A visão de professores e dirigentes sobre o papel do professor de educação física no ensino médio

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1. RESUMO

A imagem do professor de Educação Física escolar sempre esteve ligada ao esporte, a saúde e a disciplina. A partir da década de 1970, se tentou criar uma nova identidade para a Educação Física escolar, baseada em pressupostos culturais, cognitivos e psicossociais, aliados aos tradicionais aspectos biológicos. Neste momento instaurou-se uma crise de identidade na categoria, que permanece até os dias atuais. O intuito desse estudo foi conhecer qual a visão de professores e dirigentes sobre o papel do professor de Educação Física no Ensino Médio. Para tal objetivo, utilizou-se uma pesquisa com questionário aberto realizado com 12 professores de diversas disciplinas e 02 dirigentes de duas escolas públicas de Ensino Médio. Após a discussão dos resultados podemos observar que a Educação Física continua sem uma identidade definida, com isso os resultados mostram que a visão dos docentes de outras disciplinas, ainda é baseada no modelo tecnicista, que limitava à Educação Física ao viés biológico. Existe uma série de fatores que levam a este problema de falta de identidade, mas o importante aqui é ficar claro que devemos continuar estudando tal problema para que em breve, todos sejam conhecedores do papel do professor de Educação Física na escola, inclusive o próprio professor, pois só assim, com sua identidade definida, ele poderá mostrar a seus colegas docentes, seu verdadeiro valor e trabalhar de forma eficaz.

Palavras chave: Ensino médio, Educação Física, visão da comunidade escolar.

2. INTRODUÇÃO

A imagem do professor de Educação Física escolar sempre esteve ligada ao esporte, a saúde e a disciplina. Desde o início, quando a Educação Física foi introduzida nas escolas como matéria do currículo e parte integrante da educação formal, ela ocupou um espaço modesto e foi marcada por uma história de muitas crises de identidade (ARANTES, 2008).

Depois da abertura política no final da década de 1970 e da instalação da democracia, ocorrida na década de 1980, muitos teóricos começaram a desenvolver propostas que mudassem o foco da Educação Física escolar no Brasil e que lhe desse uma identidade própria, inclusive com caráter científico. Mas, mesmo com todo o esforço e empenho destes estudiosos o que se viu, foi a imagem do professor de Educação Física continuar distorcida.

Até os dias atuais, observa-se que muitos professores e dirigentes não sabem qual o papel do professor de Educação Física na escola, alguns ainda acreditam que sua função é apenas aplicar práticas esportivas, outros que seu principal papel é o de disciplinador e temos também os que acreditam que sua função é apenas a, de oferecer recreação, brincadeiras e jogos aos alunos.

Tendo em vista este pressuposto, o objetivo deste trabalho é conhecer a visão de professores de diversas disciplinas e dirigentes, sobre qual é o papel do professor de Educação Física no ensino médio escolar. Para conhecermos melhor o assunto, será apresentado a seguir um pequeno relato do histórico do papel do professor de Educação Física na escola, através de diversas teorias, abordadas em algumas literaturas, das várias existentes, que transcorrem sobre o tema.

Não se pretende com este estudo determinar ou afirmar qual é o papel do Professor de Educação Física na escola, mas sim, levantar a hipótese de que a Educação Física ainda é vista como uma atividade e não um componente curricular, tão importante como português, matemática, ciências e todas as outras da grade curricular. Tornando assim, o papel do Professor de Educação Física menos reconhecido, em relação aos demais colegas de outras disciplinas, a intenção aqui não é criticar ou mostrar que há discriminação com o Professor de Educação Física na escola, muito pelo contrário, a ideia é realizar um estudo preliminar com professores e dirigentes, que posteriormente poderá ser ampliado e aprofundado com alunos e pais, para que se possa identificar o grau de informação e conhecimento, por todos os envolvidos no processo de ensino aprendizagem, sobre o papel do Professor de Educação Física na prática do dia-a-dia escolar.

Entende-se também que é necessário se aprofundar mais neste assunto, para que o próprio professor de Educação Física saiba o que ele pode fazer para melhorar sua imagem perante os demais docentes, mostrando que ele não está na escola apenas para levar os alunos para quadra e para organizar festas e campeonatos. Esta é a imagem que alguns professores de outras disciplinas passaram no estágio que realizei em uma escola Estadual de ensino fundamental II e médio na cidade de Santo André – SP.

3. BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL

O início da Educação Física escolar no Brasil, teve influência direta dos militares e também dos médicos, com isto, o papel do professor era fazer com que os alunos tivessem corpos saudáveis, disciplinados, higienizados e fortes. Além disto, as aulas eram baseadas no modelo europeu, com ênfase na ginástica. Este modelo perdurou por várias décadas, com os professores preocupando-se apenas com a formação voltada para aptidão física, hábitos de higiene saudáveis e patriotismo.

A partir do início da década de 1970, por influência da ditadura militar, a educação física escolar, passou a ter um caráter de formação esportiva, ou seja, o papel do professor era praticamente o de um treinador, sua função era desenvolver nos alunos suas capacidades físicas, motoras e habilidades, selecionando a seu critério os melhores, que seriam treinados para os esportes de alto rendimento, Castellani Filho (1988).

Já no final da década de 1970, surgiram diversas críticas a este modelo tecnicista e excludente, com isso inúmeros estudiosos começaram a desenvolver abordagens pedagógicas, voltadas ao desenvolvimento não só físico, mas também, cognitivo, cultural e psicológico do aluno, tais como, abordagem desenvolvimentista, construtivista, crítico-emancipatória, entre outras (DARIDO, 2003). Mas, como toda mudança, esta também trouxe vários conflitos, não só entre aqueles que defendiam a manutenção do modelo tecnicista, mas também entre os próprios defensores de mudanças, pois cada um defendia sua própria tese. Como não houve uma política que afirmasse qual abordagem deveria ser seguida, criou-se uma falta de direcionamento, pois, os professores passaram a ter várias vertentes na qual poderiam seguir e isto gerou uma grande dúvida. Qual seria o papel do professor de Educação Física na escola, mediante estas novas abordagens?

Para respondermos esta pergunta podemos recorrer a Lorenz & Tibeau (2003), onde em sua fala dizem que, para entendermos o papel do professor, primeiramente seria necessário conhecer qual o objetivo da Educação Física na escola e qual seu objeto de estudo. Sendo assim, vamos mostrar algumas definições sobre o assunto:

Segundo Betti (1991), a Educação Física deve ir mais além do simples fazer, ou seja: não basta correr ao redor da quadra; é preciso saber por que se está correndo, como correr, quais os benefícios advindos da corrida, qual intensidade, frequência, e duração são recomendáveis.

Para Kolyniak (2000), o movimento humano consciente, consiste no objeto de estudo da Educação Física: todo movimento corporal que possibilite uma representação psíquica e uma interferência voluntária imediata é considerado como movimento humano consciente.

 Para Nascimento (1998:51) apud Lorenz & Tibeau (2003), a Educação Física tem como objeto de estudo o conhecimento das manifestações que compõem a cultura corporal, ou seja, as formas de representação do mundo através do corpo, como os jogos, os esportes, as danças, a ginástica, as lutas e outras práticas corporais. Estas são apenas algumas citações que referenciam diversas definições.

4. FINALIDADE DA EDUCAÇÃO FÍSICA SEGUNDO OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS

Em 1998, através do Ministério da Educação e do Desporto, foi criado os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), com o objetivo de nortear à educação no Brasil. Com referência a Educação Física os PCN, fazem a seguinte proposta:

“democratizar, humanizar e diversificar a prática pedagógica da área, buscando ampliar, de uma visão apenas biológica, para um trabalho que incorpore as dimensões afetivas, cognitivas e socioculturais dos alunos”. Os PCN ainda trazem três aspectos fundamentais à serem trabalhados, o princípio da inclusão, da diversidade e a categoria de conteúdos, que contempla as dimensões conceitual, procedimental e atitudinal, que se referem a três princípios, “o saber, o fazer e o ser”.

Com a elaboração deste documento, parecia ficar claro qual o papel do professor de Educação Física na escola, ele deveria através da cultura corporal do movimento formar cidadãos autônomos, críticos e capazes de cuidar de seu próprio corpo e de identificar as diferenças culturais, sociais e étnicas dentro da sociedade em que vivem. Os professores para alcançar tal objetivo, deveriam trabalhar diversos conteúdos, tais como, esportes, danças, lutas, ginásticas, brincadeiras, e aliar estas práticas aos temas transversais, que versam sobre, saúde, religião, ética, meio ambiente, orientação sexual, trabalho e consumo (BRASIL, 1998).

