A formação de leitor crítico: uma contribuição interdisciplinar no processo ensino-aprendizagem

RESUMO:

Este trabalho trata da realização de uma observação sobre leitura crítica no ensino médio, objetivando a formação sócio-cultural e intelectual com vistas a integrar a vida social dos educandos. Para tanto, buscamos bases teóricas que subsidiam o tema e fossem capazes de nortear a prática pedagógica do professor. Utilizamo-nos de uma metodologia coesa com a realidade tanto do aluno quanto da escola em que a observação foi realizada, partindo de uma diversificada gama de gêneros textuais e perpassando estratégias de leitura que tinham como foco principal o desenvolvimento cognitivo dos estudantes envolvidos e finalizando com a análise e comparação dos dados coletados que posteriormente servirão como base para que a leitura se transforme ação prática nas nossas escolas e também na vida de cada indivíduo que almeja uma formação cidadã. Os resultados obtidos demonstraram que pela falta de uma prática eficaz, o aluno pesquisado, não demonstra habilidades com a realização de um tipo de leitura que vá além da decodificação de palavras e frases. Constatando-nos que formar um leitor crítico não depende só de colocar o aluno para ler, mas sim para praticar constantemente a leitura dos vários textos e extrair deles o seu significado.

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¹ Artigo produzido mediante pesquisa junto a alunos do ensino médio sobre Leitura Critica, para a aquisição do título de especialista em Coordenação Pedagógica, na Universidade Estadual do Maranhão – UEMA.

² Professora licenciada em Matemática pelo CEFET e especializanda em Coordenação Pedagógica pela CESSIN/UEMA.

 

1. INTRODUÇÃO

Utilizamos a leitura em vários locais e com diversas finalidades em nossas vidas: no trabalho, na escola, no lazer ou em casa. A formação do leitor inicia-se no âmbito escolar e se processa em longo prazo, tendo como mediador o professor, em quem encontramos a possibilidade de diversificarmos o conhecimento. Esse leitor deve ser compreendido como sendo aquele que estabelece uma relação aprofundada com a linguagem e as significações. Pois, os que apenas se relacionam de modo mecânico com o texto, não se constituirão leitores sem um trabalho efetivo. O comportamento do ato de ler não pode ser delegado somente à escola, deve ser uma parceria entre escola e família.

A situação do trabalho com a leitura é das mais discutidas no âmbito educacional. Os questionamentos comumente feitos são: É possível a escola ensinar a ler? Qual a importância da leitura para a formação cidadã? O que estamos levando para a sala de aula, em se tratando de leitura, contribui para a formação do leitor crítico e reflexivo? Estas preocupações têm se manifestado nos últimos tempos em ações que, de alguma forma, objetivam oferecer suporte ao ensino de leitura nas escolas.

Partindo desse princípio, vemos a urgência de se apresentar para os estudantes uma leitura que norteie seu posicionamento e que seja capaz de resultar no leitor que compreende a essência do texto, estabelecendo relações com o autor do mesmo e preenchendo as lacunas que possivelmente possam surgir no ato de ler, é que se realizou uma observação com a leitura crítica no ensino médio, visando conseqüentemente constatar o saber e o fazer desses sujeitos em sala de aula frente à leitura.

Desse modo, desenvolvemos um trabalho junto ao aluno que procurou dar a leitura à relevância necessária, oportunizando ao mesmo criar hipóteses sobre a estrutura da mesma, a partir de textos que viessem se tornar fontes inesgotáveis de conhecimento, esculpindo seu significado com estilo e clareza, colocando em foco os principais conflitos que cercam a existência humana, essenciais para a formação competente do leitor crítico. Concluímos que os estudantes não se encontram aptos para desenvolver leituras críticas de textos, pela falta de atividades desta natureza, o que faz com que aumente a responsabilidade do educador.

 

2. FUNDAMENTANDO A AÇÃO DE FORMAR LEITORES CRÍTICOS.

A reformulação do ensino no Brasil é uma questão em torno da qual, estão centradas inúmeras discussões, visando à formação de um cidadão mais crítico, reflexivo e capaz de atuar na sociedade em seu favor, considerando os valores éticos, morais e sociais. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, regulamentada em 1998 pelas Diretrizes do Conselho Nacional de Educação e pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, essa reforma procurou atender as necessidades de atualizar a educação básica de maneira que o ensino médio não se configurasse apenas como um elo entre o ensino fundamental e o ensino superior, tão pouco fosse apenas preparatório para colocar os estudantes no mercado de trabalho.

Dessa forma, o que se propõe é o ensino médio como etapa final da educação básica, que deve garantir além da aquisição de conteúdos programáticos essenciais para a contextualização dos conhecimentos científicos, uma formação crítico-social para dar ao jovem, condições de enfrentar o mundo com mais segurança. E a tarefa de formar leitores é de responsabilidade dos educadores das diversas disciplinas não apenas de Língua Portuguesa, já que a leitura é instrumento de apropriação do conhecimento, é ferramenta que permite aprender a aprender, configurando-se como uma atividade de ensino em todas as áreas.

