A Música Terapêutica como Alternativa de Cuidado de Enfermagem

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1. RESUMO

O presente estudo tem como objetivo descrever a concepção de uma Enfermeira sobre música terapêutica e analisar, segundo a opinião da mesma, os resultados dessa estratégia terapêutica. Trata-se de uma pesquisa qualitativa por ter como característica trabalhar com o universo dos significados, motivos, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações e que tem natureza descritiva, pois observa, registra e analisa os fatos sem manipulá-los. Foi realizada pesquisa em campo hospitalar com uma Enfermeira experiente em trabalhos com música terapêutica, que atua na área de saúde mental em um hospital psiquiátrico no município do Rio de Janeiro. Como instrumento de coleta utilizou-se uma entrevista semi-estruturada. Concluiu-se que a profissional entrevistada concorda com a utilização da música como cuidado e que o papel do enfermeiro é o de agente terapêutico, tendo como base dessa terapia o relacionamento com o paciente e a compreensão do seu comportamento. Sendo assim, os resultados dessa estratégia terapêutica ficam evidentes já que a música promove uma sensação de bem-estar, faz o paciente reviver situações de prazer pelas lembranças despertadas pela música e ajuda-o no autoconhecimento, contribuindo para elevação da auto- estima. A música terapêutica é capaz de afastar o paciente dos sintomas agudos da doença naquele momento do contato com a música. Percebeuse também,que a música facilita a adesão do paciente ao tratamento, ajudando-o na interação com os demais pacientes e membros da equipe. A utilização da música pode ser de maneira livre, sem vínculo com áreas específicas e voltada exclusivamente à sua audição, já que músicas escolhidas para diferentes finalidades específicas dizem respeito a áreas específicas, como a musicoterapia.

Palavras chaves: Música.Terapêutica. Enfermagem.

ABSTRACT

The Therapeutic Music as Alternative of Care of Nursing

The present study has as objective describes the conception of a Nurse on therapeutic music and to analyze, according to the opinion of the same, the results of that therapeutic strategy. It is treated of a qualitative research by having as characteristic works with the universe of the meanings, reasons, faiths, values and attitudes, what corresponds to a deeper space of the relationships and that it has descriptive nature, because it observes, it registers and it analyzes the facts without manipulating them. Research was accomplished in field hospitalar with an experienced Nurse in works with therapeutic music, that it acts in the area of mental health in a psychiatric hospital in the municipal district of Rio de Janeiro. As collection instrument was used a semi- structured interview. It was ended that the professional interviewee agrees with the use of the music as care and that the nurse's paper is it of therapeutic agent, tends as base of that therapy the relationship with the patient and the understanding of his behavior. Being like this, the results of that therapeutic strategy are evident since the music promotes a well-being sensation, it makes the patient to relive pleasure situations for the memories wakened up by the music and it helps him in the knowledgement him yourself, contributing to elevation of the selfesteem. The therapeutic music is capable to move away the patient of the sharp symptoms of the disease on that moment of the contact with the music. It was also noticed, that the music facilitates the adhesion of the patient to the treatment, helping him in the interaction with the other patients and members of the team. A use of the music can be in a free way, without bond with specific areas and returned exclusively to his audition, since chosen music for different specific purposes concern specific areas, as the musictherapy.

Keywords: Music. Therapeutic. Nursing.

2. INTRODUÇÃO

A música, provavelmente, é a mais antiga das artes. Talvez mais ainda do que a própria linguagem. Com base na Bíblia Sagrada, tomamos conhecimento de que a música surgiu primeiramente nas Côrtes Celestiais. Sua função era honrar e louvar a Deus.

Embora não se possa precisar quando e onde a música surgiu, é incontestável que a mesma sempre esteve presente em todos os lugares, que é comum a todas as culturas, que é reconhecida como um fenômeno universal, e que por milhares de anos, a música foi expressa sem o uso de instrumentos musicais, através da produção de sons emitidos pela voz, predecessora de todos os instrumentos musicais.

A música faz parte da vida do homem desde sua existência, sua compreensão transcende o avanço tecnológico, pois, apesar de toda evolução técnica-científica, os mistérios dos mecanismos terapêuticos da música continuam indecifráveis. O que sabemos é que essa arte preenche diversas necessidades do ser humano (LEÃO, 2004).

A palavra música significa "arte das musas", e na mitologia grega as musas representavam os seres celestiais, que eram divindades que inspiravam as artes e as ciências. Conta-se na mitologia grega que após a derrota dos Titãs, os deuses pediram a Zeus que criasse divindades capazes de cantar condignamente a grande vitória dos Olímpicos. Zeus partilhou o leito de Mnemósina durante nove noites consecutivas e, no tempo devido, nasceram as nove “Musas”, que são Calíope, (que preside à poesia épica); Clio, (à história); Polímnia, (à retórica); Euterpe, (à música); Terpsícore, (à dança); Érato, (à lírica coral); Melpômene, (à tragédia); Urânia, (à astronomia); Talia (à comédia) (MATEUS, 1998).

