A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO SUPERIOR

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1. RESUMO

Este trabalho demonstra a importância do estudo da Língua Portuguesa no desenvolvimento das habilidades sociais e cognitivas (orais e escritas) dos indivíduos, considerando que é por meio dela que a interação e comunicação entre os integrantes de uma comunidade acontecem. É no estudo da Língua Portuguesa que encontramos a leitura e a gramática que priorize aos discentes o desenvolvimento das habilidades básicas referentes à mesma, que são a base para as suas construções futuras, sendo necessário que o professor possua um rico arcabouço teórico-metodológico em relação ao ensino de tal disciplina, para que sua prática pedagógica promova o planejamento de atividades nas quais o alunado possa testar suas hipóteses e estratégias, encorajando-os a interagirem, partilharem ideias e debaterem suas conclusões. As alusões dadas à disciplina de Língua Portuguesa, vista como algo difícil e chato, são consequências de uma formação acadêmica, cujos alunos que emergiram e emergem das licenciaturas, sai, em sua maioria, bem pouco preparados para exercer a docência, tanto no enfrentamento dos desafios presentes em sala de aula, quanto nos trabalhados com conteúdos específicos e as metodologias empregadas em sua prática pedagógica. E, para desenvolver os conteúdos, o estudo e a reflexão do professor quanto a função que está exercendo ou irá exercer, sugere-se organizar, uma formação em serviço com encontros periódicos semanais durante um semestre, utilizando recursos humanos e materiais, para sensibilizá-lo quanto à importância do aprofundamento no estudo sobre as concepções de Didática, mesmo após a formação no curso superior de Letras, e como ela se faz presente no ensino de Língua Portuguesa no ensino fundamental, levando-se em consideração a postura profissional do professor e a concepção de aluno que o mesmo vislumbra.

Palavras-chave: Língua portuguesa; ensino superior; professor.

ABSTRACT

This work demonstrates the importance of studying the Portuguese language in the development of social and cognitive skills (oral and written) of individuals, considering that it is through it that the interaction and communication between the members of a community takes place. It is in the study of the Portuguese language that we find reading and grammar that prioritize students' development of basic skills related to it, which are the basis for their future constructions, being necessary that the teacher has a rich theoretical-methodological framework in relation to to the teaching of such discipline, so that its pedagogical practice promotes the planning of activities in which students can test their hypotheses and strategies, encouraging them to interact, share ideas and debate their conclusions. The allusions given to the discipline of Portuguese Language, seen as something difficult and boring, are consequences of an academic formation, whose students who emerged and emerge from the degrees, leave, for the most part, very poorly prepared to practice teaching, both in facing the challenges present in the classroom, as well as in those worked with specific contents and the methodologies used in their pedagogical practice. And, in order to develop the contents, the study and the teacher's reflection on the role he is performing or will perform, it is suggested to organize an in-service training with periodic weekly meetings during a semester, using human and material resources, to sensitize the teacher. lo about the importance of deepening the study on the conceptions of Didactics, even after training in the higher course of Letters, and how it is present in the teaching of Portuguese Language in elementary school, taking into account the professional posture of the teacher and the conception of the student that he envisions.

Keywords: Portuguese language; University education; teacher.

2. INTRODUÇÃO

Os críticos debatem as motivações ideológicas que impulsionaram o estabelecimento de metas para o ensino de línguas em vários momentos históricos. No entanto, questões de natureza essencialmente empírica continuam a povoar o nosso imaginário de como seria ensinar português hoje.

Dessa forma, observa-se que a língua portuguesa é considerada a base para a formação de todos os acadêmicos, independentemente de sua especialidade. Essencialmente, esta disciplina é muito trabalhada, pois desenvolve habilidades essenciais, como a escrita e leitura, o que contribui para o seu desempenho profissional.

Também é preciso pensar uma política de ensino de línguas que pressuponha uma concepção clara do modo de ser do objeto estudado, ou seja, que reconheça a língua em toda a sua diversidade. Essa heterogeneidade e complexidade da linguagem estão relacionadas à ideia de o homem como ser social articulado em uma estrutura social igualmente complexa, ligada a fatores ideológicos, políticos, econômicos e culturais.

