A Ausência dos Familiares no Processo de Construção dos Saberes: Saber Ser e Saber Agir de Seus Filhos Na Educação Profissional
índice
- 1. RESUMO
- 2. INTRODUÇÃO
- 3. JUSTIFICATIVA
- 4. OBJETIVOS
- 4.1 OBJETIVO GERAL
- 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- 5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
- 5.1 APARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
- 5.2 PILARES DA EDUCAÇÃO
- 5.3 RELAÇÃO ENTRE PROFESSOR E ALUNOS
- 6. METODOLOGIA
- 6.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA
- 6.2 DEFINIÇÃO DA AMOSTRA OU POPULAÇÃO-ALVO
- 6.3 PLANO DE COLETA DE DADOS
- 6.4 PLANO DE ANÁLISE DE DADOS
- 7. ANÁLISE E DISCUSSÃO
- 7.1 TRABALHO DOS FAMILIARES FORA DA RESIDÊNCIA
- 7.2 TEMPO APROXIMADO DIÁRIO EM QUE OS PAIS PASSAM COM OS FILHOS
- 7.3 ATIVIDADES REALIZADAS PELA FAMÍLIA NESTE TEMPO DESPENDIDO
- 7.4 CONHECIMENTO DIÁRIO DAS ATIVIDADES REALIZADAS OU A REALIZAR PELO FILHO NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO O QUAL FAZ PARTE E SUA IMPORTÂNCIA
- 7.5 OBSERVAÇÕES NO COMPORTAMENTO E ATITUDES DOS FILHOS
- 7.6 MOTIVAÇÃO QUANTO AO CUMPRIMENTO DAS NORMAS DAS ESCOLAS
- 7.7 PARTICIPAÇÃO ATIVA NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO FREQUENTADAS PELOS FILHOS
- 7.8 DIFICULDADES DE RELACIONAMENTO DA FAMÍLIA COM A ESCOLA
- 7.9 PROPOSTA DE MELHORIA
- 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
- 9. REFERÊNCIAS
- 10. APÊNDICES
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1. RESUMO
Os valores desempenham um papel principal na história da sociedade e indivíduos. A construção de valores nos indivíduos é realizada por meio de um processo lento e gradativo. As famílias transferiram para as escolas técnicas a responsabilidade da formação dos valores ser e agir que são essenciais para a interação com o meio em que vivem e o mercado de trabalho. Este estudo tem como objetivo contribuir com o processo de construção dos saberes ser e agir no ensino profissionalizante e conscientizar a família sobre a importância de ser a grande parceira que é essencial neste processo. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, adequado quando se deseja conhecer a extensão do objeto de estudo. A amostragem retirada foi por conveniência, este tipo de amostra é selecionada, por alguma conveniência do pesquisador. A coleta foi realizada por meio da aplicação de 20 questionários para 20 famílias de 20 alunos dos cursos Técnico em Vestuário e Técnico em Design de Moda da Escola Técnica SENAI Caruaru. A análise dos dados é tratada de forma quantitativa, adequado quando se deseja conhecer a extensão do objeto de estudo e foram apresentados por meio de gráficos para facilitar a interpretação dos dados. A partir da análise realizada identificaram-se alguns resultados: do total da amostra pesquisada, a maior parte dos pais trabalham fora de casa e passam aproximadamente 4 horas com seus filhos. Neste período a maioria dos familiares não aproveita para estar com seus filhos a fim de realizar atividades que possibilitem uma integração e conhecimento mútuo. Os pais precisam de uma maior integração com a escola, pois muitos só comparecem na instituição quando são solicitados pela mesma.
Palavras-chave: relação família-escola, construção de valores, saber ser e agir.
