Benefícios da Implantação dos Indicadores de Manutenção MTBF, MTTR e DF Para a Manutenção

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1. RESUMO

O objetivo deste artigo é indicar de forma simples e objetiva os Benefícios dos Indicadores de Manutenção MTBF, MTTR e DF Para a Manutenção, bem como apresentar resultados de estudos de casos que fizeram uso dos referidos indicadores para uma análise pré e pós ações da manutenção. Para tanto, explorou-se informações contidas em livros e artigos preferencialmente encontrados em domínios público, como no google acadêmico e afins, que tratassem dos tópicos do tema buscando repassar a ideia do conceito de cada indicador, bem como os elementos que os compõem e elencar as vantagens dos mesmos. Para uma análise aprofundada sobre o tema do artigo, buscou-se informações contidas em resultados de três estudos de casos distintos e atualizados, que de forma clara transmitiram as vantagens da utilização dos mesmos ao longo de seus processos. Por fim, compreendeu-se que a ciência e utilização do MTBF, MTTR e DF nos processos de manutenção, torna possível alcançar resultados positivos para a mesma, melhorando a eficácia e eficiência do processo e que a disseminação do conhecimento dos mesmos em cursos que tratem a respeito de assuntos ligados a manutenção é fundamental para os alunos, pois constitui um diferencial na carreira dos mesmos.

Palavras-chave: Indicadores de Manutenção. Benefícios da Implantação. Tempo Médio Entre Falha. Tempo Médio Para Reparo. Disponibilidade Física.

2. INTRODUÇÃO

A manutenção desempenha papel fundamental na vida dos seres humanos a centenas de anos, a mesma passa a ter como marco inicial o momento em que o homem aprende a fabricar e a manusear ferramentas e meios que propicia um avanço constante na melhoria dos sistemas produtivos.

No final do século XVIII, com inovações desenvolvidas ao longo da Revolução Industrial e com as revoluções tecnológicas ao longo do século XX, uma crescente demanda por produtos variados teve início, o que leva a uma necessidade em ajustar os meios de produção a uma adequação nas suas capacidades produtivas.

Para satisfazer as necessidades produtivas cada vez mais crescentes a manutenção passa por diversas revoluções ao longo dos anos, o que a faz passar de essencialmente arcaica pautada na correção após a falha, para uma manutenção focada em resultados positivos precedendo a potenciais causadores de paradas das linhas de produção motivados por falhas nos equipamentos e maquinários.

Diante da exponencial asserção por resultados positivos dos maquinários em detrimento ao crescimento da produção em função da elevação do consumo em um mundo cada vez mais globalizado e faminto por qualidade e agilidade de processos produtivos a manutenção é posta à prova, uma vez que, deve satisfazer as necessidades a ela imposta. Assim, incorpora-se novas ferramentas à manutenção, como os indicadores de manutenção MTBF, MTTR e DF. Portanto, quais benefícios os indicadores de manutenção mencionados podem trazer para a manutenção?

Diante das exigências mencionadas acima o principal objetivo é Identificar os benefícios gerados pela implantação dos indicadores de manutenção MTBF (Mean Time Between Failures ou Tempo Médio Entre Falhas), MTTR (Mean Time To Repair ou Tempo Médio Para Reparo) e DF (Disponibilidade Física) para a manutenção. Para tanto, compreender os conceitos dos indicadores de manutenção MTBF, MTTR e DF, entender os elementos que os compõem e estudar sobre os benefícios gerados pelos mesmos, passa a ter papel primordial no bom desempenho da manutenção, pois, o entendimento dos pontos indicados anteriormente no referido artigo torna possível a checagem das ações tomadas pela manutenção, através do desempenho dos equipamentos, tornando o planejamento cada vez mais eficiente. Com isso, observa-se resultados de estudos realizados por diferentes autores, os quais satisfazem o objeto de estudo deste artigo.

