CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL: UM DESAFIO POSSÍVEL

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RESUMO

O estudo reflete a busca por uma melhora nos processos integrados de construção de edifícios, minimizando custos adicionais, reduzindo os impactos ambientais, projetando assim uma forma sustentável de se construir. Nos países mais desenvolvidos a concepção de edifícios sustentáveis, é uma realidade e visto por construtores e consumidores como um investimento e como redução de custos operacionais a longo prazo. Nesse sentido, já há no Brasil um movimento de conscientização da sustentabilidade nas construções, por parte de profissionais de arquitetura, engenharia, investidores e proprietários de imóveis. Já existem grandes empreendimentos executados e outros em fase de obra e projeto, mas ainda é uma parcela bem pequena, se comparado com outros países. Os desafios desse processo de mudança de paradigma são enormes. Através de pesquisas e estudos em livros e sites, foi pensado sobre a inovação, novas práticas e integração de profissionais da área de construção, fornecedores, e fabricantes de materiais e os desafios a serem vencidos para a adoção de uma nova visão sistemática e holística do processo construtivo como um todo, onde uma ação pode ajudar ou prejudicar outra, levando assim o setor da construção a um novo nível, se tornando um meio de ensino, aprendizagem e compartilhamento de informações.

Palavras-chave: Sustentabilidade. Construção sustentável. Projeto integrado. Construção.

1. Introdução

Atualmente o setor da construção civil, passa por enormes mudanças a níveis de sustentabilidade, que engloba a segurança e saúde dos operários, cuidados com a vizinhança e com o bairro, ações menos predatórias ao meio ambiente, controle de poluição proveniente da obra e gestão de resíduos. Apesar de se tratar de um setor com forte rejeição a mudanças, não pode deixar de lado os anseios da população em geral que através de um movimento cultural e globalizado, busca cada vez mais informações, e tem interesse por um consumo mais sustentável, tanto de produtos, alimentos, vestuário, habitações seguras, confortáveis e que tenham durabilidade e gerem pouca manutenção e gastos durante a vida útil da construção.

Há com issoum forte investimento da indústria de materiais de construçãopor meio de inovações, pesquisas científicas,consultas a profissionais da área e aomercado consumidor, para a concepção de novos produtos mais sustentáveis, que gerem menos impacto ambiental, que recicle materiais em sua composição, use menos recursos naturais. Os profissionais da área de construção civil estão sequalificando em novos cursos a níveis gerenciais, administrativos e ambientais, visando se adaptarem a um novo mercado consumidor mais exigente, como também as construtoras que procuram atingir novos parâmetros e modernização, atualizar e seguir os conceitos do tripé da sustentabilidade que consiste em preocupações com os aspectos econômicos, sociais e ambientais.

A pesquisa é baseada nas grandes mudanças e transformações que o mercado da construção civil vem passando através dos anos, boa parte por integração e interação de órgãos internacionais, conselhos técnicos, e organizações não governamentais, da área da construção que regem normas e ajudam na confecção de leis. A globalização e a ideia de sustentabilidade e novas tecnologias, são outros fatores determinantes pela evolução do setor. Esse trabalho tem foco em fontes bibliográficas, artigos eletrônicos, revistas e apostilas acadêmicas.

De acordo com Jerry Yudelson (2013, p. XVII):

Precisamos mudar a maneira de projetar e construir edificações para que tenhamos uma chance de reduzir as emissões gerais de dióxido de carbono em relação aos níveis de 1990 - a meta atual de Quioto. Do contrário, talvez precisemos viver com as consequências de um aumento de 37% no consumo de energia primária nos Estados Unidos entre os anos de 2000 e 2020, conforme preveem muitos especialistas.

Embora existam muitos argumentos a favor de introduzir a conservação de energia primeiramente em edificações preexistentes, o fato é que a maioria das novas construções, com o consumo de energia aplicado às vedações das edificações e difícil de ser alterado. Dessa forma é recomendável dar uma atenção especial ao projeto, à construção e as operações de novas edificações.

Buscou-se através de pesquisa qualitativa relacionar problemas que relevam as seguintes problemáticas.

  • Como se deu a necessidade de evolução das práticas construtivas e a utilização de novas tecnologias na construção?

  • Quais são as dificuldades para mudar os parâmetros e métodos construtivos, assim como mudar o jeito de projetar e pensar as construções de forma que possam ser menos prejudiciais ao meio ambiente?

  • Como as inovações tecnológicas, a globalização, e a fabricação de novos produtos mais sustentáveis e menos degradantes a natureza podem ajudar no processo de sustentabilidade das construções?

Através dessesdados foi concebida a pesquisa que busca salientar a relevância de cooperação tanto de projetistas da construção, engenheiros, arquitetos, como fabricantes, construtores, cientistas, administradores, na implantação de uma cultura de práticas de sustentabilidades em produtos finais, e produtos extrativistas, tais como areia, brita, madeira, utilizados na concepção de edifícios, e na redução de uso de recursos naturais como a água, e na geração de resíduos da construção. A adoção de projetos integrados, integração de equipes e uso de novas tecnologias como programas computacionais, técnicas gerenciais, simuladores em três dimensões,ajudam na previsão de problemas e soluções, minimizam imprevistos, geram menos incertezas, reduzem desperdícios de recursos, tempo e dinheiro.

