O ensino da Arte de cuidar: A Escola Irmã Maria Antonieta Blanchot e a formação de Auxiliares e técnicos em Enfermagem em Teresina ( 1958 a 1984 )

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1. RESUMO

O presente trabalho tem como eixo central a análise da história do ensino de Enfermagem no Estado do Piauí, especialmente no que se refere ao desenvolvimento e criação da primeira Escola de formação de Auxiliares e Técnicos em Enfermagem no Piaui. A Escola Irmã Maria Antonieta Blanchot. A partir de junho de 1958 e encerrando as suas atividades no ano de 1984, finalizando as duas últimas turmas da referida escola. Este trabalho fundamenta-se teoricamente na relação entre a História da Saúde e a Memória do ensino de Enfermagem no Piauí. Utiliza-se autores como: Lima (2006); Soares (2007); Peter Burke (1991/2014); Michel de Certeau (2003), Jacques Le Goff (2003). Assim como o estudo baseado em autores piauienses como: Anneth Cardoso Basilio da Silva (2009), Iêda Moura da Silva (2013) e Flávio Jordão Gomes de Carvalho (2017), JoseanneZingleara Soares Marinho (2018) cujos trabalhos referen­ciam a historia da Saúde Publica no Piauí. Discutiu-se a formação de Auxilia­res/Técnicos em Enfermagem no Estado. Além da revisão bibliográfica, a pesquisa apóia-se principalmente na análise de fontes documentais e na metodologia da História Oral. As fontes escritas constituem-se em Decretos estaduais, Decretos da ABEN, fotografias, diplomas, convites de formatura, entre outros; e as fontes orais, em entrevistas com ex - alunas, das primeiras e últimas turmas. Assim, tornou-se possível identificar o pio­neirismo das primeiras Enfermeiras piauienses, além do trabalho das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo (Irmãs de Caridade), no trabalho assistencial e de formação das bases da profissão de Enfermeiras (os) no Piauí, princi­palmente no que se refere à instalação e direção da Escola de Auxiliares de Enfermagem Irmã Maria Antonieta Blanchot.

Palavras-chave: História. Memória. História da Saúde. Ensino de Enfermagem.

ABSTRACT

The present work has as central axis the analysis of the history of Nursing teaching in the State of Piauí, especially with regard to the development and creation of the first School of Training of Nursing Assistants and Technicians in Piaui. The School Sister Marie Antoinette Blanchot. From June 1958 and ending its activities in the year 1984, finalizing the last two classes of the said school. This work is theoretically based on the relationship between the History of Health and the Memory of Nursing teaching in Piauí. Authors like: Lima (2006); Soares (2007); Peter Burke (1991/2014); Michel de Certeau (2003), Jacques Le Goff (2003). As well as the study based on Piauí authors such as: Anneth CardosoBasilio da Silva (2009), Iêda Moura da Silva (2013) and Flávio Jordão Gomes de Carvalho (2017), JoseanneZingleara Soares Marinho (2018) whose works refer to the history of Health Publishes in Piauí. The training of Nursing Assistants / Technicians in the State was discussed. In addition to the bibliographic review, the research is mainly based on the analysis of documentary sources and the Oral History methodology. The written sources are constituted in state decrees, decrees of ABEN, photographs, diplomas, invitations to graduation, among others; and the oral sources, in interviews with alumni, of the first and last classes. In this way, it became possible to identify the pio-neirism of the first Piaui Nurses, in addition to the work of the Sisters of Charity of St. Vincent de Paul (Sisters of Charity), in assisting and training the foundations of the profession of Nurses in Piauí, mainly in what concerns the installation and direction of the School of Nursing Assistants Sister Maria Antonieta Blanchot.

Keywords: History. Memory. History of Health. Nursing Education.

2. INTRODUÇÃO

O estudo da História da Enfermagem possibilita compreender a Enfermagem como parte do processo histórico, social, cultural, político, educativo e de gênero1. O esclarecimento dos dados históricos propicia outras visões, que são colocados nesta pesquisa, através da trajetória do ensino da Enfermagem no Piauí. A história não ocorre ex­clusivamente quando são reparados grandes experimentos que trazem resultados para o desenvolvimento e melhoria, ou então, para a decadência da humanidade, mas também quando percorre as práticas daqueles que ergueram, levantaram, perderam, lutaram e que viveram o passado ou ainda se encontram entre nós, calaram ou comprovando o valor dos acontecimentos.

Este trabalho tem como eixo central a análise do Ensino da Enfermagem no Pi­auí. Neste sentido, tem-se através da inauguração da Escola de Auxiliar de Enfermagem Maria Antoinette Blanchot, em Junho de 1958, a análise sobre a dinâmica do ensino da prática da enfermagem no Piauí. A escola teve o seu funcionamento até 1984, quando neste ano, formaram-se as últimas duas turmas da instituição. Desta forma, para o desenvolvimento da pesquisa levantou-se uma bibliografia que mostra a história ensino e da prática da Enfermagem, como também, informações sobre as Enfermeiras Pi­auienses pioneiras no desenvol­vimento deste sistema de educação e a produção sobre a formação e melhoria do ensino de Enfermagem no Estado.

Buscou-se, então, compreender a sua forma­ção formal, que teve início com a implantação da Escola de Auxiliar de Enfermagem Irmã Ma­ria Antoinette Blanchot, em junho de 1958 ao encerramento das suas atividades em 1984. Assim, procurou-se entender e avaliar a perspectiva histórica e o pensamento do atendimento e do ensino de Enfer­magem no Brasil e conhecer a apoio de Enfermeiras Piauienses no desenvolvimento deste ensino. Cabe ressaltar que, quanto às origens, Certeau (2000, p.83) apresenta a tendência das minúcias em que se refere: “Não se trata de fa­zer falar estes imensos setores adormecidos da documentação e dar voz a um silêncio, ou efe­tividade a um possível. Significa transformar alguma coisa, que tinha sua posição e seu papel, em alguma outra coisa que funcione diferente”.

Neste sentido, tornaram-se condutores desse trabalho alguns questionamentos: De que forma iniciou-se o ensino formal da Enfermagem? Que práticas de ensino da Enfermagem foram implementadas no Piauí, a partir, da criação da Escola Ma­ria Antoinette Blanchot? Quem foram às primeiras Enfermeiras Piauienses?

Para esta análise, o trabalho fundamentou-se teoricamente na relação entre a História da Saúde e a Memória do ensino de Enfermagem no Piauí. Utiliza-se autores como: Lima (2006); Soares (2007); Peter Burke (1991/2014); Michel de Certeau (2003), Jacques Le Goff (2003), Alessandro Portelli (1997). Assim como o estudo baseado em autores piauienses como: Anneth Cardoso Basilio da Silva (2009), Iêda Moura da Silva (2013) e Flávio Jordão Gomes de Carvalho (2017), Joseanne Zingleara Soares Marinho (2018), cujos trabalhos referen­ciam a historia da Saúde Publica no Piauí.

Além da revisão bibliográfica, a pesquisa apóia-se principalmente na análise de fontes documentais e na metodologia da História Oral2. As fontes documentais constituem-se em Decretos estaduais, Decretos da ABEN, fotografias, diplomas, convites de formatura, entre outros; e as fontes orais, em entrevistas com ex - alunas, das primeiras e últimas turmas. Assim, tornou-se possível identificar as primeiras Enfermeiras piauienses, além do trabalho das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo (Irmãs de Caridade), no trabalho assistencial e de formação das bases da profissão de Enfermeiras (os) no Piauí, princi­palmente no que se refere à instalação e direção da Escola de Auxiliares de Enfermagem Irmã Maria Antonieta Blanchot. Com o objetivo de responder as questões de pesquisa, a monografia foi dividida da seguinte forma:

O segundo capítulo, intitulado Início e Formação do Ensino de Enfermagem aborda-se, através de um apanhado bibliográfico sobre o Ensino de Enfermagem no Brasil, o histórico da profissão de Enfermagem, o crescimento das suas práticas, assim como a construção do seu ensino, reforçando os elementos histórico-sociais, as fontes e a via de atenção ao humano e a passa­gem destes ensinamentos.

O terceiro capítulo intitulado História e Memória das Enfermeiras Piauienses que construíram o ensino de Enfermagem no Estado Neste capitulo faz-se a análise da colaboração de Enfermeiras piauienses pioneiras na ascensão do método de ensino e estudo da Enfermagem, conta-se as experiên­cias profissionais que diversas passaram fora do Estado do Piauí voltando depois para exercerem a profissão ou atuarem no ensino de Enfermagem.

Na construção do quarto capítulo que se intitulou A História do Ensino de Enfermagem no Piauí buscou-se discutir o contexto da Educação e da Saúde no Estado do Piauí na época da construção e evolução do ensino médio de Enfermagem com o início da Escola de Auxiliar de Enfermagem Irmã Maria Antoinette Blanchot.

3. INÍCIO E FORMAÇÃO DO ENSINO DE ENFERMAGEM

Neste capítulo aborda-se, através de um apanhado bibliográfico sobre o Ensino de Enfermagem no Brasil, o histórico da profissão de Enfermagem, o crescimento das suas práticas, assim como a construção do seu ensino, reforçando os elementos histórico-sociais, as fontes e a via de atenção ao humano e a passa­gem destes ensinamentos.

3.1. A evolução da profissão e desenvolvimento do ensino de Enfermagem

A Enfermagem, fora do campo científico, manteve-se dependendo de questões sócios - políticas e econômicas, às quais, foi tradicionalmente vinculada. A maternidade, a segurança e manutenção do conjunto deram a mulher um papel importante na assistência às deficiências de saúde, pela dedicação aos mais instáveis e incorporando a Enfermagem ao atender nas organizações primitivas.

A aplicação de saúde relacionou-se à prática religiosa e a relação sacerdotal foi concebida por séculos nos templos, chegaram escolas e então, os princípios iniciais de saúde vie­ram instruídos e proliferados, com o aumento de estudos distintos no sentido do ensino da forma do cuidar. As atenções que foram apresentadas há milhares de anos não ca­biam a qualquer prática ou trabalho particular, mas resultavam na transmissão de gera­ção em geração e tais processos foram sendo apurados, aprimorados, assumidos e esta­belecidos com culturas e tempos diversos.

O saber de saúde desenvolveu-se no interior dos claustros, onde ajuntamentos religiosos, através dos séculos, os levaram a serem detentores deste conhecimento. As conferências religiosas exigiam a criação de hospitais perto a mosteiros e a igrejas direcionadas por religiosos, estes assumindo lideranças na gestão dos hospitais. A ausência de indivíduos aptos a atua­rem em tais ocupações provocou a aplicação por grupos que se doavam a servir e cola­borar aos mais pobres e doentes.

O surgimento das ordens religiosas, ao modo de ajuda e auxílio aos enfermos que não tinham a quem apelar em situações de graves males, ajudou no crescimento da En­fermagem, mesmo que, no início, estivesse desestruturada teve a ação de saúde vislumbrada previamente como beatitude e sacerdotal, mas que conseguiu diferentes modelos e saberes, porém tais experiências ficaram limitadas.

Ocorreu uma intervenção relevante do cristianismo estabelecido neste caso do cuidar, pois diversos cristãos dedicavam-se a velar os desfavorecidos e enfermos em procura da redenção eterna. Esses grupos construíram hospitais para realizarem atendimento. E então, as primeiras experimentações tornaram-se suportes de ensino do cuidar. O enlace por meio da fé, a doação, a prática de cuidados que reduzissem o flagelo do pró­ximo elevou as condições positivas desta profissão.

No século XIX, a Enfermagem é colocada como um modo público institucionalizado e próprio,de educação precisa, inspirada sob a perspectiva da filosofia da Escola Nightingale, que conduziu, primeiramente, a formação, ação e a desenvolvi­mento do ensino do trabalho de Enfermagem no exterior.

As preocupações em Enfermagem por meio de conhecimento na filosofia de Nightin­gale apontavam as bases humanísticas da enfermagem enfatizadas pela ideia holística que idealiza o ser humano como um mundo. A educação de Enfer­magem tinha características em um ensino profundo, com requisitos de valores morais. Essa educação constituía o caráter regular, o valor do conceito estabelecido, o meio e a escolha de candidatas através de minuciosos fatores, também assim, as possibilidades de ensino.

