Relação Cortisol - Estresse em cães uma revisão bibliográfica

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1. RESUMO

A história evolutiva dos cães domésticos se caracteriza por descenderem dos lobos cinzentos (Canis lupus), e que se assemelham em 71 de 90 padrões comportamentais. A relação entre humanos e cães formou uma combinação que traz benefícios mútuos até hoje. Os cães se destacam no auxílio de pessoas com deficiência visual, auditiva e identificam sinais de epilepsia, atuam no pastoreio, realizam resgates, estão presentes em sessões de terapia e em asilos. O termo “bem-estar animal” surgiu na Inglaterra, na década de 1960 com a divulgação do livro “Máquinas Animais”, escrito por Ruth Harrison. O bem-estar animal deve ser avaliado a partir de escalas que podem variar de muito pobre a muito bom e os maus-tratos aos animais domésticos vêm a ser uma preocupação do mundo moderno visando a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia a vida, os pilares fundamentais da sociedade. Maus-tratos como o ato de submeter um indivíduo a tratamento cruel, trabalhos forçados e/ou privação de alimentos ou cuidados, essas atitudes são praticadas pelas pessoas por motivos culturais, sociais e psicológicos, sendo muitas vezes praticado sem consciência de qual ato é prejudicial. As mensurações bioquímicas do cortisol têm se mostrado importantes referências para a avaliação da dor e do estresse por meio indireto. O presente estudo se propôs investigar os estudos que abordaram a temática “análise dos níveis de cortisol em cães domésticos” nos últimos 5 anos. Foi realizada uma pesquisa na plataforma GOOGLE ACADÊMICO e selecionados 9 estudos, após a aplicação de três critérios de exclusão. A pesquisa apontou baixo número de estudos voltados ao tema bem como o baixo número amostral, alguns autores justificam relatando o alto custo dos exames necessários para a mensuração do cortisol. Esta revisão também demonstrou que o sexo do animal bem como se o mesmo é castrado ou não, influencia na concentração de cortisol.

Palavras-chave: Cortisol. Cães. Estresse. Maus-tratos.

ABSTRACT

The evolutionary history of domestic dogs is characterized by their descent from gray wolves (Canis lupus), which resemble each other in 71 out of 90 behavioral patterns. The relationship between humans and dogs formed a combination that brings mutual benefits to this day. Dogs stand out for helping people with visual and hearing impairments and identifying signs of epilepsy, working in the herding, performing rescues, they are present in therapy sessions and in nursing homes. The term “animal welfare” emerged in England in the 1960s with the publication of the book “Animal Machines”, written by Ruth Harrison. Animal welfare must be evaluated from scales that can vary from very poor to very good, and the mistreatment of domestic animals has become a concern of the modern world, aiming at the preservation, improvement and recovery of the environmental quality conducive to life, the fundamental pillars of society. Mistreatment such as the act of subjecting animal to cruel treatment, forced labor and/or deprivation of food or care, these attitudes are practiced by people for cultural, social and psychological reasons, often being practiced without awareness of which act is harmful. Biochemical measurements of cortisol have been shown to be important references for the assessment of pain and stress through indirect means. The present study aimed to investigate the studies that approached the theme “analysis of cortisol levels in domestic dogs” in the last 5 years. A search was carried out on the GOOGLE SCHOLAR platform and 9 studies were selected, after applying three exclusion criteria. The research showed a low number of studies focused on the subject as well as the low sample number, some authors justify reporting the high cost of the tests necessary for the measurement of cortisol. This review also demonstrated that the sex of the animal, as well as whether it is castrated or not, influences the cortisol concentration.

Keywords: Cortisol. Dogs. Stress. Mistreatment.

2. INTRODUÇÃO

Em um breve passeio no parque se pode observar uma interação explícita entre humanos e os cães domésticos (Canis lupus familiaris), mas o início desta relação ainda é debatido pelos cientistas. Frantz et al. (2016) sugeriu que o processo de domesticação ocorreu de maneira livre na parte oriental e ocidental da Eurásia, partindo de populações distintas de ancestrais canídeos há cerca de quinze mil anos.

Segundo Caetano (2010), a relação entre animais e o ser humano teve início na pré-história, onde os animais eram utilizados como forma de proteção ao território onde esses humanos viviam, auxiliavam também na caça e transporte de cargas e humanos. A história evolutiva dos cães domésticos se caracteriza por descenderem dos lobos cinzentos (Canis lupus), e que se assemelham em 71 de 90 padrões comportamentais como marcação de território, convivência em matilha, reprodução uma ou duas vezes ao ano, instinto de predação (BEAVER, 2004).

