PROJETO “MARABÁ PARALÍMPICO”: O ATLETISMO ADAPTADO DA INICIAÇÃO AO ALTO RENDIMENTO

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1. Resumo

O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa de cunho descritivo, que tem por objetivo discorrer sobre o processo de inclusão dos alunos portadores de necessidades educacionais especiais nas aulas de educação física. Também aborda a inclusão desses alunos no atletismo através do projeto “marabá paralímpico”, mostrando que a participação nesta modalidade melhora o processo de desenvolvimento dos alunos, e como é importante e necessário a pratica do atletismo. Relata os objetivos, as ações, objetivos, impactos e benefícios do projeto de esportes “marabá paralímpico”, na vida social e escolar dos alunos com deficiência.

Palavras-Chaves: Educação Especial, inclusão, atletismo adaptado, Marabá paralímpico.

2. Introdução

Neste trabalho será abordado a Educação Física Adaptada, no desenvolvimento social e motor de pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais através do Atletismo, apresentando o histórico da modalidade até chegar no contexto Paralímpico, como os portadores de deficiências são inclusos nesse esporte ao longo dos anos, também apresentar o “Projeto Marabá Paralímpico”, e como o projeto tem mudado a vida de muitas pessoas e mostrar o desenvolvimento desde a iniciação até o alto rendimento. 

Atualmente muito tem se falado e buscado sobre educação especial, mas no Brasil até meados da década de 50 não se ouvia muito sobre educação especial, só a partir de 1970 que começou a ser discutido a respeito, tornando-se preocupação dos governos com criações de instituições públicas e privadas e órgãos normativos federais e estaduais e de classes especiais, que pode ser considerado uma data tardia hoje temos muitos autores que defendem o sistema de ensino especial criado para educar os portadores de necessidades educacionais especiais.(ROGALSKI, Solange;2010).

E a respeito de educação inclusiva a partir de 1994 ganha força com a Declaração de Salamanca, que foi o marco na caminha da educação inclusiva, pois ela veio para tratar dos princípios, da política e das práticas desta educação. A inclusão é um processo educacional usado para incluir todos os alunos portadores de deficiências, então educando estes alunos juntamente com os demais utilizando atividades inclusivas, com espaços adaptados para que sejam todos inclusos.

Estendendo para a Educação física adaptada, mas especificamente os esportes para deficientes podemos notar que no Brasil, em 1958 o esporte para deficientes físicos começou a ser desenvolvido com a criação do Clube dos Paraplégicos em São Paulo e do Clube do Otimismo no Rio de Janeiro, através das experiências de Robson Sampaio de Almeida e Sérgio Seraphim Del Grande, ambos com paraplegia, que fizeram seu processo de reabilitação nos EUA. (COSTA E SOUSA; 2004).

O atletismo adaptado se iniciou em 1924, primeiramente para deficientes visuais, logo após a segunda guerra mundial os deficientes físicos também começaram a participar desta modalidade. Em 1960 o atletismo adaptado já foi incluído no Jogos Paralímpicos de Roma desde então se faz presente até hoje nas competições. (ATLETISMOAPARU, 2011).

O esporte adaptado é uma forma de incluir as pessoas com deficiências, e o atletismo é um desses esportes, e como o atletismo reúne diversas provas alcança um número maior de pessoas e também ele pode ser praticado tanto por homens quanto por mulheres e abrange as deficiências físicas, intelectual e visual. BAUSAS, Eduardo; et al 2007) afirma que através do esporte inclusivo a pessoa com deficiência tem a oportunidade de praticar o atletismo.

DUARTE; WERNER, 1995, diz que o desporto adaptado atua como um meio de reabilitação física, psicológica e social, porque ele abrange as diferentes adaptações afim de oportunizar a todos nas mais variadas modalidades esportivas. A educação física adaptada é muito importante no processo de desenvolvimento da inclusão, pois através dela podem ser feitas atividades que atenda também as pessoas com deficiências, além de trabalhar a parte da inclusão social de todos.

Este trabalho tem o objetivo de mostrar o Projeto Marabá Paralímpico, com ênfase no Para atletismo mostrar que é possível pessoas com deficiências praticar este esporte desde a iniciação até o alto rendimento, que além de promover o bem estar, pode-se ainda possibilitar circuitos, e torneios a níveis regionais e nacionais. Divulgar o esporte adaptado possibilitando a socialização entre outros atletas deficientes e não deficientes, afirmando assim o direito que essa classe de pessoas possui.

Por meio de pesquisa descritiva e delineamento de estudo de campo, que segundo MATTOS, Gomes (2008) tem como características observar, registrar, analisar, descrever e correlacionar os fatos ou fenômenos sem manipula-los. Baseando-se nesta afirmação o presente estudo irá observar, registrar e descrever o ensino do atletismo adaptado em um projeto para portadores de deficiência e embasado também através de artigos e correlaciona-los.