2. INTRODUÇÃO
Historicamente, as Escolas Técnicas eram destinadas a formar profissionais para atuar no mercado de trabalho com habilidades manuais, falando dos pilares da educação, imperava o saber e saber fazer. Hoje o cenário da educação profissionalizante passa por mudanças constantes, a disciplina, o bom comportamento, atitudes, relacionamento interpessoal estão sendo abordados tanto quanto o desenvolvimento da competência do saber e saber fazer. O saber ser e o saber agir está sendo uma responsabilidade transferida dos familiares para as Escolas Técnicas.
A base dos eixos fundamentais que orientam a vida e constituem a chave do comportamento humano, segundo Izquierdo Moreno (2001, p. 5), são os valores. Esses destoam do cenário que configura nossa realidade, necessitando ser resgatados e incentivados em todas as esferas do desenvolvimento e convívio humano.
A família precisa assumir seu papel na educação dos filhos em parceria com as escolas técnicas que seu papel é proporcionar uma profissão e prepará-lo para o mercado de trabalho, que somente a escola não consegue dar conta de fornecer a educação básica e uma formação profissionalizante.
O problema estabelecido pelo presente trabalho consiste no seguinte questionamento:
- Por que os familiares estão ausentes no processo de construção dos saberes ser e agir de seus filhos na educação profissional?
O tipo de investigação escolhida para o desenvolvimento do trabalho é a pesquisa de campo, pois ela é realizada no local, onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo.
3. JUSTIFICATIVA
O ensino profissionalizante brasileiro é reconhecido como uma das pontas fundamentais na educação do país. O objetivo da educação profissionalizante é abrir os olhos dos alunos em uma pespectiva de trabalho e facilitar o acesso ao mercado de trabalho que a cada ano torna-se mais competitivo e quem se destaca é porque possui um diferencial. O conhecimento técnico não está sendo visto como principal diferencial de um profissional e sim a habilidade de se relacionar bem com os outros.
As atitudes e a disciplina dos jovens estudantes estão sendo acompanhadas e ensinadas pela comunidade escolar, além de oferecer a competência do saber e saber fazer, que muitas vezes não possui o apoio da família e sim a indisponibilidade para tratar dos problemas e desconfortos que seus próprios filhos causam, prejudicando o ingresso do jovem no mercado de trabalho e indo de encontro com o objetivo principal da instituição.
A discussão sobre como envolver a família no processo de aprendizagem na escola não é recente, promover a co-responsabilidade exige desafios. Mas a mudança e a perspectiva de integração entre família e escola devem ser incentivados e analisados constantemente.
A pesquisa se faz necessária para contribuir no processo de ensino-aprendizagem do adolescente que procura uma formação técnica, pois somente com a família interagindo com as escolas técnicas é que terá além de uma boa formação, uma preparação para tomar atitudes para enfrentrar as dificuldades que certamente virão no mercado de trabalho.
4. OBJETIVOS
4.1. OBJETIVO GERAL
Contribuir com o processo de construção dos saberes ser e agir no ensino profissionalizante e conscientizar a família sobre a importância de ser a grande parceira que é essencial neste processo.
4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Identificar as possíveis causas da ausência dos responsáveis diretos no acompanhamento da aprendizagem e atitudes dos filhos;
- Investigar estratégias para aproximar a família da escola técnica;
- Colaborar na conscientização da participação da família no processo da construção dos saberes em parceria com a escola;
5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
5.1. APARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
A parceria entre familiares e as instituições de ensino seja a educação formal ou a técnica, é concretizada quando ambos estão unidos em um único objetivo, formar cidadãos conscientes da sociedade em que habitam, com valores éticos e morais e com uma perspectiva de um futuro promissor. A família pode participar de várias maneiras na vida educacional do estudante, segundo Freitas, Maimoni & Siqueira, (1994) e de Maimoni & Miranda, (1999), elas podem: acompanhar tarefas e trabalhos escolares, verificar se o filho fez as atividades solicitadas pelo docente, estabelecer horário de estudo, informar- se sobre matérias e provas, entre outras.