2. EVOLUÇÃO DA CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

A conscientização mundial sobre os recursos do planeta estarem limitados, vem gerando uma revolução dentro das empresas, governos, escolas, empresas de mídia, organizações não governamentais e a sociedade em geral. É um tema debatido diariamente, é uma nova revolução a níveis tecnológicos, culturais e uma nova forma de pensar sobre o meio ambiente de uma forma global e local, e ajuda a criar um sentimento nas pessoas de coletividade, onde cada cidadão faz um pouco pelo lugar onde vive, através de pequenas ações sustentáveis, como economizar água, luz, gerar menos resíduos, descartar lixo nos locais certos, praticar reciclagem.

Para Oliveira (2007):

Torna-se necessário também o desenvolvimento de um trabalho de conscientização no sentido de superar o individualismo e o egoísmo, pautando-se nos valores da solidariedade, da cooperação, do respeito, do compromisso com o coletivo, da participação e da responsabilidade social.

É importante criarmos uma conscientização de que precisamos consumir cada vez menos recursos não renováveis, de que é necessário reutilizar, reciclar produtos ereduzir a degradação ambiental.

2.1. Avanços e Transformações

A concepção de desenvolver construções, comunidades e bairros mais sustentáveis não é um fato novo. Por motivo de construções irregulares e grande desorganização, muitas comunidades com grande povoação tiveram muitos problemas relacionados a questões sanitárias. Nas cidades industriais europeias, entre os séculos XVIII e XIX, houve ocorrências de inúmeras epidemias de doenças, o que gerou um alerta para os problemas habitacionais e para necessidade de se ter um plano de ocupação urbanística, com normas e leis.

As cidades com altos índices populacionais passaram por enormes transformações, o primeiro plano diretor urbanístico pensado no bem-estar da população foi na cidade de Paris, na França, conhecido como plano Haussmann em 1853. Houve várias adequações, moradias já construídas tiveram que se adequar ao novo modelo urbano, houve abertura de novas ruas, alargamento de ruas já existentes, demolições, construção de novas infraestruturas e saneamento. Muitas outras reformas urbanísticas ocorreram em molde com a de Paris, em Barcelona, Washington, Chicago, Viena, Rio de Janeiro, Nova York. Foi construída uma nova concepção de pensar uma cidade, com regras, leis, controle público sobre as construções através de zoneamentos, onde a prefeitura diz o que pode ser construído, inibindo usos indesejáveis próximo as moradias, como exemplo indústrias poluidoras. A gênese do pensamento urbanístico baseou-se também na higiene, elementos arquitetônicos prejudiciais foram proibidos, foi definida destinações corretas ao esgoto, foi instruída a coleta de lixo regular e melhor tratamento das águas servidas a população.

Os médicos sanitaristas da época foram fundamentais com seus conhecimentos e informações, muitas mudanças nas cidades ao redor do mundo, foram baseadas por sugestões médicas. Com estas concepções de saúde e bem-estar, as normas sobre moradias passaram a ter uma grande evolução, com exigências mínimas de ventilação por portas e janelas, espaço para circulação de ar entre construções vizinhas, áreas com exposição ao sol, segurança e várias outras preocupações voltadas a salubridade.

Após essa revolução na forma de pensar cidades e formas de se construir edifícios e seguir parâmetros mínimos aceitáveis para se construir, veio sendo introduzida na década de 80, por meio de estudos, pesquisas e divulgação de grandes preocupações por parte de cientistas a forma que os impactos ambientais, fazem não só na saúde humana, mas também na fauna, flora, e em todo ecossistema do planeta. Foi um grande passo para poder mudar a linha de ação dos governos mundiais sobre esses assuntos, colocando em foco a ecologia, sustentabilidade e pensamento em um desenvolvimento sustentável, consumir e produzir sem deixar de pensar na preservação do meio ambiente. “Sustentabilidade significa suprir as necessidades do presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprirem as próprias necessidades.” (Gro Harlem Brundtland,1987).

Gro Harlem Brundtland, foi ministra da Noruega e foi presidente da Comissão da Organização das Nações Unidas, ligada ao meio ambiente. Foi ela que designou o termo desenvolvimento sustentável.

A década de 90 foi importante para a geração do conceito sustentável, onde governos do mundo todo começaram a pensar nos problemas ambientais que suas nações produzem, e se propuseram a melhorar padrões de produtividade, ser mais rigorosos com emissões de carbono, ter fábricas mais modernas, gerar energia limpa, criar carros menos poluentes, construções mais sustentáveis, proteger a natureza e regenerar ambientes degradados pela ação do homem, dentre outras ações e cuidados com o meio ambiente, criando metas a serem alcançadas e melhoradas cada vez mais através dos anos.

Há hoje uma grande mudança nas cidades e bairros de vários países, cada vez mais pensados para integrar a sociedade, e trazer benefícios locais a seus cidadãos, com intuito de trazer novos investimentos e modernização, muitas prefeituras estão remodelando bairros inteiros antes degradados, com construção de museus, teatros, praças públicas, novas áreas verdes e de passeio público, troca de mobiliário urbano, reconfiguração de prédios, ruas, e desburocratização de leis locais para atrair novas ocupações, moradores e comércio, e locais que tem mudanças mais modestas, muitas vezes com ações não tão perceptíveis aos moradores como transportes cada vez mais integrados, como o trem e metrô, com estações interligadas com paradas de ônibus, troca de iluminação pública por uma mais eficiente e de baixo consumo, troca de encanamento por um mais moderno para evitar vazamentos, plantio de árvores e canteiros, limpeza de canais, e limpeza urbana eficiente.

