ANTEPROJETO DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO BAIRRO BETOLÂNDIA EM JUAZEIRO DO NORTE-CE

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1. RESUMO

Este trabalho tem como objetivo desenvolver o projeto arquitetônico de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) como trabalho de conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo, A cidade escolhida para a implantação será a região Administrativa de Juazeiro do Norte-CE, mais precisamente no bairro Betolândia, na busca de sanar os problemas enfrentados com a falta de atendimento médico básico, em função da sobrecarga populacional, que vem crescendo no decorre dos anos, bem como dá grande precariedade do Sistema de saúde do município, com falta de postos de saúde, com uma U.P.A. para atender toda a cidade, não tendo como socorrer a população de juazeiro do Norte, que fica relegada a um segundo plano, sem ter acesso a saúde na comunidade, muito menos nos parâmetros restantes do município. O projeto tem o intuito de apresentar uma edificação que busca a celeridade no atendimento de casos menos urgentes contribuindo para diminuir a superlotação nos hospitais e dando-lhe assistência médica básica a população.

Palavras-chave: Unidade Básicas de Saúde, UBS, Arquitetura.

ABSTRACT

This work aims to develop the architectural project of a Basic Health Unit (UBS) as a conclusion work for the Architecture and Urbanism course, The city chosen for the implementation will be the Administrative region of Juazeiro do Norte-CE, more precisely in the neighborhood Betolândia, in the quest to solve the problems faced with the lack of basic medical care, due to the population overload, which has been growing over the years, as well as giving great precariousness to the municipality's health system, with a lack of health posts, with a U.P.A. to serve the entire city, with no way to help the population of Juazeiro do Norte, which is relegated to a background, without having access to health in the community, much less in the remaining parameters of the municipality. The project aims to present a building that seeks to speed up the care of less urgent cases, helping to reduce overcrowding in hospitals and providing basic medical care to the population.

Keywords: Basic Health Unit, BHU, Architecture.

2. INTRODUÇÃO

2.1. INTRODUÇÃO. À PROBLEMÁTICA

A realização deste trabalho fala sobre um Anteprojeto para construção de uma Unidade básica de Saúde da Família (U.B.S.F) no bairro Betolândia na cidade de Juazeiro do Norte-CE, este município está localizado na região metropolitana do cariri cearense.

O anteprojeto será executado com a finalidade de atender a população carente do bairro, hoje com uma população estimada em mais de três mil habitantes, conforme censo do I.B.G.E.do ano de 2010, com 52 logradouros público, mais de 20 empresas gerando vários empregos, mesmo assim, o bairro encontra-se esquecido pelo poder público. Tendo em vista a grande necessidade da comunidade por atendimento médico e hospitalar na área da saúde. Os moradores, os representantes do bairro, as entidades sociais, clamam com vários apelos as autoridades, por uma unidade de atendimento médico, próximo as suas residências para minimizar o sofrimento da população. Os habitantes desta comunidade são pessoas de baixa renda e carentes,48% possuem renda entre um e dois salários mínimo46% destes informaram pelo menos uma pessoa da casa está desempregada, e não tem recursos, apenas um ônibus para toda comunidade falta transporte, para se deslocarem e fazerem um tratamento em hospitais no centro da cidade.

Estes dados denotam a precariedade da situação socioeconômica das famílias em que ali vivem. Essa é uma reivindicação justa, um equipamento de saúde desse tipo, para esta comunidade seria muito importante, para poder oferecer a eles uma qualidade de vida melhor, um atendimento digno.

2.2. JUSTIFICATIVA

É extremamente necessário a construção de uma Unidade Básica de Saúde da Família U.B.S.F, neste bairro, por se tratar de uma população carente e desassistida pela administração pública do município. O bairro está localizado na zona periférica da cidade de Juazeiro do Norte-CE, distante do centro, com uma população estimada em mais de dois mil habitantes conforme censo do I.B.G.E. do ano de 2010, com 52 logradouros público, mais de 20 empresas gerando vários empregos, com uma infraestrutura completa, várias ruas pavimentadas, com água, luz e telefone, mesmo assim, o bairro encontra-se esquecido pelo poder público.

É uma reivindicação justa e necessária esta construção, por se tratar de uma comunidade que precisa ter um atendimento, clinico hospitalar, mais próximo de suas residências, porque os moradores não têm disponibilidade de transporte. A população também não tem recurso, para pagar o transporte público ou de emergência, que lhes possa conduzir para serem atendidas em um hospital no centro da cidade.

Com essa U.B.S.F. construída aqui o município pode disponibilizar um tratamento digno, com objetivo de levar saúde tratar e acolher a população deste bairro. Um espaço público com a finalidade de no seu desempenho tratar as pessoas mais necessitadas, prestar assistência médica, e viabilizar sua função social para poder auxiliar na infraestrutura comunitária da cidade e da região. Constituindo assim uma reivindicação muito necessária a construção desse equipamento público de saúde.

2.3. OBJETIVOS

2.3.1. OBJETIVO GERAL

  • Desenvolver um anteprojeto arquitetônico para construção de uma Unidade Básica de Saúde da Família – U.B.S.F, com espaços humanizados e projetados em função da comunidade, localizado no bairro Betolândia, mais precisamente na Av. Manoel Coelho de Alencar, com o propósito de auxiliar e fortalecer o sistema de saúde da cidade de Juazeiro do Norte – CE, dessa forma realizar um atendimento clinico hospitalar as famílias do bairro e de áreas adjacentes.

2.3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Propor um projeto arquitetônico que se adeque as necessidades da população do bairro e áreas adjacentes;

  • Projetar um espaço público de saúde, humanizado e de qualidade;

  • Projetar uma edificação, com escala adequada para a função proposta atendendo aos princípios conceituais;

  • Analisar o terreno para qual será implantado o projeto.

