MERCHANDISING NO CINEMA: ESTUDO DE TÉCNICAS ULTILIZADAS EM CARTAZES

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1. RESUMO

Este estudo tem como base os fundamentos do marketing digital junto ao cinema e a criatividade em virtude do saber, de como o merchandising de cartazes cinematográficos podem influenciar no consumo da mídia no cinema, a sétima arte assim como a publicidade instiga a imaginação ambos trabalham com imagem e som para cativar o público, os cartazes servem como uma forma de manifesto, seja ele como função educadora, função criadora e função de publicidade ou propaganda, o marketing digital é a estratégia que será utilizada na atribuição de valores para o produto, já a criatividade é o elemento principal para a criação de peças publicitárias, o estudo de suas técnicas é fundamental para o desenvolvimento de ideias para resolver problemas. Os estudos ocorreram de forma acadêmica baseada em estudo bibliográfico e fundamentou em livros a qual a faculdade fornece e primordialmente em e-books, bem como artigos entre 2008 e 2018 assim como sites.

Palavras-chave: Marketing Digital; Cinema; Merchandising; Criatividade; Cartaz.

ABSTRACT

This study is based on the foundations of digital marketing together with cinema and creativity by virtue of knowing how the merchandising of film posters can influence the consumption of the media in cinema, the seventh art as well as advertising instigates the imagination both work with image and sound to captivate the public, the posters serve as a form of manifesto, be as an educative function, creative function and publicity or advertising function, digital marketing is the strategy that will be used in assigning values to the product, already creativity is the main element for the creation of advertising pieces, the study of their techniques is fundamental for the development of ideas to solve problems. The studies took place in an academic way based on bibliographic study and based on books which the college provides and primarily in e-books as well as articles between 2008 and 2018 as well as websites.

Key-words: Digital Marketing; Cinema; Merchandising; Creativity; Poster.

2. INTRODUÇÃO

O merchandising é uma ferramenta do marketing, onde sua principal finalidade é de apresentar e repassar informações sobre o produto no ponto de venda, o marketing é a estratégia que será utilizada na atribuição de valor para determinado produto, entendido que cartazes cinematográficos representam o merchandising, o conhecimento de técnicas que englobam tem sua devida importância junto à contextualização deste cenário ao ambiente digital.

O conhecimento do merchandising no cinema e estudo de suas técnicas utilizadas em cartazes, através deste estudo irá auxiliar no processo de criação de futuros publicitários, modernizando com as novas ferramentas de marketing digital, desta forma auxiliando em seu planejamento e desenvolvimento. Gerando o efetivo potencial em que a mídia digital abrange.

A sétima arte assim como a publicidade, instiga a imaginação ambos trabalham com imagem e som para cativar seu público, tem como importância o saber de suas peculiaridades, para que assim seu propósito de linguagem da mesma forma seja compreendido, visto que englobam um grande potencial em alcance midiático. A partir destas considerações, visa-se responder: como o merchandising de cartazes cinematográficos podem influenciar no consumo da mídia no cinema, através de mídias sociais?

No primeiro capítulo abordamos os fundamentos do marketing digital, identificamos as principais mídias sociais, através desses estudos familiarizando com a estratégia de cada uma para o engajamento do público. Justamente o segundo capítulo abordamos estudos da sétima arte voltada para a publicidade. No terceiro capítulo descrevemos o processo de criação publicitária, e etapas que o fundamentam.

As relevâncias por esses estudos ocorreram de forma acadêmica, baseada em estudos bibliográficos, no âmbito do marketing digital, criação e design junto ao cinema. Contribuindo para o saber de futuros publicitários que apreciam a sétima arte junto à publicidade, auxiliando no planejamento e desenvolvimento da criação publicitária. O estudo fundamentou em livros a qual a universidade fornece e primordialmente em e-books, bem como artigos entre 2008 e 2018 assim como sites. Foram utilizados essencialmente os seguintes autores: “Philip Kotler, Cláudio Torres, Henry Jenkins, Eunice Alencar, Abraham Moles, David Ogilvy e Mark W Shaefer.”

