as características de um corpo, deixa-se de tratá-lo com individualidade, e passa-se a abordá-lo apenas como um corpúsculo sem identidade, afastando-o da visão geral do povo para com o objeto estudado.

Ocorre que essa abstração, desde Galileu, alterou toda a percepção das pessoas sobre a Física, à medida que agora as explicações para os fenômenos da natureza já não são mais dadas pelo puro pensamento, exigem um certo entendimento de matemática, e ficam cada vez mais longe do comumente imaginado pelo povo.

E assim a estrutura da Física permaneceu, passando por Galileu Galilei, Isaac Newton, Michael Faraday, James C. Maxwell, Marie Cure, Max Planck, Albert Einstein, Erwin Schroedinger, Paul Dirac, Stephen Hawking, entre muitos outros cientistas que colaboraram para o avanço da ciência. Avanço esse que fez o homem alcançar o que, no passado, seria inalcançável, mas por consequências do trabalho árduo desses grandes ícones, dessa abstração e do imenso uso da matemática, esse progresso cooperou com o mito amplamente disseminado de que a Física se resume em fórmulas, aumentando a visão das pessoas de que a Física era algo muito distante de suas realidades, mesmo que na verdade ela seja algo mais relacionado ao nosso cotidiano do que qualquer outra coisa.

Já atualmente, as consequências disso alcançam os alunos da Educação Básica Brasileira. Os educadores encaram uma dificuldade de lecionar essa matéria tão atraente, mas popularmente vista como inalcançável, e os educandos pouco se interessam por ela devido à sensação de inatingibilidade e ao método como é lecionada com foco no ato de memorizar.

Esses educandos, em sua maioria com precariedade em recursos, se encontram em um estado de pouca visão para esse ramo. A ciência não tem o real investimento que deveria ter por parte das autoridades, e o peso dessa responsabilidade de incentivar as futuras gerações, para com a ciência, é todo do professor.

Nesse cenário, se torna indispensável o uso de uma nova tática por parte dos educadores. Uma que seja capaz de acender o interesse nessa disciplina, ensinar de maneira não maçante e pesada, mas sim esclarecedora e mais leve. E uma maneira que pode solucionar essas adversidades, com imensa eficácia, é o uso de experimentos didáticos, de baixo custo, atrelado ao conteúdo aplicado, para intensificar a visualização dos fenômenos que ocorrem e o entendimento do conteúdo explicado.

3.2.  Metodologia Profícua 

Casualmente, nas escolas públicas do Brasil, nota-se a dificuldade dos alunos na Física, pois nela há, nos dias de hoje, predominância de um método de ensino muito formal, baseado na memorização de definições, conceitos e fórmulas, deixando o conteúdo maçante, sem relação com a vivência prática, o que contribui para a falta de interesse dos educandos (BORGES; Tarciso, 2002, p. 8).

É nítida, nesse ambiente, a confusão que os educadores enfrentam ao lecionar, visto que muitos dos educandos nunca tiveram um contato com essa área do conhecimento e ainda não tem um parecer sobre esse assunto. Principalmente nesse momento, o primeiro contato da disciplina com o estudante tem de ser positivo, o docente há de lembrar que o aluno deve conhecer os primeiros passos para pensar de modo científico e crítico, e não somente dominar “fatos já estabelecidos”. Nas palavras do matemático e físico francês Henri Poincaré (1996, p.25), "Faz-se ciência com os fatos, como se faz uma casa com pedras; mas uma acumulação de fatos não é ciência, assim como um monte de pedras não é uma casa.".

Os educadores, em sua maioria, carecem de uma iniciativa para resgatar, com assiduidade, o entusiasmo de seus aprendizes nessa disciplina que tanto tem a oferecer. Todavia, para atender a essa importante questão, deve-se mudar a estrutura atual da educação em Física e acabar com a crença de ela ser apenas um aglomerado de equações e fórmulas.

É visto que a forma de ensino atual se baseia principalmente na parte teórica, onde é exaltado a utilização dos cálculos e os conteúdos são apresentados de forma descontextualizadas do mundo. A Teoria tal como a conhecemos é uma das bases fundamentais da Física, mas ela por si só não é suficiente para a real compreensão dos temas dessa área, pois há outra base elementar tão importante quanto essa, chamada Prática.

O conhecimento é fruto de uma combinação do pensamento lógico com a verificação. Afinal, “[...] conhecimento não se inspira unicamente na simples experiência, mas fundamentalmente na analogia entre a concepção do homem e a observação que faz. ” (EINSTEIN, 2016, p. 156).

A Prática se faz extremamente essencial, pois valida toda teoria e se torna um parâmetro para verificação, afinal, se uma ideia não condiz com que é vivenciado pela experiência essa ideia não pode ser considerada correta. Isso é frequentemente demonstrado na história, como, ainda por volta de 340 a.C, o pensamento de Aristóteles, como filósofo natural, de que a Terra era estacionária no centro do universo e que o Sol, a Lua e os outros astros se moviam em órbitas circulares ao redor dela, e acreditava nisso porque, para ele, o movimento circular era o mais perfeito, e não se fazia necessária a observação.

Essa ideia, apesar de sobreviver há quase 2 mil anos, foi fortemente rebatida por meio de verificações práticas, que, nesse caso, veio em 1609 quando Galileu passou a observar o céu noturno com um telescópio, e ao olhar para Júpiter, notou que o planeta possuía luas o orbitando, comprovando que os astros não tinham que necessariamente orbitar a Terra, como pensava Aristóteles e outros compartilhantes do geocentrismo. Paralelamente a esse feito, Johannes Kepler descobria, experimentalmente que as órbitas não eram circulares, como idealizava o discípulo de Platão, mas sim elípticas. Entre essas e outras, cada vez mais, através de experimentações e observações a Física foi evoluindo e se tornando mais fiel a realidade.

Além de que, mesmo não realizando experimentações, até o próprio Aristóteles realizava esporadicamente o ato de observar o mundo para desenvolver suas teorias, ou, no mínimo, analisava dados de quem praticou essa observação. Observação essa que é uma importante ferramenta para a experimentação. Fez isso, por exemplo, ao propor que a Terra era esférica e não plana. Proposta essa que foi apresentada através de dois argumentos em sua obra “Sobre o Céu”, onde percebeu que os eclipses lunares eram causados pela Terra, ao se posicionar entre o Sol e a Lua. A sombra da Terra projetada na Lua era sempre redonda, o que só seria possível se o planeta fosse redondo (1). Argumentou novamente a favor da esfericidade da Terra, ainda na mesma obra, ao estudar as posições da estrela Polar vista do Egito e vista da Grécia, pois quando essa estrela fica no zênite do polo norte, ela parece estar exatamente acima do observador, mas vista de uma pessoa próxima a linha equador, parece estar próxima do horizonte (2). Também se faz válida a menção de um outro argumento, ainda dos gregos, de que a Terra não era plana pois os mastros dos navios eram vistos primeiro que os seus cascos quando estavam vindo do horizonte, devido à esfericidade da Terra (HAWKING; Stephen, 2015, p. 12).

Assim sendo, nota-se que mesmo os gregos priorizando a razão e seu pensamento precípuo ser o da pura lógica, se faz presente a inevitabilidade de se utilizar da observação para elaborar teorias, sejam elas quais forem, mesmo que essa observação, como no caso deles, seja a mais básica possível, por não acreditarem na necessidade de verificação.

Se faz importante saber, também, que por mais que houvesse essa básica observação por parte dos gregos para fomentar ideias, eles não a utilizavam para averiguar a veracidade de suas teorias. Não eram adeptos da experimentação e da verificação, mesmo quando essa pudesse ser feita unicamente pelo ato de observar. Acreditavam que tudo podia ser deduzido do pensamento, e por isso a grande maioria de suas ideias não eram condizentes com a realidade, e assim foi até a chegada de Galileu, onde esse método de estudo foi modificado pelo grande uso do método empírico.