Mas, segundo os próprios PCN, existem contrapartidas que podem deturpar estes objetivos.

...interesses políticos e econômicos escusos podem, a partir de uma interpretação distorcida da lei, legitimar a descaracterização da Educação Física Escolar, tornando-a mera área técnica ou recreativa, desprovida de função no processo educativo pleno, (BRASIL, 1998, p. 27)

Mas, na realidade, depois de inúmeras tentativas de criar-se uma identidade para o professor de Educação Física escolar, que deixasse claro para ele próprio, para pais e colegas de outras disciplinas, qual seu papel, pode-se dizer que esta identidade ainda não é conhecida, como diz Gonçalves (1997), “a Educação Física com rosto próprio, precisa ser inventada, construída”. A imagem que ainda se tem é aquela antiga, da Educação Física que disciplina corpos, molda atletas e exclui os menos habilidosos, mas esta não cabe mais na escola. A Educação Física, ação pedagógica para educar corporeidades no interior das escolas está esperando os seus criadores ou inventores.

5. A IMAGEM DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Não é de hoje que o professor de Educação Física é visto pelos docentes de outras matérias com descrédito, pois, mesmo até a década de 1970, período em que a Educação Física tinha uma finalidade definida na escola, que era formar atletas, os demais professores não enxergavam o professor de Educação Física como parte integrante do processo de ensino-aprendizagem realizado na escola, tendo em vista que sua finalidade estava totalmente voltada para a formação esportiva, não tendo um conteúdo pedagógico. Para ilustrarmos bem o descrédito dos professores de Educação perante os colegas, colocamos a fala de Souza Vargas (1990, p.59) Apud Amorim et al. (2004):

...na escola, o professor de Educação Física, geralmente, é aquele elemento simpático, alegre, liberto de tensões. Um elemento que não cria problemas para a instituição. E isso não deve causar surpresa nem espanto: como criar problemas se ele não participa de maneira ativa da rotina escolar? Ele é um turista, um visitante, um E.T. Na discussão de conteúdos das disciplinas e das metas à serem traçadas para o período letivo, ele não é convidado a participar. No conselho de classe, ele é o elemento que pode passar despercebido, que pode entrar mudo e sair calado e, quando opina, é sobre os problemas de disciplina comportamental dos alunos, e nada mais.

Mesmo a partir da década de 1980, com a mudança desse aspecto tecnicista, esta relação não mudou muito, até mesmo porque, sabe-se que até meados da década de 1990 as aulas de Educação Física eram realizadas em período oposto ao das demais disciplinas, isto gerava uma separação dos professores de Educação Física em relação aos demais. Com a mudança da grade, que incluiu as aulas de Educação Física no horário normal de aula, junto com as demais matérias, esta distância entre os professores parece ter diminuído. Mas além desta questão temos o fato de que a Educação Física, em geral não é reconhecida como disciplina pelos alunos. Segundo Lorenz & Tibeau (2001), alunos do ensino médio frequentam as aulas de Educação Física apenas para distração, descontração e lazer.

6. METODOLOGIA

Este estudo foi realizado através de uma pesquisa de campo, qualitativa, pois, segundo Silva & Menezes (2000):

a pesquisa qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e atribuição de significados são básicos no processo qualitativo. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas.

A coleta de dados foi realizada através de um questionário (anexo I), composto por 9 perguntas abertas, impresso, entregue pessoalmente a cada participante da pesquisa, juntamente com a carta de informação ao sujeito (anexo II) e termo de consentimento livre e esclarecido (anexo III). Os sujeitos da pesquisa foram 12 professores de diversas disciplinas e (2) dirigentes (diretoras), de duas escolas Públicas Estaduais da cidade de Santo André, SP.

7. ANÁLISE DOS DADOS

Os dados foram analisados de forma qualitativa, considerando-se na íntegra cada resposta coletada e interpretando-se a opinião de cada pesquisado, de forma que ao final, tenha-se uma descrição significativa e concreta da visão dos sujeitos sobre o assunto abordado.

Considerando o objetivo deste estudo, optou-se pela análise de conteúdo, como forma de tratamento dos dados, pois esta, é caracterizada como procedimento de fragmentação de textos com o objetivo de identificar regularidades. Possibilita tratar todo o material textual, utilizando a comparação entre os elementos do corpus (palavras ou sentenças) e a constituição de agrupamentos de elementos de significados mais próximos, possibilitando a formação de categorias mais gerais de conteúdo (NASCIMENTO & MENANDRO, 2006).

