Ética e Responsabilidade Social
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1. RESUMO
Ética, evolução histórica, o início, os estudos filosóficos do tema, a reflexão, princípios morais. As instituições e a ética em seu comportamento. A ética propriamente dito. Ética e a responsabilidade social.
PALAVRAS-CHAVE: Ética e Responsabilidade social
2. INTRODUÇÃO
Sobre o tema, preliminarmente necessário se faz nesta parte introdutória, em breve síntese, será abordado o surgimento da ética, bem como sua evolução histórica, e os estudos filosóficos, com base de pesquisa, como fonte a revista dos tribunais e pesquisadores.
A reflexão da ética, a construção na própria natureza humana.
O conceito e contextualização de responsabilidade social, bem como as empresas de uma forma genérica.
As instituições e a ética, como se devem portar, as regras universais, o sentimento no âmbito profissional, e por último, a ética propriamente dito.
3. ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
3.1. Desenvolvimento
3.1.1. Evolução Histórica da Ética.
Com base na pesquisa de ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de filosofia. São Paulo: Moderna, 2000. NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. São Paulo: revista dos tribunais,2001 descreve:
A reflexão ética se inicia na Grécia antiga, quando os filósofos buscam compreender o fundamento da conduta humana. Enquanto para a maioria dos filósofos os princípios morais resultam de convenções sociais, Sócrates defende a moral constituída na própria natureza humana.
A reflexão ética se inicia na Grécia antiga, quando os filósofos buscam compreender o fundamento da conduta humana. Enquanto para a maioria dos filósofos os princípios morais resultam de convenções sociais, Sócrates defende a moral constituída na própria natureza humana.
Para Sócrates (470-399 a.C.), a virtude humana consiste na busca do conhecimento para alcançar a felicidade. O verdadeiro objeto do conhecimento é a alma humana. As afirmações: conhece-te a ti mesmo e sei que nada sei, expressam com intensidade que a conduta humana deve ser ajustada em primeiro lugar, com o próprio ser. O filósofo relaciona de forma estreita as noções de saber, virtude e felicidade. Segundo ele, o conhecimento do bem implica a prática da virtude e o exercício desta faz felizes os homens. A sabedoria é o valor supremo para alcançar a plena felicidade.
Sócrates forneceu material para que Aristóteles e Platão desenvolvessem suas doutrinas. Os três filósofos consideram o homem não como ente isolado, mas como ser social. Na expressão aristotélica clássica, o homem é um animal político.
Platão (428-347 a.C.) estabelece uma hierarquia das idéias e confere um lugar supremo ao bem. As virtudes humanas devem ser coordenadas, cuja harmonia constitui a justiça. A justiça é para Platão, a harmonização das atividades da alma e de todas as virtudes. Segundo ele, a questão moral não é um problema somente do indivíduo, mas das relações coletivas. A formação espiritual do homem cabe ao Estado, entidade que não é meramente organização de poder, mas instituto de educação, e a finalidade última é realizar a idéia do homem e conduzir os indivíduos ao conhecimento e prática das virtudes que deverão torná-los felizes.
A ética de Aristóteles (384 -322 a.C) exerceu forte influência no pensamento ocidental. Segundo sua teoria, conhecida como eudemonismo (do grego eudaimonéu significa ter êxito, ser feliz), todas as atividades humanas aspiram a algum bem, dentre os quais, o maior é a felicidade. Para Aristóteles, a felicidade não se encontra nos prazeres nem na riqueza, mas na atividade racional, no exercício e na evolução do pensamento.
Para os hedonistas (do grego bedoné, prazer) o bem se encontra no prazer. De forma genérica, podemos afirmar que a civilização contemporânea é hedonista, pois associa a felicidade com a aquisição de bens de consumo: casa, carros, roupas, comida, aparelhos eletrônicos e domésticos e sexualidade.
