ENFRENTAMENTO DO ESTRESSE OCUPACIONAL NA ÁREA HOSPITALAR PELO ENFERMEIRO: REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA

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1. RESUMO

Objetivos: Descrever como se dá o enfrentamento ao estresse hospitalar pelos enfermeiros, segundo a literatura científica. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura em que se fez o levantamento nas bases de dados LILACS, SCIELO e BDENF no período de 9 a 12 de maio de 2019 a fim de responder: “Como tem sido abordada na literatura científica a problemática do estresse do enfermeiro na área hospitalar?”. Resultados: Foram selecionados dezesseis artigos. Os resultados apontaram que o estresse ocupacional dos enfermeiros em âmbito hospitalar está relacionado com a exigência de maior produtividade, expectativas irrealizáveis, as relações de trabalho tensas e precárias, desunião da equipe, jornada extensa, rigidez organizacional sem benefícios/recompensas, discriminação pelo papel desempenhado, habilidade de liderança deficiente, as queixas de baixa remuneração, a ausência de feedbacks construtivos e a falta de gestão do desempenho. Como estratégias de enfrentamento: função também dos gestores proporcionar condições de trabalho adequadas aos seus empregadores, valorizá-los e respeitá-los. O cuidado de si favorece e reduz os riscos de adoecimento e, consequentemente aumentando a produtividade no ambiente de trabalho e outros fatores como, estimular o vínculo do trabalhador com os usuários, a equipe e com a instituição, criação de espaços de expressão e de desenvolvimento de talentos cognitivos e artísticos dos trabalhadores. Conclusão: Destaca-se a importância do reconhecimento dos estressores e de seus efeitos sobre o organismo para que sejam adotadas medidas de enfrentamento a fim de evitar distúrbios psicológicos e fisiológicos. Sugere-se que as instituições de saúde criem momentos e ambientes para que os profissionais compartilhem experiências e sentimentos vivenciados durante os plantões. Sugere-se ainda que as Instituições de Ensino Superior em enfermagem incluam em seus conteúdos dos componentes programáticos, ensinamentos teórico-práticos sobre as formas de abordagem do enfrentamento ao estresse hospitalar, como forma de contribuir para a saúde dos futuros enfermeiros em suas vivências como futuros trabalhadores. Por fim, ressalta-se que os órgãos e entidades de enfermagem, como sujeitos coletivos também incluam em suas pautas aspectos relacionados ao estresse hospitalar no âmbito da saúde do trabalhador.

Palavras-chave: Saúde do trabalhador. Estresse ocupacional. Enfermagem.

ABSTRACT

Objectives: To describe how nurses address hospital stress, according to the scientific literature. Methodology: This is an integrative review of the literature in which the LILACS, SCIELO and BDENF databases were surveyed in the period from 9 to 12 May 2019 in order to respond: "As has been problematic of the nurse in the hospital area? ". Results: Sixteen articles were selected. The results pointed out that the occupational stress of nurses in the hospital environment is related to the demand for higher productivity, unrealizable expectations, tense and precarious work relations, team disunion, extended working hours, organizational rigidity without benefits / rewards, discrimination for the role played, poor leadership skills, low pay complaints, lack of constructive feedback, and lack of performance management. As coping strategies, it is also the job of managers to provide adequate working conditions for their employers, to value and respect them. Caring for oneself favors and reduces the risks of illness and consequently increasing productivity in the work environment and other factors such as, stimulating the worker's bond with users, staff and the institution, creating spaces for expression and development of the cognitive and artistic talents of the workers. Conclusion: It is important to recognize the stressors and their effects on the body so that coping measures are adopted in order to avoid psychological and physiological disorders. It is suggested that health institutions create moments and environments so that professionals share experiences and feelings experienced during work shifts. It is also suggested that Nursing Higher Education Institutions include in their contents the programmatic components, theoretical / practical teachings, on the ways of approaching the hospital stress coping, as a way to contribute to the health of future nurses in their experiences as future workers. Finally, it should be pointed out that nursing agencies and entities, as a collective subject in their demands to improve working conditions, seek the quality of care provided and quality of life of the population, also include in their guidelines aspects related to hospital stress in the health of the worker.
Key Words: Worker's health. Occupational stress. Nursing.

2. INTRODUÇÃO

O estresse é considerado uma patologia ocupacional emergente, com especial incidência no setor dos serviços e um maior risco em atividades que exigem dedicação personalizada (JIMÉNEZ, 2011). Entende-se por fator estressante ou estressor, qualquer estímulo capaz de provocar uma resposta de estresse, sendo o estresse essa mesma resposta ou reação a um estressor (BAÑOS, 2013).