3. A Educação Especial

O desenvolvimento histórico da educação especial no Brasil inicia-se no século 19, quando os serviços dedicados a esse segmento de nossa população, inspirados por experiências norte-americanas e europeias, foram trazidos por alguns brasileiros que se dispunham a organizar e a implementar ações isoladas e particulares para atender a pessoas com deficiências físicas, mentais e sensoriais. (Mantoan, Maria 1998).

Essas iniciativas não estavam integradas às políticas públicas de educação e foi preciso o passar de um século, aproximadamente, para que a educação especial passasse a ser uma das componentes de nosso sistema educacional. De fato, no início dos anos 60 é que essa modalidade de ensino foi instituída oficialmente, com a denominação de "educação dos excepcionais”. (Mantoan, Maria 1998).

A educação especial é uma modalidade de ensino destinada a educandos portadores de necessidades educativas especiais no campo da aprendizagem, originadas quer de deficiência física, sensorial, mental ou múltipla, quer de características como altas habilidades, superdotação ou talentos. (Sistema Educativo do Brasil, 2019)

A oferta da educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. Sendo assim, respeitando-se as possibilidades e as capacidades dos alunos, a educação especial destina-se às pessoas com necessidades especiais e pode ser oferecida em todos os níveis de ensino. (Sistema Educativo do Brasil, 2019)

A educação especial surgiu com muitas lutas, organizações e leis favoráveis aos deficientes e a educação inclusiva começou a ganhar força a partir da Declaração de Salamanca (1994), a partir da aprovação da constituição de 1988 e da LDB 1996.

A Constituição Federal estabelece o direito das pessoas com necessidades especiais receberem educação, preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208, III). A diretriz atual é a da plena integração dessas pessoas em todas as áreas da sociedade. Trata-se, portanto, de dois direcionamentos principais: o direito à educação, comum a todas as pessoas, e o direito de receber essa educação, sempre que possível, junto às demais pessoas, nas escolas «regulares». (Senado Federal, 2016).

No entanto, apesar do atendimento preferencial na rede regular para os educandos com necessidades especiais, a legislação educacional considera a existência de atendimento especializado. Assim, quando não for possível a integração desses educandos em classes comuns do ensino regular, deve ser oferecido atendimento em classes, escolas ou serviços especializados. (SANTOS Dos Reis; TELES, Maria, 2012).

O fato que vem modificar o cenário da educação mundial fica por conta de elaboração da Declaração de Salamanca em 1994, na cidade de Salamanca (Espanha), este documento foi criado para apontar aos países a necessidade de políticas públicas e educacionais que venham a atender a todas as pessoas de modo igualitário independente das suas condições pessoais, sociais, econômicas e socioculturais. A declaração destaca a necessidade da inclusão educacional dos indivíduos que apresentam necessidades educacionais especiais. (SANTOS Dos Reis; TELES, Maria, 2012).

De acordo com a declaração os princípios por ela defendidos é que as escolas e seus projetos pedagógicos se adequem as necessidades dos indivíduos nela matriculados, de acordo com a Declaração de Salamanca (art. 11º, p 13) “O planejamento educativo elaborado pelos governos deverá concentrar-se na educação para todas as pessoas em todas as regiões do país e em todas as condições econômicas, através de escolas públicas e privadas. (Declaração de Salamanca 1994).

A lei de Diretrizes e Base ((LBD nº 9.394/96).), tem como seu princípio educação igual a todos e no cap. 5 fala sobre a Educação Especial, assegurando assim ao portadores de deficiências uma educação de qualidade no ensino regular e também acesso igualitário a benefícios dos programas sociais disponíveis para o respectivo nível de ensino regular.

Garantindo que quando necessário ter serviços de apoio especializado para atender a peculiaridade da clientela de educação especial; atendimento esse que poderá ser feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos. (LBD nº 9.394/96).

A educação inclusiva tem por objetivo transformar a sociedade em mais justa, evitando as desigualdades e favorecendo a integração de todos os indivíduos e também promove a qualidade de vida (Venturini, GRO, 2010). A educação inclusiva trouxe uma grande mudança na forma de educar, os alunos com necessidades especiais foram inseridos nas escolas regulares, possibilitando com isso a integração social dos mesmos.

4. A Educação Física Adaptada

Na década de 50, é definido o nome de Educação Física Adaptada como um programa diversificado de atividades como o jogo, o esporte e o ritmo sendo adaptados aos interesses e às capacidades e limitações dos alunos portadores de alguma deficiência que o impedia de realizar os movimentos da aula prática de Educação Física (Winnick, JP, 2004).