3. DESENVOLVIMENTO

3.1. Metodologia

Este artigo foi elaborado com base na metodologia de pesquisa bibliográfica, com estruturas qualitativa e descritiva. Para tanto, teve como base de estudos livros, trabalhos científicos e acadêmicos, tanto no formato físico quanto no formato digital, selecionados por meio de buscas relacionadas ao tema da pesquisa em publicações dentro dos últimos 21 anos e resultados de estudos atualizados sobre o tema da pesquisa dentro dos últimos 6 anos. As pesquisas realizadas em meios digitais contemplam repositórios de domínio público como o Google Acadêmico, o scielo, Catálago de Teses e Dissertações, dentre outros. Em decorrência da importância da pesquisa, autores de grande renome fazem parte deste contexto e reflexões proveitosas de suas obras foram realizadas. Dentre os autores mencionados destacam-se: Viana (2002); Kardec (2009), Soeiro (2017), dentre outros. Para a elaboração do artigo, foi utilizada a seguinte sequência lógica: Escolha do tema de pesquisa; Pesquisas relacionadas aos tópicos do tema, resultados de estudos atualizados relacionados ao tema da pesquisa e Organização das informações levantadas. De posse das informações, a estruturação do artigo tem por finalidade a elucidação de forma simples e objetiva do público interessado no assunto, sobre o tema da pesquisa e contempla as seguintes palavras chaves: Indicadores de Manutenção; Benefícios da Implantação; Tempo Médio Entre Falhas; Tempo Médio Para Reparo e Disponibilidade Física.

3.2. Indicadores de manutenção

De acordo com Viana (2002), os índices de manutenção tratam de aspectos importantes no processo da planta. Para tanto, em algumas empresas um determinado indicador se aplica satisfatoriamente, para outra não, e isto é uma questão de análise. Para Pinto (2002, aput MEGIOLARO, 2015, p. 24), “Para um sistema de controle da manutenção ser eficiente e eficaz, tornam-se necessárias informações de desempenho do mesmo sob a forma de relações ou índices”. Portanto, os referidos indicadores devem ser utilizados para uma indicação de pontos fracos e potenciais problemas causadores de resultados não programados (MEGIOLARO, 2015).

Assim, os indicadores de manutenção podem ser entendidos como um conjunto de medidas e dados numéricos que permitem o acompanhamento e quantificação dos processos monitorados, o que os tornaram pontos fundamentais nas tomadas de decisões (FREITAS, 2016). Adiante serão apresentados os seguintes indicadores: MTBF, MTTR e DF.

3.2.1. INDICADOR DE TEMPO MÉDIO ENTRE FALHAS (MTBF)

O MTBF (Tempo Médio Entre Falhas), é o resultado da divisão do somatório de horas de disponibilidade do equipamento para operação, pelo número de intervenções necessárias para ações corretivas em um determinado intervalo de tempo de funcionamento do mesmo (VIANA, 2002). Kardec e Nascif (2009), reforçaram que o Tempo Médio Entre Falhas (TMEF) é uma medida básica de confiabilidade de itens reparáveis e, em geral, refere-se à vida média de uma população.

Segundo Soeiro (2017, p. 144) “O MTBF é um indicador muito utilizado em manutenção industrial, pois indica o tempo médio entre falhas. É dado pela razão entre a soma do número de horas entre falhas pelo número de ocorrências durante o período considerado”. A equação 1 a diante demostra como o cálculo de Tempo Médio Entre Falhas é feito.

Equação 1 – Cálculo do Indicador de Tempo Médio Entre Falhas (MTBF).

Fonte: Soeiro (2017, p. 144)

Portanto, o referido indicador é composto por elementos responsáveis pela quantificação de horas entre falhas e pela quantidade de ocorrências durante o intervalo estudado e ou monitorado (SOEIRO, 2017). Assim, para Kardec e Nascif (2009) o indicador mencionado formou-se pelo quociente da soma de horas de disponibilidade para a produção pela quantidade de ações corretivas em um dado período. Donas (2004) ainda indica que o Tempo Médio Entre Falhas é encontrado pela relação entre o produto do número de itens pelos seus tempos de operações e o número total de falhas detectados no referido período observado.