Com base nessas constatações, o presente estudo tem o direito de criar uma base na formação dos alunos, mostrar as dificuldades dos cientistas em aprender essa disciplina, mostrar alternativas para verificar seu desempenho e contribuir para a ampliação das reflexões sobre a política de ensino de línguas nos cursos superiores e sua implementação na prática escolar.

3. A LINGUAGEM

Compreender as formas de educação também significa entender que tipo de país é almejado e que tipo de país as elites dominantes forjaram. A priori, a educação é um aspecto da vida (ANDRADE; TORRES-FILHO, 2018).

A educação continua sendo prioridade no discurso de toda a classe política, embora na prática haja uma progressiva deterioração de um dos mais importantes serviços básicos do Estado. Tal abordagem é adequada dada a importância da escola como local de luta política (ANDRADE; TORRES-FILHO, 2018).

A educação tem um valor essencial na vida humana e não é apenas enfatizada como um direito de todos, mas também vista como um requisito essencial numa sociedade tão exigente e em constante mudança como a de hoje. Nesse contexto, as pessoas devem ter uma boa qualificação profissional, o que exige o desenvolvimento de habilidades comunicativas com foco na língua portuguesa (ANDRADE, 2007).

A língua portuguesa, este rico patrimônio do nosso povo, constituído pela literatura oral tradicional, perpetua-se e renova-se. Reconhecida pela sua identidade cultural, serve como veículo de manifestações culturais cuja diversidade e riqueza são indissociáveis ​​dos percursos históricos dos diferentes povos que falam a língua portuguesa (ANDRADE, 2007).

Quando se trata do problema da periodicidade, exprime-se da seguinte forma: é possível identificar períodos da história da língua portuguesa desde o século XIV até aos dias de hoje que lhe permitam explicar satisfatoriamente a sua evolução? A resposta não é fácil. Alguns estudiosos distinguem dois períodos principais no desenvolvimento da língua portuguesa: o arcaico, que remonta a Camões (século XVI), e o moderno, que começa com ele. Outros baseiam sua periodização em divisões tradicionais da história - Medieval, Renascentista, Moderna - ou em escolas literárias, ou simplesmente em séculos... É um problema realmente muito complexo. Vamos nos contentar em isolar vários eixos do desenvolvimento histórico que permitem classificar, esclarecer e compreender melhor os fenômenos linguísticos (BRASIL, 2006).

Na tentativa de aprofundar essa questão e tentar estabelecer certa ordem dos fenômenos listados, consideramos propor uma nova periodização nas fases históricas da língua portuguesa. Informação que nos dá, de forma muito precisa, uma ideia do estado da língua em vários dos seus momentos históricos (BRASIL, 2006).

Há vários anos, as diferentes concepções do termo língua/língua têm sido foco de diversas análises e, assim, tornaram-se objeto de pesquisa. Por exemplo, a relação entre língua e cultura ainda é objeto de debate controverso, pois alguns linguistas ora veem a língua como causa e ora como efeito da cultura. Este embate estimula e promove certa aproximação dos diferentes conceitos de língua e, sobretudo, das diferentes influências que estes tiveram no ensino da língua materna na escola (BRASIL, 2006).

O fato de a linguagem afetar o comportamento humano e, portanto, o desenvolvimento da cultura, pois leva em conta que ela é produto do pensamento e da ação humana e que a linguagem influencia o produto do pensamento por meio da educação social. A linguagem não é apenas um dos elementos, mas também um dos cocriadores da cultura (CARDOSO, 1996).

A linguagem, por outro lado, é um sistema mais complexo que inclui tanto o verbal quanto o não verbal. A linguagem é uma parte essencial da linguagem e ao mesmo tempo um produto social da faculdade da linguagem. Um conjunto de convenções necessárias adotadas pelo corpo social (CARDOSO, 1996).

O processo de ensino/aprendizagem da língua materna, no nosso caso a língua portuguesa, tem sido um tema muito discutido nas últimas décadas por educadores que lutam com os seus objetivos, os diferentes comportamentos possíveis que o professor pode seguir na sala de aula – em diferentes ideias de linguagem (FREIRE, 1983).

