O conhecer, fazer, viver juntos e ser na educação inclusiva

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1. Resumo

O entendimento da educação na inclusão sob os quatro pilares da educação: aprender a conhecer, fazer, viver juntos e ser.

Entender que a educação é direito, e como direito é comum a todos.

Compreender que a educação é um processo de legitimação de uma cultura, composta de elementos de ação para a transformação intervenientes no processo de ensino e aprendizagem.

Educação com processo contínuo de desenvolvimento humano na criação de relações, vivências, experiências, direito, existência e biografia do indivíduo dando resignificado à vida da pessoa com deficiência.

Perceber através de si mesmo, o outro semelhante e diferente.

Palavras-chave: Educação; Inclusão; Educação Inclusiva; Diversidade.

2. Introdução

A educação é a ferramenta social pela qual os indivíduos são inseridos, mergulhados, imersos, na sua cultura. É pela educação que os indivíduos se humanizam, pois não se nasce humano, o humano se constrói.

Educação? Para aprender, para ensinar, para aprender e ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação. Somos educados a todo o momento e em qualquer contexto ou circunstância. A compreensão está associado ao conhecer; a reprodução ao saber; a aplicação ao saber fazer e o ser à criatividade.

A educação inclusiva é a educação baseada no respeito e reconhecimento do outro, conceituada nos mesmos pilares educativos, a educação inclusiva é a tomada de consciência do indivíduo como cidadão, como pessoa, do pertencimento, do reconhecimento, do respeito à dignidade humana.

3. Educação Inclusiva

A educação é um direito comum de todos.

A educação é o poder; um poder de transformação social. Por meio da educação nos transformamos em cidadãos, coabitados em um mesmo espaço; espaço este de interação entre família, escola, sociedade, trabalho. Somos o resultado destas relações e interações compostas por uma diversidade de pessoas, com culturas, ideias, valores, língua, religião, raça diferentes, cada qual com necessidades específicas, identidades e características próprias, com um propósito único, o todo. E é através da cidadania, o exercício de ser cidadão, que nossos atos e comportamentos são refletidos na coletividade, com ação direta na sociedade.

Entendendo que o olhar da diversidade humana enxerga diversas dimensões no indivíduo, a personalidade, a dimensão interna, a dimensão externa e a dimensão organizacional, que adentramos à inclusão. Uma sociedade inclusiva acolhe a diferença e a diversidade. A inclusão tem como prerrogativas e pressupostos, o desenvolvimento da autonomia, da independência e do empoderamento.

O desenvolvimento inclusivo é a concepção e implementação de ações e políticas para o desenvolvimento sócio econômico e humano, que procuram a liberdade, a igualdade de oportunidades e direitos para todas as pessoas independente do status social, gênero, idade, condição física ou mental, etnia, religião, opção sexual, etc., em equilíbrio com o meio ambiente. Uma sociedade inclusiva busca a equidade, produtividade, sustentabilidade, segurança e cooperação dos seus membros.

A inclusão é além de um ato de amor, é um direito; a atenção não deve focalizar nas deficiências, mas sim um olhar na pessoa como um todo; é necessário perceber que antes de serem deficientes, são pessoas com necessidades, interesses e aptidões individuais como qualquer um em busca do desenvolvimento do cidadão, o que implica em um redirecionamento dos serviços educacionais.

“As pessoas vão além de suas deficiências” (Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver sem Limite). Ao lançar o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver sem Limite, por meio do Decreto 7.612, de 17 de novembro de 2011, o Governo Federal ratifica o compromisso na implementação dos apoios necessários ao pleno e efetivo exercício da capacidade legal por todas as pessoas com deficiência, na equiparação de oportunidades para que a deficiência não seja utilizada como impedimento à realização de sonhos, desejos e projetos, valorizando o protagonismo e as escolhas das pessoas com e sem deficiência.

De direito de acesso à todos, sem discriminação e em igualdade de oportunidades, o intuito da educação inclusiva é o de educar a todos os estudantes dentro de um sistema educativo único e a escola tem papel fundamental na socialização e na construção do ser cidadão, no ensino de competências e habilidades essenciais para o funcionamento do aluno em todas as instâncias da vida em comunidade abordando aspectos emocionais, sociais, cognitivos e intelectuais.

Segundo o relatório “Educação: um tesouro a descobrir”, da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, feito para a UNESCO, o aprendizado, conforme o documento, deve seguir por toda a vida e se orientar por quatro pilares da educação, que são: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser. Estes são itens fundamentais para a transmissão da informação e da comunicação adaptada à sociedade. As aprendizagens, serão de algum modo para cada indivíduo, no entanto os conhecimentos serão embasados em aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser integradas a saber em um.