3.2.2. INDICADOR DE TEMPO MÉDIO PARA REPARO (MTTR)

O indicador de Tempo Médio para Reparo, é obtido através da divisão entre o somatório das horas em que o equipamento ou maquinários estiveram em disponibilidade de operação para a manutenção pelo número total de reparos ou manutenções realizadas em um determinado intervalo de tempo (VIANA, 2002). De acordo com Megiolaro (2015), o Tempo Médio Para Reparo demonstra o tempo médio em que o equipamento deixa de operar por motivos ligados a ações da manutenção. Assim, a equação 2 a seguir indica como deve ser o cálculo para obter o referido indicador.

Equação 2 – Cálculo do Indicador de Tempo Médio Para Reparo (MTTR).

Fonte: Soeiro (2017, p. 146)

Portanto, para Soeiro (2017) o MTTR tem como função o apontamento médio para reparo, sendo aplicável quando o tempo de reparo do equipamento foi significativo quando comparado ao tempo de operação. Soeiro (2017) destacou que o indicador de Tempo Médio de Reparo é uma razão envolvendo a quantidade de horas de reparo, sem disponibilidade para a produção, e o número de ocorrências no período analisado. Donas (2004) reforça que o referido indicador é uma relação envolvendo o tempo total de ações ligadas à manutenção corretiva pelo número total de falhas observadas no período notado.

3.2.3. INDICADOR DE DISPONIBILIDADE FÍSICA (DF)

A disponibilidade física é a capacidade que um sistema possui em está apto a executar uma dada função ou operação em um determinado instante ou em um certo intervalo de tempo, considerando-se para isso a combinação de aspectos de confiabilidade, mantenabilidade e suporte de manutenção, supondo que os recursos externos requeridos estejam assegurados (KARDEC e NASCIF, 2009).

De tal maneira que a ABNT (1994, apud VIANA, 2002, p. 143) indica que a, “disponibilidade é a capacidade de um item de estar em condições de executar uma certa função em um dado instante ou durante um intervalo de tempo determinado”. Soeiro (2017) reforçou que o cálculo de disponibilidade não segue uma única regra, pois foi desenvolvido e adequa-se para que se possa ter um melhor atendimento a determinados seguimentos das empresas. Segundo o mesmo, o importante é a qualidade adquirida para um suporte ao gerenciamento dos recursos e atividades de manutenção. A equação 3 abaixo, demostra como encontrar o valor do indicador mencionado.

Equação 3 – Cálculo do Indicador de Disponibilidade Física (DF)

Fonte: Soeiro (2017, p. 147)

Portanto, a Disponibilidade Física dos equipamentos é composta por elementos que induzem a razão das horas produtivas pelo total de horas disponíveis no período observado (SOEIRO, 2017). Viana (2002) destacou que a Disponibilidade Física ainda pode ser composta pela razão entre os elementos de tempo total de operação, pelos tempos de paralisações para manutenções preventivas e corretivas mais o tempo total de operação.

3.2.4. BENEFÍCIOS GERADOS À MANUTENÇÃO, PELOS INDICADORES DE MANUTENÇÃO MTBF, MTTR E DF

O índice de Tempo Médio Entre Falhas indica a expectativa média de tempo em que uma falha poderá ocorrer em um equipamento, sendo útil quando se trabalha com manutenções preventivas, uma vez que, possibilita programar as intervenções, antecipando-se a paradas por quebras dos equipamentos (DONAS, 2004).

Através do Tempo Médio entre Falhas tornou-se possível a observação do comportamento dos maquinários perante ações da manutenção, pois caso o valor do MTBF (Tempo Médio Entre Falhas) alterou-se para valores maiores, um sinal positivo para a manutenção foi confirmado, tendo em vista que, com isso o número de intervenções corretivas durante o período observado diminuiu (VIANA 2002). Soeiro (2017) reforçou que a análise do cálculo do MTBF possibilitou notar que para uma maior disponibilidade operacional, atingiu-se uma maior soma das horas de operação sem falhas e um menor número de ocorrências, possibilitando em ações de maior foco por parte dos gestores da manutenção.