De acordo com Kuenzer (2002, p. 101), “Leitura, escrita e fala não são tarefas escolares que se esgotam em si mesmas; que terminam com a nota bimestral. Leitura, escrita e fala – repetindo – são atividades sociais, entre sujeitos históricos, realizadas sob condições concretas”, promovendo a formação do sujeito crítico e reflexivo, uma vez que é através do desenvolvimento dessas habilidades que os estudantes podem posicionar-se em situações, sejam elas cotidianas ou não, com autonomia. Cabe à escola a tarefa de oportunizar ao estudante situações de ensino-aprendizagem que contextualizam os conhecimentos que os mesmos já trazem quando chegam a escola e os que vão adquirindo nas aulas, sem que haja ruptura.

Desse modo, decidimos realizar uma observação com a leitura na sala de aula da primeira série do ensino médio, por se verificar que estes alunos apresentam índices baixíssimos em se tratando de leitura e compreensão do que foi lido, ficando apenas na superficialidade do texto sem que alcancem as suas estruturas profundas, ou seja, a mensagem que o autor transmite através de determinados grupos de vocabulários, mas, comprometido seu estar no mundo e sua transformação, bem como a transformação dos outros e das coisas. Ser leitor é compreender situações para a formação cultural do indivíduo, ou seja, "[…] é condição para a verdadeira ação cultural que deve ser implementada nas escolas” (SILVA, 1991, p.79-80), atividade que pode contribuir para a formação do sujeito e também determina a sua condição de atuante no seu meio sócio-cultural.

Por isso, é mister desenvolver um trabalho que garanta ao aluno leitor, situações de aprendizagem voltadas para o caráter libertador do ato de ler em que “o leitor se conscientiza de que o exercício de sua consciência sobre o material escrito não visa o simples reter ou memorizar, mas o compreender e o criticar” Silva (1991, p. 80). Construir significado para o texto é tão somente compreende-lo, tarefa que não se constitui com tanta facilidade em se tratando da leitura de textos em sala de aula. Para tanto, se faz necessário adotar práticas que priorizem em vez de fórmulas decoradas, o entendimento e a compreensão do que está sendo ensinado e consequentemente adote posturas que possibilitem fazer uso, desse conhecimento na vida prática, uma vez que tão importante quanto aprender a compreender é utilizar essa compreensão para se tornar uma pessoa apta a exercer sua cidadania e a fazer parte do mundo e do mercado de trabalho.

Segundo Kuenzer (2002, p.101), “ler significa em primeiro lugar, ler criticamente, o que quer dizer perder a ingenuidade diante do texto dos outros, percebendo que atrás de cada texto há um sujeito, com uma prática histórica, uma visão de mundo (um universo de valores), uma intenção”. A leitura crítica é geradora de significados, em que ao ler, o leitor cria seu próprio texto com base no que foi lido, concordando ou discordando da idéia principal. Isto faz com que seja diferenciada da decodificação de sinais, reprodução mecânica de informações que por muito tempo foi considerada como interpretação textual, virando prática habitual nas de Língua Portuguesa a cópia de fragmentos do texto, para servir de resposta aos questionamentos feitos a respeito do que estava escrito, “[…] como atividade constitutiva de sujeitos capazes de interligir o mundo e nele atuar como cidadãos” (BRANDÃO E MICHELITTI APUD. CHIAPPINI, 1998, p. 22).

Dessa forma, não se deve apresentar para o aluno uma leitura estética que se centre no sentido primeiro das palavras, mas sim uma leitura que abra lacunas, que oportunize ao leitor, criar e recriar a partir do que foi lido. Assim, o trabalho com esse tipo de leitura pressupõe a formação de um leitor crítico e reflexivo e capaz de agir e interagir em sociedade, sensibilizados dos seus direitos e deveres e preparado para intervir no seu meio quando se fizer necessário. Entretanto, formar um leitor crítico é tarefa principal de um professor que também se encaixe nesse perfil, não sendo possível ao docente que não tem esse domínio, exigir do seu aluno algo que ele próprio ainda não utiliza ou não é capaz de fazer com autonomia.

Para Brandão e Michelitti apud. Chiappini (1998, p. 17) “O ato de ler é um processo abrangente e complexo; é um processo de compreensão, de intelecção de mundo que envolve uma característica essencial e singular ao homem: a sua capacidade simbólica e de interação com o outro pela mediação da palavra”. Compreendemos, então, que ler não é uma tarefa fácil, uma vez que se trata de capacidades humanas que muitas vezes encontram-se adormecidas, e reavivá-las requer tempo e estratégias atrativas o suficiente para atrair o leitor.

Para tanto, um texto não pode ser compreendido como algo pronto e acabado, pelo contrário, deve ser entendido como uma estrutura em acabamento, com lacunas, e que necessita que alguém o complete e atribua um caráter significativo.