No Brasil um dos instrumentos de gestão pública que possibilitou e incentivou tais mudanças, foi o plano diretor de 1988, uma lei que trata de reduzir as desigualdades da população em diferentes áreas urbanas, gerar desenvolvimento da cidade, e gerar bem-estar da população, permitir aos municípios cuidar da ocupação do solo de forma integrada e eficaz, trata também de políticas públicas relacionadas ao meio ambiente, patrimônio, regularização urbanística, saneamento, tributos fiscais e propõe diretrizes sobre planejamento de áreas do município, podendo ser mais focado em comércios e indústrias específicas que tragam benefícios a população local, como trabalho e renda, e legisla sobre construções e os parâmetros de acordo com o porte da cidade. As decisões de interesse coletivo da cidade são pensadas através de participação popular com a formação de conselhos municipais, que ajudam a fiscalizar os gestores, tais como prefeito e vereadores.

De acordo com Mattos (2002):

O Plano Diretor deve considerar principalmente a necessidade da atuação do poder público na produção de um ambiente equilibrado ao alcance de toda a população e na redução das desigualdades entre as diferentes áreas urbanas. Somam-se a esses princípios a definição de mecanismos de ajuste dos processos de crescimento e a instituição de formas de participação popular organizada no processo de elaboração e decisão sobre os planos ou orçamentos.

No setor de construção civil apesar de haver várias mudanças conforme o passar das décadas, sempre foi baseado em modelos retrógrados de pensamento, onde só o custo importa e é visado pelos construtores e demais envolvidos nas construções. O surgimento de novas tecnologias de construção mais rápidas e limpas, a criação de leismais rigorosas ambientais, construtivas, de segurança dos trabalhadores de obras e acordos internacionais entre governos para redução de poluentes, foram influenciadores do mercado da construção civil. A mudança de paradigmas, aliado a um público comprador mais exigente e com informações mais globalizadas, levou a aplicação de melhores práticas nas novas construções de edifícios e na readequação de imóveis já existentes. Esse movimento de melhora construtiva, busca da prática de ações sustentáveis e o anseio da população por bem-estar, ajudou a persuadir a mudança de concepção a nível dos governantes ao pensarem suas cidades e bairros, dando maior ênfase na qualidade de vida das pessoas e no desenvolvimento sustentável local.

Krebs (2002, p. 18):

A modificações operadas no seu interior. Tem-se, então, que a materialização da urbanidade depende, outrossim, das leis com que se revestem as medidas intervencionais e de caráter administrativo que adotam os administradores. Apesar das garantias legais dispostas pela legislação ordinária e pela constituição de um país, é a legislação urbana, enquanto instrumento jurídico de controle do uso do solo privado e público,

Que assegura a implantação deste ou daquele modelo planejamento. Em última análise, da gênese da legislação urbanística depende, em grande medida, o maior ou menor grau de urbanidade construído em uma cidade.

urbanidade se expressa por um conjunto de realizações, de benefícios, de facilidades e de amenidades que dão à cidade a medida da qualidade de vida, do bem-estar alcançado por seus habitantes, da sua humanidade, ao mesmo tempo que, ao respeitar suas características, preserva sua singularidade face às demais. Cogita-se, pois, de que a promoção da urbanidade está também vinculada à forma dada à cidade, à sua estruturação.

Hoje a construção sustentável é uma realidade em diversos países, como também no Brasil, apesar de ainda ser uma parcela pequena de todos os empreendimentos da construção civil. Esse nicho de construção já tem seu mercado consumidor e vem sendo implementada em variados níveis, algumas construções utilizam apenas alguns itens de sustentabilidade e outras se comprometem de forma formal com o tema, através de selos de qualidade internacional, emitidos por órgãos de fiscalização governamentais, ou não, que testam, atestam e mantêm controle sobre os materiais de construção, classificados como sustentável ou ecológico, acompanham a extração vegetal e de minérios e instituições internacionais que certificam construções verdes ou sustentáveis. Essas instituições acompanham as obras, da concepção do projeto até a entrega da obra pronta, e fiscalizam a manutenção e funcionamento dos empreendimentos e exige que os parâmetros sustentáveis fiquem dentro dos padrões aconselhados pelo selo de qualidade sustentável.

3. O CUSTO DA CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

Uma construção que segue os parâmetros de sustentabilidade e integração de projetos pode ser idealizada com custos adicionais de apenas um por cento a mais e na maioria dos casos dois por cento do valor total da obra. A base desse raciocínio está ao longo do processo de tomadas de decisão de projeto, se bem orientados forem os projetistas e os gestores da obra e o projeto com viés sustentável for pensado desde o início dos trabalhos de pesquisa sobre o local a ser implementado, a obra pode ser toda executada com nenhum custo extra, ou com um custo com diferença bem baixa, relativo a uma construção convencional que não leva em consideração os efeitos sustentáveis.