Em linhas grais pode-se dizer que este tratamento é o mais adequado para um questionário aberto, pois se utiliza de uma construção interpretativa das respostas e, é realizado através de uma análise descritiva, com a organização dos dados em categorias. Para que esta interpretação seja eficiente, deve-se privilegiar, pelo menos num primeiro momento, o critério de se considerar somente o que estiver representado de forma explicita nas respostas, assim, nesse procedimento não há subentendidos.

Assim sendo, criou-se um quadro descritivo de categorias com a seguinte definição.

 

Categorias

A: Importância do trabalho do professor de Educação Física.

B: Contribuição da Educação Física com outras disciplinas.

C: O professor de Educação Física e a qualidade de vida dos alunos.

D: Conteúdos à serem ministrados pelo professor de Educação Física.

E: O papel do professor de Educação Física no ensino médio.

Após criar estas categorias, efetuou-se a leitura preliminar das respostas, que segundo Campos (2004), tem o intuito de apreender e organizar de forma não estruturada aspectos importantes para as próximas fases da análise. Depois desta primeira leitura partimos para a segunda fase, que consiste em uma nova leitura e na seleção das unidades de análise, que incluem palavras, sentenças, textos ou parágrafos inteiros, que neste caso foram classificadas por números, cada qual ligada a sua categoria.

8. RESULTADOS

Categorias

Unidades de análise

 

A: Importância do trabalho do professor de Educação Física.


 


 

 

 

  1. Saúde, tirar o aluno do sedentarismo.

  2. ...principalmente na qualidade de vida...

  3. ...estimula a atividade física nestes alunos tão sedentários.

  4. ...estimular práticas relacionadas a atividades físicas, como maneira de propiciar mais qualidade de vida.

  5. ...o professor trabalha diretamente a qualidade de vida.

  6. ...conscientizá-los para uma vida melhor e mais saudável.

  7. ...o trabalho do professor ajuda para que o adolescente consiga entender a importância da qualidade de vida em exercitar melhor seu corpo e mente.

  8. ...as orientações sobre alimentação saudável proporcionam uma melhoria na qualidade de vida.

  9. Auxilia na formação integral do aluno, ajudando-o a se integrar na sociedade e no mundo trabalho.

  10. É um dos responsáveis pela formação do cidadão enquanto protagonista de seu processo...

 

 

B: Contribuição da Educação Física com outras disciplinas.

 

 

  1. ...ensina também questões como disciplina, respeito ao próximo, etc...

  2. ...alguns comportamentos podem ser desenvolvidos na Ed. Física, tais como: concentração, trabalho em equipe, respeito às regras, organização, etc...

  3. ...que trabalha equipes, trabalhos em grupo cooperativos...

  4. ...o professor ajuda o trabalho de regras e suas importâncias.

  5. Projetos interdisciplinares, multidisciplinares, transdisciplinares

  6. ...ligando o corpo com química e biologia, o esporte com arte, as medidas com matemática, a linguagem do corpo com português, enfim.

  7. ...conteúdo complementar na formação, como nos projetos interdisciplinares.

 

 

C: O professor de Educação Física e a qualidade de vida dos alunos.

 

 

  1. ...formar hábitos esportivos que melhoram a qualidade de vida das pessoas.

  2. ...ensinando hábitos de alimentação..

  3. ...“corpo são, mente sã”.

  4. ...através dos exercícios...

  5. ...desenvolver atividades onde o aluno possa se exercitar de uma maneira saudável.

  6. ...o professor trabalha diretamente a qualidade de vida.

  7. O estudo do corpo, do bem estar da saúde...

  8. ...a prática esportiva e as orientações sobre alimentação saudável proporcionam uma melhoria na qualidade de vida.

 

 

D: Conteúdos à serem ministrados pelo professor de Educação Física.

 

 

  1. Saúde corporal, alimentação... esporte.

  2. Orientação sobre saúde, práticas esportivas, qualidade de vida.

  3. Jogos e competições.

  4. Saúde, qualidade de vida, noções básicas sobre esportes.

  5. Qualidade de vida, jogos cooperativos...

  6. Qualidade de vida, jogos cooperativos, regras...

  7. Qualidade de vida, regras... esportes.

  8. Saúde...

  9. Qualidade de vida... nutrição, esportes...

  10. Regras... todos os esportes... alimentação saudável.

  11. ...saúde...