3. MARKETING DIGITAL E SUAS VERTENTES

Primeiramente é necessário definir o que é publicidade correlacionando ao âmbito digital, de forma breve segundo Covaleski (2009) a publicidade é uma técnica de comunicação com finalidade comercial e/ou institucional que evolui constantemente, junto à ferramenta tecnológica e sua linguagem em sua forma de transmitir conteúdo.

Em virtude disto devemos nos adaptar frequentemente com as diversas possibilidades de veicular um anúncio publicitário, seja ele através de mídias sociais como Facebook, Twitter, Linkedin etc; ou mídias tradicionais como tevê, rádio revistas ou jornais. De acordo com Torres (2009, p. 113):

Mídias sociais são sites que permitem a criação e o compartilhamento de informações e conteúdos pelas pessoas e para pessoas. O Consumidor é produtor e consumidor da informação ao mesmo tempo.

De acordo com Kotler (2011) como as mídias sociais oferecem um custo menor e pouco tendencioso, o futuro das comunicações de marketing serão delas. Compreendido por Torres (2009) O alcance das mídias sociais e os relacionamentos entre as redes sociais são os que as transformam cordial para o marketing digital. Esta visibilidade é resultante entre dois fatores primordiais: as redes sociais e o conteúdo colaborativo

Desta forma o marketing digital é de suma importância para o engajamento de público, colaboração e compartilhamento entre usuários em consequência ocorrem à cultura da convergência como afirma Jenkins (2009) convergência é o fluxo de conteúdo através de diferentes plataformas midiáticas, colaboração entre diversos mercados de mídia e ao comportamento migratório do público que buscam em todos os lugares experiências que desejam.

Isto é, a comunidade anseia por diferentes maneiras e formas de consumir o conteúdo. Um exemplo desta cultura de convergência são os pôsteres promocionais para o filme DeadPool 2 como podemos ver abaixo um deles:

Figura 1: Cartazes dos filmes Flashdance e Deadpool 2.

Fonte da imagem disponível em: <https://www.bollywoodlife.com/news-gossip/ryan-reynolds-pays-an-apt-tribute-to-the-1993-cult-classic-flashdance-in-the-new-poster-of-deadpool-2/ Acesso em: 22 ago. 2018.

Onde desta forma ele estabelece uma correlação entre o cartaz do filme Flashdance criando desta maneira uma nova mídia, conversando com o público de uma maneira eficaz e engajadora. Segundo Jenkins é o conteúdo bom e necessário para atrair o interesse do público geral, para inspirar a criação de outros artistas, ou até mesmo proporcionar novos conteúdos, no qual refinados por muitas mãos, porventura se transforme em algo significante no futuro. É desta maneira ao qual o processo tradicional funciona, e a convergência alternativa demostra a aceleração e a expansão do processo tradicional para a era digital.

Convergência não se resume a um processo tecnológico de reunir num mesmo aparato múltiplas funções comunicacionais. Representa uma transformação cultural, tendo em vista que os consumidores são cada vez mais incentivados a procurar novas informações e inter-relacionar-se com conteúdos midiáticos dispersos (JENKINS, 2009 p. 29-30)

Somos todos formadores e geradores de conteúdo de uma certa forma, de acordo com Torres (2009) o conteúdo colaborativo cria um resultado mais eficaz e atrativo do que o conteúdo individual para as pessoas. Acordando com Kotler (2017) quando o conteúdo é realmente autêntico, pode se partilhar viralmente através de propagandas boca a boca e compartilhamento de mídia social. Kotler (2017) também afirma que os consumidores da geração mais jovem, costumam ser os primeiros a provar produtos novos, tornando-se relevantes alvos para os profissionais de marketing. Isto ocorre pelo fato que atualmente os jovens estarem a todo momento conectados, consumindo, compartilhando e criando conteúdo, onde desta maneira trazem o que há de novo para suas residências, convencendo pessoas que não estão habituadas a consumir novas tendências especialmente quando se trata de cultura pop e filmes etc.

O conteúdo é de extrema magnitude, lidando com mídias sociais esteja ciente desta demanda do público, segundo Meerman¹ o marketing na web não é ter um banner e anúncio genérico, que são designados a chamar atenção das pessoas com cores em neon, e sim sobre entender as palavras chaves e frases que os compradores estão utilizando e desta maneira programar pequenas campanhas as quais levam os compradores a páginas repletas de conteúdo as quais eles procuram. (MEERMAN, 2011, p. 69, tradução nossa). Conforme Schaefer “Criar um ótimo conteúdo não é a linha chegada. É a linha de largada.” (SCHAEFER, 2015, p. 11, tradução nossa).

