APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL

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1. INTRODUÇÃO

O presente relatório de estágio tem como objetivo relatar as observações e intervenções realizadas na classe especial em instituição de ensino pública. A Escola Municipal Vitorino Barbiero- Educação infantil e fundamental I, Localizada no município de São Miguel do Iguaçu, no Estado do Paraná. Possui ampla estrutura de ensino, considerada referência em educação especial, fundamental I e sala de recursos multifuncionais. Fundada em 25/02/1994, instituída pelo decreto municipal 881/94 e Ato de autorização: Educação Infantil e Ensino Fundamental – 1ª a 4ª séries/regime de 8 anos, através da Resolução nº 1724/94 de 28/03/1994 e Ensino Fundamental – 1º ao 5º ano/regime de 9 anos, através da Resolução nº 697/09 de19/02/2009.  O projeto político pedagógico da instituição privilegia de forma contínua o planejamento e formação dos professores. contemplando a totalidade dos profissionais da educação, fator que requer estabelecimento de prioridades, e a exclusão de programas e projetos que atravessam os fins da instituição escolar, uma vez que a defesa desta PPC parte do entendimento maior de que “Clássico na escola é a transmissão-assimilação do saber sistematizado. Este é o fim a atingir” (SAVIANI, 2012, p. 17).  

A Escola Municipal Vitorino Barbiero atende turmas de Educação Infantil e Ensino Fundamental de 1º ao 5º ano. A faixa de idade atendida compreende crianças que completam 4 anos no decorrer do ano letivo, até 10 anos de idade, quando concluem a primeira fase do ensino fundamental. Atende também alguns alunos fora de faixa etária, devido a algumas reprovações ocorridas e também crianças que frequentam a Classe Especial e que tem um ritmo de desenvolvimento e aprendizagem diferente dos demais.  As observações e intervenções ocorreram na classe especial consolidando a carga horária de  12 (doze) horas para observação das rotinas em sala de aula e 8 (oito) horas em intervenção pedagógica. Para esta pesquisa e cenário participaram os seguintes sujeitos:  Aluno diagnosticado com deficiência intelectual leve, professores e equipe pedagógica.

O estágio torna-se relevante  visto que, o atendimento individualizado propicia a instituição a percepção de potencialidades ainda não identificadas pela escola. Além da contribuição e aperfeiçoamento do processo de ensino-aprendizagem. Para o acadêmico o estágio proporciona a  vivência com relação ao  funcionamento da instituição e especificidades de cada aluno e como todo o processo impacta na formação e concepção pedagógica do futuro profissional. Com relação ao tema escolhido, é de grande relevância tratarmos a questão da aprendizagem significativa na educação especial e como cada aluno aprende de forma diferente e em diferentes ritmos. Justificamos a escolha do tema em virtude da necessidade de identificarmos as bases que formam uma aprendizagem significativa, aquela que ressignifica a condição do educando enquanto sujeito ativo no desenvolvimento de sua própria aprendizagem.

As aprendizagens significativas propiciam um vasto campo de estudo que norteiam a atuação do professor, interpretar como ocorre o aprendizado em alunos com transtornos de desenvolvimento, deficiências e demais limitações é o objetivo proposto para esta intervenção pedagógica. Fundamentada de acordo com a concepção de Vygotsky que considera que a deficiência, defeito e problema não constituíram, em si, um impedimento para desenvolvimento do indivíduo e Paulo Freire que apresenta a concepção de aprendizagem significativa como aquela que parte de uma formação humana, ou seja, aquela que prepara o indivíduo para a sociedade.

Enquanto objetivos gerais, pretendemos desenvolver o processo de aquisição da escrita e leitura do aluno (a), propiciar através das intervenções individualizadas, métodos educacionais alternativos e adaptações pedagógicas. Identificar e perceber que o educando aprende de forma temporal, consolidando através de métodos e intervenções que levem em conta as especificidades do aluno. De modo especifico, pretendemos constatar que o aprendizado precisa ser significativo e que a aquisição da escrita e leitura ocorre por intermédio de diversos mecanismos e de forma gradativa. No processo de ensino-aprendizagem é possível que o sujeito aprenda a reescrever em tempo oportuno e individual suas aprendizagens.