No Brasil a Educação Física Adaptada surge em 1958, com a fundação de dois clubes de desporto em cadeiras de rodas um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro (Cardoso, VD, 2011).

Antigamente a Educação Física era vista como uma educação excludente, visando somente o rendimento, a seleção dos mais habilidosos, valorizando o individualismo, classificando os alunos como aptos e não aptos. Segundo Mutschele (1998) os professores eram centralizadores, e a prática era uma repetição mecânica dos movimentos esportivos. Somente no final dos anos 70, a Educação Física voltou-se para a psicomotricidade, sendo primeiramente implantada nas escolas especiais, para alunos com NEE (deficiência física e mental).

O autor menciona ainda que, a psicomotricidade assegura o envolvimento da Educação Física com o desenvolvimento da criança, com o ato de aprender, com os processos cognitivos, afetivos e psicomotores buscando garantir a formação integral do aluno, inaugurando uma nova fase, que passava a incluir e valorizar o conhecimento de origem psicológica. (Mutschele 1998)

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais a Educação Física inclusiva ajuda na superação do passado histórico da disciplina, que em vários momentos selecionou os indivíduos em aptos e inaptos. Discorre também que a inclusão acontece quando o professor da disciplina apoia, estimula, incentiva, valoriza, promove e acolhe os alunos levando em consideração sua individualidade. (PCN, 1997)

Segundo (Stempczynski, 2014) o professor de educação física não deve ser apenas treinador de habilidades, ele deve promover a inclusão, e valorizar a cultura corporal de movimento, fazendo com que a aula de Educação Física seja um espaço para todos. Partindo desse pressuposto, o papel do professor de Educação Física na inclusão é apresentar ao seu aluno o novo e o desconhecido, pois diante do desafio a criança tende a assimilar o conhecimento que possui.

Para Soler (2005) a tarefa do professor de Educação Física é complexa, pois deve compatibilizar os interesses do grupo com aqueles que apresentam NEE, atendendo a individualidade de cada um. E cada vez mais a necessidade de se praticar a inclusão, está ligada a nós profissionais. Devemos então, nos apropriar de conhecimentos específicos sobre certos aspectos da deficiência e partir do conhecimento de tais aspectos, afinal, educar para a diversidade é o objetivo maior da Educação.

Ensinando o esporte estaremos também ensinando valores humanos essenciais para a formação de um ser humano integral, investindo nas habilidades pessoais e de relacionamento social. Sendo outra missão do professor de Educação Física ensinar o esporte fazendo com que todos possam participar e se divertir, criando sempre as adaptações necessárias. (Soler 2005)

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacional de Educação Física (PCN 1997), a participação dos alunos deficientes na aula de Educação Física traz benefícios claros a esses alunos, principalmente no desenvolvimento das capacidades afetivas, de integração e inserção social. Relata também que, para ocorrer esses benefícios, o professor da disciplina deve conhecer a necessidade que o aluno possui, para desenvolver uma aula com as adaptações necessárias que contemple a participação de todos.

O jogo e o esporte adaptado são atividades que incorporam as habilidades dentro do esporte, com os desafios, as orientações sobre espaço, o trabalho em equipe, e devem ser organizado conforme as características dos alunos. As modalidades como o Handebol e o Basquetebol podem ser realizados normais ou sentados na cadeira de rodas, Goalball, Atletismo, pista de corrida de 50 m com revezamento, entre outras são atividades que podem ser adaptadas a qualquer pessoa (Castro, EM, 2010).

Através da educação física adaptada e da participação nos jogos, o aluno com necessidades educativas especiais tem maior chance de adaptação, de se sentir incluído, sobretudo, porque, nesse momento de “jogo e de brincadeira devem se constituir em atividades permanentes nas quais as crianças poderão estar em contato também com temas relacionados ao mundo social e natural” (BRASIL, 1998, p. 200).

4.1. O esporte Paralímpico no Brasil

O ano de 1958 marca oficialmente o início da prática desportiva por pessoas com deficiência no Brasil. Ao retornar de um período de reabilitação nos Estados Unidos, Robson Sampaio e Sergio Seraphin Del Grande fundam no Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente, o Clube do Otimismo e o Clube dos Paraplégicos, onde começa a prática do basquetebol em cadeira de rodas. (Guia Escolar Paralímpico, 2019).

A primeira participação internacional brasileira ocorreu em 1969, nos segundos Jogos Parapanamericanos, em Buenos Aires, Argentina. Em 1972, o Brasil estreia em Jogos Paralímpicos na cidade alemã de Heidelberg, e a primeira medalha chegaria quatro anos depois, nos Jogos Toronto 1976. (Guia Escolar Paralímpico, 2019).