O MTTR (Tempo Médio Para Reparo) ofereceu para a manutenção uma indicação de tempo médio em que um equipamento deixou de produzir, uma vez que esteve passando por uma operação de manutenção (MEGIOLARO, 2015). De tal forma que Viana (2002, p.142) reforçou que: “É simples deduzir que, quanto menor o Tempo Médio Para Reparo no passar do tempo, melhor o andamento da manutenção, pois os reparos corretivos demonstram ser cada vez menos impactantes na produção”.

A Disponibilidade Física (DF) introduziu na manutenção informações que levaram a aferições do desempenho da disponibilidade do equipamento ou de toda a linha, para a produção (SOEIRO, 2017). Assim, Viana (2002) reforçou que o Indicador de Disponibilidade Física, ofereceu para a produção um maior número de horas produtivas.

3.2.5. Estudos Atualizados

O seguinte estudo foi realizado por Leonel Antônio Reis do Nascimento, cujo título GESTÃO DA MANUTENÇÃO COM BASE NO PROGRAMA MCC NO SETOR DE CORTE EM UMA EMPRESA DE POLIURETANO FLEXÍVEL, foi publicado no ano de 2019 em Porto Alegre, apresentada como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção, modalidade Profissional, Universidade Federal do Rio Grande do Sul na área de concentração em Sistemas de Produção. O referido estudo limita-se a uma pesquisa com estudo de caso, onde foram utilizados os princípios da Manutenção Centrada na Confiabilidade para possibilitar a confecção de planos de manutenção adequados para o setor de corte de uma empresa produtora de poliuretano flexível, limitando-se ao equipamento laminador. O objetivo do referido estudo é implementar os procedimentos metodológicos seguindo as etapas do MCC e FMEA, para tanto aplicou-se dentre outras metodologias a avaliação dos indicadores MTBF, MTTR e Disponibilidade dos equipamentos, cujus resultados serão apreciados a seguir.

Para Nascimento (2019), para melhorar o entendimento e a relação entre os sistemas é necessário analisar o fluxo do processo produtivo. Considerando também o grau de importância do referido sistema para o fluxo do processo como um todo. O passo seguinte é a análise dos dados do histórico de paradas para a manutenção o que possibilitou na determinação da sua Disponibilidade, MTBF e MTTR. Assim, segundo Nascimento (2019, p. 62), “Esses resultados refletem o estado do sistema e, como ação, deve receber por prioridade o equipamento que receber o menor resultado de Disponibilidade, o que evidenciará o equipamento crítico no sistema”.

Nascimento (2019), afirma que de posse dos dados dos indicadores mencionados a cima, observa-se que para um MTTR com valores maiores, significa que o equipamento necessitou de maior tempo para ser reparado. Assim, quanto maior o valor do referido indicador, pior será o resultado em análise do estudo em questão. Já para o MTBF, quanto maior o seu valor, melhor o resultado (da análise do estudo em questão), significando que o equipamento trabalhou uma maior quantidade horas sem a necessidade de intervenções por parte da manutenção. O autor afirma ainda que, quanto menor o valor atribuído ao indicador de Disponibilidade, significa em um pior resultado para a investigação em análise, o que demostra que o equipamento esteve menos tempo disponível para a operação.

Os valores para cada indicador mencionado a cima foram organizados em gráficos, o que tornou possível uma análise do real funcionamento do sistema de forma globalizada, possibilitando em resultados positivos para os gestores da manutenção do referido estudo. Assim, observa-se no gráfico a seguir um comparativo de valores de disponibilidade do equipamento laminador, tendo como comparação os valores anteriores e posteriores a aplicação do programa MCC, lembrando que para tal comparação foram analisados os dados dos indicadores MTBF e MTTR, para assim definir os valores de disponibilidade do equipamento, embora o tempo de estudo tenha sido curto, entre outubro de 2016 a fevereiro de 2018 (NASCIMENTO, 2019).

