CONFLITO CHINA X TIBETE
índice
- 1. Introdução
- 2. O Conflito
- 3. O meio rádio
- 4. Processo de produção
- 4.1 O Programa
- 5. Considerações Finais
- 6. Conclusão
- 7. Bibliografia
- 8. ANEXOS
- 9. Pautas
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1. Introdução
Em cumprimento ao regulamento do Projeto Experimental (Vôo Solo) a equipe, formada pelas alunas Aline Cardoso e Fernanda Silva, apresenta o programa de rádio “Especial China X Tibete”. O projeto elaborado desde março de 2008, traz o motivo que levou esses dois povos a travarem uma luta que extrapolou a barreira da violência e se tornou a mais agressiva das últimas duas décadas.
Neste trabalho, encontram-se os interesses políticos que ao longo dos séculos tentam suprimir a cultura tibetana, exige soberania sobre o Tibete, adota medidas repressivas para conter manifestações e do outro lado, tenta de todas as formas conseguir apoio internacional para obter autonomia significativa e possivelmente o restabelecimento do poder teocrático.
O objetivo deste Projeto consiste em aproximar e esclarecer a situação vivida por chineses e tibetanos num país que, embora não passe por problemas de invasão por outras nações, enfrenta conflitos internos tão intensos que divide opiniões no mundo inteiro e como é de praxe, todo movimento contrário à ações de estado que ganham visibilidade mundial, a preservação dos Direitos Humanos é deixada de lado e as contradições nos governos se faz evidente.
No programa de rádio “Especial China X Tibete” será possível compreender o que acontece com uma civilização do outro lado do mundo deparando-se a todo momento com as conseqüências que em detrimento de tradições culturais e morais, dentro da concepção de cada governo, busca a melhor resolução para todos.
2. O Conflito
No programa de rádio “Especial China X Tibete”1 tratamos do impasse territorial, político e cultural que envolve os dois povos.
Em 10 de março de 2008 vários monges tibetanos saíram às ruas de Lhasa, capital tibetana, em passeata que marcava os 49 anos do movimento fracassado contra o domínio chinês que levou vários monges, inclusive o Dalai Lama, ao exílio nas regiões vizinhas como Ladak, Sikkin, Butão, Nepal e Índia.
Durante a passeata, vários monges foram agredidos e mortos pelo exército chinês, o que levou a população tibetana, no dia 14 de março, a protestar contra as atitudes do governo. Lhasa tornou-se palco de guerra. Os protestos ficaram conhecidos como os mais violentos das últimas duas décadas. Vários carros, lojas, casas, escolas e hospitais da região foram destruídos, outros manifestantes mais radicais atearam fogo ao próprio corpo como sinal de protesto.
As informações quanto ao número de mortos no confronto são bastante divergentes, de acordo com a versão online do jornal Folha de S. Paulo, o governo chinês reconheceu a morte de, ao menos, 20 pessoas. A Folha acrescenta que “o governo tibetano no exílio afirma que mais de 200 pessoas morreram na repressão policial”2. Para as autoridades de Pequim, a violência dos atos foi uma tentativa de denegrir a imagem da China, já que o país foi sede dos Jogos Olímpicos de 2008.
O Cônsul Geral da China, em São Paulo, Sun Rongmao classifica os protestos ocorridos no Tibete como uma maneira de adquirir apoio de outros países. “Esse incidente do dia 14, foi muito bem organizado. Eles (monges tibetanos) tentaram internacionalizar o problema do Tibete para que outras potências viessem interferir nesse assunto”3, acredita. Preocupado com a generalização, o mestre budista tibetano Roque Severino, atenta para o fato de que nem todos os manifestantes são monges, pois ainda hoje “os tibetanos se vestem com roupas tradicionais, parecem monges e por isso se disfarçam. Na verdade ninguém sabe quem são”4, ressaltou Severino.
Os distúrbios ocorridos no Tibete tiveram repercussão mundial. Para conter especulações do possível cancelamento das Olimpíadas na China, o país teria que cumprir a série de normas internacionais aplicadas ao anfitrião olímpico. Porém, com os incidentes ocorridos em Lhasa, vários países assim como a imprensa passaram a exigir que a China controlasse as manifestações de maneira condizente às normas internacionais e dos Direitos Humanos. O objetivo dessa exigência era estabelecer a segurança no país conhecido por suas leis duras e intransigentes, além de controlar a ação dos revoltosos.
O Tibete foi questionado quanto às ações violentas da causa conhecida como uma revolta budista, que até então era descrita como uma luta não-violenta. A região ficou dividida entre manifestantes que, inspirados nos princípios do budismo, seguiam uma linha de manifestação pacífica e de grupos mais radicais objetivando a independência total e a favor da luta armada.
Dalai Lama, líder político e espiritual dos tibetanos, em tentativa de minimizar as tensões envolvendo praticantes do budismo no Tibete, fez várias declarações públicas na qual pedia o diálogo com o governo chinês para que chegassem a um acordo quanto à autonomia significativa da região. O líder, que não luta mais por independência, pediu apoio à comunidade internacional para conter o que ele chamou de ‘medidas repressivas’ da China e cessar os confrontos no Tibete de forma pacífica.
Apesar dos esforços, o líder foi acusado de incitar a violência dos protestos e ir contra os princípios do budismo tibetano. O cônsul culpa o Dalai Lama de ser o mentor das manifestações. “Ele diz ao mundo que a manifestação tibetana é pacífica, uma marcha pacífica que manifesta a vontade do povo tibetano, mas isso é uma prova de que ele ainda freia e de que dirigiu esse episódio”, diz o cônsul ironizando as declarações feitas pelo Dalai Lama. A única Buda viva no Tibete, Samding Dorje Phagmo, chefe do monastério de Samding e vice-chefe do comitê do Congresso Regional do Povo Tibetano Autônomo, disse estar chateada e irritada com as revoltas ocorridas em Lhasa. “Os pecados do Dalai Lama e de seus seguidores violam seriamente os ensinamentos e preceitos básicos do budismo e prejudicam a ordem normal e a boa reputação do budismo tibetano”5, afirma a Buda.
Outros membros do budismo não aceitam a associação da prática budista à política. Para eles o budismo não é caracterizado como religião e sim como filosofia de vida, que se constitui como “algo que guia em direção a um rumo dentro das suas próprias concepções onde o senso de direção é capaz de levá-lo cada vez mais longe quanto mais conheça a si mesmo”6, esses dois pontos, política e religião, têm se tornado indissociáveis no atual contexto do conflito.
O mestre budista tibetano Roque Severino, destaca que “há uma linha dentro do budismo que quer se meter em política”, entretanto, essa idéia não é aceita. Segundo ele, política significa corrupção, é um ambiente onde se vive a trair e ‘barganhar’ a população. “Aqui no Brasil, pessoas negociam remédio vencido e muita gente morre porque um político ganhou algo com isso. Não há político honesto”. Como um dos princípios do budismo é a honestidade, o mestre ressalta a inexistência de políticos budistas.
2.1. Apoio internacional
Com o conflito em evidência, vários países demonstraram apoio tanto à China quanto ao Tibete e diversas manifestações foram feitas nas embaixadas do país. No Brasil, grupos de praticantes do budismo, defensores dos Direitos Humanos e simpatizantes organizaram ato em frete ao Consulado da China, em São Paulo. A representante do Comitê Brasileiro de Apoio ao Tibete e do Free Tibete no Brasil, Mariane Alexandre, explica qual o objetivo da manifestação: “a intenção foi mostrar ao governo chinês que o mundo todo desaprovava o que estava acontecendo com o povo e com a cultura tibetana e fazer com que eles (chineses) revissem sua postura de repressão aos Direitos Humanos básicos”7.
O cônsul Sun Rongmao contesta essa informação. Segundo ele, a polícia chinesa tomou todas as precauções necessárias para conter a violência na região sem ferir as normas dos Direitos Humanos. “Apesar do incidente em 14 de março, ter sido muito grave nossos policiais, civis e militares tomaram imediatamente o controle. Acionaram o esquema de segurança sem esquecer as medidas corretas evitando o uso de armas que, pela eficiência, foi imediatamente resolvido”8, argumenta.
As manifestações chinesas se concentraram, em sua maior parte, em coibir a entrada de produtos estrangeiros cuja origem era de países que apoiavam os protestos tibetanos, como, por exemplo, a França, e em acusar emissoras de TV internacionais, como a americana CNN e a cadeia britânica BBC, de apoiarem a causa tibetana e realizarem cobertura parcial ao conflito. As marcas francesas Louis Vuitton, L’Oréal, Pegouot e Carrefour foram os principais alvos do sentimento antiocidental dos chineses.
Fóruns divulgados na internet pelos chineses declaram ainda que as empresas estrangeiras Carrefour e Louis Vuitton ajudaram financeiramente grupos independentistas tibetanos. Sem citar nomes o cônsul Sun Rongmao também faz essa afirmação. Para ele a intenção era adquirir apoio de potências externas: “tem um grupo de separatistas que quer ter apoio internacional. No dia 14 de março, o incidente em Lhasa teve apoio e encorajamento de forças ocidentais que têm cumplicidade com o Dalai Lama”. O fundador do Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas da China, Ásia e Pacífico (Ibecap), Severino Cabral, acredita que o apoio ocidental à questão tibetana pode ser uma tentativa de barrar o crescimento econômico da China:
“O que existe no ocidente é uma pré-disposição de alguns setores e movimentos políticos em apoiar essas reivindicações devido à insubordinação do Dalai Lama ao contexto criado na China depois das reformas. Ele tinha poder. Além de autoridade espiritual ele tinha também autoridade teocrata, poder político. Ele perdeu isso e se rebelou contra. O movimento, a diáspora, que o segue e que tem apoio dos Estados Unidos e na Europa Ocidental vê naquilo uma possibilidade de criar dificuldade para a China, quem vem como um poder em ascensão no mundo”9.
O jornalista e comentarista de política internacional da Rádio Bandeirantes, Newton Carlos, contrapõe a idéia de que o movimento tibetano possa ser financiado internacionalmente. “Pode ser uma visão conspiratória o que não excluiu o fato de que a história recente registra vários casos de interferência em questões internas de países, inclusive com financiamentos a oposições e regimes indesejados. Entretanto, nunca soube de financiamentos a movimentos pró - libertação do Tibete”10, comenta Newton.
O líder espiritual dos tibetanos argumenta que as acusações de conspiração não têm fundamento e desafiou o governo chinês a provar o que está alegando. “Se a República Popular da China tem alguma base para mostrar evidências para sustentar suas acusações, ela tem que revelá-las ao mundo. Apenas acusar não é o suficiente”11, informou em comunicado. Uma possível prova de que não houve conspiração por parte do Dalai Lama foi o fato de apoiar Pequim como sede dos Jogos Olímpicos.
2.2. Os Jogos Olímpicos
Pequim foi escolhida para ser sede dos Jogos Olímpicos em 2008. Um esforço que demandou sete anos de trabalho e que possibilitou aos chineses a oportunidade de mostrar ao mundo a política de reforma implementada no país. Durante a Olimpíada, a China se preocupou em passar a imagem de que estava preparada tanto para organizar um evento grandioso como os Jogos, quanto para quebrar o estigma de país repressor. “Por diversas razões históricas a China esteve fechava, mas nesse momento em que realizamos as Olimpíadas, com grande êxito devido a nossa postura de abertura, gostaríamos de manifestar a todo mundo nosso sucesso e pretendemos continuar esse movimento para trazer a paz e estabilidade internacional”, se orgulha o cônsul.