Os profissionais de enfermagem estão expostos a diversos riscos ligados ao meio ambiente, como a ergonomia e os riscos biológicos, que causam tensão e ansiedade, traumas agudos e enfermidades terminais, ou pacientes com grave risco de morte (SILVA; MELO, 2006). O enfermeiro está sujeito ao estresse ocupacional, pois suas atividades muitas vezes têm um alto grau de dificuldade, responsabilidade e atenção (ROCHA; MARTINO, 2010). O ritmo acelerado, a sobrecarga de trabalho e o trabalho em turnos são fatores que contribuem para o aparecimento de estresse ocupacional. O trabalho da enfermagem no hospital está dividido em turnos, e se faz necessário que seja prestada assistência, o que diferencia a enfermagem de outros trabalhadores que usam alguns desses períodos para descansar, usufruir do lazer e do convívio com a família (XAVIER; VAGHETTI, 2012).

Então, ao considerar os efeitos do estresse no enfermeiro estão diretamente relacionados ao tempo de trabalho e a intensidade do mesmo, esse estado de estresse pode diminuir as funções cognitivas do indivíduo e, causar momentos de irritação fora ou dentro do ambiente de trabalho, além de influenciar negativamente a sua assistência ao paciente, a gestão do trabalho e atenção.

Sabe-se que o estresse possui três perspectivas: a ambiental, a psicológica e a biológica. A ambiental trata o estresse como uma característica de estímulo, como uma carga. A psicológica enfatiza a interação dinâmica entre o indivíduo e o meio e na avaliação subjetiva do estresse, que é feita pelo indivíduo. A biológica aborda uma resposta fisiológica não específica, ou seja, como uma síndrome que consiste em todas as alterações fisiológicas que ocorrem no sistema biológico quando este é afetado por um estímulo, ou por uma carga excessiva ou nociva (SOUZA, 2016). Todas estas perspectivas fazem parte do cotidiano de trabalho na enfermagem e, de alguma forma interferem na saúde do profissional e na qualidade da assistência prestada.

O estresse ocupacional é definido como a relação entre altas demandas psicológicas, baixo controle sobre o trabalho e baixo apoio social recebido no ambiente laboral. Com repercussão na segurança do paciente, o estresse ocupacional é considerado um dos fatores que mais atinge os profissionais de enfermagem e, consequentemente, influencia na atuação da equipe de enfermagem na prestação dos serviços de saúde, gerando insegurança na prestação da assistência (ANDRADE; COSTA, 2014). A equipe de enfermagem, principalmente hospitalar, acompanham permanentemente os pacientes durante as 24 horas e está exposta a diversos estressores. Executa diversas atividades, tais como o atendimento individual e coletivo, o relacionamento interpessoal e multiprofissional; atua em situações de urgência e emergência; lida com a falta de recursos humanos e materiais, o que resulta em carga de trabalho excessiva, sendo que estes fatores podem contribuir para o desenvolvimento do estresse ocupacional, o que pode pôr em risco a segurança dos pacientes que dependem destes profissionais (SILVA; MOURA, 2014).

Essas várias ações e responsabilidades que são cabíveis ao enfermeiro em vários setores de um hospital, contribuem para o surgimento de doenças ou transtornos de ordem emocional e psíquica, então é preciso preparar o profissional desde a sua iniciação ao mercado de trabalho para saber enfrentar situações de estresse e saber principalmente reconhecer essa falha, para adotar medidas de enfrentamento.

É nesse contexto que se justifica o presente estudo. Sabe-se que o enfermeiro é exposto diariamente a situações estressantes e emocionais, como por exemplo, saber lidar com a dor, a angústia, e a exaustiva troca de turnos. De acordo com a realidade apresentada, essas situações favorecem a um desequilíbrio na vida diária dos enfermeiros, comprometendo sua vida familiar e social. Nesse contexto, surge a seguinte indagação: Como tem sido abordada na literatura científica a problemática do estresse do enfermeiro na área hospitalar?

Considerando-se o acima exposto, este estudo justifica-se pela intenção de colaborar com as reflexões sobre como o estresse vem sendo enfrentado pelo enfermeiro, destacando, portanto, sua relevância científica ao contribuir com a produção científica nessa área de conhecimento. A relevância social justifica-se ao enveredar pela investigação sobre a existência e as forma de amparo pelas instituições referente à saúde do trabalhador, ou se o profissional enfermeiro busca essa ajuda através de práticas de enfrentamento e/ou tratamento, de forma individual, destacando-se a importância de conscientização da categoria de enfermagem, no sentido de incluir em suas pautas de reivindicações de melhoria das condições de trabalho, de forma orgânica, através de seus órgãos e entidades representativas da categoria. Sendo assim, tendo como base alguns estudos selecionados por intermédio de uma revisão bibliográfica, foi possível compreender como vem sendo tratada a temática sobre o estresse ocupacional na área hospitalar, podendo ser em qualquer setor, em relação ao processo de trabalho da enfermagem.

3. METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste estudo fez-se uso dos pressupostos da revisão do tipo integrativa de literatura. Como primeira etapa, avaliando a relevância deste estudo, estabeleceu-se a seguinte questão norteadora: Como tem sido abordada na literatura científica a problemática do estresse do enfermeiro na área hospitalar?

