Ética e Responsabilidade Social

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1. RESUMO

Ética, evolução histórica, o início, os estudos filosóficos do tema, a reflexão, princípios morais. As instituições e a ética em seu comportamento. A ética propriamente dito. Ética e a responsabilidade social.

PALAVRAS-CHAVE: Ética e Responsabilidade social

2. INTRODUÇÃO

Sobre o tema, preliminarmente necessário se faz nesta parte introdutória, em breve síntese, será abordado o surgimento da ética, bem como sua evolução histórica, e os estudos filosóficos, com base de pesquisa, como fonte a revista dos tribunais e pesquisadores.

A reflexão da ética, a construção na própria natureza humana.

O conceito e contextualização de responsabilidade social, bem como as empresas de uma forma genérica.

As instituições e a ética, como se devem portar, as regras universais, o sentimento no âmbito profissional, e por último, a ética propriamente dito.

3. ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL

3.1. Desenvolvimento

3.1.1. Evolução Histórica da Ética.

Com base na pesquisa de ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de filosofia. São Paulo: Moderna, 2000. NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. São Paulo: revista dos tribunais,2001 descreve:

A reflexão ética se inicia na Grécia antiga, quando os filósofos buscam compreender o fundamento da conduta humana. Enquanto para a maioria dos filósofos os princípios morais resultam de convenções sociais, Sócrates defende a moral constituída na própria natureza humana.

A reflexão ética se inicia na Grécia antiga, quando os filósofos buscam compreender o fundamento da conduta humana. Enquanto para a maioria dos filósofos os princípios morais resultam de convenções sociais, Sócrates defende a moral constituída na própria natureza humana.

Para Sócrates (470-399 a.C.), a virtude humana consiste na busca do conhecimento para alcançar a felicidade. O verdadeiro objeto do conhecimento é a alma humana. As afirmações: conhece-te a ti mesmo e sei que nada sei, expressam com intensidade que a conduta humana deve ser ajustada em primeiro lugar, com o próprio ser. O filósofo relaciona de forma estreita as noções de saber, virtude e felicidade. Segundo ele, o conhecimento do bem implica a prática da virtude e o exercício desta faz felizes os homens. A sabedoria é o valor supremo para alcançar a plena felicidade.

Sócrates forneceu material para que Aristóteles e Platão desenvolvessem suas doutrinas. Os três filósofos consideram o homem não como ente isolado, mas como ser social. Na expressão aristotélica clássica, o homem é um animal político.

Platão (428-347 a.C.) estabelece uma hierarquia das idéias e confere um lugar supremo ao bem. As virtudes humanas devem ser coordenadas, cuja harmonia constitui a justiça. A justiça é para Platão, a harmonização das atividades da alma e de todas as virtudes. Segundo ele, a questão moral não é um problema somente do indivíduo, mas das relações coletivas. A formação espiritual do homem cabe ao Estado, entidade que não é meramente organização de poder, mas instituto de educação, e a finalidade última é realizar a idéia do homem e conduzir os indivíduos ao conhecimento e prática das virtudes que deverão torná-los felizes.

A ética de Aristóteles (384 -322 a.C) exerceu forte influência no pensamento ocidental. Segundo sua teoria, conhecida como eudemonismo (do grego eudaimonéu significa ter êxito, ser feliz), todas as atividades humanas aspiram a algum bem, dentre os quais, o maior é a felicidade. Para Aristóteles, a felicidade não se encontra nos prazeres nem na riqueza, mas na atividade racional, no exercício e na evolução do pensamento.

Para os hedonistas (do grego bedoné, prazer) o bem se encontra no prazer. De forma genérica, podemos afirmar que a civilização contemporânea é hedonista, pois associa a felicidade com a aquisição de bens de consumo: casa, carros, roupas, comida, aparelhos eletrônicos e domésticos e sexualidade.

No entanto, segundo Epicuro (século III a.C.), principal representante do hedonismo grego, os prazeres do corpo são causa de ansiedade e sofrimento. Por isso, para que a alma não sofra perturbações, é preciso limitar os prazeres materiais. É virtuoso quem é capaz de usufruir do prazer com moderação. Essa atitude o leva ao cultivo dos prazeres espirituais.

