A INTERDISCIPLINARIDADE ENTRE A MATEMÁTICA E A CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL ENVOLVENDO O LÚDICO

índice

Imprimir Texto -A +A
icone de alerta

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Monografias. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

1. RESUMO

O presente trabalho trata-se sobre a interdisciplinaridade através do lúdico nas escolas, e o tema proposto para se trabalharem conjunto é a matemática e a conscientização ambiental, pois através da união deles se pode levar à um importante comprometimento com o meio ambiente e também mostrar que a matemática está presente em tudo. Sabe-se que a grande dificuldade em compreender os conteúdos matemáticos se dá a falta de aplicabilidade em situações cotidianas, sofrendo um desvio do que é ensinado para a prática do dia a dia. Baseado na frequente necessidade de desenvolver um trabalho de conscientização ambiental de forma lúdica e dinâmica buscando um melhor envolvimento dos alunos, este estudo vem mostrar que é possível inserir a temática ambiental no ensino da matemática, e também trabalhar esse contexto de forma lúdica, para que, o professor que aderir a este tipo de projeto possa sair um pouco do tradicional. O método utilizado como estratégia no ensino aprendizagem foi a elaboração de um jogo, no qual situações cotidianas foram transformadas em problemas matemáticos. Visa-se com esta metodologia de trabalho trazer a realidade dos alunos para dentro das salas de aula, no intuito de integrar a matemática com a questão ambiental, planejando buscar a sensibilização dos mesmos na conservação do meio ambiente.

Palavras chave: Matemática; Conscientização Ambiental; Forma Lúdica; Realidade dos Alunos; Sensibilização.

2. INTRODUÇÃO

O conceito de educação ambiental está relacionado a uma forma de educar para a preservação do meio ambiente e para a sustentabilidade do próprio homem. Assim, a educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal (BRASIL, 1998, p. 81).

Ao observar essa afirmação é nítido que a educação ambiental se torna uma disciplina indispensável para todos, sabendo-se que essa educação é um método consciente por formar indivíduos preocupados com os problemas ambientais e que busquem a conservação e a preservação dos recursos naturais.

Trazer essa modalidade de ensino para a sala de aula significa ressaltar a seca sofrida nos últimos tempos. Apesar da água doce ainda ser encontrada em grande quantidade no planeta, em algumas regiões do mundo, suprir a demanda de água já está se tornando um problema em função do acelerado crescimento populacional, principalmente urbano.

Ao se examinarem algumas reportagens, verifica-se que o sistema vem recebendo menos água dos rios da sua bacia, e não consegue se recuperar. Quando começa a chover, o risco de escassez é deixado de lado e todos voltam a gastar água de forma exorbitante. Nakagawa (2014), ressalta que a sociedade está acostumada com o uso da água em abundância, porque o custo da aquisição deste recurso é baixo. Toda mudança de hábito só ocorre a partir de uma crise aguda.

As mudanças propostas mediante a cultura ambiental, fomentada e evidenciada pela aplicação da educação ambiental, em distintos espaços de ensino, formais ou não formais, tem sido obtida de forma significativa, pois tais mudanças vão ao encontro do desenvolvimento sustentável pela consolidação do equilíbrio ambiental, social e econômico (DIAS, 2004, p. 134).

A relação sustentabilidade ambiental, econômica e social estão matematicamente correlacionadas, para isso a relação entre a matemática e a educação ambiental necessita de estudos diários, dessa forma cada uma carrega um grande peso no cotidiano das pessoas. Uma consiste no entendimento de proporções e cálculos feitos no dia a dia e a outra com o devido senso de que tudo o que se usa de maneira desenfreada um dia acaba.

Sendo assim, se tornam disciplinas indispensáveis para alunos que estão começando a sua vida escolar e podem ser trabalhadas juntas no cotidiano dentro da escola. Segundo Moreno (1993 p.15), os temas transversais proporcionam a ponte entre o científico e o cotidiano, dessa forma é possível perceber que a matemática e o desperdício de água, se correlacionam trazendo então uma boa compreensão de que esses temas são de grande importância para o contexto acadêmico e o cotidiano.

Ao juntar esses temas, pensando-se na melhoria do ensino e no dinamismo das aulas, ressalta-se que a criança também aprende brincando, como lembra (NUNES; SARACENI, 2013 p. 9), introduzir o lúdico na sala de aula, significa proporcionar ao aluno diferentes maneiras de se chegar a um aprendizado, desenvolvendo assim sua vida acadêmica.

