EDUCAÇÃO 5.0: TECNOLOGIA UMA EDUCAÇÃO PARA O FUTURO

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1. RESUMO

Este artigo tem como escopo principal compreender o uso das ferramentas tecnológicas no cenário educacional sob a ótica de uma nova metodologia de ensino, que envolve a interação das tecnologias digitais da informação e comunicação (TDICs) dos estudantes com os conteúdos, através de uma nova abordagem que envolve a educação 5.0, onde o estudante é o centro do processo de aprendizagem e a tecnologia é o meio para alcançar a transformação digital. Dessa forma, será apresentado uma reflexão sobre como a educação 5.0 pode preparar o estudante para o mercado de trabalho e ao mesmo tempo contribuir para o bem-estar em relação a sociedade. No mundo contemporâneo a internet dita regras sobre conceito de educação e aprendizagem, inaugurando uma verdadeira revolução na aldeia global, ampliando as possibilidades de comunicação e de aprendizagem. A escolha do tema foi significativa, porque ainda não se encontra superada a necessidade de estudar a importância do uso das TDICs e sua influência no processo ensino e aprendizagem que envolvem a educação 5.0. Para buscar a compreensão necessária ao tema foi utilizada a pesquisa bibliográfica em artigos em português, nas bases de dados do Google Acadêmico, SciELO e CAPES. Verifica-se que o acesso às novas tecnologias na educação 5.0 é um meio de ofertar ao estudante uma melhor qualidade de ensino e de vida, tornando a rotina educacional mais interessante que vai muito além do ensino tradicional, pois a tecnologia faz porte do processo de desenvolvimento do século XXI.

PALAVRAS-CHAVE: Transformação Digital. Sociedade 5.0. Educação. Evolução.

2. INTRODUÇÃO

O ambiente educacional é o principal difusor da função de ensinar o educando em uma sociedade que evolui rapidamente, pois vive-se em um mundo globalizado, sendo impossível desconsiderar a importância das TDICs, uma vez que os recursos tecnológicos promovem novos comportamentos e o ambiente escolar é o principal difusor da função de ensinar o educando durante o processo de aprendizagem.

O processo de aprendizagem encontra-se em transformação devido ao conjunto: nova geração ou geração Z, acesso rápido e de grande volume a informação e a pluralidade acentuada dos indivíduos envolvidos. Essa transformação causa anseios e insegurança aos docentes, pois tem impacto direto no processo de ensino o que requer entendimento, preparação e formação para o novo cenário. Com isso, se faz necessária uma mudança que seja significativa dentro do ambiente educacional, rompendo com o modelo tradicional e resinificando os papeis dos sujeitos da ação de ensino e aprendizagem.

A questão problemática aqui analisada é a Educação 5.0 e a importância das TDICs em sala de aula para a geração Z. Estes recursos trazem muitas vantagens no ensino e aprendizagem, só que para utilização é necessário que o docente se aproprie desta nova metodologia tecnológica, aprendendo a utilizar os recursos e explorar ao máximo as suas potencialidades, unindo conteúdo e tecnologia de forma racional, possibilitando ao estudante construir os saberes necessários para resolver todas as situações que aparecerem durante todo o seu processo educacional.

A mudança é bem vista e todos precisam estar abertos para o novo. primeiramente, derrubando as barreiras e o preconceito quanto ao uso das TDICs e compreendendo que a utilização adequada e planejada dessas tecnologias poderá proporcionar ao educando uma forma diversificada e agradável de aprendizagem. As ferramentas digitais são revolucionárias e todos os dias informações novas são inseridas através dos recursos de mídia que atingem uma grande quantidade de indivíduos da vida moderna. Uma área com potencial para usar este recurso é a educação, pois o uso da tecnologia tem se tornado irreversível dentro do ambiente escolar.