Porém, Michael Lackner, professor de sinologia, não acredita na transformação do país, isso acontece porque a política chinesa em relação às minorias e aos Direitos Humanos é cada vez mais rígida. Para Lackner, a candidatura da China aos Jogos fez com que ela se apresentasse como nação autoconfiante. Entretanto, o evento “estava planejado para ser uma encenação perfeita: a entrada definitiva de um país bem-sucedido na comunidade internacional”12. Ainda segundo o professor, a escolha do país como sede dos Jogos Olímpicos foi uma atitude impensada, pois “os protestos tibetanos foram subestimados e também a força do controle e intensidade da opressão, assim como o acesso dos chineses a mídia e a liberdade de opinião”, declarou.
A pesquisadora Fernanda Ramirez evidencia outro ponto que destaca o despreparo da China em realizar os Jogos. Desde que foram criados, em 1896, os Jogos Olímpicos sempre tiveram como objetivo a promoção da dignidade humana e da paz mundial, mas as grandes construções para sediar o evento este ano desabrigaram cerca de 15 milhões de pessoas e o compromisso assumido pelo governo chinês de melhorar as condições de Direitos Humanos não foi cumprido, fugindo do ideal olímpico. “Em junho de 2001, quando Pequim ganhou o direito de realizar os Jogos o governo prometeu melhorar as condições do país, mas enquanto ela (China) se esforçou para transmitir a imagem de harmonia entre a maioria Han e as demais minorias étnicas, mascarou a realidade social da cultura milenar tibetana que ainda sustenta muita pobreza”13.
O diretor e professor do Instituto Otto Suhr da Universidade Livre de Berlim, Eberhard Sandschneider, também explica que a China é um país cheio de contradições. É uma superpotência emergente, detentor de alta tecnologia, motor da economia mundial e ao mesmo tempo incapaz de lidar com questões sociais internas: “a sociedade chinesa é tudo menos tranqüila. O reconhecimento oficial de 58 mil casos de protestos públicos e de demonstrações em 2003 e uma elevação para 74 mil em 2004 documentaram o crescimento potencial de insatisfação e protesto”.14
O cônsul Sun Rongmao acredita que o processo de reforma e abertura, pelo qual a China passa há 30 anos, corresponde às necessidades da população. Para ele, “o ocidente assim como os chineses reconhecem a eficiência do regime socialista que corresponde às exigências do povo”.
Os ocidentais observam o modelo de governo chinês como um estado autoritário. Um exemplo é aplicação de leis penais interpretadas como as mais severas que, desde o envenenamento de animais até a propagação de pornografia, podem culminar em pena de morte. Sozinhos, os chineses matam mais do que outros 63 países juntos. Além disso, adota a política do filho único, sendo permitida a concepção de mais um somente no caso do primeiro ser menina e em separação de casais, caso a lei não seja cumprida, o indivíduo pode pagar multa ou perder o emprego.
O professor Eberhard considera a aplicação dessas leis como “estratégia para impedir por dissuasão qualquer ameaça à reivindicação do poder ilimitado do partido comunista”15. Já o cônsul explica que a severidade penal se deve a superpopulação da China, que soma 1,3 bilhão de habitantes, e ao fato de que o contrabando e o ato de difundir pornografia não enriquecem culturalmente a sociedade chinesa.
O país também exerce rígido controle sobre a imprensa. Segundo a Revista Papo de Homem, “as transmissões de redes internacionais de televisão apresentam nove segundos de atraso para que o censor tire do ar qualquer informação considerada ofensiva aos interesses chineses”16. Já as transmissões nacionais são realizadas pelo governo. Durante os Jogos, o país teve que adaptar-se às normas ‘olímpicas’ que garantiam maior liberdade à imprensa. Dessa forma, jornalistas estrangeiros “precisavam apenas do consentimento prévio dos entrevistados, sem necessidade de solicitar autorização antecipada das autoridades”17, informou o portal da Globo.
Entretanto, áreas sensíveis como o Tibete permaneceram fechadas para a imprensa estrangeira. O Partido Comunista da China (PCCh) pediu aos quadros políticos para que controlassem qualquer tipo de rumor que incitasse protestos na região e orientou os membros a educar corretamente a população para que não transmitissem boatos sobre a campanha intitulada pelo Partido como anti-separatista. O jornalista Leonardo Sakamoto explica o desempenho dos jornalistas que atuam em países que passam por conflitos internos devido à dificuldade de acesso à informação. “Nesses momentos a informação é uma das armas mais poderosas para mudar as políticas. Há restrição a informação e também a capacidade do jornalista de angariar o maior número de versões para recompor os fatos ou até mesmo construí-los de acordo com a necessidade política”18, diz Sakamoto.
A China é um país que historicamente passou por momentos de conflito e invasões, daí a tão famosa muralha da China, “uma fortificação meramente fronteiriça, sem utilidade diante dos freqüentes conflitos internos”19, que servia de escudo contra possíveis invasores. Um deles era o Império Mongol, tribo nômade que conquistou a maior parte da Ásia Central, inclusive a China e o Tibete no século XIII, devido a fertilidade do solo do país.
Durante um século, chineses e tibetanos ficaram sob o mesmo domínio. No final do século XIV, com a queda do império mongol, a tribo abre mão da China, mas mantém influência no Tibete, mesmo com a concessão que “reconhecia a autoridade suprema do Dalai Lama20” e permite que o líder espiritual exerça a função de chefe.
Em 1720, os tibetanos pediram apoio à China, que já estava livre do domínio mongol, para conter e expulsar o império da região, que tentava novas investidas para reconquistar o Tibete. A ajuda da China para livrar os tibetanos fez com que eles fossem, desta vez, dominados pelos chineses.
Uma vez unificada a China sofreu, no início do século XX, outra invasão marcante, os britânicos. O país passou a ser colônia inglesa e os tibetanos aproveitaram o momento de fragilidade da China para expulsar tropas do governo na região e se declararem independentes. Esse período de pseudo liberdade durou cerca de quarenta anos, entretanto sem o reconhecimento internacional.
Para Severino Cabral é quase impossível um país conseguir independência sem que outras potências interfiram no assunto: “nenhum estado soberano que exerce soberania sobre um determinado território, reconhecido pelas instituições internacionais, pode abrir mão da sua soberania. Um estado só faz isso submetido à força e a decisão de outros países”21, explicou.
Os ingleses passaram a declarar que reconheciam a soberania da china sob o Tibete. Em 1913, britânicos, chineses e tibetanos tentaram um acordo durante conferência em Simla, na Índia. A proposta previa que o Tibete fosse dividido: uma parte seria anexada à China e outra seria autônoma. Entretanto, o acordo nunca foi ratificado pelos chineses, que exigiam soberania sobre todo o território tibetano.
A relação da China e do Tibete se tornou ainda mais instável, ocasionando num conflito armado entre ambos em 1918. Nem mesmo a intervenção da Inglaterra conseguiu minimizar a crise. Nesse período o 13° Dalai Lama morre e o Tibete sofre um enorme enfraquecimento político facilitando a invasão das tropas chinesas que tomaram a sede do governo tibetano. Em 17 de novembro de 1950, o 14° Dalai Lama, com apenas 16 anos, assumi a posição de Chefe de Estado do Tibete.
O Tibete sempre foi uma região que teve um sistema teocrático feudal o que dificultou a incorporação de um sistema político para vencer de forma justa um país tão grande e organizado como a China. Para isso o novo Dalai Lama teve que assimilar os princípios da política. O mestre budista, Roque Severino não acredita na associação do budismo a política. Para ele religião e política são princípios extremamente opostos: “política e religião nunca deveriam se misturar, mas nesse caso se misturaram. Não aceito essa idéia, política é corrupção e o budismo nunca se meteu em política, nunca transmitiu ideologia política”, desabafa.
A transação de República da China para República Popular da China em 1949, tornou o país mais forte e a minoria tibetana mais revoltada. Em 1959, cerca de um milhão de tibetanos foram mortos e mais de seis mil monastérios foram destruídos no levante fracassado contra o domínio chinês. A tomada dos monastérios restantes pelas tropas chinesas reprimiu a prática do budismo, fazendo com que vários praticantes, assim como Dalai Lama, se refugiassem em regiões vizinhas como Índia, Nepal, Sikkin, Butão, Ladakk e Himalaia.
Desde o exílio na Índia, onde mora até hoje, o Dalai Lama é proibido de entrar em território chinês o que o levou a ir à outros países divulgando a causa tibetana, que tem como objetivo o reconhecimento da autonomia e o direito às práticas tradicionais. Para Severino Cabral, o Dalai Lama não deixa claro sobre o que reivindica e, a pretensão do líder na verdade é a retomada ao poder como chefe dos tibetanos: “essa autonomia é colocada de maneira muito vaga, ora o Dalai Lama diz que não quer se separar da China, ora ele propõe a separação total, o Tibete como estado soberano. Na verdade ele quer um retorno a restauração do poder de líder, o poder temporal e tanto quanto o poder religioso”, esclarece.
Atualmente, o Tibete tem aproximadamente três milhões de habitantes, embora a região não tenha conseguido se desvincular totalmente das tradições feudais a maior fonte de lucro encontra-se no turismo, que durante os incidentes de 14 de março, caiu consideravelmente gerando prejuízo de 69% em relação ao ano de 2007.
3. O meio rádio
O rádio foi escolhido como meio de produção do Projeto Experimental (Vôo Solo), por ser um veículo dinâmico, ágil, versátil, prestador de serviço “podendo ser desfrutado paralelamente a outras atividades”22, o que facilita sua propagação ao maior número de pessoas.
O rádio abrange a todos sem distinção de classe social. Ele possibilita que a comunidade participe ativamente na elaboração da programação do veículo, ao denunciar, cobrar e exigir serviços. “O jornalismo de rádio é um elemento que atua na formação de consciência do cidadão”23, explica André Carvalho.
A tecnologia empregada no rádio como meio de comunicação de massa se desenvolveu com base nas pesquisas sobre a existência de ondas eletromagnéticas e nos avanços obtidos a partir do telégrafo e do telefone, que no século XIX eram os meios de comunicação mais conhecidos.
A radiodifusão sonora se constituiu no resultado do trabalho de vários pesquisadores de diversos países e representou o esforço em atender uma necessidade histórica: “transmitir mensagens a distância sem o contato pessoal entre o emissor e o receptor e sem os serviços de correio”24.
Enquanto eram realizadas pesquisas na Europa e na América do Norte, o padre brasileiro, Roberto Landell de Moura obtinha resultados superiores em seus experimentos em relação aos pesquisadores estrangeiros. O padre começou a fazer experiências a partir de 1892, em Mogi das Cruzes, e, em 1893, em Campinas e em São Paulo, onde efetuou uma demonstração pública de seu invento no dia 3 de junho de 1900. O jornal do Commercio, em 10 de junho do mesmo ano, noticiou a eficiência do experimento:
“No domingo próximo passado, no alto de Santana, na cidade de São Paulo, o padre Roberto Landell fez uma experiência particular com vários aparelhos de sua invenção, no intuito de demonstrar algumas leis por ele descobertas no estudo da propagação do som, da luz e da eletricidade através do espaço, da terra e do elemento aquoso, as quais foram coroadas de brilhante êxito. Estes aparelhos eminentemente práticos, são, como tantos corolários, deduzidos das leis supracitadas.
Assistiram a esta prova, entre outras pessoas, o senhor P. C. P Lupton, representante do governo britânico, e sua família”25.
Mesmo Landell sendo o pioneiro nas transmissões radiofônicas não teve reconhecimento internacional. A invenção do rádio é atribuída ao italiano, Guglielmo Marconi, que começou seus experimentos na mesma época em que o padre Landell. Marconi, que na época era o maior detentor da tecnologia que viabilizava a rádiodifusão sonora, obteve maior êxito devido as indústrias americanas que disputavam controle das cartas patentes necessárias à implementação das comunicações por ondas eletromagnéticas, o rádio, que seriam utilizadas principalmente como estratégias militares.