Neste contexto, o presente estudo tem como objetivo fazer com que os alunos percebam a importância não só da preservação da água como também da matemática. Para isso, foi proposto uma metodologia lúdica, envolvendo a matemática e a educação ambiental, com o intuito de abordar a educação como formadora de indivíduos com uma consciência ambiental crítica.

3. METODOLOGIA

A presente pesquisa é de cunho bibliográfico e exploratório, pois será trabalhado um método diferente e eficaz de ensino que estimula a compreensão de um determinado problema. O objetivo é procurar padrões ou ideias de aulas lúdicas e criativas, com o intuito de englobar assuntos que estejam envolvidos no dia a dia e as disciplinas que estão dentro do contexto escolar.

Portanto, segue abaixo o modelo de um jogo educativo, que tem como tema a matemática em conjunto com a conscientização ambiental, jogo criado pelos próprios autores da pesquisa.

3.1. O JOGO

Será um tabuleiro humano (Figura 1), que dividirá a sala em quatro grupos, cada grupo corresponderá a uma determinada cor, que são elas: vermelho, azul, verde e amarelo, cada equipe será representada por um aluno, esse então se torna o pino do tabuleiro, que será identificado com um colete representando a cor de sua equipe (Figura 2). Terá uma trilha nesse tabuleiro, e essa trilha será dividida por casas, nelas haverão casas com perguntas envolvendo cálculos matemáticos com contexto dentro da conscientização ambiental.

No tabuleiro haverão 34 casas, dentre elas haverão pontos de interrogação, que representarão as perguntas que deverão ser feitas aos participantes que caírem nessas respectivas casas, e no decorrer do jogo também haverá ilustrações e prendas para os alunos pagarem, ao caírem nas casas que não contém a interrogação. Na caixa do jogo, conterá o tabuleiro, o dado, as cartas com as perguntas, os coletes, o manual do professor e o plano de aula (Figura 3, 4 e 5).

Para a confecção desse jogo, foi utilizado uma caixa de papelão de marmitex, que servirá de dado (Figura 6) e uma caixa organizadora de plástico que servirá de caixa do jogo. O tabuleiro confeccionado de TNT e EVA, os coletes de TNT e fichas para as perguntas e informações, de papel cartão (Figura 7).

Figura 1 – O Tabuleiro Humano

Fonte: A autora, 2018.

Figura 2 – Coletes e faixas que serão utilizados pelos jogadores

Fonte: A autora, 2018.

Figura 3 – Caixa do Jogo

Fonte: A autora, 2018.

Figura 4 – Caixa do jogo

Fonte: A autora, 2018.

Figura 5 – Caixa do jogo

Fonte: A autora, 2018.

Figura 6 – Dado do jogo

Fonte: A autora, 2018.

Figura 7 – Fichas com perguntas

Fonte: A autora, 2018.

AS REGRAS

Para cada pergunta o grupo terá 5 minutos para responder, sendo que se o representante do grupo responder errado será penalizado, essa penalização acarretará na volta de três casas, porém se responder corretamente continuará na mesma casa. As perguntas são feitas a cada participante, porém toda a sua equipe deverá ajudar, pois elas possuem diversos cálculos.

Haverá também nas fichas algumas informações referentes a conscientização ambiental que aumentará o nível de conhecimento dos alunos dentro do assunto abordado. Para tal, conterá bonificações ou desvantagens que ajudarão ou acarretarão no trajeto do jogo.

Os representantes das equipes deverão jogar em cima do tabuleiro descalço e obrigatoriamente usar o colete que corresponde a cor da sua equipe. Ganha aquele que chegar primeiro ao final.

4. CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL

Entende-se Conscientização Ambiental como o processo empregado para preservar o patrimônio ambiental e criar modelos de desenvolvimento, com soluções sustentáveis, onde o educando começa a obter conhecimentos acerca das questões ambientais, passa a ter uma nova visão sobre o meio ambiente, sendo um agente transformador em relação à conservação ambiental.

A educação ambiental deve ser um processo contínuo e permanente, iniciando em nível pré-escolar e estendendo-se por todas as etapas da educação formal ou informal. (GUIMARÃES, apud MEDEIROS, 2011, p. 2)

Deve ser trabalhada com toda sociedade e principalmente nas escolas, pois as crianças bem informadas se tornaram adultos mais preocupados com o meio ambiente, além do que vão ser transmissoras dos conhecimentos adquiridos ao longo de sua vida.