Isso significa que o empirismo é mais importante do que a razão? Não, assim como a razão sozinha não consegue sustentar adequadamente teorias verazes, o empírico sozinho também não o pode. A observação dos fenômenos é extremamente importante para averiguar as explicações que foram dadas a eles, muitas vezes as próprias ideias surgem pela observação, mas ainda assim não se pode utilizar apenas dela para descrever o funcionamento do mundo.

Seguindo pela própria história da evolução da Física, é notório que após Kepler e Galileu houveram diversas contribuições para esse ramo, como, ainda no século XVII, o reconhecido físico e matemático Isaac Newton, que deu uma explicação mais profunda de como se moviam os corpos celestes, através de sua Gravitação Universal.

Sem ênfase aos detalhes do funcionamento das ideias de Newton, mas sim a influência que essas ideias tiveram para todo o meio científico, observa-se que as ideias newtonianas foram deveras revolucionárias, e elas todas são baseadas em uma experimentação meticulosa, usufruem de uma matemática avançada, e condizem bastante com o vivenciado no dia a dia, e por conta disso foi amplamente aceita como uma verdade quase que absoluta. E assim permaneceu, por quase dois séculos, até que no fim do século XIX percebe-se uma revolução no pensamento científico vinda da ideia inédita de “campo eletromagnético” da teoria da eletricidade e do eletromagnetismo.

Após isso, no século XX, surge a Teoria da Relatividade, do grandioso físico teórico Albert Einstein. Teoria essa, que reformula a ideia de Newton sobre a Gravitação, tornando-a mais precisa, alterando a ideia de forças a distância instantâneas que Newton acreditava, colocando conceitos extraordinariamente inovadores como o tempo, por si próprio, ser relativo e não absoluto, a gravidade, diferente do que dizia Newton, não ser uma força instantânea a distância, mas sim possuir um limite de velocidade, que é a velocidade da luz, a gravidade em si não ser uma força, mas sim uma distorção do espaço-tempo, entre várias outros conceitos revolucionários para a Física. Além da famosa fórmula que relaciona massa e energia:

E = m * c2

 

(2)

Ainda há várias outras incríveis evoluções que a Relatividade de Einstein trouxe para esse meio. Mas, mesmo sendo uma belíssima teoria e um importante progresso para a ciência, em seu início não foi tida como verídica, pois não havia como comprová-la na época, visto que foi elaborada unicamente pelo raciocínio lógico e matemático de Einstein, não por experiências. Foi comprovada futuramente através de várias formas, entre elas a observação da luz de estrelas que tiveram a sua trajetória sendo desviadas quando próximas do sol, da maneira como descrevia a relatividade de Einstein. Portanto, nesse caso mais que a prática, a razão, foi imprescindível para o avanço.   

Mas porque é importante, para o âmbito do método, todo esse contexto histórico? A importância, além de perceber como o entendimento dos conceitos evolui ao longo da história, está em compreender que tanto a Teoria quanto a Prática somente são completamente eficientes quando trabalham juntas. Conceito que não é abordado com frequência no Ensino Fundamental e Médio das escolas Brasileiras.

Desse modo, com o intuito de firmar um ensino genuinamente eficaz, é necessário que os educadores substituam sua maneira de lecionar, com foco na memorização, por um método mais profícuo. Lecionar a Física aos educandos usando experiências científicas de baixo custo é um dos meios mais eficientes de se alcançar esse objetivo.

Na sala de aula, além de ser explicado a parte teórica do conteúdo, deve-se ser empregado o uso de experiências, que irão mostrar ao aluno não verdades absolutas, mas boas explanações para os fenômenos naturais. A partir desse método será instigada neles a curiosidade, o empirismo os fará pensar e questionar o que ocorre na experiência, o interesse na disciplina será despertado, e por fim, sendo sempre explicado pelo professor da forma mais clara possível, aprenderão de fato o conteúdo.

Com isto, será possível fazer uma integração muito efetiva entre características importantíssimas da Física, como a criatividade, a imaginação, a curiosidade pela busca por respostas e o empirismo para validar as teorias. Através disso ter cada vez mais noção da própria teoria e da matemática que também é de suma importância para a exatidão dos resultados. Ao juntar todos esses elementos em uma única forma de ensino onde o docente explica o conteúdo de forma clara, demonstra e abre questionamentos através de experiências, e passa exercícios normalmente sobre a matéria, envolvendo cálculos ou não, os alunos terão uma aula completa, de uma das melhores maneiras que se pode ter.

Com isso, sobre os exercícios e atividades, é sensato passar aos alunos, a princípio, exercícios sobre as experiências realizadas para maior visualização do enunciado (1), nos exercícios seguintes passar enunciados mais atrativos, integrando conceitos mais vistos por eles rotineiramente, para instigar seu interesse e sua imaginação (2), e por fim apresentar exercícios com enunciados mais cultos onde a imaginação será crucial para seu desenvolvimento, pois o mesmo terá que imaginar por si só experiências mais visuais a partir de um enunciado deveras abstrato (3). Desse modo, com algumas adequações de professor a professor, as avaliações seguirão o que propõe todo o método, serão mais atrativas, interativas, visuais e eficazes aos educandos, deixarão de ser apenas para arrecadação de nota, mas sim para exercitar o aprendizado em sala.

Outra possibilidade muito útil a se agregar ao método, principalmente nesse século (séc. XXI), quanto aos exercícios a serem passados, é usufruir dos vários interesses populares para trazer a atenção dos alunos para ciência como um todo, como usar filmes de heróis populares, desenhos, séries e quaisquer outros meios que façam sucesso entre os educandos. Incrementando aos exercícios da sala de aula um enunciado mais atrativo ao estudante, como por exemplo trocar “Sabendo a velocidade da partícula A e a distância entre o pontos, quanto tempo ela levará do ponto F ao ponto H?”, por algo mais atrativo e popular como “Uma cidade, localizada a 30 quilômetros da cidade fulanolândia, está correndo grande perigo sendo amedrontada por um vilão, sabendo que o herói precisa chegar lá o mais rápido possível e que sua velocidade já está determinada, quanto tempo ele levará da cidade fulanolândia, em que está, até a cidade em perigo?”. E usufruir ao máximo possível de exemplos mais interativos e que cativem mais a imaginação dos estudantes.

Quanto mais o educador puder trazer de assuntos de sucesso entre os jovens para o meio educacional, em seus exercícios por exemplo, a imaginação será melhor cativada. Claro que há inúmeros assuntos onde isso não será estritamente possível e então será necessário o uso de termos científicos mais cultos, até mesmo para preparar os jovens para testes futuros que abordarão os exercícios muito provavelmente de uma forma mais culta. Mas, não significa que o aluno tem que decorar, se o docente conseguir, a priori, explicar a ele o conteúdo da forma de mais fácil compreensão, em seguida associar essa forma com o método mais culto, o educando vai gradualmente desenvolvendo uma imaginação mais fértil para com aqueles enunciados abstratos e, aos poucos, não dependerá da forma como o exercício traz o enunciado para compreender e saber resolver.

A Educação não deve se estagnar, deve-se sempre buscar inovar, e no tocante à Física, uma disciplina extremamente importante em nossa atualidade, podendo ser observada em ação em muitos equipamentos tecnológicos como os celulares, os videogames cada vez mais realistas, carros exóticos, GPS, os equipamentos do dia a dia como a geladeira, o micro-ondas, os óculos, as lâmpadas, o ventilador, computadores, rádios, alto-falantes, entre todos esses e uma infinidade de outros, há conceitos extremamente importantes de Física sendo aplicados, e para ter o entendimento básico dos conteúdos que regem o funcionamento desses equipamentos, até mesmo por uma questão de situar-se sobre o que ocorre em sua volta, a Física deve ter seu devido lugar de importância no meio educacional.    

Ainda sobre o método, é importante ressaltar que iniciativas similares de ensino da Física unindo a Teoria com a Prática já foram realizadas, e elas mostraram-se realmente eficazes. Prova disso é vista no movimento da “Escola da Ilha”, em 2017, sobre a união dessas duas bases, onde o professor de Física Fábio Raimundo atrela a Teoria à Prática em diversos experimentos didáticos em suas aulas. A partir disso, é visto um sucesso estrondoso, com elogios e comentários positivos de vários alunos, e várias mensagens vindas diretamente dos estudantes, relatando que haviam visto a real utilidade da física, como ela está presente em nosso dia a dia e como essas experiências os fizeram aprender de fato o conteúdo. O professor Fábio conclui essa matéria ao dizer (2017): “Para que o aluno goste da disciplina, é fundamental que o professor faça a ponte entre a teoria e a prática, pois somente assim o estudante compreenderá a importância de aprender sobre a Física”.