Conforme Coppinger e Coppinger (2001), a relação entre humanos e cães formou uma combinação que traz benefícios mútuos até hoje. Os cães atuam em várias tarefas perante a sociedade, desde companheiros no nosso dia-a-dia a até farejadores de narcóticos e explosivos (GOLDBLATT, 2009).

Caetano (2010) diz haver indícios da importância dos animais na socialização do homem no século XVII e essa mudança de comportamento aproximou o cão do ser humano.

Raísa e Marciane (2016) avaliam que conforme essa interação foi evoluindo, surgiram também abstrações a respeito da utilização de animais como recurso terapêutico. Corroboram Lima e Souza (2004, p. 162), “nas últimas décadas, tem crescido o interesse por parte dos técnicos de saúde em introduzir animais, principalmente cães, em contextos terapêuticos”.

Catala et al. (2019) destaca o trabalho dos cães no auxílio de pessoas com deficiência visual e auditiva, com epilepsia (já que identificam os sinais antes de crises), atuam no pastoreio, realizam resgates, estão presentes em sessões de terapia e em asilos. Os cães são como “catalisadores sociais”, promovendo a comunicação e o contato entre as pessoas (KOTRSCHAL, 2018).

A questão que enfrentamos hoje é: “essa relação é benéfica para ambas as espécies?”. Reigota (2010) define “cuidado” como uma relação amorosa desassociada de interesses utilitaristas e pertencentes à base do humano, provocando a preocupação e fazendo surgir o sentimento de responsabilidade e solidariedade.

Segundo Pulz (2013) o termo “bem-estar animal” surgiu na Inglaterra, na década de 1960 com a divulgação do livro “Máquinas Animais”, escrito por Ruth Harrison, o autor ainda abona que este livro foi o primeiro a descrever o tratamento dispensado aos bovinos nos abates e as condições em que tais procedimentos eram realizados. Apesar de ser um fator especificamente dependente do indivíduo, o bem-estar deve ser considerado uma condição indispensável a qualquer ser vivo e precisa ser alcançado e respeitado (GRANDIN, 2010).

Hammerschimidt (2012) concluiu em sua pesquisa que como condição necessária a todo ser vivo, o bem-estar animal deve ser avaliado a partir de escalas que podem variar de muito pobre a muito bom. O autor ainda reitera que interações negativas entre esses indivíduos também têm sido relatadas e, para identificar esses problemas, é necessário analisar o estado de saúde dos animais envolvidos e sugerir soluções para reduzir o sofrimento e melhorar a qualidade de vida dos animais. Esperamos que a relação entre seres humanos e animais seja mutuamente benéfica e isso inclui interações físicas e emocionais entre pessoas, animais e ambiente (COUTINHO et al., 2004).

Segundo Capez (2007), maus-tratos aos animais domésticos vêm a ser uma preocupação do mundo moderno visando a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia a vida, os pilares fundamentais da sociedade. Galvão (2010) corrobora definindo maus-tratos como o ato de submeter o indivíduo a tratamento cruel, trabalhos forçados e/ou privação de alimentos ou cuidados, o autor ainda ressalta que essas atitudes são praticadas pelas pessoas por motivos culturais, sociais e psicológicos, sendo muitas vezes praticado sem consciência de qual ato é prejudicial. O autor ainda considera que a manutenção do bem-estar animal é dever de todos, tendo em vista que os animais fazem parte do meio ambiente o qual deve ser ecologicamente equilibrado e, portanto, saudável para as gerações presentes e futuras.

Segundo Arruda (2018), no caso dos cães (Canis lupus familiaris), espécie com variações distintas de raças e peculiaridades comportamentais, o importante é buscar avaliar o ambiente no qual o animal se encontra de modo a escolher alternativas e recursos apropriados para cada indivíduo. Um cão de companhia vai expressar comportamentos distintos daqueles observados em um cão que se encontra isolado em um laboratório ou um abrigo, pois esses animais fazem parte de uma população peculiar privada de interação humana residindo em um ambiente considerado indutor de estresse (SAVALLI; ALBUQUERQUE, 2017).