 

 

E: O papel do professor de Educação Física no ensino médio.

 

  1. Preparar o aluno para que saiba cuidar do corpo... a importância das práticas esportivas...

  2. Orientar sobre qualidade de vida, socialização, regras (orientações) sobre diferentes esportes, práticas esportivas, promover campeonatos, diagnosticar alunos “talentosos” no esporte.

  3. Saúde, tirar o aluno do sedentarismo.

  4. Conduzir o aluno a ter: qualidade de vida, prevenção do sedentarismo, amor ao esporte.

  5. ...estimular práticas relacionadas a atividades físicas, como maneira de propiciar mais qualidade de vida.

  6. Estimular o aluno as práticas esportivas, tendo em vista sua qualidade de vida...

  7. De orientador e estimulador, nas práticas de exercícios e qualidade de vida.

  8. ...conscientizá-los para uma vida melhor e mais saudável.

  9. Ele colabora totalmente nas questões qualitativas desse adolescente que está entrando no portal do mundo do adulto...

  10. Auxilia na formação integral do aluno, ajudando-o a se integrar na sociedade e no mundo trabalho.

  11. É um dos responsáveis pela formação do cidadão enquanto protagonista de seu processo...

9. DISCUSSÃO

Para discussão dos resultados, optou-se por uma análise temática, pois como diz Campos (2004). “Existem várias opções na escolha dos recortes a serem utilizados, mas percebemos um interesse maior pela análise temática (temas), o que nos leva ao uso de sentenças, frases ou parágrafos como unidades de análise”. A escolha do tipo de análise é um momento de muita importância, de total individualidade do autor. A análise temática permite através de um processo dinâmico, interpretativo e de muita leitura, que se analise a mensagem, ora de forma concreta, explícita, mas também o permite enxergar as mensagens ocultas nas entrelinhas do texto.

Pode-se verificar na categoria “A” (Importância do trabalho do professor de Educação Física), que na maioria das respostas aparece de forma contextualizada algumas palavras que tem uma ligação comum entre si, no caso estamos nos referindo à saúde, qualidade de vida, sedentarismo, alimentação saudável. Destacou-se também a formação do cidadão, que está ligada diretamente a integração deste à sociedade.

Neste caso fica claro que o pensamento dos pesquisados com relação à importância do professor de Educação Física, está relacionado com a qualidade de vida e a preparação do aluno para à sociedade. Em termos da preparação do aluno para viver em sociedade, é possível dizer que a ideia dos pesquisados vai de encontro ao que determina a Lei de Diretrizes e Bases (LDB, nº 9.394/96), que aponta as finalidades da Educação Física no Ensino Médio: a consolidação e aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, o prosseguimento dos estudos, o preparo para o trabalho e a cidadania... Já no que diz respeito à qualidade de vida, pode-se dizer que é uma questão muito subjetiva, pois a Organização Mundial da Saúde (OMS) a definiu da seguinte forma: “é a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores em que vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” (THE WHOQOL GROUP, 1995), ou seja, a qualidade de vida não está relacionada somente a saúde, envolve diversos, aspectos, tais como, financeiro, cultural, psicológico, e esta percepção parte do próprio indivíduo, ninguém pode determinar efetivamente se o outro, tem ou não qualidade de vida. Mas pelas demais análises, acredita-se que os pesquisados estão se referindo a qualidade de vida, relacionada à hábitos saudáveis de alimentação, prática de exercícios físicos e esportes.

Na categoria “B” (Contribuição da Educação Física com outras disciplinas), observou-se que a principal ideia dos pesquisados sobre como a Educação Física pode contribuir com o processo de ensino aprendizagem de outras disciplinas, está ligada diretamente ao pensamento tecnicista, que vê a Educação Física como, disciplinadora, disseminadora do respeito e do trabalho em equipe e que isto por si só, poderia contribuir com a melhoria dos alunos nas outras aulas. Isto vem ao encontro do que nos diz Oliveira (2002), a mecanização do ensino patrocinada pelo governo teria como premissa básica a disciplinarização, a normatização, o alto rendimento e a eficácia pedagógica.

Outro ponto verificado nas respostas é referente a interdisciplinaridade, ou seja, os pesquisados entendem que a Educação Física deve trabalhar de forma que suas aulas tenham um “link” com as demais disciplinas e que possuam um caráter complementar. Neste aspecto é importante que haja esta conduta e que ela seja reciproca dos professores das outras matérias para com a Educação Física.

