Avaliação da Consciência Ambiental: Uma Aplicação

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1. RESUMO

A educação ambiental pode ser definida hoje como um ramo da biologia que tem o objetivo de transmitir o conhecimento sobre o ambiente, a fim de ajudar na sua preservação, isso é, formar cidadãos com consciência ambiental. A repercussão deste processo é de suma importância para as gerações atuais e futuras, pois visa à sustentabilidade do planeta. O referencial teórico do trabalho são os autores Possamai e Bertolini. Os Objetivos deste trabalho foram verificar o perfil socioeconômico da população estudada, avaliar a consciência ambiental dos mesmos e propor e realizar um trabalho de educação ambiental a ser desenvolvido. Estas análises foram feitas através de aplicação de questionários em escola pública do ensino médio de um município paranaense. A quantidade de alunos entrevistados foram 727 (setecentos e vinte e sete), sendo dois questionários para cada aluno (consciência ambiental e socioeconômico), somando um total de 1.454 (mil quatrocentos e cinquenta e quatro) questionários aplicados. Verificou-se através da análise dos questionários que a população amostrada apresenta dificuldades em colocar em prática o tema “consciência ambiental”, indicando que o mesmo seja mais explorado na vivência escolar.  Após os resultados analisados, foi planejado e realizado um trabalho pelo município com o auxílio da pesquisadora, com a finalidade de elevar os conhecimentos sobre Educação Ambiental.

Palavras-chave: Desenvolvimento Sustentável; Ambiente e Sociedade; Conflitos socioambientais.

EVALUATION OF ENVIRONMENTAL AWARENESS: AN APPLICATION

ABSTRACT

The environmental education can be defined today as a branch of biology that objective to transmit knowledge about the environment, to help in its preservation, that is, to form people with environmental conscience. The repercussion of this process is very important for present and future generations, because leads to sustainability of the planet.  The theoretical were Possamai and Bertolini. The objectives of this study were to check the socioeconomic profile of the studied population, evaluate environmental conscience of high school students. These analyses were made by the passage of questionnaires in public high school. The number of students interviewed was 727 (seven hundred and twenty-seven), being two questionnaires for each student (environmental and socioeconomic awareness), a total of 1,454 (thousand four hundred and fifty four) questionnaires. It was verified through analysis of questionnaires, the students surveyed, have difficulties to put in practice the theme of "environmental conscience", indicating it to be more explored in the school experiencing. Still, after the results were analyzed, were planned and executed a job by the county with the assistance of the researcher, with the purpose of begin to awareness about environmental education.

Keywords: Sustainable Development, Environment and Society, social and environmental conflicts.

2. INTRODUÇÃO

A partir da escassez dos recursos naturais, junto ao crescimento desordenado da população mundial e intensidade dos impactos ambientais, surge o conflito da sustentabilidade e faz do meio ambiente um tema literalmente estratégico e urgente (SEIFFERT, 2006).

Sendo assim, pensar em educação ambiental é pensar numa educação de significativas aprendizagens á respeito das questões ambientais. É criar idéias inovadoras que permitam formar um cidadão consciente ambientalmente, crítico, reflexivo, apto a tomar decisões e contribuir para o desenvolvimento das ações humanas e da economia mundial (CASCINO, 1999).

Visto esta importância da educação ambiental, a inclusão dos problemas ambientais à educação formal possibilita o contato direto dos alunos e professores com a realidade dos processos de conservação da natureza, levando a uma compreensão do mundo mais significativa e gerando assim cidadãos com mais consciência ambiental o que é de suma importância para esta geração e também para as gerações futuras (ANDRADE, 2000).

Portanto, a avaliação de consciência ambiental nos alunos é de suma importância, pois tornando os cidadãos conscientes e sensibilizados à nova visão sobre o ambiente, eles se tornarão educadores ambientais em seus lares e no seu meio de convívio, levando assim a uma sequência de ações benéficas, a vida, a natureza e ao futuro (EFFTING, 2007).

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. A PESQUISA

3.1.1. Modalidade da pesquisa

Nesta pesquisa, foi feito um levantamento de dados que consistiu em pesquisa de campo de modo descritiva, fundamentando-se na participação dos educandos que responderam os questionários no colégio escolhido no município de Astorga - Pr.