No entanto, segundo Epicuro (século III a.C.), principal representante do hedonismo grego, os prazeres do corpo são causa de ansiedade e sofrimento. Por isso, para que a alma não sofra perturbações, é preciso limitar os prazeres materiais. É virtuoso quem é capaz de usufruir do prazer com moderação. Essa atitude o leva ao cultivo dos prazeres espirituais.
Na mesma época, Zeno de Cítio condena os prazeres em geral e considera que muitos males decorrem da liberalidade dos prazeres. Segundo o pensador, a virtude do sábio depende do viver de acordo com sua natureza e razão, eliminando as paixões, causadoras de sofrimento.
A Idade Média retoma esse pensamento e aperfeiçoa a vida espiritual por meio de práticas de purificação do corpo, instituindo o jejum, a abstinência e a flagelação. Essa tendência predominou na Alta Idade Média, influenciada pela Igreja.
O filósofo e teólogo Santo Tomás de Aquino (século XIII) adapta o aristotelismo aos ideais cristãos e recupera a ética eudemonista. Mas, fiel ao ideal religioso, admite que a única contemplação que garante a felicidade é a contemplação de Deus, de quem teremos conhecimento só na vida futura, após a morte.
Desde a expansão do cristianismo, portanto, a cultura ocidental esteve marcada pela tradição moral fundada nos valores religiosos e na crença na vida depois da morte. Sob essa perspectiva, os valores são transcendentes, porque resultam de doação divina, o que leva à identificação da pessoa moral com o ser temente a Deus.
A partir da Idade Moderna, porém, os princípios éticos e morais distanciam-se da doutrina religiosa. O Ser moral e religioso convive separadamente. Admite-se que uma pessoa que não crê em Deus também possa ser ética, porque o fundamento dos valores não se encontra em Deus, mas no próprio ser humano.
O reconhecimento dos princípios e valores resulta da capacidade humana, representada pelo racionalismo cartesiano e também pelo criticismo de Hume (século XVII). Para este filósofo, a única base para as idéias gerais é a crença. No campo moral não podemos atingir verdades absolutas. Hume rejeita todo sistema ético que não se baseie em fatos e observações. É reconhecido como pensador que rompe com a tradição filosófica herdada da Antiguidade e Idade Média, influenciando as mais diversas concepções e tendências éticas.
O século XIII é denominado século das luzes, em virtude da razão, considerada em todas as expressões e atividades humanas, como a luz que serve para interpretar e reorganizar o mundo. Recorrer à razão significa recusar a imposição religiosa. Para Kant, maior expoente do iluminismo, a ação moral é autônoma, pois o ser humano é o único capaz de determinar segundo leis que a própria razão estabelece.
A moral iluminista é racional, laica e acentua a importância da liberdade e do direito de contestação. Também é uma moral universalista porque, embora admita as diferenças dos costumes dos povos, aspira encontrar valores comuns.
A partir do final do século XIX, porém, os pensadores começaram a se posicionar contra a moral formalista kantiana fundada na razão universal, abstrata, de um sujeito transcendental.
Entre eles, Hegel destaca a importância da relação do sujeito com a cultura e a história, compreendendo a diversidade dos valores conforme o tempo, a cultura e o lugar. Também Marx explica a moral como uma das expressões da consciência humana, que por sua vez, são o reflexo das relações sociais estabelecidas no mundo do trabalho. Nesse caso, conforme variam os modos de produção, mudam não só as normas morais, mas também os valores sociais, políticos e econômicos.
Nietzsche, cujo pensamento se orienta no sentido de recuperar as forças inconscientes, vitais e instintivas subjugadas pela razão durante séculos, critica Sócrates por ter encaminhado pela primeira vez a reflexão moral em direção ao controle racional das paixões.