A música, tanto como o som, o ritmo, a melodia e a harmonia são recursos terapêuticos muito antigos. As referências a essa prática também podem ser encontradas nas citações de Pitágoras que investigou a física do som e prescreveu intervalos musicais e modos específicos para promover saúde, a força de pensamento e emoção, na descrição de Platão da música como medicina da alma, na defesa de Aristóteles sobre a música como catarse emocional e na alerta de Caelius Aurelianus contra o uso indiscriminado da música contra a loucura.

3. REVISÃO DE LITERATURA

Música Enquanto Manifestação Artística

Arteterapia é qualquer tratamento psicoterapêutico que utilize como mediação a expressão artística seja ela a dança, o teatro, a música, ou as representações plásticas, como pintura, desenho, entre outras. A expressão artística tende a ser extremamente importante e facilitadora na elaboração de conteúdos internos difíceis e delicados, geradores de conflitos.

A arte é uma forma apropriada para desenvolver no indivíduo a independência, a curiosidade, a imaginação, a criatividade, a iniciativa e a liberdade. A arte, através de sua história e de suas variações, apresenta diferentes códigos de significação onde as produções individuais podem encontrar seu sentido (OLIVEIRA; GARCEZ, 2001).

No presente estudo, utilizaremos o termo Música Terapêutica, tendo em vista que esta pesquisa visa analisar a implementação da música como estratégia de cuidado de enfermagem, e a música aplicada aos pacientes pelo Enfermeiro.

Música Terapêutica é a utilização da música para manutenção da saúde, prevenção de doenças e/ou reforço da resistência contra ameaças 'a saúde física de diversos tipos, podendo ser empregada por profissionais de saúde interessados em ampliar a sua prática com a utilização de atividades expressivas. Difere da Musicoterapia,que por ser um processo terapêutico formal,é exercida pelo musicoterapeuta (BERGOLD,2005).

Segundo Backes et al (2003),a musicoterapia é a utilização da música e/ou instrumentos musicais (som, ritmo, melodia e harmonia) pelo musicoterapeuta e pelo cliente ou grupo em um processo estruturado para facilitar e promover a comunicação, o relacionamento, a aprendizagem, a mobilização, a expressão e a organização (física, emocional, mental, social e cognitiva) para desenvolver potenciais ou recuperar funções do indivíduo de forma que ele possa alcançar uma melhor integração intra e interpessoal e consequentemente uma melhor qualidade de vida.

3.1. Utilização da Música e Benefícios

Os antigos já sabiam, muito antes de nós, que a música pode fazer as pessoas adoecerem ou mesmo enlouquecerem, como mostrado na Bíblia sagrada, o exemplo histórico da destruição das muralhas de Jericó pelo som de trombetas.

No Egito, em 1889, foi descoberto um papiro de cerca de quatro mil e quinhentos anos atrás, que revelava a aplicação de um sistema de sons e de músicas, tanto instrumentais quanto vocais, no tratamento de problemas emocionais e de algumas doenças. Nas encenações arqueológicas realizadas em templos, pirâmides e tumbas, foram encontrados baixos relevos, murais, mosaicos e objetos que atestam atividades musicais (McCLELLAND, 1994).

De acordo com Valladares (2000), a arte, enquanto terapia, não funciona apenas para entreter, mas como uma forma de comunicação. Dessa forma, possibilita ao indivíduo a liberdade de expressão e proporciona seu desenvolvimento. Para Borchgrevink (1991), a música “(...), deve ser considerada um meio de comunicação, e, como na maioria das manifestações artísticas, as emoções, (...), podem ser expressas, freqüentemente de forma mais direta do que através do código verbal (...)”.

Segundo Smith (1990) a música é ritmo, harmonia e melodia que mobiliza com exclusividade todo ser humano, e assim, contribui ativamente para a formação ou restauração do indivíduo. No processo de comunicação o som faz com que as pessoas se relacionem, trabalhem e vivam em sociedade interagindo.

Atualmente, muitos trabalhos têm sido realizados no mundo inteiro sobre a utilização da musicoterapia. Essa terapia é aplicada através de métodos e técnicas musicoterápicas e suas indicações específicas, comumente presente nas pessoas portadoras de problemas de ordem mental, física, sensorial e outros. As razões de sua indicação residem no fato de que o processo musicoterápico permite o reviver de fases arcaicas do desenvolvimento da personalidade (SYDENSTRICKER, 1991).

Na Enfermagem, a utilização da música com finalidade terapêutica se iniciou em 1859 com Florence Nightingale, que mencionava seu uso como cuidado à saúde. Florence com base em suas observações e na sua própria condição quando doente reconheceu o poder das cores e da música como instrumentos de recuperação. Ela observou que os instrumentos de sopro, inclusive a voz humana e os instrumentos de corda capazes de conduzir sons contínuos, em geral trazem efeitos benéficos (SILVA, 1995).