Na mesma época, Zeno de Cítio condena os prazeres em geral e considera que muitos males decorrem da liberalidade dos prazeres. Segundo o pensador, a virtude do sábio depende do viver de acordo com sua natureza e razão, eliminando as paixões, causadoras de sofrimento.

A Idade Média retoma esse pensamento e aperfeiçoa a vida espiritual por meio de práticas de purificação do corpo, instituindo o jejum, a abstinência e a flagelação. Essa tendência predominou na Alta Idade Média, influenciada pela Igreja.

O filósofo e teólogo Santo Tomás de Aquino (século XIII) adapta o aristotelismo aos ideais cristãos e recupera a ética eudemonista. Mas, fiel ao ideal religioso, admite que a única contemplação que garante a felicidade é a contemplação de Deus, de quem teremos conhecimento só na vida futura, após a morte.

Desde a expansão do cristianismo, portanto, a cultura ocidental esteve marcada pela tradição moral fundada nos valores religiosos e na crença na vida depois da morte. Sob essa perspectiva, os valores são transcendentes, porque resultam de doação divina, o que leva à identificação da pessoa moral com o ser temente a Deus.

A partir da Idade Moderna, porém, os princípios éticos e morais distanciam-se da doutrina religiosa. O Ser moral e religioso convive separadamente. Admite-se que uma pessoa que não crê em Deus também possa ser ética, porque o fundamento dos valores não se encontra em Deus, mas no próprio ser humano.

O reconhecimento dos princípios e valores resulta da capacidade humana, representada pelo racionalismo cartesiano e também pelo criticismo de Hume (século XVII). Para este filósofo, a única base para as idéias gerais é a crença. No campo moral não podemos atingir verdades absolutas. Hume rejeita todo sistema ético que não se baseie em fatos e observações. É reconhecido como pensador que rompe com a tradição filosófica herdada da Antiguidade e Idade Média, influenciando as mais diversas concepções e tendências éticas.

O século XIII é denominado século das luzes, em virtude da razão, considerada em todas as expressões e atividades humanas, como a luz que serve para interpretar e reorganizar o mundo. Recorrer à razão significa recusar a imposição religiosa. Para Kant, maior expoente do iluminismo, a ação moral é autônoma, pois o ser humano é o único capaz de determinar segundo leis que a própria razão estabelece.

A moral iluminista é racional, laica e acentua a importância da liberdade e do direito de contestação. Também é uma moral universalista porque, embora admita as diferenças dos costumes dos povos, aspira encontrar valores comuns.

A partir do final do século XIX, porém, os pensadores começaram a se posicionar contra a moral formalista kantiana fundada na razão universal, abstrata, de um sujeito transcendental.

Entre eles, Hegel destaca a importância da relação do sujeito com a cultura e a história, compreendendo a diversidade dos valores conforme o tempo, a cultura e o lugar. Também Marx explica a moral como uma das expressões da consciência humana, que por sua vez, são o reflexo das relações sociais estabelecidas no mundo do trabalho. Nesse caso, conforme variam os modos de produção, mudam não só as normas morais, mas também os valores sociais, políticos e econômicos.

Nietzsche, cujo pensamento se orienta no sentido de recuperar as forças inconscientes, vitais e instintivas subjugadas pela razão durante séculos, critica Sócrates por ter encaminhado pela primeira vez a reflexão moral em direção ao controle racional das paixões.

Segundo Nietzsche, nasceu aí a desconfiança nos instintos, tendo essa destruição culminado com o cristianismo, que acelerou o processo de domesticação do ser humano ao incentivar a moral do rebanho, geradora de culpa e ressentimento, fundada na aceitação do sofrimento, da renúncia, da piedade, típicos da moral dos fracos. No seu pensamento defende a transvaloração de todos os valores, superando a moral comum para que os atos do homem forte não sejam pautados pela mediocridade das virtudes estabelecidas. Para tanto é preciso recuperar o sentimento de potência, a alegria de viver, a capacidade de invenção.