O desenvolvimento do meio auxiliar da atenção, uma de­terminação de missão e cuidado que, relacionada e incorporada aos progressos militares e religiosos, tiveram base na educação e ajudaram para a sistemática da prática e a profissionali­zação dos primeiros enfermeiros. Havia diferenças nas práticas da Enfermagem em nível particular e institucional.

As regiões indicadas à prática das ações e métodos de Enfermagem estavam em diferentes condições e eram necessários à separação de capacidade e educação neste aten­dimento, poucos cuidados domiciliários eram prestados experimentalmente. No nível hospitalar as Santas Casas eram a parte mais apropriada para a prática destas atuações que mesmo à época estavam supervisionados pelas religiosas que asseguravam a gestão destas Instituições.

No final do século XIX, as ações antissépticas, a nutricionismo correto, a atendimento feito antes e depois dos processos cirúrgicos, tornaram–se significativos e importantes para explicar vidas e a Enfermagem permitiu início aos interesses apoiantes direciona­dos aos doentes, quando o grupo médico limitava-se a visitantes periódicos.

O estabelecimento hospitalar, anteriormente negligenciado, e relacionado com o pequeno nível de qualidade dos recursos de saúde, preocupou-se so­mente em distinguir a população evidenciando os enfermos perigosos da coletividade. Assim, tinha o objetivo de proteger a saúde social das pessoas, a internação funcionava como um meio de afastamento e segurança na transmissão de doenças.

De acordo com a reestruturação da prática hos­pitalar e o início da Enfermagem atual, associados às propensões políticas, caracterizou-se uma reorganização na natureza regular do atendimento de Enfermagem. As doenças infecciosas representaram uma relevante questão econômica e social e o reconhecimento da presença de micróbios, tal como a manifestação da transferência destas doenças provocou uma reforma nas ações de saneamento e higiene, as quais acabaram contestadas e não consideradas pelas religiosas. Através do surgimento da clínica, as religiosas acabaram afastadas, e a partir disso, as primeiras Escolas de Enfermagem foram concebidas para formação de Enfermeiros.

A Enfermagem tinha consigo uma visão envolta por sinais de falta de capacidade e téc­nicas não padronizadas, sendo necessária uma reforma com diferentes perspectivas para a compreensão da pessoa e do meio ambiente, importância revolucionária a época e de comum acordo com as concepções humanísticas.

Nightingale considerava que as práticas eram fundamentais para o crescimento das competências, como também, a obtenção de garantia nos métodos trabalhados na sua obra, Notas sobre Enfermagem, que mostrava um estilo diferenciado, em sentido vivo, diferente, espirituoso, inovador, levando modificações e alterações relativas as dificulda­des de saúde da época. Tal saber ganhou um respeito significativo na sociedade o que determinou as numerosas interpretações e reedições. Ocorreu, ainda, o destaque em suas obras do triângulo cuidar-educar-pesquisar, de acordo com práticas interligadas com fatores de correlação, citando que para que ocorresse uma melhoria do paciente teria que ter circunstâncias adequadas para que essa recuperação de fato houvesse.

Por meio deste raciocínio, pode-se ter um grande solo de pes­quisas, tal como, a alternativa de conhecer alguns aspectos históricos que sejam capazes dar cooperação para a evolução dos métodos e dos princípios nas técnicas do atender. O trabalho de tratar os feridos e enfermos já era realizado há anos, porém a elaboração, a estrutura e a capacitação destas práticas desenvolveram a Enfermagem e possibilitou o desenvolvimento de conceitos educativos e novas práticas.

3.2. O ensino de Enfermagem no Brasil

Em 1890, através do Decreto Federal n° 791, de 27 de setembro, do Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil, instituiu-se a primeira escola para formar En­fermeiros e Enfermeiras no Brasil, o método de profissionalização provocou a obtenção de um conhecimento e atendimento mais específicos. O esforço aos pacientes desenvolveu -se, tam­bém, pelas Religiosas de caridade, mesmo que os propósitos desta irmandade não fos­sem conciliáveis com o tipo de pensadores modernos e com os atendimentos a serem prestados. A saúde teve uma série de problemas econô­micos e sociais e, a política brasileira, por influências externas, teve a assistên­cia à saúde por meio da criação de infra-estruturas variadas.

[...] Na literatura de Enfermagem, contudo, vários documentos apresentam a Escola Anna Nery, fundada em 1923, como a primeira escola de Enfermagem do Brasil. Isso é justificado por ter sido esta a primeira a funcionar genuinamente sob a orientação e organização de enfermeiras [...] diferentemente da Escola de Enfermeiros e Enfermeiras, cujo quadro docente era composto por médicos e supervisores do Hospital a ela filiado. (KLETEMBERG; SIQUEIRA, 2003, p.62)

A Divisão Nacional de Saúde Pública ( DNPS ), que foi fundada na década de 1920, tendo em vista apontar a caso da higienização e dos déficits referentes aos problemas que domina­vam e manifestavam-se de forma frequente, como a tuberculose e a hanseníase. A primeira escola de Enfermagem no Brasil entendida no padrão Nightingaleano, foi a Escola de Enfermagem Anna Nery (EAN), em que as profissionais se tornavam habilitadas a fazer ações de grande evolução e dificuldade intelectuais.

O campo de estágio principal da EAN, desde sua fundação, era o Hospital São Fran­cisco de Assis (HSFA). A formação de um corpo de enfermeiras diplomadas pela EAN garantiu ao HSFA, a consolidação de um modelo de assistência de enfermagem de alto padrão. Este modelo se manteve como referência até a década de 40, quando começa­ram a surgir grandes hospitais públicos, de alta complexidade organizacional e tecnoló­gica, mas que sofreram a influência do serviço de enfermagem do HSFA, tanto institu­cional, como profissional. A importância dessa contribuição deve ser ressaltada princi­palmente no que se refere ao papel das enfermeiras-chefes, cargos reco­nhecidos como estratégicos para a qualidade da enfermagem do hospital.

De acordo com o decreto 20.109 de 1931, as Escolas de Enfermagem deveriam corres­ponder ao seu fundamentado padrão, a viabilização de emissão jurídica de registros. Na época, o presidente Getúlio Vargas obteve aprovação religiosa porque a intimidade en­tre a Igreja e o Governo era significativa, ampliando o número de religiosas que preten­diam a aquisição de diploma de enfermagem. A Escola Carlos Chagas em Belo Hori­zonte foi à primeira Escola a formar religiosas enfermeiras no Brasil.

Com o decreto 20.109/31 que reconheceu a EAN como “escola oficial padrão”, o qual afirmava que só seriam reconhecidos como enfermeiros os portadores de diploma fornecido ou revalidado por esta Escola, a Igreja passou a procurar amparo legal para as religiosas que trabalha­vam nos hospitais, bem como se organizou para encaminhar as religio­sas objetivando a obtenção do diploma de enfermeiras, em virtude das mesmas não possuírem tal título. Para isso, foi fundamental a aproxima­ção de Laís Neto dos Reys, diplomada da turma pioneira da EAN em 1925, com a Igreja católica. Laís dirigiu e organizou a primeira escola a formar religiosas no Brasil,a Escola de Enfermagem Carlos Chagas. Tal fato tornou-se extremamente importante para defender o espaço da Igreja católica no campo da enfermagem, além de possibilitar a criação de outras escolas de enfermagem sob orientação católica. (GOMES; ALMEIDA; BAPTISTA, 2005, p 361-6)

A constituição Federal de 1934 permitiu importante desenvolvimento ao ensino religioso e incentivo às Escolas Católicas. O Decreto nº 22257 de dezembro de 1932, fir­mado pelo presidente Getúlio Vargas, oportunizou as religiosas particulares vanta­gens das enfermeiras que conseguiam os seus diplomas desde que estivesse comprovada a experimentação auxiliar de enfermagem por mais de seis anos, tal garantia era somente à área hospitalar.

Na década de 1940, observou-se a ausência de uma força de trabalho mais qualificada e por meio de da Lei nº 775 de agosto de 1949, vira indispensável o ensino de Enferma­gem nas Universidades, voltado à época ao sistema hospitalar, de acordo com contextu­alização social, econômica e política. As atividades e prerrogativas da enfermeira-chefe incluíam a área ajudante, de ensino, as atividades administrativas e de gerenciamento e existiam associadas e estavam planejadas constantemente e direcionadas a grupo de trabalho.

Fundamental frisarmos a criação em 1926 da Associação Nacional de Enfermeiras Di­plomadas Brasileiras, atual Associação Brasileira de Enfermagem (ABEN), pelas primá­rias enfermeiras formadas pela Escola Anna Nery. A Associação Brasileira de Enferma­gem e as suas regulamentações foram desenvolvidas, estabelecidas e estruturadas pelas primeiras enfermeiras formadas nesta Escola, que saíram pioneiras.

A fundação da Associação Nacional de Enfermeiras Diplomadas Brasileiras, atual ABEN (Associação Brasileira de Enfermagem), ocorreu em 1926, pelas primeiras en­fermeiras formadas pela Escola Anna Nery, sendo juridicamente registrado em 1928. Suas comissões tiveram importante e relevante função no desenvolvimento da Enferma­gem Brasileira, nos aspectos primordialmente que concernem à legislação e à educação.

A educação religiosa foi uma das condições testemunhas nas expressões sociais e do pensamento da ABEN. A Associação Nacional enfatizava, na época, a movimento destes sabe­res, comportamentos e sentimentos. Esta situação atin­giu depois com poucas diferenças de ideologia entre as enfermeiras diplomadas e as enfermeiras religiosas. A ausência de indivíduos qualificados, aptos e treinados pro­fissionalmente para o ato destas atividades oportunizou e permitiu à atividade de Enferma­gem um desenvolvimento gradativo, ampliação de concepções questionadoras, comentários, tendo em vista um tratamento apoiante relacionado a um modo de estrutu­ração que aos poucos foi resultando. Diversos indivíduos conseguiram e constituem parte desta história, vários a formaram, em testes árduos para edificá-la com uma cons­trução ordenada.

Determinada reforma firma o início da distância das Irmãs de Caridade, tal como a corte do vínculo entre a Igreja e o Estado, quando as irmãs foram convidadas a se retirarem de suas atividades de “ajuda”. As carências sociais e humanas resultaram em força impulsiva para as mudanças e o aumento no meio profissional da Enfermagem. O desenvolvimento e a nova organiza­ção das técnicas de saúde originaram-se de tais necessidades, permitindo habilidades e melhorias de estudo e técnicas mais peculiares

As estruturas do mundo social não são um dado objetivo, como não o são as categorias intelectuais e psicológicas, aquelas são produzidas historicamente pelas práticas políti­cas, sociais, discursivas, pois tais práticas direcionam significado ao mundo.

Na imagem abaixo, com datação de novembro de 1923, vemos o grupo precursor da Escola de Enfermagem Anna Nery. É fundamental destacarmos quão incentivador e como forte é o interesse de restaurar o passado com a observação dos pormenores. As expres­sões, os uniformes, a determinação, a postura. Esta foto foi capa do convite de forma­tura da turma que se formou em 1973, por motivo do jubileu de ouro da Escola Anna Nery, em consideração aos cinquenta anos de importância no seu ensino, é verificada na figura de representação da Cruz Vermelha Brasileira, que foi organizada e estabele­cida no Brasil em 1908.

Escola de Enfermagem

Imagem 1: O primeiro presidente da Cruz Vermelha foi o médico Oswaldo Cruz e esta organização foi destaque por ocasião da primeira guerra mundial. (1914-1918). Turma pioneira da Escola de Enfermagem Anna Nery. Alunas e representantes da Cruz Vermelha Brasileira em novembro de 1923. Fonte: Acervo de Maria do Amparo Ferro.

Ao examinarmos sobre as condições culturais e sociais vivenciados à época, observamos que a carreira de Enfermagem foi estabelecida no contexto do aumento e o crescimento hu­mano, culturas, políticas e normas comportamentais. Os modos e a ética estavam orientados como importantes na profissão de enfermagem, estando alguns detalhes visualizados com melhor expressão, quanto a expressão corporal, a limpeza dos corpos, as ações, a coordenação corporal. Os traços corpóreos são enfatizados através do sentido do ensino e do trabalho.