3. CORTISOL

Conforme Weissman (1990) o conjunto de alterações hormonais e metabólicas decorrentes de um trauma é designado como “resposta ao estresse”. O aumento da secreção de hormônios hipofisários é a principal resposta ao estresse ativando o sistema nervoso simpático (STURION, 2011). Após esta primeira resposta o hipotálamo estimula a glândula hipófise a secretar hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), este é transportado pela corrente sanguínea sensibilizando a região cortical das glândulas adrenais aumentando a produção e a secreção de cortisol e aldosterona (STOCCHE et al., 2001).

O cortisol age alterando o metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas disponibilizando um maior volume de substrato energético para as células, auxiliando na redução do consumo de glicose por células de menor importância como as células do sistema imunológico, em uma situação de estresse (GUYTON; HALL, 2006). Sturion (2011, p. 10) ressalta que “esta ativação resulta em aumento significativo na secreção de catecolaminas, dentre elas a principal é a epinefrina, pela região medular das glândulas adrenais”.

Segundo Sturion (2011) o cortisol tem um efeito glicocorticóide e está associado a atividade anti-inflamatória. Os glicocorticóides inibem a acumulação de células de defesa, especialmente macrófagos e neutrófilos em áreas de inflamação, além disso, interferem na síntese de mediadores inflamatórios, em particular as prostaglandinas (YEAGER et al., 2004).

A ação do cortisol afeta quase todos os tecidos do organismo; ele ajuda a manter o balanço hidroeletrolítico, o metabolismo dos carboidratos, a pressão sanguínea, além de aumentar a sensibilidade vascular à ação das catecolaminas (BORIN-CRIVELLENTI; MALTA, 2015, p. 24).

De acordo com Desborough (2000), as catecolaminas ativam as fibras cardíacas amplificando o potencial de contratilidade e aumentando assim o aporte sanguíneo para os tecidos tendo uma maior oxigenação dos mesmos.

Segundo Yamamoto et al. (2012), avaliar o bem-estar ou o estresse não é fácil, alguns métodos analíticos são muito típicos, e a forma mais objetiva de avaliação é a medição do cortisol e a medição das grandes flutuações dos sinais fisiológicos, principalmente da pressão arterial. As mensurações bioquímicas do cortisol têm se mostrado importantes referências para a avaliação da dor e do estresse por meio indireto (STURION, 2011).

Autores como Allen et al. (2014) e Haverbeke et al. (2008) corroboram afirmando que a mensuração de marcadores biológicos é amplamente utilizada como forma de identificar o estresse nos animais, destacando que o método apresenta uma gama de substâncias que são liberadas em tais situações como hormônios, neurotransmissores, proteínas, enzimas, dentre outros. O problema na avaliação do bem-estar animal é que a coleta para o exame pode ser estressante para os animais, portanto métodos não invasivos de coleta devem ser desenvolvidos e testados (BEERDA, 1996).

Russel et al. (2012) fazem um comparativo das propriedades de medidas de cada método de mensuração do cortisol (QUADRO 1).

Quadro 1 – Comparação entre as diferentes medidas do cortisol extraído de cães por diferentes métodos.

Propriedade do material

Sanguíneo

Urinário

Salivar

Capilar

Coleta invasiva

 

Alta

Moderada

Baixa

Baixa

Cortisol aumentado pelo estresse da coleta

 

Possivelmente

Possivelmente

Possivelmente

Não

Exigência de armazenamento

 

Refrigerado em freezer

Refrigerado em freezer

Refrigerado em freezer

Temperatura ambiente

Tempo de secreção do cortisol avaliado

Instantâneo

12 a 24h de exposição ao estresse (cortisol)

Instantâneo

De meses a anos dependendo do tamanho do fio de cabelo analisado

Fonte: Baseada segundo Russel et al. (2012).

O objetivo deste estudo foi de revisar a literatura científica com vistas à identificação das publicações sobre a análise dos níveis de cortisol em cães domésticos. Como questão norteadora deste estudo pretende-se responder, qual é o método mais utilizado?

4. OBJETIVOS

4.1. OBJETIVO GERAL

  • Realizar uma busca por artigos científicos nacionais publicados nos últimos cinco anos que abordem a temática “análise dos níveis de cortisol em cães domésticos”.

4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Identificar qual o método mais utilizado na mensuração do cortisol em cães domésticos;
  • Identificar possíveis problemas na elaboração e conclusão de pesquisa;
  • Identificar fatores adversos que influenciam nos resultados obtidos;
  • Sugerir ações que auxiliem na obtenção de dados confiáveis.

5. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão narrativa da literatura de teor qualitativo, que buscou publicações sobre “análise dos níveis de cortisol em cães domésticos”. Esta revisão sintetiza e resume, em termos narrativos, um corpo da literatura de pesquisa científica.

Para a elaboração deste estudo, foram realizadas duas buscas de artigos em português na plataforma GOOGLE ACADÊMICO. A primeira busca foi realizada em quinze de março de dois mil e vinte e dois (15/03/2022) com o objetivo de analisar artigos referentes ao tema e suas palavras-chaves e através destes definir os descritores que serão utilizados na segunda pesquisa. Utilizou se na primeira pesquisa os seguintes termos para a busca na plataforma: “Níveis de cortisol em cães”; “Níveis de cortisol de cães”. Devido ao número alto de artigos encontrados decidiu-se analisar apenas a primeira página da plataforma que conta com dez (10) artigos, é importante salientar que a plataforma GOOGLE ACADÊMICO ordena os resultados da pesquisa por ordem de relevância.

Após a análise das palavras-chave dos 10 (dez) artigos selecionados, foram definidos os seguintes descritores para a pesquisa: Cão; Estresse; Bem-estar; Maus tratos; Cães; Cachorro; Níveis de Cortisol. A esses termos aplicou-se os operadores lógicos booleanos definindo a seguinte string: (cão OR cães OR cachorro) AND (“bem-estar” OR “maus tratos”) AND “Níveis de Cortisol” AND estresse. Conforme Pizzani et al. (2012), a finalidade deste método é facilitar o processo de busca e seleção da informação desejada.

A segunda pesquisa foi realizada em dezesseis de março de dois mil e vinte dois (16/03/2022). Considerou-se para efeito deste trabalho, as publicações mais recentes publicadas entre 2017 e 2022. Julgou-se esse aspecto importante em vista da necessidade de análise de evolução dos estudos na área. Aos artigos encontrados na segunda pesquisa aplicou se os seguintes critérios de exclusão:

1-Excluir artigos não referentes a cães domésticos;

2-Excluir revisão de literatura;

3-Excluir artigos que não analisem o cortisol dos cães.

As duas pesquisas foram realizadas pelo autor, a Tabela 1 sintetiza as principais informações.

Tabela 1 - Principais informações das pesquisas realizadas.

Pesquisa

Data

Descritor

Plataforma

Resultado

15/03/2022

Níveis de cortisol em cães; Níveis de cortisol de cães

 

GOOGLE SCHOLAR

5.060

16/03/2022

(cão OR cães OR cachorro) AND (“bem-estar” OR “maus tratos”) AND ”Níveis de Cortisol” AND "estresse"

GOOGLE SCHOLAR

163

6. REFERENCIAL TEÓRICO

6.1. INTERAÇÃO HUMANO-CÃO

As pessoas interagem com várias espécies diferentes, porém nenhuma delas apresenta essa dinâmica tão específica que observamos entre homem e cão. Para Ribeiro (2011), a relação entre o homem e o cão decorre da capacidade deste último de ser domesticado, uma característica que nem todo animal tem.

Segundo Serpell (2004), essa relação não é apenas instrumental, no sentido de que os cães são prestadores de serviço, mas também afetiva. Em muitos aspectos a relação entre humano e cão, se assemelha àquela estabelecida entre pais e filhos, destacando características de apego (PALMER; CUSTANCE, 2008).

Essa relação traz muitos benefícios que podem ser de ordem psicológica e social, diminuindo a depressão, o estresse, a ansiedade, melhora o humor e possibilita a socialização da pessoa, desde idosos até deficientes físicos e mentais (SANTANA; OLIVEIRA, 2006; RIBEIRO, 2011).

A infinidade de interações entre cães e humanos é um fenômeno socioecológico, que não envolve somente a cooperação e aspectos afetivos, mas também toda conjuntura de disseminação de doenças, principalmente em regiões pobres afetando o bem-estar humano e dos cães (ARLUKE; ATEMA, 2017).

Nesse sentido, pesquisas sobre o comportamento canino são fundamentais para que possamos entender e aprimorar as relações que desenvolvemos com esses animais.