Há vários modelos de famílias, não existe somente um tipo de família na sociedade brasileira, mas existem singularidades entre elas. É possível afirmar que cada família possui sua identidade e estão em constante evolução, constituídas com o intuito básico de prover a subsistência de seus integrantes.
Por meio do desenvolvimento tecnológico, não somente máquinas foram modificadas, a sociedade também passa por transformações no estilo de vida e as relações que estabelecemos com nossos semelhantes. O mundo virtual que é a nova maneira de interação e relacionamento entre as pessoas, em que em questão de segundos há o processo de comunicação com outros indivíduos que estão a milhares de quilômetros de distância, ocupando o tempo que antes poderia ser utilizado com uma conversa ou atividades que poderiam interagir e unir os membros da família.
Segundo Ackerman (1986, p. 17), o momento histórico em que nos encontramos,
tem alterado a configuração da vida familiar e tem abalado os padrões estabelecidos de Indivíduo, Família e Sociedade. [...] Seres humanos e relações humanas foram lançados em um estado de turbulência, enquanto a máquina cresce muito, à frente da sabedoria do homem sobre si mesmo. A redução do espaço e a intimidade forçada entre as pessoas vivendo em culturas em conflito exigem um novo entendimento, uma nova visão das relações do homem com o homem e do homem com a sociedade.
A saída da mãe para o mercado de trabalho, que é a figura central na educação de seus filhos, é um dos fatores que tem abalado a relação entre mãe e filho, as relações de amor, confiança, segurança, relacionamento social são construídas no decorrer do cotidiano, em um determinado tempo histórico e um delimitado espaço físico. A nova mãe da sociedade, que trabalha e possui grandes responsabilidades, muitas vezes não dispõe do tempo necessário para estabelecer uma relação com seu filho e educá-lo.
Em relação às perspectivas da família com relação à escola com seus filhos encontram-se várias idéias de que a instituição escolar “eduque” o filho naquilo que a família não se julga capaz e que ele seja preparado para obter êxito profissional e financeiro.
A família não é o único canal pelo qual se pode tratar a questão da socialização, mas é, sem dúvida, um âmbito privilegiado, uma vez que este tende a ser o primeiro grupo responsável pela tarefa socializadora. A família constitui uma das mediações entre o homem e a sociedade. Sob este prisma, a família não só interioriza aspectos ideológicos dominantes na sociedade, como projeta, ainda, em outros grupos os modelos de relação criados e recriados dentro do próprio grupo. (CARVALHO, 2006).
A formação dos educandos quantos aos valores éticos e o desenvolvimento da moralidade como também padrões de comportamento muitas vezes é apontada pela família como responsabilidade apenas da escola, segundo Di Santo (2006), em seu artigo Família e Escola: uma relação de ajuda relata que atualmente, a família tem passado para a escola a responsabilidade de instruir e educar seus filhos inserindo-os na sociedade.
Logo, deve haver um estreitamento das relações entre família e escola em busca de uma qualificação com mais qualidade, evitando uma confusa transferência de responsabilidades entre ambas as partes para alcançar um bom desenvolvimento saudável dos educandos.
O primeiro passo para a interação positiva entre a escola e a comunidade é, sem dúvida, o conhecimento da própria comunidade por parte da escola. Para um considerável afunilamento desta relação, seria necessário toda a comunidade escolar, não somente educadores ou gestores, analisar instrumentos que facilitassem o intercâmbio entre as partes, favorecendo uma relação de confiança e respeito para com os envolvidos.
Uma das funções da escola é buscar uma aproximação com as famílias de seus alunos, pois enquanto instituição de educacional técnica, pode promover atividades como: interação e apoio com diversos profissionais como psicólogos, fazer visitas aos familiares, reuniões de pais e mestre com maior frequência, bem como a realização de trabalhos técnicos com a participação dos familiares para que estes possam conhecer os conteúdos que seus filhos estão desenvolvendo nas diversas atividades curriculares, nas proporcioando ligação entre escola-família- professores.