No Brasil, a primeira transmissão de rádio aconteceu em 7 de setembro de 1922, durante a Exposição Internacional do Rio de Janeiro, que comemorava o centenário da independência, promovida pela “Westinhouse”26 a pedido da Repartição Geral dos Telégrafos. “Edgard Roquette-Pinto27” ficou interessado nas demonstrações de radiodifusão promovidas pela indústria norte-americana e mobilizou grupos de intelectuais da Academia Brasileira de Ciências em torno do novo meio de comunicação, o que culminou, em 20 de abril de 1923, na primeira emissora regular no país, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Desde então, Roquette-Pinto ficou conhecido como o pai do rádio.
Atualmente, mesmo diante de todos os avanços tecnológicos o rádio não caiu em desuso. Ao contrário da hipótese levantada com relação ao meio impresso, de que seria possível seu desaparecimento com a expansão da internet, com o rádio isso não ocorreu. Ele continua atuante, pois se adaptou às novas tendências que vão desde a presença no ambiente web até a facilidade de tê-lo como dispositivo no celular, além de atender às necessidades da população, que cada vez mais precisa de informações de forma rápida e objetiva.
4. Processo de produção
O processo de produção do programa de rádio “Especial China X Tibete” teve início no mês de março, quando o conflito interno entre China e Tibete adquiriu visibilidade mundial. As autoras deste projeto, Aline Cardoso e Fernanda Silva, começaram o trabalho de pesquisa e clipagem dos principais veículos de comunicação com notícias sobre o tema, assim como a busca por referência bibliográfica, o que proporcionou visitas às bibliotecas como a Circulante, extensão da Mário de Andrade, do Centro Cultural Vergueiro, Municipal de Ferraz de Vasconcelos, além da consulta ao acervo da própria Universidade.
O rádio foi o meio escolhido para apresentação do Projeto Experimental (Vôo Solo) utilizando o gênero jornalístico interpretativo, que:
“(...) representa uma ampliação qualitativa das informações a serem repassadas ao público. O objetivo é situar o ouvinte dentro do acontecimento. O que só é possível com o engrandecimento da informação a tal ponto que ela contenha os seguintes elementos: a dimensão comparada, a remissão ao passado, a interligação a outros fatos, a incorporação a uma tendência e sua projeção para o futuro”.28
Em meados do mês de maio, a dupla deu início ao processo de levantamento de fontes, mesmo porque, esse procedimento era obrigatório para que tanto os alunos - durante a pesquisa- como a banca examinadora da proposta, pudesse analisar a viabilidade de execução do programa de rádio “Especial China X Tibete””.
Em junho a proposta foi apresentada oralmente a uma banca avaliadora composta por três professores onde foram dadas as últimas ressalvas sobre o trabalho entregue formalmente no mesmo mês. Na proposta, a equipe contextualizou o tema e definiu como seria feita a divisão dos blocos. O objetivo era trazer informações sobre o início do conflito em março de 2008, o histórico, a repercussão midiática, religião, as características da China e do Tibete, a liberdade de imprensa e o boicote aos Jogos Olímpicos.
Com a aprovação do Projeto, foi dado início a estruturação do “Especial China X Tibete”. No mês de agosto foram feitas as pautas dos entrevistados, que se caracterizam como elemento fundamental para “dividir e orientar a atuação da reportagem (...) é um ponto de partida e o repórter tem a possibilidade de aumentá-la, enriquecê-la com suas observações, no local onde estiver produzindo a matéria”29, como segue anexo exemplo na página 36.
Para as entrevistas foi utilizado o gênero opinião, cujo objetivo é “colher a informação de um entrevistado sobre um assunto. Neste caso, a relevância da fonte determina, em parte, a qualidade e a credibilidade das informações30”.
Depois das entrevistas realizadas foi feita a degravação dos conteúdos, como segue trecho:
“Primeiro política e religião nunca deveriam se misturar, mas nesse caso se misturaram. Dentro do budismo tibetano tem várias linhas. Então, ta aí uma linha que quer se meter em política. A gente não aceita essa idéia. Por que? Porque se é política é corrupção e o budismo nunca... se meteu em política, deu ideologia política”.31
A partir daí, a equipe deu início ao roteiro do programa de rádio “Especial China X Tibete” “para facilitar a ordenação das idéias o texto deve ter uma seqüência lógica, com começo meio e fim” 32. No discurso radiofônico a equipe aplicou os elementos clareza, concisão e precisão e evitou usar palavras pouco comuns, o objetivo foi utilizar “vocabulário facilmente compreendido pela média do público”33, o repertório adequado.
A linguagem do programa de rádio “Especial China X Tibete” foi elaborada priorizando as orações curtas, para minimizar a possibilidade de erro, a escrita de palavras mais complicadas da maneira como se pronuncia, a grafia por extenso de todos os números e o cuidado para não separar palavras de uma linha para outra, etc. Quando a equipe tinha todo o material em mãos o roteiro escrito e revisado com todas as sonoras inseridas no contexto, degravadas e decupadas, além de todo o texto gravado foi dado início a edição, que consiste em “selecionar, ordenar, emendar trechos da gravação eliminando o que for desnecessário”34.
Nessa última etapa de produção do programa de rádio “Especial China X Tibete”, a equipe cuidou - aconselhada e orientada pelo técnico do laboratório de comunicação da Universidade – da sonoplastia, que juntamente com a redação específica, compõe a linguagem radiofônica.
4.1. O Programa
O programa de rádio “Especial China X Tibete” foi dividido em cinco blocos de seis minutos cada. No primeiro, que apresenta a história do conflito, o início da briga por soberania do território chinês sobre a liberdade do povo tibetano, encontra-se sonoras do fundador do Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas da China, Ásia e Pacífico (IBECAP), Severino Cabral, e do monge budista tibetano, Roque Severino. Nessa etapa, as fontes foram utilizadas para explicar o não reconhecimento da independência tibetana e a representatividade o Dalai Lama como líder político.
Como a proposta do “Especial China X Tibete” tratava também da exposição econômica, social e política da China e do Tibete, nos blocos dois e três, além de toda a referência bibliográfica, fontes como o Cônsul Geral da China em São Paulo, Sun Rongmao, o monge budista Roque, o diretor do Centro de Cultura Chinesa em São Paulo, Bob Wei, e a agente de viagens, da Eco Turismo em São Paulo, Andréa Dias, constaram como fontes de informação e de opinião. Já os blocos quatro e cinco onde foi abordado o conflito entre a China e o Tibete em março de 2008, a liberdade de imprensa com referência a dificuldade dos jornalistas em realizar a cobertura das manifestações, encontra-se, além das fontes supracitadas, o jornalista, correspondente da guerra civil do Timor Leste e coordenador da ONG Repórter Brasil Leonardo Sakamoto, a representante do Comitê Brasileiro de Apoio ao Tibete e do Free Tibet no Brasil, Mariane Alexandre e o jornalista e comentarista de política internacional da Rádio Bandeirantes, Newton Carlos, que fez uma análise sobre os pontos mais críticos apresentados no programa.
5. Considerações Finais
Os quatro anos do curso de jornalismo na Universidade Mogi das Cruzes foram fundamentais para o desenvolvimento do Projeto Experimental (Vôo Solo). Durante o processo de construção do TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) foi angariado todo o aprendizado adquirido ao longo do curso, onde foi possível desenvolver a capacidade, a partir do tema definido, de traçar rumos e estratégias para a realização do trabalho.
No sentido pragmático, tudo o que se aprende desde o primeiro ano, como a metodologia, processo e pesquisas do meio jornalístico e de campo, são, neste momento, mais úteis do que se imagina, mas apesar da Universidade ser um patamar muito importante e construtivo para a vida profissional do aluno o processo prático, teorizado pela faculdade, é muito valioso. Exercer de forma ‘profissional’ a atividade de jornalista acrescenta muito na futura carreira e é tão fundamental quanto o aprendizado em sala de aula. Jornalista não se cria é preciso ou aprimorar ou tê-la como essência.
Durante as aulas aprendemos várias técnicas de aprendizado para entender o que é comunicação, ponto de partida para compreender o universo jornalístico. No processo prático, quando nos deparamos com uma pauta bem elaborada e produzida, por nós mesmos, a primeira impressão é que o desenvolvimento da matéria ou reportagem será eficiente, porém, quando chega o momento de efetivar a pauta descobrimos que nem sempre o projeto bem elaborado e todos os conteúdos aprendidos ou decorados em sala de aula são fundamentais para a efetivação da proposta. Muitas vezes, todas essas informações adquiridas tornam-se um buraco negro em nossos cérebros. Nesse momento entra em cena a pessoa que éramos antes de entrar na ‘facul’. De cara lavada é preciso improvisar, nesse momento nos convêm lembrar que nem toda a teoria - tão priorizada em sala - foi tão fundamental assim.
É importante frizar que esse tipo de comportamento é mais comum no primeiro ano, depois essa fase é superada e quando analisada é possível distinguir claramente o que é usado durante a realização das matérias, de conhecimentos teóricos adquiridos ao longo do curso. Desde o momento em que se define o tema, assim como o veículo em que irá desenvolver o projeto, até este último item do relatório aplica-se a técnica jornalística na busca por ser o mais objetivo e claro possível.
6. Conclusão
No começo da escolha do tema sabíamos superficialmente sobre o conflito que envolve China e Tibete. Como esse ano de 2008 ocorreu os Jogos Olímpicos em Pequim foi uma oportunidade de entendermos um pouco mais sobre o assunto. A princípio, tínhamos um posicionamento a favor da causa tibetana, de autonomia e resgate da cultura da região, mas ao longo do trabalho, durante o processo de pesquisa e após conversarmos com as fontes pautadas, pudemos perceber que o fechamento desse impasse não se resume a uma China déspota e a um Tibete massacrado e, sim a regiões que lutam pelos seus próprios interesses.
Dentro desse ponto de vista não há certo e errado. O que efetivamente não é justo são as conseqüências que a população é submetida, como a violência, repressão cultural e religiosa.
Sobre as autoras
Amigas desde o início do curso em 2004, Aline e Cardoso e Fernanda Silva construíram amizade sólida no decorrer do percurso. Neste momento torcem mais do que nunca pelo sucesso uma da outra.
Aline Cardoso |
Fernanda Silva |
Pseudônimo: Maria Idade: 22 anos |
Pseudônimo: Fêr Idade: 23 anos |
Signo: Virgem |
Signo: Câncer |
Características |
Características |
O que mais gosta: Além de dormir, comer Você é Do ponto de vista da Fernanda: Responsável, inteligente e determinada |
O que mais gosta: comer, nadar e comer Você é Do ponto de vista da Aline: Autoritária, amiga e autoritária |
De Aline por Aline: Responsável, sim, inteligente muito e prezo pordeterminação e objetividade |
De Fernanda por Fernanda: Concordo sem ressalvas com autoritária |
7. Bibliografia
7.1. Jornais
Agora
Estado de S. Paulo
Folha de S. Paulo
Gazeta Mercantil
Zero Hora
7.2. Livros:
BARBEIRO, Heródoto. Manual do radiojornalismo. Rio de Janeiro: Campus, 2008.
CARAS – Tesouros da China A grande muralha. São Paulo: Caras S.A, 2003 (1ª ed.).
CARVALHO, André. Manual de jornalismo em rádio. Belo Horizonte: Armazém de Idéias, 1998.
DREGUER, Ricardo e TOLEDO, Eliete. História: Cotidiano e Mentalidades. São Paulo: Atual, 1995 (suplemento por manual do professor).
FERARRETO, Luis Arthur. Rádio: o veículo, a história e técnica. Porto Alegre: Sagra Luzzato, 2001.
JUNIOR, José Arbex. Revolução em 3 tempos. URSS, Alemanha e China. São Paulo: Moderna, 1993 (coleção polêmica).
REIS, Daniel Aarão. A construção do socialismo na China. São Paulo: Brasiliense, 1982. (2ª ed.).