Mas é necessário ter um grande estudo de viabilidade com antecedência, e cada caso específico deve ser considerado de forma diferente, faz-se uma escala de prioridades a nível técnico para identificar as estratégias mais aplicáveis e que tenham menor impacto nos custos, levando em consideração vários fatores, como clima, localização, tamanho e forma da construção, vizinhança, impacto na natureza e biomas, proteção e criação de nova áreas verdes, preservação e reuso de água, materiais a serem utilizados, redução do consumo energético, geração mínima de resíduos por parte da obra, reutilização de materiais e descarte correto, aumento de desempenho e qualidade do edifício a nível de construção, conservação e facilidade de manutenção, e quanto tempo esses benefícios podem durar para seus utilizadores, assim também como é levada em consideração a vida útil do edifício construído, e uma possível reciclagem da construção no final de seu uso.

A construção convencional foca pouco em planejamento estratégico, geralmente não cria planos de ação e metas desde o começo da concepção do projeto. As equipes se falam pouco, são inúmeras vezes independentes cada uma no seu escritório e só se interligam no meio do processo, o que gera muitas mudanças e discordâncias a níveis de projetos técnicos, soluções construtivas, e muitas reuniões para acertos de tomada de decisão com a obra de construção já em andamento, diferente do planejamento com antecedência de uma obra com gerenciamento sustentável, onde desde a ideia da construção já são tratadas metas bem definidas e organizadas. Muitos empreendedores e profissionais da área da construção civil, ainda tem uma ideia errada sobre o custo ser mais caro para construir de forma sustentável, mas com um bom planejamento integrado e um gerenciamento eficaz é possível até mesmo gastar menos a curto e longo prazo e obter uma valorização maior do bem imóvel. “É possível projetar e construir edificações de alto desempenho sem sair do orçamento”. (Yudelson, Jerry, 2013, p. 96).

4. CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

Conceito de construção sustentável é que sejam seguidos parâmetros ambientais e de sustentabilidade e que tenham uma preocupação com o meio ambiente em que estão inseridos, visando o menor impacto possível, e que se utilize de forma correta os recursos naturais disponíveis. Abaixo segue uma figura de um modelo de edifício sustentável ou também chamado de construção verde.

Modelo de edifício sustentável

Imagem 1- Modelo de edifício com foco sustentável.

Com essa ilustração é possível entender alguns pontos das soluções tecnológicas de sustentabilidade, tais como geração de energia fotovoltaica, cobertura com telhado verde, o que ajuda a reter água da chuva e dá a possibilidade de ter água para diversos usos, um sistema inteligente de isolamento térmico que ajuda no impacto a longo prazo nas contas de energia tanto para aquecer o edifício ou para refrigerar em tempos quentes, restrição de insolação para evitar calor excessivo, sistema de reutilização de água, para uso em banheiros, lavagem de chão e para jardinagem, equipamentos de alta eficiência energética são ótimos em economia, controle eficaz de climatização interna e controle de iluminação com várias setorizações de forma separada, onde pode-se controlar melhor a iluminação que se quer por ambiente e necessidade de uso.

Exemplo de edificação sustentável

Imagem 2- Edifício Turim um exemplo de construção sustentável.

O Edifício chamado de 25 verde, é o nome dado ao projeto, localizado na cidade de Turim na Itália, possui um terreno de 7.500 m². É um prédio residencial, construído com estrutura de aço e as suas colunas foram projetadas para parecerem troncos de árvores. A edificação foi pensada para misturar os espaços internos e externos, por meio de vegetação abundante que ajuda também a reduzir a poluição sonora do ar e ameniza a temperatura ambiente.

Os materiais de vedação das paredes empregados no prédio permitem aos ocupantes ter um excelente isolamento térmico. O projeto foi idealizado para proteger contra a luz solar direta do verão, possui um telhado verde com sistema para captação e armazenamento de água da chuva e essa água é reutilizada para descargas sanitárias, limpeza do prédio e irrigação da vegetação. Há uma horta comunitária na cobertura. Os aparelhos sanitários são de baixo consumo e o condomínio promove a separação e reciclagem do lixo e resíduos em geral, o que gera recursos para a manutenção do edifício. A iluminação é inteligente, setorizada e automatizada. O sistema de água quente dos apartamentos emite calor e a emissão desse calor é usada pelo sistema de calefação das unidades habitacionais. Os materiais utilizados na construção possuem selos de fabricação que asseguram que a cadeia produtiva do material tem responsabilidade ambiental e social como madeira certificada de replantio e que os materiais usados na obra não são prejudiciais à saúde, como tintas e vernizes que soltam solventes no ar com o passar dos anos.

Imagem 3- Quadro demonstrativo da redução de recursos e impactos ambientais.

Alguns benefícios da construção sustentável são redução no consumo de água, reutilização e captação de água da chuva, redução no consumo de energia, possibilidade de gerar a própria energia necessária para funcionamento do edifício, diminuição de emissão de carbono na atmosfera, redução de resíduos da construção e tratamento correto com reciclagem, valorização do edifício a níveis de venda e aluguel. No caso de empresas há uma demonstração de comprometimento com a sustentabilidade e proteção ambiental, redução dos custos operacionais e de manutenção e melhora da qualidade de vida dos utilizadores do imóvel, bem como traz benefícios para saúde dos ocupantes do prédio. Também conta muitas vezes com incentivos governamentais tributários, dependendo do município, ou local que a construção está instalada.