Segundo Nietzsche, nasceu aí a desconfiança nos instintos, tendo essa destruição culminado com o cristianismo, que acelerou o processo de domesticação do ser humano ao incentivar a moral do rebanho, geradora de culpa e ressentimento, fundada na aceitação do sofrimento, da renúncia, da piedade, típicos da moral dos fracos. No seu pensamento defende a transvaloração de todos os valores, superando a moral comum para que os atos do homem forte não sejam pautados pela mediocridade das virtudes estabelecidas. Para tanto é preciso recuperar o sentimento de potência, a alegria de viver, a capacidade de invenção.
No decorrer do século XX e no início deste século, continua valendo a desconfiança na razão como instrumento eficaz para orientar os princípios éticos e as normas morais. Não se pode afirmar de maneira convicta que agir virtuosamente é agir de conformidade com a razão.
As advertências de Marx, que denuncia a ideologia e seu poder de manipular a consciência, acrescenta-se a descoberta de Freud (1856-1939) do inconsciente, força interna radicada nas pulsões que, ao entrarem em conflito com as normas sociais, tornam-se fonte de repressão e neurose.
Dentre as correntes do existencialismo, Sartre (1905-1980) se debruça sobre o tema da liberdade, como expressão da autonomia do querer, do projetar humano. Por valorizar de maneira singular o indivíduo, viu-se diante de dificuldades para estabelecer os critérios da fundamentação moral coletiva.
A prevalência da ordem subjetiva das vivências e emoções, por um lado, e, por outro, a denúncia da razão dominadora como instrumento de repressão, fornecem os elementos que caracterizam a chamada crise da razão.
Diante dos problemas do mundo globalizado, podemos ressaltar o fato que hoje, a moral se situa além dos limites da casa, do bairro, da cidade, do país, para exigir a reflexão sobre a macrosfera, que envolve o destino da humanidade. Neste sentido, é preciso constituir uma macroética que examine os interesses humanos vitais em nível planetário. Vivemos uma ruptura de paradigmas, sem que tenhamos ainda esboçado novos referenciais de conduta.
No mundo contemporâneo, muito são os desafios para tentar construir a vida ética e moral. A questão que se coloca hoje é a da superação dos empecilhos que dificultam a existência de princípios e parâmetros para a boa conduta. Algumas dessas dificuldades derivam da sociedade individualista, incapaz de praticar a solidariedade e a tolerância.
O esforço de recuperação da ética passa pela necessidade de não se esquecer da dimensão planetária da sociedade contemporânea, quando todos os pontos da Terra, essa aldeia global, se acham ligados pelos mais diversos e velozes meios de informação.
A generosidade da moral planetária supõe a garantia da pluralidade dos estilos de vida, a aceitação das diferenças, sem sucumbir à tentação de dominar o outro por considerar a diferença um sinal de inferioridade e de desigualdade.
4. Conceito e contextualização de Responsabilidade Social
Conforme fonte citada abaixo do tema nesta pesquisa, descreve a Responsabilidade social é quando as empresas decidem, voluntariamente, contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo.
O conceito de responsabilidade social pode ser compreendido em dois níveis: o nível interno relaciona-se com os trabalhadores e, a todas as partes afetadas pela empresa e que, podem influenciar no alcance de seus resultados. O nível externo são as consequências das ações de uma organização sobre o meio ambiente, os seus parceiros de negócio e o meio em que estão inseridos.
A responsabilidade social implica anoção de que uma empresa não tem apenas o objetivo de fazer lucro e além de trazer benefício financeiro às pessoas que trabalham na empresa, também deve contribuir socialmente para o seu meio envolvente. Desta forma, a responsabilidade social muitas vezes envolve medidas que trazem cultura e boas condições para a sociedade.
Existem diversos fatores que originaram o conceito de responsabilidade social, em um contexto da globalização e das mudanças nas indústrias, surgiram novas preocupações e expectativas dos cidadãos, dos consumidores, das autoridades públicas e dos investidores em relação as organizações. Os indivíduos e as instituições, como consumidores e investidores, começaram a condenar os danos causados ao ambiente pelas atividades econômicas e também a pressionar as empresas para a observância de requisitos ambientais e exigindo à entidades reguladoras, legislativas e governamentais a produção de quadros legais apropriados e a vigilância da sua aplicação.