A concepção de um corpo rígido, limpo, agradável, inodoro e sem prazer ainda faz parte do ensino e do exercício da Enfermagem, por se tratar de uma profissão idealizada como algo sublime, cujos valores maiores seriam a trilogia: dedicação, abnegação e amor. A consciência de que é necessário desmistificar essas interdições gera um me­lhor grau de entendimento sobre o corpo. Um corpo emocionalmente sadio harmoniza o olhar, a expressão do rosto, a posição da cabeça, a postura, o tônus dos músculos, o tim­bre da voz. O corpo nos configura e nos define.

A cultura e os princípios, assim como as condições sociais e a época em que vivencia­mos favorecem para a facilidade histórica dos fatos. Se há um controle do atual contexto cultural, que atualmente é bastante favorável, mas que apresentaria surpreendente um desenvolvimento antes em 1970, digamos que esta é a história do corpo.

Até mesmo se destinaram bibliografias à história da higiene dos corpos, da dança, das práticas, da tatuagem, da ação. A história da carne desenvolveu-se a começar da história da medicina e os historiadores da arte e da literatura, tal como os antropólogos e soció­logos também se participaram e alguns dos recentes estudos podem ser representados como testes de exigir outras áreas para o historiador. A história do gesto é primeiro mo­delo claro, a memória das mulheres, a história da questão sobre do corpo e o nutrimento como forma de acesso, assim quanto à “vulnerabilidade do corpo novo”.

Existia a fundamental procura pela habilitação de competentes enfermeiros, porque as escolas dispunham numerosas possibilidades para que as jovens que possuíssem o dom e aceitassem seguir a área da saúde tivessem de totalmente uma natureza física, em que tinham alcance a uma alimentação própria, níveis de conhecimentos, bibliotecas equi­padas com as bibliografias fundamentais para a educação destas profissionais interessa­das. Havia, também, a capacidade de ficarem internas.

Na Escola Paulista, na década de 1960, o curso de Enfermagem era executado em três anos e tinha uma condição diferenciadora das outras Instituições. A acadêmica poderia fazer uma especialização ainda estudando a Universidade e concluir tendo uma pós-gra­duação. Entre as áreas disponibilizadas estavam Obstetrícia e Saúde Pública. Existia a falta de profissionais com capacidade e estudo a serem dedicados criteriosamente nesta área e inexistiam enfermeiros que possuíssem saber nesta área.

As experimentações que as alunas viviam através a prática do curso de Enfermagem eram também aprimoradas por estágios ou serviços em hospitais, chances estas em que as acadêmicas conheciam com a prática das práticas e como a evolução e especialização de suas técnicas e auxiliares. As alunas recebiam não somente a estudo profissional, mas ganhavam também a prática de vida, agregando e estabelecendo os seus dons e permi­tindo o sentido de suas profissões. Salientamos que a enfermeira Nogueira terminou o curso de enfermagem na Escola Paulista e foi à primeira coordenadora do curso de en­fermagem do Estado do Piauí, após da inclusão do curso de Enfermagem na Universi­dade Federal.

4. HISTÓRIA E MEMÓRIA DAS ENFERMEIRAS PIAUIENSES QUE AJUDARAM NO ENSINO DE EN­FERMAGEM

Neste capitulo faz-se a análise da colaboração de Enfermeiras piauienses pioneiras na ascensão do método de ensino e estudo da Enfermagem, mostra-se as experiên­cias profissionais que diversas passaram fora do Estado do Piauí voltando depois para exercerem a profissão ou atuarem no ensino de Enfermagem.

4.1. A opção pela profissão

O ensino de Enfermagem no Brasil, embora de tenha sido reconhecido devido a controle sanitário, somente teve a sua fixação depois da modernização. Na década de 1930, a saúde conseguiu modernas condições, passando a ser uma das ga­rantias do Estado. O Estado fez a proposta de ampliar o número de escolas, fato este que se fez prescrita, através da lei nº 775 de 6 de agosto de 1949, assim, a presença do ensino de Enfermagem apontado para a área hospitalar, em todas as universidades ou pólos de faculdades de Medi­cina. Tal regulamento determinava que as candidatas apresentassem o curso secundá­rio, mas estes requisitos não foram atendidos, devido ao mínimo número de alunas na época que tinham o mesmo. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº4024 de 1961 definiu como premissa para qualquer carreira de nível superior, o curso secun­dário. (NUNES, 2004, p.16)

No Estado do Piauí, na década de 1940, poucas jovens mostraram o interesse de dispor a preocupar-se com estas necessidades consideravam um dom que aparecia e que era desenvolvido ao longo do tempo apresentando o sentido vocacional. Várias pessoas olhavam a entrega e a atenção com os cuidados aos enfer­mos e mais desfavorecidos e tinham uma identidade com aquela ação útil, existia o sur­gir de um dom que as apontavam, ainda que espontaneamente, aos primeiros passos para a direção da profissão.

Presentes nesta época, as atenções assistenciais de Enfer­magem eram prestados pelas irmãs de caridade, estas eram preparadas no Pavilhão de tuberculosos, onde hoje fica o Hospital Infantil Lucídio Portela. Na História do Colégio das Irmãs vê-se a inclusão da Congregação das Irmãs dos pobres de Santa Catarina de Sena que começaram o externato em 1906 em que a sede ainda ficava localizada à Rua Bela, hoje Teodoro Pacheco e, apenas em 1907, a sede do colégio passa a operar na Avenida Frei Serafim.

O Colégio Sagrado Coração de Jesus tinha o finalidade não só de ensinar as moças tere­sinenses, mas bem como de orientar os seus comportamentos, de formar uma mulher religiosa, ligada aos valores cristãos e modelo de moral e valor para a sociedade. O exemplo a ser assistido era o das distintas freiras, que constantemente estavam próximas e eram testemunhos claros de renúncia, de virtudes, de sacrifícios em nome de um an­seio maior.

Colégio Sagrado Coração de Jesus, fundado em 1906, com a perspectiva de contrapor o ensino católico com o ensino leigo, provavelmente foi cri­ado como um espaço para a absorção do alunado feminino oriundo das camadas abastadas de Teresina ou do interior do Estado. ( QUEIROZ, 2008,p.67)

Tanto as Irmãs de Caridade São Vicente de Paulo, que faziam assistência aos enfermos nos Hospitais como essas que estavam envolvidas com a educação eram imbuídas e ficavam unidas no objetivo de contribuir com a minimização do pesar de pessoas ca­rentes e que necessitavam de ajuda por situação de seus problemas. Almeida (2007, p.15) ao relatar que “a religião se insere na cultura de uma sociedade ao edificar regras e valores, ditando hábitos e costumes, normatizando corpos e esculpindo mentes (...) e modela uma teia inconsútil nas relações entre homens e mulheres,” enfatiza, que a mu­lher em sua realidade educacional detém um entrelaçamento de destinos entre a educa­ção e a religiosidade.

A Escola de Enfermagem Carlos Chagas foi inaugurada em julho de 1933. A adminis­tração e a gestão desta Escola fora executada pela Enfermeira Laís Netto dos Reys. Foi a primeira Escola a graduar religiosas no Brasil. A História, porém, recebeu grande evolução com a procura em se desenvolver o papel e o estudo social de fatos antece­dentes, significativas para o desenvolvimento profissional, assim como, com a atenção de consideração e soluções de casos locais. O pensamento eleva os experimentos de vida e destaca o avanço da formação.

A função de recordação que contém as lembranças à sequência de uma vida está como uma esforço de articular-se às experimentações contadas é feito sob o curso de edu­cação ao longo da vida e de seu processo, demonstrando as experiências formativas pró­prias a um programa escolar, profissional e a outras fundamentos organizadas, contendo aí as ensaios de vida que deixaram a sua modelo formadora.

O curso de Enfermagem desempenhado pela enfermeira piauiense Maria dos Aflitos Miranda, na Escola Carlos Chagas em Belo Horizonte teve início em 1956 e finalizou em1958, com a sua formatura. Em 1968, por meio da Reforma Universitária, ocorreu o desejo de alterar os programas mínimos dos cursos, sendo uma modernização do Ensino Superior, isso foi reproduzido e formalizado pela decisão nº 163/72 e Resolução 4/72 do Conselho Federal de Educação.

O aprofundamento estava introduzido no curso de graduação em poucas universidades e isso permitia que o profissional de saúde completasse o curso tendo um aperfeiçoamento. A importância das Universidades tinha o propósito de proporcionar a educação e trazer alunas para a área da Enfermagem.

Os especialistas Enfermeiros eram escassos para a necessidade, e até mesmo, a procura por especialistas qualificados que conseguissem apresentar de forma segura a ação de práticas assistenciais, foi fundamental. Tais chances foram bem consideras, pois diversos alunos que entendiam esta possibilidade como uma forma facilitada para o desen­volvimento pessoal e profissional. Enquanto o curso de Enfermagem na UFPI, somente seria criado em 1973, as alunas que apresentavam tal orientação ao zelar e à assistência, procuravam estes experiência fora do Estado.

Diversas Enfermeiras Piauienses atuaram em Hospitais afastados do Estado, vivendo no próprio Hospital, faziam qualificações e práticas, representando o valor da assistência e transferindo os princípios aos colaboradores de Enfermagem que estavam em parte pouco relevantes na década de 1960. Pela inviabilidade de formar o curso de Enfermagem no Estado do Piauí, algumas moças resolveram por estudar fora do Estado.

Faziam numerosas práticas com as parteiras da área com o objetivo de aperfeiçoá-las profis­sionalmente. Para os Enfermeiros, quase não existia cursos de especialização, mas estavam ativamente nos congressos. A graduação trazia os serviços de Enfermagem, com dinamicidade, procurando desenvolver os conhe­cimentos. A relação com a Enfermagem e o próprio caráter multidisciplinar ajudou para que estas profissionais encontrassem um mundo diferenciado, com diversas cultu­ras, conhecimentos e discursos determinados pela procura contínua da educação, direcionando-as na jornada deste conhecimento.

Esta procura de informações propicia transações de experiências enriquecedoras e me­moráveis. O demonstrar e o saber estão relacionados e têm estrutura na ciência que liga os laços culturais, alternam de interpretação dos textos os resultados linguísticos em qual­quer cultura e atravessa o desenvolvimento do ser em desenvolvimento.A carreira de Enfermagem e a sua procura pela capacidade racional de uma assistência intitulada e orientada ao cuidado são observadas em narrativas de experimentos profissionais, mos­trando a cuidado dos profissionais na época em se tornarem melhores e abertos às alte­rações que o ensino conseguisse garantir.

O esforço pelas orientações da profissão já havia existente à época, os esforços assisten­ciais da profissão eram normatizados e as alunas podiam diferenciá-los, e mais da falta de gestões próprios, as condições ligadas e a definição da profissão de Enfermagem viviam vislumbradas e enfatizadas.

A Enfermagem teve importantes personagens que a destacaram no correr do tempo, incentivando-a a ampliar em sua própria natureza, assim quanto uma atenção com a preparação e a elaboração do profissional e a determinação de seu comportamento. Importante ressaltar as alterações curriculares visualizadas no passar do desenvolvimento do ensino de Enfermagem ao analisarmos o programa do Curso de Enferma­gem de 1956 a 1958, da Escola de Enfermagem Carlos Chagas.

O Curso da Escola Carlos Chagas perdurava somente três anos e as alunas assistiam aulas de Técnicas de Enfermagem e disciplinas como: Drogas e resultados, téc­nica de ataduras, salubridade pessoal, limpeza. Estudavam, também, no primeiro ano, as metodologias de Anatomia, Fisiologia, Química biológica, Microbiologia, Farmacolo­gia, dentre outras. Fundamental referirmos algumas disciplinas alguns cursadas na época como Tisiologia, Clínica ortopédica, Enfermagem urológica, Fisioterapia e mas­sagens, Clínica otorrinolaringologia e Enfermagem oftalmológica.

As mudanças na transformação do ensino tornaram-se significativas com o aumento a de diversas disciplinas importantes à graduação e durante das novas orientações decorrentes posteriormente a reforma dos cursos superiores, tal como as modificações curriculares oriundas das novas Diretrizes Curriculares Nacionais.