O papel a ser exercido pela escola técnica e pelos pais, em se tratando de uma sociedade que passa por mudanças constantes, é a busca de novas formas e caminhos para alcançar êxito na formação de valores, pois muitos dos valores considerados essenciais pela humanidade estão sendo abalados, por isso a importância de um lugar em que os filhos e estudantes possam se sentir seguros e confiantes no seu próprio potencial e a escola pode ser este ambiente quando estiver bem estruturado e apoiado pela família.
5.2. PILARES DA EDUCAÇÃO
Segundo Jacques Delors (1999), a educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida, serão de algum modo, para cada indivíduo, os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para desenvolver habilidades motoras; aprender a agir, a fim de participar e cooperar com a sociedade em todas as atividades humanas, preparar-se para gerir conflitos em diversas situações, agir com solidariedade respeitando os sentimentos alheios e a diversidade cultural existente no meio em que vive; finalmente, aprender a ser, para melhor desenvolver a sua personalidade e estar à altura de agir com cada vez maior capacidade de autonomia, discernimento e de responsabilidade pessoal fortalecendo um grupo, uma comunidade ou até mesmo o país.
Quando o foco era o posto de trabalho, a qualificação relacionava-se com o saber técnico a ele relacionado. Com os automatismos introduzidos nas máquinas, o trabalhador começou a ter de adquirir novas habilidades, como decodificar novos símbolos, comunicar-se tanto verbalmente como por escrito, resolver problemas dos novos processos de trabalho, ser autônomo e ser capaz de antecipar respostas a certos desafios (MEHEDFF, 1996).
As escolas técnicas são comprometidas com o desenvolvimento de competências e habilidades voltadas ao trabalhador, buscar “aprender a aprender” e o “aprender a pensar”. Assim, a competência não se limita ao conhecer/fazer, vai mais além, porque envolve o agir numa determinada situação. Tal agir supõe a capacidade de realizar, de abstrair, de emitir respostas criativas frente a situações inusitadas, de se comunicar eficazmente, de trabalhar de forma cooperativa, em equipe.
As habilidades implicam em dimensões variadas: cognitivas, motoras e atitudinais. Considerando que a competência e as habilidades são formadas ao longo da vida, exigindo um processo de educação contínua e podem ser desenvolvidas em qualquer momento da vida de uma pessoa.
5.3. RELAÇÃO ENTRE PROFESSOR E ALUNOS
A Lei nº 9.394 da LDB, (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), de 20 de dezembro de 1996, determina que a educação escolar deve ser oferecida, predominantemente, por meio do ensino em instituições próprias. O art. 2º da mencionada Lei dispõe o seguinte:
A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
De acordo com o artigo citado é dever tanto da família como da escola promover o desenvolvimento integral do educando, a formação para a cidadania e o alargamento de qualificações para o mundo do trabalho, porém a sociedade atual passa por transformações tão intensas que os papéis específicos desempenhados por ambas as partes estão sendo cada vez mais confundidos.
Diante dessa realidade, está sendo exigido dos professores mais qualificações, mas não somente técnicas específicas da área de atuação, mas preparados para as novas relações pedagógicas, as relações humanas no processo de ensino e aprendizagem.
Na primeira metade do século XX, alguns estudos revelam, (FURLANI, 1995; ESTEVE, 1999), que a relação entre professor e aluno era baseada na hierarquia social, na disciplina, na obediência, no respeito, na importância que a sociedade dava aos conteúdos ministrados pela escola e a atividade docente, pois a família e escola desempenhavam papéis bem definidos. A família se ocupava com os ensinamentos e a educação primária com vistas à transmissão de valores. A escola, por sua vez, era responsável pelos estudos secundários, caracterizada pela formalidade e racionalidade.
Nas décadas posteriores, segundo, Tedesco (2002, p.38), produziu-se um processos de desaparecimento das distinções entre professor e aluno. Desse ponto de vista, a massificação da escola foi acompanhada por um processo de perda de significação social das experiências de aprendizagem que nela se realizam.