Hoje, no contexto histórico, político-social em que vivemos no início do século XXI, embora percebamos que cada conceito de linguagem surgiu em um momento histórico específico para atender às necessidades de cada época, ainda temos professores, compreendem a linguagem como uma expressão de pensamento ou como um meio de comunicação (FREIRE, 1983).

A concepção de linguagem como expressão do pensamento é um princípio carregado pela tradição gramatical grega que permeou o latim, a Idade Média e a modernidade, só sendo efetivamente quebrado teoricamente no início do século XX. Este autor defende que a expressão é produzida na mente dos indivíduos. E a capacidade do homem de organizar a lógica do pensamento dependerá de sua exteriorização (do pensamento) por meio de uma linguagem articulada e organizada. A linguagem é assim considerada como a tradução do pensamento (FREIRE, 1983).

A concepção subjacente à linguística tradicional baseia-se na hipótese de que a natureza da linguagem é racional porque entende que as pessoas pensam de acordo com regras universais (FREIRE, 1983).

O primeiro objetivo que pode ser perseguido com as aulas de português é o desenvolvimento da competência comunicativa dos usuários da língua. Esses usuários são aqueles que interpretam a linguagem: ouvintes e leitores, e aqueles que produzem a linguagem: falantes e escritores. A competência comunicativa é a capacidade de adaptar a linguagem a diferentes situações de comunicação. Tal competência implica em duas outras: gramatical, também chamada linguística, e textual (FREIRE, 2003).

Estamos cientes de que se o professor perseguir os dois primeiros objetivos mencionados, é possível trabalhar a sua integração, mas o professor que visa apenas o primeiro objetivo pode ficar do lado de ensinar a variante padrão, uma prática política, equivocada e inaceitável (FREIRE, 2003).

Durante séculos, acreditou-se que ensinar português significava simplesmente que os alunos tinham que memorizar uma lista de regras gramaticais normativas. Aulas de gramática e regras de ortografia, por exemplo, eram ensinadas ao aluno desvinculado da realidade cotidiana do uso da língua. A linguagem era usada como expressão do pensamento (HYPOLITO et al, 2001).

Para essa concepção, a pronúncia é um ato monológico, pois a expressão é construída na mente e, portanto, a forma como o texto é construído não depende em nada do contexto em que está inserido. A linguagem é concebida como um sistema simples de normas, acabado, fechado, abstrato e sem intervenção social (HYPOLITO et al, 2001).

No contexto histórico do governo militar no Brasil, o ensino da língua portuguesa não era mais entendido como expressão de ideias e, então, determinado pela teoria da comunicação, mas a língua era percebida como instrumento de comunicação (HOFFMAN, 2002).

A linguagem como processo de interação humana compreende a linguagem como um processo de interação em um determinado contexto sócio-histórico e ideológico em que o indivíduo realiza ações por meio da linguagem, age e afeta o interlocutor. Pois a linguagem é uma atividade constitutiva, uma forma de compreender os sentidos, as relações e o mundo, uma atividade que se dá por meio da interação comunicativa mediada pela produção de efeitos de sentido entre interlocutores (HOFFMAN, 2002).

4. LINGUA PORTUGUESA E O ENSINO SUPERIOR

Pesquisas recentes mostram que alunos ingressantes têm sérias dificuldades em produzir gêneros tipicamente oriundos da academia, e essas dificuldades são mais pronunciadas entre alunos de instituições privadas - geralmente de classes sociais desfavorecidas que, até recentemente, não tinham acesso ao ensino superior. Desta forma é necessário ter em conta as competências de literacia já desenvolvidas nas séries anteriores de forma a saber qual é o estado de literacia dos alunos (HOFFMAN, 2002).

Defende que ver a comunidade acadêmica como monolítica e imutável ajuda a formar reproduções de discursos legítimos na academia e dificulta avançar na resolução de problemas graves como formar cidadãos prontos para atuar efetivamente na sociedade atual (KRAMER, 1994).

O modelo de socialização acadêmica pressupõe que o professor é responsável por introduzir os alunos na cultura universitária com o objetivo de que eles adquiram as práticas de escrita valorizadas nas disciplinas e disciplinas universitárias. Esse modelo parte da noção de que os gêneros do discurso acadêmico são relativamente homogêneos e que, portanto, uma vez que o aluno tenha aprendido as convenções que regulam esses gêneros, ele poderá se engajar nas práticas literárias que permeiam aquela entidade (KRAMER, 1994).