Primeira Etapa: Pesquisa Bibliográfica

Segunda Etapa: Pesquisa de Campo

Terceira Etapa: Análise de Correlatos

Quarta Etapa: Consulta a legislação Pertinente

Quinta Etapa: Estudo Preliminar e Definição do Projeto

3. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo, que visa propor um modelo de ante- projeto arquitetônico de uma U.B.S.F. que atenda às necessidades da população residente no Bairro Betolândia, localizado no município de Juazeiro do Norte-CE

Primeiramente serão analisadas as necessidades e características dos habitantes, e depois analisados os terrenos viáveis para a construção e execução do projeto. Este equipamento é um espaço destinado exclusivamente para tratar a saúde das pessoas, que é a grande necessidade do bairro, como também da população de áreas adjacentes. Devido à ausência de assistência médica nesta área da cidade, como os moradores estão distantes do centro e dos hospitais foi viabilizado essa proposta, a construção da U.B.S.F. no bairro Betolândia.

A metodologia desse estudo está em cinco capítulos distintos, objetivando organizar os trabalhos a serem efetuados, buscando clareza no seu desempenho e na elaboração das pesquisas. Os procedimentos metodológicos utilizados, estão distribuídos e explicados, como será feito este trabalho seguindo as etapas abaixo

Figura 1: Etapas do Processo Metodológico

Fonte: Autor

PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

  • História do bairro Betolândia

  • Centros de saúde

  • Espaços que prestam serviços de saúde

  • Unidade de pronto atendimento U.P.A.S.

PESQUISA DE CAMPO

  • Mapas atualizados da cidade e do bairro.

  • Identificação da infraestrutura do local

  • Condicionantes climáticas

  • Definição da área

ANÁLISE DE CORRELATOS;

  • U. B.S. – Unidade Básica de Saúde - Parque do Riacho/DF

  • U. B.S. – Unidade Básica de Saúde – Quilombo do Gurigi

  • U. B.S. – Unidade Básica de Saúde – Codhab/DF

CONSULTA A LEGISLAÇÃO PERTINENTE;

  • Plano Diretor Urbanístico da cidade (PDDU)

  • Código de obras do município

  • Normas Brasileiras (NBRs)

ESTUDO PRELIMINAR E DEFINIÇÃO DO PROJETO

  • Definição de Conceito e partido

  • Organização e Setorização

  • Definição da Forma e Volume

Primeira Etapa: Pesquisa Bibliográfica

Devido ao contexto amplo da proposta, nesse primeiro momento as pesquisas, de caráter exploratório, foram divididas em quatro etapas sendo elas: pesquisa sobre a cidade e o bairro, pesquisas acerca de centros de saúde da Família, e espaços ou centros de atendimento à saúde das pessoas, como também as unidades de pronto atendimento U.P.A.S. espaços que prestam serviços de saúde na cidade. Para tanto, foram analisados monografias, livros, artigos, revistas, dissertações, reportagens e censos que abordam os temas em destaques.

Segunda Etapa: Pesquisa de campo

Na segunda etapa; o estágio foi dividido em três vertentes, a catalogação dos territórios, próprios para receber o empreendimento, via mapas atualizados da cidade e do bairro, com o objetivo de fazer a identificação correta, da infraestrutura do local, devido à larga escala necessária para a proposta, as condicionantes climáticas locais, a verificação dos ambientes catalogados, para constatação e aferição de dados, e a definição da área de atuação.

Dentro desse contexto, foram analisados também, o entorno, as condicionantes topográficas e de acessos, às vias principais, entre outros aspectos necessários ao projeto.

Terceira Etapa: Análise de Correlatos

Com o objetivo de analisar os temas abrangentes neste trabalho, para melhorar os conhecimentos sobre a pesquisa, apresentamos os correlatos, que ampliam as temáticas trabalhadas na proposta final desse trabalho, visando entender como se dá a relação do programa de necessidade. Assim sendo foram analisados três correlatos que direcionam o projeto: U.B.S.- Unidade Básica de Saúde Parque do Riacho/DF, U.B.S.- Unidade Básica de Saúde Quilombo do Gurugí-PB, U.B.S.- Unidade Básica de Saúde-Codhab/DF dos arquitetos;

Os correlatos foram analisados tecnicamente na seguinte ordem e definição; foram desde uma introdução sobre o projeto, a sua implantação, sua plasticidade, a configuração arquitetônica e uma análise dos pontos referenciais para a proposta final desse trabalho.

Quarta Etapa: Consulta a Legislação Pertinente

Nesta etapa; foram analisados três documentos da cidade que são; o Plano Diretor e Urbanístico da cidade (PDDU) e/ou o Código de Obras do município, com objetivo de orientar quais zonas da cidade estão aptas a receber o programa, as Normas Brasileiras (NBRs), relativas aos segmentos da proposta, visto que estas padronizam as elaborações de serviços e produtos no Brasil, a exemplo temos à NBR 9050/2004 que trata sobre acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.

A NBR 9077/2001 que orienta quanto às saídas de emergência em edifícios. Foram debatidas também literaturas que embasam a construção adequada quanto a ergonomia e as condicionantes climáticas da região, a exemplo temos os livros “Manual do Arquiteto Descalço” de Johan Van Lengen, e “Manual prático de Arquitetura Hospitalar” de Ronald de Góes com destaque para Normas do Ministério da Saúde.

Quinta Etapa: Estudo Preliminar e definição do projeto

Nesta etapa do trabalho, será desenvolvido o que chamamos de estudo preliminar, para definição do projeto, que deve ser orientado a partir dos estudos bibliográficos e dos levantamentos feitos nos estudos de campo. Sendo que agora, foi dividido em três etapa distintas, que são: A definição de conceito e partido, definição de organogramas e setorizações e definição da forma e volume da proposta.

4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1. ESTADO DA ARTE

A composição do Estado da Arte, se refere ao quadro abaixo, que apresenta um breve levantamento bibliográfico dos autores e suas respectivas obras, que irão direcionar e contribuir para o desenvolvimento do trabalho.