3.1.2. Materiais / Equipamentos

Os questionários sobre a avaliação de questões ambientais aplicados aos alunos basearam-se na dissertação de mestrado de Soares (2005) e Schwambach (2010). Por esse motivo foi necessário realizar adaptações nos questionários utilizados por estes autores, bem como a partir da leitura de outros trabalhos e artigos relacionados, outras perguntas foram elaboradas pelas pesquisadoras para compor o restante dos questionários.

A aplicação do questionário sócio econômico foi fundamental para a descrição da população estudada, bem como para verificar a correlação ou não das condições econômicas com o nível de consciência ambiental do ensino médio.

Então, foram utilizados para o projeto dois tipos de questionários, como proposto por Soares (2005) e Shawambach (2010), sendo um de avaliação da consciência ambiental e outro socioeconômico. Posteriormente as respostas dos questionários foram tabuladas, para composição de gráficos, os quais foram analisados.

Este projeto foi aprovado pelo comitê de ética do Centro Universitário de Maringá tendo o CAAE número 0190.0.299.000-11 e Certificado CEP número 184/2011.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

ANÁLISES DOS QUESTIONÁRIOS

4.1. Questionários socioeconômicos

Participaram do estudo, respondendo os questionários, 341 meninos e 386 meninas. A idade dos participantes variou entre 14 a 28 anos. Entre os primeiros anos do ensino médio oscilou entre 14 a 26 anos, sendo que a idade de maior frequência foi de 14 a 16 anos. Já nos segundos anos a variação ficou entre 15 a 22 anos, sendo que a idade mais frequente está entre 15 e 17 anos.

Nos terceiros anos do ensino médio a idade dos alunos esteve entre 16 a 28 anos, sendo a idade de 16 a 18 anos mais frequente. Estes dados foram retirados dos questionários socioeconômicos passados aos alunos do colégio escolhido no ano de 2011.

Entretanto, um questionário é feito para gerar os dados necessários com a finalidade de atingir os objetivos do projeto. Embora nem todos os projetos de pesquisa utilizem essa forma de instrumento de coleta de dados, o questionário é muito importante na pesquisa científica (PARASURAMAN, 1991 apud CHAGAS, 2000).

Sendo que, levando em consideração o número de pessoas que moram nas residências dos alunos, pergunta que constava no questionário socioeconômico, a maioria dos alunos (40,02%) convive com quatro pessoas em sua residência.

Segundo o PNAD (2009), dos 58,6 milhões de domicílios particulares permanentes estimados em 2009, 18,3% tinham cinco ou mais moradores, após uma queda de aproximadamente 1% ao ano, desde os 23,3% registrados em 2004.

Os domicílios com dois e três moradores aumentaram conjuntamente de 42,8% para 47,7% e os com apenas um morador passaram de 10,4% para 12% no mesmo período. O número médio de pessoas por família residente em domicílio particular foi de 3,1 pessoas em 2009, o mesmo registrado em 2008.

Com relação à escolaridade dos pais dos alunos pesquisados, 29,02% dos casos, estudaram entre a quinta e oitava série do ensino fundamental, e as mães, com uma porcentagem de 29,29%.

Figura 1 – Nível de Estudo dos Pais.

De acordo com o IBGE (2009) no Brasil, em 2008 apenas 23,8% das pessoas na faixa de 25 a 64 anos de idade possuíam 11 anos de estudo, o que comparado com os Estados Unidos e Rússia, onde cerca de 88,0% tinham este nível de escolaridade, é um percentual ainda baixo, sendo que somente 5,9% deste grupo estavam inseridos no contexto da chamada “educação continuada”.

Contudo, referente à questão seis do questionário socioeconômico, “Em que seu pai trabalha ou trabalhou a maior parte da vida?”, obteve-se uma porcentagem de 34,52% para os que trabalharam em comércio, banco, transporte ou outros serviços; e em segundo lugar, com 23,24%, os que trabalharam na agricultura, no campo em fazenda ou na pesca.

Figura 2 – Porcentagem de setor de trabalho do Pai

Entretanto, em relação à renda mensal da família, 33,28% dos entrevistados afirmam que suas famílias ganham entre 2 a 5 salários mínimos, 26,27% ganham entre 1 a 2 salários mínimos, e 7,84% dos entrevistados vivem com até um salário mínimo.