Tal método, anos mais tarde, foi seguido por Isa Maud Ilsen, musicista e enfermeira, que foi a responsável pela criação da Associação Nacional de Música nos Hospitais, além de pioneira no ensino de musicoterapia na Universidade de ColumbiaIlsen.Isa considerava a música como um caminho para aliviar a dor em pacientes cirúrgicos e naqueles com doenças físicas (DAVIS, GFELLER, THAUT, 1992).

Harriet Ayer Seymour, também enfermeira, seguiu os passos de Florence, utilizando a música com efeitos benéficos nos soldados feridos das I e II Guerras Mundiais, e dedicou-se ao estudo e à prática da terapêutica musical (RIBAS, 1950).

A música pode proporcionar sensações diversas no organismo humano e agir não somente de forma curativa, mas também contribuir nos processos de aprendizagem e interação. Especialmente no caso de crianças, por representar um ato criativo, a música propicia um estado de serenidade, que geralmente se manifesta mesmo quando ela se encontra em estado terminal (GALLICCHIO, 2002).

São inúmeros os benefícios que a Música Terapêutica oferece. A música desvia a atenção para longe dos pensamentos que produzem a depressão (GIANNOTTI; PIZZOLI, 2004, p.36).

Segundo Gasparini, a musicoterapia no Brasil ganhou muito com o trabalho iniciado, em 1971, pelo músico Naná Vasconcelos, que, durante dois anos, trabalhou com crianças portadoras de Síndrome de Down, autismo, epilepsia e distúrbios de sociabilidade, conseguindo melhora significativa na coordenação motora, na dicção e na comunicação.

No Brasil, o trabalho da Musicoterapia vem sendo desenvolvido principalmente em instituições que atendem indivíduos portadores de necessidades especiais. (BACKES et al, 2003; CHICYBAN, 1991; GALLICCHIO, 2002; LEÃO; SILVA, 2004).

De acordo com Queiroz (2000), a música permite criar um estado receptivo, através do relaxamento da sensorialidade humana, em especial quanto às emoções.

A música desperta os mais variados tipos de respostas do ser humano como a expressão de sentimentos, a comunicação, o relacionamento, o estado de ânimo, ainda que de uma forma não totalmente esclarecida, além de sempre existir a tentativa de explorá-la enquanto recurso terapêutico (MATEUS, 1998).

Os sons da Natureza como chuva, vento, mar e rio, também são terapêuticos, pois tendo uma vibração constante, proporcionam bem-estar e relaxamento. A música harmônica pode provocar efeitos positivos em animais e humanos, como antineurótico, antidistônico, antiestresse, sonífero e tranqüilizante, regulador, psicossomático, analgésico, anestésico, equilibrador do sistema cárdio-circulatório, equilibrador do metabolismo profundo. Santos (1998) relata ser difícil encontrar uma parte do corpo que não esteja sujeita aos efeitos musicais.

Por sermos profissionais da área de saúde, a vivência em um hospital tem, ao longo dos anos, nos mostrado uma vida muito mais simples, mais profunda e mais minuciosa. Aprendemos que o pouco vale muito, e que um minuto, às vezes, dura mais que um ano. Principalmente, quando existe a dor e a ansiedade.

Estamos inserindo, em nosso dia a dia, as experiências adquiridas através dos registros impressionantes e enriquecedores desde que começamos a nos interessar pela música, como cuidado de enfermagem em pacientes submetidos à internação hospitalar.

Iniciamos nossa pesquisa no ano de 2008, com pacientes internados em um hospital geral, localizado na zona norte do Rio de Janeiro. Posteriormente, a pesquisa foi se direcionando também para os profissionais de enfermagem, pois são eles que mantêm contato mais próximo aos pacientes.

Com o passar do tempo, e o desenvolvimento da pesquisa, estamos recorrendo à música como uma estratégia terapêutica e pudemos perceber que é a música é capaz de provocar ações e reações no ser humano em sua totalidade. Podemos notar que quando a atividade musical é iniciada, os sentimentos dos pacientes afloram mais intensamente.

Pela música podemos evocar os mais variados e opostos sentimentos (RUUD, 1991).

Em 1941, a filósofa Langer, citada por Gardner (1999), disse que a música apresenta as formas dos sentimentos que permeiam a vida interior do homem (tensões, ambigüidades, contrastes e conflitos), os quais não podem ser descritos por palavras ou fórmulas lógicas, cabendo aí o mistério da música.

Segundo Ortiz JM (1998), a ansiedade interfere na clareza do pensamento e na capacidade de concentração, e sendo assim, a música é uma estratégia terapêutica que pode ser utilizada com muita eficácia. Nestes casos um fator importante é a utilização de um repertório adequado.

A música provoca o fenômeno de indução, técnica que se pode utilizar para programar a própria vida, controlar ambientes, ou regular ações, pensamentos e emoções. A música pode ajudar a eliminar a dor, servindo de santuário imaginário, um refúgio seguro contra a dor. Ela ajuda a reduzir o estresse e a tensão e induz ao relaxamento. Ativa a produção de endorfina e ajuda a mente a criar imagens, permitindo ao ser humano escapar temporariamente para um "mundo sem dor", sobre o abrigo da imaginação. A música age como "intérprete", traduzindo sensações de dor em energia ou vibração saudável, sonora. A música ajuda a reforçar o raciocínio, a capacidade de percepção, a desenvolver a imaginação.