O marketing não deve mais ser considerado apenas sinônimo de vendas e/ou de uma ferramenta para gerar demanda. Deve, agora, ser considerado a principal esperança de uma empresa para recuperar a confiança do consumidor (KOTLER, 2011 p. 49)

Uma das principais mídias sociais é o Facebook em conformidade com Torres (2009) o Facebook vem crescendo no país junto à classe A e B, segundo dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em fevereiro, esta rede social atingiu a marca de 127 milhões de usuários ativos mensais no Brasil no primeiro trimestre deste ano, o instituto também estima a população brasileira em 209 milhões de pessoas. Ou seja, com este grande alcance possui uma importante força para propagar a mensagem sendo uma indispensável ferramenta para o profissional do marketing digital.

Através desta mídia social as empresas obtêm engajamento, isto é, pessoas que participam das suas postagens, expressando sua opinião comentando em suas publicações ou até mesmo somente mencionando o nome da empresa. A ferramenta “Semrush” por exemplo é um site que mensura o engajamento de determinado usuário, empresa etc., por meio deste site podemos obter uma estimativa da audiência comparar em relação aos seus concorrentes, e até mesmo monitorar o crescimento de sua audiência.

Existem determinados dias e horários para que se obtenha um melhor engajamento entre as mídias sociais como é o caso do Instagram. Em uma pesquisa realizada pela Scup Ideas (2013) foi constado que a maioria (32,2%) das publicações são realizadas durante aos sábados e domingos, sendo que 15,7% aos domingos e 16,5% aos sábados. Visto que nesses dias as pessoas tendem a querer compartilhar com outros usuários, devido ao grande aumento da atividade social. Em relação aos horários que são publicadas, o número de postagem atinge o ápice da audiência a partir das 17h e volta a declinar após 22h.1

4. CARTAZ O MANIFESTO CINEMATOGRÁFICO

O cinema é a base da linguagem áudio visual a expressão do mundo contemporâneo, através dessa arte sensibiliza a sociedade a pensar, explorando novas maneiras de influenciar a cultura e ideologia de uma nação, o cinema já foi utilizado como por exemplo uma ferramenta de propaganda contra e a favor de governos totalitários., ou seja concebe um grande impacto em nossas vidas, onde assim devemos apreciar e debater a sétima arte, em virtude de aprimoramento do saber.

A sétima arte possui o seu papel sociocultural conforme Eduardo (2011) a estética cinematográfica trabalha para a formação e a evolução comportamental da sociedade, cobiçosa por novos mitos a cultuar e por novos sonhos de consumo. Visto a está demanda o cinema se torna um excelente meio midiático para propagação de informação, onde a publicidade encontra formas de se promover o autor afirma também que: “Uma obra de ficção, seja um filme ou publicidade, permite uma série de experiências sensoriais ao espectador, através de imagens míticas geradas pela mídia.”.

Deste modo como a publicidade, instiga a imaginação ambos trabalham com imagem e som, é de suma importância conhecer seus princípios e características que agregam para o cunho da criatividade e o consumo da mídia cinematográfica, de acordo com Eduardo (2011) a sétima arte trabalha sua linguagem de tal maneira que leva o espectador adquirir um produto instigável, completo de significado e valores simbólicos, transformados em bens de consumo pela indústria cultural e também para o capitalismo.

A mídia cinematográfica e a publicidade atuam juntas a um considerável tempo segundo Eduardo em seu artigo “A estética do consumo na intertextualidade entre cinema e publicidade fílmica.” (revista ação midiática, Paraná 2011 Vol. 1 nº 1):

O primeiro filme publicitário de que se tem notícia foi produzido por Thomas Edison e data de 5 de agosto de 1897, pouco mais de um ano após a primeira exibição do cinematógrafo dos irmãos Lumiére, em dezembro de 1895.

A comunicação publicitária desde então vem moldando e criando estereótipos e estilos de vida para a sociedade. Juntamente o cartaz cumpri esse objetivo segundo a definição apresentada por Rabaça e Barbosa cartazes entende-se por (1995, p.111) “Anúncio de grandes dimensões em formatos variáveis, impresso em papel, de um só lado e geralmente a cores, próprio ser afixado em ambientes amplos ou ar livre, em paredes armações próprias de madeira ou metal.”