Em 1975, duas delegações são enviadas para representar o Brasil nos Jogos Parapan-americanos do México. Tal fato desperta a necessidade da existência de um órgão para representar nacionalmente o esporte praticado por pessoas com deficiência– o que viria a ocorrer naquele mesmo ano, com a criação da Associação de Desporto de Excepcionais, atual Associação Nacional de Desporto de Deficientes. (Guia Escolar Paralímpico, 2019).

Nos Jogos Paralímpicos de Verão de 1984 – realizados em Stoke Mandeville e Nova York, pela última vez em local diferente dos Jogos Olímpicos –, o Brasil envia pela primeira vez uma delegação composta por atletas de diferentes grupos de deficiência – deficientes visuais, amputados, cadeirantes e paralisados cerebrais –, e conquista suas primeiras medalhas de ouro no evento. (Guia Escolar Paralímpico, 2019).

A partir dos anos 80, órgãos dirigentes do paradesporto por área de deficiência, como a Associação Brasileira de Desporto para Cegos, começam a se estruturar no país. Este aperfeiçoamento administrativo culmina com a fundação do Comitê Paralímpico Brasileiro (CP B), em 1995. (Guia Escolar Paralímpico, 2019).

Desde a criação do CP B, o Brasil experimentou um salto quantitativo e qualitativo de sua participação em Jogos, e hoje figura entre as dez maiores potências do esporte Paralímpico no mundo. A visão do CP B é: “representar e liderar o movimento Paralímpico brasileiro buscando a promoção e o desenvolvimento do esporte de alto rendimento para pessoas com deficiência”. (Guia Escolar Paralímpico, 2019).

4.2. O termo Paralímpico

O termo Paralímpico, uma associação entre o prefixo grego “para”, que significa paralelo, e o termo “olímpico”, que, segundo o IPC (2010b), representa a condição paralela entre os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. E embora muitas vezes, a palavra “Paralímpico” tenha sido usada para representar o movimento Olímpico das pessoas paraplégicas, essa nunca foi considerada uma versão oficial.

O surgimento do movimento Paralímpico foi baseado em um modelo baseava-se nas práticas de reabilitação e lazer. (BAYLEY 2008). Durante o período da guerra, a Inglaterra passava por um período no qual muitos combatentes voltavam da guerra com lesões severas e aproximadamente 80% das pessoas morriam durante a reabilitação. O esporte era uma forma de melhorar a qualidade de vida e a condição psicológica dessas pessoas. A pratica de atividades competitivas pelas pessoas com lesão medular e outras deficiências similares servia como elemento motivador para que elas encontrassem uma integração com o ambiente não hospitalar. (BAYLEY, 2008).

4.3. Paralímpico ou Paraolímpico?

Ambos os termos estão corretos e representam oficialmente a combinação do prefixo “para”, significando paralelo, com o termo Olímpico. Seguindo orientação do Comitê Paralímpico Internacional, em novembro de 2011, juntamente com o lançamento da marca dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, as entidades esportivas no Brasil passaram a adotar o termo “Paralímpico”, enquanto os órgãos governamentais optaram por continuar a usar o termo “Paraolímpico”. (Guia Escolar Paralímpico, 2019).

4.4. O símbolo e lema Paralímpicos

O símbolo Paralímpico é composto por três formas geométricas em movimento denominadas Agitos, do latim “eu movimento”. Elas são desenhadas em azul, verde e vermelho – as cores mais presentes em bandeiras nacionais – e circundam um ponto focal, representando o papel do Comitê Paralímpico Internacional de reunir atletas de todas as partes do mundo. (Guia Escolar Paralímpico, 2019).

O primeiro símbolo Paralímpico foi criado para os Jogos de Seul 1988. Era constituído por cinco tae-geuks – figura tradicional da Coreia, nas cores azul, amarelo, verde, vermelho e preto. Porém, em função de sua similaridade com os aros Olímpicos, foi reduzido, em 1992, para três tae-geuks, nas cores azul, verde e vermelho. O símbolo representa os três elementos que compõem o ser humano: mente, corpo e espírito. Em 2003, foi criado o atual símbolo, lançado oficialmente na cerimônia de encerramento dos Jogos Paralímpicos Atenas 2004. (Guia Escolar Paralímpico, 2019).

O símbolo traz consigo um novo lema: “Espírito em movimento”. Sempre em movimento, seguindo em frente, nunca desistindo. Atletas Paralímpicos buscam continuamente a excelência esportiva, estabelecendo metas e as conquistando, inspirando e emocionando o mundo. (Guia Escolar Paralímpico, 2019).