Nesse trajeto é importante que analisemos a percepção do educador com relação às perspectivas e avanços da aprendizagem, relatar que o professor que atua na educação especial precisa desenvolver ampla visão sobre o desenvolvimento de seus alunos. Em todo caso, trata-se de uma missão possível se em seu percurso, ele lançar mão de conceitos pré conceitos. E necessário que o educador consiga enxergar em seu aluno as potencialidades que a priori não fora percebida pelo próprio aluno. Outrossim, é preciso desenvolver a sensibilidade necessária e um olhar diferenciado sobre o desenvolvimento do sujeito, construir as bases de relação da pessoa e interpretar as necessidades propostas no percurso da aprendizagem.

De acordo com as concepções de Vygotsky ¨ A interação possui função central no processo de internalização. O professor  possui um papel de grande relevância na internalização de conhecimento apreendido por seus alunos, a interação centraliza e propicia que o aprendizado ocorra de forma gradativa e provocada. Ambos e sob mediação do educador precisam construir e desenvolver os métodos alternativos de comunicação e aprendizado. Além de estabelecer vínculos emocionais, não há aprendizagem sem que  o educador desenvolva a  empatia, respeito às dificuldades, quebra de paradigmas e sob nenhuma circunstância, a definição de conceito pré concebidos sobre o aluno. A educação especial é um olhar diferenciado das  dificuldades e potenciais dos envolvidos, precisamos reescrever o conceito de aprendizagem pré estabelecido e construir novos caminhos para esta modalidade ensino da educação. 

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

De acordo com Vygotsky que (1983) a concepção estritamente aritmética é um traço típico da defectologia antiga e ultrapassada. Para ele, o ser com defeito não se constitui diretamente um deficiente, isso vai depender do meio social. Assim, um mesmo problema acarreta impactos sociais distintos, conforme o momento e a forma como é interpretado, acreditado e superado.

O efeito do déficit/defeito na personalidade e na constituição psicológica da criança é secundário porque as crianças não sentem diretamente seu estado de handicap. As causas primárias, a sua dita forma especial de desenvolvimento são as limitadas restrições colocadas na criança pela sociedade. É a realização sociopsicológica das possibilidades da criança que decide o destino da personalidade, não o déficit em si (VYGOTSKY, 1983, p. 25).

A concepção adotada por Vygotsky que (1983) nos permite analisar que a definição de limitação é determinada por membros da comunidade em que o indivíduo com necessidades especiais está inserido. É sabido que existem dois tipos de deficiências: A deficiência primária e Deficiência secundária, A deficiência primária é caracterizada pelo dano ou anormalidade de estrutura ou função elementar, enquanto a deficiência secundária volta-se culturalmente ao conceito de incapacidade, caracterizaria uma condição de desvantagem, possível apenas em um contexto comparativo, confrontando aquela pessoa ao seu grupo.

Independente da limitação ou deficiência é importante propiciar ao educando as condições necessárias para que o mesmo consiga, sob mediação, desenvolver uma aprendizagem significativa. A conceituação de deficiência no contexto das aprendizagens significativas apenas nos mostra o caminho a ser trilhado no processo. Segundo Paulo Freire ( 1998) O professor deveria interagir com os alunos, expressar seu carinho e seu interesse por eles: ¨ Esse relacionamento afetuoso repercute na construção de um aprendizado efetivo e troca constante de conhecimentos¨ A interação do sujeito e o objeto do conhecimento é extremamente relevante, é o momento de proporcionar ao educando por intermédio do conhecimento significativo, aquele que prepara para as diversas situações cotidianas.