A pesquisa tem por objetivo principal refletir sobre a Educação 1.0 até a 4.0 fazendo um retrospecto pelos caminhos percorridos pela educação até chegar ao atual momento, a Educação 5.0, e de forma mais especifica fazer uma reflexão sobre a evolução tecnologia e o uso das TDICs nos dias atuais e também para as próximas gerações, através da Educação 5.0  para suprir as necessidades educacionais.

A escolha do tema é significativa, pois falar sobre desafios docente na era digital e o uso das tecnologias como ferramenta no processo de ensino e aprendizagem é entrar em um campo abstruso. Nota-se a dificuldade de se chegar a uma conceituação adequada e desta forma fazem-se necessários estudos relacionadas ao tema e dentro da linha cronológica da educação 1.0 até a nova configuração 5.0.

A metodologia usada no desenvolvimento deste trabalho teve como base a pesquisa bibliografia. Desta forma foi possível salientar os aspectos relevantes na evolução das configurações educacionais e dos desafios docentes diante das ferramentas digitais, clareando os pontos importantes e permitindo uma análise importante da evolução do ensino na era tecnológica ao longo de décadas de estudos.

O presente trabalho inicialmente apresenta a introdução com as considerações iniciais a respeito do tema, trazendo informações relevantes sobre a importância da educação 5.0, o segundo capítulo denominado Educação e as Transformações, aborda a evolução história e as mudanças que a educação sofreu ao longo dos anos, influenciada pela tecnologia iniciando pela Educação 1.0 até chegar na 5.0. o terceiro capítulo irá dissertar sobre A Educação 5.0 e a Revolução Digital, este capítulo irá apresentar como a tecnologia pode impactar na vida dos indivíduos e na forma de aprender, fazendo uma transição entre a informação e a aprendizagem, em seguida a conclusão. Espera-se que ao final deste trabalho seja possível fomentar a discussão acerca dos múltiplos papeis das ferramentas digitais na construção do conhecimento.

3. A EDUCAÇÃO E AS TRANSFORMAÇÕES

A educação sofreu várias transformações e hoje para compreender essas mudanças se faz necessário observar a história, onde no início a capacidade de viver e atuar estavam estagnados em um único cenário, o do trabalho que era produzido e passava de geração para geração sem nenhuma perspectiva para melhorar e assim é a educação 1.0. onde o professor é o detentor do saber, o ensino era limitado somente a escrita e leitura para que se pudessem estudar os salmos e um pouco de aritmética e esse era o discurso governamental da época: criar indivíduo incapaz de refletir e pensar e desta forma não seria possível se posicionar diante do mundo.

De acordo com Santos, Oliveira e Carvalho (2019, p.2), “a educação era voltada para o método tradicional, reproduzida de forma padronizada, sendo limitada para dentro da sala de aula, onde a ciência só era possível ser transmitida através do professor”. A educação 1.0 foi à etapa dentro da educação mais longa, educação e trabalho se correspondiam.

A escola era responsável por produzir cidadãos para contribuir com o mundo ao seu redor, para trabalhar em pequenos grupos, executando as mais diversificadas tarefas, com ângulo de conexão reduzido. É importante ressaltar que a Educação 1.0, ficou conhecida pela primeira geração da web, que tecnologicamente veio para funcionar com o processo similar, ou seja, amplamente unidirecional, como a web 1.0.

A web 1.0, Word Wide Web[2] denominada assim por ser o estágio inicial da evolução moderna e conceitual da Word Wide Web, centrada em torno de uma abordagem somente com informações transmitidas completamente fechada, as informações eram estáticas, apenas para leitura, sem habilidade de produção própria de conteúdo (DUTRA; MOREIRA; GODOI, 2019). Assim surge a necessidade de se criar um novo modelo e com ele surge a Educação 2.0 para acompanhar as transformações.

Com a sociedade em processo de mudança em virtude principal da era industrial, a escola inicia o seu momento de mudança para se adaptar ao novo momento e suas necessidades. Cabe a escola nesse cenário formar em massa para atender as demandas do mercado que precisavam de forma tempestiva de pessoas para trabalhar nos processos fabris de larga escala. Para atender a esse mercado e a esse tempo o modelo de aula adotado foi salas de aula numerosas, com alto rigor de obediência e disciplina, o uso do livro e materiais básicos como lápis, cadernos e a centralização do conhecimento apenas no professor (DUTRA; MOREIRA; GODOI, 2019).