Falar em questões ambientais no cotidiano da sociedade é essencial em todos os níveis dos processos educativos e em especial nos anos iniciais da escolarização, já que é mais fácil conscientizar as crianças do que os adultos, despertando neles o cuidado com a prática de atividades que possam causar impacto ambiental, entre elas, a poluição do ar, dos rios, a degradação do solo, a pesca predatória, o desmatamento, o destino do lixo, entre outros.

A escola contribui para a formação de cidadãos conscientes comprometido com a vida, para isso, é importante que, mais do que informações e conceitos, o professor seja um instrumento de ação e a escola se disponha a trabalhar com atitudes mais práticas do que teóricas, ofertando a seus alunos os conteúdos ambientais de forma contextualizada com sua realidade.

Segundo a UNESCO (2005, p. 44), "educação ambiental é uma disciplina bem estabelecida que enfatiza a relação dos homens com o ambiente natural, as formas de conservá-lo, preservá-lo e de administrar seus recursos adequadamente". Entende-se então que preservando a natureza se pode conservara vida dos recursos naturais existentes, principalmente nas escolas onde tudo começa.

As crianças estão abertas para o novo, afim de fazer novas descobertas o que se torna mais difícil para os adultos, pois eles já têm suas próprias convicções, e a possibilidade de mudança é pequena, assim, cabe a todos os educadores ensinar e conscientizar os alunos que é fácil e necessário preservar a natureza, pois faz parte do mundo e se faz presente no cotidiano.

Trabalhar este tema no cotidiano escolar torna possível amenizar a preocupação quanto à preservação do meio ambiente, pois as crianças se preocupam com algo novo, elas aprendem na escola e colocam em prática. Com o objetivo de despertar o interesse do aluno, é fundamental trabalhar de forma lúdica. "A ênfase em atividades práticas, talvez seja, um reflexo da própria rotina atribulada das escolas: muitas aulas, muitos alunos, carência material e sobrecarga burocrática" como afirma (SEGURA, apud MEDEIROS p.9, 2011). O que faz com que muitas crianças não sintam interesse e prazer na aula.

Não é de hoje que se vive um momento conflituoso com o meio ambiente, e muitos sabem que é de grande importância para todos os seres vivos, daí a necessidade de trabalhar de forma lúdica com as crianças, como por exemplo, a reciclagem como um conjunto de técnicas desenvolvidas com o objetivo de aproveitar os restos acumulados pela humanidade.

Outro processo nas cidades que deve ser providenciado é a coleta seletiva, nesse processo é preciso separar o material inorgânico do orgânico, e armazená-los em recipientes de cores diferentes, processo esse que deve ser ensinado às crianças desde pequenas, para que separem o lixo em casa, pois sabe-se que tudo que a criança aprende de verdade ela coloca em prática onde quer que esteja.

Além disso, outra temática que deve ser colocada em prioridade no contexto escolar é a água, um bem necessário a sobrevivência de todos e que ao mesmo tempo é pouco cuidada pelo ser humano. Segundo Medeiros et al. (2013 p. 190) "Entender que não se trata apenas de consumir de forma consciente o recurso, trata de entender que a partir de um conjunto de ações pode-se diminuir o impacto causado pelo seu uso".

Mesmo estando em alerta a todo momento ela ainda continua sofrendo um descaso da população, que embora, ao observar que muito se tem discutido sobre o problema envolvendo o recurso, parece não ter ideia da importância do mesmo. Por isso a importância de se começar a conscientizar desde as séries iniciais.

Desde a primeira idade a criança é excluída do acesso a conteúdos e práticas que direcionem para a conscientização social, na formação de seres críticos e modificadores, aprendizagem de fatos, conceitos, atitudes, valores e desenvolvimento de competências.(OLIVEIRA; TONIOSSO 2014 p. 31)

Pode–se entender que se a educação ambiental for incluída desde os anos iniciais de educação de uma criança, poderá através da mesma, se formar futuramente ou até mesmo na sua infância, pessoas com mais criticidade e assim poderão entender melhor a natureza e cuidar para que o bem maior de todo o ser que vive na face da terra não se acabe.

5. DIFICULDADE NO ENSINO DA MATEMÁTICA

A matemática sempre foi vista como uma disciplina complexa, porém, pode haver várias contribuições para que essa dificuldade permaneça. Conforme Almeida (2006, p. 2), "as causas das dificuldades podem ser buscadas no aluno ou em fatores externos, em particular no modo de ensinar a matemática".