Na prática da Enfermagem, a música tem sido apontada como recurso terapêutico complementar no manejo e controle da dor aguda e crônica, pois a música altera o foco de percepção do cérebro fazendo com que ele deixe de prestar atenção na dor, e pode atuar ainda no relaxamento muscular, que induz a liberação de endorfinas, o analgésico natural do nosso organismo, além de proporcionar uma experiência enriquecedora.

Considera-se de extrema importância a validação de terapias alternativas como estratégia de cuidados de Enfermagem, para que possamos ampliar a visão sobre o fator "cuidar", afastando assim a "robotização" na assistência. Este "cuidar mecânico" distancia o paciente do enfermeiro. Em pacientes com distúrbios psíquicos, a música age como uma aliada, e auxilia muito na interação do profissional de saúde junto ao cliente (MATEUS, 1998).

Segundo Marília Schembri, entre os cuidados mais requeridos pelos pacientes para aliviar a ansiedade, estão os cuidados relacionados ao ambiente, ao apoio emocional, ao conforto, e cuidados físicos, apontando a importância de se pesquisarem estratégias que promovam o cuidado sensível. Cada ser humano é único e tem uma experiência física, emocional, mental e cognitiva próprias, individuais. A sua interação com o universo sonoro que o envolve, interna e externamente, amplia as possibilidades de se expressar, promovendo um estado de maior equilíbrio consigo mesmo e, consequentemente, com o próximo.

De acordo com Marília Schembri, a música é uma forma genuína de expressão dos sentimentos e emoções e se traduz através das mais diversas manifestações, evidenciando a essência do ser humano e de sua cultura. Atua nos conteúdos inconscientes, trazendo à tona memórias e experiências vivenciadas pelo indivíduo ou pelo coletivo, pois acessa áreas do psiquismo não autorizadas pelo consciente.

A música é uma terapêutica que não apenas contribui na humanização dos cuidados em saúde, mas também constitui uma forma inovadora, simples e criativa para alivio da dor, tratamento de distúrbios psicossomáticos, físicos e espirituais. Para os adeptos da música terapêutica, evidencia-se uma sensação de paz, alegria, tranqüilidade, descontração e bem estar (BACKES et al, 2003).

De acordo com GIANNOTTI e PIZZOLI (2004) ouvir música afeta a liberação de substâncias químicas cerebrais poderosas que podem regular o humor, reduzir a agressividade e a depressão e melhorar o sono. Segundo Alcalde, a música pode ajudar idosos a coordenar seus movimentos, relaxar e despertar sentimentos de alegria e prazer pela vida.

A música pode ser um importante instrumento na promoção de intervenções mais humanizadas em saúde, inclusive no que diz respeito à assistência de enfermagem. A música como terapia complementar, constitui uma forma peculiar de intervenção de enfermagem e favorece a emersão da dimensão espiritual humana negligenciada ou pouco compreendida (DOBRO, 1998).

Deve-se considerar o corpo como uma possibilidade de expressão e de sentir o mundo, utilizando meios que estimulem a corporeidade do ser, ou seja, técnicas criativas, de construção, de arte e sensibilidade (CABRAL, 1999).

A música terapêutica vem a ser uma terapia complementar exercida por profissionais da área da saúde, entre eles o Enfermeiro, que visa promover o bem estar relaxamento, proximidade com a equipe. É descrita também como um instrumento de profilaxia de saúde, agradável, capaz de provocar profundas mudanças nos níveis físico, mental e espiritual. O enfermeiro pode utilizar a música com vários propósitos e em diferentes momentos do tratamento do paciente.

Devemos ressaltar que as atividades musicais devem agradar aos pacientes e não apenas ao enfermeiro. Esse deve adotar posição mais democrática, deixando o paciente escolher as músicas, os ritmos que deseja, e sempre repensar a sua prática e as suas atitudes, avaliando constantemente o que está sendo feito e proposto, pois não adianta utilizar uma alternativa de atuação se essa não fizer sentido aos usuários.

A possibilidade de reviver situações de prazer pelas lembranças despertadas pela música pode ajudar o paciente no autoconhecimento, e contribuir para elevação da auto-estima. Depois de tomar contato mais íntimo com a música, os pacientes passam a ter um instrumento complementar terapêutico para poder viver melhor.

De acordo com Maranto (1990 apud FERREIRA, 1999), a música sem dúvida, é um comunicador emocional e o tipo adequado à pessoa proporciona uma experiência emocional positiva. Experiências emocionais positivas intensificam o funcionamento do sistema imunológico.

O interesse da enfermagem pela música enquanto um recurso para o cuidado tem aumentado, sendo constatado nos diversos estudos que demonstram suas diversas contribuições junto ao cliente como melhora na comunicação e relação enfermeiro- cliente, conforto e redução da dor (BACKES et al, 2003; BERGOLD et al, 2006; GALLICCHIO, 2002; LEÃO; SILVA, 2004).