À exceção desse caso da Escola da Ilha, ainda há alguns outros que fizeram algo parecido, relacionando a união dessas duas bases da Física, principalmente partindo de escolas privadas. No entanto, a maioria das escolas, dos docentes e do meio educacional como um todo, não tem um foco voltado para essa área, e as autoridades carecem de uma visão mais ampla para enxergar o potencial de aprendizagem que há nessa simples alteração na forma de ensino. Além de que, não há divulgação de conteúdo suficiente relacionado a essa necessidade para atingir um grande número de educadores.

Visto isso, o método aqui presente se torna uma importante ferramenta para o aprimoramento da didática do professor e de suas aulas como um todo, servindo como um modelo de instruções com fundamentos para uma boa educação na disciplina de Física. Assim, ao produzir um ensino de maior qualidade para os educandos, a Física ganhará seu espaço de importância no ambiente educacional, e mais chances de ter cada vez mais investimento conforme o avançar de projetos dos docentes e do retorno positivo por parte dos aprendizes.

4. CAPÍTULO II­: EXPERIÊNCIAS

As experiências são formas de conhecimento que marcam consideravelmente a aprendizagem de um estudante, afinal, elas são capazes de estimular a criatividade, a curiosidade, o raciocínio lógico, pontos de vistas diferentes sobre o mundo, ou coisas simples do cotidiano, e depois de tanto estímulo ao conhecimento, por fim, até mesmo o senso crítico.

O Professor António Nóvoa (2017), em sua palestra “Desafios do trabalho e formação dos docentes no século XXI”, exibe imagens de salas de aula de hoje em dia, que refletem os alunos sem dinâmica, sentados, quietos, e isso ia contra o que o próprio professor propunha em sua palestra: pediu inovação, maior integração e dinamização dos educadores para mudarem o ambiente escolar.

De acordo com o filósofo e professor Mário Sérgio Cortella, “Se a educação não for provocativa, não constrói, não se cria, não se inventa, só se repete. ” (SAYÃO; 2020, p.04). Faz-se necessário não apenas repetir as fórmulas dos livros didáticos, mas aliar a um método provocativo, construtivo, que retire os educandos da zona de conforto e os instiguem a criar, inventar e marcar o aprendizado em suas mentes, por meio das experiências.

Lecionar sobre como funciona a pressão atmosférica, o funcionamento de uma bússola, do imã, atrito e inúmeros outros, pode ser algo muito marcante para o professor e o aluno, que levarão aprendizados para a vida toda. Um método profícuo e criativo, além de comprovada sua eficácia, para fixar conceitos teóricos ao agregar conhecimento e compreender a Física, em como ela está presente no funcionamento de quase todas as coisas ao nosso redor.

O docente deve tomar todos os cuidados ao realizar cada uma das experiências, escolhe-las minuciosamente. Elas não podem apresentar riscos aos alunos, devem ser simples, inócuas e de baixo custo, para atender a todos. O educador, assim, realizará uma explicação completa, mais interessante e que os estudantes possam associar com outras coisas que veem no seu dia a dia.

4.1. Cautelas

No âmbito da Física Prática, ao desenvolver uma experiência, é preciso se atentar a alguns tópicos imprescindíveis. Trabalhar com o método empírico dentro de salas de aula, ou na escola como um todo, requer uma escolha muito cuidadosa por parte do professor, onde ele deverá escolher um experimento fácil de ser realizado, de baixo custo, que não apresente nenhum risco aos estudantes, e que esteja totalmente entrelaçado ao conteúdo que está sendo dado.

O experimento deve ser de dificuldade pequena, pois o tempo de aula é precioso, no sentido em que dentro das aulas disponíveis o docente tem que saber interligar corretamente a teoria do conteúdo aplicado, o experimento dado e a matemática. Se o experimento for muito trabalhoso e exija algumas aulas, o tempo que será apresentado o conteúdo será menor, e não ficará tão bem conectado para a compreensão dos estudantes, logo, experimentos simples são mais viáveis. E a aplicação deste deve ser feita com uma boa administração do tempo, por isso experiências muito complexas não são tão viáveis para serem utilizadas na educação básica quanto experiências de fácil manuseio.

O preço dessa atividade mais interativa há de ser o menor possível, pois a condição financeira dos educandos não deve ser um fator decisivo para uma boa educação. É indispensável que a forma de ensino seja equitativa e alcance a todos os aprendizes da escola.

No meio educacional e em qualquer outro, é de vital importância que os experimentos não forneçam perigos, nem aos alunos, nem ao professor. Para bom proveito de todo o conhecimento ensinado na escola, a confiança no educador se faz extremamente necessária, para não causar espanto, medo ou pânico. E deve ser pensado assim também para experiências que os estudantes possam fazer em suas casas, atenta-los sempre das instruções de cada experimento, dos locais onde devem ser realizados e de todas as informações necessárias. A norma precípua do docente deve ser sempre a segurança de seus alunos.

O contexto do conteúdo é um fator insubstituível na escolha e no desenvolvimento do experimento, mas como fazer essa escolha? O primeiro passo é buscar uma experiência que esteja perfeitamente relacionada ao contexto da aula. Como no caso de um professor que esteja dando uma sobre hidrostática, dinâmica dos Fluídos, empuxo, entre outros do gênero, deve-se fazer algum experimento relacionado, como por exemplo utilizar uma garrafa pet cheia de água e fazer furos nela para analisar a influência da altura do volume de água na intensidade que a água sai pelos furos.

Nesse contexto, também é proveitoso utilizar de experiências que possam ajudar com o cálculo que será realizado nessa disciplina. Como, por exemplo, ao estudar a energia potencial gravitacional, empregada nas descrições de interações gravitacionais, que se define como o produto das grandezas: massa, aceleração da gravidade e altura.

Ep = m * g * h

 

(3)

Pode-se verificar que ao tratar deste assunto é possível utilizar de exemplos simples do dia a dia. O docente pode pegar um objeto cuja massa ele conheça, erguer esse objeto a uma determinada altura que os estudantes possam medir através de régua ou de aproximações utilizando a altura de algum aluno como exemplo para maior interação, e ao medir essa altura, sabendo a massa do objeto e a aceleração da gravidade tida como 9,8 m/s2, pode-se realizar o cálculo da energia potencial gravitacional de um objeto. Simples assim, os educandos tendem a interagir mais com o educador, visualizam melhor os cálculos, mesmo quando vistos em outros exercícios correlacionados, e entendem mais proveitosamente o tema do qual o professor aborda naquele determinado momento.

Visto as cautelas necessárias para se aplicar corretamente um exercício interativo deste tipo, uma infinidade de opções chega aos educadores. Usufruir de simplicidade para experimentos trará riqueza para as aulas, ao utilizar uma bexiga, uma garrafa pet com água, um objeto qualquer com massa conhecida, um bloco de sabão escorregadio, entre tantas outras, integradamente com o contexto da aula, o aprendizado virá de forma natural e leve.

Desse modo, o docente alcançará muitos dos jovens que presenciarão esta aula, tanto os que já possuem interesse na disciplina, quanto os que não o possuem, pois, ao apresentar algo tão dinâmico e diferente, despertará no mínimo a curiosidade deles. Por consequência disso, por mais simples que sejam as inovações, a atenção será toda do professor.

4.2. Conquistas do método empírico

No decorrer do tempo, desde o início de sua utilização, o método empírico, ou melhor dizendo, a experimentação e a observação em si, obtiveram enormes conquistas, as quais o educador pode sempre citar quando for explicar sobre algum tema relacionado.