Figura 3 – Porcentagem de Renda Familiar.

Deste modo, 11,0% dos Brasileiros em 2008, tinha uma renda média inferior a ½ salário mínimo. Esta proporção é bem mais baixa nas Regiões Metropolitanas do Sudeste e do Sul, e no Distrito Federal (IBGE, 2009).

Todavia, dos alunos abordados 71,80% moram em casa própria, sendo que 64,78% se localizam em rua asfaltada. Apenas quatro alunos não possuem água encanada, um aluno não possui eletricidade em sua casa e nenhum aluno vive em comunidade indígena.

Dessa forma, com estes dados foi possível verificar o perfil socioeconômico da população estudada.

4.2. Questionários de Consciência Ambiental

Segundo Butzke et al. (2001), a conscientização ambiental pode ser definida como a mudança de comportamento, tanto de feitos da vida quanto em atividades dos indivíduos e da sociedade em relação ao meio ambiente. É fundamentalmente uma questão de educação.

Entretanto, Dias (1994), também descreve que possuir esta consciência em relação aos recursos naturais é utilizá-los de forma sustentável, ou seja, consumir o que se pode produzir, sem prejudicar o ambiente para as gerações futuras.

Os temas abordados nesta pesquisa compreendem as questões de educação ambiental no âmbito de avaliação da mesma por meio de questionários, tendo assim o nível de consciência ambiental da população estudada.

 O presente trabalho tem como referência a dissertação de mestrado de Aillin Schwanbach, o trabalho do Ms. Geysler Rogis Bertolini e do Dr. Osmar Possamai publicado em 2005 pela Revista de Ciência e tecnologia da editora UNIMEP intitulado “Proposta de Instrumento de Mensuração do Grau de Consciência Ambiental, do Consumo Ecológico e dos Critérios de Compra dos Consumidores”.

Segundo Possamai e Bertolini (2005), o instrumento para mensurar os graus de consciência ambiental, consiste num questionário que pode ser usado como ferramenta de apoio à formulação de estratégias e/ou a mudanças nas organizações para lhe dar com temas de educação ambiental e consciência ambiental.

Sendo assim, o questionário proposto neste trabalho tem como base estas referências citadas.

A questão um do questionário aplicado faz menção a ter conhecimento sobre consciência ambiental e desenvolvimento sustentável. Nos primeiros anos do ensino médio 49% dos alunos entendem o que é consciência ambiental e desenvolvimento sustentável. Para o segundo ano do ensino médio o quadro é de 56,96%. No terceiro ano se tem 69,94%. Percebe-se então que os níveis de conhecimento sobre estes assuntos aumentam conforme o nível de estudo no ensino médio.

Totalizando o ensino médio para a questão consciência ambiental e desenvolvimento sustentável, 56,94% dos alunos demonstraram conhecer a importância deste tema.

Figura 4 – Porcentagem de conhecimento a respeito do Desenvolvimento Sustentável e Consciência Ambiental.

Foi possível observar que 53,37% dos alunos, se preocupam em reduzir sua produção de resíduos, que evitam sacolas plásticas e a compra de produtos com excesso de embalagens.

Figura 5 – Indivíduos que Procuram reduzir os resíduos.

Copam (2006) menciona que, um dos grandes problemas do aumento da produção de resíduos tem relação com o exagero que as pessoas cometem ao estocarem grandes quantidades de sacolas em casa, sem procurar reutilizá-las, além de que o plástico demora mais de cem anos para se decompor na natureza.

Outra questão analisada foi referente à separação do lixo reciclável, sendo que 69,60% dos alunos do ensino médio realizam a separação. Portanto, segundo pesquisa feita com o D.A.M.A. (Departamento de Agricultura e Meio Ambiente do Município de Astorga – Pr) e a verificação do plano de gerenciamento de resíduos sólidos do município, este dado não condiz com a realidade, tendo que somente 7% do lixo total gerado no município é separado e coletado pela ASSEPAR (Associação de separadores para a Reciclagem).

Figura 6 – Porcentagem de pessoas que fazem Coleta Seletiva.

Portanto este dado não se enquadra com o que realmente ocorre no município, sendo que, ou os alunos não foram verdadeiros ou este lixo reciclável não está chegando até os coletores da ASSEPAR. Este dado é passível de ser analisado pelo município e também abre portas para futuras pesquisas neste contexto.