O estágio era prati­cado desde o primeiro ano, a nossa quantidade horária produzia quase cinco mil horas. Nós havíamos oito horas (8 h) de serviços diárias, em três anos, com férias em Julho e no final do ano. Pela manhã, os estágios e à tarde, as aulas. Os três primeiros meses eram apenas teóricos. Nós ficávamos em regime de internato, e era um atrativo na época para poder um recrutamento para melhorar o número de Enfermeiros no Brasil. O nú­mero era incapaz. O uniformizar era exemplar. Havia uma touca que era uma miniatura do chapéu das irmãs.

Na imagem seguinte vemos um grupo de acadêmicas de enfermagem da Escola Carlos Chagas com a Irmã orientadora, aumentando a descrição do respeito do controle religi­osa. A maneira e os roupas perfeitos apresentavam a rigidez e as normas, às quais eram submetidas às alunas na época.

Alunas Escola Carlos Chagas 1956

Figura 02: Alunas da Escola Carlos Chagas em Belo Horizonte em 1956. Fonte: Acervo da Enfermeira Maria dos Aflitos Miranda.

A reestruturação de representações, consciência e conceitos durante da história é im­portante para a renovação dos conhecimentos. A ideia de informações, situações, tenta­tivas específicos nos possibilitam ver como necessário é a pensamento para a nossa história. As alunas de Enfermagem da Escola reuniam-se geralmente para a ação de pesquisas em grupo, assim como para divertimentos.

A relação entre as alunas esta­beleceu uma participação necessária no modo de desenvolvimento das mesmas. A rees­truturação de imagens, sentidos e definições por meio da história é importante para a reforma dos estudos. A memória de informações, situações, experimentos próprios nos possibilitam ver quão necessário é a história. As alunas de Enfermagem da Escola reuniam-se geralmente para a ação de estudos em grupo, assim também quanto para outras ocasiões. A unidade entre as alunas mostrou um acordo funda­mental no método de educação das alunas.

Alunas da Escola de Enfermagem Carlos Chagas em 1956

Figura 03: Alunas da Escola de Enfermagem Carlos Chagas em Belo Horizonte em 1956. Acervo da Enfermeira Maria dos Aflitos Miranda

A Enfermagem teve um suporte necessário, incansável, por uma organização própria de sistemática. Não podemos esquecer que as primeiras “damas da lâmpada” como cita Oguisso (2005, p.65) faziam visitas em domicílio, normalizando o primeiro conjunto composto a atender pacientes e prestar-lhes apoio.

No meio da linguagem que chegaram escolhidos para a importância da Enfermagem, existe a lâmpada, com a chama ligada em seu centro, mostrando a atenção, a assistên­cia, a ser importante valor da evidência nas particularidades dos métodos. O modelo da lâmpada foi um tributo a Nightingale que conseguia controles noturnos utilizando-a, indicando a valor do trabalho e da assistência justa aos doentes.

Fundamental destacar que este modelo virou parte reconhecida da profissão, pois nas formaturas antigas de Enfermagem estas ocorriam nas cerimônias com “a dama da lâm­pada” que se representava pela alternativa de uma das alunas da classe oferecer o símbolo à outra classe que estaria para se formar ou criar a eloquência.

A influência da história faz com que consideremos a natureza dos registros que a pas­sam, assim, vemos tal capacidade em um certificado de 1958 da Escola de Enfermagem Carlos Chagas. A Escola de Enfermagem Carlos Chagas era anexa à Escola de Medi­cina da Universidade de Minas Gerais, em Belo Horizonte. O título de Enfermeiro que data de 1958 era bem diverso dos certificados novos, estavam grandes e possuíam tam­bém o modelo da Faculdade de Medicina. Um caminho ao passado nos é propiciada ao virmos tal registro que mostra como relevante é a história e o seu sentido para a organi­zação e orientação da História da Enfermagem.

As simbologias utilizadas à Enfermagem são muitas para o curso superior e os cursos de nível médio. Para o nível superior a desempenho é a lâmpada com a cobra e cruz com dados à ciência, o nível médio é indicado pela lâmpada à seringa destacando a prática, tratamento, saúde.

A festividade de formatura em Enfermagem pela Escola Carlos Chagas, da Enfermeira Piauiense Miranda, foi na cidade de Belo Horizonte, em dezembro de 1958. A Dirigente Irmã Emília Clarízia havia presente, assim como o reitor da Universidade, o Dr. Pedro Paulo Penido39. Ocorreu ao longo de a solenidade de formatura, algo que mostrou para sempre o espírito da enfermeira, um acontecimento memorável, a entrega da lâmpada como a sequência da cooperação de Enfermagem. A lâmpada era dada como expressão a uma das alunas da turma que havia começado.

Formatura na Escola de Enfermagem Carlos Chagas em 1958

Figura 4: Formatura na Escola de Enfermagem Carlos Chagas em 1958. Fonte: Arquivo particular da Enfermeira Miranda.

Vemos nesta imagem a simbologia colocada na carreira de Enfermagem com o padrão da transmissão da lâmpada nas cerimônias antigas de formatura. Este protocolo era freqüente nas Escolas de Enfermagem da época representando a su­cessão da assessoria que a profissão de Enfermagem fazia própria a fazer. As alunas que encerravam o curso ofereciam a lâmpada como símbolo à turma que começava. Quando isso, muitas gentes sentiram-se estimuladas a se incluírem nesta profissão que aos pou­cos se conduzia, com aplicação, a procedimentos a cada momento. Vá­rias Enfermeiras Piauienses concluíram o seu superior em outro Estado, pois a educação superior em Enfermagem no Piauí somente seria constituída na década de 1970.

O cuidado colocado no serviço representava à ética e a atenção repassada de forma fun­damentada às alunas através o curso de Enfermagem. O grupo de Enfermeiras que se criou em 1958, pela Escola Carlos Chagas em Belo Horizonte, apresenta o caráter femi­nino da profissão à época. A perspectiva de ver além do existente atra­vés desta fonte indica a dimensão do passado e das particularidades importantes que podem ser vislumbrados: Uma acadêmica era eleita para a execução do protocolo da entrega da lâmpada à classe posterior, simbologia esta que foi feita através vários anos nas Escolas de Enfermagem em qualquer nação, estando este protocolo também usado na primeira escola de Enfermagem de nível médio do Estado do Piauí, Escola de En­fermagem Irmã Maria Antoinette Blanchot3.

4.2. A Formação das Enfermeiras piauienses e as suas atividades no Estado do Piauí

Poucas Enfermeiras Piauienses atingiram exponenciais, não apenas para o Estado, mas deram o movimento, a produção de seus trabalhos e a seu desenvolvimento pelo país. Várias profissionais ampliaram pela força de interesse, pelos saberes obtidos, pela força, coragem e força. A relevância da natureza profissional estimulando a episódio das situa­ções quando estes devem ocorrer. As narrações detêm uma força, provocam os con­frontos, aparecem forma de vida e apontam, por meio de do tempo, as experimentações. Diferentes profissionais capazes, do nosso Estado, realizaram a sua história em outras áreas, marcaram outras áreas, aguerridas, determinadas, fortes. Outras, retornaram, sur­giram visualizar, de junto, a verdade, a evolução do Estado do Piauí.

A professora e enfermeira Melo foi uma das mais fundamentais mestras da Universi­dade Federal do Piauí (UFPI). Em seu respeito, o auditório da Divisão de Enfermagem herdou o seu nome, pelo seu considerado empenho ao curso de Enfermagem, de a sua instituição em 1973. A Enfermeira Carlota Melo é, no Estado do Piauí, um importante modelo de entrega e vitalidade. Esteve ativamente da luta trilhada pela primeira classe de Enfermagem da UFPI por vez da dificuldade da gestão de grade curricular para a sequência e organiza­ção do curso de Enfermagem. Engajou-se em diversos planos na área de Saúde pública e criou setores hospitalares tanto para estágios na área da Medicina como na área de Enfermagem. Até anteriormente da implantação do curso de Enfermagem na UFPI, já exercia como professora ligada ao serviço de Medicina. Celebrada, por diferentes tur­mas de Enfermagem, pela seu zelo, luta e determinação pela profissão, resultou para a História do Ensino de Enfermagem no Piauí um grande exponencial.

As Enfermeiras Miranda e Melo, formadas em Minas Gerais, atividades e efetivamente em procura de evolução e desenvoltura profissional, contribuindo juntas de um Con­gresso Brasileiro de Enfermagem, fato mostrado em foto posterior.

Poucas Enfermeiras, hoje, participantes no Estado Piauiense, estudaram na Escola de Enfermagem Anna Nery, no Rio de Janeiro. A Escola Anna Nery, na época, era a me­lhor opção para quem resolvesse pela profissão.Um dos padrões a relação com a presença ao cuidar é a en­fermeira Maria Ligia Almendra que, estimulada pela prima piauiense Dinalva Sepúl­veda, formada por esta Escola, foi de Teresina para fazer o vestibular rio de janeiro­, em 1969. Olhamos que as alternativas responsáveis, então, como os conhecimentos de dons, po­dem ter o apoio no aumento de experiências vivenciadas e o desenvolvimento do dom pode haver quando há a procura para que o direito seja obtido.

A Maternidade São Vicente ficou no tempo onde hoje está estabelecido o Ambulatório Lineu Araújo. Antes do início da Maternidade, funcionava o Departamento Nacional da Criança, local no que se pretendia instalar um Hos­pital para o tratamento de crianças. Dr. Ursulino Martins, presidente do Instituto de As­sis­tência Hospitalar do Estado e diretor do Hospital Getúlio Vargas estava convencido de que o trabalho de obstetrícia deste hospital devia de ampliar nunca havia tempo para que isso ocorresse e atingiu junto ao governador em trabalho na época que fosse atual a Maternidade São Vicente no dia 2 de fevereiro de 1954, após as mudanças apropriadas, direcionando o serviço nesta ocasião. (RAMOS, 2003, p.158).

A ajuda que a Escola Normal lançou para a vida das mulheres no Estado do Piauí foi importante porque as tornavam aptas ao campo técnico, mais contribuindo para avanços decorrentes. A atividade de Enfermagem mantém-se feminina, depois de análise justa com informa­ções conjunto aos Conselhos Federais de Enfermagem. A prova da força feminina, tam­bém com inserção gradual e estável do gênero masculino, viabiliza a falta de buscar e pensar conhecimentos para a produção de recursos de desenvolvam este domínio do sexo feminino, pois ao contrário de um passado vivenciado pela imposição do cuidado, resguardado por condições a direito que apresentavam as mulheres a cada posição hie­rárquica inferior, o era ligado por pessoas trabalhadoras, caracterizando mulheres com amplo acesso ao espaço público e de acordo com traços definidos de inúmeras e iguais obras.

5. HISTÓRIA DO ENSINO DE ENFERMAGEM NO PIAUÍ

Neste capítulo trata-se o contexto da Educação e da Saúde no Estado do Piauí na época da construção e evolução do ensino médio de Enfermagem com o início da Escola de Auxiliar de Enfermagem Irmã Maria Antoinette Blanchot e as marcas na evolução do ensino de Enfermagem no Estado.

5.1. O contexto do desenvolvimento em Enfermagem no Piauí

No Estado do Piauí, através a República, o afastamento político por cerca de dois sécu­los depois de a colonização, a indiferença histórica pelo Estado, o relevante afasta­mento, e a intervenção discriminatória oferecida pelo Governo Federal ajudaram para a falta já integral de organizações e instituições hospitalares, tal como de meios para ope­rações e esforços assistenciais no campo da saúde.

O avanço e o crescimento da sociedade piauiense resumiam-se em uma dupla natureza da época, uma pequena menoridade mantinha um acúmulo de rendimento importante, como o resto do público subsistia com o mínimo, era uma massa em sua base essencialmente agrária e com um poder sócio-político muito concreto

As informações eram realizadas através de envolvimentos telegráficos e assim o público comunicava-se com o interior do Estado. A coletividade transformava-se aos poucos mais estava as alternativas da modernização, como evidencia a participação dos cine­mas, jornais, produções literárias e uma distinta luz teatral com poucos espetáculos que orientavam, raramente, a vida de poucos.