Na etapa seguinte, para a busca dos estudos, iniciou-se com o acesso eletrônico à base de dados da Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) e no Banco de Dados em Enfermagem (BDENF) através da Biblioteca Virtual em Saúde. Diante disso, utilizaram-se os seguintes descritores de assunto nos campos de busca das bases de dados: “saúde do trabalhador”, “estresse ocupacional” e “enfermagem”.

Esses resultados foram agrupados durante a consulta nas bases de dados havendo a correlação entre os mesmos com o objetivo de refinar os estudos, já que os descritores separados possuem informações muito amplas, não correspondendo com o objetivo do estudo. As estratégias utilizadas para o acesso das bases de dados foram adaptadas para cada uma, em virtude de possuírem características específicas para o acesso aos estudos, como por exemplo, o uso do operador booleano “and” e o uso de aspas para realizar a busca com a combinação de descritores.

Na base de dados LILACS utilizou-se os descritores controlados e operadores Booleanos com os cruzamentos. Para o descritor “saúde do trabalhador” foram encontrados 4.999 resultados e por isso fez-se necessário o uso de operadores booleanos para que a pesquisa não fugisse do tema específico, pois a saúde do trabalhador deve necessariamente estar relacionada com o atendimento de enfermagem. Por isso, fez-se necessário o uso do cruzamento “saúde do trabalhador and enfermagem” encontrando-se um total de 815 resultados e após a leitura dos títulos e resumos foram selecionados 4 estudos. Com o cruzamento “saúde do trabalhador and estresse ocupacional” foram encontrados 10 estudos, sendo que 3 deles incluía a temática. Com o cruzamento “enfermagem and estresse ocupacional and saúde do trabalhador” foram encontrados 4 resultados que envolvia a temática, mas que já havia sido encontrado com outro descritor.

Na base de dados da SCIELO foi utilizado o descritor “estresse ocupacional” encontrando-se um total de 48 resultados e após a leitura dos títulos e resumos foram selecionados 3 estudos. O cruzamento Booleano de descritores “saúde do trabalhador and enfermagem” gerou um resultado de 424 estudos, foram selecionados 3 artigos que possuíam todos os critérios de inclusão e exclusão.

Na base de dados BDENF foi utilizado o cruzamento: “estresse ocupacional and enfermagem” que gerou um resultado de 217 estudos e foram selecionados 3 artigos.

Fluxograma 1 – Seleção dos artigos

Fonte: Elaboração própria (2019).

Após a leitura dos títulos e resumos os estudos foram selecionados respeitando-se os critérios de inclusão e exclusão, que foram estabelecidos para orientação da busca e da seleção dos estudos que incluem os estudos que foram indexados nas bases de dados a partir dos descritores já mencionados anteriormente. Definiu-se que seriam selecionados estudos acadêmicos nacionais oriundos de Programas de Graduação e Pós-Graduação em Enfermagem, que abordassem a temática do enfrentamento do estresse ocupacional na área hospitalar pelo enfermeiro, no período de 2009 a 2019. Os critérios de exclusão compreenderam estudos que possuíam resumos incompletos, indisponíveis, curtos ou pôsteres.

4. RESULTADOS

Para a coleta de dados deste estudo, foram encontrados resultados em três bases de dados: LILACS, SCIELO e BDENF através da Biblioteca Virtual em Saúde. Os artigos foram selecionados por meio da leitura de seus títulos. A partir disso, deu-se a avaliação e leitura aprofundada dos mesmos, bem como o tratamento dos seus dados, em que foram excluídos os conteúdos divergentes do tema. A análise dos dados foi realizada de forma qualitativa. Depois de selecionados e avaliados, os artigos foram caracterizados de acordo com a semelhança e caracterização de como se dá o enfrentamento do estresse pelo enfermeiro, no qual já foi discutido ao longo do referido trabalho.

Destes, após leitura e análise, foram selecionados um total de 16 trabalhos que se enquadraram nos critérios de inclusão mencionados. O quadro abaixo apresenta a distribuição das publicações sobre a temática, no período, de 2009 a 2019, segundo autor, ano de publicação, título do artigo, nome do periódico e síntese do artigo.

Quadro 1 - Caracterização dos artigos utilizados na revisão

AUTORES/ANO

TÍTULO

PERIÓDICO

OBJETIVOS

FERREIRA, Eliane Silva; SOUZA, Mariana Barci de; SOUZA, Norma Valéria Dantas de Oliveira; TAVARES, Kelly Fernanda Assis; PIRES, Ariane da Silva.

 

2015

A Relevância do cuidado de si para profissionais de enfermagem.

Ciência, Cuidado e Saúde; v. 14, n. 1, p. 978-985, 2015.

Identificar a percepção dos trabalhadores de enfermagem sobre o cuidado de si; descrever as ações que os trabalhadores realizam para cuidarem de si; e discutir as repercussões do cuidado de si para a saúde destes trabalhadores.