6.2. O CORTISOL NA INTERAÇÃO HUMANO-CÃO

Muitos comportamentos exibidos pelos cães são vistos como indesejáveis tornando a relação humano-cão conflituosa, comportamentos estes que podem estar refletindo o estado de saúde do cão bem como a do seu tutor. Jones e Josephs (2006) ressaltam que os cães reagem ao estresse dos seus tutores com um aumento da excitação emocional negativa, assim o estresse vem a estar diretamente ligado aos conflitos existentes na relação entre o humano e cão. As estratégias de se lidar com o estresse, bem como sua percepção, podem ser bem diferentes de humano para humano e de cão para cão (SCHOLZ; VON REINHARDT, 2006).

O estresse vem sendo apontado como o principal gatilho de comportamentos indesejáveis e nos casos mais graves chegam a colocar em risco a vida dos cães e também dos humanos, levando a reações mais rígidas e extremas. Um estudo epidemiológico realizado em Portugal revelou que é frequente a eutanásia de cães por razões comportamentais como agressividade direcionada a pessoas e a outros cães (SANTOS et al., 2013).

Hammerle (2015) diz que um cão estressado, geralmente apresenta sinais de angústia clínica, o que leva aos comportamentos problemáticos, tais como episódios de destruição, vocalização e eliminação inapropriada e que podem ter diferentes motivações subjacentes, incluindo medo, ansiedade, hiperapego aos tutores ou, pelo contrário, falta de estimulação ou interações adequadas.

Na década de 90, alguns autores (HETTS, 1992; BEERDA, 1998) apontaram em seus estudos que a postura corporal agachada, a ingestão de fezes, os comportamentos repetitivos, o aumento da auto-higiene, a elevação de uma pata e a vocalização excessiva foram alterações ocorridas durante a restrição social e espacial, e que já tinham sido também associadas a estresse em outros estudos, tornando-se agora ferramentas úteis para a identificação de estresse crônico em cães. Observamos então que nesta relação humano-cão, o estresse é um agente importante a ser considerado nos estudos comportamentais dos cães.

7. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A primeira pesquisa realizada na plataforma GOOGLE ACADÊMICO totalizou 5.060 resultados. Dos dez (10) artigos selecionados para a primeira análise, apenas um (1) não estava disponível na íntegra para leitura e análise (QUADRO 2).

A segunda pesquisa apresentou 163 resultados. Pelo título foi possível excluir artigos, dada a não pertinência ao tema. Em outros casos, foi neces­sária a leitura do resumo e até mesmo do artigo na íntegra para a decisão final se o artigo entraria ou não na seleção (TABELA 2). Restaram nove (9) artigos dos quais todos foram incluídos na revisão (QUADRO 3).

Durante a análise dos artigos a serem incluídos na revisão foi constatado alguns artigos relacionados com a terapia assistida por animais (TAA), com foco no bem-estar dos humanos e ignorando a análise do bem estar animal. Segundo Vivaldini e Oliveira (2011), a TAA é uma das estratégias utilizadas em reabilitação e educação, um dos motivos é a forte ligação afetiva das crianças com animais. Contudo alguns autores constataram concentrações altas de cortisol nos animais nos dias de terapia comparado aos dias sem terapia (HAUBENHOFER, 2009; KING et al., 2011; ROCHA, 2015).

Quadro 2 -Título e palavras-chave dos artigos analisados na primeira pesquisa.

Título do Artigo

Palavras-chave

Efeitos cardiovasculares e neuroendócrinos do butorfanol e da buprenorfina em cães anestesiados pelo desfluorano.

Cão, anestesia, opióides, desfluorano, hormônios.

Alterações comportamentais e fisiológicas em cães detectores sob influência do estresse de confinamento

Bem-estar, cães policiais, desempenho, drogas e explosivos, estresse.

Associação do cortisol piloso, gravidade e qualidade de vida em cães com dermatite atópica após terapia com lokivetmab

Anticorpo monoclonal, atopia, canina, IL-31, questionário.

Estudo comparativo da intoxicação experimental por amitraz entre cães e gatos.

Amitraz, intoxicação, cães, gatos, antiparasitários.

Avaliação dos níveis de glicose, insulina, cortisol e glucagon em cães com sepse grave gerenciados ao tratamento intensivo

Cães, Sepse grave, glicose, glucagon, cortisol, insulina.

Estudo comparativo do emprego de tramadol, código e cetoprofeno nos níveis de controle do pós-operatório, cortisol e interleucina-6 em filtros selecionados à maxilectomia ou mandibulectomia

Dor, neoplasias bucais, analgésicos opióides, cães, estudo comparativo, maxila/cirurgia, mandíbula/cirurgia.