O ensino no Brasil conseguia receber às novas dificuldades, ao interesse gradual, não só da alta mais também dos grupos médios que desenvolvessem o seu nível de conheci­mento. A educação iniciava a se estabelecer como um valor positivo e de importante valor na sociedade brasileira. A instrução feminina na cidade de Teresina no início do século XX começava a ser empregada. A vida feminina direcionava-se ao matrimônio e às mulheres estavam destinadas a serviços como a disciplina das crianças.

De acordo com a época e a região, a dilema social inter-relaciona condições raciais, locais e culturais, junto com os financeiros e políticos construindo a grande trama de diferenças e divergências de significação fundamental.

No Brasil, com a participação dos militares no poder, período este entendido entre 1964 e 1985, em que a ditadura havia estabelecido em um sistema centralizador em associa­ção aos Estados, Este sistema financeiro era concentrador de produto o que criou o desenvolvi­mento das diferenças sociais e o público em geral foi privado dos direitos destas mudan­ças.

O sentido do Ensino como um aspecto de aumento passa a ser sentido pelos efeitos or­ganizacionais do Brasil no início da década de 60, mas as alterações no processo didático só foram implementadas a partir de 1968, quando as mudanças na vida social e no con­trole chegaram mais significativas e afundas.

Evidenciamos a força e importância da política, pois “o estar capaz e ser capaz” de ensinar os aspectos reguladores não se apresentavam tão principais, pois a comunicação política e o respeito eram preferenciais para o trabalho da profissão, evi­denciando, também, a forma absoluta e a extremo poder que tinha o contato professor-aluno na época. Diferentes profissionais dedicavam-se ao magistério, para permanece­rem ou quanto trabalho adicional, apresentando a redução do salario.

Neste período, o ensino fundamental foi conhecido pelo sexo feminino, quando o auxi­liar estava sob a razão, em sua geral, dos professores. As professoras, “preferencial­mente”, deveriam ser donzelas ou viúvas, e se tivessem casamento deixariam seus tra­balhos e seriam diretamente substituídas. O celibato tornou-se uma condição, pois a atenção feminina teria que ser individual e a mulher estaria totalmente entregue ao ofício de ser mestre, algo que jamais era exigido ao sexo masculino que seria capaz estar apta a produção de numerosas práticas.

Além do magistério como trabalho assalariado, o jornalismo, os serviços manuais e, a enfermagem era também um trabalho muito permitido às mulheres. No início do século XX, o conhecimento médico necessitava de maior preparação e melhor com­petência por parte das Enfermeiras.

O olhar de pessoas enfermas representava uma grande dificuldade e consumo à socie­dade, necessário às questões desenvolvidas em sua maior parte pelos portadores de pro­blemas infecto-contagiosos que eram na época necessária a contribuição de interesses a serem feitos, na sua vida comum, em domicílio, ou com atendimento próprio e importante..

Existiam pessoas que trabalhavam na área, mas que não estavam conformemente desenvol­vidas e aptas para a prática de objetivos recursos assistenciais. Para a ação de poucos cargos, necessitará educação própria, não permitindo a falta de desenvolvimento e capacidade profissional.

Raras são as obras memorialísticas que inter-relacionam a construção histórica, social e as relações de gênero. A educação no Piauí foi elevada pela cultura alcançada e originada por séculos de prática e educação como a saúde, misticismo e impulsiva desenvolveram-se aos poucos considerando prática da natureza, na independente análise e reflexão de fenômenos.

A saúde foi a ser uma dificuldade socioeconômica para o governo brasileiro que apre­senta o apoio durante da criação de serviços públicos, do cuidado e da gestão, incluindo uma formação sanitária. O estudo de dados que passou a história da proteção de Enfermagem no Piauí, assim como , a construção do seu ensino permite a oportunidade de conhecer espaços e mostrar condições secretas, para que a história desta história e destes princípios consiga ser responsáveis e considerados no seu sistema de desenvolvimento.

A face da história verbal destaca o interesse da escrituração, da classificação e da aná­lise da documentação obtida por entrevistas e opiniões, além da integração de histórias e alternativas, antes não fortunas, não reveladas, evitadas por qualquer época ou por indi­víduos e classes de forma única, dando demanda a diferenças de perspectivas específi­cas, não oficiais, mas que formam parte da sociedade. As condições verbais estão sendo usadas para fazer um novo sentido à vista apenas documental como observamos na des­crição do autor:

Depois de um novo olhar para a história oral, minorias culturais e discri­minadas, têm obtido espaço para que as suas palavras sejam estruturadas e alcancem um lugardiferente através das experiências vivenciadas , além de adquirirem maior sentido social, caracterizando lugares para as­pectos ocultos em determinadas manifestações.(BOM MEIHY, 1998,p.31)

O sentido humano e o período têm a capacidade de humanizar que tem a história verbal, tão ignorada previamente através de instituições e macroestruturas. Discutimos a capa­cidade da história verbal e quais as informações desta para com aqueles que não têm história, que também não foram observados, relacionados, considerados, “a história visualizada de baixo” caracterizada da “grande história” que teria consideradas resulta­dos com importantes estudos registrais.

Somos um verdadeiro laboratório vivo de cruzamentos culturais, ainda não considerados analiticamente – com largo índice de experiências mul­tiétnicas, religiosas, de trabalho- e como espaço cultural (...). Não pode­mos esquecer da essência de possibilidades e pontes que suscitam as tra­jetórias experienciais individuais e coletivas. (BURKE, 1992, p.12)

A importância por estudos históricos apresenta a importante procura pelas situações e quantos estes apontaram o tipo desenvolvido dos recursos auxiliares e do ensino de En­fermagem no Estado do Piauí. Momento memorável de apreciação a uma fala da Revista Piauiense Presença, voltada ao Monsenhor Chaves, culto e venerado historiador do Piauí, por vez da celebração dos seus 90 anos de idade, pouco tempo antes de seu óbito, quando foi perguntado sobre do vínculo entre a sua fé e as mudanças que a Igreja estava ocorrendo.

O sentimento, as recordações, a sentido da capacidade, a análise, fortalecem as histórias e tais memórias estão a constituir as condições vivenciadas, e este estudo seguinte pode causar na redescoberta de particularidades abandonados, não visualizados e que devem estar do presente, durante do passado lembrado. Nunes (2003) ao pensar a memória e a história do conhecimento em seus recursos e expressões representa o valor do fato mnemônico.

A história fica em um revestimento de consideração, projetos, presentes, estruturas, su­cessos, perdas, conflitos, aquisições dos lugares, onde são observados novos estudos e consideração do passado, destacando a desenvolvimento de principais recursos de en­sino e interesses de Enfermagem.

Em 1854 é fundado em Teresina o Hospital de caridade indicado à assistência de milita­res e servidores públicos, seguida pela início da Santa Casa de Misericórdia, em 1860, hospital filantrópico, que apenas a partir de 1890 passa a receber a toda a público.

Em 8 de dezembro de 1860 inaugura-se a Santa Casa de Misericórdia de Teresina, sob a invocação de Nossa Senhora das Dores. Era governador da província Manuel Antonio Duarte de Azevedo. Os atendimentos inici­ais prestados pela Santa Casa eram procedimentos de ação humanística, os atendimentos à população eram prestados pelo Hospital de caridade, posteriormente, com aprovação da lei orçamentária de subvenção mensal, ficou disponível a verba de socorro público e a Santa Casa de Misericór­dia estendeu.

A ideologia do trabalho das Santas Casas de Misericórdia no fim do século XIX visava prioritariamente o trabalho de caridade e misericórdia do que mesmo um processo aju­dante médico-hospitalar. No governo de Gregório Taumaturgo de Azevedo, que realizou a função de 1889 a 1890, engenheiro e bacharel em direito, fundador da Cruz Vermelha Brasileira (TITO FILHO, 1975, p.40), passou a prática de muitas atividades de saúde pública também um acordo de acordo com a Santa Casa de Misericórdia. Na Santa Casa havia uma enferma­ria chamada Enfermaria São João, proposta e acompanhada pelo Médico Agenor Bar­bosa de Almeida, que seria após o primeiro diretor do HGV.

A Santa Casa de Misericórdia dava assistência àqueles que mais precisavam de proteção humana, após quando o Estado chegou à saúde, esta apoio foi voltado a toda a pú­blico.

O atendimento médico era garantido graças a boa vontade e dedicação médica, irmãs de caridade e servidores, porém muito longe de atingir as reais condições para alcançar o desejado tratamento médico-hospitalar almejado pela população. (RAMOS, 2003, p.28)

No ambiente é necessário destacarmos algumas diferenças nas ações sanitárias na Ca­pital do Estado, a estruturação de esgotos sanitários (1894) e a instalação de luz elétrica em Teresina (1911). Em 14 de julho de 1937 é aprovada lei para a criação do Hospital do Estado, mais tarde intitulado de Hospital Getúlio Vargas. No período o governador do Estado em prática era o médico e professor Leônidas de Castro Melo e em seu go­verno foi a publicação da recente constituição do Estado (18.07.1935) tal como o fato do golpe de Estado de Getúlio Vargas em 1937, com a formação do Estado Novo. Ou­tras práticas de saúde pública foram executadas neste período no Estado do Piauí.

No curso dos anos de 1937 e 1938, o então interventor Federal do Estado do Piauí, o médico Leônidas de Castro Melo, concebeu e idealizou a construção de um Hospital para substituir a Santa Casa de Misericórdia de Teresina, um hospital moderno com feição de Instituição de Ensino e Pesquisa (...) planejou também construir Escolas, reformar as existentes, criar e instalar postos de Saúde, proporcionar substancial desempenho no processo educacional, fomentar e melhoraro atendimento médico – as­sistencial e sanitário do Estado. (RAMOS, 2003, p.27)

A implantação do HGV foi em 6 de abril de 1941 em que o governo do Piauí apresenta a proteção médica da público, mas o seu objetivo trabalho apenas teve começo em se­tembro deste ano, quando a assistência médica e hospitalar foi afinal transferida da Santa Casa de Misericórdia para o Hospital recém estruturado.

A condição da saúde na década de 1940 estava desmontada em ambiente hospitalar, a escassez de política de saneamento e higiene e a necessidade de educação e qualidade de qualificação e habilidades deram para que o Estado se necessário afornecer resulta­dos imediatas e emergenciais. A Santa Casa de Misericórdia foi desativada em que o Hospital Getúlio Vargas começou as suas ações, pois os meios eram mínimos e as situa­ções inadequadas para um movimento que permitisse uma assistência composta e fun­damentada.

Instituição Hospitalar carente de recursos materiais e estrutura física adequada para que pudesse oferecer segurança aos procedimentos e ações assistenciais necessárias a um bom funcionamento hospitalar. O equipe de pessoal importantes à campo de saúde na época se representava pela existência de alguns médicos. A presença de Enfermagem era marcada pela participação das irmãs de caridade que conseguiam a controle e os atividades propostos à gestão e por funcionários de nível médio que conseguiam a geral dos processos auxiliares de Enfermagem.

No dia 14 de julho de 1937, sancionou-se a lei nº 148 para a sua constru­ção com a denominação de Hospital do Estado e tal lei fixavao quadro de funcionários técnicos com 14 médicos, 01 farmacêutico e 10 enfer­meiros. O Hospital Getúlio Vargas foi inauguradono dia 3 de maio de 1941. O seu efetivo funcionamento veio a acontecer, realmente, em mea­dos de outubro; Houve, então, a transferência da assistência médico-hos­pitalar da Santa Casa para o Hospital Getúlio Vargas. (RAMOS, 2003, p65)

No Brasil, na época, na maior parte das organizações da saúde os esforços apoia­dores de Enfermagem eram produzidos pelas Irmãs de caridade, tal como os aspectos das Organizações de ensino desta atividade. As irmãs que chegaram para Teresina construir e melhorar esta assistência interessava à Congregação das filhas do Coração Imaculado de Maria, chamadas de Cordimarianas. O atendimento de Enfermagem prestada à época ficava identificado pelo exercício no ambiente administrativo, desta­cando a compromisso da higiene e limpeza hospitalar quanto uma das vantagens fun­damentais da Enfermagem, assim quanto a reflexão dos elementos dispositivos e das medicações.