Os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social tiveram início nos Estados Unidos, na década de 50, e na Europa, nos anos 60. As primeiras manifestações sobre este tema surgiram em1906, porém essas não receberam apoio, pois foram consideradas de cunho socialista, e foi somente em 1953, nos Estados Unidos, que o tema recebeu atenção e ganhou espaço. Na década de 70, começaram a surgir associações de profissionais interessados em estudar o tema, e somente a partir daí a responsabilidade social deixou de ser uma simples curiosidade e se transformou em um novo campo de estudo.
(https://www.significados.com.br/responsabilidade-social/ acesso em 16/04/2020 as 20h17).
5. As instituições e a ética
Em acesso a página citada abaixo, ao final do trecho, ensino que, as instituições devem se portar de maneira ética, buscando ser um exemplo por suas ações e não apenas pelo sucesso.
“A ética está em nossa conduta”, já dizia o famoso pensador Aristóteles. Desde a Grécia Antiga, as discussões acerca deste tema vêm sendo desenvolvidas e ampliadas, uma vez que a ética — ou a falta dela — é responsável por pautar nossos comportamentos e atitudes em qualquer âmbito da vida.
Esse é um conjunto de “regras” universais, que devem ser aplicadas na sociedade como um todo — como cidadãos, pessoas, profissionais, líderes ou donos de empresa. Portanto, quando falamos em ética e responsabilidade social nas organizações, estamos apenas aplicando os mesmos conceitos no ambiente empresarial.
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7 fatores que levam a organização à falta de credibilidade
Falta de transparência organizacional;
Falta de coerência nas informações fiscais;
Falta de ações internas e externas que comprovem seu compromisso social;
Incongruência entre discurso, condutas e práticas;
Desrespeito às leis vigentes;
Desrespeito aos colaboradores, fornecedores e ao meio-ambiente;
Práticas obscuras e negócios ilícitos.
Empresas éticas inspiram bons exemplos
As instituições devem se portar de maneira ética e, por meio de práticas e ações, buscar ser um exemplo não apenas de sucesso, mas pelas formas com que isso realmente foi alcançado. Muitas empresas, por exemplo, assumem o compromisso público de ser sustentável e ter uma conduta correta, mas não agem de acordo com a imagem que passam.
VOCÊ É FELIZ?
Por trás dos holofotes, há muitas organizações que não se preocupam verdadeiramente com as condições de trabalho de seus colaboradores e fornecedores, e tampouco com a forma de extração da matéria-prima empregada na produção de seus itens de consumo. Esse tipo de ação, considerada tão negativa quanto trabalho escravo ou infantil, não é mais perdoado pelos consumidores e nem pela mídia.
Entretanto, as empresas não devem adotar um comportamento ético apenas para conquistar clientes e uma boa imagem, mas porque realmente têm compromisso com a natureza e com a sociedade.
Como conquistar respeito e credibilidade?
Mais do que discursos e palavras de efeito, ética e responsabilidade social partem de um compromisso público assumido com os stakeholders e com sociedade em geral. Empresas que apresentam uma condita que realmente condiz com aquilo que pregam são mais respeitadas e conquistam maior destaque e credibilidade no mercado.
Cada vez mais atentos, os consumidores desejam consumir produtos e serviços que tenham coerência com aquilo que acreditam. Se as formas de produção são incoerentes, as empresas são rapidamente excluídas de sua lista de preferências. Neste contexto, as organizações que não se adequarem a esta nova realidade estão fadadas ao fim.
Avalie se a conduta da sua empresa é ética e pertinente com a sua missão de vida, reflita se é coesa e se seus procedimentos mostram verdadeiro respeito aos profissionais, fornecedores e clientes. Lembre-se que ser ético é uma prática diária, em que reafirmamos nossos comportamentos e mostramos quem somos na essência
(https://www.jrmcoaching.com.br/blog/o-que-e-etica-e-responsabilidade-social-nas-organizacoes/ acesso em 16/04/2020 às 20h06min).