4. Aprender a conhecer

É aprender a compreender o mundo que o rodeia, é o prazer de compreender, de conhecer, de descobrir. O aumento dos saberes, que permite compreender melhor o ambiente sob os seus diversos aspectos, favorece o despertar da curiosidade intelectual, estimula o sentido crítico e permite compreender o real, mediante a aquisição de autonomia na capacidade de discernir. Aprender para conhecer supõe, antes tudo, aprender a aprender, exercitando a atenção, a memória e o pensamento.

5. Aprender a fazer

É ir além do conhecimento teórico e entrar no setor prático. Aprender a fazer é saber lidar com diversas informações e situações e de encontrar respostas alternativas diante de uma mesma situação.

6. Aprender a viver juntos, aprender a viver com os outros

A educação tem por missão, por um lado, transmitir conhecimentos sobre a diversidade da espécie humana e, por outro, levar as pessoas a tomar consciência das semelhanças e da interdependência entre todos os seres humanos do planeta.

A educação deve utilizar a descoberta progressiva do outro e de si mesmo e a participação em projetos comuns que valorizam aquilo que é comum, ou seja, as diferenças. É preciso então, aprender a compreender o próximo, é de que o outro é diferente e saber encarar essas diversidades.

7. Aprender a ser

A educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa — espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade. Elaborar pensamentos autônomos e críticos e formular os seus próprios juízos de valor, de modo a poder decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias da vida. Incitar a criatividade e elevar o crescimento de conhecimentos, além de ter em mente um sentido ético e estético perante a sociedade. Isto é aprender a ser.

A diversidade de personalidades é o que gera a inovação dentro da sociedade e a prática pedagógica deve prever a formação contínua, levando em conta os quatro pilares; Cabe ao professor criar a alegria do pensar. Provocar a curiosidade, desenvolver habilidades, construir valores e atitudes através de uma aprendizagem significativa de importância construtiva e social, não somente um acumulado de informações, mas sim de conhecimento.

A inclusão requer adaptações concretas no ambiente, a construção de vínculos, a produção e evolução cognitiva e um conteúdo adaptado para um pleno desenvolvimento emocional, psicológico e social;

A escola é uma unidade de ação funcional de intencionalidade e potencialidade, é local de aprendizagem, de desenvolvimento e interações organizada para atender as necessidades sociais que visam melhorar as práticas cotidianas em processos de construção de conhecimento com meios de favorecer a aquisição de saberes para o desenvolvimento pleno do ser.

Se faz necessário inovar nas práticas educativas, buscar recursos alternativos de apoio, aprendizagem e aprimoramento de tecnologias, criar instrumentos e recursos para o desenvolvimento de habilidades e competências, diferentes dinâmicas e estratégias, novas situações de aprendizagem, suplementação curricular, ou seja, um novo fazer pedagógico que não contempla somente as pessoas com deficiências, mas a todos os estudantes.

A escola é o meio de comunicação através da educação que aproxima pais, alunos, educadores e sociedade, tornando este relacionamento seguro e eficaz.

É dentro desta perspectiva, no contexto atual da globalização, no relacionamento e inter-relacionamento da sociedade e dos processos globais educativos, de atualização permanente, que se faz a inclusão. Inclusão do indivíduo através da valorização, do respeito, na igualdade de oportunidades que pode-se aprender a conhecer, fazer, conviver e ser o todo, uma sociedade.

8. Conclusão

É função da escola propor uma educação de equiparação de oportunidades, na construção de valores de formação do cidadão, visando compreender, interpretar e transformar a realidade na construção de uma sociedade igualitária através de uma visão crítica e reflexiva. A escola não deve reproduzir valores sociais desiguais, deve observar, ouvir, perceber e identificar valores e cultura sociais a fim de cuidar, socializar, transmitir conhecimentos, estabelecer relações para formar um cidadão pleno.

A inclusão trata de aprender a viver com o outro, respeitando e reconhecendo o outro. Incluir é dar lugar à diversidade, considerar a diferença, a singularidade, é abandonar estereótipos, é ter igualdade de direitos, é aprender.

9. Referências

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Promulgada em 05 de outubro de 1988.

BRASIL, Lei de Diretrizes e B. Lei nº 9,9394/96, de 20 de dezembro de 1996.

DEFICIÊNCIA, Viver sem Limite – Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com / Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) / Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNPD) • VIVER SEM LIMITE – Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência: SDH-PR/SNPD, 2013.

EDUCAÇÃO UM TESOURO A DESCOBRIR. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI CORTEZ UNESCO MEC Ministério da Educação e do Desporto Título original: LEARNING: THE TREASURE WITHIN Report to Unesco of the International Commission on Education for the Twenty-first Century

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948.

VIGOTSKI, L. S. Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar. In: VIGOTSKI, L. S; LURIA, A. R.; LEONTIEV, A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. 10a edição. São Paulo: Editora Ícone, 2010, p. 103-118.


Publicado por: Valéria Aparecida Pereira Candido

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