Para Freire (2008), a prática educativo-progressista, na qual afirma que o ensinar-aprender deve estar voltado para que o aluno tenha autonomia no seu processo de produção e construção do conhecimento, aborda os saberes fundamentais para uma prática docente crítica (progressista), na qual o educador deve reconhecer a importância de estar sempre atualizado e tendo seus conhecimentos sempre renovados, devendo esta renovação compreender tanto saberes teóricos, quanto saberes populares.

3. OBSERVAÇÃO

De acordo com as  observações podemos verificar a princípio que se trata de uma classe composta por 8 (oito) alunos. Ambos com extrema dificuldade de aprendizagem, com faixa etária entre os  10 e 14 anos de idade. Nível de aprendizagem equivalente a alunos do 2º ano do ensino fundamental, sala de aula bem equipada e com diversos recursos alternativos e recursos pedagógicos. Turma diversificada com alunos diagnosticados com TEA (Transtorno do espectro autista), Deficiência intelectual leve e moderada, déficit de atenção e dois alunos em avaliação Psicopedagógica.

Durante as observações, identificamos alunos em vulnerabilidade social, que não possuíam residência em alvenaria e que moram em acampamentos, faltosos durante as aulas , principalmente em períodos chuvosos.  De acordo com a professora regente da turma, os alunos sempre apresentam comportamentos semelhantes nas aulas de Língua Portuguesa, Matemática, Ciências e ensino religioso. Durante as aulas percebemos que os alunos apresentam dificuldades em manter a atenção voluntária e constantemente pegam objetos. 

A escola realiza avaliações e reclassificações para que aos poucos esses alunos retornem para uma classe regular, de acordo com o nível de aprendizado de cada um em  conformidade a Resolução Nº 08/2017.

A reclassificação é um processo pedagógico que se concretiza através da avaliação do (a) estudante matriculado (a) e com frequência, considerando as normas curriculares, e encaminha o (a) aluno (a) à etapa de estudos compatível com o desempenho escolar demonstrados, independentemente do que registre o seu Histórico Escolar. (Instrução Nº 08/2017 – SUED/SEED).

Enquanto professor atuante nesta turma me sinto desafiado todos os dias e o planejamento das aulas requerem um olhar diferenciado e articulado de acordo com as dificuldades de cada aluno. As aulas consistem em apresentar a percepção de mundo além daquilo que está previsto em planejamento e sala de aula. Atualmente trabalho com todos os alunos as seguintes disciplinas: Arte, Educação Física, História e Geografia. Percebo na prática, que apesar das inúmeras dificuldades, todos possuem capacidade de aprender, só precisamos identificar como podemos despertar o aprendizado em cada um deles. As observações ocorreram no âmbito geral da turma, no entanto, o trabalho individual ocorreu com um aluno com deficiência intelectual moderada.

4. COLETA E ANÁLISE DOS DADOS OBSERVADOS

Através dos dados coletados identificamos que seria necessário inicialmente, desconstruir o paradigma de que não é possível aprender. A aprendizagem, mesmo na educação especial precisa ser propiciada através dos mecanismos que priorizem a independência do educando. Foram coletadas informações prévias de cada um, precisávamos entender o contexto de cada aluno inicialmente e assim iniciar o planejamento das intervenções de acordo com as dificuldades apresentadas. Posteriormente precisávamos que eles compreendessem qual a participação deles no processo de ensino e aprendizagem e na relação com os demais alunos da turma. Estabelecer relações de respeito as diferenças e percepção de empatia com relação ao outro.

Os dados coletados objetivam desenvolver a concepção de mundo e ampliar essas ideias e estabelecer uma relação de mudanças e permanência (presente, passado e futuro) . Desenvolver os ideais de localização no tempo e no espaço e suas transformações. Valorização dos grupos sociais e suas particularidades. Respeito as diferenças, sala composta por alunos que não desenvolviam o respeito aos demais colegas.   Compreender a própria história, estabelecimento de rotinas e sua relevância no contexto social e na escola, reconhecer o entorno e valorização do outro. Foi identificado que precisávamos melhorar o convívio dos alunos dessa turma e que esse problema de conduta estava dificultando a dinâmica e andamento dos trabalhos em sala de aula.