No decorrer do século XX e no início deste século, continua valendo a desconfiança na razão como instrumento eficaz para orientar os princípios éticos e as normas morais. Não se pode afirmar de maneira convicta que agir virtuosamente é agir de conformidade com a razão.

As advertências de Marx, que denuncia a ideologia e seu poder de manipular a consciência, acrescenta-se a descoberta de Freud (1856-1939) do inconsciente, força interna radicada nas pulsões que, ao entrarem em conflito com as normas sociais, tornam-se fonte de repressão e neurose.

Dentre as correntes do existencialismo, Sartre (1905-1980) se debruça sobre o tema da liberdade, como expressão da autonomia do querer, do projetar humano. Por valorizar de maneira singular o indivíduo, viu-se diante de dificuldades para estabelecer os critérios da fundamentação moral coletiva.

A prevalência da ordem subjetiva das vivências e emoções, por um lado, e, por outro, a denúncia da razão dominadora como instrumento de repressão, fornecem os elementos que caracterizam a chamada crise da razão.

Diante dos problemas do mundo globalizado, podemos ressaltar o fato que hoje, a moral se situa além dos limites da casa, do bairro, da cidade, do país, para exigir a reflexão sobre a macrosfera, que envolve o destino da humanidade. Neste sentido, é preciso constituir uma macroética que examine os interesses humanos vitais em nível planetário. Vivemos uma ruptura de paradigmas, sem que tenhamos ainda esboçado novos referenciais de conduta.

No mundo contemporâneo, muito são os desafios para tentar construir a vida ética e moral. A questão que se coloca hoje é a da superação dos empecilhos que dificultam a existência de princípios e parâmetros para a boa conduta. Algumas dessas dificuldades derivam da sociedade individualista, incapaz de praticar a solidariedade e a tolerância.

O esforço de recuperação da ética passa pela necessidade de não se esquecer da dimensão planetária da sociedade contemporânea, quando todos os pontos da Terra, essa aldeia global, se acham ligados pelos mais diversos e velozes meios de informação.

A generosidade da moral planetária supõe a garantia da pluralidade dos estilos de vida, a aceitação das diferenças, sem sucumbir à tentação de dominar o outro por considerar a diferença um sinal de inferioridade e de desigualdade.

4. Conceito e contextualização de Responsabilidade Social

Conforme fonte citada abaixo do tema nesta pesquisa, descreve a Responsabilidade social é quando as empresas decidem, voluntariamente, contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo.

O conceito de responsabilidade social pode ser compreendido em dois níveis: o nível interno relaciona-se com os trabalhadores e, a todas as partes afetadas pela empresa e que, podem influenciar no alcance de seus resultados. O nível externo são as consequências das ações de uma organização sobre o meio ambiente, os seus parceiros de negócio e o meio em que estão inseridos.

A responsabilidade social implica anoção de que uma empresa não tem apenas o objetivo de fazer lucro e além de trazer benefício financeiro às pessoas que trabalham na empresa, também deve contribuir socialmente para o seu meio envolvente. Desta forma, a responsabilidade social muitas vezes envolve medidas que trazem cultura e boas condições para a sociedade.

Existem diversos fatores que originaram o conceito de responsabilidade social, em um contexto da globalização e das mudanças nas indústrias, surgiram novas preocupações e expectativas dos cidadãos, dos consumidores, das autoridades públicas e dos investidores em relação as organizações. Os indivíduos e as instituições, como consumidores e investidores, começaram a condenar os danos causados ao ambiente pelas atividades econômicas e também a pressionar as empresas para a observância de requisitos ambientais e exigindo à entidades reguladoras, legislativas e governamentais a produção de quadros legais apropriados e a vigilância da sua aplicação.

Os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social tiveram início nos Estados Unidos, na década de 50, e na Europa, nos anos 60. As primeiras manifestações sobre este tema surgiram em1906, porém essas não receberam apoio, pois foram consideradas de cunho socialista, e foi somente em 1953, nos Estados Unidos, que o tema recebeu atenção e ganhou espaço. Na década de 70, começaram a surgir associações de profissionais interessados em estudar o tema, e somente a partir daí a responsabilidade social deixou de ser uma simples curiosidade e se transformou em um novo campo de estudo.