Figura 1 - Disponibilidade do equipamento laminador antes e pós MCC

Fonte: Nascimento (2019, p. 86)

Analisando a Figura 1 a cima, observa-se que a disponibilidade do laminador passou de 95,24% (0,9524) para 97,68% (0,9768). Os dados mostram um incremento de 2,4% de aumento, sinalizando que o equipamento ganhou 17 horas mensais a mais no sistema produtivo (NASCIMENTO, 2019).

O seguinte estudo de caso foi realizado por Edilberto da Silva Souza; Everton Moreira Paiva; Jeizon Gesnes Gripe da Silva; Jussara Fernandes Leite e Luciano José Vieira Franco, intitulado Manutenção mecânica em motoniveladoras: Um estudo de caso para elevar a disponibilidade física da frota de motoniveladora, publicado pela Editora Poisson no capítulo 3 do livro GESTÃO DA MANUTENÇÃO INDUSTRIAL E MINERAÇÃO, no ano de 2022. Apresenta como metodologia característica exploratória, descritiva explicativa e aplicada. O estudo teve como objetivo elevar a disponibilidade física da frota de motoniveladoras da empresa em questão, foi realizada em uma mina de céu aberto de minério de ferro localizada na superfície do quadrilátero ferrífero em um complexo minerador de Minas Gerais na Região do Médio Piracicaba. A empresa possui nessa região, um total de 7 motoniveladoras da marca Caterpillar. Para realização deste trabalho, foram coletados os históricos de falhas no sistema de direção das motoniveladoras no período de Janeiro de 2020 a Setembro de 2021. Os dados coletados neste estudo de caso foram retirados do Sistema Integrado de Acompanhamento de Mina (SIAM), no qual são acompanhados pela equipe de planejamento, que fica responsável por tratar as irregularidades nas ocorrências e gerar relatórios diariamente para divulgação interna entre os setores de manutenção, infraestrutura e operação de mina. Analisando os dados, constatou-se que o sistema de direção é o principal responsável pela perda de DF em corretiva nas motoniveladoras. Como estratégia, implantou-se um plano de manutenção especifico para as motoniveladoras, devido a frota de esses equipamentos terem demonstrado uma baixa performance por vários meses.

Para Souza et al. (2022), os indicadores do tempo médio entre falha (TMEF), o tempo médio de reparo (TMPR), dentre outros constituem uma das formas para realizar a avaliação do processo de manutenção. Para tanto, a tabela a seguir mostra um comparativo de resultados da Disponibilidade Física das motoniveladoras, considerando dados pré e pós implantação do plano de manutenção específico para as maquinas. Deve-se lembrar que os valores do MTBF e do MTTR são cruciais para que se possa definir os valores do Indicador de Disponibilidade Física.

Tabela 1 - Disponibilidade Física

Fonte: Sousa et al. (2022, p. 42)

Para Sousa et al. (2022), durante os meses do ano de 2021, com exceção do mês de junho onde foi realizada uma parada não programada para a troca de um motor, a implantação da estratégia no processo de manutenção repercutiu em melhoria dos resultados e performance da frota, em comparação aos meses do ano anterior.

No estudo de caso elaborado pelos autores Bruno Silva Alencar; José Dimas Arruda; Jussara Fernandes Leite; Luciano José Vieira Franco; Roberto Junior Ferreira Vieira, intitulado Manutenção em caminhões fora de estrada: Estudo de Caso para Redução do Tempo de Manutenção, publicado pela Editora Poisson no capítulo 1 do livro GESTÃO DA MANUTENÇÃO INDUSTRIAL E MINERAÇÃO, no ano de 2022. O referido trabalho foi realizado em uma empresa de extração e beneficiamento de minério de ferro na região do Alto Paraopeba em Minas Gerais. Teve como objetivo a redução dos custos de manutenção, o aumento da disponibilidade física dos caminhões fora-de-estrada e a otimização do processo de manutenção dos equipamentos de transporte de grande porte na mineração. A pesquisa foi realizada com os operadores que conviviam com a real situação, com a finalidade de avaliarem as necessidades reais. Os dados para o estudo foram coletados em documentos internos da empresa, após a coleta dos dados os mesmos foram analisados junto à gestão econômica, a terceira etapa ocorreu na área de manutenção da empresa o que possibilitou na apuração das ocorrências de substituição do eixo âncora dos caminhões, após os dados passaram por nova análise. O que resultou em propostas e implementação de ações visando a redução dos custos de manutenção e o aumento da disponibilidade dos caminhões fora-de-estrada.