Prosseguindo, Brandão e Michelitti apud. Chiappini (1998, p. 18) comentaram que “Se um texto é marcado por sua incompletude e só se completa no ato de leitura, se o leitor é aquele que vai fazer ‘funcionar’ o texto, na medida em que o opera através da leitura, o ato de ler não pode se caracterizar como uma atividade passiva”. O leitor precisa ser visto como peça fundamental no processo de leitura e na interação leitor-texto, interligado às demais atividades propostas em outras disciplinas, não devendo ser responsabilidade só do professor da disciplina de Língua Portuguesa.

Essa postura proporciona um ensino-aprendizagem mais contextualizado e voltado para o desenvolvimento do raciocínio crítico do estudante em qualquer uma das áreas de conhecimentos. Observamos que a leitura deve se apresentar como uma necessidade, um gosto para despertar o prazer no estudante para que ele possa absorver e aprender cada vez mais além de desenvolver suas competências leitoras dentro e fora da escola. Por isso, é que “A prática da leitura na escola precisa se assemelhar à prática da leitura fora da escola” (VELIAGO 1999, p.50). Nessa concepção, a escola precisa rever seus conceitos e ter definido que tipo de leitor quer formar e que tipo de leitura está disponibilizando para seus alunos a fim de que se tornem leitores críticos. Começa-se, então, uma luta pela valorização da leitura e do ato de ler que pode começar na sala de aula, passar pela escola e repercutir no meio sócio-cultural que o estudante está inserido.

Essa luta pode chegar ainda a sensibilização dos leitores diante da necessidade de ler e compreender o que se estar lendo. Uma vez que terá significância para a vida e para o trabalho.

Para Kleiman (1998, p.61)

“o ensino da leitura é um empreendimento de risco se não estiver fundamentado numa concepção teórica firme sobre os aspectos cognitivos envolvidos na compreensão de texto. Tal ensino pode facilmente desembocar na exigência de mera reprodução das vozes de outros leitores, mais experientes ou mais poderosos do que o aluno”.

De acordo com a autora acima mencionada, se o trabalho com a leitura na sala de aula não tiver embasado em uma concepção bem definida de leitura, ou seja, se o professor e a escola não tiverem teoria suficiente e objetiva bem definida acerca do que pretende através desse trabalho, o mesmo corre o risco de não se configurar em si, e também pode tomar outros rumos, distanciando-se do que se pretende que é utilizar a leitura para formar cidadãos cada vez mais críticos e reflexivos.

Pressupondo-se que no ensino fundamental os estudantes não estiveram em contato com atividades envolvendo a leitura, centrada em concepções definidas que focalizam a formação do leitor crítico e o despertar para o ato de ler, para compreender e gerar significado, sem se deter apenas ao que o autor quis dizer, mas complementando e recriando o sentido do que foi escrito “cabe ao ensino médio oferecer aos estudantes oportunidades de uma compreensão mais aguçada dos mecanismos que regulam nessa língua [...]” (BRASIL, 2002, p. 55). Dentre esses mecanismos, a leitura configura-se como essencial, uma vez que proporciona aos sujeitos que a realizam conhecimentos, tanto acerca da língua e seus elementos constitutivos quanto a conhecimentos relativos a vida social, cultural e principalmente no que compete aos saberes científicos.

Considerando as competências e habilidades propostas nos Parâmetros Curriculares Nacionais, “o ensino de Língua Portuguesa, hoje, busca desenvolver no aluno seu potencial crítico, sua percepção das múltiplas possibilidades de expressão lingüística, sua capacitação como leitor efetivo dos mais diversos textos representativos de nossa cultura”. (BRASIL, 2002, p. 55). Pelo que se percebe, a leitura está presente nas mais diversas situações da vida do ser humano e cada vez mais se faz necessário explora-la em sala de aula, utilizando mecanismos que desperte o senso crítico do aluno e deixe de ser encarada como atividade sem significado para o aprendizado dos estudantes.

Ler compreensivamente é utilizar uma prática que precisa ganhar cada vez mais espaço nas escolas e fora dela, pois é através desse ato que o indivíduo compreende o mundo e a sua maneira de nele atuar como cidadão, sensibilizado dos seus direitos e deveres. Para isso, é mister considerar o que afirma Brandão e Michelitti apud. Chiappini (1998, p. 22):

“a leitura como exercício de cidadania exige um leitor privilegiado, de aguçada criticidade, que, num movimento cooperativo, mobilizando seus conhecimentos prévios (lingüísticos, textuais e de mundo), seja capaz de preencher os vazios do texto, que não se limita à busca das intenções do autor, mas construa a significação global do texto percorrendo as pistas, as indicações nele colocadas”.