Cabe ao enfermeiro verificar em que momento ele pode utilizar essa prática e também avaliar os efeitos da música sobre o paciente. Utilizar-se de músicas que o paciente não goste, ou que cause irritação ao mesmo, pode prejudicar o tratamento. Ressaltamos que não existe um tipo padrão de música.

O enfermeiro, profissional que presta cuidados mais próximos ao paciente, deve ser capaz de entender a si mesmo e ao outro, ampliando esse conhecimento na forma de ação e tomando consciência dos valores e princípios que norteiam essa ação.

O profissional deve estar cada vez mais atuante e consciente de seu papel e tem condição de explorar diversas modalidades terapêuticas no desempenho de sua atividade profissional, colocando em prática alternativas de atenção ao doente, para que mantenham o exercício de sua autonomia e expressão. Estas alternativas fazem com que o tratamento oferecido ao paciente seja menos sacrificante e mais prazeroso.

Perceber o ser humano como alguém que não se resume meramente a um ser com necessidades biológicas, mas como um agente biopsicossocial e espiritual, com direitos a serem respeitados, devendo ser garantida sua dignidade ética, é fundamental para começarmos a caminhar em direção à humanização dos cuidados de saúde.

Para Jourdain (1998) a música, por ter surgido como um fortalecimento dos laços sociais, e resolução de conflitos deve sua existência às emoções, pois é através do exercitar das emoções que se estabelece relação com outros seres humanos, sendo assim: “de alguma forma, a música corporifica emoção”. De acordo com o autor as emoções são negativas ou positivas, sendo negativas quando a experiência não corresponde à previsão e positivas quando a experiência supera a previsão.

Jaret relaciona a música com o sistema imunológico, ao dizer que:

Parte do poder da música resulta da capacidade de reduzir a ansiedade, que pode comprometer as defesas imunológicas, bem como intensificar a sensação de dor. A música, em especial o canto, desvia a atenção da pessoa do sofrimento e alivia a tensão (JARET, 2001, p. 131).

O uso da música é indicado por se caracterizar como um método de distração e estar entre as estratégias mais eficazes além de apresentar um alto nível de aceitabilidade pelos pacientes (CAMPBELL, 2001).

A música como terapia não apenas contribui na humanização dos cuidados em saúde, mas também constitui uma forma inovadora, simples e criativa para alivio da dor, tratamento de distúrbios psicossomáticos, físicos e espirituais.

O presente estudo tem como objetivos descrever a concepção de uma Enfermeira atuante na área de saúde mental sobre a música terapêutica como alternativa de cuidado de enfermagem e analisar, segundo a opinião da mesma, os resultados dessa estratégia terapêutica.

4. METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa qualitativa por ter como característica trabalhar com o universo dos significados, motivos, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, e que tem natureza descritiva, pois irá observar registrar e analisar os fatos sem manipulá-los.

A pesquisa de campo segundo Bastos e Keller:

Visa dirimir duvidas ou obter informações e conhecimentos a respeito de problemas para os quais se procura resposta ou busca de confirmação para hipóteses levantadas e finalmente a descoberta de relações entre fenômenos ou os próprios fatos novos e suas respectivas explicações (BASTOS e KELLER, 1991).

A metodologia escolhida justifica-se pela proposta deste estudo em compreender A Música Terapêutica como alternativa de cuidado de Enfermagem.

Foi realizada pesquisa em campo hospitalar, por meio da observação sistemática e como instrumento de coleta utilizou-se um formulário de entrevista semi-estruturada que fora validado pela Comissão de Validação de Instrumento Científico do Centro Universitário Celso Lisboa (ANEXO A). A entrevista foi gravada na íntegra para transcrição posterior e sua análise.

O sujeito da pesquisa é uma profissional de Enfermagem experiente em trabalhos com música terapêutica com pacientes internados em um Hospital Público especializado em saúde mental, localizado na Zona Norte do município do Rio de Janeiro. Como instrumento de coleta utilizou-se uma entrevista semi-estruturada.

A profissional de enfermagem foi convidada a uma entrevista sobre sua vivência diante trabalhos com música realizados com os pacientes, concordou em participar e assinou um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO B).

A análise foi organizada em três temas: Perfil do Entrevistado, Significados de Música Terapêutica e Intervenção em Música Terapêutica.

5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Perfil do Entrevistado

A entrevistada é do sexo feminino, sua idade é 53 anos, é graduada em Enfermagem e atua como enfermeira no Instituto Municipal de assistência Nise da Silveira, no pavilhão "Casa do Sol", que tem este nome por uma questão de humanização, para remeter o paciente 'a uma idéia de moradia, quando se refere ao termo "casa".

Significado de Música Terapêutica

Quando perguntada sobre três palavras que lhe vinham à cabeça quando pensava em Música terapêutica, a entrevistada citou os termos alegria, prazer e tranqüilidade. Segundo Jordain (1998), de alguma forma, a música corporifica emoção.