A Educação 2.0 formava assim um novo tipo de cidadão, com pensamentos voltados somente para a sociedade em que vivia, sem pensar e questionar o mundo a sua volta. De acordo com Keats e Schimidt (2007, p.42), “a Educação 2.0 é a utilização das tecnologias da Web 2.0 para melhorar a lógica da versão anterior de educação”.

Com a web 2.0, a possibilidade de criar páginas dinâmicas na web, conteúdos gerados por usuários, os blogs, ferramentas sociais, algumas plataformas e sistemas de gerenciamento. Na educação o professor passa a desempenhar função de guia, onde quem direcionava o processo de ensino e aprendizagem era o próprio estudante. O’Reilly[3] tenta conceituar o que seria Web 2.0:

Web 2.0 é a rede como plataforma, abarcando todos os dispositivos conectados. As aplicações Web 2.0 são aquelas que produzem a maioria das vantagens intrínsecas de tal plataforma: distribuem o software como um serviço de atualização contínuo que se torna melhor quanto mais pessoas o utilizam, consomem e transformam os dados de múltiplas fontes - inclusive de usuários individuais - enquanto fornecem seus próprios dados e serviços, de maneira a permitir modificações por outros usuários, criando efeitos de rede através de uma ‘arquitetura participativa’ e superando a metáfora de página da Web 1.0 para proporcionar ricas experiências aos usuários. (O’REILLY, 2005, p.38).

Na web 2.0 o foco está mais centrado no usuário, o próprio aluno decide quais modos de aprendizagem irá usar e os assuntos de seu interesse, mas impactou nas relações humanas que foram profundamente afetada e se transformaram, o professor deixou de ser o único detentor do saber, os estudantes são incluídos através de recursos tecnológicos (GALERANI, 2018), com a web atingindo altos patamares fortalecida pela tecnologia digital, a educação entra na web 3.0, a internet passa a pertencer aos usuários, neste modelo o protagonismo do estudante começa a se destacar.

Na educação 3.0 os estudantes trabalham em equipes, usam ferramentas digitais dentro da sala de aula, apresentam ideias inovadoras. É uma nova concepção do que ensinar e como ensinar, momento de se obter resultados, de formar estudantes aptos a trabalhar em novo paradigma. Nesta educação o professor precisa usar novas tecnologias com potenciais metodológicos e didáticos sendo mediador e os estudantes são participativos e pesquisadores para obter bons resultados (RODRIGUES, 2020).

Com a educação 3.0 é necessário que o professor desenvolva habilidades novas no estudante, como ser capaz de contribuir positivamente para questões importantes relacionadas à política, educação e sociedade. Essa nova fase da educação vem para aliar tecnologia com aprendizagem, estimulando cada vez mais os estudantes a serem participativos em todo momento que se fizer necessário. Galán (2016, p.72), já citava que “precisamos de uma educação que seja ao mesmo tempo: crítica, e como tal, voltada para a transformação social”, com as mudanças vivenciadas na sociedade, com inovações constantes a educação 4.0 se torna realidade, influenciada pela Indústria 4.0.

A Indústria 4.0 revolucionou ainda mais o modo e o pensar dos indivíduos fazendo a integração de diferentes tecnologias, a educação também precisou evoluir novamente. A questão é que a evolução está tão rápida que as metodologias educacionais e os docentes não estão conseguindo acompanhar, muitas escolas ainda continuam com a educação 2.0 com indícios da 3.0 em seu planejamento, Noguês (2021, p. 1266) ressaltou que “a educação 4.0 tem relação direta com a quarta revolução industrial, onde a Inteligência Artificial, os robôs, a linguagem computacional, a Internet das coisas, entre outros, se somam a nossa sociedade e consequentemente, a nossa educação”.