4.5. Atletismo Adaptado

O atletismo adaptado é regulamentado pelo International Paralympic Committee (IPC) e coordenado pelo comitê técnico esportivo do IPC Athletics. Além de ser a modalidade paralímpica com maior número de praticantes, destina-se aos paratletas com quaisquer tipos de deficiências – física, visual, cognitiva e intelectual. Quase todas as provas do esporte olímpico também existem no paradesporto. As provas de pista são as seguintes: corridas de velocidade (100 m, 200 m e 400 m), corridas de meio-fundo (800 m e 1.500 m), corridas de fundo (5.000 m e 10.000 m) e revezamentos (4x100 m e 4x400 m). (Centro Esportivo Virtual, 2019).

Os eventos de campo são: salto em altura, salto em distância, salto triplo, lançamento de disco, arremesso de peso e dardo. Existem ainda a maratona (prova de estrada) e o pentatlon (prova combinada). Estão ausentes das paralimpíadas os eventos de corrida com barreiras, salto com vara, marcha atlética e lançamento de martelo.

A classificação dos paratletas baseia-se nas suas capacidades funcionais. São realizados testes de coordenação, força e função do indivíduo e avaliam-se as potencialidades, as sequelas e os músculos não comprometidos. A nomenclatura das classes é determinada por uma letra inicial – F para eventos de campo e T para pista – mais um número referente ao comprometimento do competidor.  (Centro Esportivo Virtual, 2019).

4.6. CLASSIFICAÇÃO

Provas de campo – arremesso e lançamentos: F – Field (campo)

F11 a F13 – deficientes visuais

F20 – deficientes intelectuais

F31 a F38 – paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes e 35 a 38 para ambulantes)

F40 e F41 – anões

F42 a F47 – amputados e outros (les autres)

F51 a F57 – competem em cadeiras (sequelas de poliomielite, lesões medulares e amputações)

Provas de pista – corridas de velocidade, de fundo e salto: T – track (pista)

T11 a T13 – deficientes visuais

T20 – deficientes intelectuais

T31 a T38 – paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes e 35 a 38 para ambulantes)

T42 a T47 – amputados e outros (les autres)

T51 a T54 – competem em cadeiras (sequelas de poliomielite, lesões medulares e amputações)

Os competidores são divididos em grupos de acordo com o grau de deficiência constatado pela classificação funcional. Nas corridas, os atletas com deficiência visual mais alta podem ser acompanhados por guias, ligados a eles por uma corda. Já entre os deficientes físicos, há corridas com o uso de próteses ou em cadeiras de rodas. No Brasil, a modalidade é administrada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). (Centro Esportivo Virtual, 2019).

Uma especificidade da modalidade adaptada decorre da necessidade em avaliar o grau de deficiência para computar uma pontuação justa a cada paratleta. Em provas de lançamentos, nem sempre o vencedor é aquele que lançou mais longe o aparato. Para pontuação, os árbitros analisam a distância, bem como o grau de deficiência do atleta. Ao final de todos os lançamentos, vence aquele que obteve a maior pontuação. Já nas provas de pista, como no atletismo convencional, o vencedor é sempre aquele que alcança antes a linha de chegada. (Centro Esportivo Virtual, 2019).

Em relação às adaptações, é possível mudanças nos aparelhos utilizados, como nos dardos e nos discos, por exemplo. Aos amputados é permitido o uso de próteses, sendo obrigatórias em pista e facultativas em campo. As cadeiras de rodas podem ser utilizadas tanto em provas de campo como de pista e são bem leves. Os deficientes visuais da classe B1 devem estar acompanhados por um guia (conectados por uma amarra) que irá apenas direcioná-los durante a prova. Aos atletas B2 o guia é opcional, mas há necessariamente o uso de duas raias nas provas de pista. Aparelhos auditivos também são permitidos. (Centro Esportivo Virtual, 2019).

O atletismo Paralímpico é um paradesporto que promove a superação diária de seus atletas. Exige perseverança, comprometimento, disciplina, além de capacidades físicas como força e resistência. Desenvolve também estas mesmas capacidades, além de melhorar a autoestima, a independência, a socialização e a promoção de bem estar e qualidade de vida. (Centro Esportivo Virtual, 2019).