Intervenção em Música Terapêutica

Neste hospital o tipo de Música Terapêutica aplicada é com músicas tocadas através de um aparelho de som. Os gêneros musicais são escolhidos e executados de acordo com os pedidos dos pacientes.

Os Enfermeiros comparecem nas enfermarias, nas salas de convivência e nos jardins do hospital promovendo os encontros musicais com os pacientes.

Nesta instituição não há um profissional musicoterapeuta, ratificando assim, o termo Música terapêutica adotado nesta pesquisa, tendo em vista que o trabalho é realizado por Enfermeiros, e não por musicoterapeutas.

Quando indagada sobre como é para a entrevistada trabalhar em seu setor durante os encontros musicais, a mesma relata que a música promove uma interação prazerosa entre os pacientes e os profissionais enfermeiros que trazem a música até eles, e também com o restante do grupo de profissionais que compõe o quadro de funcionários do hospital.

Segundo a entrevistada, o momento dos encontros musicais não interfere em sua rotina de trabalho na instituição. De acordo com Valladares:

(...) a arte, enquanto terapia, não é mero entretenimento, mas, uma forma de linguagem que permite comunicação com o próximo. Sendo assim, possibilita ao indivíduo não só a liberdade de expressão, mas também sustenta sua autonomia criativa, ampliando o seu conhecimento sobre o mundo e proporcionando seu desenvolvimento tanto emocional, como social (VALLADARES, 2001).

Sobre o que percebe nas atitudes dos pacientes nos dias em que há Música Terapêutica, a entrevistada relata ser notório que o paciente se tranqüiliza, enfatizando que a música tem o poder de sensibilizar e distrair os pacientes.

Santos relata:

Ser difícil encontrar uma parte do corpo que não esteja sujeita aos efeitos musicais, pois a música influi na pulsação, na respiração, na atividade muscular, nas secreções internas e na circulação acelerando ou diminuindo seu ritmo (SANTOS, 1998).

Segundo Queiroz:

(...) por meio da vibração rítmica das ondas sonoras, a música permite criar um estado receptivo, através do relaxamento da sensorialidade humana, em especial quanto às emoções, possibilitando a assimilação do conteúdo transmitido pela música ou por qualquer outro elemento próximo a ela quando do momento da audição musical (QUEIROZ, 2000).

Quando indagada sobre sua relação com os pacientes durante os encontros musicais, a entrevistada relata que a música é um fator estimulante, e que a sua participação enquanto enfermeira da unidade nestes momentos é conduzir e estimular o paciente a participar das sessões de Música Terapêutica. De acordo com Mateus (1998) "na área da saúde mental, a utilização da música como elemento facilitador na interação do profissional de saúde junto ao cliente em sofrimento psíquico é bastante eficaz".

A entrevistada cita que também há um trabalho diferenciado quando o paciente está recluso, apático, isolando-se e que seu trabalho consiste em convencer o paciente a participar do evento, para que ele possa, assim, passar a interagir com o restante do grupo.

Para Jourdain:

(...) a música, por ter surgido como um fortalecimento dos laços sociais e resolução de conflitos deve sua existência às emoções, pois é através do exercitar das emoções que se estabelece relação com outros seres humanos (JOURDAIN, 1998).

A entrevistada afirma ainda que ao conseguir convencer um paciente que não tenha interesse em participar das sessões musicais, os resultados com este paciente são surpreendentes e positivos.

Quando perguntada se existem mudanças perceptíveis no comportamento do paciente diante da doença, que possam ser atribuídas 'as sessões de Música Terapêutica, a entrevistada relata que a música promove uma sensação de bemestar e afasta o paciente dos sintomas agudos naquele momento em que ele tem contato com a música.

Segundo Campbell:

(...) o uso da música é indicado como uma abordagem não farmacológica efetiva para o controle da dor, por se caracterizar como um método de distração e estar entre as estratégias mais eficazes além de apresentar um alto nível de aceitabilidade pelos pacientes (CAMPBELL, 2001).

Segundo a entrevistada, um paciente que esteja em um momento de surto, dizendo ouvir vozes, entre outros sintomas, ao participar de um evento de música terapêutica, o indivíduo é trazido de volta 'a realidade, a partir do momento que volta sua atenção para a música.

A música é uma terapêutica que não apenas contribui na humanização dos cuidados em saúde, mas também constitui uma forma inovadora, simples e criativa para alivio da dor, tratamento de distúrbios psicossomáticos, físicos e espirituais. Para os adeptos da música terapêutica, evidencia-se uma sensação de paz, alegria, tranqüilidade, descontração e bem estar (BACKES et al, 2003).

Quando perguntado a que ela atribui as mudanças percebidas, a entrevistada afirmou que o contato com a música "traz o paciente para o mundo real, para o concreto".

Segundo a entrevistada, a música estimula a percepção dos pacientes para o som e para o que dizem as letras das músicas. A entrevistada refere ainda que a música consegue "tocar" o sentimento do indivíduo e consegue desta forma resgatar o afeto, que geralmente é um sentimento muito comprometido, em decorrência da patologia e dos longos períodos de internação.