BARBOZA, Patrícia de Castro; PIRES, Ariane da Silva; PÉREZ JÚNIOR, Eugenio Fuentes; OLIVEIRA, Elias Barbosa de; GALLASCH, Cristiane Helena; ESPÍRITO SANTO, Tiago Braga do.

 

2018

Significado do trabalho: perspectivas de profissionais de enfermagem atuantes em unidades clínicas.

 

Revista Rene;

v. 19, jan./dez. 2018.

Compreender o significado do trabalho, sob a ótica de profissionais de enfermagem.

VIEIRA, Giovana Cópio; RIBEIRO, Karina Viana; VELASCO, Aline Ramos; PEREIRA, Érika Almeida Alves; CORTEZ, Elaine Antunes; PASSOS, Joanir Pereira.

 

2018

Satisfação laboral e a repercussão na qualidade de vida do profissional de enfermagem.

ABCS health sciences, v. 43, n. 3, p. 186-192, 20 dez. 2018.

Identificar publicações sobre satisfação no trabalho e qualidade de vida do profissional de enfermagem; verificar evidências de relação direta entre a satisfação profissional e a qualidade de vida.

QUEIROZ, Sylvia Gonzalez.

 

 

2008

Condições de trabalho e saúde dos enfermeiros em oncologia.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual do Rio de Janeiro, 2008.

Verificar transtornos físicos e mentais relacionados ao estresse, trabalho em turnos, sobrecarga de trabalho por déficit de recursos humanos, além das dificuldades em lidar com situações adversas com pacientes oncológicos.

ZAVALIS, Andrea; PAULA, Vanessa Galdino de; MACHADO, Daniel Aragão; MARTA, Cristiano Bertolossi; PEREZ JUNIOR, Eugenio Fuentes; SANTIAGO, Luiz Carlos.

 

2019

O nível de estresse dos enfermeiros na unidade de terapia intensiva.

Rev. pesqui. cuid. fundam., v. 11, n. 1, p. 205-210, jan.-mar. 2019. tab., graf.

Verificar o nível de estresse nos enfermeiros que atuam em unidade de terapia intensiva e identificar as atividades do trabalho que são mais estressantes.

OLIVEIRA, Esther de Melo; SOUZA, Elizabeth Aparecida de; TONINI, Nelsi Salete; MARASCHIN, Maristela Salete.

 

2018

Nível de estresse em enfermeiros de uma instituição hospitalar.

Nursing, São Paulo, v. 21, n. 244, p. 2355-2359, set. 2018.

Identificar o estresse entre os enfermeiros que trabalham em um hospital privado; verificar qual o setor e o turno que acarretam o maior nível de estresse entre os enfermeiros e caracterizar o perfil dos mesmos.

ARAUJO, Priscilla Moutella Barroso.

 

 

2016

O trabalho em serviço de emergência e os riscos psicossociais: repercussões para a saúde mental do enfermeiro.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual do Rio de Janeiro, 2016.

Identificar os riscos psicossociais presentes em serviço de emergência na visão do enfermeiro; descrever as repercussões dos riscos psicossociais para a saúde mental do enfermeiro; analisar as estratégias de enfrentamento adotadas pelo enfermeiro em serviço de emergência frente aos riscos psicossociais.

FEITOSA BELEZA, Cinara Maria; GOUVEIA, Márcia Teles de Oliveira; ROBAZZI, Maria Lúcia Do Carmo Cruz; TORRES, Cynthia Roberta Dias; AZEVEDO, Gláucia Antônia Viana De.

 

2013

Riscos ocupacionais e problemas de saúde percebidos por trabalhadores de enfermagem em unidade hospitalar.

Ciencia y enfermería, 2013, v. 19, n. 3, p. 63-71.

Identificar os fatores de risco no trabalho e os problemas de saúde percebidos pelos trabalhadores de enfermagem de um instituto de doenças tropicais.

SALOMÉ, Geraldo Magela; MARTINS, Maria de Fátima Moraes Salles; ESPÓSITO, Vitória Helena Cunha

 

2009

Sentimentos vivenciados pelos profissionais de enfermagem que atuam em unidade de emergência.

Revista Brasileira de Enfermagem, v. 62, n. 6, p. 856-862, dez. 2009.

Conhecer o significado do trabalho em uma unidade de emergência para os profissionais de enfermagem.

SCHMIDT, Denise Rodrigues Costa; DANTAS, Rosana Aparecida Spadoti; MARZIALE, Maria Helena Palucci; LAUS, Ana Maria

 

 

2009

Estresse ocupacional entre profissionais de enfermagem do bloco cirúrgico.

Texto & Contexto - Enfermagem, v. 18, n. 2, p. 330-337, jun. 2009.

Avaliar a presença de estresse ocupacional entre os profissionais de enfermagem do bloco cirúrgico e possíveis associações entre o estresse ocupacional e as características profissionais.

BARROS, Chrystina da Silva

 

 

 

2018

O trabalho das enfermeiras em prestadores privados de serviços de saúde.