(https://www.significados.com.br/responsabilidade-social/ acesso em 16/04/2020 as 20h17).

5. As instituições e a ética

Em acesso a página citada abaixo, ao final do trecho, ensino que, as instituições devem se portar de maneira ética, buscando ser um exemplo por suas ações e não apenas pelo sucesso.

“A ética está em nossa conduta”, já dizia o famoso pensador Aristóteles. Desde a Grécia Antiga, as discussões acerca deste tema vêm sendo desenvolvidas e ampliadas, uma vez que a ética — ou a falta dela — é responsável por pautar nossos comportamentos e atitudes em qualquer âmbito da vida.

Esse é um conjunto de “regras” universais, que devem ser aplicadas na sociedade como um todo — como cidadãos, pessoas, profissionais, líderes ou donos de empresa. Portanto, quando falamos em ética e responsabilidade social nas organizações, estamos apenas aplicando os mesmos conceitos no ambiente empresarial.

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7 fatores que levam a organização à falta de credibilidade

Falta de transparência organizacional;

Falta de coerência nas informações fiscais;

Falta de ações internas e externas que comprovem seu compromisso social;

Incongruência entre discurso, condutas e práticas;

Desrespeito às leis vigentes;

Desrespeito aos colaboradores, fornecedores e ao meio-ambiente;

Práticas obscuras e negócios ilícitos.

Empresas éticas inspiram bons exemplos

As instituições devem se portar de maneira ética e, por meio de práticas e ações, buscar ser um exemplo não apenas de sucesso, mas pelas formas com que isso realmente foi alcançado. Muitas empresas, por exemplo, assumem o compromisso público de ser sustentável e ter uma conduta correta, mas não agem de acordo com a imagem que passam.

VOCÊ É FELIZ?

Por trás dos holofotes, há muitas organizações que não se preocupam verdadeiramente com as condições de trabalho de seus colaboradores e fornecedores, e tampouco com a forma de extração da matéria-prima empregada na produção de seus itens de consumo. Esse tipo de ação, considerada tão negativa quanto trabalho escravo ou infantil, não é mais perdoado pelos consumidores e nem pela mídia.

Entretanto, as empresas não devem adotar um comportamento ético apenas para conquistar clientes e uma boa imagem, mas porque realmente têm compromisso com a natureza e com a sociedade.

Como conquistar respeito e credibilidade?

Mais do que discursos e palavras de efeito, ética e responsabilidade social partem de um compromisso público assumido com os stakeholders e com sociedade em geral. Empresas que apresentam uma condita que realmente condiz com aquilo que pregam são mais respeitadas e conquistam maior destaque e credibilidade no mercado.

Cada vez mais atentos, os consumidores desejam consumir produtos e serviços que tenham coerência com aquilo que acreditam. Se as formas de produção são incoerentes, as empresas são rapidamente excluídas de sua lista de preferências. Neste contexto, as organizações que não se adequarem a esta nova realidade estão fadadas ao fim.

Avalie se a conduta da sua empresa é ética e pertinente com a sua missão de vida, reflita se é coesa e se seus procedimentos mostram verdadeiro respeito aos profissionais, fornecedores e clientes. Lembre-se que ser ético é uma prática diária, em que reafirmamos nossos comportamentos e mostramos quem somos na essência

(https://www.jrmcoaching.com.br/blog/o-que-e-etica-e-responsabilidade-social-nas-organizacoes/ acesso em 16/04/2020 às 20h06min).

6. A ética

Esse é um conjunto de “regras” universais, que devem ser aplicadas na sociedade como um todo — como cidadãos, pessoas, profissionais, líderes ou donos de empresa. Portanto, quando falamos em ética e responsabilidade social nas organizações, estamos apenas aplicando os mesmos conceitos no ambiente empresarial.

“A ética está em nossa conduta”, já dizia o famoso pensador Aristóteles. Desde a Grécia Antiga, as discussões acerca deste tema vêm sendo desenvolvidas e ampliadas, uma vez que a ética — ou a falta dela — é responsável por pautar nossos comportamentos e atitudes em qualquer âmbito da vida.