4.7. História Mundial

Pode-se considerar o atletismo como o esporte organizado mais antigo do mundo. Isto porque seus movimentos básicos: correr, saltar, lançar e arremessar já eram necessários aos seres humanos para que pudessem sobreviver da caça, coleta e fugir de possíveis predadores. Desta forma, a partir dessas ações, tornou-se inevitável transformá-las em práticas de lazer e competitivas. Existem indícios de que no Egito, há mais de quatro mil anos a modalidade surgiu. Mas fato comprovado é que na Grécia Antiga, ocorriam competições de corridas de velocidade e de saltos e sabe-se que nos primeiros Jogos Olímpicos da Antiguidade (776 a.C.) essas disputas se fizeram presentes. Porém ainda não se tratava do esporte atletismo. Este surgiu na idade contemporânea, na Inglaterra do século XIX e o primeiro campeonato britânico realizou-se em 1866. Dois anos depois, o novo esporte chegou aos Estados Unidos da América (GROLL, Von Marcus,2010).

(EUA) e a partir disso ocorreu um significativo aumento de adeptos. Em poucas décadas, o esporte foi divulgado para o resto do mundo. Por isto, foi possível a sua presença já nos primeiros Jogos Olímpicos da modernidade, em Atenas (1896). Pouco depois desta participação, houve a criação da Federação Internacional de Atletismo Amador (IAAF), em 1913, que é, até o momento, a instituição responsável pela normatização e regulamentação desse esporte olímpico. (GROLL, Von Marcus,2010).

Já a prática adaptada começou no início do século XX, mais especificamente na década de 1920, para deficientes visuais, junto com a natação. Os deficientes físicos puderam participar desse paradesporto somente após a Segunda Guerra Mundial, quando os esportes adaptados, em geral, tornaram-se possibilidade de reabilitação para os ex-combatentes que ficaram com sequelas em decorrência do evento. No final da década de 1940 foram realizadas competições de várias modalidades, concretizadas pelo médico Ludwig Guttman. Em 1952, nos Jogos de Stoke Mandeville, aconteceu uma competição de corridas em cadeiras de rodas para veteranos de guerra. Depois desse evento, e com o surgimento dos Jogos Paralímpicos, em 1960, o atletismo adaptado já foi inserido nesta primeira edição, em Roma, junto com mais sete modalidades. (GROLL, Von Marcus,2010).

5. Descrição do Projeto Marabá Paralímpico no Local da Sua Prática

O esporte Paralímpico é o principal meio de divulgação do esporte adaptado, embora se conceba que essa temática ainda necessita de estudos e propostas adequadas ao contexto cultural para fomentação do esporte Paralímpico no âmbito acadêmico e escolar.

Entretanto, apesar dos desafios observados, durante as vivências nos Estágios Supervisionados, nas aulas de Educação Física, houve a oportunidade de conhecer o Projeto “Marabá Paralímpico” idealizado e executado por um professor de Educação Física, da rede estadual de ensino de Marabá-Pará.

Neste sentido, nos sub tópicos abaixo se apresenta o projeto na íntegra, com suas atribuições, modalidades desenvolvidas e parceiros envolvidos e necessários.

5.1. ORIGEM SÓCIO-HISTÓRICA

O projeto de esportes “Marabá Paralímpico” teve início no ano de 2008, com o ingresso de um professor de Educação Física, na equipe de Educação Especial, da 4ª Unidade Regional de Ensino (4ª URE-SEDUC), no município de Marabá-Pará. Assim, o referido professor elaborou um projeto piloto com a modalidade de Natação Adaptada, com um grupo de 08 (oito) alunos com deficiência visual. E ao longo do tempo, houve o aumento de participantes e a participação em torneios amistosos e classificatórios. Modalidades como: Goallbal, Atletismo, Basquetebol em Cadeira de Rodas e Bocha Paralímpica ajudaram na expansão do projeto. Com o passar do tempo projeto passou a contar com um total de 50 praticantes de natação, 05 alunos praticando bocha, 10 praticantes do atletismo e 12 alunos no basquetebol em cadeira de rodas.

No ano de 2015, o projeto ganhou novas modalidades e novos parceiros, (SEMED/Marabá e AABB/Marabá) ampliando assim a participação de muito mais alunos público alvo da educação especial das redes estadual e municipal de ensino de Marabá.

Ressaltamos que a 4ª URE foi o órgão que no período em questão, abriu as portas para desenvolvimento de projetos de atividades desportivas adaptadas, para este público, servindo assim de exemplo e estímulo para que outras URE’s venham também desenvolver atividades neste sentido, a partir da disciplina Educação Física, dando oportunidade para a melhoria na qualidade de vida dos mesmos.

Muitas têm sido as conquistas/premiações que este projeto tem propiciado aos alunos da jurisdição desta URE nos diversos campeonatos pelo país, como exemplo citamos a participação nos Jogos Estudantis Paralímpicos Paraense e Paralimpíadas Escolares (desde 2010), Circuito Loterias Caixa de Atletismo, Halterofilismo e natação (desde 2011), Jogos Estudantis Marabaenses (JEM’s), Jogos da Castanha (desde 2011), Torneio de Basquetebol em Cadeira de Rodas em Imperatriz/MA (2011 e 2012) e o Regional Norte 2013 da mesma modalidade em Ananindeua/PA, além de vários festivais de natação/atletismo em Marabá ao longo destes 06 (seis) anos de existência, trazendo autoestima e melhoria na vida destes alunos. Em função dos bons resultados obtidos em nível Nacional o projeto conta com um aluno que recebe Bolsa Atleta Nacional desde o ano de 2012.