Para Alencar et al. (2022), os indicadores possibilitaram uma visualização e comparação de dados que antecederam às ações tomadas tendo em vista as melhorias mencionadas a cima. Para tanto, observou-se uma redução de Tempo Médio Para Reparo (MTTR) de 120 horas para 48 horas, o que sinaliza uma melhora de 60% para o indicador em questão. Com a redução do MTTR, os autores indicaram uma elevação na meta do Tempo Médio Para Reparo (MTBF) para 47%, o que possibilitou passar de 353 horas para 518 horas o valor médio do MTBF. Com as mudanças realizadas pelo estudo na peça mencionada, os valores dos indicadores demostraram reduções significativas dos custos de manutenção envolvendo o caso em questão.

Para tanto, Alencar et al. (2022), destaca que a empresa terá ganhos como: Maior disponibilidade física; Segurança na operação do equipamento; Aumento da moral da equipe; Aperfeiçoamento da mão da obra e Maior confiabilidade. Os autores reforçam que, a utilização de uma metodologia para resoluções de problemas constitui a melhor ação dentro dos vários processos produtivos empresariais.

Os estudos mencionados a cima, destacam a importância dos indicadores estudados ao longo deste artigo. Uma vez que potencializam as ações da manutenção, tornando as mesmas mais eficazes. Nas pesquisas mencionadas, os indicadores MTBF, MTTR e DF constituem papel fundamental para os resultados elencados. Para Nascimento (2019) a implantação dos indicadores pelo processo de manutenção, possibilitou através dá comparação entre os valores dos históricos dos mesmos, verificar o real funcionamento do sistema, uma vez que permitem uma análise da disponibilidade que os equipamentos possuem para a produção, possibilitando ajustes visando a melhoria econômica e afins dos processos. Nascimento (2019) destacou ainda que, com base nas informações fornecidas pelos indicadores estudados ao longo deste artigo, o equipamento relatado em seu estudo ganhou 17 horas produtivas mensais a mais, considerando o período observado entre outubro de 2016 a fevereiro de 2018. Sousa et al. (2022), indicou que o número de horas corretivas da frota de motoniveladora foram de 70 falhas e 621,11 horas de manutenções corretivas em 2020 sendo que em 2021 foram 29 falhas e 92,38 horas corretivas, caracterizando que os indicadores possuem papel fundamental no acompanhamento do sistema, indicando que houve um ganho real na Disponibilidade Física das motoniveladoras.  O estudo de Alencar et al. (2022), reforça que os indicadores estudados possibilitam visualizar e comparar os dados que antecederam as ações tomadas. Portanto, diversos benefícios podem ser gerados pela implantação dos indicadores de manutenção, por parte da manutenção, como os mencionados a seguir: Maior disponibilidade física; Segurança na operação do equipamento; Aumento da moral da equipe; Aperfeiçoamento da mão da obra e Maior confiabilidade (ALENCAR et al. 2022).

4. CONCLUSÃO

Tornou-se importante o desenvolvimento deste estudo pois o mesmo tratou de parâmetros que contemplam informações e valores significativos para o sucesso da gestão da manutenção. Os resultados deste estudo buscam à introdução nos meios acadêmicos e afins de informações que potencializem discursões teóricas e aprofundadas sobre os benefícios dos indicadores de manutenção estudados, incluindo a possibilidade de outros autores em dá continuidade e ou aprofundar-se ao estudo. De tal forma, a sociedade de maneira geral e em especial as que compõem as classes das engenharias e simpatizantes, poderão obter informações relevantes e aplicá-las em suas atividades e ou estudos.