Dessa forma, o ponto de partida para uma leitura verdadeiramente significativa é a formação do leitor crítico, sensibilizado da sua responsabilidade diante do ato de ler e da realização de uma leitura compreensiva, mais criteriosa diante da formação do cidadão para agir e interagir em seu meio social entende-se que o valor da leitura é primordial, principalmente diante dos números cada vez mais crescentes que mostram uma realidade dura em que a compreensão do que é lido nem sempre acompanha o que está sendo lido, considerando, também, que a leitura está intimamente relacionada com as questões sociais, culturais e econômicas nas quais o leitor está inserido.

Sendo assim, estudantes oriundos de um universo não letrado, que não tem contato com uma diversificada gama de gêneros textuais, nunca leram um livro ou nem sequer ouvem rádio e assistem televisão, apresentam dificuldades em relação ao ato de ler e compreender determinados textos, que outros estudantes, os quais fazem parte de um ambiente, que mesmo sem muita intencionalidade, circulam jornais, revistas, livros e a mídia, não apresentam. Principalmente na questão da contextualização do conteúdo que está sendo lido, e na sua relação de significado com a realidade.

3. INTERAÇÃO COM OS EDUCANDOS SOBRE O ATO DE LER.

É importante que a leitura se constitua como uma prática social de diferentes funções, pelas quais estudantes podem perceber que precisam ler não somente para compreender, mas também para se comunicarem, adquirir conhecimentos, ampliar os horizontes em relação ao mundo e as questões inerentes ao seu bem estar social. Configura-se, então, como uma necessidade básica na vida de cada uma que pode ser produtiva para enriquecer as relações interpessoais dentro do seu grupo ou até mesmo no mercado de trabalho.

Diante dessa necessidade presente no meio educacional, diversos programas do Governo Federal tentam trazer para a escola uma oportunidade de se constituir na prática um leitor realmente compreensivo e crítico, e traz para as salas de aulas obras que colocam o aluno em contato com materiais de qualidade, que se bem explorados resultam positivamente, como é o caso do programa Literatura em minha casa, que distribui entre os alunos do ensino fundamental, livros de literatura infanto-juvenil que contemplam peças de teatro, poesias, contos, novelas e narrativas de autores consagrados de nossa literatura.

Também organizações não governamentais engajam-se em distribuição de livros e tenta atribuir à leitura um caráter lúdico, visando prender a atenção do aluno-leitor. Todas as contribuições nesse âmbito são válidas, desde que não desvie a leitura do seu objetivo principal que é a compreensão e a estimulação da criatividade e da criticidade do leitor. Em geral, os textos apresentados nos livros didáticos fogem da realidade social na qual nossos alunos estão inseridos, tornando-se de difícil compreensão.

Por meio da reforma do Ensino Médio e a divisão das disciplinas por áreas, surgiu também a tentativa de contextualizar o livro didático de Língua Portuguesa. Tal tentativa afastou ainda mais o educando do uso habitual desse material, pelo fato de que para entender os conteúdos precisa ler cada vez mais, e, aí chega no ponto chave que boa parte dos jovens não gostam de ler, e torna a coisa cada vez mais difícil.

Para Luckesi (1994, p. 144),

“o livro didático, de forma alguma, deve ser instrumento descartável no processo de ensino. Ele é um instrumento importante, desde que tem a possibilidade de registrar e manter, com fidelidade e permanência a mensagem. O que está escrito permanece escrito; não é tão perecível quanto à memória viva”.

Tomando como base o ensino e aprendizagem da leitura crítica, bem como a formação do leitor competente, o livro didático não pode ausentar-se desse processo, principalmente pelo fato de ser, em alguns casos, o único material a esse respeito que o aluno dispõe em casa e até mesmo na escola. Cabe, então, ao professor, utilizar o mais significativamente possível os textos abordados por este tipo de livro, considerando o que o aluno sabe e o que pode aprender com a contribuição desse documento. O desenvolvimento de ações que viabilizem a formação do leitor crítico é fundamental, principalmente entre os jovens que cursam essa modalidade de ensino, pelo fato de poderem estar adquirindo mais segurança na leitura e também tomando gosto pelo ato de ler. Para tanto, é fundamental que o professor sirva de modelo, mostrando-se leitor ativo e compreensivo, para que possa mediar o processo de interação entre seus alunos e o universo letrado que envolve a leitura.

Podemos afirmar que formar um leitor crítico não é tarefa fácil, entretanto fica claro que se trata de algo extremamente significativo para o aluno. As mudanças no currículo do ensino médio contemplam disciplinas que abordam conteúdos, que dão significado e reflexos na sua vida cotidiana. Assim, a leitura contribui não somente para a formação intelectual do indivíduo, mas para a formação moral e cultural, sendo um conhecimento de base para todos os outros que pode vir a adquirir ao longo da vida, além de servir também de entretenimento e prazer. É função de a escola ensinar esse tipo de leitura sob estes paradigmas.