A configuração 4.0 veio para impactar mudanças, preparar o cidadão para que eles consigam desenvolver o seu projeto pessoal e profissional colaborando com a sociedade em que vive e em um mundo em constante mudança, acelerado e imersos em tantas novas ferramentas digitais, com capacidade muito maior de suportar mais interações entre os usuários e com aplicação de agregar quantidades de conteúdo.

A Educação 4.0 foi revolucionária, e veio para modificar o processo de ensino e aprendizagem, reformulando o modo de pensar. Para que ela aconteça de fato é necessária uma conexão de diversificados itens tecnológico, inclusive a internet, para serem utilizados no dia-a-dia em sala de aula.

A educação 4.0 vem para transformar o modo como os indivíduos adquirem conhecimentos e essa mudança possui como base o conceito learning by doing, que significa: aprender fazendo. Kenski (2010), afirma que:

[...] o uso das tecnologias contribui para romper com a verticalização da relação professor-aluno e com a linearidade de acesso à informação, tendo em vista que para aprender é fundamental a interação com o conhecimento e com outras pessoas, pois para transformar determinado grupo de informações em conhecimentos é necessário que eles sejam trabalhados, discutidos e comunicados. (KENSKI, 2010, p.82).

A intenção da educação 4.0 foi aproximar a educação das evoluções tecnológicas que acompanham a sociedade, criando uma comunicação direta com as novas gerações que não conseguem viver mais sem a tecnologia, assim para completar ainda mais a educação 4.0 e evoluir no conceito tem-se a educação 5.0 para somar com o que é proposto pela educação 4.0.

A educação 5.0 traz uma aprendizagem mais humana e desenvolve habilidades sociais e emocionais buscando promover poucos impactos no meio ambiente, procurando preservar a saúde e segurança com uma promessa de um mundo mais justo, diante deste contexto é importante repetir que:

Portanto, as chamadas Educação 1.0, 2.0, 3.0 e 4.0 estão presentes em diferentes contextos da Educação 5.0, assim o que ainda parece distante “pode ser a tecnologia que faltava para que o padrão de conhecimento mundano, seja finalmente almejado” (VILELA JUNIOR et al, 2020), com novas metodologias educacionais. Pois,

No cenário atual, digital, hipertecnológico e acelerado, o modelo educacional ideal não deve preparar o estudante apenas para replicarem receitas, mas também para criarem fórmulas que solucionem problemas e otimizem oportunidades, e, nesse contexto, a criatividade passa a ser uma das habilidades mais valiosas (GABRIEL, 2014, p. 195).

Desta forma é anunciada a educação 5.0, uma conquista que vem acontecendo a pelo menos 180 mil anos de evolução tecnológica, pinturas nas cavernas, o fogo, a imprensa, as universidades que foram surgindo, telecomunicação, internet, todos aprimorado pela humanidade durante o decorrer da história, uma história voltada para o educar (VILELA JUNIOR et al, 2020).

Durante o isolamento social que foi imposto pela pandemia, o processo educacional teve que ser acelerado e rapidamente surgiu a necessidade a implementação da educação 5.0, com metodologia ativa tendo como alicerce a Base Nacional Comum Curricular (2018), trazendo uma integração entre professor e estudante, uma ampliação na relação entre os dois que passam ambos a serem sujeitos ativos do processo de ensino e aprendizagem. Uma relação relacionada no dever com a aprendizagem, no entendimento das divergentes formas de aprender e no lúdico.

4. A EDUCAÇÃO 5.0 A REVOLUÇÃO DIGITAL

A era de interação na rede está mudando radicalmente a forma de relações das pessoas contemporâneos, causando modificações radical na nossa forma de comunicar, comportar-se, produzir, consumir, pensar e se manifestar. A obscuridades do mundo atual exige dos cidadãos atuais o desenvolvimento de recursos e capacidades cognitivas e socioemocionais de ordem superior, o que implica a transição da informação para a aprendizagem.