Dissertação (Mestrado) Universidade Estadual do

Rio de Janeiro, 2018.

Analisar as condições de trabalho das enfermeiras na saúde privada e discutir quais os sofrimentos e defesas dessas profissionais nesse setor.

SOUSA, Kayo Henrique Jardel Feitosa; GONÇALVES, Tayane Silva; SILVA, Marize Barbosa; SOARES, Elizabeth Camacho Fonseca; NOGUEIRA, Maria Luiza Figueiredo; ZEITOUNE, Regina Célia Gollner

 

2018

Riscos de adoecimento no trabalho da equipe de enfermagem em um hospital psiquiátrico.

Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 26, ago. 2018.

Analisar os riscos de adoecimento do trabalhador de enfermagem relacionados ao contexto de trabalho em um hospital psiquiátrico.

DUARTE, Maria de Lourdes Custódio; GLANZNER, Cecilia Helena; PEREIRA, Leticia Passos

 

2018

O trabalho em emergência hospitalar: sofrimento e estratégias defensivas dos enfermeiros.

Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 39, set. 2018.

Analisar fatores de sofrimento e estratégias defensivas dos enfermeiros que atuam em uma emergência de um hospital universitário.

MORENO, Juliany Kelly; PIMENTEL, Vanessa Peres Cardoso; MOURA, Maria Gabriela Bezerra Gomes; PINHEIRO, Sâmia Jucá; OLIVEIRA, Lívia Braga Costa de; CUNHA, Iraciara Livia Barbosa da; PENNAFORT, Viviane Peixoto dos Santos

 

2018

Síndrome de Burnout e fatores de estresse em enfermeiros nefrologistas.

Rev. enferm. UFPE online, v. 12, n. 4, p. 865-871, abr. 2018.

Identificar os riscos da Síndrome de Burnout e fatores de estresse em enfermeiros nefrologistas.

FABRI, Janaína Mengal Gomes; NORONHA, Isabele da Rosa; OLIVEIRA, Elias Barbosa; KESTENBERG, Celia Caldeira Fonseca; HARBACHE, Laila Maria Andrade; NORONHA, Isabela da Rosa

 

2018

Estresse ocupacional em enfermeiros da pediatria: manifestações físicas e psicológica.

Rev. baiana enferm, v. 32, 2018.

Verificar a presença de estresse ocupacional em enfermeiros da pediatria e analisar as manifestações físicas e psicológicas de estresse.

ARAÚJO, Jéssica Santos de; DOMINGOS, Thiago da Silva; BRAGA, Eliana Mara

 

 

2018

Auriculoterapia para o estresse da equipe de enfermagem na média complexidade hospitalar.

Rev. enferm. UFPE on line, v. 12, n. 2, p. 371-378, fev. 2018.

Caracterizar o nível de estresse da equipe de Enfermagem de um hospital escola de média complexidade.

Fonte: Elaboração própria (2019).

5. DISCUSSÃO

O método de análise da revisão integrativa baseou-se na categorização das informações coletadas na amostra final dos dezesseis artigos. Assim, foram interpretados e agrupados em três categorias para compreensão do fenômeno: 1) Causas associadas ao estresse ocupacional 3) Estratégias de enfrentamento.

5.1. CAUSAS ASSOCIADAS AO ESTRESSE OCUPACIONAL

O estresse ocupacional pode ser causa do desenvolvimento de variadas doenças ou estar associado a outras patologias que determinam o absenteísmo da profissional de enfermagem causando prejuízo tanto para o trabalhador quanto para o empregador (Silva JLL, 2015). Em síntese, os estudos apontam uma variedade de sinais e sintomas ocasionados pelo estresse ocupacional. Os relatos referentes ao adoecimento após o ingresso nas atividades laborais são extremamente relevantes, uma vez que a incidência e a progressão das doenças e incapacidades envolvem a relação complexa de determinantes socioeconômicos, comportamentais, demográficos e psicossociais (Machado MH, 2016).

Em alguns setores, como no bloco cirúrgico, o nível de pressão exercido pela organização do trabalho, a exigência de maior produtividade, associada à redução contínua do contingente de trabalhadores, à pressão do tempo e ao aumento da complexidade das tarefas, além de expectativas irrealizáveis e as relações de trabalho tensas e precárias, podem gerar tensão, fadiga e esgotamento profissional, constituindo-se em fatores responsáveis por situações de estresse relacionado com o trabalho (SCHMIDT, 2009).

De acordo com o estudo de enfermeiros na pediatria, um número expressivo apresentou manifestações de estresse físico, característico da fase de resistência, como problemas de memória, sensação de desgaste físico e cansaço constante. Acrescentam-se os sintomas psicológicos de exaustão e, dentre eles, vontade de fugir de tudo, angústia/ ansiedade diária e cansaço excessivo (NUNES, 2013).