Nesse contexto, surge a figura do profissional da área de letras, que atua nos primeiros semestres da licenciatura em diversos cursos diferentes de sua área de conhecimento. Sua presença nesses cursos destaca-se como salvadora da pátria ao possibilitar aos alunos o uso da língua com variante formal. sua formação enfraquecida; e o professor de português deve guardar esse conhecimento (KRAMER, 1989).

É fato que a língua portuguesa tem um nível de complexidade significativo, mas é importante lembrar que quem dá vida à língua são seus próprios falantes e que, uma vez adquirida à experiência em língua oral, todos os Indivíduos são capazes de aprender sua estrutura gramatical (KRAMER, 1989).

5. POSTURA PROFISSIONAL DO PROFESSOR

Também é importante lembrar que não basta que alguns estudiosos realizem pesquisas, desenvolvam novas teorias de ensino e publiquem seus conhecimentos quando especialistas em educação – neste caso, professores de português – não estão dispostos a revisar sua prática em sala de aula (MARQUES, 2000).

Disto podemos concluir que é o empenho e responsabilidade dos nossos educadores que dá um novo rumo ao ensino da língua materna e atende melhor às expectativas e necessidades dos educandos. Os professores às vezes são mal preparados ou treinados em uma escola tradicionalista e despreparados para os desafios apresentados por projetos e experiências iniciados pelo governo (MARQUES, 2000).

No ensino superior há turmas completamente heterogêneas e o conhecimento de que os textos mais exigidos para a graduação são resumos, resenhas, notas e artigos científicos, cuja leitura para esses textos antecede qualquer outra tarefa, onde sua compreensão holística é uma ferramenta necessária para que o trabalho de produção de texto seja bem executado (MURRAY, 1995).

O conhecimento de toda a humanidade está arquivado em forma de linguagem e que para desvendá-lo é preciso ser um leitor habilidoso. No entanto, essa tarefa não cabe apenas ao professor de português, pois outras áreas do conhecimento também trabalham com textos (MURRAY, 1995).

Por isso, professores de outras áreas são igualmente responsáveis ​​pela leitura proficiente e produção significativa de textos, mas atribuem essa habilidade apenas ao Profissional de Letras, como se fosse culpa deles que os acadêmicos não soubessem ler e escrever corretamente na graduação (RAMOS; VALÉRIO, 2019). Conquanto sabe-se que existem outros fatores, os quais influenciam e interferem na real aprendizagem da língua portuguesa que vai além de competências didáticas por parte dos docentes.

Com base num modelo de globalização econômica, desencadeado por volta de 1990, a maioria dos países latino-americanos adotou políticas educacionais baseadas em definições neoliberais e seguindo a orientação do Banco Mundial e de organizações de promoção do crescimento social. No Brasil, essa prática culminou no governo de Fernando Henrique Cardoso, com sua política de abertura e privatização (RAMOS; VALÉRIO, 2019).

Essas instruções foram retomadas por cada país, reorientadas e adaptadas, criando o discurso pedagógico de cada indivíduo. Vale lembrar que essas diretrizes incluíam produtividade e que a cada índice alcançado, o investimento aumentava (RIBEIRO, 1999).

A lei 9.394/96 das Diretrizes e Bases da Educação, que propõe novos princípios educacionais para a educação básica, traduzidos em níveis de exigência, mostra essa influência por meio de avaliações nacionais para todos os níveis de ensino. O SAEB - Sistema de Avaliação da Educação Básica, o ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio medem a adequação do sistema de ensino às novas diretrizes, sempre visando preparar os alunos para o mercado de carreira (RIBEIRO, 1999).

O Estado brasileiro, historicamente ligado aos interesses do setor privado, propõe o enxugamento do aparelho estatal e a privatização de bens e serviços, incluindo a educação (RIBEIRO, 1999).

O ensino da língua portuguesa passou por uma série de mudanças ao longo dos anos. Alguns são movidos pela própria evolução, onde palavras são acrescentadas ao léxico e outros são esquecidos e se tornam arcaísmos sob a influência de gírias, jargões, outras línguas e neologismos. Outras foram introduzidas por órgãos oficiais e seguiram tendências linguísticas, como a reforma de 1971 que acabou com uma série de distorções já arraigadas no vernáculo dos povos (SAVIANI, 2009).