SANDSCHNEIDER, Eberhard. China por toda parte. Rio de Janeiro. Konrad Adenauer Stiftung, 2006, pág. 11. (Cadernos Adenauer).
São Paulo, O Estado de S. Paulo.Manual de redação e estilo, Estado de s. Paulo, 1990.
7.3. Revistas:
Veja – Reportagem especial China, 2006.
Aventuras na História - Reportagem especial China, 2007
7.4. Sites:
Abril: http://www.info.abril.com.br/aberto/infonews/102008/172008-23.shi
Bosque Sagrado: http://asorveiraeocarvalho.blogspot.com/
Centro de cultura Chinesa: http://www.centroculturachinesa.com.br
Eca/Usp: <http://www.eca.usp.br/nucleos/njr/voxscientiae/fernanda_ramirez_43.htm
Estadão online : http://www.estadao.com.br/internacional/note_int152170,0.htm
G1 – Globo:
http://g1.globo.com/noticias/mundo/0,,mul8024485602,00normas+olimpicas+de+liberdade+de+imprensa+na+china+expiram.html
Ibecap: http://www.ibecap.com.br
Jardim do Dharma: <http://www.jardimdodharma.com.br>
Revista eletrônica Papo de homem: http://www.papodehomem.com.br/20-curiosidades-sobre-a-china/>
Via política:
http://www.viapolitica.com.br/entrevista_view.php?id_entrevista=57
Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/George_Westinhouse
Yahoo: <http://www.br.noticias.yahoo.com/s/reuters/mundo_tibete_buda_critica_pol&printer=1>
8. ANEXOS
8.1. Roteiro do programa de rádio “Especial China X Tibete
Roteiro do Programa Especial de Rádio Universidade de Mogi das Cruzes Começa agora o programa especial China versus Tibete e sua repercussão mundial. Você ouvinte vai entender a relação entre China e Tibete e os aspectos políticos, religiosos e estratégicos que envolveram a região, que em dois mil e oito foi palco de inúmeros protestos, considerados os mais violentos, iniciados justamente no ano em que Pequim foi sede dos Jogos Olímpicos. Com produção e apresentação de Aline Cardoso e Fernanda Silva está no ar o programa especial China versus Tibete. Bloco I – O início do conflito Loc: No final da década de cinqüenta o mundo conheceu o conflito interno entre China e Tibete. Loc: O início deste impasse se deu em mil duzentos e quarenta, quando os mongóis invadiram o Tibete e a China. Os mongóis formavam uma tribo nômade que conquistou a maior parte da Ásia Central. Loc: Liderados por Gengis Khan, eles toleravam diversas manifestações religiosas para fazerem alianças. LOC: Por isso por volta de mil e trezentos, os mongóis mantiveram o poder sobre o Tibete, deixando o país sob comando interno do quinto Dalai Lama, além de abrirem mão do domínio sob a China. LOC: Os tibetanos passam a acreditar que a concessão dos mongóis, em manter a região sob comando do Dalai Lama, significava autonomia. Loc: Em mil setecentos e vinte, os tibetanos pediram apoio à China para conter o poder do império mongol. Loc: A ajuda da China ocasionou outra dominação do Tibete. Desta vez pelos próprios chineses que enfraqueceram o poder do Dalai Lama. LOC: Com a queda do Império Mongol os chineses passaram a controlar todos os povos conquistados pelo antigo império, inclusive o Tibete. Loc: Em mil novecentos e treze os tibetanos expulsaram oficiais chineses da região e se declaram independentes. Loc: Esse período de pseudo liberdade durou cerca de quarenta anos. Entretanto sem o reconhecimento internacional. Loc: Segundo o fundador do Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas da China, Ásia e Pacífico, o IBECAP, Severino Cabral, o não reconhecimento internacional foi o fator que impossibilitou a independência tibetana. Sonora 1 Severino: Nenhum estado soberano, que exerce uma soberania sobre um determinado território reconhecido pelas incitações internacionais, Nações Unidas, outros estados, etc, pode abrir mão da sua soberania... Um estado só pode abre mão disso submetido à força e a decisão de outros países. Loc: Nesse período, britânicos, tibetanos e chineses, tentaram um acordo durante uma conferência em Simla, na Índia. Loc: A proposta, previa que o Tibete fosse dividido: uma parte seria anexada à China e a outra autônoma. Entretanto não houve concordância por parte dos chineses. Loc: A relação dos China e Tibete se tornou ainda mais instável. Nem mesmo uma interferência internacional conseguiu minimizar a crise, que gerou conflito armado entre Chineses e Tibetanos. LOC: A morte do décimo terceiro Dalai Lama provocou o enfraquecimento político e a invasão das tropas chinesas na região. Loc: Em mil novecentos e cinqüenta, com apenas quinze anos, o décimo quarto Dalai Lama assumiu também a posição de Chefe de Estado do Tibete, sem que a região saísse do domínio chinês. Loc:: Com a imaturidade do novo Dalai Lama o Tibete teve que lidar com uma nova situação: incorporar o sistema político à sua sociedade teocrática feudal, que até então não exercia essa função. Loc: O mestre budista tibetano, Roque Severino, contradiz a representatividade do Dalai Lama como político. Sonora 2 Roque: “Primeiro política e religião nunca deveriam se misturar, mas nesse caso se misturaram...A gente não aceita essa idéia. Por que? Porque se é política é corrupção e o budismo nunca... se meteu em política, deu ideologia política.” Loc: Coagidos, em mil novecentos e cinqüenta e nove, os tibetanos organizaram um movimento fracassado. Segundo a Anistia Internacional, os chineses destruíram mais de seis mil monastérios e mataram cerca de um milhão de tibetanos. Loc: A tomada dos monastérios pelas tropas chinesas reprimiu a prática do budismo. Isso levou seus praticantes a se refugiarem no Himalaia. Loc: Outros, como Dalai Lama, se estabeleceram em regiões vizinhas ou nos países próximos como Índia, Nepal, Sikkin, Ladak e Butão. Loc: Esse massacre, que teve repercussão mundial, acabou por ajudar na disseminação da cultura tibetana no ocidente. Loc: Em mil novecentos e sessenta e cinco o Tibete passou a ser um território autônomo da China. No entanto essa autonomia é muito mais simbólica que efetiva. ESTAMOS APRESENTANDO O ESPECIAL CHINA VERSUS TIBETE. EM INSTANTES VOCÊ VAI CONHECER A CULTURA, O TERRITÓRIO E A RELIGIÃO TIBETANA. FIQUE LIGADO! XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX INSTITUCIONAL SE VOCÊ QUISER ENTENDER UM POUCO MAIS SOBRE A HISTÓRIA DA ÁSIA, VISITE O SITE DO INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTUDOS DA CHINA, ÁSIA E PACÍFICO, O IBECAP. WWW.IBECAP.COM.BR. ESTAMOS DE VOLTA COM O ESPECIAL CHINA VERSUS TIBETE. Bloco II – Desvendando o Tibete. Loc: A instalação do Regime Comunista chinês, em mil novecentos e quarenta nove causou grandes mudanças na estrutura social do Tibete. Loc:: Atualmente, a região possui uma população aproximada de três milhões de habitantes. Sendo a nona etnia mais numerosa das cinqüenta e seis minorias reconhecidas por Pequim. Loc: Os tibetanos acusam o regime chinês de incentivar a ida de integrantes da etnia Han, maioria na China, para o Tibete com o objetivo de acabar com a cultura local. Loc: Ainda, segundo os tibetanos, os imigrantes chineses teriam acesso aos melhores empregos e ajuda do governo para se estabelecerem no Tibete. Loc: Entretantoo próprio Departamento das Estatísticas da Região Autônoma do Tibete, diz que noventa e cinco por cento da população é de etnia tibetana.Enquanto a étnica Han nunca excedeu seis por cento. Loc:: A capital do Tibete, Lhasa, é considerada o teto do mundo, pois está a três mil metros de altura, cercada em mitos e protegida pelos picos nevados do Himalaia. Loc: Quem ouve falar do Tibete, geralmente imagina uma região de população mística e exótica. Loc: Antes de ser invadido pela China, pensava-se que a região era como um Shangrilá, “a terra mágica de sabedoria milenar e beleza inacessível”. Loc: Talvez, por isso, muitas pessoas que procuram o Tibete como roteiro turístico são atraídas pela bela paisagem e sabem pouquíssimo sobre o lugar. Loc: Uma razão da dominação chinesa sobre o Tibete seria a rentabilidade turística que a região proporciona. Loc:: Prova disso é o perfil dos turistas que procuram esse destino. Quem explica é Andréa Dias da agência Eco Turismo, em São Paulo. Sonora 3 : Elas são atraídas pelo misticismo que há em torno do Tibete. Aqui nós tratamos com muito cuidado esse tipo de pacote. Orientamos o cliente sobre o conflito que ocorre na região, até porque o interesse das pessoas e focado na espiritualidade, já que a região é conhecida pela prática do budismo. Loc: Durante os primeiros seis meses deste ano, trezentos e quarenta mil pessoas visitaram o Tibete. Isso representou uma queda de sessenta e nove por cento em relação ao ano de dois mil e sete (2007). Loc: A forte queda do turismo tibetano se deve aos distúrbios de março deste ano, onde a região chegou a ser fechada para o turismo. Loc: A cultura Tibetana tem como marcos a religião e o idioma cultivados até hoje. Loc: Enquanto os tibetanos alegam que os chineses reprimem as práticas tradicionais. Essa versão é contestada. Loc: O representante da China no Brasil, Cônsul Sun Rongmao, explica que há liberdade de expressão cultural. Porém, quanto à autonomia, o cônsul declara ser impossível reconhecê-la. Sonora 4 Cônsul: “nós respeitamos a religião, eles podem ter a crença livremente e respeitamos a língua, respeitamos a cultura e o seu próprio costume, hábitos. Eu penso que tudo isso nós reconhecemos e também acreditamos para desmover essa cultura, essa língua...Eu penso que o governo chinês já fez o possível, o máximo para a economia e para que seja uma administração autônoma. Mas realmente, quer dizer, Dalai Lama tem a sua própria pretensão. Por exemplo, neste caso, destinar uma grande, um grande Tibete, que ocuparia ¼ de nossa área territorial, isso não dá...Dalai Lama tem que reconhecer que Tibete faz parte da China tanto Tibete como a China é um único país”. Loc: O líder político-religioso dos tibetanos, o Dalai Lama, é, assim como o papa, uma entidade reconhecida por alguns pelo título de Santidade. Loc: Durante exílio na Índia, a partir de mil novecentos e cinqüenta e nove, o Dalai Lama passou a chamar a atenção do mundo à causa tibetana. O que lhe rendeu o Prêmio Nobel da Paz, em mil novecentos e oitenta e nove. Loc: Além de evidenciar a repressão tibetana pelos chineses, Dalai Lama ajudou também a disseminar a filosofia budista. Loc: O budismo é um elemento que constitui a identidade nacional tibetana. É uma filosofia de vida e não só uma religião. A prática do budismo é cotidianamente natural. Loc: O budismo é visto, principalmente pelos ocidentais, como uma alternativa de busca pela paz e tranqüilidade espiritual. Sonora 5 Monge: “assim como o ourives testa o ouro, vocês têm que testar a sabedoria, testar o conhecimento. Só depois de você testar o conhecimento e ver se ele te serve você tem que seguir ele... primeiro você tem que praticar para ver se este conhecimento muda a tua vida e a vida da tua família. Loc: Para o Mestre Budista, Kalu Rinpoche, em seu livro Ensinamentos Fundamentais do Budismo Tibetano, é possível distinguir três razões para expansão do budismo no ocidente. Loc: A primeira seria os valores comuns ao cristianismo e ao budismo, que constitui na devoção a Deus, e