Tabela 1 - Estado da Arte

TEMÁTICA

AUTOR

OBRA

TIPOLOGIA

ANO

Monografia

Donald de Sousa Dias e Mônica Ferreira da Silva

Como Escrever uma Monografia

Livro

2010

Edificações Sustentáveis

Marian Keeler e Bill Burke

Fundamentos de Edifica. Sustentáveis

Livro

2010

Arquitetura Hospitalar

Ronald de Góes

Manual Prático da Arquitetura Hospitalar

Livro

2011

Metodologia Aplicada a Enfermagem

Marislei Espindola Brasileiro e Ludmila Cristina S. Silva

Metodologia da Pesquisa Científica

Livro

2011

Materiais Usados na Construção Civil

Carmen Couto Ribeiro, Joana Darc S. Pinto e Tadeu Starling

Materiais de Construção Civil

Livro

2015

Aplicação das Normas de Ergonomia

Jan Dul Bernard e Weerd Meester

Ergonomia Prática

Livro

2013

 

Manual do Arquiteto

Johan Van Lengen

Técnicas de construção

Livro

2014

Arquitetura Hospitalar

Ronald de Góes

Manual Prático de Arquitetura para Clínicas e Laboratório

Livro

2015

4.2. O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS

O direito à saúde consta no artigo XXV na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, a qual define: “Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-lhe, e a sua família, saúde e bem-estar [...]” (ONU, 1948). No contexto brasileiro, houve o movimento da Reforma Sanitária em 1988, pela Constituição Federal de 1988, na qual estabelece: “Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. ” (BRASIL,1988) e que serviu como fundamento para posterior criação do Sistema Único de Saúde (SUS), através da Lei Nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.

O Brasil possui um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde pública do mundo, o SUS, tendo a unidade básica de saúde (UBS) como sua porta de entrada principal de toda a Rede de Atenção à Saúde. (BRASIL, 2020).

4.3. POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA

4.3.1. O PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF)

O Programa Saúde da Família (PSF) criado em 1994 consolidou-se como a estratégia de organização da atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS) propondo uma mudança de modelo e contribuindo para a efetiva melhoria das condições de vida da comunidade. Em 2006, no bojo do Pacto de Gestão, acordado entre as três esferas de governo - Ministério da Saúde, Secretarias Estaduais e Secretarias Municipais de Saúde. Ficou definido que, a Saúde da Família é considerada como a estratégia prioritária para o fortalecimento da atenção básica, e seu desenvolvimento deve considerar as diferenças regionais.

Além disso, são objetivos explícitos: Desenvolver ações de qualificação dos profissionais da saúde, isto acontece porque são formas de organização da atenção básica, que seguem lógicas distintas na maneira como planejam, lidam e se organizam, para atender e acompanhar a saúde da sua comunidade.

4.3.2. UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (U. B. S. F.)

De acordo com o Ministério da Saúde, A Unidade Básica de Saúde da Família (U.B.S.F.), é uma parte integrante de uma organização médica e social, cuja função básica consiste em proporcionar à população assistência médica integral, preventiva e curativa sob qualquer regime de atendimento, inclusive domiciliar, constitui-se também como centro de atendimento de urgência, e de prevenção em saúde da família, bem como de encaminhamento de pacientes, cabendo lhe supervisionar e informar sobre a saúde dos pacientes a os estabelecimentos de saúde à ele vinculados tecnicamente.

É importante que a concepção arquitetônica das UBSF, se integre as normas, de acordo com os valores da comunidade local, e assim seja clara a identificação das Unidades Básicas de Saúde da Família.

4.4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELAS EQUIPES SAÚDE DA FAMÍLIA NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE – CONFORME PORTARIA 340 – MINISTÉRIO DA SAÚDE

1. Mapeamento das áreas e dos equipamentos sociais presentes nesse território como escolas, associações comunitárias, ONGs etc.

2. Planejamento, busca ativa, captação, cadastramento e a acompanhamento das famílias de sua área.

3. Acolhimento, recepção, registro e marcação de consultas.

4. Ações individuais e/ou coletivas de promoção à saúde e prevenção de doenças.

5. Consultas médicas e/ou de enfermagem.

6. Consultas e procedimentos odontológicos, quando existir a equipe de saúde bucal.

7. Realização de procedimentos médicos e de enfermagem:

  • Imunizações

  • Inalações

  • Curativos, drenagem de abscessos e suturas

  • Administração de medicamentos orais e injetáveis

Dessa forma, é de extrema importância a presença de uma equipe capacitada para suprir as demandas exigidas pela Unidade Básica de Saúde da Família.

SUGESTÕES DE ESTRUTURA DE UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE ACORDO COM O NÚMERO DE EQUIPES IMPLANTADAS E A COBERTURA POPULACIONAL

O Ministério da Saúde não recomenda que trabalhem numa mesma UBS mais que três ESF, devido às dificuldades de organização de agenda e dos fluxos operacionais que garantam as mudanças de práticas de saúde, necessárias ao modelo de atenção proposto pelo programa Saúde da Família.

Nº de Equipes Saúde da População

Família trabalhando na UBS Coberta

1 Equipe de Saúde da Família para uma população de; 2.400 a 4.000 pessoas.

2 Equipe de Saúde da Família para uma população de; 4.000 a 8.000 pessoas.

3 Equipe de Saúde da Família para uma população de; 8.000 a 12.00 pessoas.

Conforme senso do IBGE (2010), o bairro Betolândia possui população com mais de 3 mil habitantes e pode ser enquadrado no programa do Ministério da Saúde, com uma equipe de saúde da família tipo 1, que atende uma população de 2.400 a 4.000 pessoas. Devido a dificuldades e a grande necessidade do bairro uma ESF, com este modelo de atenção proposto pelo programa Saúde da Família, será uma contemplação muito importante para essa comunidade resolver seus problemas de saúde.