Com a transição da informação no contexto educação, os objetivos centrados nas habilidades para o mercado de trabalho deixam de ser essenciais, agora o estudante necessita ter capacidade para compreender o que é relevante, impactante na vida em sociedade, para que o mundo fique melhor, diante disso as competências tanto sociais como emocionais necessitam serem trabalhadas junto com outras competências, através de um aprendizado colaborativo (FONSECA, 2021).

De acordo com Gokhale (1995) o aprendizado colaborativo é um método de aprendizagem em que os estudantes trabalham juntos, em grupos, tendo em comum um objetivo, eles são os responsáveis pelo aprendizado um do outro, assim o sucesso de um irá colaborar com os outros estudantes, para juntos obterem sucesso no processo ensino e aprendizagem, desta forma o conhecimento é um produto social.

O que se observa é que nos últimos anos o alicerce da educação baseado no modelo industrial, se repartiu em diversas partes, deixando em perda o modelo que aborda só um método de educação, no qual os estudantes eram passivos e apenas acolhedores de temáticas e informações, o professor neles depositava uma carga de conhecimento. Tal método apresentava o professor como alguém que pratica um dever facultativo e sem significado sobre um grupo de alunos, os quais estão inteiramente entediados, e cheios de conteúdos com várias referências sem significados na convivência social, aparelhadas que provem da globalização.

Neste contexto, surge a educação 5.0, para fornecer oportunidade para que os estudantes se desenvolvam de maneira integral e humana e centrada na participação efetiva de todos os envolvidos, para que ocorra realmente a construção no processo de aprendizagem de forma flexível, colaborativa e interligada e dando ênfase à cultura do aprender a fazer, pois só a tecnologia não é suficiente para promover melhoras na educação (FONSECA, 2021).

Usar a tecnologia digital a favor do processo ensino e aprendizagem, de forma estratégica, otimizada e colaborativa ao modelo metodológico definido pelo professor, é a mudança mais difícil e de maior impacto, pois os profissionais da educação necessitam utilizar habilidades, que estão sendo modificadas rapidamente, como logica de programação, valorização da criatividade, pensamento analítico, aprendizagem estratégica e ativa, assim se faz necessário em primeiro lugar sanar “as necessidades cognitivas em relação ao acesso à informação e aos recursos tecnológicos proporcionados pelo mundo contemporâneo” (FONSECA, 2021, p. 12) para então promover o conhecimento na era digital.

Como é possível observar, as mudanças na nova educação 5.0 tem como ponto de partida a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que em 2017 atualizou e definiu as aprendizagens essenciais para que os estudantes desenvolvam ao longo da educação básica, áreas de conhecimentos e competências gerais estruturando os conhecimentos técnicos, filosóficos e sociais em torno da nova sociedade 5.0.

Nessa perspectiva a Educação 5.0 prepara os estudantes para a vida pessoal e profissional de forma integral, onde a criatividade e comunicação são fatores primordiais para determinar como os indivíduos participativos vivem em sociedade, onde a comunicação é utilizada para expressar e partilhar as informações e experiências de mundo, trocando ideias e produzindo comoção que levam os indivíduos ao sentimento mútuos, utilizando uma cultura digital que produz informações e conhecimentos, onde os estudantes exercem o protagonismo e autoria (BRASIL, 2017, p. 9).

É importante salientar que a BNCC (2017) prevê 10 competências gerais que vêm para desafiar a escola no cumprimento de seu papel com relação a formação das futuras gerações que são: cultura digital, comunicação, autogestão, argumentação, cooperação, autoconhecimento e autocuidado e para finalizar a empatia. Desta forma é extremamente importante que aos ambientes educacionais preservem seu compromisso e estimulem a reflexão aprofundada contribuindo para o desenvolvimento de atitudes críticas com relação a multiplicidade de ofertas midiáticas e digitais

A Educação 5.0 busca compreender o impacto que a tecnologia pode causar no cérebro humano, modificando a forma como se aprende, desse modo se faz necessário compreender as habilidades socioemocionais dos estudantes, que ocasionem transformações comportamentais nos indivíduos, portanto a Educação 5.0 tem como alicerce uma ferramenta poderosa para potencializar a aprendizagem que é a neurociência (SANTOS; OLIVEIRA; CARVALHO, 2019).