O cartaz tem a importante função de divulgação seja ele de cunho cinematográfico ou publicitário, segundo Abreu (2011) o pôster/cartaz atingiu fundamental papel para a propaganda no século XX, tornando-se a principal mídia divulgação das alternâncias sociais que antecedem a segunda guerra mundial, devido ao seu alto grau de impacto e de instigação do interesse do público.

De acordo com Abreu (2011) É importante ressaltar a diferenciação que se faz no Brasil entre pôster e cartaz, acaba construindo outro sentido de que o pôster possui o valor estético e o cartaz tem o valor operacional, no sentido de transmitir informação que ele apresenta. Um cartaz retirado da rua e colocado em um quarto de um adolescente, por exemplo, independente das informações contidas nele, ele deixa de ser um cartaz com finalidade comercial e passa a ser considerado um pôster visto que sua função primordial não é mais informar sobre um assunto específico, mas apenas decorar o ambiente.

O cartaz se desgasta sob o olhar como toda obra gráfica cujos morfemas ou os elementos de estilo banalizam, este inevitável desgaste faz dissolver pouco a pouco seu valor estético, à medida que ele é compreendido e melhor aceito e que o choque de cores e de formas enfraquece. Mas por outro lado o cartaz constrói reflexos condicionados, slogans e estereótipos que se imprimem na cultura individual e, por isso adquirem valor autônomo, independente do seu assunto (MOLES, 1974 p.27)

Segundo Moles (1974) o cartaz denomina-se em mecanismos de sintaxes visuais e maneiras de apreensão: são eles mensagem semântica e estética. A mensagem semântica nada mais é do que a forma integral como o emissor e o receptor compreende o cartaz, não importa o qual seja o sistema linguístico efetivamente utilizados e de signos cujos elementos são enunciáveis. Já a linguagem estética entende-se de acordo Moles, trata-se de um conjunto de elementos de percepção enumeráveis e armazenáveis pelo observador, isto é o psicofísico que assiste à comunicação sem nela tomar parte, mas que são inconscientes, subconscientes ou implícitos tanto no receptor como para o emissor, estabelecendo um íntegro sistema de comunicação. De acordo com Moles o cartaz possui algumas funções fundamentais:

  • Função de Informação: onde o principal papel é de mostrar o produto e seu preço, informar o local e onde adquiri-lo, tornando-se um anúncio.

  • Função de Propaganda ou Publicidade: é de persuadir a sociedade através de uma linguagem composta de argumento sedutor e expressionista.

  • Função Educadora: apresenta fatores culturais primordiais para a população, tornando-se um agente de cultura.

  • Função do Ambiente: os cartazes não possuem planos preestabelecido e não possuem nenhum estilo adaptado ao nível de sua colocação, mas fazem parte de um elemento âmbito urbano.

  • Função Estética: o cartaz como a poesia sugere mais do que diz. Onde sua principal regra é agradar, ou seja, adquirir um valor estético. Os jogos de palavras e imagens e cores fazem parte desta estética.

  • Função Criadora: possui o objetivo de criar desejo na sociedade e transforma-los em necessidade, fazendo girar o mecanismo de consumo. (MOLES, 1974 pg.53)

Visto com essas funções o cartaz engloba uma série de qualidades para a sociedade em diversos âmbitos, sendo um indispensável modo para a comunicação de massa. De acordo com Moles, o cartaz combina os gêneros, a arte visual estrita e a tipográfica: é o ambiente onde a tipografia se torna uma imagem letrista, onde as letras abandonam sua rigidez categorial, onde os elementos da imagem adquirem valor linguístico e por tanto simbólicos.