na prática do amor, da compaixão e do respeito. Loc: A outra, seria a curiosidade dos ocidentais em desvendar os mistérios que envolvem a região, constatando os benefícios do ensinamento budista. Loc: A terceira, seria a facilidade dos ocidentais em compreender e assimilar os ensinamentos budistas em seus aspectos mais profundos. ESTAMOS APRESENTANDO O ESPECIAL CHINA VERSUS TIBETE. NO PRÓXIMO BLOCO, VOCÊ VAI CONHECER UM POUCO MAIS SOBRE A INTRIGANTE CHINA. INSTITUCIONAL SE VOCÊ TEM CURIOSIDADE EM CONHECER UM POUCO MAIS SOBRE O BUDISMO TIBETANO, CONHEÇA O SITE DO JARDIM DO DHARMA - WWW.JARDIMDODHARMA.COM.BR. ADOTE ESSA FILOSOFIA! ESTAMOS DE VOLTA COM O ESPECIAL CHINA VERSUS TIBETE. Bloco III – A grande muralha Loc: A China é uma civilização com mais de quatro mil anos de existência. Durante a Idade Média a ciência e as artes eram mais avançadas do que na Europa. Loc: No período da Revolução Cultural, que durou entre as décadas de sessenta e setenta, o país esteve fechado para o mundo. Atividades intelectuais e econômicas foram proibidas. LOC: Nesse período, vários intelectuais foram forçados a migrarem para o campo, onde criavam gado e viviam da lavoura. Loc: Na época, a base da economia chinesa era a agricultura. Arroz, trigo e tabaco eram os produtos mais cultivados. Loc: Atualmente, as indústrias predominantes no país são de algodão, fibra sintética, lubrificantes, eletrônicos e a construção civil. Loc: O diretor do Centro de Cultura Chinesa, em São Paulo, Bob Wei, destaca o atual desempenho da China e ascensão na economia mundial. Sonora 6 Bob: A China tem crescido nove por cento ao ano nos últimos dez anos. Isso mostra o que? Mostra que os países em desenvolvimento com a China, o Brasil, a Índia e a própria Rússia são considerados os quatro tesouros do próximo século. Entre eles, a China é que cresce mais e de melhor forma. Isso mostra o que? Mostra a China que ele mesmo com uma cultura diferente, com ponto de vista diferente, com questões de valor diferente, consegue fazer crescer uma nação tão grande e tão populosa. Loc: Hoje, a China provém mais de setenta por cento da produção mundial de brinquedos, o que em dois mil e seis representou, mais de dezessete bilhões de dólares. Loc: Segundo a Administração Geral de Imprensa e Publicações da China, o país produz cerca de cento e vinte milhões de produtos audiovisuais piratas. E mais de quinhentos milhões em cópias ilegais de livros por ano. Loc: No ano passado, o Produto Interno Bruto, PIB, da China teve crescimento de onze por cento, o que significa mais de três trilhões de dólares. Sendo a quarta maior economia mundial. Segundo o Escritório Nacional de Estatísticas da China. Loc: A China é o terceiro maior exportador do mundo e é o segundo maior exportador em termos globais. Loc: Essa expansão econômica se deve ao sistema político implantado no país. O comunismo, instalado em mil novecentos em quarenta e nove por Mao Tsé-tung proporcionou uma política de reforma. Sonora 7 Cônsul: “A China realmente temos outro sistema. O sistema socialista nós pensamos que esse sistema corresponde às exigências, às realidades do povo chinês. E eu penso que através de trinta anos de abertura e reforma tudo prova que a China está num caminho certo, eu penso que o povo chinês reconhece isso e penso que a escala internacional, outros países, Brasil inclusive, reconhecem esse fato”. Loc: Com a ascensão econômica, o país teve como conseqüência problemas como a contaminação do ar, a destruição do patrimônio histórico e o caos no trânsito. Loc: A China possui uma população de um bilhão e trezentos milhões de habitantes, o que gera um controle duro e rígido sobre a população. Loc: Devido ao elevado número populacional, há trinta anos a China adota a política do filho único. Loc: A exceção, se dá no caso de casais terem uma menina ou haver separação. Neste caso poderam ter outro filho com o novo parceiro. Loc: Outra forma de controle são as leis penais severas favoráveis a pena de morte. Loc: Sozinhos, os chineses matam mais do que outros sessenta e três países juntos, que aplicam esse sistema. Loc: Entre eles, crimes como envenenar o gado ou difundir pornografia são passíveis de execução. Loc: O Cônsul, Run Rongmao, explica que esse tipo de controle é necessário devido a super população do país. Sonora 8 Cônsul: “Há um controle, por exemplo, sobre a violência sobre contrabando, sobre coisas pornográficos porque nós pensamos que isso não contamina a nossa sociedade e por causa disso, nós temos que ter um controle. A China é um país muito grande, tem 1.300 bilhão de habitantes e neste caso, qualquer pessoa, se todos são caprichosos, se todos querem fazer a seu bel prazer não dá”. Loc: Os conteúdos transmitidos pela imprensa chinesa passam por um rígido controle. A programação de TV tem nove segundos de atraso, para que o censor tire do ar notícias consideradas ofensivas aos interesses chineses. Loc: No ano passado, câmeras foram instaladas em cibercafés para controlar e limitar o acesso a endereços inadequados. ESTAMOS APRESENTANDO O ESPECIAL CHINA VERSUS TIBETE. EM INSTANTES VOCÊ VAI SABER O QUE ACONTECEU EM MARÇO DESTE ANO NO TIBETE. INSTITUCIONAL A CHINA É UM PAÍS FASCINANTE DE CULTURA MILENAR. PARA ENTENDER UM POUCO MAIS SOBRE O PAÍS, ENTRE NO SITE DO CENTRO CULTURAL DA CHINA, EM SÃO PAULO. WWW.CENTROCULTURACHINESA.COM.BR. ESTAMOS DE VOLTA COM O ESPECIAL CHINA VERSUS TIBETE. Bloco IV – Eclode o conflito Loc: No dia dez de março deste ano, o mundo acompanhou os sucessivos protestos entre monges tibetanos e o regime chinês durante a passeata que lembrava os quarenta e nove anos do movimento fracassado contra o governo da China. Loc: No dia catorze de março, os confrontos se tornaram mais violentos e acarretaram na morte e prisão de vários monges e membros do exército chinês. Loc: O povo tibetano saiu às rua de Lhasa em apoio aos monges e a capital tibetana se tornou um campo de batalha. Loc: Não é possível saber o número exato de vítimas. Segundo o governo chinês, vinte pessoas foram alvo de manifestantes. Já de acordo com a oposição tibetana, o número de vítimas por ações policiais sobe para duzentas. Loc: O Cônsul da China, em São Paulo , Sun Rongmao acredita que o início dos protestos foi uma tentativa de denegrir a imagem da China neste ano Olímpico. Sonora Cônsul 9: No dia 10 de março eles homenagearam essa data, levaram uma série de atividades para perturbar, para chamar atenção internacional, para internacionalizar o assunto do Tibete, esse ano é especial, vocês sabem, porque esse ano vamos realizar as Olimpíadas de Pequim e por causa disso eles acham uma boa oportunidade para chamar a atenção para fazer mais turbulência no Tibete. Loc: A presença de monges à frente da contestação levou a um questionamento sobre a natureza do movimento. Descrito como uma revolta budista. Loc: A brutalidade da repressão e a violência inédita de numerosos manifestantes abalou a imagem de uma luta conhecida como não-violenta e dividiu o país em duas vertentes opostas. Loc: Uma de caráter pacífico, inspirado nos princípios do budismo. E outra com apelo à luta armada objetivando a independência total. Loc: O Mestre budista tibetano, Roque Severino questiona que nem todos os manifestantes pró-tibete são budistas. Sonora 10 Monge: “O que você vê na televisão não é verdade. Então, ninguém sabe se realmente isso quer aparece na televisão disfarçados são monges. Porque há pessoas dentro do budismo tibetano, dentro da comunidade tibetana que querem um confronto aberto contra a China. Quem pode com a China? Nem a América pode contra a China. Não são bobos os americanos não? Então, imagina se três ou quatro vão com um estilingue vão lutar contra a China? E meio estranho, mas aí, querem fazer barulho. Então, ninguém sabe o que está acontecendo lá. Loc: O que foi evidenciado na mídia foram as ações violentas e mal orquestradas da causa tibetana pelos budistas e a China como uma máquina opressora. Loc: Com a China em destaque, por ser sede dos Jogos Olímpicos, diversos países se manifestaram a favor da Nação e do Tibete. Loc: Lideres mundiais como o presidente da França, Nicolas Sarkozy, consideraram um boicote aos Jogos Olímpicos. Loc: Em respeito aos Direitos Humanos, inúmeros protestos foram feitos em frete à embaixadas da China. No Brasil, praticantes budistas articulados em redes sociais organizaram ato em frente ao consulado, em São Paulo. Loc: A representante do Comitê Brasileiro de Apoio ao Tibete, Mariane Alexandre, explica qual o objetivo da manifestação. Sonora 11 Mariane: O objetivo foi mostrar ao governo chinês, que o mundo todo estava desaprovando o que estava acontecendo com o povo e com a cultura tibetana e fazer com que eles (chineses) revissem sua postura de repressão aos direitos básicos, os Direitos Humanos básicos e o aculturamento de um povo absolutamente pacifico. Que até mesmo já tinham desistido de sua independência eles queriam apenas autonomia para decidir os rumos do seu povo e da sua cultura. Loc: Mariane esclarece também de que forma os atos a favor do Tibete podem influenciar na autonomia ou no fim da repressão religiosa. Sonora 12 Mariane: A religião tibetana, que é o budismo, cresce muito no Brasil e cresce também o número de pessoas que se preocupam com o desaparecimento da cultura tibetana e do povo tibetano. Porque para você ter uma idéia da situação que acontece lá, as mulheres tibetanas estão sendo esterilizadas a força. Em alguns anos nós não teremos mais tibetanos no Tibete.A situação do Tibete é muito grave, então qualquer ajuda, qualquer apoio somado aos esforços mundiais é de grande importância. Loc: Os chineses, contra atacaram manifestações pró-tibete vetando a entrada de produtos estrangeiros no país. Loc: Canais de televisão como a TV americana CNN e a cadeia britânica BBC, foram acusadas de darem cobertura parcial ao conflito. Loc: Fóruns chineses divulgados na internet declararam que empresas como a rede de supermercados, Carrefour e a grife Louis Vuitton (Luis Vitom), ajudaram financeiramente grupos a favor da independência tibetana. Loc: A afirmação é feita também pelo cônsul geral da China, em São Paulo , Sun Rongmao. Para ele, a intenção era internacionalizar o problema e adquirir apoio de potências externas. Sonora 13 Cônsul- Olha, esse incidente no dia 14 de março, eu penso que talvez, o mundo fora não conheça a realidade e essa foi, como eu já disse um momento totalmente atropelado. Tudo muito bem organizado e eles internacionar, internacionalizar o problema do Tibete e, querem que outras potências venham interferir nesse assunto. Loc: O líder espiritual tibetano, Dalai Lama, deu declarações, na qual pedia o fim da violência na região. Loc: O líder declarou em comunicado, que a China mobilizou grandes contingentes de tropas para reprimir os tibetanos e pediu apoio contínuo à comunidade internacional. Loc: Desde o início dos protestos, Pequim mantém a região fechada para a imprensa e observadores estrangeiros, mesmo com o acordo em vigência que estabelecia maior