As habilidades e competências estão relacionadas à resolução de problemas complexos, pensamento crítico, criatividade, gestão de pessoas, comunicação, inteligência emocional, julgamento e tomada de decisão rápida, orientação a serviço, negociação e flexibilidade cognitiva (HUSSIN, 2018). Mas, o que se observa ainda é que a educação não consegue evoluir como a tecnologia e com tantas novidades que são incorporadas diariamente. A educação 5.0, precisa de tempo, ainda é necessário superar a Educação 4.0.

Diante do que foi exposto a Educação 5.0 faz jus uma atenção na análise dos progressos fatuais da informação procedente e fundamentada em bits, online, plataformas interativas, redes sociais, e até mesmo WhatsApp na educação que se apresenta como um universo cada vez mais abrangente que aumenta as possibilidades de comunicação e de aprendizagem, gerando a Big Data na educacional, que reprime o aluno em volumosa informações saturantes e desmembradas.

Este cenário da Educação 5.0 exige um novo olhar, postura e medidas que atendam às novas necessidades dos estudantes e da sociedade. Postergar a urgente paupérie de mudança é condenar o exercício educativo ao fracasso. Não apenas a educação deve se adequar a esta nova Educação como também deve prepara-los para ela.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O crescimento tecnológico das últimas quatro décadas transformou o mundo; as pessoas da sociedade digital pensam e interagem de forma bastante diferente de como costumavam proceder. A forma tradicional como ainda se desenvolvem as ações de ensino e aprendizagem, com professores desempenhando papel de oráculo e estudantes com participação passiva e sem autonomia, efetivamente, não auxiliará a formar cidadãos capazes de argumentar os desafios da contemporânea sociedade.

É importante salientar que os recursos tecnológicos ainda pouco compreendidos como ferramentas educacionais e, portanto, pouco ou mal explorados acabam gerando mais distanciamentos entre as necessidades do aprendiz e a sociedade tecnológica em que se encontra inserido, ou seja, a educação 5.0.

Hoje, a sociedade pós-moderna não necessita mais de indivíduos que sejam tão somente meros receptores passivos de conhecimentos, pois a tecnologia e a Internet possibilitaram que conhecimentos e informações estejam ao alcance dos indivíduos em qualquer tempo e espaço, portanto a educação 5.0 chega com novas tecnologias para proporcionar um ensino mais humanos, social e emocional para melhorar a vida em sociedade.

Assim, o que se faz necessário é que os processos de ensino-aprendizagem sirvam para capacitar os estudantes a lidar com essas informações em prol de sua própria atuação pessoal e profissional. Mais abrangente do que aquilo que o estudante aprende é o que ele fará com o que aprendeu.

É importante também ressaltar que as pessoas são singulares e que isso não pode ser desprezado no momento da aprendizagem seja ela 1.0 ou 5.0. As tecnologias permitem realizar um mapeamento prévio da personalidade de cada estudante, por meio de testes disponíveis nas redes, de forma que as atividades educacionais possam acontecer de forma distinta levando em consideração esse perfil do aluno.

O cenário educacional vem se apresentando como grande desafio para o professor acostumado ao modelo clássico de ensino, o modelo unilateral. São dois mundos distintos no que se refere ao modelo comunicacional principal em cada um. Enquanto a sala de aula tradicional estiver vinculada ao modelo unilateral que separa emissão ativa e recepção passiva, a online está inserida na perspectiva da dinâmica comunicacional da cibercultura entendida aqui como colaboração de todos.