6. A ética
Esse é um conjunto de “regras” universais, que devem ser aplicadas na sociedade como um todo — como cidadãos, pessoas, profissionais, líderes ou donos de empresa. Portanto, quando falamos em ética e responsabilidade social nas organizações, estamos apenas aplicando os mesmos conceitos no ambiente empresarial.
“A ética está em nossa conduta”, já dizia o famoso pensador Aristóteles. Desde a Grécia Antiga, as discussões acerca deste tema vêm sendo desenvolvidas e ampliadas, uma vez que a ética — ou a falta dela — é responsável por pautar nossos comportamentos e atitudes em qualquer âmbito da vida.
6.1. Ética e Responsabilidade Social.
O Professor Mestre Oswaldo Oliveira Santos Junior descreve o tema nos seguintes termos:
O artigo trata dos aspectos centrais da discussão sobre a Responsabilidade Social Empresarial e sua interface com a ética. Para tanto buscou-se trabalhar os conceitos elementares da ética e sua configuração filosófica e histórica, bem como os pressupostos da responsabilidade social empresarial, procurando situá-la no marco histórico nos anos 1990, momento em que a sociedade brasileira experimentava o avanço das políticas de cunho neoliberais. Outra característica deste texto é sua abordagem e análise da sociedade capitalista e as contradições oriundas deste sistema em sua relação com os pressupostos da ética e da responsabilidade social empresarial.
Ética e RSE, são conceitos que se relacionam dinamicamente. São campos independentes, mas, que, necessariamente, precisam caminhar juntos. Os programas de RSE surgiram, de modo mais intenso, nos anos 1990, no mesmo contexto do avanço das políticas neoliberais no Brasil. Sobre estes programas pairam muitas críticas e indagações. Entre as críticas, a mais contundente é que tais iniciativas têm como objetivo projetar a imagem da organização para a sociedade, que ‘consome’ esta imagem ao se associar a ela, comprando seus produtos ou utilizando seus serviços. Por outro lado, os Programas de RSE contribuem também para barrar práticas nocivas para a sociedade, tais como processos industriais poluidores, ausência de segurança no trabalho, utilização de trabalho infantil, e inibir situação de trabalho análogo à escravidão. Parte desta reflexão sobre a RSE se assenta nos pressupostos filosóficos da ética, entendida como a busca pela melhor forma de viver e conviver entre os humanos.
A reflexão ética nos capacita para a formação dos valores que são oriundos dos nossos desejos, ou seja, o ser humano considera um valor aquilo que ele deseja.
Ao longo do texto que os valores humanos são relativos e estamos em constante negociação em relação a eles. É certo, como vimos, que há valores inegociáveis, tais como a vida, a verdade e a justiça, mas mesmo estes valores encontram opositores que procuram reduzi-los. Será neste contexto que a firmeza ética contribuirá para alicerçar os valores fundamentais da sociedade, possibilitando, assim, a realização da convivência humana, tornando o mundo um lugar habitável.
Refletimos que no contexto da sociedade capitalista, a busca essencial pelo lucro é um desejo dominante e um valor fundamental. Dessa forma, existe nessa sociedade, inevitavelmente, a instalação da contradição com os valores presentes e desejados pela maioria da sociedade (a vida, a verdade, a justiça).
A RSE é um elemento que contribui para sinalizar essa contradição, não obstante ela não se apresente como um objetivo central da RSE.