No refletir o modo em que se é ensinado a matemática, sabe-se que o aluno depende diretamente do professor, para que o mesmo fique focado nas matérias ensinadas. As aulas tradicionais são importantes, mas é necessário, que cada ida para a escola o aluno se surpreenda com a inovação das aulas que estão sendo ministradas, sentindo maior prazer pelo o que o professor ensina, buscando cada vez mais fontes de conhecimento para se ter uma compreensão plena.

O sistema educacional se divide em três etapas, que se classificam em ensino infantil, ensino fundamental e ensino médio, e existe para cada realidade escolar, maneiras de se obter melhores resultados.

5.1. ENSINO INFANTIL

Ao longo dos anos, a matemática vem passando por constantes mudanças, porém a escola não vem acompanhando as crescentes alterações que o mundo impõe, com isso o fracasso escolar matemático continua.

Para que essa realidade mude, há necessidade de mostrar aos alunos desde a educação infantil a importância da matemática. Nessa faixa etária, o ensino matemático se dá a partir do entusiasmo e da curiosidade da criança, e cresce dependendo do tipo de experiências e práticas desenvolvidas nas aulas.

De acordo com o PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) para a Educação Infantil:

Abordar essa matéria na educação infantil, de zero a três anos, proporciona oportunidades onde a criança amplifica a capacidade de estabelecer aproximações a algumas noções matemáticas presentes no seu cotidiano como contagem e relações espaciais. E as crianças de quatro a seis anos, uns dos objetivos é aprofundar e ampliar o trabalho feito nos anos anteriores, porém, garantindo que os mesmos sejam capazes de reconhecer e valorizar os números, as operações numéricas, as contagens orais e as noções espaciais como ferramentas necessárias no seu cotidiano.(1998, p. 215)

Vale ressaltar que crianças de quatro a seis anos fazem suas “atividades” por tentativas e erros, e por incrível que pareça, bruscamente falando, aproxima-se do que acontece com a linguagem escrita. Dehaene e colaboradores (2004 p. 219) indicam que os processos linguísticos são importantes no processamento simbólico e destacam o papel do domínio do significado e dos símbolos matemáticos — e, consequentemente, da instrução formal — na estruturação da compreensão da matemática pelos alunos.

Assim, considerando-se que os alunos da educação infantil vivem numa fase lúdica, onde brincar é um direito legitimo, as aulas de matemática precisam de integração com brincadeiras, jogos, problemas, histórias, e várias outras atividades que fazem parte do mundo infantil.

5.2. ENSINO FUNDAMENTAL

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) apontam que:

O papel da matemática no Ensino Fundamental está intimamente ligado ao desenvolvimento de capacidades intelectuais, na estruturação do pensamento, ao desenvolvimento do raciocínio lógico/dedutivo/matemático do aluno, à resolução de problemas que envolvam situações da vida cotidiana e do trabalho, além de apoiar na construção de conhecimentos em outras áreas do saber (BRASIL, 2001, apud BIEGER, p. 2)

É de fundamental importância numa reflexão sobre o ensino da matemática, o professor conhecer a história da vida de seus alunos e a vivência de aprendizagens fundamentais dos mesmos. Trazer o cotidiano para sala de aula faz com que o aluno adquira uma inteligência prática, onde permite reconhecer problema, buscar e selecionar informações, tomar decisões, desenvolvendo uma capacidade de lidar com a atividade matemática, potencializando a aprendizagem.

Desde que a matemática seja bem trabalhada e apresentada no ensino infantil, quebra grande parte do “tabu” carregado pelas crianças no ensino fundamental. Todo o conhecimento matemático precisa ser modificado e elaborado de forma que o mesmo seja ensinado e aprendido.

Precisa-se fazer menos trabalho individual, usar menos temas tradicionais do passado e fazer mais aplicações cotidianas e globalizadas, mais temas interessantes de hoje, buscando fazer avaliações do raciocínio, qualitativa e formativa. Pensando nessa perspectiva podemos recorrer à Palomar (2004, apud CBC – Ensino Fundamental – anos iniciais, 2010, p.72) que admite que cada vez mais que a resolução de problemas de maneira mecânica ou a memorização de processo deve ser deixada de lado.

É imprescindível nesse ensino que o professor tenha um papel de orientador, facilitador, incentivador e estimulador da aprendizagem, com objetivo de avaliá-lo sem classificação e/ou punição, porém, com o intuito de diagnosticar a aprendizagem do aluno.