A coleta de dados possibilitou acesso aos documentos diagnósticos sobre as dificuldades e transtornos de cada aluno (Laudo médicos, relatório psicopedagógicos e pareceres emitidos por outras escolas),  para aqueles que não são nativos do município em questão. Dados relacionados ao contexto familiar não foram disponibilizados pelos familiares dos alunos, visto que, não havia disponibilidade de diálogo pré estabelecido e até mesmo o deslocamento a escola para tal coleta de informações. A unidade escolar disponibilizou as respectivas autorizações de uso de imagem dos integrantes da classe especial. Esse documento é assinado previamente no ato da matricula.

Os dados coletados restringiram-se apenas as intervenções que poderiam ser realizadas em sala de aula, autorização de uso de imagem de menores de idade e participação de professores que atendem a classe especial, Regente I -Professora Camila N. Dartora ( Ling. Portuguesa, Matemática, Ciências e Ens. Religioso) Regente II -Professor Nadiel José de Santana ( História, Geografia, Arte e Ed. Física) Coordenação Pedagógica e Direção escolar. 

5. INTERVENÇÕES

As intervenções a princípio individualmente,  identificando aspectos de seu comportamento e como podemos transformar esses problemas em soluções. Os diálogos individuais nos encaminham para entender as razões  que determinam o comportamento em sala de aula, pretendemos melhorar o relacionamento entre seus pares e convivência harmoniosa, possibilitar e resolver tais dificuldades em estabelecer vínculos e identificar ações que o aproximam dos demais. Conhecer um pouco sobre o aluno nos permite entender um pouco mais sobre sua particularidade e planejar de forma assertiva as intervenções necessárias. As intervenções propostas foram distribuídas em três momentos:  Diálogo- Aula dialogada sobre  respeito às diferenças, valorização do outro, a importância de aprendermos a conviver com outras pessoas. Vídeo – Viver é conviver  e dinâmica do espelho - Como podemos melhorar?  Reflexão sobre as próprias atitudes e apresentar possíveis mudanças.

Com relação as intervenções em grupo, pretendemos estabelecer vínculos de cooperação, respeito, amizade e empatia. O trabalho em grupo desempenha papel fundamental em nossa intervenção visto que, precisamos entender como funciona as relações e como tudo impacta diretamente no rendimento da turma como um todo. Colaborando para que seja desenvolvido um ambiente confortável e convidativo ao aprendizado.  Dialogando com a regente da turma, identificamos que todos aguardam ansiosos pelas aulas de educação física. Então inclui nas intervenções a pratica de atividades que intensificam o trabalho realizado dentre da sala.

Consolidando todo esse trabalho, planejamos fora da sala de aula atividades que reforçam os vínculos afetivos em nossos alunos.  Atividades que envolvem cooperação e desenvolvem a empatia e percepção da importância do outro.  Atividades que despertem o trabalho em equipes e desenvolvem a autonomia.

Atividades propostas:

  • Circuito com uso de cones- Execução em dupla.
  • Passa a Bola- Trabalha a coordenação motora ampla e trabalho em equipe. Duas equipes ajudando uns aos outros.
  • Bambolês em dupla- Ambos precisam chegar ate o final do percurso juntos sem deixar que o bambolê caia no chão.

Esta ultima atividade percebemos que foi realizada com empenho e esforço, todos executaram preocupados em não deixar que o bambolê caísse. Era perceptível a preocupação com o outro e necessidade de chegar até o final intactos.