6.1. Ética e Responsabilidade Social.

O Professor  Mestre  Oswaldo Oliveira Santos Junior descreve o tema nos seguintes termos:

O  artigo  trata  dos  aspectos  centrais  da  discussão  sobre  a  Responsabilidade Social Empresarial e sua interface com a ética. Para tanto buscou-se trabalhar os conceitos elementares da ética e sua configuração filosófica e histórica, bem como  os  pressupostos  da  responsabilidade  social  empresarial,  procurando situá-la  no  marco  histórico  nos  anos  1990,  momento em  que  a  sociedade brasileira  experimentava  o  avanço  das  políticas  de cunho  neoliberais.  Outra característica deste texto é sua abordagem e análise da sociedade capitalista e as  contradições  oriundas  deste  sistema  em  sua  relação  com  os  pressupostos da ética e da responsabilidade social empresarial.

Ética  e  RSE,  são  conceitos  que  se  relacionam  dinamicamente. São  campos  independentes,  mas,  que,  necessariamente,  precisam  caminhar juntos.  Os  programas  de  RSE  surgiram,  de  modo  mais  intenso,  nos  anos  1990,  no mesmo  contexto  do  avanço  das  políticas  neoliberais no  Brasil.  Sobre  estes programas  pairam  muitas  críticas  e  indagações.  Entre  as  críticas,  a  mais contundente  é  que  tais  iniciativas  têm  como  objetivo  projetar  a  imagem  da organização  para  a  sociedade,  que  ‘consome’  esta  imagem  ao  se  associar  a ela, comprando seus produtos ou utilizando seus serviços.  Por outro lado, os Programas de RSE contribuem também para barrar práticas nocivas para a sociedade, tais como processos industriais poluidores, ausência de  segurança  no  trabalho,  utilização  de  trabalho  infantil,  e  inibir  situação  de trabalho análogo à escravidão.  Parte  desta  reflexão  sobre  a  RSE  se  assenta  nos  pressupostos  filosóficos  da ética, entendida como a busca pela melhor forma de viver e conviver entre os humanos. 

A  reflexão  ética  nos  capacita  para  a  formação  dos  valores  que  são oriundos dos nossos desejos, ou seja, o ser humano considera um valor aquilo que  ele  deseja. 

Ao  longo  do  texto  que os  valores  humanos  são relativos e estamos em constante negociação em relação a eles. É certo, como vimos, que há valores inegociáveis, tais como a vida, a verdade e  a  justiça,  mas  mesmo  estes  valores  encontram  opositores  que  procuram reduzi-los. Será neste contexto que a firmeza ética contribuirá para alicerçar os valores  fundamentais  da  sociedade,  possibilitando, assim,  a  realização  da convivência humana, tornando o mundo um lugar habitável.

Refletimos  que  no  contexto  da  sociedade  capitalista,  a  busca  essencial  pelo lucro  é  um  desejo  dominante  e  um  valor  fundamental.  Dessa  forma,  existe nessa sociedade, inevitavelmente, a instalação da contradição com os valores presentes e desejados pela maioria da sociedade (a vida, a verdade, a justiça).

A  RSE  é  um  elemento  que  contribui  para  sinalizar  essa  contradição,  não obstante ela não se apresente como um objetivo central da RSE.

A  palavra  responsabilidade  tem  um  sentido  muito  interessante.  Significa  ‘dar uma  resposta  com  habilidade’,  ou  seja,  atender  uma determinada  situação de forma  habilidosa.  Neste  sentido,  ela  se  relaciona  a  ética,  que,  por  sua  vez, busca tornar o lugar habitável para a convivência humana. A responsabilidade profissional implica, portanto, em buscar constantemente a melhor  forma  de  viver  e  trabalhar  no  ambiente  corporativo,  em  atender  aos anseios  da  comunidade  interna  e  externa,  em  conciliar  os  conflitos  gerados pela  ação  social  da  empresa  e  os  desejos das  pessoas  a  ela  ligada  direta  ou indiretamente. 