A palavra responsabilidade tem um sentido muito interessante. Significa ‘dar uma resposta com habilidade’, ou seja, atender uma determinada situação de forma habilidosa. Neste sentido, ela se relaciona a ética, que, por sua vez, busca tornar o lugar habitável para a convivência humana. A responsabilidade profissional implica, portanto, em buscar constantemente a melhor forma de viver e trabalhar no ambiente corporativo, em atender aos anseios da comunidade interna e externa, em conciliar os conflitos gerados pela ação social da empresa e os desejos das pessoas a ela ligada direta ou indiretamente.
Marshall compreende a cidadania como “participação integral do indivíduo na comunidade política”(SAES, 2003, p.5). Contudo, essa é uma visão evolutiva e linear do processo de desenvolvimento da cidadania, conquistando primeiramente os direitos civis e gradativamente os direitos políticos e sociais Os críticos de T.H. Marshall apontam para o fato de ele ter deixado para um segundo plano o papel das lutas populares, ignorando assim a força coletiva da classe trabalhadora no processo de formação e conquista da cidadania. De acordo com Saes (2003) há críticas, também, à falta de um aporte teórico capaz de analisar os processos sociais e as relações entre a classe trabalhadora, a classe dominante e o Estado.
a. Direitos civis (mercantilismo – Séc. XVIII): que são aqueles que se realizam com a liberdade individual, (o direito de locomoção, de pensar, de propriedade, de justiça); b. Direitos políticos (liberalismo – Séc. XIX): que garantem ao cidadão o direito à participação na atividade política (votar e ser votado); c. Direitos sociais (fase monopolista – Séc. XX): garantia mínima de bem-estar e à vida (alimento, habitação e saúde). A concepção mais atual de cidadania tem se alicerçado justamente sobre estes direitos, que são administrados pelos que detém o capital, mantendo a “classe trabalhadora como receptora alienada destes direitos então administrados pelo Estado” (COVRE, 1995, p.14). Para que estes direitos sejam sustentados é necessário que exista um aparato institucional para garantir sua efetivação: a. Os tribunais: com todo seu aparato técnico e jurídico (advogados, juízes, promotores), como garantia dos direitos civis; b. O legislativo: como espaço de debate e decisão política, garantindo, assim, os direitos políticos;
c. O serviço de assistência social e educacional: garantindo assim os direitos sociais.
Cidadania é uma expressão que guarda uma grande complexidade. De modo geral, podemos dizer que cidadania resulta do gozo do direito. Diferente do senso comum que insiste na ideia de que cidadania é a “relação entre direitos e deveres”, cidadania é, primeira e fundamentalmente, o exercício do direito.
O termo Ética, no grego Ethos, é uma forma de escrever em língua latina duas letras gregas, o ethos (com eta inicial) e ethos (com épsilon inicial). A Ética será compreendida como a ciência do ethos, sendo que, o ethos (com eta ηθοςinicial) designa a casa do ser humano e também do animal. O ethos é a casa do homem. O homem habita sobre a terra acolhendo-se ao recesso seguro do ethos. Deste modo, está na origem do termo ética a metáfora da moradia, um
espaço do mundo habitável para a convivência humana, contudo “nunca a casa do ethos está pronta e acabada para o homem” (LIMA VAZ, 2004. p. 12-13).
Quando adentramos a reflexão filosófica, entendemos que os valores éticos resultam dos desejos humanos. Assim, por exemplo, a justiça é um valor porque há pessoas que a desejam. Semelhantemente, a verdade passa a ser um valor porque há pessoas que desejam a verdade como fundamento das relações humanas.