5.1. REGRISTRO E ANÁLISE DAS INTERVENÇÕES

Aprendizagem significativa está condicionada não apenas a transmissão de conteúdos, precisamos repensar as relações que são estabelecidas em sala de aula. O aluno vivência diversas situações antes de chegar à escola, nessa perspectiva e diante da problemática é preciso que o professor repense sua prática levando em consideração que fatores externos repercutem no processo de ensino-aprendizagem de forma negativa. Os resultados inicialmente propostos propiciaram uma reflexão de que podemos pensar antes de agir, percebemos que todos os alunos entenderam pelo menos, nesse primeiro momento repensar suas ações. O papel da instituição e familiares foram de grande importância visto que, ambos são beneficiados através da reflexão da própria pratica.

Dialogando sobre a problemática entendemos que projetos que ampliem a visão sobre questões comportamentais precisam ser contínuos. Precisam se tornar um hábito em nosso cotidiano escolar.  A dinâmica do espelho permite que o aluno vivencie na prática olhar para si mesmo como alguém que possui características únicas e que o outro também possui suas especificidades. O vídeo propicia a inserção do aluno dentro do conceito visual tecnológico, partimos do pressuposto de que os recursos tecnológicos precisam ser usados para auxiliar na educação como um todo, modificando também o conceito digital percebido pelo aluno.  A escola precisa posicionar se como a instituição que traz para si as mudanças sociais, de modo que ela inicie a mudança de concepção de mundo em nossos alunos. 

Percebemos que  preconceitos foram desconstruídos em nossa prática docente e que nossos alunos precisariam também de intervenções externas. Encaminhamentos multidisciplinares, e apoio às suas famílias. De modo que o educando na escola é reflexo de sua realidade em casa e suas ações externas repercutem na instituição escolar.  As atividades e planejamentos educacionais necessitam que os professores sejam analíticos e propiciadores de aprendizagens que marquem a vida de nossos alunos. A atividade precisa ser prazerosa e convidativa, ainda mais quando tratamos da educação especial. Trazer significado significa marcar a vida do sujeito, proporcionar ao mesmo que o melhor lugar para aprender ainda é a escola.

Não que o aprendizado não ocorra em outros ambientes, não é isso! O educando precisa se sentir atraído pelo espaço escolar e consciente de que tudo isso estará  à disposição, de que o conhecimento proporcionado por este ambiente pode mudar sua realidade por completo. A escola é o lugar onde todas as oportunidades está a um passo dele e que tudo isso fará a diferença em sua vida. Constrói-se então um sujeito autônomo, responsável e social.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Aprender algo significativo é entender que esse conhecimento nos acompanhará durante toda nossa jornada. O professor que lançar mão de concepções pré estabelecidas e ampliar sua visão de mundo em função algo maior, com certeza fará toda diferença na docência. E preciso olhar o aluno não pela dificuldade, deficiência ou transtorno e sim vê-lo como alguém que possui potencialidades a serem desenvolvidas. Aprendizagens significativas são aquelas que produzem significados no sujeito, ela é provocativa, transformadora e vai muito além de transmissão de conteúdo. Segundo Klausen (2017) precisamos refletir as aprendizagens significativas como um processo.

"A aprendizagem significativa parece ocorrer por meio de processos: explorando, fracassando, tentando, corrigindo, obtendo dados, elaborando conjecturas, testando-as, construindo explicações, que são resultados de inferências, comparando, fazendo analogias, refletindo [...]" (Klausen, 2017, p. 6404)

Segundo Ausubel (2008),  para que haja a aprendizagem significativa é necessário a existência de saberes prévios, os quais funcionam como âncoras de sentidos para os novos aprendizados. Sabemos que o aluno antes de frequentar uma unidade escolar já possui conhecimentos oriundos de suas relações e que ao ingressar no ensino, temos que proporcionar as condições necessárias para que ele se aproprie do saber construído ao longo do tempo por aqueles que nos antecederam. As observações possibilitaram desenvolver um olhar humanizado com relação ao ensino na educação especial, proporcionar uma reflexão sobre nossas ações e melhorias.