Marshall  compreende  a  cidadania  como  “participação integral  do  indivíduo  na comunidade política”(SAES, 2003, p.5). Contudo, essa é uma visão evolutiva e linear    do    processo    de    desenvolvimento    da    cidadania,    conquistando primeiramente os direitos civis e gradativamente os direitos políticos e sociais Os  críticos  de  T.H.  Marshall  apontam  para  o  fato  de  ele  ter  deixado  para  um segundo plano o papel das lutas populares, ignorando assim a força coletiva da classe  trabalhadora  no  processo  de  formação  e  conquista  da  cidadania.  De acordo  com  Saes  (2003)  há  críticas,  também,  à  falta  de  um  aporte  teórico capaz   de   analisar   os   processos   sociais   e   as   relações   entre   a   classe trabalhadora, a classe dominante e o Estado.

a. Direitos civis (mercantilismo – Séc. XVIII): que são aqueles que se  realizam  com  a  liberdade  individual,  (o  direito de  locomoção,  de pensar, de propriedade, de justiça); b. Direitos  políticos  (liberalismo  –  Séc.  XIX):  que  garantem  ao cidadão o direito à participação na atividade política (votar e ser votado); c. Direitos sociais (fase monopolista – Séc. XX): garantia mínima de bem-estar e à vida (alimento, habitação e saúde). A concepção mais atual  de  cidadania  tem  se  alicerçado  justamente  sobre  estes  direitos, que  são  administrados  pelos  que  detém  o  capital,  mantendo  a  “classe trabalhadora     como     receptora     alienada     destes     direitos     então administrados pelo Estado” (COVRE, 1995, p.14). Para que estes direitos sejam sustentados é necessário que exista um aparato institucional para garantir sua efetivação: a. Os    tribunais:    com    todo    seu    aparato    técnico    e    jurídico (advogados, juízes, promotores), como garantia dos direitos civis; b. O   legislativo:   como   espaço   de   debate   e   decisão   política, garantindo, assim, os direitos políticos;

c. O  serviço  de  assistência  social  e  educacional:  garantindo assim os direitos sociais.

Cidadania  é  uma  expressão  que  guarda  uma  grande  complexidade.  De  modo geral,  podemos  dizer  que  cidadania  resulta  do  gozo do  direito.  Diferente  do senso comum que insiste na ideia de que cidadania é a “relação entre direitos e deveres”, cidadania é, primeira e fundamentalmente, o exercício do direito.

O termo Ética, no grego Ethos, é uma forma de escrever em língua latina duas letras  gregas,  o ethos  (com  eta  inicial)  e ethos  (com  épsilon  inicial).  A  Ética será compreendida como a ciência do ethos, sendo que, o ethos (com eta ηθοςinicial) designa a casa do ser humano e também do animal. O ethos é a casa do homem. O homem habita sobre a terra acolhendo-se ao recesso seguro do ethos. Deste modo, está na origem do termo ética a metáfora da moradia, um

espaço do mundo habitável para a convivência humana, contudo “nunca a casa do ethos está pronta e acabada para o homem” (LIMA VAZ, 2004. p. 12-13).

Quando  adentramos  a  reflexão  filosófica,  entendemos  que  os  valores  éticos resultam  dos  desejos  humanos.  Assim,  por  exemplo,  a  justiça  é  um  valor porque  há pessoas  que  a  desejam. Semelhantemente,  a  verdade passa  a  ser um  valor  porque  há  pessoas  que  desejam  a  verdade  como  fundamento  das relações humanas. 