I - ENTIDADE EXECUTORA/PROPONENTE

4ª Unidade Regional de Ensino – URE/SEDUC

VII – QUADRO COM RECURSOS MATERIAIS/DESPORTIVOS/LOGISTICOS INICIAIS DO PROJETO:

Bola para Goallbal, Kit de bocha, Atletismo (pesos/dardos/discos), Natação (toucas/óculos/maiô/sunga) itens estes, disponibilizados pelo Profº de Edc. Física A. B. R.; Futebol – (bolas/coletes/uniformes), Material de Tênis de mesa (mesa/rede/bolas/raquetes) disponibilizados pela AABB; Natação (prancha/poliboia/macarrão/outros) materiais fornecidos pela AABB/Colégio Alvorada/Prof. A. B. R.; Cadeiras Basquetebol e bolas de basquetebol – disponibilizados pela Associação UNIFORÇAS.

5.2. OBJETIVOS

  • Inserir o esporte adaptado como fator de desenvolvimento educacional e como veículo de formação física, intelectual e social dos indivíduos.
  • Facilitar o acesso das pessoas com deficiência à estimulação precoce e prática da iniciação ao esporte adaptado.
  • Desenvolver neles uma melhoria da qualidade de vida e saúde através do esporte.
  • Criar um ambiente seguro e confiável para a prática esportiva.
  • Promover aproximação e integração dos participantes.

5.3. FINALIDADES

Devido à escassez de projetos voltados para pessoas com deficiência, o projeto veio com a finalidade de implantar em Marabá/PA a promoção do ensino e treinamento do Esporte Adaptado em ambiente acessível e seguro para indivíduos com deficiência físico/motora, auditiva, visual e mental, a fim de melhorar sua qualidade de vida, através da prática do esporte, incentivando e elevando a autoestima, oportunizando a inclusão social através da independência e autonomia para inserção e acompanhamento no ensino formal, até mesmo a descoberta de novos talentos.

5.4. PÚBLICO-ALVO

Hoje o Projeto conta com a participação de 64 alunos, distribuídos em dois horários (manhã e tarde), para as práticas esportivas, tais como: Bocha Paralímpica, Tênis de mesa, Natação, Atletismo, entre outros. Contemplando as seguintes deficiências: Visual (perca parcial ou total da visão), Física (sendo ela, má formação dos membros inferiores, superiores ou ambos), Intelectual, Síndrome de Down, Síndrome do X Frágil, Paralisia Cerebral e Autismo.

5.5. MODALIDADES ESPORTIVAS ADAPTADAS

VI – QUADRO COM MODALIDADES E LOCAIS DAS ATIVIDADES INICIAIS DO PROJETO:

As Modalidade, Local de Realização, Dias/Turno, Publico/ Alvo e Profissionais envolvidos estão dispostos da seguinte forma:

Natação – Aulas realizadas no Colégio Alvorada entre os dias de segunda, quarta e sextas-feiras, pela tarde e na AABB – Marabá, nos dias de terças, quintas-feiras, pela manhã. Com os Alunos deficientes visuais, intelectuais, físicos, e síndromes. Aulas orquestradas pelos Prof’s A.B.R., L.C. e Voluntários.

Atletismo - Aulas realizadas no Colégio Alvorada entre os dias de segunda, quarta e sextas-feiras, pela tarde e na AABB – Marabá, nos dias de terças, quintas-feiras, pela manhã. Com os Alunos deficientes visuais, intelectuais, físicas. Aulas orquestradas pelos Profs. A.B.R., L.C. e Voluntários.

Bocha Paralímpica - Aulas realizadas no Colégio Alvorada entre os dias de terça e quintas-feiras pela tarde e na AABB – Marabá, nos dias de terças e quintas-feiras, pela manhã. Com os Alunos deficientes Alunos com PC e distrofias. Aulas orquestradas pelos Profs. A.B.R., L.C. e Voluntários.

Tênis de mesa – Aulas realizadas na AABB – Marabá, nos dias de terça e quinta-feira pela manhã, com alunos com deficiências físicas/motoras. Aulas orquestradas pelos Profs. A.B.R., L.C. e Voluntários.