Atualmente os cartazes cinematográficos tendem a ficarem mais sofisticados em relação a linguagem visual e seus elementos discretos, algumas vezes menos diretos e mais sugestivos, segundo Bittencourt (2011) isto ocorre devido ao fato de que o público já está acompanhando o processo de produção, com informações divulgadas por meses em outras mídias como revistas, sites especializados e programas de televisão, deste modo criando um universo temático e um conjunto de referências sendo assim familiarizando. Exemplos de cartazes cinematográficos que abordam estes princípios:

Figura 2: Cartaz do filme Requiem For a Dream

Fonte da imagem disponível em: https://www.imdb.com/title/tt0180093/ Acesso em 23 de outubro de 2018

Neste cartaz cinematográfico para o filme “Réquiem Para Um sonho” do diretor Darren Aronofsky, podemos observar dois elementos importantes, que remetem diretamente ao nome do filme, pela definição do dicionário Michaelis (2018) “Réquiem ofício acompanhado de preces, em homenagem a uma pessoa falecida, realizado pela Igreja.” o primeiro elemento (réquiem) é o olho com a pupila dilatadas, isto ocorre devido ao uso de entorpecentes remetendo ao tema principal do filme o abuso de drogas, já o segundo elemento é um plano parecido como um sonho, composta de uma paisagem limpa e serena, onde desta maneira o cartaz transcreve o plot do filme no qual os personagens estão entre a vida e a morte em busca de um sonho.

Figura 3: Cartazes do filme The Lobster

Fonte da imagem disponível em: <https://vertentesdocinema.com/2015/05/16/critica-o-lagosta-lobster/ > acesso em 23 de outubro de 2018.

Com estes cartazes do filme “O Lagosta” dirigido por Yorgos Lanthimos, podemos observar que o filme trata-se sobre o relacionamento entre duas pessoas, onde ambas não se sentem completas, representadas pelo “vazio”, o designer do cartaz optou por utilizar a lei de fechamento da Gestalt , na qual consiste em nosso cérebro completar a figura apenas com as junções das formas. Deste modo reforçando a ideia central do filme a crise de um relacionamento a busca pela “outra metade”.

5. CRIATIVIDADE EM FOCO

A criatividade é um dos elementos fundamentais, para que construa algo que junto à retórica do argumento publicitário para que cative o público, como afirma Ogilvy (1985) grandes ideias vêm do inconsciente, isto é verdade na arte e na ciência assim como na publicidade. “Mas o inconsciente precisa estar bem nutrido de informação, ou sua ideia será irrelevante. Preencha sua mente consciente com informação, então libere seu processo racional de pensamento.” (OGILVY, 1985, p. 24, tradução nossa).

O processo de criação publicitária consiste em diversas etapas, para que sua ideia seja concebida, assim como menciona “Ideias são antigas verdades trazidas à luz em novas maneiras.” (SULLIVAN 1998 p.60, tradução nossa) é indispensável esta sapiência, para a elaboração de uma nova peça. Isto é existem diversas maneiras de apresentar algo e novos conceitos são baseados em antigas ideias, a bagagem referencial é de suma importância para a realização de um novo projeto.

De acordo com Sullivan (1998) ideias raramente surgem quando as coisas estão perfeitamente sobre controle é também fundamental ser objetivo escutar o que as outras pessoas têm a dizer sobre o seu trabalho se um determinado grupo possuir um problema com alguma coisa, isto pode ser um real problema. O autor afirma também que é necessário pensar criativamente sobre diferentes mídias a qual a sua mensagem pode aparecer, desta forma se permita pensar em outras possibilidades, evitando barreiras criativas.

O criativo é um desfrutador de fórmulas, de modelos conhecidos, de formatos convencionais. Ele quer experimentar o contrário (e se?), por isso pensa “ao contrário”. Quando um criativo tem de criar um comercial, por exemplo, esta é a primeira coisa que ele se pergunta: como é que todo mundo faz? Por que se pergunta isso? Ora, porque em sua reflexão já concluiu que se todo mundo faz do mesmo jeito ou obedece ao mesmo padrão, ainda que seja seguindo as mais respeitáveis recomendações da pesquisa, está desperdiçando alguma coisa, certo? (VIEIRA, 1999 p. 12)

É necessário estudar sobre os diversos fatores que criam barreias para o processo criativo inibindo e subconsciente de criar algo, como afirma Adams (1986) tentar resolver problemas que não existem, o medo de errar pode atrapalhar, causando a auto sabotagem de ideias. Em contrapartida de acordo com Alencar (2003) um outro traço associado ao processo criativo consiste em ter sensibilidades para problemas, ou seja, possui a habilidade de identificar defeitos, deficiências em situações que usualmente não seriam observadas. Deste modo algumas pessoas não encontram problemas no óbvio, não sentindo qualquer desconforto à frente da inadequação, alguns indivíduos com alto traço de sensibilidade a problemas visam a questionar o óbvio e também a discernir deficiências e defeitos tanto em suas particulares ideias quanto em aspectos do ambiente observado.