Na  condição  de  “pessoas  jurídicas”  as  organizações possuem  valores?  Em princípio podemos dizer que não, visto que os valores são humanos, inerentes às pessoas. Contudo, as empresas são dirigidas por pessoas que, por sua vez, possuem  determinados  valores  éticos  e  humanos,  portanto,  são  as  pessoas dirigentes das organizações, que possuem valores. Aqui,  novamente  nos  deparamos  com  as  contradições  inerentes  ao  sistema capitalista,  visto  que  em  sua  finalidade  muitas  vezes  as  empresas  se  veem  e oposição com os valores éticos presentes na sociedade.  Então, é necessário iniciarmos um diálogo sobre o que entendemos como ética (éthos no grego).  Primeiramente  a  ética  não  deve  ser  entendida  como  um  conjunto  de  regras  e normas  pré-estabelecidas  em  uma  sociedade,  mas,  sim,  como  toda  busca humana  para  tornar  o  espaço  e  a  convivência  humana possível,  ou  seja,  um mundo  como  lugar  para  todas  as  pessoas,  indistintamente.  Neste  sentido,  a ética busca realizar plenamente a convivência entre os seres humanos.  A  grande  questão  que  a  reflexão  ética  busca  responder  é  ‘como  viver?’,  ou  ‘qual a melhor forma de viver e conviver?’. Deste modo, “a ética é um trabalho, um processo, um caminhar: é o caminho pensado de viver, na medida em que tende para a vida boa, como diziam os gregos, ou para o menos ruim possível, e essa é a única sabedoria verdadeira” (COMTE-SPONVILLE, 2003, p. 220).  A ética é uma ciência sobre como conviver em sociedade, mas ela não irá nos apresentar  uma  lista  do  que  é  certo  e  errado.  Isto deverá  ser  construído  pela

O  artigo  trata  dos  aspectos  centrais  da  discussão  sobre  a  Responsabilidade Social Empresarial e sua interface com a ética. Para tanto buscou-se trabalhar os conceitos elementares da ética e sua configuração filosófica e histórica, bem como  os  pressupostos  da  responsabilidade  social  empresarial,  procurando situá-la  no  marco  histórico  nos  anos  1990,  momento em  que  a  sociedade brasileira  experimentava  o  avanço  das  políticas  de cunho  neoliberais.  Outra característica deste texto é sua abordagem e análise da sociedade capitalista e as  contradições  oriundas  deste  sistema  em  sua  relação  com  os  pressupostos da ética e da responsabilidade social empresarial. Apostila da Disciplina de Ética e Responsabilidade SocialEmenta  da  Disciplina:  Conceito  e  contextualização  de Responsabilidade  Social;  Avaliação  e  vantagens  da Responsabilidade  Social;  Medidas  de desempenho  social, indicadores, prêmios e certificações; Atuação da empresa frente  à  comunidade  e  público  interno;  A  Ética Empresarial  e  prática  de  valores;  A  Crise  de  Valores  na Sociedade  e  a  Ética;  O  Nascimento  da  Ética:  ética  ehistória;  Práticas  Sociais,  Morais,  Éticas  e  o  Cidadão;  A Ética  e  a  Ação  Profissional;  Ética  e  Responsabilidade Profissional.2017(Autor: Professor  Mestre  Oswaldo Oliveira Santos Junior)

7. Avaliação e vantagens da Responsabilidade Social

A responsabilidade social é quando empresas, de forma voluntária, adotam posturas, comportamentos e ações que promovam o bem-estar dos seus públicos interno e externo. É uma prática voluntária pois não deve ser confundida exclusivamente por ações compulsórias impostas pelo governo ou por quaisquer incentivos externos (como fiscais, por exemplo). O conceito, nessa visão, envolve o beneficio da coletividade, seja ela relativa ao público interno (funcionários, acionistas, etc) ou atores externos (comunidade, parceiros, meio ambiente, entre outros).

Medidas de desempenho social, indicadores, prêmios e certificações

Atualmente as ações de Responsabilidade Social Corporativa ganharam um novo enfoque à medida em que a sociedade refina suas exigências junto às instituições em geral. As corporações passaram a desenvolver uma série de medidas de validação de sua atuação social e ética. Os novos modelos de gestão visam dar suporte a ações de sustentabilidade.

(Acesso 16/04/2020 às 20h35min https://unieducar.org.br/catalogo/curso/medidas-de-desempenho-social-indicadores-premios-e-certificacoes)

Atuação da empresa frente à comunidade e público interno.

O funcionário é um dos mais importantes stakeholders da empresa. Atuar de forma socialmente responsável com o público interno significa mais do que respeitar os direitos garantidos pela legislação. Isso é imprescindível, mas também é necessário investir no seu desenvolvimento pessoal e profissional, assim como oferecer sucessivas melhorias nas suas condições de trabalho. É preciso ainda respeitar as culturas locais e manter um relacionamento ético e responsável com as minorias e com as instituições que representam seus interesses.