Proposta de normatização do transporte terrestre dos cães do CBMDF

Busca e resgate, Salvamento, Cães, Bem-estar do animal.

(ARTIGO NÃO DISPONÍVEL NA INTEGRA)

Efeito da acupuntura nos níveis de cortisol e na variabilidade do intervalo cardíaco de cães submetidos ao exercício incremental progressivo

Estresse de exercício, variabilidade do intervalo cardíaco, cortisol, lactato.

Avaliação dos efeitos do estresse laboral na fertilidade de cães machos Rottweilers

Sêmen, Estresse, Cães.

Correlação dos diferentes períodos de jejum com cortisol sérico, glicemia plasmática, condição clínica e equilíbrio ácido-base em cães submetidos à anestesia geral inalatória

Cortisol, Glicemia, Equilíbrio ácido-base, Jejum, Cão.

Elaborado pelo autor.

Tabela 2- Critérios de exclusão aplicados aos artigos selecionados. 1. Artigos não referentes a cães domésticos; 2. Revisão de literatura; 3. Artigos que não analisam cortisol em cães.

Critério

Nº de estudos eliminados

Sobraram do total (163)

1

118

45

2

7

38

3

29

9

Todos os nove artigos incluídos buscaram analisar os níveis de cortisol em diferentes situações. A análise dos artigos mostrou que 2018 foi o ano com mais publicações, somando quatro (4) artigos, seguido de 2020 com dois (2), 2017, 2019 e 2021 tiveram um (1) artigo cada ano (GRAFICO 1).

Quadro 3 - Artigos incluídos na revisão, Sobrenome do autor, ano, local de publicação, título, instituição e endereço de link eletrônico.

Autor, Ano e Local

Título

Instituição

Disponível

Marques (2021), Belo Horizonte/MG.

“Associação do cortisol piloso, gravidade e qualidade de vida em cães com dermatite atópica após terapia com lokivetmab”

Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG

https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/39010

Ferreira (2020), Janaúba/MG.

“Estresse em cães no processo de higienização em Pet Shop”

Universidade Estadual de Montes Claros-UNIMONTES

https://www.posgraduacao.unimontes.br/ppgz/wp-content/uploads/sites/24/2021/03/MARIANY-FERREIRA-Estresse-em-c%C3%A3es-no-processo-de-higieniza%C3%A7%C3%A3o-em-Pet-Shop.pdf

Fernandes (2020), São Paulo/SP.

“Avaliação do bem estar dos cães farejadores da Polícia Militar do Estado de São Paulo mensurados pelas dosagens de cortisol salivar no descanso e após o trabalho”

Universidade de São Paulo-USP

https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10132/tde-12082020-083139/en.php

Martinez (2018), Rio de Janeiro/RJ.

“Empatia em cães: análise comportamental e fisiológica”

Universidade do Estado do Rio de Janeiro-UERJ

https://www.bdtd.uerj.br:8443/handle/1/15215

Von Ancken& Coelho (2018), São Paulo/SP.

“Uso de medicamentos ultradiluídos no tratamento da síndrome de ansiedade por separação em cães”

Universidade de Santo Amaro-UNISA

https://191.252.1.94/index.php/recmvz/article/view/37792

Maruyama (2018), São Paulo/SP.

“Perfil de cortisol e sinalização dos glicocorticóides em corpo lúteo canino”

Universidade de São Paulo-USP

https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10131/tde-03052019-145846/en.php

Henrique et al. (2019), Recife/PE.

“Avaliação do nível de estresse em cadelas de abrigo submetidas a um período de adaptação de sete dias em canis experimentais”

Universidade Federal Rural de Pernambuco-UFRPE

http://200.17.137.114/index.php/medicinaveterinaria/article/view/3288

Machado et al. (2018), Brasília/DF.

“Alterações comportamentais e fisiológicas em cães detectores sob influência do estresse de confinamento”

Universidade de Brasília-UnB

https://repositorio.unb.br/handle/10482/39596

Rampim (2017), Araçatuba/SP

“Efeitos etológicos e endócrinos do enriquecimento ambiental sobre o bem-estar de cães mantidos em canil”

Universidade Estadual Paulista-UNESP

https://repositorio.unesp.br/handle/11449/150904

Elaborado pelo autor.