Na verdade, o que se almeja alcançar do trabalho com a leitura crítica no ensino médio é um leitor que seja capaz de ultrapassar os limites pontuais de um texto e incorporá-lo reflexivamente no seu universo de conhecimento de forma a levá-lo a melhor compreender seu mundo e seu semelhante. Partindo do ponto de vista de que “o verbo ler mão suporta imperativo” (PENNAC, 1993, p. 13), a leitura não deve ser encarada nem pelo professor nem pelo aluno como uma obrigação, um dever, e sim como uma atividade prazerosa. Para tanto, o professor deve demonstrar paixão pela mesma e apresentá-la como fundamental para a formação intelectual dos educandos.

Para Kleiman (1998, p. 51):

“o leitor proficiente faz escolhas baseando-se em predições quanto ao conteúdo do livro. Essas predições estão apoiadas no conhecimento prévio, tanto sobre o assunto (conhecimento enciclopédico), como sobre o autor, a época da obra (conhecimento social, cultural, pragmático) o gênero (conhecimento textual). Daí ser necessário que todo programa de leitura permita ao aluno entrar em contato com um universo textual amplo e diversificado”.

Assim, é essencial para o sucesso com o trabalho da leitura em sala de aula, a utilização de um universo textual amplo e diversificado, fazendo-se necessário que o aluno entre em contato com os vários tipos de textos que circulam socialmente, para adquirir autonomia e escolher o tipo de texto que mais se encaixa com o seu gosto ou com as suas necessidades. Por isso, é importante proporcionar para os alunos diversificadas situações nas quais a leitura esteja em foco, pois se aprende ler lendo e a interpretar o que leu interpretando. No entanto, para se formar um leitor crítico o mais coerente é propor para o estudante leitura crítica. As estratégias de leitura, envolvem vários tipos de conhecimentos e várias habilidades do leitor ao manusear o texto.
Segundo Kleiman (1998, p. 49);

“quando falamos de estratégias de leitura, estamos falando de operações regulares para abordar o texto. Essas estratégias podem ser inferidas a partir da compreensão do texto, que por sua vez é inferida a partir do comportamento verbal e não verbal do leitor, isto é, do tipo de respostas que ele dá a perguntas sobre o texto, dos resumos que ele faz, de suas paráfrases, como também da maneira como ele manipula o objeto: se sublinha, se apenas folheia sem se deter em parte alguma, se passa os olhos rapidamente e espera a próxima atividade começar, se relê”.

É importante, para o trabalho com a leitura que se utilize estratégias, as quais, oportunizem aos alunos adquirirem certa familiaridade para abordar o texto, adquirindo intimidade com o escrito e criando maneiras próprias e confortáveis de entrar em contato com a leitura e compreender o que leu. Também é mister salientar que a autora mencionada acima afirma que as estratégias de leitura são importantes para o leitor apropriar-se do texto. No entanto, não são suficientes para garantir que o trabalho com a leitura na sala de aula se concretize, se fazendo necessário, então, um planejamento cuidadoso e principalmente coerente com a realidade do aluno.

A leitura é uma atividade que está presente na escola em todas as atividades que envolvem as disciplinas do currículo. Lê-se para ampliar os limites do próprio conhecimento. Por isso, precisa se fazer presente na vida do estudante, não como algo paralelo do seu ensino-aprendizagem, mais como alguma coisa essencial para o desenvolvimento cognitivo dos estudantes e principalmente dentro de um contexto real de leitura e análise de textos, para que o ato de ler possa passar a fazer sentido para os educandos. Pois, “Heráclito nos ensina que ninguém desce duas vezes no mesmo rio, pois suas águas mudam constantemente” (NASCIMENTO & SOLIGO, 1999, p. 40).

Assim, o texto também se modifica a cada leitura que se realiza, porque o leitor coloca nele suas experiências, seus conhecimentos, aspectos da sua cultura, sua visão de mundo e também a sua opinião a respeito do tema exposto e a medida que lê o texto, vai ampliando os seus horizontes a respeito do tema que nele está exposto. Por isso, trabalhar com a leitura na sala de aula precisa que se crie situações com as quais os alunos possam ler os textos, não só uma, mas várias vezes, para perceber que seu conteúdo é uma fonte inesgotável de informação e de criação de novos conceitos.

Diante disso, é importante também que a escola ofereça condições para que se realize a leitura no seu contexto, dispondo de biblioteca ou sala especializada para tal atividade. Se a instituição dispõe deste espaço, já terá dado um importante passo para a formação do leitor crítico. No entanto, só o espaço em si não é suficiente para assegurar a prática da leitura na escola. Para Nascimento & Soligo (1999, p.40) “exista ou não um ambiente privilegiado, o mais importante é mesmo o trabalho de leitura que se faz. A formação de leitores não depende da existência de um local determinado”.

Um ambiente propício para desenvolver a leitura na escola, favorece as atividades pedagógicas que visam a formação de leitores, mas se a instituição não dispor deste espaço, não é motivo para não realizar um trabalho voltado para o incentivo ao hábito de ler, pois mais significativo do que o local é o trabalho e/ou as atividades que se materializam para seduzir os alunos para o hábito da leitura crítica.