Fonte: Ministério da Saúde (2013)

Fonte: Ministério da Saúde (2013)

4.5. Arquitetura Hospitalar

A história da arquitetura hospitalar acompanha a evolução dos paradigmas de tratamento de saúde. A solução em naves é a resposta arquitetônica a um período em que o sagrado, a caridade e a religiosidade predominavam, não passando o hospital de depósito de marginalizados e doentes à espera da morte. Com o crescimento das cidades, em fins da Idade Média, observa-se o aumento da pobreza e das epidemias, forçando o hospital a adotar soluções em naves cruzadas, que permitiam maior capacidade e facilidade de vigilância.

A arquitetura é, então, chamada a colaborar no processo de adoção de ambientes com maiores preocupações higiênicas, de iluminação e ventilação. O sistema pavilhonar vem limitar a quantidade de doentes por bloco, adotar a ventilação cruzada e toda uma estrutura de apoio aos cuidados de saúde, auxiliando na afirmação do novo papel dos médicos, enfermeiros e leigos, no cuidado e cura dos doentes. O edifício hospitalar passa a ser implantado em áreas ajardinadas, favorecendo o passeio e a contemplação paisagística, auxiliando no processo de recuperação de doentes. Essas características fazem essa tipologia manter-se atual e muito utilizada, ganhando novos adeptos na atual preocupação mundial pela humanização do tratamento de saúde, valorização do convívio e preservação da natureza. O cruzamento das naves proporcionava um ponto estratégico para a colocação de altar e vigilância, havendo diversas variantes do sistema. Tratava-se de solução funcional, mas que já buscava proporcionar certas separações, entre tipologias de doenças. As naves em cruz obedeciam à necessidade de maior sofisticação do programa hospitalar.

Figura 2: O hospital de Toledo, demonstrando a evolução do partido em naves cruzadas para o claustro.

Fonte: Pevsner (1979, p.173)

Figura 3: O hospital da Santa Cruz de Barcelona, demonstrando a evolução do partido em nave para o claustro por força das ampliações sucessivas.

Fonte: Hernández- Cros, Mora e Pouplana (1990, p. 101)

Volumetria arquitetônica típica hospitalar obedecendo ao partido misto.

Fonte: Mello, Broad e Moura (2010)

5. REFERÊNCIAL PROJETUAL

Este capítulo fundamenta-se na avaliação de projetos que permitiram a compreensão da dinâmica de uso e inter-relação dos espaços que apresentam aspectos semelhantes ao da proposta final deste trabalho, norteando sua composição e soluções projetuais. Foram analisados, em ambos, aspectos referentes as questões de implantação da proposta no terreno, a concepção plástica e/ou volumétrica dos projetos, o programa de necessidades e sua distribuição no espaço e uma análise pessoal dos aspectos mais notórios e relevantes para a proposta final deste trabalho. Segue abaixo diagrama resumo da metodologia de análise de correlatos.

Análise dos pontos referenciais ao projeto que embasarão a proposta da UBS – Betolândia.

1.0 Unidade Básica de Saúde U.B.S. Parque do Riacho – DF

Ficha Técnica - U.B.S. Parque do Riacho-DF

Localização: Parque do Riacho - DF

Autores: Saboia + Ruiz Arquitetos associados

Tipologia; U.B.S.

Data do projeto: 2019

Área construída: 2.150,00m².

Área do Terreno: 9.804,75m²

Figura 4 – UBS Parque do Riacho

Fonte: U.B.S. Parque do Riacho-DF (2019)

Introdução

A Unidade Básica de Saúde Parque do Riacho-DF É um importante empreendimento de saúde, que disponibiliza vários atendimentos clínicos de saúde para pessoas carentes desta comunidade. Este projeto Arquitetônico dos arquitetos Sabóia+Ruiz, Arquitetos Associados, é um importante projeto para o Distrito Federal, e exemplo para todo brasil, porque dignifica a arquitetura brasileira, podendo também servir de referência para outros países. Um equipamento público de saúde para tratar das pessoas mais carentes dessa comunidade, que teve o início das obras em 2015, sendo concluída logo depois em 2019.

Implantação: U.B.S. Parque do Riacho-DF

A relação do lote destinado a elaboração do projeto de implantação da U.B.S. Parque do Riacho-DF, o espaço urbano imediato é bastante desafiador, tanto por seu entorno fronteiriço, como por seu dimensionamento, sendo uma área enorme que foi destinada para o empreendimento, a parcela do terreno e de grandes proporções, principalmente no sentido longitudinal, considerando a adoção de um projeto de pequeno porte.

Figura 5 – Planta Baixa da UBS Parque do Riacho

Fonte: U.B.S. Parque do Riacho-DF (2019)

Figura 6 – Localização e Entorno UBS Parque do Riacho

Fonte: Autor (2022)

Plasticidade da Forma: U.B.S. Parque do Riacho-DF

A realização da edificação em um único nível garante a acessibilidade universal e ainda reserva uma área livre considerável para o planejamento futuro, permitindo uma racional extensão modular como possível ampliação da Unidade Básica de Saúde. Na parte da frente um acesso para pedestre, ao lado um grande estacionamento para veículos, os recuos dos blocos no lote estão ocupados por área verde e jardins internos para proporcionar ventilação.

Figura 7 – Plasticidade da Forma UBS Parque do Riacho

Fonte: U.B.S. Parque do Riacho-DF (2019)

Configuração Arquitetônica: U.B.S. Parque do Riacho-DF

São três blocos com seus pátios organizando as necessidades programadas de acordo com a vocação de cada setor. Na ausência de paisagem exterior urbana, cria-se uma sequência de paisagens interior, com seus respectivos pátios. O bloco central, é o espaço de distribuição das funções pois a partir dele o público é conduzido para os outros blocos, setor administrativo, auditório, espaço de recepção com serviço de apoio a outros blocos e atendimento direto a farmácia e vacinação. O atendimento clínico; triagem, consultórios, acompanham o sentido longitudinal do bloco, área de carga e descarga, setores de apoio técnico, e consultórios odontológicos estão no bloco frontal próximo ao estacionamento.