5.3. ENSINO MÉDIO

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDBEN 9.394/96, modificada pela Lei 11.274 (BRASIL, 2006), posiciona o Ensino Médio como a etapa final da Educação Básica, com duração mínima de três anos, complementando o aprendizado iniciado no Ensino Fundamental.

Considerada importante, por sua vez, a matemática nessa etapa deve ser bem explorada e questionada.

A matemática somente será entendida, aprendida e dominada, pela maioria das pessoas, quando sua relação com ela estiver baseada, em primeiro lugar, no trabalho, ativo, participativo e significativo dos sujeitos atores do processo educativo.(Mora 2003, p. 49 apud OLIVEIRA p. 4)

É nessa etapa que os discentes decidem sua formação profissional, tendo também que passar por provas e vestibulares classificatórios. De acordo com os documentos oficiais, o principal objetivo nesse nível de ensino é a independência dos mesmos frente ao mercado de trabalho (BRASIL 1998 p. 90). Respeitando-se as características biopsicológicas, socioculturais e econômicas, visa-se a um processo educativo centrado nos sujeitos da aprendizagem.

Nessa perspectiva, de acordo com o PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) do ensino médio, as finalidades do ensino de Matemática no nível médio indicam como objetivos levar o aluno a:

• Compreender os conceitos, procedimentos e estratégias matemáticas que permitam a ele desenvolver estudos posteriores e adquirir uma formação científica geral;

• Aplicar seus conhecimentos matemáticos a situações diversas, utilizando-os na interpretação da ciência, na atividade tecnológica e nas atividades cotidianas;

• Desenvolver as capacidades de raciocínio e resolução de problemas, de comunicação, bem como o espírito crítico e criativo;

• Estabelecer conexões entre diferentes temas matemáticos e entre esses temas e o conhecimento de outras áreas do currículo;

• Promover a realização pessoal mediante o sentimento de segurança em relação às suas capacidades matemáticas, o desenvolvimento de atitudes de autonomia e cooperação. (1998, p.42)

Neste último nível de escolaridade os alunos começam a ser preparados para o mercado de trabalho, sendo assim esses itens destacados acima se tornam uma porta de entrada para esse novo mundo, que a partir do término dessa etapa os ajudarão a se tornarem cidadãos críticos capazes de estabelecer metas, portanto os ajudando a se tornarem autênticos no que fazem.

Esses 3 níveis da educação básica relatados acima, são importantes para o desenvolvimento intelectual de crianças, adolescentes e jovens. E para que esse desenvolvimento seja completo:

O espaço físico escolar é muito importante para os alunos visto que eles passam parte de sua vida presente neste ambiente e não apenas para serem educados, mas também para aprenderem a se socializar com as demais pessoas ao seu redor. (SILVA, et al, 2014 p. 9)

Entende-se que o espaço escolar tem grande importância para que os alunos aprendam e também se agradem do ambiente escolar, pois ninguém gosta de lugares desorganizados, ou sujos, por vezes apertados, sem uma boa circulação de ar entre outros.

Mas não só o espaço é necessário, um outro ponto importante para um melhor ensino na educação básica seria o profissional capacitadoe que, principalmente, goste do que faz, para Ribeiro (2014, p. 1) quando se tem uma equipe qualificada, muito bem preparada para desafios dentro de sala é fundamental para melhorar a relação de ensino-aprendizagem.

Então para um ensino com excelência, é necessário, todos os itens citados acima mas também interesse dos alunos, já que, em se falando de matemática, o que para os alunos significa o terror entre todas as outras matérias e também a desvalorização da mesma

O estudante “acha” que a única finalidade do conhecimento matemático é para efetuar a realização de uma prova e consequentemente deixa de perceber as aplicações da matemática no seu dia-a-dia. (RODRIGUES, 2004 p. 1).

O intuito do ensino da matemática é enfatizar que, tudo o que estar ao redor das pessoas se envolve números, e que ela é tão importante quanto o pão de cada dia. Precisa-se motivar os alunos e aguçar a curiosidade, tendo esses princípios como base o ensino-aprendizagem flui de forma positiva e eficiente.

6. O JOGO COMO FERRAMENTA PARA A APRENDIZAGEM

O jogo ou a brincadeira é de extrema importância na vida escolar de uma criança, como também na sua vida rotineira, pois como diz (SEDANO; PAGANI, 2010, p. 2) "é brincando que se aprende", e pensando em brincadeiras, a escola no entendimento do aluno, começa a ser um lugar de experiências novas e boas e não se torna um fardo pesado para ela.