A foto subsequente representa a base preliminar do Hospital Getúlio Vargas, sem as modificações ainda, com uma beleza parque adornando a acesso do hospital

Hospital Getúlio Vargas 1940

Figura 5: Hospital Getúlio Vargas quando foi construído e inaugurado na década de 1940.

O projeto e construção do Hospital Getúlio Vargas, surgiu com uma formato determi­nada desde a formação a ser acadêmica, resultando uma melhor contextualização com a formação da Faculdade de Medicina, em 1965 e do curso de Enfermagem, em 1973.

O HGV se fez criança, apareceu no cenário Piauiense, com a sua fronte voltada para o norte, emergindo no centro de uma floresta de fícus, escul­pidos em forma de pássaros e animais da fauna brasileira, com duas alas laterais, a Leste e Oeste, dando-lhe uma forma de U, delimitando um jar­dim interno salpicados com roseiras e outras flores naturais cultivadas na região. (RAMOS, 2003, p. 130)

Por meio de base no Decreto Lei Nº 374 de 24 de maio de 1941, considerou a institui­ção das normas para o regime interno do Hospital Getúlio Vargas que representava no conjunto quanto um hospital policlínico que recebia condições emergenciais, imediatos e médicos. Em ponto setorial considerava de acordo com os trabalhos de Pronto So­corro, através de hospitais, salas de operação e setor de internação. Havia um serviço de triagem e hospitais ambulatórios e cirúrgicos. As enfermarias estavam destinadas às espaços de obstetrícia, pediatria, tisiologia, urologia, dermatologia, doenças infecto­contagiosas no meio de outras.

As atividades de fisioterapia e odontologia também estavam estabelecidas e eram feitas no hospital. Os serviços de roupagem, tal como o trabalho funeral e os trabalhos com a capela eram feitos pela Congregação das filhas do coração Imaculado de Maria, for­mada por abadessa local, definido por acordo em ênfase. As atividades de Enfermagem existiam autorizadas no artigo 14° do Regimento interno do Hospital.

Art14º Ao Enfermeiro do Serviço do Pronto Socorro compete: a) Estar presente e pronto para os serviços do seu cargo, quando e onde lhe for determinado em escala; b) Auxiliar médicos com dedicação, cumprindo as ordens que lhe forem dadas, tanto para o transporte como para o trata­mento de doentes; c) Empregar todo o cuidado possível em benefício do doente, qualquer que seja a sua condição social; d) Zelar pela conservação do instrumental e material existentes no Serviço, sendo responsável pelos prejuízos que, por desleixo ou imprudência; e) Zelar pelo asseio das de­pendências do serviço; f) Ter sob sua guarda e responsabilidade o mate­rial e medicamentos das caixas de socorro.

O HGV não tinha áreas próprias para internação de doenças infecciosas tal como o tifo e a tuberculose tão assistentes na época o que representava um forte obstáculo de mo­nitoramento de contaminação hospitalar. Não havia na construção deste Hospital um sector individual para a obstetrícia, não existia um pavilhão único em que ficasse a ma­ternidade.

Na década de 1950, o dirigente e médico do Hospital Getúlio Vargas, Ursulino Veloso de Souza Martins, encontrava-se certo de que a obstetrícia que ainda servia no HGV teria que ser expandida e não existia área em que esta construção viesse feita, pois, pe­diu juntamente ao governador em atividade, Pedro de Almendra Freitas, a implantação de uma maternidade.A idéia tornou-se seguida e com as mudanças apropriadas, a cons­trução ficou fixada no área em que atualmente permanece o Ambulatório Lineu Araújo. A maternidade foi inaugurada em 1954, com a denominação de Maternidade São Vi­cente, ajudando para o desenvolvimento e aumento no âmbito de obstetrícia e nos preo­cupações apoiadores de Enfermagem prestados à mulher e à infantil.

A política de Saúde que vinha estabelecida na época do Estado Novo não afirmava acordos protocolares com a sociedade, ficava orientada mais para os núcleos hospitala­res, com alguns interesses com os elementos coletivos e com as exigências básicas das pessoas. No Estado novo foram desenvolvidos os Setores de Saúde Publica, mas umas chegaram as seus procedimentos no Estado do Piauí.

O primeiro dirigente do HGV, o médico ginecologista Agenor Almeida57, confrontou-se com numerosos dificuldades associados a dados oficiais, artísticos e políticos no pla­neamento organizacional da organização Hospitalar que orientava. Dentre eles uma questão cometeu alto atuação no atendimento de Enfermagem concebida à época pelas Irmãs de Caridade que foram transferidas da Santa Casa de Misericórdia para o Hospital Getúlio Vargas. (RAMOS, 2003, p. 137).

No campo da saúde, a Companhia das Irmãs de Caridade foi uma das primeiras congre­gações a exercer cuidados de enfermagem em casa, aprimorou a sistema hospitalar, di­ferenciando leitos e instituindo os distintos cuidados de limpeza dos hospitais franceses. As práticas de atenção foram estando construídos em uma organização direcionada para o modo do zelar, resultando o que resultariam as formas de enfermagem.

Por razão da fundação e criação das ações no Hospital Getúlio Vargas, as superioras encarregados pelo trabalho, organizaram diretrizes que deveriam ser precisamente reali­zadas referentes aos técnicas de Enfermagem, níveis estes que ficariam distintos do como era passado na Santa Casa de Misericórdia.Devido a diferenças frequentes e dú­vidas, que diversas vezes resultavam em contradições com as religiosas, o diretor do Hospital Getúlio Vargas admitiu uma Enfermeira de nível superior, Dagmar Rodrigues de Oliveira, natural de Juiz de Fora, interior de Minas Gerais, formada na Escola Anna Nery no Rio de Janeiro.

No regulamento interno do HGV, que estabelece sobre os serviços de Enfermagem, tem a elaboração do cargo de enfermeira superior. A Enfermeira- superior recém-estabele­cida, tal que chegou o cargo, mostrou abundantes necessidades no trabalho, também na produção dos processos e no atendimento de Enfermagem. Referido diretor do Hospital Getúlio Vargas e presidente do Instituto de Assistência do Estado do Piauí, doutor, adotou o hospital com os serviços de estabelecer os ambulatórios e serviços do Hospital em total atividade e estabelecer o Instituto de Assistência Hospitalar do Piauí com práti­cas administrativas em inteiro o Estado.

A observação da ausência de práticas levou-a a produção de um formação de melhoria de poucos atendentes, este curso cumpriu ao dado no regime interno que levava que, quando não ocorresse uma Escola Oficial de Enfermagem agente por estes progressos, o Hospital Getúlio Vargas faria esta habilidade com o determinado de ensinar os especia­listas para o atividade da profissão. A inicial equipe de Enfermagem feita pela Enfer­meira Dagmar era criada por 6 atendentes de Enfermagem que chegaram remanejados da Santa Casa e modificados para o HGV e os 30 atendentes de Enfermagem que vie­ram instruídos no mesmo setor Hospitalar.

Numerosos foram as dificuldades enfrentados pela enfermeira superior e o diretor do Hospital com as freiras transferidas da Santa Casa para o Hospital Getúlio Vargas, pontos culturais e administrativas, tal também quanto os ações e as práticas assistenciais de Enfermagem, dando uma caso heterogêneo. Alguns processos de enfermagem que estavam feitos pelo grupo de atendentes de enfermagem antes do início no hospital da enfermeira –chefe possibilitaram de ser feitos porque a enfermeira composta pela Es­cola Anna Nery, bem severa e cautelosa em seus política de ensino capacitado atual e caracterizada, pretendia estabelecer variados normas, que jamais chegaram consideras pelas Religiosas que além de não cumpri-las, resistiam a execução das mesmas.

Dagmar Oliveira era bastante dura, resistente e rígido sobre suas posições e definições, era segura de que os ensinamentos que lhes vieram conferidos na sua escola de forma­ção não conseguiriam ser impugnados; desta forma, não considerava negociações e opi­niões que fossem contrários às suas formas e padronizações, fora ou à linha dos defini­dos conceitos que conseguira em sua desenvolvimento profissional na Escola Anna Nery no Rio de Janeiro.As Irmãs de Caridade sustentadas em seus concepções cristãos não abriam sentido de suas ideias e não compartilhavam com o diferente caráter de En­fermagem que a gestão precisava estabelecer e constituir. Poucas práticas como injeções endovenosas, sondagens nasogástricas e vesicais eram realizados à época pelos enfer­meiros práticos e a Enfermeira Oliveira fazia a premissa que estas práticas fossem exe­cutadas pelo médico, certo ao que tinha instruído na Escola de Enfermagem Anna Nery.

No Estado do Piauí na década de 1940, não havia Escolas de Enfermagem que desen­volvessem capacitações aos trabalhadores que atuavam na área de saúde. A originária escola seria fundada nas dependências do HGV, na década de 1950.

Estes motivos trouxeram reais problemas e conflitos na área médica e com as irmãs cordimarianas que não seguiam estas normas, que entendiam que os atendentes de En­fermagem trabalhavam capacitados à ação destes procedimentos pela prática e anos de atenção ao serviço. Os clínicos eram bondosos às freiras e partilhavam com as mesmas que tais ações deveriam ficar sendo feitos pelos atendentes. As Irmãs vivenciaram a se sentir incomodadas e responderam estreitamente juntamente à administração do Hospi­tal mostrando que o acordo celebrado com a Congregação havia sendo desconceituado. Este fato foi causador pela ausência das religiosas do HGV, como vemos no texto a perceber.

Comentava-se, afirmava-se e confirmava-se junto à Congregação e à po­pulação que as freiras tinham sido expulsas do HGV. A decisão do diretor de afastar ou expulsar as freiras do Hospital foi muito dura para a opinião pública, dramática em si mesma, radical talvez, traumática para o Go­verno, desprestigiando a Congregação religiosa e pouco entendida pela população. (RAMOS, 2003, p.139)

Havia um Acordo de contrato entre o Governo e o Palácio Episcopal para a atuação da Congregação na gestão do Hospital, direção esta que seria feita pelas religiosas, no atendimento de Enfermagem, tal como no campo oficial que continha as atividades de roupagem, cuidado hospitalar e verificação de equipamentos e medicações. Enquanto a implantação do Hospital foi elaborada, desenvolvida e regulada uma área especial para que as Irmãs ficassem no Hospital e que usaria de residência para as mesmas, Enquanto ocorreu à criação do HGV, queriam a participação de Enfermeiras, e precisavam estas, de origem Francesa, e que estavam anunciando as Escolas de Enfermagem no Brasilpor que as que chegaram possuíam a conhecimento de terem iniciado a Escola de Fortaleza e a de Recife. Não exigiriam para vir as expoentes se não estivesse por uma causa neces­sário e um objetivo preciso. Crendo que não tenha considerado situações para que isto ocorresse.

Elas preparavam, não obrigatoriamente realizavam as aulas, trabalhavam à frente, estavam mais na área da Gestão. Irmã Catarina Cola, por exemplo, tinham a fi­nalidade de gerar uma Escola de Enfermagem. O governador foi ao Rio de Janeiro, discutiu com as irmãs e elas levaram algumas condições até mesmo, a construção da área que hoje é a dermatologia, foi feito para satisfazer as religiosas, a escada de mármore. Estas religiosas chegaram para Teresina, com o objetivo de formar um curso de En­fermagem.

Neste cenário também é necessário falarmos o peso que a influência religiosa tinha vista a público, vários incertezas foram produzidos por situação da exclusão das religio­sas do HGV e sobre do violação deste acordo de compromisso, especialmente em con­sequências relacionados ao sentido artístico, comum e ao campo de saúde.