5.6. PARCERIAS

II – ENTIDADES PARCEIRAS INICIAIS:

  • Secretaria Municipal de Educação – SEMED.
  • Colégio Alvorada, desde 2008 (não documentado).
  • E.M.E.F José Mendonça Vergolino.
  • Associação União de Pessoas com Deficiência do Sudeste Paraense-UNIFORÇAS.
  • AABB – Marabá, desde 2014 (oficio da SEMED solicitando o espaço).

III – ENTIDADES PARCEIRAS ATUAIS:

  • Secretaria Municipal de Educação – SEMED.
  • Colégio Alvorada, desde 2008 (não documentado).
  • Estação Conhecimento, desde Agosto/2016 (oficio da SEMED solicitando a utilização do espaço).
  • AABB – Marabá, desde 2014 (oficio da SEMED solicitando o espaço)

IV – QUADRO INICIAL DE PROFISSIONAIS PARCEIROS:

O quadro inicial de professores era composto pelo Professor Especialista A. B. R. atuando como professor regente, Professora de Educ. Física L. C. F. C. atuante na área de atividades físicas com os alunos.

6. MATERIAIS E MÉTODOS

Professor de Educação Física A.B.R. graduado em 1993, pela Universidade Estadual do Pará - UEPA, com Pós-Graduação em Atividade Física e Saúde com Ênfase em Atividades Aquáticas com Crianças com Paralisia Cerebral, também pela Universidade Estadual do Pará – UEPA. Possuindo também cursos extracurriculares nas áreas de Equoterapia, Mediador em Libras. Trabalhou pelo município do ano de 2006 a 2009, e ao ingressar no ano de 2008 pelo Estado, deu início ao Projeto Piloto Marabá Paralímpico, mais precisamente em Setembro e 2008.

7. RESULTADO E DISCUSSÃO

7.1. A IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA PRÁTICA ESPORTIVA ADAPTADA

Contribui para com a melhoria dos aspectos de vida diária, comportamental, educativa, auxilia no melhoramento de sua saúde física e mental, permite acesso a um dos instrumentos estatais, que é o direito à pratica esportiva. Utilizando também a recreação e o lazer através de uma orientação adequada e de qualidade, realizada por profissionais devidamente preparados. (Borges, Arionaldo,2018).

7.2.  CONTRIBUIÇÕES DO PROJETO “MARABÁ PARALÍMPICO” PARA OS ALUNOS PARTICIPANTES

O Projeto Marabá Paralímpico tem contribuído na vida dos alunos em vários âmbitos, tais como: Mobilidade, coordenação motora, amadurecimento (senso de responsabilidade), independência em certas áreas de suas vidas, melhoria no convívio sócio familiar, agente inclusivo no meio social, melhoria em sua saúde física e mental, transformando-se também em porta de entrada para o esporte. (Borges, Arionaldo,2015).

E, não obstante a isto, o projeto tem se comportado como um agente transformador de ideias paternas, fazendo com que os pais dos alunos e seus responsáveis, também a sociedade como um todo, mude sua forma de pensar a respeito de uma pessoa com necessidades especiais seja ela criança, jovem ou até mesmo adulta. (Borges, Arionaldo,2015).

8. Considerações Finais

O atletismo é uma modalidade de fácil, possibilitando assim as mais variadas formas de adaptação da modalidade para mais de um tipo de deficiência, tornando um melhor acesso em que os participantes são capazes de praticar o esporte independente das limitações imposta pela deficiência. Entende-se que o esporte adaptado é um meio de reabilitar o aluno com necessidade educativas especiais, seja no aspecto social, emocional e o físico; e que através do esporte o aluno se sente mais incluído.

Pensando nisso o Projeto “Marabá Paralímpico”, tem por finalidade possibilitar que o indivíduo usufrutue dos benefícios do desporto adaptado e supere as adversidades que possa encontrar no dia a dia. O projeto revelou que há possibilidade de desenvolvimento da educação física adequada ao aluno com deficiência, que as limitações são impostas pelo meio e não pela deficiência orgânica do aluno. Assim, as adequações das atividades físicas se inserem no contexto de uma educação inclusiva, de formação de cidadãos participativos capazes de exigir seus direitos a todos os bens e atividades desta sociedade.

Conclui-se assim, que o projeto vem de encontro com o atual cenário de inclusão, cumprindo com os seus objetivos, ou seja, incentivando e oportunizando as pessoas com deficiência a pratica de uma modalidade desportiva, na qual as mesmas possam vivenciar experimentar, crescer e viver com mais dignidade a sua vida social, bem como obter melhor qualidade de vida, além de saúde através da prevenção de doenças secundarias derivadas da inatividade física, que por sua vez estão intimamente ligadas à saúde.

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Publicado por: MAIANA DA SILVA LIMA

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