A massificação escolar e a horizontalidade entre professor e aluno e a desvalorização do conteúdo escolar proporcionou um desinteresse pelas experiências vividas em sala de aula. A indisciplina, a intolerância, a realização de atividades apenas para atingir a nota e não pela construção do conhecimento, dificuldades de relacionamentos e trabalho em equipes são alguns aspectos da educação escolar de hoje.
Por meio dessa análise, as relações atuais entre professor e aluno podem ser um instrumento facilitador da aprendizagem, tanto de experiências técnicas e específicas como da interação entre a a sociedade.
6. METODOLOGIA
6.1. DELINEAMENTO DA PESQUISA
Esta pesquisa tem o objetivo de identificar quais as estratégias que o SENAI Caruaru poderá adotar para melhorar o relacionamento entre família e escola. Deste modo, a pesquisa pode ser classificada quanto aos finsde exploratória, que segundo Vergara (2005), ela é realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado sobre o fenômeno a ser explorado. Quanto aos meios de investigação foi realizada uma pesquisa de campo, pois ela é realizada no local, residência dos educandos, onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo.
6.2. DEFINIÇÃO DA AMOSTRA OU POPULAÇÃO-ALVO
Os sujeitos da pesquisa são os pais ou responsáveis dos alunos matriculados.
A amostra foi definida pelo método estatístico e que segundo Vergara (2005) as amostras são divididas em dois tipos: a probabilística e não probabilística. Existem três tipos de amostragens não probabilísticas: básicas - amostras por conveniência, amostras intencionais e por quotas. A amostragem escolhida é a por conveniência, este tipo de amostra é selecionada, por alguma conveniência do pesquisador. É utilizada, freqüentemente, para testar idéias ou obter idéias sobre determinado assunto de interesse e prestam-se muito bem aos objetivos da pesquisa exploratória.
6.3. PLANO DE COLETA DE DADOS
Com intuito de delimitar as respostas facilitando a mensuração dos resultados e compreensão, o questionário tem perguntas fechadas. Utilizaremos fonte de dados primários que no oferecem suporte para direcionar as ações de conscientização.A coleta foi realizada por meio da aplicação de 20 questionários para 20 famílias de 20 alunos dos cursos Técnico em Vestuário e Técnico em Design de Moda da Escola Técnica SENAI Caruaru.
6.4. PLANO DE ANÁLISE DE DADOS
A análise dos dados é tratada de forma quantitativa, adequado quando se deseja conhecer a extensão do objeto de estudo. Aplica-se nos casos em que se busca identificar o grau de conhecimento, as opiniões, impressões, hábitos e comportamentos. Ou seja, o método quantitativo oferece informações de natureza mais objetiva e aparente.
Os dados estão analisados e apresentados em gráficos para facilitar as conclusões. Seguindo-se a análise, as estratégias para aproximar a família da escola técnica foram elaboradas para sua implantação.
7. ANÁLISE E DISCUSSÃO
7.1. TRABALHO DOS FAMILIARES FORA DA RESIDÊNCIA
A pesquisa de campo foi realizada a 20 famílias de 20 alunos dos cursos Técnico em Vestuário e Técnico em Design de Moda da Escola Técnica SENAI Caruaru.. Os questionários foram aplicados aos pais e responsáveis destes estudantes.
Identificou-se que entre os entrevistados, 50% dos responsáveis trabalham fora de casa, 35% dos responsáneis apenas os pais trabalham e 15% apenas as mães estão ausentes de casa por um determinado período para promover o sustento de seus lares.
A porcentagem total em que a mãe está ausente no processo diário de construção da personalidade dos filhos somam 65%.