É importante citar que costumado ao modelo da transmissão de conhecimentos prontos, o professor se sente pouco à vontade no ambiente digital que libera a participação dos aprendizes como coautores da comunicação e da aprendizagem. Triunfa, ainda hoje, o modelo tradicional de educação baseado na transferência para memorização, ou na estruturação de pacotes fechados de entendimentos ditos conhecimentos.

Com a Educação 5.0 o professor de apresentador que separa palco e plateia, passa a arquiteto de percursos, mobilizador das inteligências múltiplas e coletivas na experiência de Co criador do saber. E o estudante, por sua vez, deixa a condição de espectador, não está mais submetido ao constrangimento da recepção passiva, reduzido a olhar, copiar e prestar contas, assim o estudante passa a criar, modificar e construir e torna-se coautor da aprendizagem.

6. REFERÊNCIAS

BRASIL, Base Nacional Curricular Comum, MEC/SEB, 2017. Disponível em: . Acesso em: 10 de ago. 2022.

____. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

DUTRA, Simone; GODOI, Lucas Flores; MOREIRA, João Padilha. Web 2.0 e Mídias Sociais. 2019. Disponível em . Acesso em: 08 ago. 2022.

FONSECA. Enir da Silva. 2021. O conectivismo, a revolução digital e o ensino a distância-contribuições para o ensino híbrido. 2021. Disponível em: . Acesso em: 10 ago. 2022.

GABRIEL, Martha. Educ@r: a revolução digital na educação. São Paulo: Saraiva, 2014. 241p.

GÁLAN, José Gómez. Educación 3.0 en Iberoamérica: principales objetos de análisis científico y beneficios sociopedagógicos. International Journal of Educational Research and Innovation (IJERI), v. 6, p. 124-145, 2016.

GALERAINI, Thiago da Silva. Reflexões sobre as perspectivas de Benefícios e Riscos Gerados pelos Avanços da Web 2.0 na Dinâmica da Educação Presencial. 2018. Disponível em: . Acesso em: 10 de ago. 2022.

GOKHALE, AMOL A. Collaborative Learning enhances critical thinking. Journal of Technology Education, 7(1):22-30, Fall, 1995.

HUSSIN, Aziz. Education 4.0 Made Simple: Ideas For Teaching. International Conference of Economic and Management Processes, n. 3, p. 92–98, 2018.

KEATS, Derek; SCHMIDT, J. Philipp. The génesis and emergence of education 3.0 in higher education and its potential for Africa. First Monday, v. 12, n. 3, 2007.

KENSKI, Vani M. Educação e tecnologia: O novo ritmo da informação. Campinas, SP: Papirus, 2010.

NOGUÊZ, Sharon Marins Vieira. Metodologias Ativas na Educação 4.0. 2021. Disponível em: . Acesso em: 15 de ago. 2022.

O’REILlY, Tim. What is Web 2.0? Design Patterns and Business Models for the Next Generation of Software.  2005. Disponível em: . Acesso em: 10 de ago. 2022.

RODRIGUES, Sandra Coimbra. A Educação 3.0 e suas contribuições à aprendizagem: uma revisão de estudos científicos. 2020. Disponível em: . Acesso em: 08 de ago. 2022.

SANTOS, Amarildo Enes dos; OLIVEIRA, Carlos Antônio de; CARVALHO, Elma Nunes de. Educação 5.0: uma nova abordagem de ensino-aprendizagem no contexto educacional. 2019. Disponível em: .  Acesso em: 08 de ago. 2022.

VILELA JUNIOR, Guanis de Barros et al. Você está preparado para a Educação 5.0? 2020. Disponível em: . Acesso em: 07 de agosto. 2022.

 


[1] Murilo Ribeiro - Murilo Ribeiro, Especialista em Tecnologias Digitais e Comunicação na Educação

[2] World Wide Web significa em português rede de alcance mundial, também conhecida como Web ou WWW

[3]Tim O'Reilly é o fundador da O'Reilly Media e entusiasta de movimentos de apoio ao software livre e código livre.


Publicado por: Murilo Ribeiro

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