abertura para mídia. ESTAMOS APRESENTANDO O ESPECIAL CHINA VERSUS TIBETE. NO ÚLTIMO BLOCO VOCÊ VAI ACOMPANHAR A REPERCUSSÃO DO CONFLITO NA IMPRENSA MUNDIAL. FIQUE LIGADO! Institucional Se você tem interesse em conhecer mais sobre o conflito entre china e tibete e enteder as reivindicações das partes envolvidas, acesse o site – www.comitebrasileirodeapoioaotibete.com.br ou o site china Rádio internacional – www.portuguese.cri.cn ESTAMOS DE VOLTA COM O ESPECIAL CHINA VERSUS TIBETE. BLOCO V – Liberdade de Expressão. Loc: Durante os Jogos Olímpicos, a China impetrou o lema de paz e harmonia e conclamou à imprensa a prática da autocensura. Loc: A mídia internacional teve mais acesso ao país sem precisar de autorização prévia das autoridades chinesas. Loc: Isso foi possível devido a série de normas implantadas pela China com o objetivo de tornar o país mais aberto ao mundo. Loc: Entretanto, áreas sensíveis como o Tibete permaneceu fechado para jornalistas. A restrição também se aplicou aos jornalistas chineses. Loc: O jornalista e coordenador da Ong Repórter Brasil, que foi correspondente da guerra civil do Timor Leste, Leonardo Sakamoto, explica que a restrição à imprensa em conflitos como o da China e do Tibete é esperado, já que nesse período a informação se transforma em uma arma. Sonora Leonardo Sakamoto 14: Nesses momentos de conflito, todos nós sabemos que o acesso à informação é uma das armas mais poderosas para mudar as políticas mais poderosas. É claro que restringe informações nesses momentos, mas não é só restringir. Restringe-se a capacidade do jornalista de angariar o maior número dessas versões para tentar recompor esses fatos ou se constrói esse fato de uma maneira diferente de acordo com a necessidade política do momento. Loc: O inegável controle absoluto do governo de Pequim em todas as regiões da China faz com que todas as regiões autônomas sejam submetidas ao poder central. Loc: Atualmente, o líder espiritual Dalai Lama não pede a independência da região, mas sim uma autonomia significativa. Loc: Segundo o fundador do IBECAP, Severino Cabral a autonomia exigida hoje seria a volta da teocracia às mãos do Dalai Lama. Para ele a indecisão do líder e do movimento com ele refugiado em mil novecentos e cinqüenta e nove é bem contraditória. Sonora Severino Cabral 15: Essa autonomia é colocada de maneira muito vaga, quer dizer, ora o movimento, o Dalai Lama, diz que não quer separar o Tibete da China, ora ele propõe praticamente a separação e até a constituição da região como estado soberano. Eles querem um retorno a restauração do poder do Dalai Lama, o poder temporal e tanto quanto o poder religioso. .Loc: Cabral acredita também, que o apoio internacional ao Dalai Lama é uma forma de barrar o crescimento chinês. Sonora Cabral 16: O que existe no ocidente é uma certa predisposição de alguns setores e de movimentos políticos que apóiam essa reivindicações criadas pela, digamos, insubordinação do Dalai Lama... e tem um movimento a diáspora que o apóia e tem nos Estados Unidos, na Europa ocidental que vê naquilo uma possibilidade de criar, digamos, dificuldade para a China que vem como um poder em ascensão no mundo. Loc: No programa especial, China versus Tibete, apresentamos diversos aspectos do conflito, que de um lado exige autonomia e do outro alega integridade territorial, da preservação cultural a preservação da soberania, da tentativa de ser ouvido pelo mundo e a de se manter calado. Loc: Para analisar todas essas questões intrínsecas ao programa apresentados hoje, convidados o jornalista e comentarista de política internacional, da Rádio Bandeirantes, Newton Carlos. Por falta de espaço na agenda o jornalista nos enviou a análise por e-mail e concordou que a reprodução oral do conteúdo fosse feita por José Luiz oliveira, estudante de pedagogia da Universidade de Mogi das Cruzes. No especial destacamos que o Tibete não luta mais por independência e sim por uma autonomia significativa, mesmo assim, a China se mostra resistente. O que impede a China de reconhecer essa autonomia? Newton- O regime chinês é por essência repressivo, o que inclui a supressão ou o enquadramento da liberdade religiosa. O caso do Tibete deve tambémser visto num contexto imperial. O Tibete foi incorporado à China no auge do poder do Império do Centro. A China continua a ver a si mesma como o Império do Centro, do qual o Tibete é parte indissolúvel. Varias manifestações, pró-tibete foram feitas pelo mundo frisando a violação dos Direitos Humanos. Por que o senhor acha que entidades oficiais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a dos Direitos Humanos não intermediaram essa situação? Newton- Seria de absoluta inutilidade. A China é um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança. Tem, portanto, poder de veto. Pode impedir que ande qualquer resolução. O senhor acredita que o conflito, no início este ano, adquiriu um caráter de espetacularização, fato proposital por conta dos Jogos Olímpicos de Pequim. Newton- É claro que os ativistas tibetanos quiseram aproveitar um momento de olhos sobre a China para divulgar seu caso. Mas isto é apenas um detalhe. A luta dos tibetanos independe de situações como as criadas pelos jogos. Se torna inclusive meio anárquica, sem controle, tais os graus de frustrações. O próprio Dalai Lama foi ignorado em sua recusa à violência. Algumas fontes ouvidas no programa de hoje com o mestre budista tibetano Roque Severino e o Cônsul Geral da China, Sun Rongmao, acreditam no financiamento internacional a grupos separatistas formados por monges tibetanos para se rebelarem contra ogoverno chinês. Se isso for verdade, quem o senhor acha que financiaria esses grupos e por quais razões? Newton-Pode ser uma visão conspiratória. O que não exclui o fato de que a história recente registra um montão de casos de interferência em questões internas de paises, inclsuive com financiamentos a oposições a regimes indesejados. A China tem duas particularidades a que não podem ser ignoradas. Problemas com a India, país com o qual já andou trocando tiros e que abriga dissidentes tibetanos, entre os quais o próprio Dalai Lama. Guarda em seu nome não oficial, mas de maior uso, uma palavra - comunista - que provoca horrores em certos gabinetes. Eu, pelo menos, no entanto, nunca soube de financiamentos a movimentos pró-libertação do Tibete. Esse foi o especial China versus Tibete. Eu Sou Aline Cardoso eu Fernanda Silva. VOCÊ OUVIU O ESPECIAL CHINA VERSUS TIBETE. COM APRESENTAÇÃO E PRODUÇÃO DE ALINE CARDOSO E FERNANDA SILVA. Ficha Técnica Você ouviu o Programa China Versus Tibete Trabalho de Conclusão de Curso de Comunicação, Habilitação Jornalismo [Com Aline Cardoso - 35533 e Fernanda Silva -33475] [PROFESSOR-ORIENTADOR Nivaldo Marangoni] [PRODUÇÃO e APRESENTAÇÃO] Aline Cardoso e Fernanda Silva [TRABALHOS TÉCNICOS] Cláudio Luis Figueiredo [NARRAÇÃO] Dário Ferreira, Fernando Mancio e José Luiz Oliveira [AGRADECIMENTOS] A equipe agradece a todos que participaram da elaboração deste programa UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES Curso de Comunicação Social, Habilitação Jornalismo Gestora do Curso Professora Cristina Schmidt Pereira da Silva Coordenador do Projeto Vôo Solo Professor Roberto Medeiros Este trabalho foi produzido nos LABORATÓRIOS DO CURSO DE COMUNICAÇÃO – LABCOM Universidade de Mogi das Cruzes Mogi das Cruzes, 2008 |
9. Pautas
Pauta: Cobertura Jornalística em países em conflito
Fonte: Leonardo Sakamoto
* Num país onde a liberdade de imprensa é restrita e atende a interesses governamentais onde fica o compromisso com a informação?
* Em países em conflito como o jornalista levanta informações? Nesse período é comum haver restrições?
* A gente sabe que o jornalismo é imparcial, mais como lidar com isso em países que passam por guerras civis, conflitos. É possível se manter neutro?
* Você cobriu a guerra civil no Timor Leste, destaque semelhanças entre as razões que geram os conflitos, como a questão territorial e/ ou cultural.
9.1. Pauta: Centro de Cultura Chinesa
Fonte: Bob Wei
* Pessoas que não tem nacionalidade chinesa freqüentam o centro?
* Como esse foi um ano olímpico, o centro teve maior procura da população pela tradição chinesa?
* Existem atividades gratuitas?
* Qual a contribuição do centro para a sociedade paulistana?
* Quais atividades são as mais procuradas?
9.2. Pauta: Historiador
Fonte: Severino Cabral
* Quais motivos políticos faz com que a China não conceda independência ao Tibete?
* Por que os tibetanos não conseguem o reconhecimento da independência significativa?
* A desorganização e contradição dos monges tibetanos ao praticarem atos violentos seria um dos motivos, e/ou seria receio em se levantar contra a terceira maior potencia mundial?
9.3. Pauta: Posição da China
Fonte: Cônsul Sun Rongmao
* Como o Consolado Chinês auxilia e acompanha a comunidade chinesa no Brasil?
* Quais os problemas mais recorrentes enfrentado pelos chineses instalados no Brasil?
* No dia 10 de março, deste ano, ocorreram uma série de protestos no Tibete, onde monges budistas protestavam pela prisão de companheiros durante passeata que marcava os 49 anos do fracassado levante contra o domínio chinês. Os monges budistas são conhecidos pela forma pacífica de comportamento o senhor acha que essas manifestações, que tiveram uma visibilidade mundial, justamente no ano em que Pequim seria sede dos jogos Olímpicos poderiam ser orquestradas por outros grupos e com outros interesses além da independência tibetana?
* Com esses protestos pró-tibete que foram divulgados na mídia internacional, o senhor acha que passou às pessoas, que não tem domínio da cultura chinesa, que a China é um país repressor?
* Com Pequim sendo sede dos jogos Olímpicos de 2008, a China conseqüentemente teve que se mostrar muito mais ao mundo. A grandiosidade que foi o espetáculo dos Jogos Olímpicos se estendeu à China transmitindo a imagem de um país organizado, disciplinado?
* (Caso ele diga sim) Isso se deve ao Regime Comunista instalado no país?
* Antes da abertura oficial das olimpíadas foi cogitada a hipótese de boicote aos Jogos e manifestações pró-Tibet durante os Jogos. O que não ocorreu em grande escala, mas caso ocorresse como isso seria tratado diplomaticamente?
* A China é, muitas vezes, associada a imagem de Mao tsetung e o Dalai Lama o representante dos tibetanos. Isso de alguma forma incomoda a China. O Dalai Lama é considerado uma ameaça?
* Sempre é divulgado na imprensa a abertura de dialogo entre Dalai Lama e o governo chinês. Ainda há uma pré-disposição em negociar um possível acordo?
* Qual a visão chinesa em relação ao Tibete?
* Como o senhor classifica a cobertura da imprensa ocidental em relação a China. As informações que eles passam distorcem a realidade do país? Ou é simplesmente um choque de culturas?
* Qual fato histórico ocorrido na China fez com que os olhos do mundo se voltassem ao país? Por exemplo, quando se pensa em fato historicamente marcante nos EUA lembra-se do atentado de 11 de setembro. E a China?