Essa ferramenta de ensino-aprendizagem, consiste no desenvolvimento e absorção do conhecimento para os alunos, pois “brincando”, o estudante aprende, absorve e pode levar aquilo que aprendeu para o resto de sua vida. (SOUZA, 2013, p. 40) afirma que, "jogar ajuda a criança no seu desenvolvimento como um todo, reduz sua agressividade e auxilia na sua inserção à sociedade, bem como na construção de seu conhecimento". Assim, com as brincadeiras educativas em sala de aula, os alunos interagem entre si, logo estão sendo preparados para a vida em sociedade.

Através dessa dinâmica também podem ser envolvidas várias disciplinas ao mesmo tempo em um mesmo jogo, e englobando assuntos que estão em destaque em um certo período, e também assuntos do cotidiano e as matérias que estão sendo estudadas por eles. O jogo então se torna um facilitador, pois para Maranhão (2004, apud CANDIDO 2007) é uma atividade dinâmica capaz de transformar-se no contexto. Sendo assim, aluno fica ciente do que está acontecendo no mundo, no seu estado ou na sua cidade, com essas atividades lúdicas.

O próprio professor pode criar o jogo, basta apenas ter força de vontade e criatividade para construir uma aula diferente. E o primeiro passo para se criar é sempre ter em mente a fase em que a criança se encontra para poder selecionar as atividades e jogos que irão ser propostos (ARAÚJO; PEREIRA; BARBOZA,2011). Estabelecer temas que sejam por vezes discutidos, e ter por finalidade uma resolução desse problema.

A matemática é uma excelente disciplina para ser refletida junto com outros assuntos. Vertuan (2010, p.3), afirma que "ao discutir situações da realidade e verificar a aplicabilidade da matemática em diferentes contextos, os alunos podem entender melhor a realidade que os cerca, procurando meios para agir sobre ela e transformá-la". Então essa disciplina se torna muito importante para a preservação dos recursos hídricos, assim motivando a conscientização, e diminuindo o desperdício de água. Dois temas, que juntos se pode trabalhar de forma lúdica em sala de aula, e o aluno aprende brincando, sem perceber que está na verdade absorvendo conhecimento.

7. A FERRAMENTA DE SENSIBILIZAÇÃO

A sensibilização ambiental ganha um papel de destaque, quando se torna uma ferramenta essencial para se atingir uma mudança conjunta de atitudes em relação à proteção do meio ambiente, mudança essa que a população depois de sensibilizada passa a conhecer maneiras e atitudes corretas para com o ambiente.

Ao refletir sobre uma perspectiva de sensibilização ambiental, Rangel e Miranda (2016, apud RIBEIRO, 1998, p.4) "evidencia que antes de conscientizar é preciso sensibilizar os indivíduos, além disso, as estratégias inerentes aos contextos das propostas do lúdico podem representar um diferencial para esta perspectiva". Sendo assim, a escola vem atuar como um importante agente de sensibilização através de atividades lúdicas que interesse ao aluno no intuito de uma aprendizagem significativa.

Se pensa muitas vezes que sensibilização ambiental é a mesma coisa que educação ambiental, porém tem-se que ter em mente que a sensibilização por si só não condicionará mudanças posteriores se não houver também uma preparação de ações lúdicas e educativas do professor para trabalhar com seus alunos em sala de aula. Segundo Rufino (2014, apud PIAGET,1976, p.13)"deverá ser sempre através do lúdico a maneira viável de a criança assimilar, transformar o meio para que este se adapte às suas necessidades".

A utilização dos jogos educativos como estratégia para o ensino vem sendo considerado um instrumento capaz de contribuir para a construção do conhecimento e da educação, de forma a aperfeiçoar a criatividade dos envolvidos, propiciando um prazer pela busca de sensibilidade e aprendizagem.

Para (SANTOS, 1999, p.6 apud FREITAS, 2017, p. 6):

O lúdico é uma maneira que o indivíduo tem de expressar-se e integrar-se ao ambiente que o cerca, sensibilizar de forma lúdica implica também em trabalhar o contexto ambiental e cultural como um processo de construção do conhecimento crítico dos recursos naturais disponíveis, através de uma perspectiva pedagógica inovadora que rompa esse modelo tradicional de ensino em sala de aula.