Possaimai e Bertolini (2005) mencionam que outra questão a ser discutida é que normalmente, as pessoas não se preocupam com a quantidade de água gasta para escovar os dentes, tomar banho ou lavar a louça ou o carro. A maioria não tem consciência de que seu comportamento é capaz de acarretar graves problemas ambientais.

Sendo que neste estudo foi feita a seguinte pergunta aos alunos, “Em relação à água potável, você acha que pode acabar?”, a maior porcentagem de negação a esta pergunta foi encontrada no segundo ano do ensino médio 22,13% dos alunos acreditam nesta assertiva.

Figura 7 – Porcentagem de pessoas que afirmam que a água potável pode acabar.

Tem-se então um número razoavelmente grande de alunos que consideram que a água potável não pode acabar causando grande preocupação, pois esta é uma questão fundamental para a sobrevivência das futuras gerações. Então, esta questão merece destaque especial, pois se trata de um problema social muito divulgado pela mídia e meios de comunicação aos quais os alunos não estão tendo acesso ou não se importam em saber da questão.

Pautando ainda nesta questão da água, 74,28% dos alunos afirmam que economizam água, não deixando torneiras abertas, preocupando – se na lavagem de carro, banhos demorados, entre outros.

Figura 8 – Porcentagem de pessoas que afirmam economizarem água.

No que se refere à questão aplicada, “Se é possível que crescimento econômico e industrial ande junto com o desenvolvimento ambiental?”, aproximadamente sessenta e seis por cento (66,29%) dos alunos afirmam que esta é uma proposição verdadeira.

Já na questão sete, 66,43% dos alunos afirmam não conhecerem nenhuma ONG ligada às questões ambientais. E somente 21,59 % dos alunos participam de alguma comunidade do Orkut relacionada ao meio ambiente, questão dez do questionário.

 Atualmente muitas pessoas percebem quão bom é ter uma consciência ecológica e ter a possibilidade de exercer cidadania, assim como denunciar crimes ambientais, porém não o fazem (MONTEIRO, 2011).

 Desse modo, no ensino médio do colégio estudado 91,47% dos alunos nunca fizeram denúncias sobre problemas ambientais.

Temos como embasamento a esta pergunta duas vertentes, a primeira de que realmente existem poucos crimes ambientais no município e a outro que os alunos entrevistados, todo o ensino médio desta instituição, não se preocupam com estes problemas e não os percebem.

Figura 9 – Porcentagem de denúncia de Crime Ambiental.

Segundo o Departamento de Agricultura e Meio Ambiente do município que afirma ocorrer sim vários crimes ambientais de pequeno porte, como destinação incorreta de resíduos hospitalares, tecidos, e fármacos, o que foi observado também pela pesquisadora a campo no aterro controlado do município. Sendo assim se chega a conclusão que a segunda vertente está correta, de que os alunos não se preocupam em analisar estes pontos pelo município, tendo que ser trabalhado mais esta questão com os mesmos.

Finalizando, 43,05% dos alunos entrevistados não conhecem nenhum projeto que envolva a proteção do meio ambiente no município.

Nesse sentido, baseado nestes dados, e nos autores Geysler Rogis Flor Bertolini e Osmar Possamai, pode-se descrever o grau de consciência ambiental dos alunos dos três anos do ensino médio (primeiro, segundo e terceiro ano).

Os cálculos para se chegar ao grau de consciência ambiental foram feitos da seguinte forma, baseados nos autores mencionados acima, somou-se os números de respostas sim dada pelos alunos de cada ano , dividiu-se pela quantidade de questão do questionário (10) e fez-se regra de três com a quantidade total de alunos por série a cem por cento com a quantidade de sim a X, chegando ao resultando. Como demonstrado abaixo.