4.2.1. Raios como fenômenos elétricos

Por muito tempo, os raios foram algo misterioso e místico aos olhos das pessoas e um ponto ainda não desvendado pelos cientistas, que apenas deduziam suas teorias sobre eles, mas não havia nenhum experimento que tivesse de fato sido aplicado em um raio para estudá-lo.

Até que, em 15 de junho de 1752, um cientista chamado Benjamin Franklin, fascinado por fenômenos elétricos, realizou um experimento que provou irrefutavelmente que os raios são fenômenos elétricos. Mas como um homem é capaz de fazer um experimento com um raio? Certamente carente de alguma tecnologia avançada que temos hoje, Franklin teve de usar o que tinha em mãos, mesmo sendo extremamente perigoso e arriscado.

Benjamin Franklin empinou uma pipa com um fio de metal durante uma tempestade, e interligou esse fio a um acumulador de cargas elétricas, e quando o raio atingiu a pipa Franklin confirmou o efeito elétrico ali presente. O que também o levou a desenvolver o para-raios.

4.2.2. O Prisma de Newton

Antes de 1672 pouco se sabia a respeito da dispersão da luz e das cores, mas neste ano isso mudou. Um Físico inglês chamado Isaac Newton publicou ideias sobre as cores. Ele ganhou um prisma de vidro em uma feira certo dia e fez uma experiência em sua casa, fechou quaisquer possíveis entradas de luz e deixou apenas um furo numa cortina para entrar um feixe de luz solar por esse buraco. Colocou o prisma na frente deste feixe, e nesse momento a luz se dissipou em várias cores.

Nesse momento, Newton concluiu que a luz branca que incidira do sol não era “pura”, por assim dizer, mas sim que era um conjunto de todas as outras cores. Antes, quando algum fenômeno parecido ocorria, eram atribuídos a ele que a dispersão da luz se dava por conta das impurezas do vidro do prisma, mas Newton não se contentava com essa ideia.

Desenvolveu muitos estudos sobre Óptica a partir disso, chamou essa faixa de cores dispersadas de “espectro” e dizia que as cores dos objetos têm sua origem no reflexo de uma determinada frequência de luz mais do que as outras.

4.2.3. A Circunferência da Terra

Ainda na Grécia Antiga, por volta do século três antes de Cristo um homem realizou um feito histórico, conseguiu medir, com grande precisão, a circunferência do nosso Planeta, e seu nome era Erastóstenes.

Erastóstenes soube que no dia 21 de junho, um objeto não fazia sombra ao meio dia, durante um solstício de verão, numa cidade chamada de Assuã, à aproximadamente 800 km de Alexandria. E sabendo disso, no dia 21 de junho, ao meio-dia, durante um solstício do mesmo tipo, em Alexandria, Erastóstenes colocou uma vareta no chão e verificou que havia sim sombra.

Então, na mesma data, um local apresentava sombra, e o outro não. E isso só seria possível se a Terra fosse curva e percebeu que podia determinar o tamanho da Terra calculando o ângulo desse efeito. A partir disso Erastóstenes conseguiu definir a circunferência da Terra, e o resultado que obteve (aproximadamente 40.000) muito se assemelha ao dado que temos hoje em dia (por volta de 40.075).

4.2.4. Arquimedes e a História da Coroa

Arquimedes, ainda no século 3 a.C, foi o responsável pela descoberta do Empuxo, definido como a força que um líquido, mais especificamente um Fluído, exerce num corpo que está imerso nele.

A história dessa descoberta é muito famosa, apesar de pouco se saber sobre a veracidade dos detalhes nela, devido a métodos mais plausíveis serem mais prováveis. Mas o conceito e a sabedoria que ela apresenta realmente surgiu com Arquimedes.

Acreditaria sim que, difundindo-se a notícia de que Arquimedes havia descoberto o furto por meio da água, algum autor contemporâneo terá deixado algum relato do fato; e que o mesmo, ao acrescentar qualquer coisa ao pouco que havia entendido pelos rumores espalhados, disse que Arquimedes havia utilizado a água do modo que passou a ser o universalmente aceito (GALILEO, 1986, p. 105).

A história diz que o rei Hieron II, de Siracusa, havia entregado um punhado de ouro a um ouvires, um ferreiro, e lhe ordenado a fazer uma coroa somente de ouro. O ourives então a fez. Mas, naquela época muitos ouvires costumavam misturar outros metais no processo de fazer uma coroa, como a prata principalmente, e muitas vezes isso era feito para o ouvires ficar com uma parcela do ouro.

O rei Hieron, já desconfiado do ouvires, encarregou o sábio Arquimedes, habitante de sua cidade, de comprovar se a coroa feita era feita somente de ouro ou não, mas sem danificar a coroa. Arquimedes então chega a sua residência com aquele problema em mente, como verificar se a coroa foi feita somente de ouro ou não? Até que, ao tomar um banho em sua banheira notou que uma quantidade de água subia, e essa quantidade era proporcional ao volume imerso. Com isso em mente, pensou que poderia determinar o volume da coroa da mesma maneira, já que para efeitos práticos a água não é compressível.

Ao dividir a massa da coroa, que já se obtinha, pelo volume iria se conseguir descobrir a sua densidade. Se a coroa fosse feita exclusivamente de ouro, teria uma densidade menor do que uma feita com influência de outros materiais mais baratos. Arquimedes, ao pensar nisso, ficou tão empolgado que se levantou da banheira e saiu pelas ruas gritando “Eureka! ”, que significa “Encontrei! ”. O teste teria sido realizado com blocos puros de ouro e blocos puros de prata, comparando a densidade de cada um, e foi concluído que a coroa realmente havia sido misturada com prata.

Inúmeros outros experimentos, ou a prática do empirismo em si, também poderiam ser citados, como o empirismo do astrônomo Johannes Kepler ao desenvolver suas teorias sobre as órbitas dos astros através de dados de observação do também astrônomo Tycho Brahe, a comprovação da rotação da Terra sobre o próprio eixo pelo experimento de Foucault, a prova do núcleo atômico com cargas positivas por Rutherford, a radiação por Marie Curie, e vários outros que ampliaram nossa compreensão do universo.

A partir disso, é perceptível a influência da Física, do empirismo e da realização de testes para verificação, não somente para uma área, mas sim para todas elas, desde os princípios hidrostáticos, a óptica, a termologia, o estudo dos movimentos, eletricidade e magnetismo, a compreensão do lugar onde moramos e de fenômenos que observamos, até quaisquer outros ramos.

4.3. Exemplos de experiências na sala de aula

4.3.1. Inércia e Queda Livre

Para compreender de verdade a experiência que Galileu usou para quebrar a ideia de Aristóteles de que os corpos só se moviam enquanto fosse aplicada alguma força a eles, é possível executar uma experiência similar à que Galileu realizou, esta que também justifica a primeira lei de Newton, lei da Inércia.

A princípio, Galileu usou dos seguintes conceitos: utiliza-se diferentes superfícies e faz-se com que objetos escorregassem sobre elas, observando e percebendo que quanto mais lisa fosse a superfície, quanto mais lubrificada ela estivesse, maior seria a distância que o objeto alcançava. Nota-se que quando lançava os objetos, mesmo muito lentamente, esses objetos não paravam, exceto quando a superfície em que foi lançado era muita imperfeita e acabava “brecando” o objeto, ou então devido a influências externas como o vento. A partir de preceitos como esses, Galileu e Newton concluíram que um corpo tende a continuar em movimento constante ou em repouso até que seja aplicada uma força sobre ele, e não que o movimento do objeto iria parar assim que o soltássemos, como acreditava Aristóteles.

Em uma experiência em sala de aula, pode-se usar algum objeto redondo como uma berlinde ou qualquer outro, e depois molhar o chão do ambiente com sabão para verificar como o objeto vai mais longe mesmo aplicando-se ima pequena força.

Já quanto a Queda Livre, quando estudamos a influência da gravidade sobre os corpos e efeitos similares, pode-se usufruir de diversos elementos presentes no dia a dia para verificar, na prática, seu contexto.