ENC: TCC- O conflito
Quarta-feira, 24 de Setembro de 2008 21:08
De:
"Haisem Abdul Baki" habaki@band.com.br
Adicionar remetente à lista de contatos
Para:
fer_ss21@yahoo.com.br
Cc: nmaranga@trra.com.br
Fernanda:
Seguem as respostas do Newton Carlos
Um abraço
De: Newton Carlos [mailto:newtonc.rj@terra.com.br]
Enviada: qua 24/9/2008 16:32
Para: Haisem Abdul Baki
Assunto: Fw: TCC- O conflito
----- Original Message -----
From: FERNANDA SILVA SANTOS
To: Newton Carlos
Sent: Thursday, September 18, 2008 9:00 PM
Subject: TCC- O conflito
Boa noite Sr. Newton! Elaboramos algumas questões que espero ajudar para que o senhor elabore o seu texto. Quero ressaltar que o senhor élivre para expressar sua opiniãojá que é uma fonte de autoridade. Obrigada pela atenção. Um abraço, Fernanda FAVOR ENCAMINHAR Á FEERNANDA Seguem as perguntas: A China tem medo de que? Se o Tibete já não luta mais por independência e sim por autonomia significativa, quais interesses, segundo a opinião do senhor, impedem que a China permita a liberdade de expressão? (aqui refiro-me ao fato da repressão/perseguição religiosa e ensinamentos típicos da cultura tibetana. - o regime chinês é por essência repressivo, o que inclui a supressão ou o enquadramento da liberdfade religiosa. Os bispos católicos, por exemplo, são nomeados pelo governo chinês e não pelo Papa. Uma igreja chinesa. O caso do Tibete deve tambémser visto num contexto imperial. O Tibete foi incorporado à China no auge do poder do Império do Centro. A China continua a ver a si mesma como o Império do Centro, do qual o Tibete é parte indissolúvel; A que o senhor atribui o fato de nenhum país tentar mediar a situação a fim de que não haja violação de direitos humanos, principalmente a ONU? Seria de absoluta inutilidade. A China é um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança. Tem, portanto, poder de veto. Pode impedir que ande qualquer resolução. O senhor acredita que o conflito, no início este ano, adquiriu um caráter de espetacularização, fato proposital por conta dos Jogos Olímpicos ocorrer em Pequim? É claro que os ativistas tibetanos quiseram aproveitar um momento de olhos sobre a China para divulgar seu caso. Mas isto é apenas um detalhe. A luta dos tibetanos independe de situações como as criadas pelos jogos. Se torna inclusive meio anárquica, sem controle, tais os graus de frustrações. O próprio Dalai Lama foi ignorado em sua recusa à violência. Nas entrevistas que fizemos com o mestre budista tibetano Roque Severino e, como o Cônsul Geral da China, Sun Rongmao, eles declararam acreditar no financiamento de grupos, (formados por monges budistas e separatistas, respectivamente) para se rebelar contra o exército chinês. Se isso for verdade, quem o senhor acha que financiaria esses grupos e por quais razões? Pode ser uma visão conspiratória. O que não exclui o fato de que a história recente registra um montão de casos de interferência em questões internas de paises, inclsuive com financiamentos a oposições a regimes indesejados. A China tem duas particularidades aque não podem ser ignoradas. Problemas com a India, pais com o qual já andou trocando tiros e que abriga dissidentes tibetanos, entre os quais o próprio Dalai Lama. Guarda em seu nome não oficial, mas de maior uso, uma palavra - comunista - que provoca horrores em certos gabinetes. Eu, pelo menos, no entanto, nunca soube de financiamentos a movimentos pró-libertação do Tibete. |
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9.4. Pauta: Representante do Comitê Brasileiro de Apoio ao Tibet e do Free Tibet no Brasil
Fonte: Mariane Alexandre
*Como ocorreu a organização do ato em frente ao Consulado da China, em São Paulo?
* Qual o objetivo da manifestação?
* Qual a importância de uma movimentação no Brasil a favor da independência tibetana?
* Como você espera que esses atos de maneira geral influenciem no reconhecimento da autonomia e no fim da repressão religiosa?
* Quantos grupos estão organizados em são Paulo, que são a favor da causa tibetana?
* É possível que ocorram mais atos, Pró-Tibete, ainda este ano ou o fato do confronto entre China e Tibete ter notoriedade mundial, no ano em que a China foi sede dos Jogos Olímpicos, foi o motivo da manifestação?
Monge budista tibetano, Roque Severino
* Política e religião são indissociáveis no Tibete?
* Em sua opinião, porque o Tibete vive um período tortuoso com a China? Existem políticos budistas?
* Pela sua experiência, quantas % podem ser considerados budistas na prática?
* Os chineses argumentam que o Dalai Lama incita os monges a protestarem, isso é uma deturpação à imagem do Dalai Lama?
9.5. Trechos de Entrevistas Degravadas
Monge budista tibettano, Roque Severino
(...) Há aí uma guerra onde o Tibete é a desculpa. China não tem nada contra o Tibete, os chineses não tem nada contra Tibete. Os tibetanos é como vocês falaram aqui. Bom, a população de Campinas perante o Brasil, a população de Mogi das Cruzes contra a região do Brasil. Se você olha assim, será que presidente sabe que existe Mogi das Cruzes? (...)
Cônsul Geral da China em São Paulo, Sun Rongmao
(...) Realmente a China tem muito trabalho para fazer, para se explicar claramente perante o mundo, porque hoje em dia, muitas pessoas vão à China para visitas e quando voltam já tem outra impressão, mas antes de ir, talvez acham que a China é uma sociedade muito escura, muito escura, muito cruel e etc, mas quando voltam, começam a ficar apaixonados pela China (..)
Jornalista e coordenador da ONG Repórter Brasil, Leonardo Sakamoto
(..) Nesses momentos de conflito, todos nós sabemos que o acesso à informação é uma das armas mais poderosas para mudar as políticas mais poderosas. É claro que restringe informações nesses momentos, mas não é só restringir. Restringe-se a capacidade do jornalista de angariar o maior número dessas versões para tentar recompor esses fatos ou se constrói esse fato de uma maneira diferente de acordo com a necessidade política do momento(...)
Representante do Comitê Brasileiro de Apoio ao Tibet e do Free Tibet no Brasil, Mariane Alexandre
(...) A religião tibetana, que é o budismo, cresce muito no Brasil e cresce também o número de pessoas que se preocupam com o desaparecimento da cultura tibetana e do povo tibetano. Porque para você ter uma idéia da situação que acontece lá, as mulheres tibetanas estão sendo esterilizadas a força (...)
Fundador do IBECAP, Severino Cabral
(...) Nenhum estado soberano, que exerce soberania sobre um determinado território reconhecido pelas incitações internacionais, Nações Unidas, outros estados, pode abrir mão de sua soberania. Isso não acontece, quer dizer, existe até na Constituição Brasileira, todas desde o imperador até a última Constituição que nós estamos comemorando hoje 20 anos, tem uma clausula pétria (...)
9.6. Clipping
Zero hora 23/03/08
Dalai Lama afirma apoio à China como sede da Olimpíada
China elevou número total de mortos com revolta tibetana
O Dalai Lama, que prega a não violência e nega estar por trás dos levantes de 14 de março em Lhasa, novamente defendeu neste domingo que apóia o fato da China ser a sede desta edição dos Jogos Olímpicos.
— Eu quero dizer que os Jogos... Tendo lugar em Pequim... De forma que mais de 1 bilhão de seres humanos, chineses, vão se sentir orgulhosos — disse o Dalai Lama à margem de uma sessão de orações budistas em Nova Délhi (Índia), onde vive no exílio.
Também neste domingo, a China elevou o total de mortos em seis, para 22, com a agência de notícias oficial Xhinhua reportando no sábado que os restos carbonizados de um menino de oito meses e quatro adultos foram retirados de uma garagem que pegou fogo em Lhasa no domingo passado - dois dias depois da cidade ter sido tomada por protestos anti-chineses. O governo no exílio do Dalai Lama diz que 99 tibetanos foram assassinados, 80 em Lhasa e 19 na província de Gansu.
A agência de notícias Xinhua emitiu diversos informes neste domingo dizendo que além da província de Gansu, a vida está voltando ao normal em outras áreas onde ocorreram protestos. Segundo a agência, "mais da metade das lojas das principais ruas estavam reabrindo as portas para os negócios" em Aba, centro do município de Aba no norte de Sichuan. O chefe local do Partido Comunista, Kang Qingwei, foi citado dizendo que as repartições públicas e principais empresas estão "funcionando normalmente" e que as escolas seriam reabertas na segunda-feira.
Segundo a agência Xinhua, em Aba a polícia baleou e feriu quatro manifestantes em uma ação de autodefesa. Esta foi a primeira vez que o governo reconheceu ter atirado em qualquer manifestante. Não há meios de confirmar de forma independente os despachos da agência de notícias oficial chinesa.
Gazeta Mercantil 04/04
Repórteres sem Fronteiras pede boicote à abertura das Olimpíadas
- A organização de defesa da imprensa Repórteres sem Fronteiras (RSF) lamentou nesta quinta-feira a prisão do dissidente chinês Hu Jia, e defendeu um boicote à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, no dia 8 de agosto.
Segundo a organização, a condenação de Hu Jia a três anos e meio de prisão, anunciada na quinta-feira por um tribunal de Pequim, deve provocar o congelamento do diálogo da União Européia com a China sobre direitos humanos.
"As autoridades e o sistema judicial chinês jogaram lenha na fogueira há apenas quatro meses dos Jogos Olímpicos", diz a organização com sede em Paris, que pede aos "chefes de Estado, chefes de governo e membros das famílias reais que boicotem a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, em 8 de agosto".
O dirigente e fundador da RSF, Robert Ménard, que agitou em 24 de março, em Olímpia (Grécia), a cerimônia de acendimento da tocha Olímpica, prometeu realizar ações para boicotar a abertura dos Jogos.
Folha de S. Paulo 05/06
Polícia chinesa detém 16 monges por supostos ataques no Tibet
A polícia chinesa deteve na região autônoma do Tibete 16 monges budistas acusados de estar envolvidos em três ataques à bomba, informou nesta quinta-feira a agência de notícias oficial Xinhua.
Segundo a informação, os três ataques ocorreram no distrito de Mangkam, do município de Qamdo, no leste do Tibete. Os três casos, segundo a Xinhua, ocorreram nos dias 3, 5 e 7 de abril. Em um deles, quatro monges supostamente lançaram explosivos contra um transformador elétrico.
Outros cinco monges do mosteiro de Wese teriam tentado, sem sucesso, atacar com explosivos estabelecimentos do distrito.
No terceiro incidente, outros religiosos teriam planejado um atentado contra uma zona residencial cujo local não foi revelado.
Segundo a polícia local, os suspeitos confessaram seus crimes e afirmaram que os protestos tibetanos de 14 de março, em Lhasa, "os inspiraram a cometê-los".
O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores chinês, Qin Gang, reiterou hoje a responsabilidade do dalai-lama, líder político e espiritual tibetano, pelos violentos distúrbios ocorridos em Lhasa e em outras cidades do Tibete em março, nos quais morreram ao menos 20 pessoas, segundo o governo chinês.
O governo tibetano no exílio afirma que mais de 200 pessoas morreram na repressão policial aos atos violentos.
9.7. Material de Pesquisa
A imagem da perfeição
Demétrio Magnoli - sociólogo e doutor em Geografia Humana pela USP. A China foi perfeita durante duas semanas. Bem antes da inauguração da curta era da perfeição, o governo chinês alertou a imprensa internacional contra a "politização" dos Jogos Olímpicos. Na linguagem em código compartilhada por todas as ditaduras, o alerta era uma conclamação à imprensa para que praticasse a autocensura. Com raras exceções, por amor aos patrocinadores ou sinceramente comovidos pela eficiência técnica do Estado totalitário, jornais e jornalistas do mundo inteiro se curvaram. Por um tempo fugaz a crítica cessou, abrindo passagem à perfeição.Ela chegou na cerimônia de abertura, quando a graciosa Lin Miaoke, de 9 anos, com marias-chiquinhas e um vestido vermelho, supostamente cantou Ode à Pátria. O evento era uma fraude, como logo depois se soube por uma inconfidência de Chang Qigang, o diretor musical da cerimônia. A voz oculta atrás da imagem da perfeição pertencia a Yang Peiyi, de 7 anos e com um dentinho torto.