Outro estudo realizado com enfermeiros foi possível identificar que a organização do processo de trabalho, condições inadequadas para a atualização e a falta de perspectivas de crescimento profissional são fatores que caracterizam e desencadeiam o estresse para a equipe de Enfermagem que atua na média complexidade hospitalar. O mesmo estudo que relata o uso da auriculoterapia teve sua efetividade demonstrada na diminuição do nível de estresse na categoria de auxiliares de Enfermagem. Diante dos resultados estudados, nota-se a necessidade de investigar as peculiaridades do processo de trabalho da equipe de Enfermagem na média complexidade hospitalar por ser esta distinta de outros setores hospitalares onde já são conhecidos os níveis de estresse e suas variáveis, bem como a efetividade de auriculoterapia.

Em trabalho realizado por Rocha (2013), concluiu-se que as causas de adoecimento podem ser fatores internos ao trabalho, como as más condições de trabalho, (ambientes, instrumentos e equipamentos, trabalho pesado, repetitivo, sobrecarga) e fatores da vida pessoal (doenças crônicas, dupla jornada, problemas familiares e falta de recursos financeiros). A exposição e essa variedade e intensidade de cargas gera processo de desgaste no corpo bi psíquico do trabalhador que varia desde indisposições passageiras a doenças instaladas, no conjunto ou em específico.

Alerta-se que os trabalhadores de enfermagem necessitam de pausas e descanso para recuperação do estresse físico e mental provocados pelo trabalho, pois, do contrário, ficam mais vulneráveis ao adoecimento (KESTENBERG, 2014). Quando nada é feito para reduzir ou gerenciar os estressores, ocorre maior propensão ao aparecimento de doenças e a progressão para a fase de exaustão (LIPP, 2011).

Em relação à insatisfação profissional como causa relacionada ao estresse ocupacional, os fatores mais frequentemente relacionados foram: satisfação com salário, tempo livre para fazer suas próprias atividades, o envolvimento com o cuidado do paciente que gera um sentimento espiritual de satisfação, melhoria de habilidades e do desempenho profissional, o trabalho em equipe e a participação na tomada de decisões (ATEFI, 2014). Quando a insatisfação está relacionada ao estresse ocupacional muitas vezes são associadas ao ambiente físico (falta de condições adequadas de trabalho, de recursos, escassez de material e de profissionais); ao ambiente psicossocial (conflitos com a chefia, ausência de clareza na distribuição de tarefas e responsabilidades, desunião da equipe, jornada extensa, rigidez organizacional, sem benefícios/recompensas, discriminação pelo papel desempenhado, habilidade de liderança deficiente e remuneração insatisfatória). Destacam-se as queixas de baixa remuneração, qual exigiria mais horas de trabalho, à custa da restrição no tempo destinado ao lazer, repouso e contato com a família o que pode ocasionar problemas de saúde tanto no âmbito físico quanto psicossocial (ATEFI, 2014). A Organização Mundial de Saúde (OMS) levanta exemplos de perigos psicossociais, dentre eles inclui uma organização do trabalho deficiente, a falta de apoio para um equilíbrio entre a vida profissional e familiar, além do estilo de administração adotado, em que uma gerência sem negociações, a ausência de feedbacks construtivos e a falta de gestão do desempenho de forma respeitosa tornam-se riscos para as relações psicossociologias (SOUZA, 2014).

De acordo com um estudo, no setor da nefrologia, os enfermeiros, relatam a relação do ambiente de trabalho, onde o enfermeiro se sente insatisfeito e desmotivado, somando com as situações onde o trabalho não é reconhecido e existe divergência do salário com a função, podendo influenciar no rendimento do profissional. Sentimento de frustração profissional pode surgir quando ocorre sobrecarga de trabalho por dupla jornada e quando os profissionais desempenham funções inferiores à sua capacitação profissional. (LOPES, 2012)

Em alguns estudos aplicados na área da enfermagem, pesquisadores têm procurado mostrar que a afinidade e/ou interesse pela área da saúde e/ou da enfermagem, ocorre ao se identificarem com a profissão e no convívio no dia a dia no ambiente de trabalho, ao conviverem com situações, e pelo sentimento de contribuírem com a saúde e o bem-estar dos pacientes, oportunizando aprendizado e crescimento como profissional e ser humano. Quanto ao aprendizado, evidencia-se que a troca de experiências e a vivência com uma diversidade de situações de prazer e sofrimento contribuem para formação do profissional em termos de habilidades e conhecimentos essenciais. A capacidade de lidar com o sofrimento, os conflitos próprios da profissão e os valores éticos são aspectos importantes na escolha da enfermagem como profissão. Nesta ótica, existe interação positiva entre o trabalhador e o ambiente físico e social do trabalho, com potencial de promover a própria saúde, o bem-estar físico e mental, fatores que influenciam positivamente na produtividade (PIRES, 2013). Ao refletir sobre as temáticas relacionadas à atuação da enfermagem, verifica-se que a valorização e o reconhecimento profissional são alcançados através de ações que visam melhorar as condições de saúde do paciente, satisfação da equipe e demais trabalhadores no âmbito ocupacional. Desta forma, o trabalho em hospitais e na saúde pública é rico e estimulante, não se caracterizando apenas como sinônimo de sofrimento, mas também como fonte de prazer (GONÇALVES, 2014).