Para estudá-la será útil a realização de um experimento que utilizará a mesma lógica que Galileu usou para rebater as ideias de Aristóteles de que objetos mais pesados caíam mais rápido. “Dizem que Galileu demonstrou que a crença de Aristóteles era falsa soltando pesos da torre inclinada de Pisa. É quase certo que a história não seja verdadeira, mas Galileu de fato fez algo equivalente [...]” (HAWKING, 2015, p. 27).

Para o experimento se faz necessário um livro/caderno pesado e uma folha de papel. Também pode ser feito utilizando outros objetos.

O professor deve segurar em uma das mãos o caderno e na outra a folha avulsa, e então questionar os alunos sobre qual deles chega ao chão primeiro. De imediato a maioria deles responderá que o caderno chegará ao chão muito antes da folha.

O docente então realizará o experimento soltando os dois, e como se esperava pelos alunos o caderno desce mais rápido e a folha balança pelo ar até chegar ao chão. Mas, após isso, o educador pega os mesmos objetos para refazer o experimento, só que dessa vez com a folha completamente amassada, tendo seu formato parecido com o de uma esfera, e irá fazer a mesma pergunta aos alunos.

Já receosos, os educandos ainda vão apostar no caderno, mas após a realização do experimento irão visualizar que a folha caiu bem mais rápido que antes, então será explicado que na verdade os dois estão sofrendo a mesma força para cair à mesma velocidade, mas que no caso da folha, o atrito com o ar diminui muito consideravelmente sua velocidade, e por isso ao amassa-la ela caiu mais rápido.

Mas, algum aluno ainda pode estar na dúvida, pois mesmo ela aumentando a velocidade, ainda parecia não ter caído na mesma velocidade que o caderno. E, para sanar de vez essa dúvida, o professor irá pegar mais uma folha, e o mesmo caderno, mas dessa vez irá colocar a folha completamente esticada sobre o caderno, sem nenhuma fresta de ar entre os dois, e então refará o experimento. Será visto que a folha desce literalmente junto do caderno e não se solta em nenhum momento, e nisso será explicado que pela folha não estar em contato com o ar embaixo dela, ela sofrerá à mesma aceleração do caderno devido à força da gravidade.

Experimento similar foi realizado no satélite natural que o planeta Terra possui, “Na lua, onde não existe ar para retardar os objetos, o astronauta David R. Scott realizou o experimento da pena e do peso de chumbo e verificou que ambos atingiram o chão ao mesmo tempo. (HAWKING, 2015, p. 28).

Para estudar a queda livre também há várias outras experimentações possíveis, como outra realizada por Galileu rolando bolas de diferentes pesos sobre uma rampa suave. (HAWKING, Stephen. 2015, p. 27).

4.3.2. Hidrostática

Para entender como a pressão funciona, é possível realizar uma experiência simples com uma garrafa de água (sem a tampa), de preferência plástica e maleável: fazer três pequenos furos em sua lateral, sendo um deles em baixo (1), outro no meio (2) e o último mais em cima (3); a partir disso os três pequenos furos são tampados com os dedos (com a ajuda dos alunos) e posteriormente, encher a garrafa de água.

Por último retiram-se os dedos e observa-se o que acontece. Será verificado que no furo mais em baixo (1) a água sairá mais rápida e com mais força, portanto irá mais longe; já o segundo furinho (2) acontecerá o mesmo efeito, mas em bem menor intensidade, e o furo mais em cima (3), por sua vez, terá a água saído fraquinha, numa velocidade baixa, e com pouco alcance. Assim, os alunos presenciarão com explicação o efeito que ocorre por causa da pressão: entenderão por teoria e observação da prática que quanto maior for a altura, da água no caso, maior será a pressão, pois como há mais massa em cima, há mais peso, portanto por isso que o furo mais embaixo, que tem de onde está até a borda da garrafa, a maior altura, terá a água saindo com mais intensidade. E notaremos também que conforme a garrafa vai esvaziando, a água vai sair com menos força, pois a altura da água está diminuindo, e está diminuindo sua pressão.

4.3.3. Pressão Atmosférica

A fim de verificar a força da pressão atmosférica, os alunos podem usar objetos simples como um prato (fundo, de preferência), água, um copo e uma vela. Coloca-se a vela no prato, de forma que fique bem firme para não cair; depois, depositar lentamente a água no prato, e por fim posicionar o copo virado de ponta cabeça em cima da vela, “prendendo a vela dentro do copo”.

Os alunos observarão que a água que está no prato vai começar a subir para dentro do copo, mas porque isso? Espera-se que nesses momentos das experiências, a curiosidade e a dúvida dos estudantes sejam despertadas. Bom, a partir da observação, o professor explica o conceito de que quando se coloca o copo em cima da vela, o ar que está dentro do copo vai se aquecendo, aumentando sua pressão interna e “retirando” ar de boa parte de seu interior, e quando esse copo entra em contato com a água, não permitindo mais ar algum entrar, a vela vai consumindo todo oxigênio dentro do copo, e começa a apagar lentamente.

Eis então, no momento em que a vela apaga, o fenômeno: quando um gás, como o ar, esfria, sua pressão diminui, então ocorre que a água “sobe” porque a pressão atmosférica, que está envolta de nós o tempo todo, irá vencer a pressão que está dentro do copo, fazendo com que a água comece a subir.

4.3.4. Pulverizador e Cartões furados

Para observar o movimento de um feixe de luz, ao lecionar óptica, pode-se fazer uso de dois experimentos muito simples, onde um necessita apenas de uma lanterna e um “pulverizador” com água colorida com leite, e o outro de 3 cartões/folhas/cartolinas iguais com um furo no meio e uma vela.

No primeiro caso basta ligar a lanterna apontá-la para a parede, e espirrar a água entre a lanterna e a parede, então será possível ver a luz no caminho se propagando em linha reta. 

Já no segundo experimento, os três cartões com um furo no meio deverão ser alinhados um na frente do outro, onde de um lado ficará uma vela que será possível ver através dos furos e do outro um observador (aluno). Em seguida, será retirado do alinhamento qualquer um dos três cartões, e não será mais possível ver a luz da vela. Com isso conclui-se que, assim como no primeiro caso, a luz se propaga em linha reta.

4.3.5. Bexigas Carregadas

Para verificar a força de atração e de repulsão de cargas elétricas pode-se realizar um experimento que utiliza somente de duas bexigas iguais.

Para a atração de cargas elétricas, pega-se uma bexiga e a atrite com o cabelo de alguma pessoa. Importante que o cabelo dessa pessoa esteja seco e limpo. Ao fazer isso a bexiga se eletrizará, pois, seu material se eletriza por atrito. Quando aproximarmos essa bexiga eletrizada da outra bexiga que está neutra, elas se atrairão, pois, as cargas da superfície da bexiga neutra se rearranjarão em dipolos fazendo com que as bexigas se atraiam.

Para a repulsão de cargas elétricas, deve-se atritar as duas bexigas no mesmo cabelo, para ambas ficarem eletrizadas com a mesma carga, assim, como cargas iguais se repelem, ao aproximarmos uma bexiga da outra elas irão se repelir.

4.3.6. Diferença entre Temperatura e Calor

Uma boa maneira de demonstrarmos a diferença de calor e temperatura é utilizando 2 garrafas pet iguais. O experimento funciona da seguinte forma: primeiro se deve cortar os recipientes ao meio, onde usaremos apenas a parte de baixo deles. Ao fazer isso, deve-se colocar 1 copo da água em um recipiente, e 2 copos da água no outro. Em seguida colocaremos 4 cubos de gelo em cada recipiente.

Após esperar cerca de dois minutos, os gelos que sobraram serão retirados e aí virá a participação do aluno. Ao colocar a mão em um recipiente, e depois no outro, constantemente irá notar uma diferença de temperatura entre a agua de um recipiente e a água do outro recipiente.

E então, virá a explicação do docente, que informará que o recipiente com menos água atingiu uma temperatura menor do que o outro recipiente porque nesse recipiente há um número menor de moléculas de água, e por conta disto cada uma dessas moléculas ficou com menos calor, menos agitada. Diferente do recipiente com mais água que por ter mais moléculas de água para “dividir” a perda de calor entre elas no geral perdem uma menor quantidade de calor.