Há estudos que mostram que ambientes construídos de forma sustentável e que mantém preocupação com ambiente interno a níveis de poeira, controle eficiente de temperatura, iluminação eficaz, limpeza dos ambientes com produtos não tão degradantes a níveis químicos e manutenção regular de refrigeração, reduzem doenças respiratórias e alergias, locais tais como escolas melhoram o aprendizado dos alunos e as notas aumentam, em hospitais pacientes deixam o ambiente hospitalar mais cedo, escritórios tem um aumento de produtividade entre 2 a 11%, comércios registram aumentos de vendas, fabricas de manufatura registram maior produção, a retenção de trabalhadores em seus empregos é maior, e as faltas em trabalho e escola por doenças são bem reduzidas.

Reforma verde de edifício já construída

Imagem 4- Reforma verde de edifício já construído.

Reforma Verde é uma técnica de adaptar construções antigas que pretende manter a estrutura original e adequar ao edifício equipamentos e materiais modernos e ecológicos e com melhor performance energética. Muitas vezes o edifício é todo demolido internamente, restando apenas as fachadas e cobertura. É necessário ter um histórico do prédio e ser realizado um grande estudo técnico, o que inclui plantas de arquitetura da época de construção, intervenções já realizadas, reformas anteriores, materiais utilizados, diagnóstico do tipo de estrutura do imóvel e fundações, estudo de viabilidade técnica e financeira da reforma, levantamento sobre leis e normas locais de construção e reforma, dentre outros.

Nesses casos de reforma desse porte os benefícios são enormes tais como: não ter grandes demolições, redução do volume de descarte de materiais, reaproveitamento da construção, reutilização de alguns materiais específicos como madeira que podem ser utilizadas na reforma, muitos itens da construção podem ser recuperados, reciclados ou doados para alguma instituição, tais como janelas antigas, portas, alguns itens de decoração antigos, dependendo do estado da construção e de sua localidade. Essa intervenção pode ser mais rápida que a idealização de uma construção nova e pode exigir menos burocracia a níveis de documentações e licenças de prefeitura e órgãos governamentais fiscalizadores. Um exemplo de reforma verde ou modernização é a torre Eiffel em Paris.

Imagem 5- Exemplo de Reforma Verde, a torre Eiffel.

A arquiteta Mayra Rosa destaca: A grande reforma verde realizada na torre Eiffel em Paris, na França, onde foi levado em consideração, alguns aspectos como produção de energia limpa no local, através de pequenas turbinas eólicas desenhadas e projetadas para a torre, captação da água da chuva e seu armazenamento. Foram instalados painéis solares, as lâmpadas foram trocadas por mais eficientes de LED, foi feito um plano para redução de impacto ambiental e foi pensada a melhora da acessibilidade a torre. (Rosa, 2015).

A adoção de algumas formas de captar água da chuva são simples de instalar, operar, manter e são benéficas. O sistema pode ser por calha na cobertura ou telhados, onde a água é direcionada por encanamentos para um filtro e depois para um reservatório, e através de uma bomba de recalque ela é bombeada para ser utilizada, ou dependendo do tamanho da construção, essa água de reuso pode ser usada diretamente sem bomba de água. Outro tipo muito difundido para captação de água da chuva é o telhado verde, dependendo do modelo, o reservatório de água fica abaixo do gramado e em cima da laje, distribuindo a água por encanamentos por bombas de recalque ou por gravidade. A adoção de um sistema de automação de controle do fluxo dessa água, ajuda a gerir e monitorar o uso.

Captação de água da chuva por calhas

Imagem 6- Esquema de captação de água da chuva.

Telhado verde

Imagem 7- Telhado verde exemplo de item sustentável.

4.1. Certificações sustentáveis e suas relevâncias

Certificações sustentáveis são selos concedidos por instituições não governamentais ou de governo, muitas são internacionais e atuam com os mesmo critérios e avaliações nos países em que estão presentes e atestam os mais variados tipos de construções, edifícios habitacionais, escritórios, escolas, hotéis, bairros, loteamento, edifícios públicos, reformas, entre outros.

Para almejar uma certificação ambiental para uma construção é necessário que se estipule o nível de sustentabilidade que será implementado com o projeto e a construção. São necessários variados estudos arquitetônicos de viabilidade construtiva e financeira, além de um planejamento estratégico prévio, que cumpra todas as metas e normas exigidas pela entidade certificadora, que pode aprovar ou rejeitar o projeto. Toda obra é acompanhada e fiscalizada nas diversas fases até a entrega final, por um gestor, ou consultor nomeado pelo órgão certificador.

Uma construção certificada por um órgão independente tem maior valorização do que uma construção que é autodeclarada sustentável, que não foi fiscalizada para comprovar a implantação de benefícios voltados para a sustentabilidade.

Há variadas certificações sustentáveis no mercado de construção, dentre as quais, o selo aqua [alta qualidade ambiental do empreendimento], que é um selo brasileiro adaptado de uma metodologia francesa e contempla vários critérios sustentáveis, dentre os mais importantes a gestão ambiental da obra, economia de água e energia e redução de resíduos e qualidade de vida dos usuários do edifício.