A linguagem falada é inerentemente coloquial e dinâmica, ao contrário da escrita, que exige atenção e aderência às regras gramaticais (SAVIANI, 2009).

Geralmente as pessoas sofrem muito quando têm que colocar suas ideias no papel e esse sofrimento vem desde o ensino fundamental, como mostrado anteriormente, até o ensino médio e irrompe no ensino superior, criando a causa e o efeito da crise, na qual é localizado. Comunicação escrita: a má qualidade do ensino de técnicas de produção de texto nas escolas e, posteriormente, a completa perda de prestígio da linguagem escrita como meio eficiente de comunicação (SILVA, 2001).

Essa atitude criou um universitário que mal sabe escrever e, pior, que pode passar quatro, cinco e até seis anos na universidade sem saber formar sintaticamente uma frase ou não saber pontuar uma frase corretamente para evitar distorções ou ambiguidades (SILVA, 2001).

A sociedade exige cada vez mais um perfil profissional completo, seja médico, advogado, jornalista, professor, engenheiro, arquiteto, etc. Escrever significa comunicar e todos sabem que nas empresas e instituições se comunica muito mais por escrito do que verbalmente. Muitos processos de seleção de candidatos, promoção interna, desempate são realizados por meio da produção de textos. Aquele que melhor aplicar as regras do idioma padrão se destacará e será escolhido à medida que for repassado ao avaliador para ser mais bem preparado (WAJSKOP, 1995).

Vale lembrar que coesão é o encadeamento de ideias dentro e fora dos parágrafos, bem  como a capacidade do aluno de organizar o que está pensando. Coerência é a correta aplicação da gramática normativa no texto, ou seja, a correta aplicação das regras de acentuação e pontuação, convenções e regras verbais e nominais, formação de frases, etc (WAJSKOP, 1995).

A LDBEN - Lei de Políticas e Fundações da Educação Nacional e o PNE - Plano Nacional de Educação, com os vetos dos presidentes sobre o financiamento, mostram os verdadeiros objetivos da política de privatização do ensino superior: desestimular a produção acadêmica de qualidade em detrimento das diretrizes de agências externas de desenvolvimento, incluindo o Banco Mundial (SIMONETTI, 2007).

Para atuar a nível nacional e internacional, em novembro de 2005, a COLIP - Comissão para a Definição do Ensino-Aprendizagem e Promoção da Língua Portuguesa, que integra a Secretaria do Ensino Superior do Ministério da Educação e é composta por 18 membros, incluindo um representante do Ministério das Relações Exteriores e um representante do Ministério da Cultura (SIMONETTI, 2007).

Os principais objetivos da COLIP são realizar ações culturais que promovam a identidade e representação do Brasil linguístico, apresentar propostas para a promoção nacional e internacional do Brasil por meio de políticas governamentais, simultaneamente entre os dois ministérios e estruturar o projeto e o Instituto Machado de Assis (SILVA, 2001).

Além disso, a COLIP é a Comissão Nacional do Brasil no IILP - Instituto Internacional da Língua Portuguesa, entidade filiada à CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. O IILP foi lançada em 1999, durante a VI Reunião Ordinária do Conselho de Ministros dos Países de Língua Portuguesa e tem como objetivos básicos a promoção, defesa, enriquecimento e divulgação da língua portuguesa como veículo de cultura, educação, informação e acesso ao conhecimento científico, tecnológico e oficial em países internacionais fóruns (SILVA, 2001).

Ainda no ensino médio o aluno aprende quais são os períodos compostos de coordenação e obediência. No entanto, nenhuma menção é feita ao valor semântico das conjunções ou sua finalidade. Ele conhece as nomenclaturas: conjunção integral, conjunção aditiva, adversativa etc. E só. As regras de pontuação e acentuação são ensinadas, bem como as regras de concordância e regência, o que não significa que o aluno saiba ou se lembre de como aplicá-las em um texto simples (SILVA, 2001).