E isto é condizente com o conceito de Temperatura, que mede o grau de agitação das moléculas. Enquanto o calor seria a energia em trânsito que atuou dentro dos dois recipientes para o equilíbrio térmico.

5. CAPÍTULO III: RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com base nos estudos realizados, observou-se a importância de que as metodologias das aulas de Física sejam reforçadas e insistidas com uma aliança mais concreta de teorias com experimentos. Ressalta-se que a ideia não é ignorar as teorias e os cálculos (afinal, são pilares essenciais da disciplina), mas não deixar que aos alunos sejam ensinados elementos tão abstratos, sendo perfeitamente possível tornar o aprendizado mais dinâmico e concreto através das experiências.

Isso tudo foi provado com exemplo de grandes pensadores ao longo da História, que percebendo a falta de fundamentações das teorias anteriores, inovaram com as experiências, e com o exemplo de uma iniciativa similar realizada pela Escola da Ilha. Se, para os grandes pensadores a compreensão de suas teorias dependia de experiências para comprovações e para o próprio entendimento, imagina-se a proporção disto para os alunos de ensinos médio e fundamental, cujas cabeças ainda estão em um processo de extrema prematuridade de conhecimentos. A mente desses jovens é como uma folha em branco, na qual o professor deve ter cautela em ajuda-los a preenche-la com conhecimentos da melhor forma possível.

Compreender o porquê das coisas, tirando suas próprias conclusões, fazer experiências com as próprias mãos, com a orientação do docente, as simples atitudes de separar os materiais de experiências, de interagir com os colegas de classe para isto, de perceber a função de cada objeto nas experiências, e muitos outros detalhes, agregam e abarcam um aprendizado estupendo, admirável, porque são pequenos passos que movem o aluno, que o tiram da comodidade e da rotina de decorar fórmulas para ir bem numa prova ou num vestibular. Assim, o estudante agrega conhecimentos para vida toda.

Dessa forma, quando o educando for fazer uma prova ou um vestibular, ele sentirá confiança e menos tensão em realizar, visto que se lembrará das experiências, que marcam muito mais do que as aulas em que o docente apenas fala e há de se memorizar as fórmulas e os conceitos. Assim, ao olhar para uma questão-problema sobre pressão atmosférica, hidrostática, queda-livre, cargas elétricas, e cada tema aprendido, trará à memória o que de fato aprendeu nas experiências realizadas com os colegas e os professores, perceberá que assimilou os conceitos de Física não por ter de fixar na memória as palavras dos livros didáticos, mas porque aprendeu verdadeiramente em sala de aula com as aulas dinâmicas em que experiências foram realizadas, porque compreendeu o porquê das coisas.

Além das provas e vestibulares, o aluno assimilará no seu dia a dia o que foi visto em sala de aula. Perceberá que entende o funcionamento dos elementos ao seu redor porque aprendeu de forma deveras eficaz e sólida na escola, com orientação e observação de experiências. Essa é a essência do aprendizado, levar como herança conhecimentos para a vida toda, e não pequenos saberes tão efêmeros que durarão somente até a prova bimestral como está a maioria das escolas na atualidade. É necessário provocar as dúvidas, a curiosidade dos alunos, porque dessa forma constrói-se uma base indestrutível do saber.

“A base para o futuro da educação deve residir em escolas e professores inspiradores. As escolas, no entanto, oferecem apenas uma estrutura elementar onde às vezes a rotina de decoreba, equações e provas pode indispor os jovens contra a ciência. ” (HAWKING, 2018, p. 227).

A imagem que a disciplina de Física tem pode ser elevada a um nível melhor, as escolas têm condições de oferecer qualidade melhor de ensino. Não é custoso, bastam alguns materiais do dia a dia, como uma garrafa, uma berlinde, um prato da própria cozinha da escola, ou então os próprios educandos criam elementos necessários para realizar experiências, a sala se une para obter materiais e igualar as condições, oferecendo acesso a todos os estudantes.

As interações que as experiências científicas podem trazer são de extrema riqueza, visto que além de comprovar os estudos teóricos realizados em sala de aula, forçam a maior conversação dos alunos entre si, e isto é de uma importância extraordinária, porque desloca o educando de ficar no canto dele na classe, sem interesse nos estudos, e por vezes, preso ao celular, ou então aquele aluno que fica com dor de cabeça depois de tantas aulas sentado naquela cadeira de classe tentando engolir as disciplinas porque “precisa passar na prova”.

Dinamizar o aprendizado permite experiências marcantes para os estudantes, eles acabam se mobilizando, trocando ideias sobre o assunto com os colegas, permutando dúvidas, interessando-se nos estudos, e até mesmo chega à sua casa com história para contar, repassando o conhecimento adquirido.

Afinal de contas, são experiências como essas que nos levam a refletir sobre tudo ao nosso redor, sobre o funcionamento da vida, dos elementos que mantém as vidas, como as moléculas e suas estruturas, ou então, o contrário, o que pode causar o fim dela, como o surgimento das bombas atômicas; ou o funcionamento de coisas simples da rotina das pessoas, como a garrafa térmica, o micro-ondas, até mesmo ao entendimento de como um avião paira no céu, ou um navio no mar; compreender o porquê nossos ouvidos são afetados ao enfrentar uma serra, ou o porquê é mais fácil “boiar” na água do mar do que na água do rio.

Nesses questionamentos encontra-se uma interdisciplinaridade, com a História, Geografia, a Química, Biologia, enfim, um conhecimento e uma dúvida agregam inúmeros outros conhecimentos e dúvidas. A importância da compreensão dos alunos não está somente no “saber porque cai na prova”, mas sim porque são conceitos e coisas que cercam a vida de todos, o funcionamento do mundo.

Nas palavras do filósofo alemão Immanuel Kant (PORFÍRIO, 2020), “É no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade.”. A escola não prepara os alunos somente para os vestibulares, mas sim para a vida. Não é porque um estudante quer seguir um caminho completamente diferente da área de exatas que não é importante ele ter uma boa noção sobre.

Ocorre que, vivemos em uma era tecnológica, usufruímos de equipamentos eletrônicos a todo momento, em muitos casos até ficamos dependentes deles. Mas, mesmo utilizando-os desenfreadamente, a maioria não se questiona como funciona determinado aparelho, ou não tem interesse em saber sequer quais são os princípios básicos que agem neles. Não se faz necessário que todos os educandos sigam e se especializem nessa área, até porque precisamos de todos os tipos de trabalhos, não só os que regem a Física, mas não significa que não se deve situar-se sobre o que ocorre em nossa volta, ainda mais em um tempo onde a tecnologia se faz tão presente.

"[...] pesquisar sobre as leis fundamentais que governam o universo exigiria uma disponibilidade de tempo que a maioria não tem; o mundo acabaria parando se todos tentassem estudar física teórica. Mas a maioria pode compreender e apreciar as ideias básicas, se forem apresentadas de maneira clara e sem equações, algo que acredito ser possível e que sempre gostei de fazer." (HAWKING, 2018, p. 28).

Por conta disso, o investimento no ensino da Física não deve parar, nem diminuir, apenas aumentar. Adaptando a frase de Benjamin Franklin (PENSADOR, 2020) ao contexto do conhecimento, mais especificamente ao nosso tema em relação aos alunos, “Investir em conhecimento rende sempre os melhores juros.”. Então mesmo que possa ser exaustivo organizar a classe para ter toda a meticulosidade de realizar uma experiência, ir atrás dos materiais e tudo mais, vale a pena, porque os resultados são prodigiosos.

Além do mais, podemos nos referir a “investir”, não só no trabalho que os professores têm em classe, mas também em cada funcionário escolar, na infraestrutura da escola, desde o básico até a criação de laboratórios, também sobre as escolas exigirem e insistirem incansavelmente mais investimentos do governo, e das autoridades redirecionarem sua atenção e energia para aprimorar as escolas e a educação, se posicionarem e emprenharem mais em relação à educação num geral, em todas as disciplinas, visto que cada uma merece atenção especial, e as escolas, como um todo, precisam de maiores apoios.