O selo bream – building research establishment [estabelecimento de pesquisa de construção], é uma certificação internacional de origem do Reino Unido, muito utilizada mundialmente, certifica edifícios públicos, comerciais e residenciais. Dentre suas metas, podemos destacar, redução do consumo energético e de água, utilização de materiais sustentáveis, gestão de resíduos da construção e redução de impactos de vizinhança.

Certificação Leed – leadership in energy and environmental design [liderança em energia e design ambiental], é a certificação mais utilizada no mundo. Foi desenvolvia nos Estados Unidos da América, possui diversos níveis de certificação e metas a serem seguidas, dentre as mais relevantes estão eficiência do uso de água e energia, uso de recursos naturais de forma responsável, uso de materiais sustentáveis, qualidade do ambiente construtivo e preocupação com a manutenção das instalações e do edifício.

4.2. Materiais, definições e diferenças entre sustentável e ecológico

Os materiais sustentáveis possuem uma análise completa de sua cadeia de produção, desde a forma de extração, geração de impactos à natureza, procedência, transporte, manutenção, desempenho e eficiência do material a longo prazo, análise do ciclo de vida, quais os ingredientes químicos, se possuem características sustentáveis e se é usada uma mão de obra que não é prejudicial a vida dos trabalhadores. Geralmente todas estas etapas são rastreadas e são conferidas através de selos de órgãos independentes de níveis internacionais e órgãos governamentais como o Inmetro, Procel edifica e casa azul, que são brasileiros e que atestam os produtos. Um exemplo de material sustentável é a madeira de reflorestamento, onde não são devastadas novas áreas de mata virgem.

Madeira de área de Reflorestamento

Imagem 8 - Madeira de Reflorestamento.

Materiais ecológicos podem ser concebidos de forma artesanal ou industrial desde que não poluam, seja atóxico e que promova benefícios ao meio ambiente e não prejudique a saúde de pessoas e animais. Incluem-se também o reuso de materiais na produção. um exemplo de material ecológico é a madeira plástica, é feita através da reciclagem de plásticos e derivados, tem ótima resistência e durabilidade e a aparência é igual a de madeira convencional.

Madeira plástica

Imagem 9 - Madeira plástica, produzida por plástico reciclado.

Materiais reciclados e reutilizados são muito utilizados em novas construções, tais como madeira de demolição que pode se tornar um bonito móvel, ou um elemento de fachada, ou jardim, portas de madeira maciça recuperadas de alguma construção anterior podem ser reutilizadas como portas ou janelas, uso de tijolos de demolição, em novos designs construtivos é muito comum, e o uso de materiais que usam matérias primas de reciclagem em sua composição, o que ajuda na não extração, gera menos impacto ao meio ambiente, e mantém a cadeia produtiva do produto em uso, sem desperdício.

4.3. Meio ambiente inserido, cuidados e preservação

Para desenvolver uma construção sustentável é de suma importância a escolha do local do empreendimento, deve-se pensar em determinados fatores, tais como o clima, vegetação, topografia, como será feito o uso daquela terra, preservar a permeabilidade do solo, consumo de água, se possui acesso a transporte público, ciclovias, se há comércios e serviços essenciais próximos onde haja possibilidade de ir a pé para dar um sentido de comunidade interligada, procurar vazios urbanos, que são lotes inutilizados há bastante tempo e muitas vezes degradados, mas bem integrados a um bairro. A construção deve seguir as leis ambientais e as permissões de construir no lugar escolhido, manter a preservação ambiental, ter cuidados com a vizinhança e a natureza na fase de construção e operação do edifício, escolher materiais para a construção que sejam sustentáveis, e se possível sempre escolher materiais regionais para um desenvolvimento sustentável local, levando em consideração o tripé da sustentabilidade.

A sustentabilidade inserida nas construções deve promover que pequenos caminhos pelo bairro ou proximidades sejam feitos a pé, privilegiar o uso de veículos menos poluentes ou zero de emissão de carbono como as bicicletas, reduzir número de vagas de estacionamento, desde que não fira a lei urbana, e que construir bicicletários, interligar o prédio a uma ciclovia, se possível, incentivar vagas de veículos elétricos com estação de carregamento para abastecimento e de preferência a estacionamentos que sejam em subsolos ou cobertos, para evitar as ilhas de calor, que são um problema que ocorre em locais com muito adensamento de prédios ou com grande impermeabilidade do solo. Esse fenômeno pode aumentar o calor local em até 10 graus em comparação com uma área de mata ou rural próxima.

Gerir a água da chuva que cai no lote é de suma importância, ajuda a prevenir alagamentos e o aproveitamento dessa água que é oferecida pela natureza, deve ser usada em prol do empreendimento construído, podem ser feitos reservatórios para reter a água da chuva por um determinado tempo e tratar essa água para usos futuro ou apenas construir reservatórios de retardo de água, que guarda a água temporariamente e depois lança de volta ao sistema público de escoamento.