As análises e intervenções contribuem para que a sala de aula seja um lugar acolhedor e convidativo ao conhecimento e no contexto de uma sala de educação especial, planejar atividades que façam o aluno refletir suas ações e possibilidades. O papel da escola , excede as paredes da instituição, ela assume uma postura ativa e garante que o educando consiga, através dos métodos propostos desenvolver suas potencialidades. Ao professor, compete em sala de aula entender a complexidade do seu aluno, analisar que as atividades propostas precisam proporcionar o aprendizado e desenvolver no sujeito a verdadeira aprendizagem significativa e que produza resultados a curto, médio e longo prazo.

O aluno está inserido em um contexto que muitas vezes desconhecemos, é necessário termos a sensibilidade e empatia necessária para lida com todo e qualquer contraste comportamental que o envolva em nossa sala de aula. Em um cenário em que desenvolver o potencial de nosso aluno é extremamente relevante, utilizar todos os métodos disponíveis é muito importante. Nosso objetivo é fazer com que nosso aluno seja acolhido, respeitado seus limites, desenvolvendo sua autonomia e consequentemente torná-lo um sujeito autor da sua própria história.

7. REFERÊNCIAS

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COSTA, M. P. R.; TURCI, P. C. Inclusão Escolar na perspectiva da educação para todos de Paulo Freire. VII Encontro da Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação Especial. Londrina – de 08 a 10 novembro de 2011.7

HISTÓRIA - VIVER É CONVIVER. youtube, 2020. 1 vídeo (06:02). Publicado pelo Prof. Anderson Boscarino. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=foF5dP1soTI. Acesso em: 25 jun. 2023.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2008.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1999. __________. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

__________. Vygotsky – Aprendizado e desenvolvimento Um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1998.

Saviani, D. (1969). Esboço de formulação de uma ideologia educacional para o Brasil. São Paulo, PUC-SP(mimeo.).

KLAUSEN, LUCIANA. Aprendizagem significativa: Um desafio. 2015. Disponível em : https://docplayer.com.br/71107914-Aprendizagem-significativa-um-desafio.html. Acesso em: 15/06/2023.

______. Instrução n.º 15/2017 – SUED/SEED - Avaliação do Aproveitamento Escolar, Recuperação de Estudos e Promoção dos(as) estudantes das instituições de ensino da Rede Pública Estadual de Ensino do Estado do Paraná.

______. Instrução n° 09/2018–SUED/SEED Estabelece critérios para o Atendimento Educacional Especializado por meio da Sala de Recursos Multifuncionais, nas áreas da deficiência intelectual, deficiência física neuromotora, transtornos globais do desenvolvimento e para os estudantes com transtornos funcionais específicos nas instituições de ensino do Sistema Estadual de Ensino. Disponível em: http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/instrucoes/2018/instrucao_092018.pdf. Acesso em 08 out. 2019.

______. Dermeval, Escola e Democracia Coleção Polêmicas de nosso tempo V, 42° Edição Campinas. Autores Associados, 2002.

______. Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. – 8. ed. Revista e ampliada – Campinas, SP: Autores Associados, 2003. – (Coleção educação contemporânea).

JANSSEN, Felipe; HOFFMAN, Jussara; ESTEBAN, Maria Tereza (orgs.). Práticas avaliativas e aprendizagens significativas: em diferentes áreas do currículo. Porto Alegre: Mediação, 2003, p. 19-31

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1975. 150

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PEREIRA, Vera Lucia Palmeira; GUIMARÃES, Tânia Gonzaga. Programas educacionais para alunos com altas habilidades. In: FLEITH, Denise de Souza. 155 Desenvolvimento de talentos e altas habilidades: orientação a pais e professores. Porto Alegre: Artmed, 2007.

______. Ministério da Educação. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Secretaria de Educação Espacial. MEC, SEESP, 2001.

______. Dermeval, Escola e Democracia Coleção Polêmicas de nosso tempo V, 42° Edição Campinas. Autores Associados, 2002.

8. ANEXOS


Publicado por: NADIEL JOSÉ DE SANTANA

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