Análise dos Pontos Referenciais: U.B.S. Parque do Riacho-DF

Com amplo programa de necessidades este empreendimento de saúde tem destaque com as soluções projetuais de integração dos espaços eles foram fundamentais para escolha de U.B.S. Parque do Riacho, como referencial de projeto para proposta final desse trabalho. Os materiais foram usados em sua forma mais natural, nessa edificação com características moderna e espaços que se completam, com suas áreas verde, formam uma visão fundamental para proposta da U.B.S. Betolandia.

2.0 Unidade Básica de Saúde U.B.S. Quilombo do Gurugí/PB

Ficha Técnica: U.B.S. Quilombo do Gurugí – PB.

Localização: Cidade de Conde Comunidade do Gurugí-PB.

Autores: Estúdio 41 Arquitetura e design, Autores; Emerson Vidigal Eron Costin e João Gabriel Rosa.

Tipologia: U.B.S.

Data do projeto: 2016

Área construída: 439,03m².

Área do Térreo: 603,79m²

CONDE – PB – 2019 PROJETO CLASSIFICADO EM PRIMEIRO LUGAR NO CONCURSO NACIONAL DE ARQUITETURA

Figura 8 – Concurso Nacional de Arquitetura

Fonte: Concurso Nacional de Arquitetura (2019)

Introdução

É caracterizada historicamente por negros libertos ou fugidos do regime de escravidão, composta hoje por aproximadamente 253 famílias, que vivem, nessa comunidade quilombola, numa parte de terra que sobrou da exploração imobiliária, na microrregião no litoral sul paraibano.

Implantação

A estratégia de implantação leva em consideração a maneira como o edifício se adapta à topografia. Dessa forma, além de acomodar as lajes de piso às diferenças de relevo, busca gerar espacialidades internas e diferenças de pés-direitos que qualificam cada espaço de atendimento e trabalho para pacientes e funcionários. Além disso, numa comunidade com essas características, qualquer implantação de um edifício público se torna também um símbolo do atendimento que o Estado provê ao cidadão seja ele em educação, segurança ou saúde. Esse espaço se torna importante então não só pelas suas características físicas, mas especialmente pelas simbólicas e sensoriais.

Figura 9 – Implantação UBS Quilombo do Gurugí

Fonte: UBS UBS Quilombo do Gurugí (2016)

Plasticidade da Forma

Um edifício aberto, uma grande sombra ventilada, lugar de acolhimento e conversa entre o cidadão e o profissional de saúde. Espaço para promover a saúde como bem central da vida. Local onde a cultura arquitetônica tem o papel de ressaltar a cultura das pessoas. Para promover essas questões, o projeto proposto desenha uma sombra sob a qual se posicionam os elementos programáticos organizados assim a partir da área de recepção das pessoas. Esse espaço de espera se constrói como um alpendre, uma espécie de varanda que mira o bosque aos fundos e onde a brisa pode atenuar os efeitos climáticos de uma forma natural. De um lado da espera se localizam a farmácia e uma área para reuniões e atividades educativas. Do outro lado, todo o setor de saúde com o atendimento ambulatorial, odontologia, observação e áreas técnicas.

Figura 10 – Plasticidade da Forma UBS Quilombo do Gurugí

Fonte: UBS Quilombo do Gurugí (2016)

Configuração Arquitetônica

É constituído por um bloco, que comporta todo o programa da edificação, na parte frontal, o estacionamento com uma dinâmica de recuo. De um lado da espera se localizam a farmácia e uma área para reuniões e atividades educativas. Do outro lado, todo o setor de saúde com o atendimento ambulatorial, odontologia, observação e áreas técnicas. Como organização programática pretende-se uma clareza operacional. Para isso, as circulações paralelas resolvem os fluxos de pacientes e serviços de forma adequada e descomplicada, seja a partir da carga e descarga/parada de ambulância, seja a partir do acesso principal de público.

Figura 11 – Configuração Arquitetônica UBS Quilombo do Gurugí

Fonte: UBS Quilombo do Gurugí (2016)

Análise dos Pontos Referenciais

Nesse sentido, o projeto para a UBS – Unidade Básica de Saúde – Quilombola do Gurugi leva em consideração que o desenho do espaço deve favorecer o encontro, a permanência, o bem-estar e a cura, mesmo em condições adversas de saúde. Num momento de discussão sobre o papel do estado, a dignidade das pessoas e das comunidades além do respeito aos direitos humanos, um projeto assim serve para refletirmos sobre o nosso futuro, ao mesmo tempo em que transformamos e planejamos as realidades locais. Em geral, no Brasil, espaços assistenciais de saúde são caracterizados por um atendimento precário a questões como: salubridade, ventilação e conforto dos usuários. Desenhar um espaço que qualifique o atendimento aos pacientes e ao mesmo tempo se torne uma referência de serviço público para a sua comunidade são as duas premissas básicas de uma edificação dessa natureza.

Unidade Básica de Saúde U. B. S. Parque do Riacho II – DF.

Ficha Técnica: Unidade Básica de Saúde Parque do Riacho II – DF.

Localização: Brasília Distrito Federal.

Arquitetura: Escritório Solo Arquitetura.

Tipologia: U.B.S.

Data do projeto: Ano do projeto; 2019

Área do terreno: 1.350,00m².

Figura 12 - U. B. S. Parque do Riacho II

Fonte: U. B. S. Parque do Riacho II (2019)

Implantação

Esta ocupação praticamente implanta o edifício no eixo norte / sul, proporcionando maior exposição para as faces leste e oeste, que consequentemente proverá solução para proteção solar. Agregadas a esta solução, outras propostas para sustentabilidade energética do edifício promovem performances de alta qualidade e desempenho. O afastamento do edifício na sua face norte, proporciona a oferta de áreas para estacionamento de veículos, criação de área verde intermediária, acesso mais fácil ao subsolo e espaço abrigado para entrada e saída de pacientes e familiares.