Segundo Abreu (2010) diante do processo criativo trabalhamos com dois tipos de dados, o primeiro trata-se do briefing. Onde se encontra as intenções do marketing de atender determinada expectativa identificada pelo consumidor. A pesquisa detecta uma oportunidade, a engenharia de produção desenvolve o produto para atender a demanda, para o marketing definir um conceito racional (maneira como demanda ser notada pelo consumidor). O outro dado que o processo criativo lida são as informações acumuladas ao longo da vida como: (leituras, filmes, livros, filmes e debates...) que irão auxiliar em diversas associações entre os propósitos racionais do briefing e as possibilidades emocionais da mensagem publicitária.

Nas pesquisas bibliográficas, observou-se a preponderância do processo criativo em etapas universais em concordância com Wallas (1926 apud Alencar, 1993) tituladas de preparação, incubação, iluminação e verificação.

  • Preparação: identificar o problema o por que ele existe, encontrar soluções para resolve-lo.

  • Incubação: consiste em se distanciar do problema e com base nas experiências vividas e base cultural, o seu inconsciente começa a formular respostas para o problema.

  • Iluminação: com base em toda a pesquisa e ampliação de repertório surge o insight, ou seja, uma solução diferente para o problema.

  • Verificação: fundamenta-se em testar e verificar se a solução escolhida será possível e também exercer seu pensamento crítico.

Outros elementos essenciais que ocorrem durante o processo criativo ressaltado pelo autor Alencar (2003) são de que eles não ocorrem de maneira sistemática e organizada do começo ao fim, as etapas não seguem uma sequência linear. Outro item é a motivação intrínseca, ou seja, a capacidade de manter-se entusiasmados diante de adversidades, devem levar em conta condições favoráveis à criação, de maneira que a disponibilidade de tempo e recurso sejam levadas em conta durante o desenvolvimento criativo.

A criatividade não é consequência do acaso, ou inspiração divina, de um estado mental alterado ou de um simples estalo: ela demanda um enorme esforço mental, de acordo com Moles (1974) ele diz que a necessidade ensina o homem a preparar instrumentos como o fogo, construir cabanas ou até mesmo criar industrias. Diante de um desafio temos uma motivação para resolve-lo, mas para isso devemos estudar o problema afundo.

A criatividade deixou, ainda, de ser vista como produto apenas de um lampejo de inspiração, e a preparação do indivíduo, sua disciplina, dedicação, esforço consciente, trabalho prolongado e conhecimento amplo em uma área do saber, como pré-requisitos para a produção criativa, passaram a ser enfatizados. Por meio de uma análise do comportamento de pessoas que deram contribuições criativas, constatou-se que as grandes ideias ou os produtos originais ocorrem, especialmente, em pessoas que estejam adequadamente preparadas, com amplo domínio dos conhecimentos relativos a uma determinada área ou das técnicas já existentes (Alencar, 2003 p. 16-17)

Segundo Ostrower diz (1990) é evidente que, o artista além de compreender o que faz ele precisa “saber fazer”. Ele necessita conhecer a linguagem utilizada. Sendo assim só irá conseguir fazer um concerto de piano quem souber tocar piano por exemplo, em concordância Maslow (1968) adota um ponto de vista equivalente onde ressalta que a criatividade necessita não só apenas de iluminação e inspiração, ela necessita de muito esforço e treino prolongado, conduta criativa e padrões detalhistas.

Uma outra técnica utilizada para estimular ideias na solução de problemas é o Brainstorm (tempestade cerebral), ela foi introduzida por Osborn (1963) através dessa técnica os participantes são estimulados a comunicar qualquer ideia que venham a mente, sem a preocupação de serem criticados. Ela visa o princípio de quantidade gera a qualidade, mas deve levar em conta que pode ocorrer a autocensura de ideias, o medo de dizer algo que não agrade por exemplo, segundo Alencar (2003 p.186) “isso se deve, em parte a acontecimentos durante o processo de socialização, quando a criança aprende a censurar as próprias ideias, a pensar duas vezes antes de expressar pensamentos que poderiam, a seu ver ser objeto de censura ou critica.”