Soligo (1999, p. 53) afirma que:

“a compreensão da leitura depende da relação entre os olhos e o cérebro, processo que a longo tempo os estudiosos procuram entender. Nas últimas três décadas houve um avanço significativo nessa direção, mas ainda não se conseguiu desvendar a complexidade do ato de ler”.

O ato de ler não se resume na atividade de passar os olhos sobre o escrito, é uma tarefa mais complexa e que mesmo frente a inúmeras discussões e estudos a respeito do assunto, ainda não foi possível chegar a um claro consenso sobre como é que se realiza o ato de ler. Ao propor a leitura para os alunos, é essencial considerar a complexidade do ato de ler para não lhe exigir algo que não é capaz de realizar em relação a leitura de textos, “[…] o processo de leitura depende de várias condições: a habilidade e o estilo pessoal do leitor, o objetivo da leitura, o nível de conhecimento prévio do assunto tratado e o nível de complexidade oferecido pelo texto” (SOLIGO, 1999, p. 53).

Aprender ler e se tornar um leitor crítico que além de realizar leitura compreende o texto, exige empenho, tanto por parte do aluno quanto por parte de quem propõe o trabalho com a leitura. É preciso que ambos entendam que não se lê só para aprender a ler, mas sim para responder as suas necessidades pessoais. Faz-se necessário prosseguir com Soligo (1999, p.58-59), ao afirmar que “os alunos devem ver na leitura algo interessante e desafiador, uma conquista capaz de dar autonomia e independência. E devem estar confiantes, condição para enfrentar o desafio e aprender fazendo”. O estudante precisa, sentir-se estimulado para desenvolver uma prática constante de leitura, precisa deparar-se com situações com as quais possa raciocinar, refletir e progredir cognitivamente precisa esforçar-se para se encaixar no perfil do leitor crítico e para isso, dois pontos são de suma importância: o tipo de material utilizado e a proposta pedagógica que se realiza dentro das instituições de ensino.

No estudo sobre a formação do leitor crítico, é pertinente considerar que formar um leitor com esta característica é também desenvolver uma prática de leitura que desperte e cultive o desejo de ler, ou seja, uma prática pedagógica eficiente que dê suporte ao aluno para realizar o esforço intelectual de ler não só textos simples, mas também aqueles nos quais precisará utilizar e pôr a prova todas as suas estratégias de leitura. Para Eco (2000, p. 31) “um texto é um universo aberto onde o intérprete pode descobrir uma infinidade de conexões”. Ou seja, um texto é um conjunto de significados amplos e abertos e permite ao leitor mergulhar nele e relacioná-lo com outras diferentes situações com as quais tem contato no seu dia a dia e/ou com conteúdo das mais diversas áreas de conhecimento, proporcionando a quem lê preencher as lacunas deixadas pelo escritor para que a este mesmo texto, seja acrescidos, novas idéias e argumentos, com o intuito de que a cada leitura, sejam criadas expectativas novas em relação ao seu conteúdo.

Diante disso, é preciso esclarecer que o texto é amplo, mas, no entanto não cabe a ele todo tipo de interpretação, como se qualquer entendimento servisse para explicar as suas entrelinhas, cabe nesse caso, certa harmonia entre as idéias, ou seja, uma coerência entre o que está escrito e o que é possível compreender a partir da leitura do mesmo. Na perspectiva de formar um leitor crítico, pretende-se formar alguém que a medida que lê, procura no texto um código secreto, procura definir as estratégias que produz modos infinitos de compreender o texto. Analisar criticamente um texto significa procurar mostrar como agem seus personagens e/ou está exposto o seu conteúdo, a fim de criar alternativas que o torna suscetível de inúmeras interpretações, considerando que a interpretação de um texto nunca pode ser única e definitiva.

Entendemos que é uma necessidade formar o leitor crítico e argumentamos também que fazer do aluno um leitor com este perfil é uma urgência dentro das instituições escolares, pois o rendimento escolar de determinados alunos é marcado pelo fracasso, em virtude de não serem bons leitores e consequentemente, bons interpretadores de textos e/ou enunciados, que não estão presentes só em Língua Portuguesa, mas em todas as disciplinas do currículo escolar. Desenvolvendo habilidades de leitura crítica, certamente este aluno passará a ter desempenho melhor nas demais disciplinas com as quais tem contato na escola.
Para Solé (1998, p.22):

“o leque de objetivos e finalidades que faz com que o leitor se situe perante um texto é amplo e variado: devanear, preencher um momento de lazer e desfrutar, procurar uma informação concreta; seguir uma pauta ou instruções para realizar uma determinada atividade (cozinhar, conhecer as regras de um jogo); informar sobre um determinado fato (ler o jornal, ler um livro de consulta sobre a Revolução Francesa); confirmar ou refutar um conhecimento prévio; ampliar a informação obtida com a leitura de um texto na realização de um trabalho, etc”.