Gráfico 1: trabalho dos familiares
Fonte: pesquisa realizada, 2009
7.2. TEMPO APROXIMADO DIÁRIO EM QUE OS PAIS PASSAM COM OS FILHOS
Em relação ao tempo em que os pais disponibilizam para estar junto dos filhos por dia, 60% passam aproximadamente 4 horas por dia, 30% estende mais de 4 horas e apenas 10% convivem aproximadamente 2 horas.
Estes dados indicam que a família disponibiliza de tempo para estar junto dos filhos mesmo em sua maioria trabalhando fora de suas residências.
Gráfico 2: tempo disponível
Fonte: pesquisa realizada, 2009
7.3. ATIVIDADES REALIZADAS PELA FAMÍLIA NESTE TEMPO DESPENDIDO
No gráfico 2 foi identificado que 60% dos familiares dispõe de aproximadamente 4 horas diariamente para realizar diversas atividades com seus filhos a fim de aproximação, união, construção de conhecimentos entre outras.
As atividades que as famílias realizam com mais frequência são apontadas por meio do gráfico 3. Entre os entrevistados, 11% não exercem nenhuma atividade entre os membros da família, 16% realizam reflexões sobre o dia, 32% das famílias aproveitam o jantar para conversar e 41% assiste filmes ou outros programas.
Este tempo disponível deve ser bem aproveitado para que a família seja unida, para que conheçam entre si e os pais percebam quais as necessidades específicas de cada filho para suprí-las.
Muitas atividades poderiam ser praticadas diariamente, porém os dados apresentaram que a atividade mais exercida é a de assitir filmes ou programas, que as mesmas não possibilitam uma interação verbal tendo como consequência o desconhecimento dos membros entre si.
Gráfico 3: atividades executadas
Fonte: pesquisa realizada, 2009
7.4. CONHECIMENTO DIÁRIO DAS ATIVIDADES REALIZADAS OU A REALIZAR PELO FILHO NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO O QUAL FAZ PARTE E SUA IMPORTÂNCIA
Quanto ao conhecimento das atividades desempenhadas pelos filhos nas instituições de ensino, 100% dos responsáveis sabem o que é realizado, isto demonstra que os pais possuem interesse no que é realizado por seus filhos.
Gráfico 4: conhecimento das atividades
Fonte: pesquisa realizada, 2009
7.5. OBSERVAÇÕES NO COMPORTAMENTO E ATITUDES DOS FILHOS
A pesquisa mostra que 50% dos pais observam diariamente as atitudes e comportamento dos filhos e apenas conversam com eles, demonstrando que ainda possui um distanciamento da família com a escola, pois a maoria dos responsáveis não procuram a escola para conhecer melhor as ações dos filhos.
A porcentagem dos pais que observam, conversam com os filhos diariamente e procuram informações nas instituições de ensino sobre as atitudes e comportamento dos mesmos somam 40%.
Em analogia aos pais que observam diariamente as atitudes e comportamento dos filhos e não conversam com eles comprovando que há problemas de afinidade e interesse pelos anseios dos filhos somam 10% e 0% dos pais não observam diariamente as atitudes e comportamento dos filhos.
Gráfico 5: observação do comportamento
Fonte: pesquisa realizada, 2009
7.6. MOTIVAÇÃO QUANTO AO CUMPRIMENTO DAS NORMAS DAS ESCOLAS
Quanto as normas das instituições, 75% dos pais conhecem as normas, motiva e acompanha o cumprimento das mesmas, 25% dos pais apenas conhecem as normas não incentivando o cumprimento das mesmas refletindo no horário de chegada, utilização do fardamento, presença durante as disciplinas e motivação para a realização dos trabalhos solicitados para cumprir a média de cada disciplina.