O aluno pensa que uma dissertação não está terminada até que o professor a diga. Ele não percebe que ao responder questionários, seja filosofia ou história, ele está dando uma palestra e, portanto, precisa aplicar o que aprendeu na série anterior (MURRAY, 1995).

Portanto, é necessário que os professores, independentemente do nível, direcionem a aula também para a produção de textos, caso contrário continuaremos a ter advogados cujos pedidos serão julgados improcedentes por falta de coesão e coerência, leremos jornais e revistas com absurdos erros ortográficos, vamos ouvir o orador dizer tempo de eleição livre, vamos aprender sobre mortes equivocadas ao vender medicamentos porque o escritor não entendeu a caligrafia do médico, vamos ver como diz um presidente “sífu” em um discurso. Há uma necessidade urgente de atualizar ou atualizar a expressão escrita (MURRAY, 1995).

Com o desenvolvimento das empresas, o mercado torna-se cada vez mais exigente e só aceita pessoas com qualificações diferentes. O que precisamos agora é de um profissional que saiba planejar, executar e divulgar seu trabalho. Para isso, o trabalhador de hoje deve saber, além de seu bom trabalho e domínio da linguagem da forma, correr o risco de ser excluído do mercado ou ter que aceitar um salário muito abaixo de sua formação (MURRAY, 1995).

6. CONCLUSÃO

O estudo mostra que a língua portuguesa é quase sempre vista como um objeto de aprendizagem específico de uma disciplina curricular e não como uma ferramenta básica para a aprendizagem de outras disciplinas. A linguagem é uma atividade essencialmente social. O condicionamento e a formação da linguagem pela realidade social e cultural também a torna uma ferramenta política que representa reflexos essenciais no processo de aprendizagem dos alunos.

Infelizmente, no que se refere ao ensino da língua portuguesa, apesar dos avanços nas pesquisas linguísticas, ainda hoje é comum o ensino prescritivo focado na gramática normativa, causando um atraso na aprendizagem dos alunos, principalmente no que diz respeito ao aprendizado.

Diante das dificuldades encontradas, principalmente no ensino superior, surgiu a motivação de examinar as causas dessas dificuldades e propor, como alternativa, um foco no ensino da disciplina Português.

Destaca-se também a questão da produção textual, questão preocupante que afeta o processo de escrita, onde o acadêmico encontra dificuldades para colocar no papel o que almeja, expressando a necessidade de estimular sua imaginação.

O comprometimento de professores e acadêmicos é primordial para atingir esses objetivos, pois é preciso mais do que apenas conhecimento. A formação contínua é um dos recursos mais eficazes e eficientes para o professor cumprir seu papel, e a leitura é a melhor forma de o aluno ampliar sua visão de mundo.

No ensino, também no ensino superior, deve-se mostrar que a busca pelo gramaticalmente correto, o cuidado em lidar com a língua materna e o esforço para adquirir uma língua aprimorada devem ser foco de professores e acadêmicos. Desta forma, aumenta-se a qualidade da aprendizagem e do ensino com vista ao crescimento e refinamento na gestão da língua portuguesa.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CARDOSO, R. C. T. Jogar para Aprender Língua Estrangeira na Escola. 1996. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) – Instituo de Estudos da Linguagem. UNICAMP: Campinas, 1996.

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KRAMER, Sonia. Currículo de Educação Infantil e a Formação dos Profissionais de Creche e Pré-escola: questões teóricas e polêmicas. Brasília-DF. 1994.

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MARQUES, M. O. Formação do profissional de educação. UNIJUI: Juí, 2000.

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WAJSKOP, Gisela. O brincar na educação infantil. Caderno de Pesquisa, São Paulo, n.92, p. 62-69, fev. 1999. Brincar na pré-escola. 3.ed. São Paulo: Cortez, 1995.

SIMONETTI, Amália. O Desafio de Alfabetizar e Letrar. Fortaleza: Editora IMEPH, 2007.

A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO SUPERIOR[1]

Anna Rafaela Oliva Ribeiro[2]


[1] Artigo científico apresentado ao Grupo Educacional IBRA como requisito para a aprovação na disciplina de TCC.

[2] Discente do curso Letras – Português e Espanhol.


Publicado por: ANNA RAFAELA OLIVA RIBEIRO

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