É importante que o leitor perceba que existem várias possibilidades de se transmitir uma informação através de um texto e que o mesmo varia à medida que muda o conteúdo que está exposto, mas não é só isso, muda também a estrutura do texto. Um texto informativo tem uma linguagem objetiva e não se confunde com os textos de natureza literária ou artística, que utiliza a subjetividade, e a criatividade prevalece para encantar o leitor. Que por sua vez difere-se do texto narrativo, uma vez que relata fatos e acontecimentos e do texto descritivo, que representam objetos e personagens que participam do texto narrativo. Já o texto argumentativo, procura convencer o leitor, propondo ou impondo uma interpretação.

A preocupação do trabalho com a leitura centra-se na necessidade de fazer com que o leitor entenda o texto e seja capaz de manuseá-lo de diferentes formas para resultar em uma leitura significativa e crítica. É preciso que o leitor sinta-se motivado a interagir com o texto, para buscar várias formas de entender o seu conteúdo. Para formar um leitor crítico, o exercício da leitura é imprescindível, de um tipo de leitura que permita ao leitor discorrer sobre o texto e criar possibilidades para compreender suas entrelinhas e a medida que realiza novas leituras, cria novas alternativas para construir seu significado com mais autonomia.

4. ABORDAGEM METODOLÓGICA.

A questão abordada neste trabalho é a investigação de como o aluno da primeira série do ensino médio da Escola Centro de Ensino Nelson Serejo de Carvalho de faixa etária entre 15 e 18 anos de idade, poderá se tornar um leitor crítico.

Em princípio, realizamos uma entrevista com 30 alunos, aplicando questionários com questões abertas e fechadas, para obtermos informações concretas acerca da situação da prática de leitura vivenciada pelos mesmos.

Após a entrevista escrita, ocorreu um momento para o diálogo e a exposição do ponto de vista a respeito da leitura na sala de aula, a fim de que os estudantes trocassem opiniões.

Com a apropriação da situação na qual se encontrava o trabalho com a leitura na série envolvida, selecionamos os textos coerentes com o perfil da turma, com o intuito de levarmos para a sala de aula algo significativo e capaz de envolver o aluno, que por sua vez, pudesse estabelecer relações entre o que sabia e o que estava aprendendo.

Depois de selecionarmos o material necessário para realizarmos a observação, organizamos estratégias de leitura para apresentarmos os textos aos alunos.

Daí foi possível partirmos para as situações de leitura e interpretação textual em grupos, onde realizamos a interpretação de diferenciados estilos textuais, para que os alunos analisassem as diferentes formas nas quais as palavras podem ser empregadas e também a análise final dos dados coletados, e em cima dessa análise final, foi possível estabelecer comparações entre o conhecimento e a prática da leitura que esses alunos tinham antes dessa observação com a leitura crítica e os que apresentavam após adquirirem novos hábitos e valores a respeito dessa prática tão essencial para a formação cidadã dos seres humanos.

Com isso, preocupamo-nos principalmente com a diversidade de gêneros textuais, uma vez que, a escola não dispõe de biblioteca e os alunos não compartilham ou vivenciam em suas comunidades, de um ambiente favorável para a prática de leitura, de uma leitura crítica, criativa e sugestiva o suficiente para despertar perspectivas de uma formação coerente com a realidade do educando, saudável e solidária.

5. LEITURA COMPETENTE NA SIGNIFICAÇÃO TEXTUAL.

Mediante observação e verificação teórica, partimos para um trabalho que possa oportunizar abertura de um novo olhar para o trabalho com a leitura crítica no ensino médio e consequentemente a formação do leitor crítico, fator primordial na construção de uma sociedade mais justa e criativa. Isto incorre, logicamente, na busca pela democratização do acesso à escola, o estímulo à leitura como um dos fatores principais para que os sujeitos envolvidos nesse processo de aquisição de conhecimentos sintam-se necessariamente inter-relacionados com os saberes e as práticas que estão adquirindo e utilizando para construir conceitos e conteúdos mais apropriados para a sua formação intelectual.

Partimos do pressuposto de que a leitura é uma necessidade básica de todo indivíduo que integra uma comunidade letrada, e que como tantas outras ações humanas não são tão fáceis de ser praticada. Entretanto, constituímos necessidades, que perpassam a leitura de um rótulo de alimento no supermercado até as leituras que trazem a tona uma época, um povo, seus hábitos, valores e costumes, precisa ser uma prática com a qual os sujeitos estejam, ou pelo menos procurem estar familiarizados, para o seu próprio bem e para que possa conhecer e respeitar o trabalho do outro.

Assim, o desenvolvimento da competência leitora dos estudantes não se dará, entretanto, através da decodificação de códigos ou da memorização mecânica para posterior reprodução. Mas sim, através de uma proposta centrada na leitura como atividade principal que como tantas outras precisa ser estimulada pela escola, pelo fato de ser ela um espaço privilegiado para a aquisição de conhecimentos, e que para boa parte dos estudantes é o único local em que entram em contato com os conhecimentos sistematizados.