Nesse novo cenário, o público interno deve estar inserido nas decisões estratégicas relacionadas a incremento de produtividade, substituição de recursos, avaliação de fornecedores, melhorias operacionais e outras medidas que corroborem para o desenvolvimento contínuo da empresa na adoção de uma gestão socialmente responsável. Nesse contexto, as empresas têm o desafio de aumentar os níveis de competitividade e produtividade, paralelamente à preocupação com a legitimidade social de sua atuação. O dinamismo dessa equação está representado pela necessidade constante de mudanças, que vão da escolha da matéria-prima para concepção dos produtos à abordagem dos processos produtivos.

Por esse olhar, cada área da empresa – na qual a experiência do dia a dia favorece o acúmulo de conhecimento em determinadas especificidades – tem potencial para oferecer melhorias nas suas searas de atuação. As propostas de mudança realizadas de dentro para fora são mais fiéis à cultura da empresa. E, com a aproximação dos funcionários, ganham força social desde a sua concepção.

É importante lembrar que o direcionamento da iniciativa privada para um caminho de contribuição com o todo é particular de cada empresa. O gestor tem a capacidade de alinhar a direção, mas não de determinar os passos a serem dados pela companhia ou por cada uma de suas áreas. Ele depende da adequação do seu modo de gestão ao modelo de negócios.

Daí a importância de se estimular a contribuição de todos os envolvidos, especialmente do público interno. A demanda por um modelo de gestão mais colaborativo não é imposta. Esse novo modo de produção, já em voga, é resultado do desenvolvimento econômico contínuo e da evolução das práticas empresariais, que passaram da simples produção de bens à consciência do papel influenciador que as companhias passaram a ter, simultaneamente ao desenvolvimento da sociedade como um todo. (https://www.ethos.org.br/conteudo/gestao-socialmente-responsavel/publico-interno/). https://www.ethos.org.br/?post_type=conteudo&p=120 (Acesso em 16/04/2020)

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A ética se iniciou na Grécia, para fundamento da conduta humana, e a virtude humana é a busca do conhecimento para alcançar a felicidade.

A conduta deve ser ajustada com o próprio ser.

Deve-se haver Responsabilidade social, sendo interno e externo.

Instituições públicas e privadas devem contribuir para toda sociedade, garantindo um ambiente limpo.

Os níveis de responsabilidade social, sendo o interno, atingem os trabalhadores, ou seja, ligados diretamente ou indiretamente. Já os externos é o alcance de seus resultados.

Assim traz reflexo para toda sociedade, pois um ambiente adequado é o escopo, e a responsabilidade da conduta é de todos, do bem estar, da saúde, reflete no coletivo.

As instituições devem ser exemplos na questão ética, não apenas visando sucesso e lucros.

A ética tem como foco um conjunto de regras gerais, obviamente que, cada profissão existe sua própria ética disciplinando a conduta.

Na Grécia antiga, a ética era considerada apenas fisicamente, e não moral e legalmente ou psicológica, ou seja, apenas a exemplo se houvesse algo físico propriamente dito.

Em paralelo, a moral, ela é constituída pela cultura de um povo que vem se formando ao longo do tempo.

A teoria do mínimo ético ensina que o Direito seria um conjunto mínimo de regras morais obrigatórias, para a sobrevivência da moral e consequentemente da sociedade.

Na teoria da mulher de César, não basta ser honesto, deve também parecer honesto.

Por fim, a ética ou a falta dela, é responsável pelo comportamento e atitudes em qualquer âmbito da vida.

9. REFERÊNCIAS

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de filosofia. São Paulo: Moderna, 2000.

NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. São Paulo: revista dos tribunais,2001.

PROFESSOR  MESTRE  Oswaldo Oliveira Santos Junior. 2017

ANDRÉ, M. E. D. A.; LÜDKE, M.. Pesquisa em educação: abordagem qualitativa. São Paulo: E. P. U, 1986.


Publicado por: Wellington Lima Pessoa

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