Para categoria “C” (O professor de Educação Física e a qualidade de vida dos alunos), vemos que complementando a categoria “A” os pesquisados reforçam a ideia de que o professor de Educação Física é muito importante para ajudar o aluno a ter uma boa qualidade de vida, principalmente no que tange a questões de hábitos alimentares saudáveis, práticas conscientes de exercícios físicos e esportes, considerando que o aluno tendo um corpo sadio, terá um melhor desenvolvimento cognitivo.

Esta categoria nos traz a eminente ideia de que os pesquisados tem como base o pensamento da dicotomia corpo-mente, aliás, isto fica claro na resposta de um dos pesquisados que quando perguntado sobre a relevância da Educação Física em relação às outras disciplinas, respondeu: “considero de igual importância, corpo são, mente sã”. Esta clássica frase, de uso latino, derivada da sátira X do poeta e filósofo romano, Juvenal, traz uma problematização muito antiga, desde a época dos grandes filósofos, como Platão, Sócrates e Aristóteles, a divisão do corpo e da mente. Questão esta, que vem sendo discutida a dezenas de séculos.

Para a Educação Física, saber que ainda existe este pensamento que corpo e mente são independentes um do outro é um retrocesso, pois diversos autores, como Medina (1983), Daólio (1994), Soares (1994), entre outros, vêm trazendo inúmeras publicações desde a década de 1980 sobre a necessidade de se enxergar que corpo e mente (alma, pensamento, como alguns preferem chamar), são algo único, como nos diz (MEDINA, 1983, p.12):

(...) se entenda desde já que nós não temos um corpo; antes, nós somos o nosso corpo, e é dentro de todas as suas dimensões energéticas, portanto de forma global, que devemos buscar razões para justificar uma expressão legítima do homem, através das manifestações do seu pensamento, do seu sentimento e do seu movimento (grifos do autor).

Ou seja, é necessário que se faça uma relação global entre as dimensões que permeiam o homem, pois como o próprio Medina (1983, p. 23) afirma: “O que diferencia fundamentalmente os seres humanos dos outros seres vivos são as possibilidades de suas consciências”. É esta consciência que traz ao ser humano a possibilidade de liberdade, de ser crítico, pois, “a consciência é um fenômeno que se aproxima muito mais do corpo orgânico concreto que das abstrações – enquanto considerações isoladas – de espírito, mente ou alma” (MEDINA, 1983, p. 23, grifo do autor).

Com base nestes entendimentos é que o autor prega a importância de uma nova pedagogia do corpo, que deve partir de uma visão global, sistêmica e dialética, que dê sustentação a uma nova educação física, que busca o ato libertador e a própria humanização do corpo.

Categoria “D” (Conteúdos à serem ministrados pelo professor de Educação Física), neste quesito, observa-se que a maioria dos entrevistados, citam como conteúdos importantes à serem ministrados na Educação Física, os esportes e suas regras, orientação sobre saúde corporal e alimentação saudável e novamente o tema qualidade de vida aparecendo como o mais importante a ser trabalhado pelos professores de Educação Física, na opinião dos pesquisados. Isto mostra mais uma vez que a Educação Física escolar ainda é vista pela maioria, apenas como uma disciplina de ordem biológica, desconsiderando seu viés cognitivo, cultural e psicológico. Observamos que não foi citado pelos entrevistados que, se deveria trabalhar assuntos como, diversidades culturais, orientação sexual, (já que estamos falando de alunos entre 15 e 18 anos na sua maioria), ética, danças, meio ambiente, entre outros.

Podemos ainda sugerir com estas respostas que estamos vivendo uma continuidade da fase higienista na Educação Física, onde sua grande importância está relacionada aos aspectos de saúde, como afirmam Góis Junior & Luvisolo:

(...) e o Movimento Higienista ou Sanitarista do início do século XX no Brasil extrapola a periodização tradicional que lhe imputa o término nos anos de 1930 ou 1940, e prossegue com suas tradições e ideais heterogêneos até o fim do século XX e, muito possivelmente, até hoje, no início do século XXI, não ganhando características que determinem uma diferenciação histórica absoluta entre as duas intervenções (2003, p.52).