"A razão por trás disso é que precisamos colocar os interesses do país em primeiro lugar", justificou Qigang. Os "interesses do país" foram definidos na hora derradeira por um integrante do Politburo do Partido Comunista Chinês (PCC), que assistiu ao ensaio final e concluiu que a garotinha imperfeita não devia representar a pátria perante a audiência do planeta. A imprensa relevou o ato do poderoso dirigente anônimo, qualificando-o, no máximo, como um episódio de ocultação de informação. Mas o nome disso é eugenismo e o gesto expressou uma dupla lealdade: às origens do moderno movimento olímpico e à tradição identitária do Estado chinês (...)
Dados mostram que 95,3% da população no Tibete é da etnia tibetana
O Departamento das Estatísticas da Região Autônoma do Tibete, no sudoeste da China, publicou os resultados do último censo regional, que mostram que as pessoas da etnia tibetana representam pelo menos 92,6% da população local total desde 1959, enquanto a etnia Han nunca excedeu 6%.
A seguir alguns fatos e números baseados nesse levantamento e em outros documentos contrários à alegação do Dalai Lama de que os tibetanos estão se tornando uma minoria na região.
-- A população do Tibete era de 2,84 milhões de pessoas no faim do ano passado, 31,5 mil a mais que no mesmo período do ano 2006. Entre os moradores permanentes, mais de 2,5 milhões, ou 95,3%, eram tibetanos.
-- A população do Tibete era de 1,4 milhão em 1951.
-- A política de planejamento familiar, que estipula que cada casal urbano tenha um filho e cada casal rural tenha dois, adotada pelo resto da China desde o fim dos anos 1970, nunca foi aplicada aos tibetanos. Como resultado, a taxa de natalidade e a taxa de crescimento natural no Tibete sempre estiveram acima da média nacional desde os anos 1970.
-- Algumas epidemias antigamente desenfreadas na região, incluindo varíola, cólera, febre escarlete, agora estão sob controle. A taxa de mortalidade entre mulheres grávidas caiu de 5% em 1959 para os atuais 0,339%, e a taxa de mortalidade de crianças, de 45% para 0,31%.
-- A esperança de vida dos tibetanos atualmente é de 67 anos, quase o dobro da registrada nas décadas de 1950. A tibetana mais velha, Amai Cering, comemorou seu 117º aniversário no mês passado.
-- A renda média da população cresceu 24,5% no ano passado, chegando a 11.131 yuanas (US$ 1.590). Os agricultores e vaqueiros tinham uma renda líquida per capita de 2.788 yuans (cerca de US$ 398), um aumento de 14,5%. O governo central planeja aumentar essa renda para 3.820 yuans (US$ 545) até 2010, perto da média nacional para agricultores.
-- Em 2007, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 14% e atingiu 34,2 bilhões de yuans (US$ 7 bilhões), cerca de 12.100 yuans (US$ 1728) per capita.
-- Menos de 2% das crianças iam à escola, e a taxa de analfabetismo entre os adultos jovens e de meia idade era de 95% antes de 1951. Pelo contrário, a atual política de educação no Tibete garante que as crianças recebam uma educação obrigatória de nove anos gratuita, e a taxa de analfabetismo caiu para 4,8% entre os adultos jovens e de meia idade, e a taxa entre a população total é abaixo de 30%.
Curiosidades sobre a China
A China é o país mais populoso do mundo, cerca de um quinto das pessoas em todo o planeta são chineses. Para se ter uma idéia, se você morasse na China, provavelmente, nesse exato momento estaria dividindo o cômodo em que está com mais 7 pessoas.
Pretende reformar a casa? Chame um chinês! Uma das maiores obras da engenharia civil do mundo, a Muralha da China foi recentemente “aumentada”. É que descobriu-se que sua real extensão chega a, aproximadamente, 7200km. Ela foi construída pelos chineses em 250 a.C. e calcula-se que usou uma mão de obra composta de 10 milhões de trabalhadores e levou 20 anos para ser terminada.
E as curiosidades da China estão só começando. Na questão cultural, por exemplo, se você abrir a porta para uma visita chinesa sair de sua casa significa que a está mandando sair. Outro costume curioso da China é arrotar na mesa, depois de comer. E se não o fizer vai parecer que não gostou da comida.
Já na China antiga uma das maiores curiosidades era o desprezo que as famílias pobres sentiam por filhas mulheres. Elas nem sequer tinham direito a um nome. Eram referenciadas pela ordem de nascimento, como 1ª ou 3ª filha, até se tornarem adultas. Tem medo de cobra? Então vá para a China. A carne de cobra é tão apreciada lá, como petisco ou afrodisíaco, que estão correndo risco de extinção. Anualmente, 10000 toneladas de cobras são consumidas anualmente.
As leis e penas para crimes são muito polemicas e curiosas na China. Os chineses executam, sozinhos, mais condenados do que outros 63 países, que adotam a pena de morte, juntos! Cerca de 25% dos crimes do código penal na China são passíveis de execução. Inclusive crimes como envenenar gado ou difundir pornografia. Além disso, na China qualquer pessoa pode ser presa por até 3 meses sem nenhuma acusação formal. Os chineses costumam prender a família de foragidos para que ele se entregue!
1 - Programa de rádio apresentado e produzido por Aline Cardoso e Fernanda Silva. Trabalho de Conclusão de Curso 2008. Programa Especial China X Tibete.
2 - FOLHA DE S. PAULO. Polícia chinesa detém 16 monges por supostos ataques no Tibet. Editoria Mundo. 5 jun. 2008.
3- RONGMAO, S.R, Sun Rongmao. Cônsul Geral da China, em São Paulo: depoimento (dez. 2008) entrevistadores: Aline Cardoso e Fernanda Silva. Entrevista concedida ao Programa Especial China x Tibete.
4 - SEVERINO, R.S, Roque Severino. Mestre budista tibetano e dirigente do templo Jardim do Dharma: depoimento (ago.2008) entrevistadores: Aline Cardoso e Fernanda Silva. Entrevista concedida ao Programa Especial China X Tibete.
5- YAHOO NOTÍCIA: banco de dados. Disponível em <http://www.br.noticias.yahoo.com/s/reuters/mundo_tibete_buda_critica_pol&printer=1>. Acesso em 30: abr. 2008.
6- MALHADO, A.M. Alexandre Malhado. Bardo da Ordem Druídica Vozes do Bosque Sagrado: disponível em <http://asorveiraeocarvalho.blogspot.com/> Acesso em: 16 out. 2008.
Druidismo: doutrina religiosa dos druidas, fator de unidade dos povos celtas. HOAISS, A. (2ªed.) Minidicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.
7- ALEXANDRE, M. A, Mariane Alexandre. Representante do Comitê Brasileiro de Apoio ao Tibete e Free Tibete, no Brasil: depoimento (out. 2008) Entrevista concedida ao Programa Especial China x Tibete.
8- RONGMAO, S.R, Sun Rongmao. Cônsul Geral da China, em São Paulo: depoimento (dez. 2008) entrevistadores: Aline Cardoso e Fernanda Silva. Entrevista concedida ao Programa Especial China x Tibete.
9- CABRAL, S.C. Severino Cabral. Fundador do Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas da China, Ásia e Pacífico: depoimento (out. 2008) entrevistadores: Aline Cardoso e Fernanda Silva. Entrevista concedida ao Programa Especial China X Tibete.
10- CARLOS, N.C, Newton Carlos. Jornalista e comentarista de política internacional. Publicação eletrônica [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por <newton.rj@terra.com.br> em 24 de set. 2008.
11- ESTADO. Dalai Lama responde a acusações de conspiração. Disponível em: <http:// www.estadao.com.br/internacional/note_int152170,0.htm> Acesso: 06 abr. 2008.
12- LACKNER, M.L, Michael Lackner. A corrida da desarmonia. Disponível em: <http://www.viapolitica.com.br/entrevista_view.php?id_entrevista=57> Acesso em: 30 abr. 2008. Lackner é professor de sinologia, ciência que trata da história, da língua, da escrita, das instituições e dos costumes chineses.
13- RAMIREZ, F. Fernanda Ramirez. Por um país olímpico. São Paulo. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/nucleos/njr/voxscientiae/fernanda_ramirez_43.htm> Acesso em: 10 jul. 2008. Mestre em Educação Física, Fernanda Ramirez, desenvolve pesquisas em Psicanálise, Esporte e Cultura.
14- SANDSCHNEIDER, Eberhard. China por toda parte. Rio de Janeiro. Konrad Adenauer Stiftung, 2006, pág. 11. (Cadernos Adenauer)
15 - SANDSCHNEIDER, Eberhard. China por toda parte. Rio de Janeiro. Konrad Adenauer Stiftung, 2006, pág. 13. (Cadernos Adenauer)
17 - GLOBO.COM. Normas olímpicas de liberdade de imprensa na China expiram. Disponível em: <http://g1.globo.com/noticias/mundo/0,,mul8024485602,00normas+olimpicas+de+liberdade+de+imprensa+na+china+expiram.html> Acesso em: 17 de out. 2008.
18- SAKAMOTO, L.S, Leonardo Sakamoto. Jornalista e coordenador da ONG Repórter Brasil, foi correspondente da guerra civil do Timor Leste: depoimento (out. 2008) entrevistadores: Aline Cardoso e Fernanda Silva. Entrevista concedida ao Programa Especial China X Tibete.
19 - COLEÇÃO CARAS – Tesouros da China a Grande Muralha. São Paulo: Caras S.A. 1° edição, 2003.P.35.
20 - INTERNACIONAL: Guia do Estudante Atualidades Vestibular 2009. São Paulo: Abril, 2008. p.78.
21 - CABRAL, S.C. Severino Cabral. Fundador do Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas da China, Ásia e Pacífico: depoimento (out. 2008) entrevistadores: Aline Cardoso e Fernanda Silva. Entrevista concedida ao Programa Especial China X Tibete.
22 - CARVALHO, André. Manual de jornalismo em rádio. Belo Horizonte: Armazém de Idéias, 1998. p.34
23 - CARVALHO, André. Manual de jornalismo em rádio. Belo Horizonte: Armazém de Idéias, 1998. p.35
24 - FERARRETO, Luis Arthur. Rádio: o veículo, a história e técnica. Porto Alegre: Sagra Luzzato, 2001. p.80.
25 - FERARRETO, Luis Arthur. Rádio: o veículo, a história e técnica. Porto Alegre: Sagra Luzzato, 2001. p.83.
26 - Westinghouse - Marca de acessórios e equipamentos elétricos, pioneira da indústria de eletricidade. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/George_Westinhouse> Acesso em 5 out.de 2008.
27 - Edgard Roquette-Pinto – Médico legista, professor, antropólogo, etnólogo e ensaísta brasileiro e fundador da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, é considerado o pai da radiodifusão no Brasil http://pt.wikipedia.org/wiki/Roquette-Pinto> Acesso em 6 out. 2008.
28 - FERARRETO, Luis Arthur. Rádio: o veículo, a história e técnica. Porto Alegre: Sagra Luzzato, 2001. p.202.
29- CARVALHO, André. Manual de jornalismo em rádio. Belo Horizonte: Armazém de Idéias, 1998. p.47.
30 - FERARRETO, Luis Arthur. Rádio: o veículo, a história e técnica. Porto Alegre: Sagra Luzzato, 2001. p.209.
31 - SEVERINO, R.S, Roque Severino. Mestre budista tibetano e dirigente do templo Jardim do Dharma: depoimento (ago.2008) entrevistadores: Aline Cardoso e Fernanda Silva. Entrevista concedida ao Programa Especial China x Tibete.
32 - CARVALHO, André. Manual de jornalismo em rádio. Belo Horizonte: Armazém de Idéias, 1998. p.66
33 - FERARRETO, Luis Arthur. Rádio: o veículo, a história e técnica. Porto Alegre: Sagra Luzzato, 2001. p.34.
34- CARVALHO, André. Manual de jornalismo em rádio. Belo Horizonte: Armazém de Idéias, 1998. p.55.
Por
Aline Cardoso de Moura e Fernanda Silva Santos.
Publicado por: ALINE CARDOSO DE MOURA
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