A poluição sonora e luminosa também é uma preocupação a ser considerada em uma construção com viés sustentável. A poluição sonora de alguns equipamentos como grandes resfriadores de ar, bombas de recalque, aquecedores e geradores, podem ser um problema para a vizinhança, e para a natureza local, espantar alguns animais silvestres nas redondezas. Esses aparelhos devem ser bem localizados, e de preferência que fiquem instalados em ambientes fechados e com uma proteção acústica. Para a poluição luminosa é recomendável que ela fique restrita nos limites do lote da construção. É importante ter um projeto bem detalhado com cálculos luminotécnicos que não se tenha luz em excesso, para não ter postes ou holofotes mal posicionados, incomodando os vizinhos. Excesso de luminosidade prejudica também os animais que podem pensar que o dia já amanheceu, causando um grande impacto na saúde e até mesmo a mortandade de espécies.

4.4. Eficiência Energética e da água o grande foco

Dois grandes fatores da construção sustentável é a eficiência dos usos da água e da energia elétrica, assim como o planejamento de como obter esses recursos de forma menos prejudicial, ou até mesmo gera-los localmente de formas alternativas, como a eletricidade que pode ser gerada através da natureza por ventos ou pelos raios solares. Na maioria das vezes a redução do consumo de água na construção, está ligada também ao consumo de energia, pois é necessário bombas de recalque, para bombear água de um reservatório a outro, ou para as torneiras. A questão da água deve ser bem analisada e planejada, saber quanto de água será gasto para a implantação da obra e depois quanto será gasto mensalmente no edifício já construído. Através desse estudo de consumo é possível traçar metas de redução de uso de água e utilização desse bem natural de forma inteligente. Algumas definições de qualidade da água são:

  • Água potável que geralmente é proveniente de um sistema de distribuição de uma concessionária pública e será cobrado um valor por isso, e o consumo é apropriado para os humanos e animais.

  • Água pluvial que é a água da chuva coletada, através de telhados verdes, ou calhas, é uma fonte importante do recurso e não pode ser desperdiçada, e é uma água com qualidades para uso de limpeza, jardins, obra, uso para sanitários.

  • Água cinza é assim chamada por conter resíduos e já foi utilizada em algum processo, como uma lavagem de roupas, louças, essa água é facilmente tratada para reuso, pode ser usada para irrigação de jardins, limpeza.

  • Água negra tem esse nome por contém materiais orgânicos, resíduos de sanitários, comida, precisa de um sistema de tratamento de esgoto eficaz, para tratar essa água para seu reuso.

As estratégias para economia de água são: reduzir o uso de água potável, utilizando água de reuso, instalar na construção aparelhos sanitários eficientes que economizam água, com descargas com acionamento duplo, em caso de construções comerciais, usar mictórios secos ou com pouca utilização de água, usar torneiras e chuveiros com reguladores de vazão de água, uso de paisagismo com plantas nativas, ou que exijam pouca rega, captação de água da chuva para diversos usos evitando usar água potável, monitoramento de uso da água na edificação, através de vários relógios marcadores de água, que devem ser instalados conforme o uso, como por exemplo utilizar um marcador para abastecimento de piscina, um marcador para as torneiras de jardim e garagem, um individual para cada unidade habitacional, ou sala comercial dependendo do tipo de edificação.

De acordo com a Organização Pan-americana de saúde, (2009):

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) e seus países membros, “todas as pessoas, em quaisquer estágios de desenvolvimento e condições socioeconômicas têm o direito de ter acesso a um suprimento adequado de água potável e segura”. “Segura”, neste contexto, refere-se a uma oferta de água que não represente um risco significativo à saúde, que tenha quantidade suficiente para atender a todas as necessidades domésticas, que seja disponível continuamente e que tenha um custo acessível (ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE, 2009).

A adoção de tecnologias para redução de consumo energético é um desafio que deve ser bem avaliado e projetado, antes de se pensar em gerar energia localmente para consumo é necessário focar na utilização mínima de energia com o uso de aparelhos modernos e inteligentes, como ar condicionados e aquecedores com alta eficiência energética, uso de lâmpadas eficientes e controle do nível de iluminação. Uma arquitetura eficaz e bem projetada pode se valer dos benefícios de técnicas passivas para obtenção de luz solar e proteção térmica. Algumas soluções tais como: prismas de ventilação e iluminação, direcionamento da implantação das fachadas, para que deixem entrar luz solar, mas não calor, o que pode ser feito através de brises solares ou venezianas internas, que melhora ao máximo a iluminação natural nos ambientes internos, mantendo a preocupação em não deixar o ambiente quente demais no verão e nem muito frio no inverno, assim necessitando menos luz elétrica para iluminar, resfriar ou aquecer os ambientes internos dos edifícios.

Atualmente, a geração de energia elétrica renovável feita no local do empreendimento já está bem difundida mundialmente e apesar de ainda ter um custo considerável para a instalação e manutenção, o sistema se paga ao longo de um tempo razoável. Há imóveis de variados tamanhos gerando parte ou a totalidade de sua energia consumida e alguns edifícios geram tanta energia que conseguem vender o excedente para a companhia elétrica concessionária local ou receber créditos de desconto para futuras cobranças de faturas, as formas de se obter energia renovável mais comuns nas edificações são por energia solar conseguida por instalação de um sistema de placas fotovoltaicas e por vento através de aero geradores.