Conclui-se então que, com base em todas as análises feitas no decorrer deste trabalho, uma das maneiras mais eficientes de melhorar o ensino da Física nas escolas de educação básica brasileira é o docente lecionar explicando os conteúdos, explicando como se trabalha com a matemática nesses conteúdos, com suas fórmulas e equações, e junto a esses dois fatores utilizar de experimentos didáticos de baixíssimo custo para instigar a curiosidade do educando e mostrar a ele o porquê de trabalhar com aquele conteúdo daquela forma, o porquê daquelas fórmulas, permitir o aluno, por ele próprio, chegar à conclusão de que faz todo sentido estudar determinado assunto da maneira como o professor abordou, e lhe dar a possibilidade de duvidar.

Ademais, o uso de exercícios e avaliações totalmente ligados ao método, inicialmente trabalhando com a experiência aplicada; depois fora da experiência realizada, com assuntos mais atrativos aos alunos, que fazem sucesso entre eles; e por fim, utilizar de exercícios mais abstratos, mas de uma maneira que os três tipos de atividades estejam interligados. Então, o estudante ao ver um enunciado abstrato, vai conseguir assimilar melhor o conteúdo, pois conseguirá fazer uma comparação mais adequada desses enunciados com os outros mais concretos e mais ligados à vivência cotidiana, desse modo, sua capacidade de imaginar e interpretar qualquer enunciado será excepcionalmente elevada.

É imprescindível que o educador, ao adotar o método prático aqui proposto, não se deixe pensar que basta manusear objetos e utensílios concretos que terá um aumento instantâneo de qualidade em suas aulas. Pois não se trata apenas de realizar os experimentos, mas sim de mesclar esse experimento com toda a teoria e cálculo do conteúdo. Ao ensinar a teoria, justifica-la com a prática e desse modo facilitar o entendimento até mesmo das equações, o professor se torna uma referência aos demais e é visto até mesmo com admiração por seus alunos.

Muitas vezes ao fazer isso, os próprios educandos chegarão aos mesmos pensamentos que as grandes mentes da Física tiveram quando formularam seus estudos. E que maneira melhor para se aprender algo feito por outra pessoa, do que fazendo o mesmo por si só, com o auxílio de um profissional da educação para guia-lo. Afinal, nunca se sabe quando, e nem onde, a próxima mente brilhante irá surgir, deve-se continuar o incentivo a ciência.

Dizer para o estudante “cargas opostas se atraem, cargas iguais se repelem” e esperar uma boa compreensão por parte dele não é suficiente, pois esse modo é muito abstrato e ineficaz. Mas provar isto na prática, mostrando o porquê e como isso acontece, e utilizar de um exemplo simples, como a experiência das bexigas carregadas, o conceito é compreendido mais claramente. Além de abrir a oportunidade de o aluno questionar o professor sobre outras utilidades para o fenômeno.

Na esperança de fascinar os alunos com a imensidão de conhecimento em que eles podem mergulhar, cada pequena atitude é um grande passo no aprendizado. O jovem pode a princípio não dar a devida atenção ao educador estar usando uma simples bexiga ou garrafa para demonstrar algo, mas verá através da explicação do professor com aquele objeto comum que na verdade poderá aprender muito mais através de simples meios, e mesmo se não estiver interessado em seguir no ramo da ciência, ficará curioso quanto a explicação.

Quanto maior o empenho do educador ao desenvolver e aplicar sua aula, maior será a qualidade desta e, por sua vez, alcançará muitos educandos. Ao instigar a curiosidade neles, pode-se desencadear uma imensidão de resultados admiráveis, pois é principalmente na escola que se começa o pensamento científico e a busca pelas respostas.

Assim foi para a grande maioria das mentes brilhantes que se sobressaíram na história da Física, como o professor Dikran Tahta que, por volta de 1956 em uma cidade da Inglaterra chamada St. Albans, ensinou a um aluno de quatorze anos, não muito exemplar, a como aproveitar sua energia e o encorajou a pensar criativamente quanto a matemática. E fez isso através de um projeto de construção do próprio universo. Esse aluno, que raramente ficava acima da média, se chamava Stephen Hawking, e viria a ser um dos mais grandiosos físicos teóricos da história (HAWKING, Stephen. 2018, p. 227).

“Por trás de toda pessoa excepcional, há um professor excepcional. Quando pensamos nas coisas que sabemos fazer na vida, há grandes chances de que as saibamos graças a um professor. ” (HAWKING, 2018, p. 227).

O papel da escola na vida das pessoas é de uma importância tão única, até porque os estudantes passam mais de uma década dentro da escola, é um período longo que deve ser aproveitado da melhor forma possível. Porque apesar de extenso, é corrido, é repleto de tarefas a serem feitas e cumpridas, tanto assunto a explorar o conhecimento, é uma sensação de esse tempo passar rápido demais, o tempo voa, as crianças crescem logo, mas as memórias permanecem, o aprendizado se eterniza e os educadores ficam, e sempre com a consciência limpa de terem feito seu melhor, enquanto os educandos, futuros da nação, crescem, evoluem e progridem continuamente.  

Nesse âmbito que se percebe até onde a influência de um professor pode ir. Suas atitudes influenciam positivamente ou negativamente a vida de uma estudante, dependendo de suas aulas. O educador altamente motivado a dar o melhor de si e utilizar da metodologia proposta nesses estudos certamente colherá frutos benéficos no futuro, mesmo que esse futuro não seja tão próximo.

“A mente humana é uma coisa incrível. Ela pode conceber a magnificência do firmamento e as complexidades dos componentes básicos da matéria. Porém, toda mente necessita de uma fagulha para atingir seu pleno potencial. A centelha da curiosidade e da dúvida. Muitas vezes essa centelha vem de um professor. ” (HAWKING, 2018, p. 227).

5.1. Relevância pós-escolar

Para aqueles jovens que pretendem seguir em uma carreira relacionada a ciência, mais especificadamente a Física, o método aqui abordado ajudará a formar, durante toda sua permanência na escola, uma visão mais ampla sobre a tecnologia e o funcionamento da ciência presente nos mais variados cenários, além de preparar o interessado para seguir na área.

A partir disso levanta-se a questão “Como que o método irá preparar o estudante para esse ramo? ”, e para responde-la é necessário situar-se ao menos do básico necessário para essa profissão. Na carreira de um profissional em Física, independente da área de especialização, é indispensável que algumas características estejam bem integradas na índole do indivíduo. Entre as principais dessas estão o desejo de buscar os saberes necessários para entender os fenômenos, a vontade de realizar estudos, além de ordenamento, poder de concentração e educação para com os superiores e todas as personas.

Ao utilizar essa forma de lecionar, o docente abrirá portas aos alunos, visto que ao longo da estadia deles na escola e nas aulas de Física terão a sua imaginação, criatividade e curiosidade amplamente cativadas, assim como a sua concentração que será desenvolvida durante toda a realização dos experimentos, dos exercícios e ao se atentar as palavras de seu mentor. Além dos atributos essenciais ainda há muitos outros benefícios, como o fato de ao se compreender melhor o conteúdo e o modo como pensar para aprender, o mesmo se torna mais familiarizado com a ciência e mais preparado para o aprofundamento que virá numa possível graduação ou formações similares.

Quanto aos educandos não entusiasmados com a ideia de seguir na carreira da Física, ou simplesmente entusiasmados com outros interesses, também é visível efeitos benéficos após a escola. Efeitos esses que os ajudarão a concentrar-se em seus afazeres, elevar sua disciplina, seu trabalho em equipe, e diversas outras particularidades indispensáveis a toda e qualquer carreira desejada.

Essas qualidades incrementadas ao comportamento e pensamento dos estudantes, no Ensino Fundamental e Médio, se darão pelas experiências e pela didática aplicada pelo professor, onde o trabalho em equipe e a concentração serão sempre requisitadas em seu desenvolvimento. Assim como também será possibilitado aos aprendizes a fuga de serem completamente leigo às ciências, e a importância das mesmas para nossa realidade, algo que se faz profusamente importante na vivência do cidadão, expandindo sua visão até mesmo em questões políticas importantes como às do aquecimento global.  