Na condição de “pessoas jurídicas” as organizações possuem valores? Em princípio podemos dizer que não, visto que os valores são humanos, inerentes às pessoas. Contudo, as empresas são dirigidas por pessoas que, por sua vez, possuem determinados valores éticos e humanos, portanto, são as pessoas dirigentes das organizações, que possuem valores. Aqui, novamente nos deparamos com as contradições inerentes ao sistema capitalista, visto que em sua finalidade muitas vezes as empresas se veem e oposição com os valores éticos presentes na sociedade. Então, é necessário iniciarmos um diálogo sobre o que entendemos como ética (éthos no grego). Primeiramente a ética não deve ser entendida como um conjunto de regras e normas pré-estabelecidas em uma sociedade, mas, sim, como toda busca humana para tornar o espaço e a convivência humana possível, ou seja, um mundo como lugar para todas as pessoas, indistintamente. Neste sentido, a ética busca realizar plenamente a convivência entre os seres humanos. A grande questão que a reflexão ética busca responder é ‘como viver?’, ou ‘qual a melhor forma de viver e conviver?’. Deste modo, “a ética é um trabalho, um processo, um caminhar: é o caminho pensado de viver, na medida em que tende para a vida boa, como diziam os gregos, ou para o menos ruim possível, e essa é a única sabedoria verdadeira” (COMTE-SPONVILLE, 2003, p. 220). A ética é uma ciência sobre como conviver em sociedade, mas ela não irá nos apresentar uma lista do que é certo e errado. Isto deverá ser construído pela
O artigo trata dos aspectos centrais da discussão sobre a Responsabilidade Social Empresarial e sua interface com a ética. Para tanto buscou-se trabalhar os conceitos elementares da ética e sua configuração filosófica e histórica, bem como os pressupostos da responsabilidade social empresarial, procurando situá-la no marco histórico nos anos 1990, momento em que a sociedade brasileira experimentava o avanço das políticas de cunho neoliberais. Outra característica deste texto é sua abordagem e análise da sociedade capitalista e as contradições oriundas deste sistema em sua relação com os pressupostos da ética e da responsabilidade social empresarial. Apostila da Disciplina de Ética e Responsabilidade SocialEmenta da Disciplina: Conceito e contextualização de Responsabilidade Social; Avaliação e vantagens da Responsabilidade Social; Medidas de desempenho social, indicadores, prêmios e certificações; Atuação da empresa frente à comunidade e público interno; A Ética Empresarial e prática de valores; A Crise de Valores na Sociedade e a Ética; O Nascimento da Ética: ética ehistória; Práticas Sociais, Morais, Éticas e o Cidadão; A Ética e a Ação Profissional; Ética e Responsabilidade Profissional.2017(Autor: Professor Mestre Oswaldo Oliveira Santos Junior)
7. Avaliação e vantagens da Responsabilidade Social
A responsabilidade social é quando empresas, de forma voluntária, adotam posturas, comportamentos e ações que promovam o bem-estar dos seus públicos interno e externo. É uma prática voluntária pois não deve ser confundida exclusivamente por ações compulsórias impostas pelo governo ou por quaisquer incentivos externos (como fiscais, por exemplo). O conceito, nessa visão, envolve o beneficio da coletividade, seja ela relativa ao público interno (funcionários, acionistas, etc) ou atores externos (comunidade, parceiros, meio ambiente, entre outros).
Medidas de desempenho social, indicadores, prêmios e certificações
Atualmente as ações de Responsabilidade Social Corporativa ganharam um novo enfoque à medida em que a sociedade refina suas exigências junto às instituições em geral. As corporações passaram a desenvolver uma série de medidas de validação de sua atuação social e ética. Os novos modelos de gestão visam dar suporte a ações de sustentabilidade.
(Acesso 16/04/2020 às 20h35min https://unieducar.org.br/catalogo/curso/medidas-de-desempenho-social-indicadores-premios-e-certificacoes)
Atuação da empresa frente à comunidade e público interno.
O funcionário é um dos mais importantes stakeholders da empresa. Atuar de forma socialmente responsável com o público interno significa mais do que respeitar os direitos garantidos pela legislação. Isso é imprescindível, mas também é necessário investir no seu desenvolvimento pessoal e profissional, assim como oferecer sucessivas melhorias nas suas condições de trabalho. É preciso ainda respeitar as culturas locais e manter um relacionamento ético e responsável com as minorias e com as instituições que representam seus interesses.