Gráfico 6: motivação para o cumprimento de normas
Fonte: pesquisa realizada, 2009
7.7. PARTICIPAÇÃO ATIVA NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO FREQUENTADAS PELOS FILHOS
A participação ativa dos pais nas instituições só ocorre quando são chamados pela escola, pois 70% dos responsáveis visitam apenas quando a presença é solicitada apresentando um comprometimento negativo dos familiares com a escola e até mesmo com os filhos. Os pais deveriam visitar as insituições com mais frequência para haja uma parceria entre as partes interessadas com a educação e crescimento pessoal e profissional do estudante, quanto aos familiares que visitam pelo menos duas vezes no decorrer do ano letivo somam 20% e apenas 10% visitam pelo menos uma vez por ano.
Gráfico 7: participação dos pais nas instituições de ensino
Fonte: pesquisa realizada, 2009
7.8. DIFICULDADES DE RELACIONAMENTO DA FAMÍLIA COM A ESCOLA
Não há dificuldades que possam impedir a maioria dos familiares de estarem ativos na participação com a instituição, pois 60% respondeu que não existe dificuldades de frequentar a escola, 25% alegou o tempodisponível que é justificado pelos mesmos, alegando que trabalham cada vez mais, não dispondo de tempo para cuidar dos filhos, além disso, acreditam que educar em sentido amplo é função da escola.
A comunicação entre família e escola foi indicado por 10%, comprovando que a minoria percebe que o relacionamento e a comunicação entre as partes é falho, pois a família espera da escola, enquanto a escola, afirma que o êxito do processo educacional depende, e muito, da atuação e participação da família, que deve estar atenta a todos os aspectos do desenvolvimento do educando e apenas 5% respondeu qua a localização é um fator dificultador.
Gráfico 8: dificuldades de relacionamento entre família e escola
Fonte: pesquisa realizada, 2009
7.9. PROPOSTA DE MELHORIA
As sugestões levantadas para melhorar o relacionamento e comunicação entre a instituição e os responsáveis dos educandos foram:
- Reuniões com maior frequência entre pais, filhos e a equipe escolar;
- Entrega de boletins mensais para os pais conhecerem o desempenho do filho no curso;
- Realização de palestras para a família;
- Feedback dos coordenadores diretamente por telefone aos pais da situação dos filhos;
- Apresentação dos conteúdos ministrados aos pais para os mesmos saberem a importância do curso;
- Motivação dos pais para frequentar mais a escola;
- Colocar à disposição da família profissionais: psicólogos e nutricionistas.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O SENAI tem um grande nome no mercado devido ao seu histórico e qualidade em seus produtos e serviços. O produto do SENAI, ou seja, o que ele oferece ao mercado são jovens capacitados para o mercado de trabalho, mas não somente competências técnicas, como também qualidade pessoais que são indispensáveis para a era da informação a qual vivemos.
Essas qualidades pessoais, são conhecidas como os pilares da educação, são os saberes: saber, saber ser, saber agir e saber fazer. Quando trata-se do saber ser e agir a família pode contribuir e fortalecer o SENAI para o ensino-aprendizagem de seus filhos. A instituição e a família são parceiras neste processo, nenhuma das partes poderá realizar todo o processo de construção de saberes trabalhando isoladamente. Ambas as partes precisam se unir a fim de educar e formar técnicos e profissionais para o mercado de trabalho, como também cidadãos para fortalecer a sociedade brasileira.
A instituição pode tomar a iniciativa para fortalecer e aproximar pais – alunos - escola por meio de palestras que possuam em seu conteúdo informações interessantes tanto para os pais como para os filhos, atividades que apresentem o que os estudantes realizam todos os dias em seus respectivos setores, entrega de boletins para o acompanhamento do progresso do aluno mensalmente, reuniões com profissionais especializados para interagir a família e tantas outras atividades que são importantes para a construção de valores em família.
9. REFERÊNCIAS
ACKERMAN, N. W. Diagnóstico e tratamento das relações familiares. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1986.
BRASIL. Presidência da República. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996: estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, Diário Oficial da União, 21 de dezembro de 1996.
CARVALHO, M.E.P de. Modos de educação, gênero e relações escola-família. [S.l.:s.n.]. Disponível em: <http://biblioteca.universia.net/html_bura/ficha/params/id/3 12415.html>. Acesso em: 02 dez. 2008.