No QUADRO 4 são apresentados os autores, ano da publicação, objetivo e metodologia utilizada. Dos nove (9) artigos analisados, quatro (4) utilizaram métodos não invasivos (MARQUES, 2021; FERNANDES, 2020; MARUYAMA, 2018; MACHADO et al., 2018), e cinco (5) utilizaram métodos invasivos para a coleta e mensuração do cortisol (FERREIRA, 2020; MARTINEZ, 2018; VON ANCKEN; COELHO, 2018; HENRIQUE et al., 2019; RAMPIM, 2017).

Gráfico 1 – Quantidade de publicações que abordaram a temática entre os anos 2017 e 2021.

Quadro 4 - Autores, ano da publicação, objetivo geral e metodologia de coleta do cortisol em cães nos artigos selecionados.

Autor e Ano

Objetivo Geral

Metodologia Utilizada

Método Invasivo

Marques (2021)

Avaliar e comparar a gravidade clínica da doença, qualidade de vida e níveis de cortisol piloso de cães com dermatite atópica após terapia com lokivetmab.

Cortisol Piloso

Não

Ferreira (2020)

Estudar os níveis de estresse em cães submetidos ao procedimento de higienização em pet shops.

Cortisol Sérico

Sim

Fernandes (2020)

Verificar os níveis de estresse entre os cães farejadores do Canil Central da Polícia Militar do Estado de São Paulo, mediante a dosagem de cortisol salivar no espaço tempo trabalho e descanso.

Cortisol Salivar

Não

Henrique et al. (2019)

Avaliar o nível de estresse em cadelas de abrigo alojadas em canis experimentais durante sete dias, e determinar se esse período é suficiente para que estas se adaptem a um novo ambiente.

Cortisol Sérico

Sim

Machado et al. (2018)

Estudar os efeitos fisiológicos e comportamentais no desempenho olfativo de cães policiais, após situações cotidianas de estresse que ocorriam previamente à execução da tarefa de detecção de drogas e explosivos.

Cortisol Salivar

Não

Martinez (2018)

Analisar evidências de empatia em cães, através da visão de universitários e experimentação controlada.

Cortisol Sérico

Sim

Maruyama (2018)

Avaliar as concentrações basais de cortisol salivar e MGFs em diferentes dias do diestro, avaliar a correlação entre os valores obtidos nos dois métodos de mensuração e estabelecer um intervalo de confiança para os valores basais de cortisol salivar e MFGs em diestro não gestacional de cadelas.

Cortisol Salivar

Não

Von Ancken e Coelho (2018)

Avaliou a ação dos medicamentos homeopáticos ultradiluídos no tratamento do distúrbio de comportamento da síndrome de ansiedade por separação (SAS) em cães, e na dosagem de cortisol e contagem de leucócitos desses animais.

Cortisol Sérico

Sim

Rampim (2017)

Avaliar o comportamento e a concentração de cortisol em cães de experimentação e em cães de Terapia Assistida por Animais, durante a permanência em canil e os efeitos do enriquecimento ambiental neste comportamento.

Cortisol Sérico

Sim

Elaborado pelo autor.

Houve um equilíbrio na quantidade dos métodos de análise do cortisol. 44,44% dos artigos utilizam métodos não invasivos, contra 55,55% utilizando métodos invasivos. Essa diferença aumenta quando somados os indivíduos dos estudos analisados: métodos invasivos em 60% dos indivíduos; não invasivos em 40% dos indivíduos. Esse resultado não corrobora com Dreschel e Granger (2009) que afirmaram que o método mais utilizado para mensurar o nível de estresse em estudos de bem-estar animal é o cortisol salivar, uma hipótese para essa discordância talvez esteja relacionado com a região, como dito anteriormente o baixo número de artigos publicados em português demonstra um atraso neste tipo de exame aqui no Brasil, os motivos vão desde os valores altos das análises à falta de laboratórios especializados, o que inviabiliza um número amostral maior bem como a elaboração de estudos. Martinez (2018) expõe em seu estudo outras dificuldades como mão de obra para adaptação dos cães nas fases do estudo e a falta de laboratórios que fazem os testes de ocitocina plasmática, segundo a autora apenas um em território nacional. O alto custo dos exames também foi considerado como fator limitante, sendo que foram coletadas 20 amostras de cada cão, totalizando 160 amostras:

O kit para análise de ocitocina é importado e com um custo alto. Para a análise das amostras se fez necessário adquirir dois desses kits. A análise do cortisol foi realizada por um laboratório privado que possui um programa de incentivo a pesquisa, também com um custo considerável. As análises laboratoriais da pesquisa foram financiadas por investimento próprio (MARTINEZ, 2018, p.46).