Visto todos esses fatores envolventes da metodologia do saber da Física Prática para o ensino da Física na Educação Básica do Brasil, percebe-se que, assim como fizeram os primeiros Filósofos Naturais na antiguidade, ao se recusarem a aceitar explicações divinas para os fenômenos naturais, e assim como também todos os físicos, astrônomos, e todos os outros colaboradores revolucionários da ciência que foram aprimorando cada vez mais as teorias dos que os antecederam, não se deve simplesmente aceitar fatos disseminados pelos que vieram antes, mas sim entender o que dizem esses fatos, conhecê-los, estuda-los, tirar as próprias conclusões, e então, depois de haver parâmetro suficiente para afirmar ter conhecimento de algo, o conteúdo finalmente será aprendido de fato.

“Lembre-se de olhar para as estrelas, não para os próprios pés. Tente compreender o que vê e questione o que faz o universo existir. Seja curioso. E por mais que a vida pareça difícil, sempre há algo que você pode e consegue fazer. Nunca desista. Deixe sua imaginação correr solta. Molde o futuro. ” (HAWKING, 2018 p. 236).

A curiosidade, a imaginação, o questionamento e a busca pelo saber verdadeiro são as reais motivações que devem ser passadas aos alunos, e isso pode ser feito por meio da Física Prática alinhada com explicações claras e com os conceitos matemáticos essenciais. E, é claro, com a perseverança do professor para com a educação de qualidade.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao abordar, no decorrer do trabalho, este tema de tamanha importância para nosso meio, é impossível deixar de notar a situação embaraçosa que se encontra o ensino da Física na Educação Básica Brasileira, uma vez que ainda precisa ser debatida, muito aprimorada, e levada ao aperfeiçoamento ao longo das muitas escolas pelo País, tratando com equidade tanto as escolas públicas quanto os colégios particulares, cada qual com suas diferenças.

Essa situação, em que o docente dá total ênfase a memorização de fórmulas e conceitos, e que o aluno pouco se interessa por essa disciplina, há de ser mudada. E é isso que este trabalho propõe: um método profícuo que possa atrair o interesse dos estudantes, aumentar o nível da aula, e ensinar da maneira mais completa e clara possível. Método esse que seja cabível de todo professor de Física utilizar.

No decorrer deste trabalho foram abordados diversos pontos, e houve também várias dificuldades. Entre elas, a que se sobressaiu foi o isolamento em que se encontra o país, devido a Pandemia do Coronavirus, que por sua vez ocasionou o impedimento das pesquisas de campo. Sem a pesquisa de campo, a qual seria uma outra boa base para o trabalho, foi necessário fundamenta-lo exclusivamente em livros de ícones da área, palestras de profissionais do meio, artigos relacionados e muitas outras bases sólidas para um bom desenvolvimento.

A princípio, foi analisado todo o contexto histórico da dificuldade em Física através do livro “Como vejo o mundo” do brilhante físico Albert Einstein e dos livros “Uma breve história do tempo” e “Breves respostas para grandes questões” do renomado físico teórico Stephen Hawking. Neles observa-se que a Física nem sempre foi como a conhecemos, que ela inicialmente era chamada de “Filosofia Natural” e que se baseava em tentar justificar os fenômenos da natureza por meio do puro pensamento lógico, ao invés da religião como se fazia antes disso. Foi visto que a era dos Filósofos Naturais durou bastante tempo, mas chegou ao fim com a chegada de Galileu, e junto dele uma maior utilização do empirismo. Através de Galileu a Física deixa de ser uma filosofia natural e surge como a disciplina Física propriamente dita, baseada em experimentações, conceitos e em cálculos para maior exatidão.

Esses cálculos levaram a uma maior abstração do objeto estudado, afastando-o do comumente visto e pensado pela maioria das pessoas. A partir disso a Física passou a cada vez mais ganhar a visão de que era inatingível, um apunhado de fórmulas, e algo extremamente complexo e difícil.

Visto isso, o trabalho passa a tratar da atualidade, onde se baseia principalmente no artigo do professor Tarciso Borges, no MEC, e na palestra do professor António Nóvoa, explicando que atualmente nas escolas os docentes corroboram com essa ideia amplamente disseminada de que a Física é um aglomerado de equações. E que, por estar deste jeito, o interesse dos alunos não é cativado de forma adequada.

Nesse momento, é abordada a metodologia profícua que, se aplicada, soluciona esses problemas e eleva a qualidade da aula ao seu máximo. Metodologia essa que se baseia no desenvolvimento de experimentos didáticos durante as aulas, exercitando a Física Prática. Como comprova o exemplo do professor Fábio Raimundo da Escola da Ilha.

Esses experimentos devem ser realizados com meticulosidade, cautela e muito cuidado, para não permitir, de modo algum, que os alunos se machuquem. Os experimentos devem ser cuidadosamente analisados e estudados antes de serem realizados pelo docente e seus aprendizes. Deve-se escolher um experimento que coincida perfeitamente com o conteúdo dado em sala de aula, e que, de preferência, também ajude os alunos no desenvolvimento dos cálculos através da observação do experimento. Como por exemplo ao estudar a conservação de energia, energia mecânica, e energia potencial gravitacional, onde a energia potencial gravitacional depende da altura em relação ao chão que o objeto está localizado, nesse momento o professor pega um objeto e o eleva a uma determinada altura, os estudantes pegam a régua e medem essa altura, e usam esse valor no desenvolvimento dos cálculos, assim seria mesclado de forma profícua a matemática, o pensamento lógico e a prática.

Vale ressaltar que sempre deve haver cautela nos procedimentos, para que não haja confusões e os objetos não acabem machucando alguém, nem em sala de aula, nem em possíveis tarefas de casa relacionadas. Os educadores devem orientar os alunos antes e durante as experiências, se possível com a supervisão de mais algum funcionário na sala de aula, a fim de evitar equívocos.

Constata-se então, após todas as análises, que uma das formas de maior qualidade possível no ensino da Física é o professor mediar a parte Teórica da disciplina com a Prática, dando explicações claras e incentivando a dúvida e curiosidade dos alunos. Assim, os educandos aprenderão todo o conteúdo não por decorar, mas sim por ver como funciona na prática, assimilando as ideias de forma mais clara, observando o porquê de cada cálculo, o porquê que os cientistas chegaram a determinadas conclusões, e porque elas são aceitas como verdades atualmente.

Os educandos então terão sua criatividade estimulada, ao ver algo no dia a dia se lembrará da experiência feita em aula e terá uma boa noção de como as coisas funcionam.

Os objetivos deste trabalho foram todos alcançados, foi analisado com sucesso cada ponto relacionado, e o resultado foi como o esperado. A ideia de que a inclusão da Física Prática no ensino da Física atual do Ensino Fundamental e Médio acrescentará valores e, se usada da forma como foi proposta no trabalho, aumentará imensamente a qualidade da aula, tanto em suas explicações mais simples, quanto na atenção dos alunos, e no interesse dentro deles, foi amplamente verificada como plausível e uma solucionadora de alguns problemas presentes no ensino da Física.

O trabalho ainda pode ficar ainda mais completo com o acesso à pesquisa de campo, podendo-se assim verificar um contexto mais regional e opiniões diretas do público alvo, aumentando a fundamentação da tese.

Com isso, só falta os professores de Física obterem acesso a esse estudo e se conscientizarem da forma efetiva e simples de solucionar esse grande problema que os assola. Assim, ao aplicar o método aqui proposto, não será necessário tratar dos conteúdos de forma maçante, e nem chamar a tenção dos alunos quanto a conversas alheias durante a aula por falta de interesse por parte deles, pois a aula se tornará mais atrativa tanto para o docente a lecionar quanto para o estudante participar.

Assim sendo, este Trabalho de Conclusão de Curso é concluído com grandes expectativas de contribuir para progressos no âmbito do sistema da educação na disciplina de Física.

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HAWKING, Stephen. Breves Respostas para Grandes Questões. Tradução Cássio de Arantes Leite. Editora Intrínseca, 2018.

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Publicado por: Matheus Gregio

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