Figura 13 – Planta Baixa U. B. S. Parque do Riacho II

Fonte: U. B. S. Parque do Riacho II (2019)

Plasticidade da Forma

A proposta contempla não somente o brise soleis (placas verticais), mas também vegetação tipo trepadeira para minimizar a aridez da estrutura metálica e assim melhorar o conforto visual No sentido longitudinal do edifício, propõe-se lâminas d’agua no lado externo, para aumentar o nível de umidade relativa do ar e contribuir para melhorar o sistema “Venturi” de ventilação proposto. Esta água será bombeada e clorificada. Os fechamentos laterais (faces norte e sul) serão com painéis com núcleo de isolamento PIR/FM, fixados na estrutura metálica. A marquise metálica na entrada do edifício protegerá a chegada e saída de pacientes em dias de chuva. A mesma será apoiada no pórtico principal e revestida em alumínio composto (ACM).

Figura 14 – Plasticidade da Forma Figura U. B. S. Parque do Riacho II

Fonte: U. B. S. Parque do Riacho II (2019)

Configuração Arquitetônica

O objetivo principal é que seja uma obra simples, limpa, modulada e de rápida execução. O partido estrutural compreende pórticos metálicos, perfil “I”, espaçados de 8 em 8 metros, com apenas dois apoios centrais, colocados estrategicamente para não interferir nas inúmeras possibilidades de arranjos funcionais. O uso da estrutura metálica se fundamenta no princípio da reciclabilidade (Certificação Green Building). Todo o fechamento dos ambientes em divisórias drywall, com painéis verdes para áreas molhadas. A cobertura será com telhas termo acústicas isotelha PIR/FM, com comprimento único para não haver sobreposição das mesmas. Tem-se ainda a possibilidade da colocação de painéis fotovoltaicos para coleta de energia solar e transformação em energia elétrica. O sistema de coleta de água pluvial ocorrerá através das calhas de cobertura e laje central. A água seguirá ao reservatório no subsolo, passando por filtragem e bombeamento. Esta água será utilizada no resfriamento da cobertura através de aspersores, nos jardins, lavagem de calçadas e veículos, bacias sanitárias, entre outros. A laje rebaixada no eixo central tem o papel de abrigar todas as instalações das condensadoras de ar condicionado dos ambientes, através do sistema Split ou VRF. Os fechamentos laterais são com placas de isolamento sem ruídos.

Figura 15 – Configuração Arquitetônica U. B. S. Parque do Riacho II

Fonte: U. B. S. Parque do Riacho II (2019)

O subsolo abrigará área para carga e descarga, vagas para veículos e ambulância. Em caso de alguma intercorrência médica, a transferência de pacientes para outra unidade de saúde utilizando a ambulância, será sempre pelo subsolo para não transitar por outras áreas de pacientes ambulantes. Este mesmo pavimento abrigará o sistema de geração e transformação de energia elétrica, cisternas de água potável e não potável, casa de bombas e filtragem. Considera-se importante a instalação do gerador de energia, tendo em vista que o sistema de abastecimento de água fria e pluvial será pressurizado. O subsolo terá ventilação natural permanente.

Análise dos Pontos Referenciais

A arquitetura proposta busca contribuir de forma decisiva na criação dos espaços, minimizando a relação estressante do paciente com o meio de saúde. Os espaços relacionados especialmente com os públicos infantil, hebiátrico e obstétrico procuram buscar no repertório cotidiano destes usuários, o acolhimento e aconchego. Os recursos como o uso das cores, iluminação natural (espaços mais positivos), obras de arte, painéis fotográficos, grafitagem, imagem no forro dos gabinetes odontológicos, jardins internos e externos, conforto visual, esperas intermediárias junto aos jardins, etc., reforçam em muito a ideia da arquitetura contribuir no processo de humanização, preconizado mundialmente para os edifícios de saúde.

Área de Atuação

Condicionantes do Terreno

Condicionantes Ambientais

Condicionantes Legais

6. ANÁLISE DO TERRENO

Figura 16 – Entorno do local escolhido

Fonte: Google Earth (2022) adaptado pelo autor

LEGENDA

1. TERRENO INDICADO 30X50=1.500m².

2. POSTO ASA BRANCA

3. RESIDENCIAL ZÉ CAMILO -1

4. CONJUNTO HABITACIONAL MINHA CASA MINHA VIDA -2

Figura 17 – Localização do Terreno

Fonte: Google Earth (2022) adaptado pelo autor.

6.1. Área de Atuação

O objetivo desse estudo tem por finalidade implantar no Bairro Betolândia na cidade de Juazeiro do Norte, mais precisamente na região do cariri cearense, uma Unidade Básica de Saúde, para atender uma população estimada em mais de 7mil habitantes segundo dados do IBGE (2010), distante cerca de 491km. da capital Fortaleza. O município e o bairro desfrutam de significativa composição de área verde, com uma quantidade considerável de edificações residenciais e comerciais, com ruas asfaltadas e sistema de abastecimento d’agua, energia e telefonia, com largos espaços para projetar o seu desenvolvimento

6.2. Localização do Município

O município de Juazeiro do Norte-CE, pertence a Região Metropolitana do Cariri Cearense, e esta constituído em sua vizinhança pelos seguintes municípios: Ao Leste cidade de Missão Velha, Ao Oeste: cidade do Crato, Ao Sul cidade de Barbalha e Ao Norte; cidade de Caririaçu-CE, e com outras cidades que juntos formam a Região Metropolitana do Cariri. Uma população estimada em 1° de julho de 2021 de 278, 264 habitantes, sendo o terceiro município mais populoso do Ceará, depois de Fortaleza ocupa uma Área de 258,788Km². Altitude de 377 metros acima do nível do mar, uma densidade demográfica de 1.104,7 habitantes por hectare, a taxa de urbanização é de 93,3% Segundo Wikipédia a enciclopédia livre é um importante polo cultural e turístico do Brasil, sendo um dos maiores centros de artesanato e cordel do nordeste do país. Tornou-se cidade em 1914, é muito conhecida hoje, como terra do Pe. Cícero no Estado do Cear