O Brasil é um dos países que tem disponível uma grande quantidade de matriz de energia limpa e pode se tornar um grande incentivador de uso de energias renováveis. Suas condições naturais são excelentes, bastante vento e luz solar com alta incidência praticamente o ano todo. O importante é que os países ao redor do mundo se preocupem com a emissão de gases do efeito estufa e aquecimento global e tenham uma mudança de paradigmas e incentivem a geração de energia limpa, reduzindo ao máximo o uso de combustíveis fósseis, que são altamente degradantes ao meio ambiente.

Segundo Porto (2013. p. 5):

O crescimento econômico e a máquina desenvolvimentista de intensificação de padrões de produção e consumo, ainda que pautados por critérios de “sustentabilidade” como as tecnologias “limpas”, sem emissão de gases de efeito estufa, permanecem como dogma de instituições e governos, apresentandose como única alternativa de melhoria da sociedade e de enfrentamento de mazelas como a pobreza e o desemprego, sendo uma armadilha. Talvez toda a sociedade, e as ciências sociais e humanas em particular, devesse perguntar como transformar o próprio ser humano para que novos níveis de consciência e práticas sociais possam emergir antes que as revoluções ou catástrofes venham a eclodir, e não apenas após ou na sequência destas (PORTO, et al 2013).”

Os padrões construtivos, deveriam ser fiscalizados com mais rigor pelos organismos regulatórios das cidades, para minimizar os impactos ambientais feitos por uma construção e, ao mesmo tempo gerar incentivos fiscais para quem construir de forma sustentável.

5. CONCLUSÃO

Pela pesquisa realizada, foi observado a importância de se difundir o tema relacionado a sustentabilidade na construção civil e buscar uma sinergia entre todos os envolvidos no setor, através da conscientização e educação das pessoas influentes do mercado de construção, como empreendedores, construtores, engenheiros e arquitetos. Os governos podem ajudar através de incentivos fiscais e fiscalização eficaz, o setor da construção deve prover estudos para uso de novas tecnologias construtivas, exigir extração de materiais da natureza de forma menos degradante possível, respeito às leis trabalhistas, apoio a responsabilidade social, a comunidade local e preservação do meio ambiente. Um projeto de construção de edifício sustentável, bem planejado e executado de obras, aliado ao uso de materiais sustentáveis e um plano eficiente de funcionamento e manutenção a longo prazo, gera inúmeros benefícios ambientais e sociais, além de ter maior valorização monetária do que um edifício de construção convencional.

Foi constatado segundo inúmeras pesquisas de mercado a níveis internacionais, que os edifícios sustentáveis podem custar o mesmo valor de uma construção convencional e muitas das vezes custar algo em torno de 3% a mais, que é uma diferença muito pequena em vista de todos benefícios gerados.

A construção civil requer constantes mudanças de práticas construtivas e inovações tecnológicas, visando respeito ambiental e social, para atender um mercado consumidor cada dia mais globalizado, interessado e focado em sustentabilidade. As estratégias de construção sustentável suprem perfeitamente esses anseios.

6. REFERÊNCIAS

BONI, Filipe Boni. Como se tornar um Leed green associate. Arquitetura e construção, livro disponível em e-book - Amazon digital, 2017.

6.1. FILHO, Antônio Macêdo.Construção civil de baixo e médio padrão começa a obter certificados de sustentabilidade.

Disponível em: <http://www.blogdomacedo.com.br/2016/10/construcao-civil-de-baixo-e-medio.html> acesso em:10 novembro 2017.

JOURDA, Françoise-Hélène Jourda. Pequeno manual do projeto sustentável.Arquitetura e construção., Editora G. Gili, Ltda, 2012.

FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. O que é sustentabilidade?

https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/quimica/o-que-e-sustentabilidade.htm> acesso em 10 janeiro 2018.

OPS, Organização pan-americana de saúde - Água e Saúde. Disponível em: http://www.opas.org.br/ambiente/UploadArq/água.pdf.> acesso em: 10 janeiro 2018.

PIA, Luciano. 25 Green (25 Verde) - edifício residencial em Turim, Itália.

http://www.lucianopia.it/opere-e-progetti/2007-2012-25-green-25-verde> acesso em 12 janeiro 2018.

PORTO, M. F. S.; Finamore, R.; Ferreira, H - Injustiças da sustentabilidade: Conflitos ambientais relacionados à produção de energia “limpa” no Brasil. Revista Crítica de Ciências Sociais, 2013.

http://rccs.revues.org/5217.> acesso em: 10 janeiro 2018.

ROSA, Mayra. Arq e Urb, Arquitetura – Ciclo vivo

http://www.http://ciclovivo.com.br/arq-urb/arquitetura/torre-eiffel-passa-por-reforma-e-ganha-turbinas-eolicas > acesso em 15 janeiro 2018.

SUSTENTARQUI, Dicas de sustentabilidade – Saiba quais são os selos para construção sustentável.

https://sustentarqui.com.br/dicas/selos-para-contrucao-sustentavel/ > acesso em 25 janeiro 2018.

YUDELSON, Jerry Yudelson. Arquitetura e construção: Projeto integrado e construções sustentáveis. Arquitetura e construção, Bookman, 2013.


Publicado por: RODRIGO LIED NOGUEIRA DE OLIVEIRA

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