E para finalizar, na categoria “E” (O papel do professor de Educação Física no ensino médio), pode-se dizer que as respostas vieram ratificar tudo o que foi dito anteriormente, esta categoria, é o foco central deste estudo, talvez pudéssemos ter feito este estudo, apenas com esta pergunta, mas é obvio que ficaria a indagação, será que podemos levar em consideração este pensamento genérico, demonstrado através de uma única questão tão ampla. Pois bem, tivemos através destas 05 categorias a oportunidade de verificar que todas as respostas estão diretamente relacionadas e o pensamento dos pesquisados aparece de forma bastante explícita. Desta forma pode-se dizer que na opinião destes 14 pesquisados o papel do professor de Educação Física no Ensino Médio é ensinar aos alunos, esportes e suas regras, trabalhar com jogos e competições, preparar este aluno para adaptar-se a sociedade e principalmente mostrar-lhe como ter saúde e qualidade de vida através de uma alimentação saudável e de exercícios físicos bem elaborados.

Estas constatações contrariam a ideia de que o objetivo da Educação Física é “desenvolver de maneira integral e harmonicamente, os aspectos: físico, emocional, social, intelectual, levando em conta a diversidade cultural”. (BORGES, 1987).

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Poderia aqui, tecer diversos comentários discordando do pensamento sobre o papel do professor de Educação Física, que acabamos de levantar através deste estudo, mas como dito anteriormente, a intenção aqui não é criticar, ou determinar qual é o verdadeiro papel deste docente no Ensino Médio, acredito que vale mais salientar, que os resultados apresentados não causam nenhuma surpresa.

Pois, como abordado através de diversas literaturas, a Educação Física continua sem uma identidade definida, com isso os resultados mostram que a visão dos docentes de outras disciplinas, ainda é baseada no modelo antigo, que limitava à Educação Física ao viés Biológico. Mas de quem é a culpa? Eu diria que não existe um único culpado, mas sim, uma série de fatores que levam a este problema de falta de identidade, pode-se citar: o próprio professor de Educação Física, sua formação deficiente, a política educacional em nosso país, os paradigmas difíceis de serem quebrados, entre outros.

O importante é dizer, que acredito ser imprescindível realizar novos estudos sobre o assunto, aprofundar-se cada vez mais, para que, em um futuro próximo, todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, sejam conhecedores do papel do professor de Educação Física na escola, inclusive o próprio professor de Educação Física, pois só assim, com sua identidade definida, ele poderá mostrar a seus colegas docentes, seu verdadeiro valor e trabalhar de forma eficaz, abrangendo na Educação Física a “Qualidade de Vida”, não esta, tão abordada neste estudo (voltada à saúde, ao esporte e aos exercícios físicos), mas aquela completa, que envolve todos os sentidos: biológico, econômico, cultural, social e cognitivo.

11. REFERÊNCIAS

AMORIM, C.E.N. et ali. Razões e justificativas para o descrédito do professor e da disciplina educação física em escolas estaduais. Estudo de caso, Revista Digital - Buenos Aires - Ano 10 - N° 77 - 2004

ARANTES, A. C. A história da educação física escolar no Brasil, revista digital, ano 13 nº 124, Buenos Aires, 2008

BETTI, M. Educação Física e Sociedade, São Paulo: Movimento, 1991.

BORGES, C. J. Educação Física para o Pré-Escolar. Rio de Janeiro: Sprint, 1987.

BRASIL, LDB. Lei 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Disponível em < www.planalto.gov.br >.

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CAMPOS, C. J. G. MÉTODO DE ANÁLISE DE CONTEÚDO: ferramenta para a análise de dados qualitativos no campo da saúde, Rev Bras Enferm, set/out; 57(5):611-4, Brasília (DF), 2004.

CASTELLANI FILHO, L. Educação Física no Brasil: a história que não se conta. Campinas, Papirus, 1988.

DARIDO, S. C. Educação física na escola, 1. ed. Guanabara Koogan S.A., 2003.

_____________Educação física na escola: ações e reflexões. Araras, Topázio, 1999.

GOIS JUNIOR, E. & LUVISOLO, H.R. Descontinuidades e continuidades do movimento higienista no Brasil do século XX, Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 25, n. 1, p. 41-54, set. 2003.

GONÇALVES, M. A. S. Sentir, pensar, agir: corporeidade e educação. Campinas:

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KOLYNIAK C O. O objeto de estudo da Educação Física. Corpo Consciência 5. 2000.