Embora a sensibilização parta de cada um, deve-se lembrar também que os jogos têm o caráter de favorecer a participação, a construção e a troca coletiva de conhecimentos através de debates e práticas que integram o caráter ambiental e cultural, sensibilizando e conscientizando a teoria na ação prática do homem para a transformação da natureza.

Como afirma (TELLES apud, MARQUES et al, 2011. p, 3) o jogo apresenta-se como uma ferramenta de avaliação a ser utilizada nos projetos de educação ambiental, estando-se ligado à forma de sensibilizar para aquisição de conhecimento e de aprendizagem, seguindo uma linha pedagógica o jogo se torna um grande aliado na aprendizagem dos alunos.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento do estudo foi realizado com direcionamento aos professores, uma vez que, preocupados com os assuntos existentes com relação a água e em proporcionar uma aula lúdica saindo um pouco do tradicional. Pensando-se também nos alunos, que sem dúvida constituirão o futuro o planeta, pois entende-se que no início da sua vida escolar, passando por uma boa sensibilização, fará toda a diferença.

Pensou-se em uma forma de aplicar a interdisciplinaridade com o intuito de levar os alunos a terem uma concepção da importância da matemática juntamente com a conscientização. Visando a matemática como uma disciplina muito importante, pois tudo o que se faz ou se vê no cotidiano envolve um pouco da mesma, e a conscientização/preservação do meio em que se vive, tendo uma perspectiva de que se não cuidar poderá faltar.

Quanto aos temas que envolvam a educação ambiental, devem ser abordados inicialmente problemas de menor proporção, de forma que os alunos entendam uma ação ambiental mais fácil e a partir dela adquiram conhecimentos suficientes para a compreensão de temas cotidianos, complexos e de estrutura global. Por isso é importante que o professor inicie o processo educacional a partir dos problemas atuais.

Através dos autores pesquisados, notou-se que, trabalhar na junção da matemática e a conscientização ambiental de forma lúdica, implica num melhor entendimento e sensibilização por parte dos alunos. Realizando-se assim, uma conscientização na utilização dos recursos hídricos.

Incentivos aos professores, também é uma outra forma muito importante de se melhorar as aulas de matemática, não na remuneração mas sim na forma de alavancar as aulas, assim saindo um pouco do tradicional, com aulas inovadoras e que venham com o principal objetivo de aguçar nos alunos o interesse e principalmente a curiosidade de cada um deles.

O processo de construção do jogo implica numa forma diferente e lúdica de se trabalhar com os alunos, buscando um maior envolvimento e interesse em aprender, aprendizagem essa que se deve dar de forma significativa, implicando em uma consciência plena e duradoura.

9. REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Cínthia Soares de. Dificuldades de aprendizagem em Matemática e a percepção dos professores em relação a fatores associados ao insucesso nesta área. Brasília, 2006.

ARAÚJO, Manuela Barreto de, PEREIRA, Jacemile da Silva BARBOZA, Jamile da Hora. O JOGO COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM: UMA PROPOSTA DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA (RE) CONSTRUINDO /INTERVENÇÕES DOCENTES PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE. Jornada Pedagógica dos Professores do município de Contendas do Sincorá- BA, 2011.

BRASIL. Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA).Lei nº 9795, de 27 de abril de 1999 que dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Brasília, 27 de abril de 1999; 178o da Independência e 111o da República. Capítulo I da Educação Ambiental do art.2º).

______. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN's). Parte III: Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias.Brasília: Ministério da Educação/

Secretaria de Educação Fundamental. 58p.

______. Lei Nº 11.741, de 16 de julho de 2008. Altera dispositivos da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para 47 redimensionar, institucionalizar e integrar as ações da educação profissional técnica de nível médio, da educação de jovens e adultos e da educação profissional e tecnológica.

CANDIDO, Francisca Francineide e FERREIRA, Simorelda Alves. Recanto das Letras, O JOGO COMO INSTRUMENTOFACILITADOR DE APRENDIZAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA. Fortaleza, 2007.

DEHAENE S. et al. Arithmeticandthebrain. CurrOpinNeurobiol, n. 14, p. 218-224, 2004.

DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: princípios e práticas. 9.ed. São Paulo: Gaia, 2004.

Espirito Santo. Secretária da Educação. Currículo Básico Escola Estadual. Ensino Médio: área de Ciências da Natureza/Secretária da Educação. Vitória: SEDU, 2009.v.02. p.128.

FREITAS, Eliana Sermidi de e SALVI,RosanaFigueiredo.A LUDICIDADE E A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA VOLTADA PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA. p. 6/23.