Atualmente, busca-se entender o aspecto mais subjetivo do processo saúde-doença, conferindo atenção especial à relação saúde mental e trabalho, na perspectiva de que determinados tipos ou características do labor atuam de forma estruturante e determinante para o adoecimento psíquico (OLIVEIRA, 2013).

5.2. ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

Atualmente, a gestão dos serviços de saúde é a maior responsável por manter um ambiente de trabalho que contribua para aumentar a percepção de risco individual e coletivo, apoiando e orientando os profissionais em uma perspectiva de maior autoproteção. Portanto, é função dos gestores proporcionar condições de trabalho adequadas aos seus empregadores, expondo-os o mínimo risco (NEVES, 2011). Por exemplo, quando se fala em humanização do funcionário, significa, na verdade, fornecer condições dignas de trabalho, valorizá-lo, respeitá-lo. Assim, o profissional terá condições psicológicas e físicas de prestar uma assistência com qualidade e humanizada.

Alguns estudos apontam que o malefício decorrente da ausência do cuidado de si acarreta prejuízos não só ao trabalhador, mas também ao contexto de trabalho. Nessa perspectiva, infere-se que o cuidar de si é um fator primordial para a prestação do cuidado ao outro, pois quando o cuidado de si não acontece por parte dos profissionais, isso pode acarretar em repercussões negativas ao cuidado com o outro; podendo acarretar em sofrimento físico, psicológico, prejuízos à saúde e, por sua vez, a qualidade do cuidado prestado (SILVA, 2013). Verifica-se que a execução do cuidado de si reflete positivamente nas dimensões subjetivas dos trabalhadores, com isso reduzindo-se os riscos de adoecimento e, consequentemente aumentando a produtividade no ambiente de trabalho, além de favorecer a execução satisfatória das demais atividades extra laborais.

Outra estratégia utilizada é de conteúdo escapista ou de esquiva, cujo objetivo primordial é o de controle da emoção diante de um estressor ou evento para qual o indivíduo não possui alternativas outras de enfrentamento ou não acredita em mudanças. Nessa estratégia, o alívio do estresse é obtido a partir de uma elaboração mental, evitando pensamentos de ruína ou de culpabilização. Trata-se de uma estratégia que pode ser alterada ou descartada em função de mudanças no próprio ambiente ocupacional. Desse modo, ações e reavaliações cognitivas deveriam se relacionar a estratégias de enfrentamento ou de esquiva da situação estressante. (PINHEIRO; TRÓCCOLI; TAMAYO, 2003).

Em situações como no setor de emergência, o estresse apresentado por profissional da emergência deve vir acompanhado por esforços de enfrentamento para gerenciar as consequências das fontes de estresse e para retornar o indivíduo a um nível estável de funcionamento do organismo. Para realizar suas atividades frente às adversidades no serviço de emergência, os profissionais evitam confronto direto e indireto, relatando diversas ações que, quando utilizadas continuamente, podem levar a um relaxamento temporário, mas não modificam a situação geradora de estresse (CALDERO; MIASSO; CORRADI-WEBSTER, 2008). Em linhas gerais, os enfermeiros do setor de emergência, segundo estudos, entendiam que a organização das suas atividades no seu turno e o trabalho em equipe eram estratégias coletivas para amenizar o sofrimento no trabalho. Essas estratégias estudadas oferecem ao trabalhador estabilidade, uma vez que ele terá dificuldades de garantir isso com ajuda apenas das suas defesas próprias. Em relação às estratégias defensivas individuais, o lazer com a prática do exercício físico em parques ou academias, música e terapia são exemplos de alterativas encontradas pelos trabalhadores fora do ambiente de trabalho. Os resultados contribuem para a prática assistencial, pois servem de alerta para gestores oportunizar espaços para discutir e repensar a organização de trabalho em emergência com o propósito de minimizar a sobrecarga de trabalho, sentimentos de frustração, insegurança, conflitos entre a equipe e, assim, qualificar o cuidado ofertado ao paciente.

O processo de enfrentamento do estresse no setor da nefrologia, mostrou que envolvimento da adaptação do indivíduo às novas situações e ambientes, deve-se haver um equilíbrio das funções fisiológicas e psicológicas que resultarão na capacidade para a realização de novas demandas. As situações críticas são ocorrências de perigo que requerem intensa atenção e agilidade para a sua resolutividade. Para os profissionais atuante nessa área, quando estes momentos acontecem, são desencadeadas emoções intensas, como a tensão e a preocupação, que correspondem, com o tempo, em alta carga de estresse. Os enfermeiros, diante das dificuldades, sofrem e sentem medo da incerteza em não conseguirem suprir as necessidades requeridas pelo paciente.