LORENZ, C F & TIBEAU C. Educação física no ensino médio: estudo exploratório sobre os conteúdos teóricos: revista digital, ano 9, Buenos Aires, Novembro 2003.

A percepção de estudantes do Ensino Médio sobre as aulas de Educação Física Escolar: Disciplina ou Atividade? São Paulo; 2001.

MEDINA, J. P. S. A educação física cuida do corpo... e “mente”: bases para a renovação e transformação da educação física. Campinas: Papirus, 1983.

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OLIVEIRA, M. A. T. Educação Física escolar e ditadura militar no Brasil (1968-1984): história e historiografia, Educ. Pesquisa. vol.28 nº.1 São Paulo, 2002

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12. ANEXOS

12.1. Questionário para professor de ensino médio ou dirigente escolar

Prezado (a) Sr. (a), este protocolo faz parte da pesquisa de campo do trabalho de conclusão de curso (TCC) “A VISÃO DE PROFESSORES E DIRIGENTES SOBRE O PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO MÉDIO” que desenvolvo no curso de Educação Física (Licenciatura) na Universidade do Grande ABC - Anhanguera, sob orientação da professora Ms. Patrícia Ap. David. Desde já agradeço imensamente sua contribuição para com esta pesquisa.

Obs: Caso o espaço para resposta não seja suficiente, utilize a parte de trás da folha para complementá-las.

1 – É professor (a) ou dirigente da escola? Se for professor qual disciplina leciona no ensino médio?

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2 – Qual sua formação acadêmica?

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3 – Há quanto tempo atua como docente e/ou dirigente?

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4 – Em sua opinião, qual a relevância da Educação Física no Ensino Médio, em relação às outras disciplinas.

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5 – O Sr. (a) acredita que as aulas de Educação Física devem ser realizadas dentro do horário normal de aula? Por que?

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6 – O trabalho do professor de Educação Física pode contribuir com o processo de ensino-aprendizagem de outras disciplinas? De que forma?

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7 – Em sua opinião, o professor de Educação Física pode influenciar na saúde e qualidade de vida de seus alunos.

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8 – Em sua visão, quais conteúdos podem ser oferecidos nas aulas de Educação Física no ensino médio?

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9 – Em sua visão, qual é o papel do professor de Educação Física, no ensino médio?

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12.2. CARTA DE INFORMAÇÃO AO SUJEITO DA PESQUISA

A presente pesquisa faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), com o tema A VISÃO DE PROFESSORES E DIRIGENTES SOBRE O PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO MÉDIO, que será realizado pelo graduando em Educação Física – Licenciatura, Mauricio Sufi, sob orientação da Profª. Ms. Patrícia Ap. David, Docente do Curso de Educação Física da UniABC - Anhanguera.

Esta pesquisa será realizada junto a dirigentes e professores de diversas disciplinas que lecionam no ensino médio, através de questionário aberto, afim de conhecermos a opinião dos mesmos, sobre qual o papel do professor de Educação Física no ensino médio. Aos participantes garantimos que suas identidades serão mantidas em sigilo, e os resultados servirão para fins de pesquisa, ficando a publicação restrita aos meios científicos.

Este material será posteriormente analisado e será garantido sigilo absoluto sobre os dados coletados, sendo resguardado o nome dos participantes, bem como a identificação do local da coleta de dados. A divulgação do trabalho terá finalidade acadêmica, esperando contribuir para um maior conhecimento do tema estudado. Aos participantes cabe o direito de retirar-se do estudo a qualquer momento, sem prejuízo algum. O estudo não implica em benefícios financeiros a nenhuma das partes legais envolvidas.

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Profª. Ms. Patrícia A p. David

(Orientadora do TCC)

12.3. TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Pelo presente instrumento, que atende às exigências legais, o (a) senhor(a) ______________________________________________________________________, R.G.____________________________ sujeito da pesquisa, após leitura da CARTA DE INFORMAÇÃO AO SUJEITO DA PESQUISA, ciente dos serviços e procedimentos aos quais será submetido, não restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e do explicado, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO de concordância em participar da pesquisa proposta.

Fica claro que o sujeito de pesquisa ou seu representante legal podem, a qualquer momento, retirar seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de participar do estudo alvo da pesquisa e fica ciente que todo trabalho realizado torna-se informação confidencial, guardada por força do sigilo profissional.

Santo André, ______ de _____________________ de 2012.

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Assinatura do sujeito ou seu representante legal


Publicado por: MAURICIO SUFI

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