Figura 18 – Localização do Município

6.3. Condicionantes do Terreno

O terreno encontra-se localizado na cidade de Juazeiro do Norte, mais precisamente no Bairro Betolandia, que está situado ao leste da cidade vizinho aos bairros Novo Juazeiro, José Geraldo da Cruz, e Blandina Sobreira, que fica próximo ao Aeroporto Regional do cariri, onde mede 30,00m. de frente por 50,00m. de fundo ou comprimento. Perfazendo uma área de 1.500m² com um pequeno declive da parte frontal para o centro do mesmo, onde faz frente, para o Norte com a, Rua Pedro Henrique. Ao Leste com Av. Manoel Coelho de Alencar, ao Sul com terrenos de outros proprietários, Ao Oeste com o Residencial Zé Camilo-1. O bairro está mapeado pela ZR 3, de uso residencial de baixa densidade associado ao comercio, é um bairro de classe média baixa, que vai contribuir com uma grande demanda para U.B.S. Segundo o IBGE (2010), a comunidade está situada a uma distância de 11km. do centro da cidade e abriga mais de 7 mil habitantes.

6.4. Topografia

A topografia do local escolhido é plano, o terreno possui um pequeno desnível no seu interior, ou seja, na parte central, dessa forma favorece a implantação da proposta, o solo tem características próprias para edificação, ele encontra-se localizado onde faz frente para a Rua Pedro Henrique ao Norte. Ao Leste com Av. Manoel Coelho de Alencar, ao Sul com terrenos de outros proprietários, Ao Oeste com o Residencial Zé Camilo-1, em Juazeiro do Norte-CE.

Figura 19 – Topografia do Terreno

Fonte: Autor (2022)

6.5. Condicionantes Ambientais

A Região do Cariri, como um todo é uma região que recebe muita incidência solar o ano todo. A cidade de Juazeiro do Norte, mais precisamente é bem quente, e grande parte dos seus espaços são planos, e com pouca vegetação com pequena presença de arborização natural.

6.6. Clima

A pluviosidade no município é de 1 133 milímetros anuais, com temperaturas que variam, conforme a época do ano e local, de mínimas de aproximadamente 22 °C até máximas de 33 °C. As médias térmicas mensais, no entanto, giram entre 24 °C e 27 °C.

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1961 a 1970, a menor temperatura registrada em Juazeiro do Norte foi de 11 °C em 17 de agosto de 1962 e a maior atingiu 38,8 °C em 8 de novembro de 1961.

Tabela 2 – Dados climáticos de Juazeiro do Norte

Dados climatológicos para Juazeiro do Norte

Mês

Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Out

Nov

Dez

Ano

Temperatura máxima recorde (°C)

37,2

36,7

38,7

33,7

34,6

34,6

36,8

36,4

36,6

37,5

38,8

37,2

38,8

Temperatura máxima média (°C)

31,3

30,3

29,5

28,9

28,4

28,7

29,4

30,7

32

32,6

32,6

32

30,5

Temperatura média (°C)

26,2

25,5

25

24,5

23,9

23,6

23,7

24,6

25,8

26,5

26,8

26,4

25,2

Temperatura mínima média (°C)

21,1

20,7

20,6

20,2

19,5

18,6

18

18,6

19,4

20,4

21

20,9

19,9

Temperatura mínima recorde (°C)

14,6

14,9

15,4

13,6

12,2

11,2

11,2

11

13,1

15

14,7

15,1

11

Precipitação (mm)

180

220

252

201

62

30

12

7

6

27

45

91

1 133

Umidade relativa (%)

62,2

70,5

75,1

73,3

67,6

62,3

56,2

50,6

48,1

48,3

50,8

55,7

60,1

Fonte: Climate Data (médias de temperatura e precipitações) e Departamento de Ciências Atmosféricas da UFCG (umidade relativa).

Fonte 2: Instituto Nacional de Meteorologia (recordes de temperatura de 1961 a 1970).


Os maiores acumulados de precipitação em 24 horas foram 120,8 mm em 26 de novembro de 1962 e 110,6 mm em 16 de março de 1963. O menor índice de umidade relativa do ar foi de 13%, em 29 de novembro de 1970.

6.7. Condicionantes Legais

A proposta será amparada pelas legislações federais, estaduais e municipais, principalmente pelo P.D.D.U, Plano de Diretrizes Desenvolvimento Urbano do Munícipio de Juazeiro do Norte.

Figura 20 – Condicionantes Legais

Fonte: Brasil (2010)

Conceito

Partido

Programa de Necessidades

Estudo de Implantação

Cronograma para o TCC 2

7. DIRETRIZES

Para a proposta da U.B.S. Betolândia serão utilizas as seguintes diretrizes:

a) NBR 9050 Acessibilidade a edificações mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.

b) NBR 15401- Meios de hospedagem, sistema de gestão da sustentabilidade requisitos;

c) A NBR 9077/2001 que orienta quanto ás saídas de emergência em edifícios. Serão debatidas também literaturas que embasam a construção adequada quanto a Ergonomia, e as Condicionantes Climáticas da região, a exemplo dessa forma buscaremos nos espelharmos nos livros; “Manual do Arquiteto Descalço” de Johan Van Lengen e o “Manual Prático de Arquitetura Hospitalar” de Ronald de Góes, com isso procuraremos destacar as Normas do Ministério da Saúde.

d) Segurança sanitária para serviços de alta complexidade do Sistema Único de Assistência social

e) Termo de Referência da Secretaria de políticas públicas.

7.1. Conceito

C CURAR; melhorar todos os atendimentos, todos os programas de saúde da família, das crianças dos idosos, com uma condição de melhorar o sistema de tratamento das pessoas como um todo.

R REMÉDIO; fazer uma distribuição digna de medicamentos e não deixar faltar nos postos e nas unidades de Saúde.

U U.B.S. Implantar mais postos de saúde para atender as pessoas doentes em todo país minimizar os problemas de saúde através de diagnósticos preciso, de toda população carente.

Z ZELAR; Promover Cuidar e tratar das pessoas doentes com respeito e dignidade lembrando que é direito e dever do estado.