Na realização desta observação, verificamos que os alunos, com os quais trabalhamos, não realizam leituras críticas, estão arraigados a decodificação de palavras para formar frases e frases para formar textos, mas não são capazes de entender o que lêem e discutir sobre o que lhe transmitiu o texto lido. Isso acontece em virtude das práticas de leitura com as quais estes alunos estão habituados, desde as séries iniciais de sua escolarização.

Faltam-lhes estímulos a refletir, aos desafios com situações que exijam deles o exercício da criticidade e isso fez com que estes estudantes se acomodassem com as práticas tradicionais de leitura, nas quais o professor era o detentor do saber e os alunos apenas precisavam passar os olhos no texto escrito e depois recortava alguns trechos para preencher o que era considerada a interpretação textual. Ao se depararem com situações novas envolvendo a leitura, os mesmos, sentiram-se receosos, uma vez que também não cultivavam o hábito da leitura e para a construção de uma concepção crítica de leitura, é essencial uma prática constante, em leitura de textos críticos, que possam oferecer possibilidades de fazer com que o educando, ao ler, descubra que por traz da articulação das palavras, circulam o significado do escrito, a mensagem que ele quer transmitir.

Em suma, os alunos não estão em um nível de realizar leituras críticas, pela falta de atividade desta natureza em seu currículo escolar, não só o que compete a disciplina de Língua Portuguesa, mas também nas demais disciplinas que integram a grade curricular do ensino médio, uma vez que a leitura crítica é um fator essencial para desenvolvimento intelectual do aluno em todas as áreas do conhecimento e depositar a responsabilidade só a Língua Portuguesa é sobrecarregá-la, uma vez que cabe a ela transmitir para estes alunos, uma gama significativa de outros conteúdos essenciais para a sua formação.

6. CONCLUSÃO

Considerar que o aluno da primeira série do ensino médio, ainda não é capaz de realizar a leitura crítica de um texto, é um fato preocupante que faz com que seja suscitada imediatamente a necessidade de se rever que práticas estão sendo desenvolvidas para formar o leitor crítico. Ao realizarmos uma observação com a leitura crítica, detectamos que a ausência de contato do aluno com a quantidade de textos que circulam socialmente, por não ter em casa, por a escola não ter biblioteca e as práticas de leitura que se desenvolvem desde as séries iniciais da sua escolarização não contemplarem textos de diferentes gêneros. Isso faz com que estes alunos não tenham o comportamento de leitura, e, consequentemente, lêem apenas para realizar outra atividade, para responder provas e/ou exercícios propostos por disciplinas do currículo, enfim, utilizam a leitura como um instrumento para alcançar outros objetivos que não são o de entender e refletir criticamente sobre o conteúdo do texto.

É preciso considerar que o ensino médio acolhe alunos em uma faixa etária em que o desafio faz parte do seu dia-a-dia, e faz-se necessário valer-se deste artifício para desafiá-lo a ler para entender, para conhecer e para extrair conteúdo do texto; ler para se apropriar do conteúdo da experiência humana acumulada ao longo do tempo e ler para tornar-se um sujeito crítico, reflexivo e um cidadão imbuído de princípios éticos, morais e sociais para nortear sua inserção social. Diante disso, o mais importante é que os alunos sejam orientados para a realização de atividades de leitura, que despertem o seu senso crítico e principalmente desperte o gosto e estimule o hábito da leitura uma vez que formar um leitor crítico requer uma prática constante de leitura crítica.

Frente ao crescimento acelerado das novas tecnologias de comunicação e informação, faz-se cada vez mais necessária a formação de leitores críticos que sejam capazes de ler e compreender o que lêem, para que possam compreender melhor o mundo e sua própria realidade. É preciso, também, preocuparmo-nos com a formação do professor no que compete a leitura crítica, por entender-se que muitos desses profissionais não gostam de ler e/ou não cultivam este hábito e por isso não desenvolvem práticas de leituras eficientes em suas salas de aulas.

Com os procedimentos mencionados anteriormente, queremos contribuir para a formação de leitores críticos, sensibilizando os educandos de que essa formação depende de uma prática de interpretação de textos, de uma constante atividade de leitura. E vale a pena argumentar que para se realizar um trabalho significativo com a leitura o qual possa resultar em um leitor crítico, é preciso se desprender de atividades de reprodução que visam tão somente fazer o aluno-leitor passar os olhos sobre o texto, decodificando as palavras e se prendendo a superficialidade do escrito. Portanto, formar o leitor crítico é uma necessidade de se construir cidadãos também críticos, para lutarem por seus espaços na sociedade e no mercado de trabalho, sendo autônomos e realizando seus ofícios com eficiência.

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Publicado por: Edileuza Freitas Santos

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