Nesse novo cenário, o público interno deve estar inserido nas decisões estratégicas relacionadas a incremento de produtividade, substituição de recursos, avaliação de fornecedores, melhorias operacionais e outras medidas que corroborem para o desenvolvimento contínuo da empresa na adoção de uma gestão socialmente responsável. Nesse contexto, as empresas têm o desafio de aumentar os níveis de competitividade e produtividade, paralelamente à preocupação com a legitimidade social de sua atuação. O dinamismo dessa equação está representado pela necessidade constante de mudanças, que vão da escolha da matéria-prima para concepção dos produtos à abordagem dos processos produtivos.
Por esse olhar, cada área da empresa – na qual a experiência do dia a dia favorece o acúmulo de conhecimento em determinadas especificidades – tem potencial para oferecer melhorias nas suas searas de atuação. As propostas de mudança realizadas de dentro para fora são mais fiéis à cultura da empresa. E, com a aproximação dos funcionários, ganham força social desde a sua concepção.
É importante lembrar que o direcionamento da iniciativa privada para um caminho de contribuição com o todo é particular de cada empresa. O gestor tem a capacidade de alinhar a direção, mas não de determinar os passos a serem dados pela companhia ou por cada uma de suas áreas. Ele depende da adequação do seu modo de gestão ao modelo de negócios.
Daí a importância de se estimular a contribuição de todos os envolvidos, especialmente do público interno. A demanda por um modelo de gestão mais colaborativo não é imposta. Esse novo modo de produção, já em voga, é resultado do desenvolvimento econômico contínuo e da evolução das práticas empresariais, que passaram da simples produção de bens à consciência do papel influenciador que as companhias passaram a ter, simultaneamente ao desenvolvimento da sociedade como um todo. (https://www.ethos.org.br/conteudo/gestao-socialmente-responsavel/publico-interno/). https://www.ethos.org.br/?post_type=conteudo&p=120 (Acesso em 16/04/2020)
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ética se iniciou na Grécia, para fundamento da conduta humana, e a virtude humana é a busca do conhecimento para alcançar a felicidade.
A conduta deve ser ajustada com o próprio ser.
Deve-se haver Responsabilidade social, sendo interno e externo.
Instituições públicas e privadas devem contribuir para toda sociedade, garantindo um ambiente limpo.
Os níveis de responsabilidade social, sendo o interno, atingem os trabalhadores, ou seja, ligados diretamente ou indiretamente. Já os externos é o alcance de seus resultados.
Assim traz reflexo para toda sociedade, pois um ambiente adequado é o escopo, e a responsabilidade da conduta é de todos, do bem estar, da saúde, reflete no coletivo.
As instituições devem ser exemplos na questão ética, não apenas visando sucesso e lucros.
A ética tem como foco um conjunto de regras gerais, obviamente que, cada profissão existe sua própria ética disciplinando a conduta.
Na Grécia antiga, a ética era considerada apenas fisicamente, e não moral e legalmente ou psicológica, ou seja, apenas a exemplo se houvesse algo físico propriamente dito.
Em paralelo, a moral, ela é constituída pela cultura de um povo que vem se formando ao longo do tempo.
A teoria do mínimo ético ensina que o Direito seria um conjunto mínimo de regras morais obrigatórias, para a sobrevivência da moral e consequentemente da sociedade.
Na teoria da mulher de César, não basta ser honesto, deve também parecer honesto.
Por fim, a ética ou a falta dela, é responsável pelo comportamento e atitudes em qualquer âmbito da vida.
9. REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de filosofia. São Paulo: Moderna, 2000.
NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. São Paulo: revista dos tribunais,2001.
PROFESSOR MESTRE Oswaldo Oliveira Santos Junior. 2017
ANDRÉ, M. E. D. A.; LÜDKE, M.. Pesquisa em educação: abordagem qualitativa. São Paulo: E. P. U, 1986.
Publicado por: Wellington Lima Pessoa
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Monografias. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.