A Enfermeira Oliveira chegou a pontos conflitantes em nível de ações, afirmava a conhecimento dos profissionais distintos habilitados, considerava que possuíam a capa­cidade para contribuir no ato destas atividades, mas não se predispunha que eles fossem autores por estes condições ligados no hospital

Após de muitas diferenças, ela resolveu por não seguir no trabalho e inclinou-se por voltar ao Rio de Janeiro, ocorrendo à chefia de Enfermagem do Hospital Getúlio Vargas a estar desorientada por certo período. Em sequência, a atividade do cargo foi feita e desta feita por uma Enfermeira realmente Piauiense, Maria Otávia Poty, com formação superior na Escola Anna Néri. A Enfermeira Poty tentou dar curso aos mesmos hábitos e normas empregadas primeiramente pela Enfermeira Oliveira, porém, com uma natureza de maior tolerância. Todas as pessoas gostavam bastante dela, era bonita, correta, séria e com grande conhecimento de trabalho, sua participação era marcada e sentida em todos os aspectos do Hospital por meio de sua imagem, de ato em riste solicitando quietude.

Lamentavelmente não continuou maior tempo na Gestão de Enfermagem do Hospital Getúlio Vargas, pois faleceu jovem, produzindo uma falta considerável tenha vista a relevância das práticas que estava fazendo em nível assistencial no Hospital. O Governo permitiu que a retirada das religiosas antecedentes não resultasse em avanço importante na assistência hospitalar, estando considerados que alguns âmbitos ficaram desmonta­dos e sem uma programação e gestão apropriados e sistematizados.

A Irmã Margarida em sua história no atendimento de Enfermagem no Hospital Getúlio Vargas também conseguiu alguns debates com a área médica que resultaram com a sua partida do Hospital e volta para Fortaleza. Era protetora da equipe de Enfermagem e em que estes possuíam direito ela ficava ao lado deles, evidenciando assim a caracteri­zação de um acompanhamento regular nos princípios morais, discernimento, capacidade e igualdade. Devido a saída da Irmã Margarida, as religiosas organizaram-se no interior do Hospital e da sociedade e conservaram, além do o suporte da pessoas, a cooperação dos médicos e também dos funcionários. Eventualidade que observou verdadeiramente a vida religiosa à época era um canto magnífico que era executado por elas, além das preces da Ave Maria todos os dias às 18 h na Capela do Hospital Getúlio Vargas.

O passado não representa somente etapas de sentimento, tal como também casos de significado social que explicam o caráter cultural da época como a discriminação. Cate­gorias sociais estavam exigidas do sexo feminino para que as moças fossem aptas ao exercício.

Para trabalhar no HGV, a mulher tinha de ser solteira sem filhos ou ca­sada. Se uma mulher que trabalhasse no Hospital Getúlio Vargas ficasse grávida, sem o comprovado casamento (papel passado), ou se casava ou era demitida. Esta postura administrativa implantada no Hospital foi in­troduzida e mantida pelas tradições e costumes sócias das congregações religiosas provenientes da Santa Casa de Misericórdia em Teresina e em ouras regiões do Brasil.(RAMOS, 2003, p.215)

Os acordos de comprometimento produzidos através de o governo do Estado e as Con­gregações freiras, mesmo que capazes à formação e gestão hospitalar, havia importante severidade e rigor. Os corretivos, punições e penas, ou seja, as reduções nos rendimen­tos também eram feitos, tal como era evidente uma clara intolerância racial. Na época não era raramente que os técnicos que praticavam com a enfermagem não conseguissem elaborar com percepção, então, o discriminação era visto neste âmbito, por vez da intro­dução no hospital ou através o serviço na área hospitalar. Existia na década de 1960, uma quantidade notável de atendentes de enfermagem leigos, assim e como algumas Religiosas que ainda usavam o lusitano arcaico do século XVIII.

As Escolas de Enfermagem de nível médio ajudaram bastante para o desenvolvimento da educação e para a melhoria da atividade, pois oportunizou a diferentes atendentes do campo a obtenção de dados estudiosos para que estes fossem agregados juntamente à capacidade técnica.

5.2. Escola de Enfermagem Irmã Maria Antonieta Blanchot: princípio que constituiu as raízes da educação de en­fermagem no Piauí.

Na década de 1950, no Estado do Piauí, o serviço da Saúde ficava concentrado e orien­tado a as Entidades de Previdência Social. Nos fatores governamentais e oficiais, tudo decorria sem conflitos e alterações. A Escola de Enfermagem Anna Nery, no Rio de Janeiro, educou uma classe com doze freiras da Companhia das Irmãs de Caridade, das quais somente 10 religiosas colaram grau em 1942, dentre elas a irmã Abrahide Alva­renga, que veio para o Piauí em 1956.

Irmã Alvarenga, um espírito aventado, uma mulher de importante perspectiva, muito eficiente, correta, justa, instituiu um processo novo no hospital, buscou incentivar todos os profissionais de enfermagem a atuarem orientados para o evolução da enfermagem, estando muito eficiente decidiu após promover a assistência de enfermagem e aperfei­çoá-la com a criação de cursos de competência. A Enfermagem científica e sistemati­zada foi, pois, composta na Companhia das Irmãs de Caridade no Brasil, que adiante do trabalho dirigido para o auxílio nos hospitais, direcionava-se ainda aos princípios pru­dentes das técnicas procedimentais de enfermagem, permitindo a formação de muitas escolas neste campo da saúde, de natureza religioso, em diferentes estados do país.

A continuidade das irmãs no Hospital Getúlio Vargas por um algum tempo fez com que estas percebessem as janelas e as dificuldades nos procedimentos aplicadas pela pessoal de enfermagem o que explicitou a exigência de execução de treinamentos próprios o que resultou sucessivamente na fundação da primeira Escola de Auxiliar de Enferma­gem Irmã Maria Antoinette Blanchot em 1958, domiciliada primeiramente nas depen­dências do HGV. Esta escola foi fundada em área cedido pelo Estado e com a aplicação e interesse da Irmã Abrahide que com poucos benefícios e verbas construiu a estrutura e apontou o ensino de enfermagem no Piauí. Adiante disso, como as Irmãs de caridade viviam exponenciais no ensino de enfermagem no Brasil, a ABEN- PI foi criada neste período com a proteção e movimento da Irmã Alvarenga. A formação da ABEN-PI ocor­reu em março de 1959 nas dependências do HGV, incluindo como dirigente a mesma.

Umas atas da ABEN-PI que chegaram escritas na época mostram dados sobre de legis­laturas para o ensino médio de enfermagem, tal como a vontade da formação de uma Escola de nível superior no Estado. A maior parte dos componentes da Associação Bra­sileira de Enfermagem no Piauí era ainda professores da Escola Blanchot e assim, teme­rosos com o ensino e com a jurisprudência do mesmo. Em diferentes autos que datam da década de 1960 são interpelações que representam a falta de uma Escola de Enfer­magem de grau superior, que as enfermeiras diplomadas na época eram algumas e a necessidade relevante de atividades, havendo e, por participação do Governo do Estado um importância em estabelecer um Curso Superior em enfermagem.

O governante do Piauí em atividade na época era Jacob Manoel Gayoso e Almendra, militar e historiador, promotor de diversas transformações administrativas, construiu novas unidades discentes, estando mais tarde sucedido por Chagas Rodrigues que de­sempenhou o cargo até 1962, e em período observou-se a ampliação da cadeia de ensinocomplementar e normal, tal como a atenção no campo saúde com o avanço da assistên­cia de Enfermagem.

No fim da década de 1950 e princípio da década de 1960, reconhecemos que a enferma­gem piauiense desenvolveu com a organização e educação de funcionários com capaci­dade para o serviço hospitalar. Vemos que um dos elementos fundamentais deste desenvolvimento estrutural e direcionador do ensino e do atendimento foram a aparecimento das Irmãs de Caridade no Piauí que reconheceram limitações nas técnicas assistenciais cá executadas e dedicaram-se à esforço para que estas necessidades fossem sanadas por meio de da realização de apoio para a inclusão de cursos para o aperfeiçoamento das aptidões de enfermagem.

5.2.1. Criação e Corpo da Escola Irmã Maria Antonieta Blanchot.

O Hospital Getúlio Vargas arquitetou o trabalho original da Escola de Enfermagem Ma­ria Antoinette Blanchot em suas dependências também a sua transição para a matriz própria estabelecida na Rua Olavo Bilac, 2335, sul, em Teresina. A Escola de desenvol­vimento de colaboradores de Enfermagem ficava ligada à Associação de São Vicente de Paulo em Fortaleza, estabelecida na Avenida Desembargador Moreira, 2211, no Estado do Ceará. A formação de auxiliar de enfermagem criada, formada e produzida pelas Irmãs estimulou o aprendizado e a habilidade de forma a orientar uma preocupação as­sistencial tanto mais prudente.

Fachada da Escola Escola de Enfermagem Ma­ria Antoinette Blanchot

Figura 6: Fachada da Escola Escola de Enfermagem Ma­ria Antoinette Blanchot. Acervo de Maria Aparecida Ferro

Por meio de uma portaria de 4 de março de 1959, o Ministro de Estado da Educação de decisão com o determinado no artigo 10 da lei nº 775, de 6 de agosto de 1949, foi per­mitida a consentimento para o exercício do Curso de auxiliar de Enfermagem Irmã Ma­ria Antoinette Blanchot, mantida pela Associação de São Vicente de Paulo.

O ministro de Estado da Educação e cultura, no uso de suas atribuições resolve: Conceder a autorização para o funcionamento do curso de auxi­liar de Enfermagem da Escola de Auxiliar de Enfermagem Maria Antoi­nette Blanchot, mantida pelaAssociação de São Vicente de Paulo e situ­ada em Teresina, capital do Piauí- De acordo com o disposto no art. 10º da lei n 775, de 6 de agosto de 1949 e em vista do que consta no processo nº 122.210.57 ( PORTARIA DE 4 DE MARÇO DE 1959)

O Governador do Estado do Piauí, em atividade na época, Francisco das Chagas Caldas Rodrigues, declarou através da lei nº 1972, de 10 de agosto de 1960, como se tornando de valor público a Escola de auxiliar de Enfermagem Irmã Maria Antoinette Blanchot.Em 1960, a Prefeitura Municipal de Teresina, ainda, considerando em atividade o pre­feito Petrônio Portela Nunes na posição constatou a utilidade pública da Escola de En­fermagem Antoinette Blanchot, por meio de da lei nº 730 de 17 de agosto de 1960.O presidente Jânio Quadros, em Brasília, por meio de Decreto Lei nº 51.157 de 7 de agosto de 1961 dá o certificação do curso de Auxiliar de Enfermagem Irmã Maria An­toinette Blanchot.

5.3. Primeiras mestras Enfermeiras da Escola de Enfermagem Irmã Maria AntonietaBlan­chot.

Por motivo da implantação da Escola de Auxiliar de Enfermagem Irmã Maria Antoine­tte Blanchot ocorreu a dever de recrutamento de Enfermeiras que conseguissem ensinar as disciplinas fundamentais ao desenvolvimento do curso na Escola.Poucas Enfermei­ras que estavam terminando o curso de Enfermagem fora no Estado foram convidadas pela Irmã Abrahide Alvarenga, madre superiora diretora, sobre a capacidade de volta­rem ao Estado do Piauí e participarem para o desenvolvimento da Enfermagem local.A Enfermeira Piauiense Maria dos Aflitos Miranda assim que terminou o curso de Enfer­magem pela Escola Carlos Chagas em 1958, em Belo Horizonte, resolveu vir para o Piauí, a ser professora da Escola de Enfermagem Irmã Maria Antoinette Blanchot.

A Enfermeira Miranda após concluir o Curso de Enfermagem em Belo Horizonte come­çou os seus serviços como mestres da escola Blanchot já na primeira classe para minis­trar ensinamentos teóricos e para observar estudantes no ensino de Enfermagem que era elaborada no Hospital Getúlio Vargas.

Na conjunção sócio- econômico e cultural, na década de 60, no campo Brasileiro, olha­mos uma grande alteração política necessária às solicitações e conflitos de classe, im­portantes para a obtenção de benefícios. Necessário discutirmos que a profissional Pi­auiense apresentou o interesse de ajudar para o desenvolvimento da profissão de Enfer­magem no Estado, pois estavam muitas indivíduos que realizavam as práticas de En­fermagem sem a base teórica e as adaptações técnicas que eram normatizadas e padro­nizadas pela atividade.