MARQUES, Rebeca Almeida et al. Revista Educação Ambiental em Ação. ATIVIDADES LÙDICAS EM PROJETO DE EDUCAÇÂO AMBIENTAL - EXPERIÊNCIA NA ESCOLA NOVA. Nº 34, ano IX, Dezembro/2010-Fevereiro/2011.

MEDEIROS, A. B. et al. Revista Faculdade Montes Belos: A Importância da educação ambiental na escola nas séries iniciais. v. 4, n. 1, p. 2, set. 2011.

MEDEIROS, Jonas de. et al. A Gestão de Recursos Hídricos - A Água: UmEstudo Em EscolasdaRegiãodoValeDoItapocu. Nov. 2013.

MORENO, M. Los Temas Transversales: una enseñanza mirando haciadelante. In: BUSQUETS et all. TemasTransversales. Madri: Santillana/Aula XXI, 1993

NUNES,Francine Luiza Poltronierie. SARACENI, Gisely Cristiane Mandeli Gomes. O Lúdico no Aprendizado da Matemática na Educação Infantil.2013. 55 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Pedagogia). UNISALESIANO Centro Universitário Salesiano Auxilium, São Paulo, 2013.

O PROBLEMA NÃO É SÓ A FALTA DE CHUVA. São Paulo: Nº Edição 497. 17/04/2014.

OLIVEIRA, Claudionor Araújo de e BAYER Arno. O ENSINO-APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA NO ENSINO MÉDIO COM APLICAÇÕES MATEMÁTICAS NO COTIDIANO. p. 4/11.

OLIVEIRA, Gabriele Caroline dos Santos de e TONIOSSO, José Pedro. Educação Ambiental: Práticas Pedagógicas na Educação Infantil. Cadernos de Educação: Ensino e Sociedade, Bebedouro-SP, 1(1): 30-43, 2014

RANGEL, Thayanne Ribeiro e MIRANDA, Antonio Carlos de. Atividade Lúdica como Inserção da Educação Ambiental no Ensino Fundamental. Revista Educação Ambiental em Ação, nº 55, Ano XIV, março-maio/2016

RESENDE, Giovane; MESQUITA, Maria da Glória B. F. Educ. Matem. Pesq., São Paulo, v.15, n.1, 2013,p.199-222.

RIBEIRO, Priscila Maria Bonini. A Importância da Capacitação de Educadores, União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, São Paulo, agosto/setembro de 2014. Disponível em: <http://www.undime-sp.org.br/wp-content/uploads/2014/10/Informativo_Undime_SP_ago_set2014.pdf> . Acesso em 15 de outubro de 2018.

RODRIGUES, Luciano Lima. A Matemática Ensinada na Escola e sua Relação com o Cotidiano. Distrito Federal, 2005.

RUFINO, Terezinha Clemente da Silva. O lúdico na sala de aula em séries iniciais do ensino fundamental. Guarabira. Paraíba, 2014. p.13.

SEDANO, L.; PAGANI, T. Instituto Te-Arte de educação infantil: missão e fundamentos. São Paulo, 2010. No prelo.

SILVA, Adimilson Machado da. Jogos e Brincadeiras: Ferramentas Indispensáveis ao processo de EnsinoAprendizagem. p.2.

SILVA, Francisco Marcos da, et al. A Importância da Estrutura e Funcionamento da Educação Básica, Rio Grande do Norte, 2014.

SILVA, Raimundo Thiago Lima; CARVALHO Maria Bruna Martins e ALVES José Darlon Nascimento. Educação Ambiental para o não Desperdício de Água. Revista Educação Ambiental em Ação, nº 41, Ano XI, setembro-novembro/2012.

SOUZA, Eloá Franco. Alfabetização e o Lúdico: A Importância dos Jogos na Educação Fundamental. São Paulo: Lins, 2013. P.50.

UNESCO. Década das Nações Unidas da Educação para um Desenvolvimento Sustentável, 2005-2014: documento final do esquema internacional de implementação. – Brasília: UNESCO, 2005. 120p.

VERTUAN, Rodolfo Eduardo. Modelagem Matemática: perspectivas interdisciplinares para o ensino e a aprendizagem de matemática. IV EPMEM – Encontro Paranaense de Modelagem em Educação Matemática. Maringá. Paraná, 11 a 13 de Novembro de 2010.M  


Publicado por: Rayane Benevides Siqueira Marinho

icone de alerta

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Monografias. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.