Estimular a criatividade envolve não apenas estimular o indivíduo, mas também afetar seu ambiente social e as pessoas que nele vivem. Se aqueles que circundam o indivíduo não valorizam a criatividade, não oferecem o ambiente de apoio necessário, não aceitam o trabalho criativo quando este é apresentado, então é possível que os esforços criativos do indivíduo encontrem obstáculos sérios, senão intransponíveis. (Stein, 1974 p. 100)

O desenvolvimento da criatividade não envolve somente estímulos individuais, ela demanda uma colaboração do ambiente social na qual a pessoa seja inserida Stein (1974) também afirma que uma sociedade favorece a criatividade, à medida que fornece chances ao indivíduo de ter experiências em diversas áreas, como uma sociedade que limita a liberdade da pessoa para trabalhar, estudar etc. deste modo diminui as chances de contribuições criativas. O autor também diz que a criatividade é incentivada em uma sociedade onde os indivíduos que se destacarem por suas ideias tenham status e sejam reconhecidos socialmente, deste modo se tornando encorajados em seus estudos e consequentemente modelos para futuras gerações.2

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento do presente estudo possibilitou um considerável levantamento de informações relacionadas ao âmbito de marketing digital, cinema e criatividade, com o objetivo de solucionar o problema, como o merchandising de cartazes cinematográficos podem influenciar no consumo da mídia no cinema?

Abordamos no primeiro capitulo o marketing digital, onde nele identificamos a importância do marketing de conteúdo e como a cultura da convergência, é fundamental para auxiliar no processo de criação de mídias digitais, onde o compartilhamento de conteúdo é primordial para o engajamento do público, identificamos também que o Facebook é uma das principais mídias sociais atualmente.

No segundo capitulo explanamos sobre a sétima arte, a maneira como a estética cinematográfica possui o seu papel sociocultural, assim como o cartaz é a principal ferramenta midiática, para a propagação da comunicação em massa, do mesmo modo caracterizamos suas principais funções junto da peculiaridade semântica e estética, onde encontramos similaridades com a mídia cinematográfica.

Observamos no terceiro capitulo que o processo criativo consiste em diversas etapas para que o seu subconsciente formule ideias, para solução de problemas, também compreendemos que a colaboração do ambiente social auxilia nesse processo, e que uma das ferramentas utilizadas para auxiliar neste processo é o Brainstorm e outro elemento fundamental é a motivação intrínseca.

A partir da coleta de dados desta pesquisa, é possível desenvolver novos estudos, deste modo abordando o tema mais afundo e descobrindo motivos que influenciam no consumo da mídia cinematográfica, realizando uma pesquisa qualitativa entrevistando candidatos, coletando dados e realizando relatórios onde desta maneira descobrindo as reais motivações de cada um, complementando a pesquisa.

7. REFERÊNCIAS

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1 Citações originais em ordem de aparecimento “marketing on the web is not about generic banner ads designed to trick people with neon or wacky movement, it is about undestanding the Keywords and phrases that our buyers are using and then deploying microcampaign to drive buyers top ages rplete with content that they seek.” (MEERMAN, 2011 p.69)

“Creating great content is not the finish line, it’s the starting line.” (SCHAEFER, 2015, p.11)

2 Citações originais em ordem de aparecimento

Big ideas come from the unconscious. This is true in art, in science and in advertising. But your unconscious has to be well informed, or your idea will be irrelevant. Stuff your conscious mind with information, then unhook your rational thought process.”· (OGILVY, 1985, p. 23-24).

Ideas are old truths brought to light in fresh, new ways.” (SULLIVAN 1998 p. 60)

Be objective. Listen to what people have to say about your work.If a couple of people have a problem with something, chances are it’s real.” (SULLIVAN 1998 p.124)

Think creatively about different media where your message can appear.” (SULLIVAN 1998 p. 198)

“Criativity rarely happens when things are perfectly under control.” (SULLIVAN 1998 p.127)

Por Gustavo Matheus Zambello


Publicado por: Gustavo Zambello

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