Em um outro estudo realizado com enfermeiros que trabalham no setor de oncologia, apontaram estratégias de enfrentamento para melhorar as condições de trabalho e saúde dos profissionais que atuam em instituições oncológicas, como: implementar um programa de acompanhamento individual com atenção biopsicossocial, promover o estabelecimento participativo de objetivos e metas realistas com a equipe, com processo avaliativo regular, desenvolvimento de habilidades individuais e coletivas em função da natureza dos problemas. Discutir propostas que favoreçam a autonomia da equipe, especificamente nos plantões, reorganizando o processo de trabalho através da flexibilização do horário e pausas para repouso; Incentivar a participação dos trabalhadores no processo de elaboração e avaliação de planos diretores e de definição de prioridades institucionais, objetivos e metas do serviço; Estimular o vínculo do trabalhador com os usuários, a equipe e com a instituição, criação de espaços de expressão e de desenvolvimento de talentos cognitivos e artísticos dos trabalhadores (QUEIROZ, 2008).

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos estudos e publicações acerca do enfrentamento do estresse ocupacional pelos enfermeiros em âmbito hospitalar é possível constatar o quanto é importante lidar com esse sentimento, pois os enfermeiros são os que estão mais próximos do sofrimento, impotência, estresse e tristeza por parte dos pacientes ou familiares. A importância da saúde mental do enfermeiro dentro da equipe e na assistência prestada é avaliada a partir do próprio entendimento do estresse ocupacional. O trabalho do enfermeiro é estressante e cabe a ele o reconhecimento dessa realidade. O enfermeiro deve procurar reconhecer quais são os fatores estressores e como reagir a eles. Para que consiga responder a todos os desafios e dificuldades decorrentes do seu processo de trabalho, seria interessante se ele tivesse uma visão da liderança, a liderança em enfermagem ainda parece ser vista por alguns profissionais como uma função independente mas acreditamos que a enfermeira possui subsídios para desenvolver uma liderança de sucesso, pois há necessidade de uma relação mais humanizada no trabalho, oferecendo maiores possibilidades de valorização e desenvolvimento pessoal, treinamentos, palestras, havendo reconhecimento do enfermeiro com a sua equipe.

Sugere-se que as instituições de saúde criem momentos e ambientes para que os profissionais compartilhem experiências e sentimentos vivenciados durante os plantões. Sugere-se também a realização de reuniões de equipe, planejamento das atividades e a valorização dos saberes com ênfase nas experiências dos profissionais, em prol da saúde dos trabalhadores e da qualidade do trabalho. Deve-se buscar a autonomia, ter participação ativa nas decisões da equipe multiprofissional e, acima de tudo, obter melhorias para evitar a sobrecarga de trabalho, tendo assim uma tríade de: bom ambiente de trabalho, trabalhador sadio e assistência de qualidade. O líder enfermeiro que promove o trabalho em equipe, que ajuda a criar um clima de confiança, e que também partilha poder e valoriza seus liderados é um gerenciador também. Sendo assim, é o tipo de líder que estabelece laços de confiança com as pessoas fazendo com que estas estejam dispostas a assumir mudanças. O fato do nível de frequência de todas as práticas ser moderado significa que há aspectos gerenciais a serem incrementados pelos líderes que atuam nas instituições analisadas. Nesse sentido, há que se destacar a necessidade do desenvolvimento pessoal e profissional dos enfermeiros gerentes que contenha ferramentas e/ou estratégias para uma liderança eficaz.

Reconhece-se a necessidade de buscar condições de trabalho e respaldo jurídico e legal que garantam a qualidade não só da assistência aos pacientes, mas também de vida dos profissionais que atuam em setores hospitalares, ainda mais na lógica atual do trabalho em que os Direitos Trabalhistas e sociais outrora adquiridos, vem sendo deixados em segundo plano, pois, há uma desregulamentação dos Direitos do Trabalho, traduzida através da flexibilização das Leis do Trabalho a fim de se adequar-se ao mercado capitalista, uma vez que, a taxa de lucros das empresas está atrelada a taxa de exploração do trabalho e da mão de obra dos trabalhadores. 

Dentro desta perspectiva profissional, acredita-se que a os órgãos e entidades representativas da categoria tem uma dupla tarefa tanto, assistencial, administrativa e social, não só a de buscar melhores condições de trabalho como também pela não desregulamentação dos Direitos do Trabalho e dos trabalhadores. É extremamente essencial a presença do Enfermeiro do Trabalho na busca constante de prevenir, adequar e atender os casos de enfermidades nas síndromes causadas pelo trabalho e no trabalho aos trabalhadores na execução de suas atividades laborais.

Sugere-se ainda quanto à formação em enfermagem que as Instituições de Ensino Superior incluam ensinamentos teórico-práticos sobre essa problemática, nos seus componentes curriculares, destacando sua importância para a saúde dos futuros enfermeiros com trabalhadores e como um imperativo de exigência quanto a segurança da assistência prestada, na perspectiva de melhoria da saúde da população.

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Publicado por: Marina Tavares Fontes

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