DI SANTO, Joana Maria Rodrigues. A família na atualidade. [S.l.:s.n.]. Disponível em: <http://www.webartigos.com/articles/7514/1/a-familia-na-atualidade/pagina1.html>. Acesso em: 02 dez. 2008.
ESTEVE, J. M. O mal-estar docente: a sala de aula e a saúde dos professores. Bauru: EDUSC, 1999.
FURLANI, L. M. T. Autoridade do professor: meta, mito ou nada disso? 4. ed. São Paulo: Cortez, 1995.
IZQUIERDO MORENO, Ciriaco. Educar em Valores. Trad. MariaLuisa Garcia Prada. São Paulo: Paulinas, 2001. (Coleção Ética e Valores).
DELORS, Jacques. Educação: Um Tesouro a Descobrir. São Paulo: Cortez, 1999.
MAIMONI, E. H & MIRANDA, A. A. B. (1999). Uma proposta de avaliação do envolvimento dos pais na vida escolar do filho. Anais do IV Congresso e IV Mostra de Ciências Humanas e Artes (CD-room), Viçosa (MG).
MEHEDFF, Nassim Gabriel. Habilidades – Uma questão de competências?. Ministérios do trabalho – PLANFOR. Brasília, 1996.
SENAI. Região Nordeste. Novo modelo de educação profissional: concepção curricular e metodológica. Recife: SENAI/DITEC/DET, 2002.
TEDESCO, J. C. O novo pacto educativo: Educação, competitividade e cidadania na sociedade moderna. São Paulo: Ática, 2002.
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2005.
10. APÊNDICES
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO
PESQUISA: Relacionamento entre escola e família na formação dos valores ser e agir.
1 – Trabalho dos familiares fora da residência
( ) O pai trabalha
( ) A mãe trabalha
( ) Ambos trabalham
2 – Tempo aproximado diário em que os pais passam com os filhos
( ) Aproximadamente 2 horas
( ) Aproximadamente 4 horas
( ) Mais de 4 horas por dia
3 – Atividades realizadas pela família neste tempo despendido
( ) Nenhuma
( ) Família unida para conversar sobre o dia durante o jantar
( ) Assisti filmes ou outro programa
( ) Reflexões do dia com ensinamentos e experiências vivenciadas pelos membros da família com fins educacionais e construção de valores
4 – Conhecimento diário das atividades realizadas ou a realizar pelo filho nas instituições de ensino o qual faz parte e sua importância
( ) Sim
( ) Não
5 – Observações no comportamento e atitudes dos filhos
( ) Os pais observam diariamente as atitudes e comportamento dos filhos e não conversam com eles
( ) Os pais observam diariamente as atitudes e comportamento dos filhos e apenas conversam com eles
( ) Os pais não observam diariamente as atitudes e comportamento dos filhos
( ) Os pais observam, conversam com os filhos diariamente e procuram informações nas instituições de ensino sobre as atitudes e comportamento dos mesmos
6 – Motivação quanto ao cumprimento das normas das escolas
( ) Os pais conhecem as normas, motiva e acompanha o cumprimento das mesmas
( ) Os pais apenas conhecem as normas
( ) Os pais não conhecem as normas
7 – Participação ativa nas instituições de ensino frequentadas pelos filhos
( ) Visita a instituição de ensino pelo menos uma vez durante o ano letivo
( ) Visita a instituição de ensino pelo menos duas vezes durante o ano letivo
( ) Visita apenas quando a presença dos pais é solicitada pela instituição
( ) Nunca visitou a instituição durante o ano letivo
8 – Dificuldades de relacionamento da família com a escola
( ) Não há dificuldades
( ) Tempo disponível
( ) Localização
( ) Comunicação entre a família e a escola
Publicado por: Ana Cláudia Tabosa Mendes de Oliveira
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