De modo geral, o tema estudado já foi amplamente discutido por outros autores, os quais aplicaram os conceitos dos indicadores mencionados por este estudo como fonte de coleta de dados para seus processos de manutenção. No entanto, dada a importância dos mesmos, espera-se que novos e futuros acadêmicos deem continuidade ao presente estudo, tornando o tema sempre atualizado e provocando o incremento dos mesmos nos mais distintos processos de manutenções.

Por fim, este artigo mostrou que os indicadores MTBF, MTTR e DF podem produzir informações e valores vantajosos para quem os aderir, conforme resultados positivos obtidos através das pesquisas estudadas anteriormente. Portanto, é de fundamental transcendência que os cursos de engenharias e afins disseminem entre seus alunos a importância do entendimento sobre o tema estudado, uma vez que, a compreensão do mesmo trará resultados positivos para a sociedade de maneira geral, fazendo com que os processos produtíveis possam torna-se cada vez mais eficazes e eficientes.

5. REFERÊNCIAS

ALENCAR, Bruno Silva et al. GESTÃO DA MANUTENÇÃO INDUSTRIAL E MINERAÇÃO: Capítulo 1 - Manutenção em caminhões fora de estrada: Estudo de Caso para Redução do Tempo de Manutenção. Orientador: Luciano José Vieira Franco - Jussara Fernandes Leite. 2022. 170 f. v. 1 - Poisson, Editora Poisson, Belo Horizonte, 2022.

DONAS, Manoel Luiz Martins. A Gestão da Manutenção de Equipamentos em uma Instituição Pública de C&T em Saúde. Orientador: José Manuel Santos de Varge Maldonado. 2004. 120 f. TCC (Especialização) - Curso de MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO DE C&T EM SAÚDE, ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA, FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, Rio de Janeiro, 2004.

FREITAS, Laís Fulgêncio. ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO EM UMA PEQUENA EMPRESA DO SETOR METAL MECÂNICO DE JUIZ DE FORA COM BASE NOS CONCEITOS DA MANUTENÇÃO PREVENTIVA E PREDITIVA. Orientador: Luiz Henrique Dias Alves. 2016. 95 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Mecânica, Engenharia Mecânica, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2016.

KARDEC, Alan; NASCIF, Júlio. Manutenção: função estratégica.  3. Ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Qualitymark: Petrobras, 2009. 384p.

MEGIOLARO, Marcello Rodrigo de Oliveira. INDICADORES DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL RELACIONADOS À EFICIÊNCIA GLOBAL DE EQUIPAMENTOS. 2015. 87 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Elétrica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Pato Branco, 2015.

NASCIMENTO, Leonel Antônio Reis do. GESTÃO DA MANUTENÇÃO COM BASE NO PROGRAMA MCC NO SETOR DE CORTE EM UMA EMPRESA DE POLIURETANO FLEXÍVEL. Orientador: Prof. PhD. Christine Tessele Nodari. 2019. 115 f. TCC (Especialização) - Curso de Mestrado em Engenharia de Produção, Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2019.

SOEIRO, Marcus Vinícius de Abreu; OLIVIO, Amauri; LUCATO, André Vicente Rico. Gestão da manutenção. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017.208 p.

SOUSA, Edilberto da Silva et al. GESTÃO DA MANUTENÇÃO INDUSTRIAL E MINERAÇÃO: Capítulo 3 - Manutenção mecânica em motoniveladoras: Um estudo de caso para elevar a disponibilidade física da frota de motoniveladora. Orientador: Luciano José Vieira Franco - Jussara Fernandes Leite. 2022. 170 f. v. 1 - Poisson, Editora Poisson, Belo Horizonte, 2022.

VIANA, Herbert Ricardo Garcia. PCM, Planejamento e Controle de Manutenção. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed. 2002. 192p.

Francisco das Chagas Nascimento Rocha [1]

Ana Silva [2]


[1] Acadêmico(a) do curso de Engenharia Mecânica da Faculdade Anhanguera de Brasília – FAB.

[2] Orientador(a). Docente do curso de Engenharia Mecânica da Faculdade Anhanguera de Brasília – FAB.


Publicado por: Francisco das Chagas Nascimento Rocha

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