Giannotti e Pizzoli afirma que:

São inúmeros os benefícios que a Música Terapêutica oferece. A música é capaz de chamar a atenção para longe dos pensamentos que produzem a depressão e, uma vez a impressão deixada na consciência, o humor deprimido pode ser substituído (GIANNOTTI e PIZZOLI, 2004).

Com relação a preferência musical dos pacientes, a entrevistada ressalta que no que diz respeito a pacientes jovens e pacientes em tratamento em decorrência de dependência química, geralmente as músicas mais solicitadas são batidas fortes e ritmos como o "funk". Já quando se trata de pacientes idosos, principalmente do sexo feminino, há predominância pelo gênero "samba canção". Segundo Alcalde, "a música pode ajudar idosos a coordenar seus movimentos, relaxar e despertar sentimentos de alegria e prazer pela vida".

Ortiz (1998) afirma que "o uso da música para reduzir a tensão é extremamente eficaz, melhorando a concentração e a retenção do material aprendido. É necessário, entretanto, direcionar um repertório adequado".

A entrevistada relata ainda que entre homens e mulheres na faixa etária de 33 a 45 anos, a aceitação da Música como "terapia" é muito parecida, e que dificilmente há rejeição já que a grande maioria ao ouvir uma música, desenvolve a percepção do ritmo, e muitas vezes manifesta a aceitação batucando, e até mesmo dançando durante os encontros musicais.

Para Borchgrevink (1991) a música (...), deve ser considerada um meio de comunicação e, como na maioria das manifestações artísticas, as emoções, (...), podem ser expressadas, freqüentemente de forma mais direta do que através do código verbal (...).

A entrevistada ressalta que nas pacientes do sexo feminino, a música costuma causar maiores demonstrações emocionais e manifestações de fragilidade ao ouvirem gêneros musicais românticos. Pela música "podemos evocar ou realçar as imagens, rir ou chorar, dispersar ou concentrar, ficar tenso ou relaxar" (RUUD, 1991).

Segundo a entrevistada, em alguns casos, para pacientes no auge de um surto psicótico, a música pode ser perturbadora e, já que o paciente não está bem, nem mesmo a música irá lhe fazer bem. A filósofa Langer propôs que:

(...) a música apresenta as formas dos sentimentos que permeiam a vida interior do homem (tensões, ambigüidades , contrastes e conflitos), os quais não podem ser descritos por palavras ou fórmulas lógicas, cabendo aí o mistério da música (LANGER apud GARDNER, 1999).

De acordo com a entrevistada, nestes casos de surto o Enfermeiro tem que ter atenção para perceber quando o paciente não está receptivo e não está apto para participar da terapia musical.

O interesse da enfermagem pela música enquanto um recurso para o cuidado tem aumentado, sendo constatado nos diversos estudos que demonstram suas diversas contribuições junto ao cliente como melhora na comunicação e relação enfermeiro-cliente, conforto e redução da dor (BACKES et al, 2003; BERGOLD et al, 2006; GALLICCHIO, 2002; LEÃO; SILVA, 2004).

Segundo a entrevistada, o Enfermeiro deve estar atento e analisar a possibilidade deste paciente canalizar uma possível agressividade para uma atividade musical. Alguns estudos indicam que ouvir música afeta a liberação de substâncias químicas cerebrais poderosas que podem regular o humor, reduzir a agressividade e a depressão e melhorar o sono (GIANNOTTI , PIZZOLI, 2004).

De acordo com Maranto (1990 apud FERREIRA, 1999) "a música sem dúvida, é um comunicador emocional, e o tipo adequado à pessoa proporciona uma experiência emocional positiva. Experiências emocionais positivas intensificam o funcionamento do sistema imunológico".

Segundo Langer:

O real poder da música reside no fato de que ela pode ser ‘fiel’ à vida dos sentimentos de uma forma que a linguagem não pode; pois suas formas significantes possuem aquela ambivalência de conteúdo que as palavras não podem ter (...) A música é reveladora onde as palavras são obscurecedoras, porque ela pode ter não apenas um conteúdo, mas um jogo transitório de conteúdos. Ela pode articular sentimentos sem tornar-se comprometida com eles (LANGER apud GARDNER, 1999).

6. CONCLUSÃO

Este artigo objetivou descrever a concepção de uma Enfermeira sobre música terapêutica e analisar, segundo a opinião da mesma, os resultados dessa estratégia terapêutica.

Concluiu-se que a profissional entrevistada concorda com a utilização da música como cuidado e que o papel do enfermeiro é o de agente terapêutico, tendo como base dessa terapia o relacionamento com o paciente e a compreensão do seu comportamento.

Notou-se que de acordo com a opinião da mesma, a música age como instrumento facilitador do vínculo e do diálogo entre os pacientes que aderem aos encontros. Ressaltamos que o objetivo não é aplicar ou avaliar a musicoterapia em si, que é uma ciência que estuda os efeitos terapêuticos da música em seres humanos.