7.2. PARTIDO ARQUITETÔNICO

O partido arquitetônico desenvolveu-se através do conceito de Espaços humanizados, com uso de cores, e jardins internos, possibilitando o contato com a natureza, passando a oferecer aos ambientes iluminação natural. Além disso, considerando a falta de equipamentos urbanos diagnosticada no início do trabalho, planeja-se inserir uma pequena área verde, no acesso principal da edificação, como convite ao convívio e a permanência das pessoas. Colaborando com o desenvolvimento urbano da região, e trazendo uma nova dinâmico de uso e apropriação do espaço.

A intervenção visa oferecer uma UBS para o bairro, grande e completa, numa região junto a moradia com habitações mistas, tendo em vista o importante fluxo, de acessibilidade da obra e do seu entorno, a proposta é realizar uma U.B.S. térrea, apropriando-se ao máximo do alinhamento, e da disposição do terreno, considerando acessibilidade tanto das áreas internas quanto das externas.

O projeto será composto por uma UBS, uma pequena área verde de acesso e horta aos fundos, para o uso e apropriação do espaço, gerando uma sensação de pertencimento.

7.3. PROGRAMA DE NECESSIDADE

Figura 21 – Programa de Necessidade

Fonte: Autor (2022)

7.4. PROGRAMA DE NECESSIDADE

O programa de necessidades foi elaborado de acordo com A RDC 50 (ANVISA, 2002) e Manual de Estrutura física das Unidades Básicas de Saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008), que definem as condições mínimas de uma UBS.

Farmácia-10m².

Farmácia- 10m². Consultório Indiferenciado- 9m²

Depósito da Farmácia- 6m². Consultório com WC- 12m².

Recepção e Espera- 15 Usuários Consultório Odontológico- 12m².

SANITÁRIOS Área de compressores e Bomba-

Público Masculino- 5m². Salas para Agentes Comunitários

Público Masculino PCD- 5m². Sala de Vacina- 9m².

Público Feminino- 5m². Sala de Nebulização- 6,5m²

Público Feminino PCD- 5m². Sala de pequenos Procedimentos- 9m².

Sala de Reuniões/Multiuso Sala de Curativos- 9m².

Sala de Administração- 5,5m². Depósito de Material contaminado- 4m².

Almoxarifado- 9m². Guarda de Material Esterilizado- 4m².

Copa- 4,5m². Área de Parlamentação- 6m²

Sanitário/Vestiário Funcionários Box de Resíduo Comum- 4m².

Feminino- 5m². Box de Resíduo Químico- 4m².

Feminino PDC- 5m² Box de Resíduo Biológico- 4m²

Masculino- 5m² Estacionamento

Masculino PDC- 5m². Área para Carga e Descarga

7.5. PERFIL DO SISTEMA VIÁRIO

Na proposta do Plano Diretor atual, o sistema viário da prefeitura municipal de Juazeiro do Norte, possui as ruas de acesso, que são; Rua Pedro Henrique com Av. Manoel Coelho de Alencar, conforme identificado no mapa do município, visto no corte disponibilizado pelo mesmo documento, contudo, nota-se através da imagem do Google Street View que atualmente não existe nenhuma ciclovia neste local, o passeio de pedestre é de 1,5m. dos dois lados das duas vias. Na avenida principal existe uma faixa de domínio de 14m. com duas pistas de mão e contramão, com um canteiro central de 1,5m.

Já a testada lateral do terreno que dá para Av. Manoel Coelho de Alencar,

que pode ser aproveitada para acesso secundário e de veículos possui uma largura de 50m. que será aproveitado para o acesso apenas 10m. desse comprimento.

7.6. MOBILIDADE URBANA

Há no bairro Igreja, Escola, vários pontos comerciais e residenciais, no entanto, através das análises já apresentadas, não há nenhum Terminal público de ônibus, para atender a demanda da população, quanto a oferta de transporte público pode se verificar que há uma linha de ônibus passando pelo bairro, tendo os seus trajetos praticamente iguais, não atende as necessidades das pessoas, mas com proposta de melhorar o seu atendimento.

7.7. ORGANOGRAMA

Fonte: Autor (12022)

8. REFERÊNCIAS

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-9050: Acessibilidade a edificações, mobiliários espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: ABNT, 2020. Disponível

BRASILEIRO, Marislei Espíndula; SILVA, Ludimila Cristina Souza. Metodologia da Pesquisa Científica Aplicada à Enfermagem. 2. ed. São Paulo: Ab Editora, 2017.

CASTELNOU, A. M. Fundamentos da Arquitetura. Curitiba: Apostila | UFPR, 2014. 100p.

DIAS, Donald de Sousa; SILVA, Mônica Ferreira da. Como Escrever uma Monografia. Rio de Janeiro: Atlas, 2010.

DUL, Jan; WEERDMEESTER, Bernard. Ergonomia Prática. 3. ed. São Paulo: Blucher, 2012.

GÓES, Ronald de. Manual Prático da Arquitetura Hospitalar. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2011.

GÓES, Ronald de. Manual Prático de Arquitetura para Clínicas e Laboratório. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2010.

GUERRINE, Délio Pereira. Iluminação: teoria e projeto. 2. ed. São Paulo: Érica, 2014. 134 p.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE Censo Demográfico da cidade de Juazeiro do Norte-CE

KEELER, Marian; BURKER, Bill. Fundamentos de Projeto de Edificações Sustentáveis. 4. ed. São Paulo: Bookman, 2019. 568 p.

Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte-CE P.D.D.U. Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano da cidade.

Portaria nº 340, de 30 de março de 2020 (Ministério da Saúde), acesso em: 26/06/2022

RIBEIRO, Carmen Couto; PINTO, Joana Darc da Silva; STARLING, Tadeu. Materiais de Construção Civil. Belo Horizonte: Editora Ufmg, 2013.

WEERDMEESTER, Jan Dul Bernard. Ergonomia Prática. 3. ed. São Paulo: Blucher, 2012. Tradução de: Itiro Lida. 


Publicado por: Edmar Rodrigues Gonçalves

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