A Enfermeira Miranda tornou-se educadora da Clínica Médica, segundo destacado em exposição emitida pela Irmã Abrahide Alvarenga, em 23 de fevereiro de 1960. A parte em que foi emitida a afirmação da professora e enfermeira ainda tinha a questão da an­tiga Avenida Presidente Vargas. Na imagem abaixo, tem-se uma fotografia da Enfermeira Piauiense Miranda, que se formou com 19 anos, na sua colação de grau em Belo Horizonte pela Escola de Enfermagem Carlos Chagas.

Maria dos Aflitos Miranda em sua formatura em 1958

Figura 7: Maria dos Aflitos Miranda em sua formatura em 1958, aos 19 anos de idade, pouco tempo antes de vir trabalhar na Escola Blanchot, em Teresina. Acervo da Enfermeira Miranda.

A partir dos anos de 1970, a Escola de Auxiliares de Enfermagem Irmã Maria Antonieta Blanchot, vive seu maior apogeu, no que se refere à estrutura de prédio, e corpo do­cente, que na sua maioria, era composto de leigos, cabendo as irmãs o papel de diretoras administrativas. Muitos Jovens provenientes do interior do estado, e já morando na capital além dos aqui nascidos, viam na Escola de Auxiliares de Enfermagem Irma Maria Antonieta Blanchot, a oportunidade de ascensão social, com a obtenção do titulo de auxiliares, e ou técnicos em enfermagem.

Uma vez que esses alunos eram absorvidos pelo mercado de trabalho, que aqui em Te­resina, carência de mão de obra técnica/auxiliar, tanto, para a rede publica, quanto para a rede privada de saúde. Conforme nos relata a técnica de enfermagem Maria do Livra­mento4:

“Quando eu comecei a trabalhar eu ainda estava na escola, como bolsista, aí quando eu casei, tive meus filhos, eu já trabalhava no HDIC, o ultimo filho que tive, eu já traba­lhava na UBS Novo Horizonte” (LIVRAVENTO, Maria, 2018).

Ao ser transferida para o prédio, onde hoje, encontra-se a Faculdade de Ciências Medi­cas – FACIME/UESPI.

Prédio da Faculdade de Ciências Médicas do Piauí

Figura 8: Prédio da Faculdade de Ciências Médicas do Piauí. Prédio onde funcionou a Escola de formação de Auxiliares e técnicos em Enfermagem Irmã Maria Anto­nieta Blanchot. Acervo Pessoal.

A Escola Blanchot assume uma posição bem centralizada, loca­lizava-se perto de onde os primeiros hospitais particulares, como por exemplo, o Hos­pital Santa Maria. A Escola Blanchot, preservava a sobriedade, que se exige das enfermeiras, desde o tempo de Florence Nightgalle (Precursora da enfermagem moderna). As vestes, a ma­quiagem e cabelos das alunas conservavam-se sempre sóbrios, Livramento (2018) diz: “[...] a famosa maquiagem não era usada..um pozinho, ou um batonzinho bem clarinho. Inclusive era ensinado para a gente”

A escola “Blanchot”, por ser neste período a única escola de formação de auxiliares e técnicos de enfermagem, tinha como requisito para o ingresso, uma espécie de “pequeno vestibular”, muito concorrido, assemelhando-se a um concurso para uma vaga de tra­balho bastante concorrida. “[...] Então, quando a gente foi fazer esse teste seletivo, tinha muita gente. Eu disse ”Meu Deus é muita gente é demais!

Observa-se, portanto, que estudar na escola “Blanchot’’, constituía, um sinônimo de respeito e de expectativas, no que se refere ao mercado de trabalho Teresinense que atraía tantos jovens, como para esta formação, que tinha, como nos dias de hoje, um tempo máximo de 2 anos. Era também, uma escola pautada na ética e nos fundamentos, que regem a educação e a enfermagem, e porque não a própria religião, uma vez que a escola era ate sua extinção, dirigida pelas freiras da Congregação da Filhas de São Vicente de Paulo, conhecidas como de caridade.

A técnica em enfermagem Teresa de Jesus Soares, quando chegou de Pedro II-PI, estu­dou o ginasial na escola Henrique Couto, em 1970, ingressa na escola “Blanchot’’, es­tudando à tarde na Unidade Escolar Henrique Couto, e a noite na escola de auxiliares de enfermagem. Vinda de família humilde, ao ingressar no curso de auxiliar de enfermagem, via a possi­bilidade de poder cursar o ensino superior em enfermagem ou medicina. “[...] Quando entrei para a “Blanchot”, tinha esperança de não parar ali, queria mais! Fiz vestibular para enfermagem e medicina, mas nunca passei, era pra ser assim né?”5

O que de fato não veio a concretizar-se. Ela ao terminar o curso, foi contratada pelo hospital Santa Maria, e posteriormente foi trabalhar na Maternidade Dona Evangelina Rosa onde esta ate os dias de hoje, tendo trabalhado nos diversos setores, da mesma. As formaturas da escola de auxiliares de enfermagem Irma Maria Antonieta Blanchot, eram sempre bem prestigiadas, com a presença de autoridades civis e religiosas.

Me lembro, que tinha muita gente importante, lembro dos rostos (aqui ela fica pensa­tiva), acredito que era prefeito, ou governador (pensativa). Sei que foi muito privilegi­ada, foi no teatro né... Foi no teatro 7 de setembro,...emocionante. Lembro que minha família estava lá, presente. (SOARES, Teresa de Jesus, 2018).

No ano de 1984, a escola Blanchot, faz seu ultimo teste seletivo composto por questões de gramatica e matemática. Como nos é narrado pela técnica em enfermagem Maria do Livramento Pereira de Novaes de Aguiar (2018) “[...] O teste tinha gramática e matemática. Será que vou passar, será que vou estudar na Blanchot? com três dias, sai o resultado, eu ia estudar lá, era uma ale­gria”

Para as estudantes, a Irmã Osmina, da Congregação das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, bem como as demais irmãs, constituíam um exemplo de ética e zelo profissional. Em 1984, o curso que tem a duração de 02 anos, teve que ser encurtado para 1 ano, a escola ao final daquele ano seria extinta, entretanto o zelo da ultima diretora Irmã Os­minda, não permitiu que os alunos ficassem prejudicados, e a solução para tudo isto, seria os alunos terem aula em tempo integral. Conforme nos relata a técnica em enfer­magem Maria do Livramento.

Quando a gente foi receber o resultado, ela (a irmã Osminda, diretora), abriu o portão da escola disse: Meus filho esse é o ultimo ano, ultima turma, por isso vamos ter que funcionar em dois turnos, pra dar tempo terminar o curso (LIVRAMENTO, Maria, 2018).

Constituía-se também uma oportunidade para estreitarem laços de amizade entre os alu­nos e o corpo gestor, sendo a ultima turma penalizada em sua formatura, não tendo ha­vido nenhuma cerimonia, como nas turmas anteriores. Chegava ao fim, à escola de auxiliares de enfermagem irmã Maria Antonieta Blanchot. Tinha ao longo de sua historia formado vários profissionais na área de saúde. Marcando a historia da saúde publica do estado do Piaui. Muitos dos profissionais formadores pela escola “Blanchot”, ainda encontram-se em pleno desenvolvimento de suas atividades, como é o caso das entrevistadas. Relembrar a escola “Blanchot” é manter viva a memoria das primeiras enfermeiras, auxiliares e técnicas em enfermagem do estado do Piaui.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tornou possível identificar o pioneirismo das primeiras Enfermeiras piauienses, que a principio por falta de curso de nível superior em Teresina na área de Enfermagem, tinham que se deslocar para cidades como: Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Nestas cidades em escolas como Anna Nery e Carlos Chagas, recebiam uma educação esmerada e as tornava aptas para desempenharem seu trabalho no campo da saúde.

A relação de poder entre médicos e enfermeiras. A questão da moral feminina era importante para a manutenção da honra feminina no espaço público e de trabalho. Ao avançar a pesquisa, percebe-se a disparidade em termos salariais, entre médicos e enfermeiras. No campo do ensino da Enfermagem, a nível auxiliar e técnico, importante a atuação da Escola de Auxiliares de Enfermagem Irmã Maria Antonieta Blanchot, uma vez que proporcionava a muitas jovens piauienses, não somente a possibilidade de possuir uma formação de nível técnico, como também a representação do status social, que o titulo de Auxiliar de Enfermagem, proporcionava a essas jovens.

O trabalho das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo (Irmãs de Caridade), no trabalho assistencial e de formação das bases da profissão de Enfermeiras(os) no Piauí, principalmente no que se refere a instalação e direção da Escola de Auxiliares e Técnicos em Enfermagem Irmã Maria Antonieta Blanchot, estas irmãs católicas, moldaram por muito tempo a moral e os bons costumes dentro do Hospital Getulio Vargas ( HGV ), tal postura, e mediante as pesquisas aqui levantadas podemos notar que por diversas vezes estas religiosas tiveram atritos com o corpo médico, essencialmente masculino e dominador. Eram mulheres que estavam além do seu tempo no que se refere a posição dentro da sociedade piauiense.

Os testemunhos orais, de alunas da primeira e da ultima turma da Escola de Auxiliares de Enfermagem Irmã Maria Antonieta Blanchott, foram de grande importância para entender os anseios e pespectivas que a conhecida “ Escola Blanchott”, pode despertar em gerações distintas. Como hoje estas ex alunas relembram o cotidiano vivido na referida escola, uma mistura de saudades e gratidão, por terem sido ali, formadas e preparadas para acompanhar o mercado de trabalho Teresinense, no tocante a instalação de Hospitais particulares, ou no Hospital Getúlio Vargas.

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8. ENTREVISTAS

SOARES, Teresa de Jesus. Depoimento oral. Entrevista concedida ao pesquisador Thiago de Oliveira Soares Aguiar. Setembro/2018.

DE AGUIAR, Maria do Livramento Pereira de Novaes. Depoimento oral. Entrevista concedida ao pesquisador Thiago de Oliveira Soares Aguiar. Setembro/2018.

9. ANEXOS

Foto do convite de formatura da primeira turma da Escola de EnfermagemFoto do convite de formatura da primeira turma da Escola de Enfermagem

Foto do convite de formatura da primeira turma da Escola de Enfermagem de Auxiliares de Enfermagem Irmã Maria Antonieta Blanchot, acervo da Professora Doutora Francisca Neusa de Almeida Farias. Cedidas ao Pesquisador: Thiago de Oliveira Soares Aguiar.

Foto do convite de formatura da primeira turma da Escola de EnfermagemFoto do convite de formatura da primeira turma da Escola de Enfermagem

Foto do convite de formatura da primeira turma da Escola deEnfermagem de Auxiliares de Enfermagem Irmã Maria Antonieta Blanchot, acervo da Professora Doutora Francisca Neusa de Almeida Farias. Cedidas ao Pesquisador: Thiago de Oliveira Soares Aguiar

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1 Perspectiva utilizada por Maria Alice Lima, a pesquisadora aborda o ensino da enfermagem moderna no Brasil.

2 A perspectiva de memória utilizada para dialogar com as entrevistas foi a proposta por Alessandro Portelli. Segundo Alessandro Portelli (1997), a memória é um processo individual, assim as recordações podem ser semelhantes, contraditórias ou sobrepostas, mas as lembranças de duas pessoas nunca são iguais, possuem suas singularidades e é por isso que o autor considera que cada entrevistado é importante por ter uma história diferente das outras para contar. [...] “Conseqüentemente aquilo que criamos é um texto dialógico de múltiplas vozes e múltiplas interpretações: as muitas interpretações dos entrevistados, nossas interpretações e as interpretações dos leitores.” (PORTELLI, 1997, p. 15).

3 Fundada e regulada pelas Irmãs de caridade, orientada primeiramente pela Freira Abra­hide Alvarenga, religiosa superiora e enfermeira graduada pela Escola Anna Nery, para capacitar os atendentes de Enfermagem que trabalhavam na profissão em uns hospitais da capital, no entanto que exigiam de uma melhoria de suas maneiras procedimentais.

4Depoimento da técnica em enfermagem Maria do Li­vramento Pereira de Novaes de Aguiar condido a Thiago Oliveira Soares Aguiar em 13 de setembro de 2018.

5Depoimento de Teresa de Jesus Soares concedido a Thiago Oliveira Soares Aguiar em 14 de setembro de 2018.


Publicado por: Thiago de Oliveira Soares Aguiar

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