Observa-se que o enfermeiro está cada vez mais atuante, e consciente de seu novo papel e tem meios de explorar diversas modalidades terapêuticas no desempenho de sua atividade profissional, colocando em prática a música como alternativa de atenção e cuidado ao doente. A criatividade é inerente ao ser humano, bastando descobri-la e implementá-la dentro dos hospitais, unidades básicas de saúde.

No decorrer da pesquisa, percebeu-se que nesta instituição não há um planejamento sobre a atividade musical a ser realizada e que tal atividade poderia ser mais bem estruturada, levando-se em consideração principalmente o ambiente e os recursos a serem utilizados. Os serviços de saúde mental são capazes de proporcionar atividades de lazer aos usuários para que compartilhem de novos espaços sociais, onde possam fluir relações afetivas e para que aprendam interagir em grupo.

Concluímos que dentre tantos resultados dessa estratégia terapêutica, é notório que a música pode reconstruir identidades, integrar pessoas, reduzir a ansiedade e proporcionar a construção de auto-estima positiva. A música terapêutica é capaz de trazer muitos benefícios ao paciente, como redução da ansiedade e da irritabilidade, aumento da memória, reintegração social, dentre outras. A música auxilia na adesão do paciente ao tratamento, e facilita o diálogo grupal. É perceptível que a música promove uma sensação de bem-estar, e ajuda-o no autoconhecimento, contribuindo para elevação da auto-estima.

A profissional ao utilizar a música para os propósitos que estabelece, procura escolhê- las de acordo com o gosto de seus pacientes, pois sua utilização pode ser de maneira livre, sem vínculo com áreas específicas, e voltada exclusivamente à sua audição, já que músicas escolhidas para diferentes finalidades específicas dizem respeito a áreas e profissionais específicos,como por exemplo, a musicoterapia.

De acordo com a opinião da entrevistada, os pacientes devem ser estimulados a participar e ser respeitados quanto ao seu desejo, pois se entende que a Música Terapêutica é uma atividade complementar, desenvolvida por enfermeiros e por outros profissionais da equipe de saúde, pois, como referido anteriormente, é uma atividade que pode exigir formação ou treinamento específicos, mas, de um modo geral, não necessita de uma longa formação, como um curso de graduação, já que é utilizada de maneira mais livre, preenchendo lacunas deixadas pelas modalidades terapêuticas tradicionais.

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8. ANEXO A

INSTRUMENTO DE PESQUISA

Idade:

Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 3. Formação:

( ) Ensino Fundamental  (antigo 1º grau) ( ) Ensino Médio (antigo 2º grau)

(   ) Ensino Superior    ( ) Pós- Graduado Onde você trabalha?

(  )Hospital público            Qual? (  )Clínica particular                              Qual?

( )Hospital privado(grande porte) Qual?

Cite três palavras que lhe vem à cabeça quando você pensa em Música terapêutica: Conte-me como é para o(a) Sr(a) trabalhar no setor durante as visitas musicais

Conte-me o que o(a) Sr(a) percebe nas atitudes do paciente nos dias das visitas musicais (antes, durante e depois dos mesmos):

Como o Sr (a) lida com o paciente durante as visitas musicais?

Existem mudanças perceptíveis no comportamento do paciente diante da doença, que o(a) Senhor(a) atribui às visitas musicais?Quais?

Em caso afirmativo, a que o(a) Senhor(a) atribui essas mudanças?

9. ANEXO B

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário, em uma pesquisa. Após ser esclarecido (a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine no final deste documento, que está em duas vias. Uma dela é sua e outra é do pesquisador.

Título do projeto:A MÚSICA TERAPÊUTICA COMO ALTERNATIVA DE CUIDADO DE ENFERMAGEM

Pesquisador responsável: PATRICIA GOMES PADILHA,

Telefone para contato: (21) 987972464 Orientador: Profª. Ms. Renata Veloso Vasconcelos. Telefone: (21) 3289-4739

O Objetivo desta pesquisa é descrever a concepção dos Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem sobre as visitas musicais, e analisar, segundo a opinião dos mesmos, os resultados dessas visitas como estratégia terapêutica. A sua participação na pesquisa consiste em responder um questionário e uma entrevista que serão realizados pelo próprio pesquisador, sem qualquer prejuízo ou constrangimento para o pesquisado. As informações obtidas através da coleta de dados serão utilizadas para alcançar o objetivo acima proposto, e para a composição do relatório de pesquisa, resguardando sempre sua identidade. Caso não queira mais fazer parte da pesquisa, favor entrar em contato pelos telefones acima citados. Este termo de consentimento livre e esclarecido é feito em duas vias, sendo que uma delas ficará em poder do pesquisador e outra com o sujeito participante da pesquisa.

CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu,                                                                                                                   

COREN/ MATRÍCULA                             , abaixo assinado, concordo em participar do estudo como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido pelo(a) pesquisador(a)

                                                                                                              sobre a pesquisa e, os procedimentos nela envolvidos, bem como os benefícios decorrentes da minha participação. Foi me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento.

Local:                                                                                           

         /             /                . Assinatura do participante.


Publicado por: Patricia Gomes Padilha

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