Contudo, nenhum dos artigos apresentou uma discussão quanto ao impacto do método utilizado (invasivo, não invasivo) nos resultados obtidos. Yamamoto et al. (2012) concluiu em seu estudo que o cortisol sérico se manteve mais elevado do que o salivar, em todos os momentos, em maior ou menor grau. Isso ocorre porque os procedimentos considerados invasivos provocam alterações significativas no estado fisiológico dos investigados (BEERDA et al., 1996).

A TABELA 3 mostra os autores, ano, número amostral (N), a quantidade de machos, fêmeas bem como os castrados. Dois (2) artigos não informam o sexo dos cães avaliados (VON ANCKEN; COELHO, 2018; MACHADO et al., 2018). Machado et al. (2018), apesar de não relatarem o sexo dos animais estudados, concluíram que idade e sexo não influenciaram nos resultados obtidos justificando que, uma vez que todos os sujeitos eram controles de si mesmos, não poderiam comparar os resultados entre os sujeitos. Cinco (5) artigos não informam se os animais são castrados (FERNANDES, 2020; MARTINEZ, 2018; VON ANCKEN; COELHO, 2018; MACHADO et al., 2018; RAMPIM, 2017). Dois (2) artigos estudaram especificamente cadelas não castradas (MARUYAMA, 2018; HENRIQUE et al., 2019).

Tabela 3 – Informações extraídas dos artigos selecionados: Autores, ano, número amostral (N), a quantidade de machos, fêmeas, castrados.

Autor e Ano

N

Macho

Fêmea

Castrados

Fernandes (2020)

13

9

4

N/I

Ferreira (2020)

11

5

6

11

Henrique et al. (2019)

10

0

10

0

Machado et al. (2018)

6

N/I

N/I

N/I

Marques (2021)

10

5

5

8

Martinez (2018)

8

4

4

N/I

Maruyama (2018)

10

0

10

0

Rampim (2017)

8

2

6

N/I

Von Ancken e Coelho (2018)

23

N/I

N/I

N/I

TOTAL

99

25

45

19

Alguns autores dos estudos analisados não constataram diferenças significativas entre machos e fêmeas referente a concentração de cortisol em seus resultados (FERREIRA, 2020; MARTINEZ, 2018; MACHADO et al., 2018). Os resultados encontrados corroboram com muitos autores que também não encontraram diferença nos níveis de cortisol entre machos e fêmeas (MEDEIROS, 2007; MARIA, 2015; SANDRI et al., 2015). Contudo Sandri et al. (2015) relataram que machos e fêmeas castradas mostraram níveis de cortisol significativamente mais baixos do que suas contrapartes intactas. Bowland et al. (2020), demonstraram efeito significativo entre o sexo na mensuração do cortisol piloso com fêmeas exibindo uma maior concentração que os machos.

Por fim, o presente trabalho demonstrou que o método de análise mais utilizado é a mensuração do cortisol sérico, um método considerado invasivo, assim sendo a dissolução da questão norteadora deste estudo.                                                                                              

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os dados obtidos, o baixo número de artigos publicados e baixo número amostral, estão diretamente ligados aos custos de exames clínicos e a dificuldade de manejo dos animais no momento da coleta de dados, interferindo diretamente nos resultados dos estudos, dificuldades na elaboração e conclusão de pesquisas bem como sua relevância científica. Aconselha-se novos estudos com o espectro mais abrangente de modo a analisar publicações em outros idiomas.

Os diferentes artigos analisados demonstraram que fatores adversos podem influenciar nos resultados das análises desde o método invasivo ou não, sexo do animal e se o mesmo é castrado. Constatou-se no presente estudo que poucas pesquisas têm analisado essas variantes. Então, sugere-se que futuros estudos comparativos contemplem variáveis distintas como o sexo do animal, idade, raça e castração.

A partir desse estudo de revisão, recomenda-se que mais investigações sejam conduzidas analisando os níveis de cortisol em cães domésticos buscando estabelecer parâmetros confiáveis, contribuindo assim para diagnósticos de doenças e análises de bem-estar animal.

As considerações apontadas pela literatura podem servir como um ponto de partida para o desenvolvimento de estudos mais específicos sobre a dosagem de cortisol em cães com o objetivo de diagnosticar doenças e avaliar o bem-estar do animal de modo eficiente.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Publicado por: josé roberto silva dos santos

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