Para os primeiros anos teve-se:

1.499 (total de sim) / 10 (questões) = 149,90

300 (Total de alunos entrevistados no primeiro ano)            ---    100 %

149,90 (total de sim / por 10) ---      X

                           X = 49,96%

Para os segundos anos:

1.220 (total de sim) / 10 (questões) = 122

244 (Total de alunos do segundo ano)           ---    100 %

122 (total de sim / por 10)                ---      X

                           X = 50 %   

Para os terceiros anos:

967 (total de sim) / 10 (questões) = 96,7

183 (Total de alunos do terceiro ano)           ---    100 %

96,7  (total de sim / por 10)    ---      X

                           X = 52,84 %          

Conclui-se então que, através desta classificação que foi elaborada pela autora com base nos autores Possamai e Bertolini, os alunos do ensino médio, no ano de 2011, tem de pouco a potencias traços de consciência ambiental.

Tabela 1 – Tabela que classifica em porcentagem o grau de consciência ambiental da população estudada neste trabalho.

Sendo que os primeiros e segundos anos do ensino médio da escola pesquisada encontram-se na classificação de poucos traços de consciência ambiental, enquanto os terceiros anos têm potenciais traços de consciência ambiental, conforme verificado pelos cálculos e tabela.

Tabela 2 – Tabela que classifica em porcentagem o grau de consciência ambiental dos três anos do ensino médio do colégio estadual da rede pública do município de Astorga.

Também se observou que 56,94% dos alunos do ensino médio do colégio escolhido sabem o que é consciência ambiental e educação ambiental, 53,37% procuram reduzir resíduos, porém ainda grande parte dos alunos demonstraram não dar a devida importância as questões ambientais, não denunciando crimes ambientais e não fazendo a separação do lixo em suas casas, conforme demonstra a análise dos questionários e a pesquisa feita junto aos funcionários no departamento de meio ambiente do município.

4.3. Ciclo de palestras realizadas para a conscientização ambiental dos alunos e população de Astorga – PR

Diante de uma prévia análise dos dados obtidos pelos questionários aplicados demonstrando as condições de consciência ambiental dos alunos do ensino médio da rede pública do município foi realizada uma reunião com o conselho municipal de meio ambiente do município de Astorga.  Neste evento, foi proposto um trabalho com os alunos e a população do município sobre a questão ambiental.

Sendo assim, a Prefeitura Municipal de Astorga, através do Departamento de Agricultura e Meio Ambiente e com o auxilio da graduanda Lauany Pugina Silva promoveu uma semana de educação ambiental, que teve como objetivo, propor uma reflexão mais cuidadosa das atitudes em prol da preservação da vida no planeta.

De acordo com Costa (2005) a Educação Ambiental é um processo de aprendizagem e comunicação de problemas que relacionam à interação dos homens com a natureza. É o instrumento de formação de uma consciência ambiental por meio do conhecimento e da reflexão sobre sua realidade.

No entanto, Reigota (1994) também considera que a Educação Ambiental acima de tudo como uma educação política, que prepara o cidadão para a reivindicação de justiça social e de ética nas relações do homem com a natureza.

Durante uma semana foi realizado uma programação que incluiu palestras, voltadas para o Ensino Médio da rede pública e privada, palestras para a população na casa da cultura do município, caminhada ecológica e plantio de árvores para recomposição de mata ciliar em nascentes. As atividades envolveram cerca de 2000 pessoas, entre elas, crianças, jovens e adultos.

Tristão (2004) salienta que uma das formas de começar a mudar o cenário do futuro dos nossos filhos e netos é começar a trabalhar com a Educação Ambiental, com o intuito de formar cidadãos conscientes dos valores ambientais. Todos já sabem e concordam que a educação ambiental é um instrumento poderoso e capaz de fornecer as condições necessárias para que sejam estabelecidas novas relações humanas com o meio ambiente.

A programação foi composta por abertura da semana com a caminhada ecológica realizada com a população (crianças, jovens e adultos), juntamente com a EMATER e SODEMA na propriedade de Nilton Vituriano Gouveia, na Água Pimpinella em Astorga.

As ações realizadas durante toda a semana deram oportunidade aos participantes de conhecer e aprofundar-se nos projetos e programas realizados pelo município, e também de conhecer a importância de realizar a coleta seletiva e preservar o meio ambiente.

As palestras abordaram a disposição final dos resíduos no município, da importância da coleta seletiva e dos programas realizados pelo município em prol do meio ambiente, responsabilidades sócio–ambientais, que envolveram trabalhos desenvolvidos pelo Departamento de Agricultura e Meio Ambiente e os mananciais do município. Essas palestras foram realizadas com os alunos de ensino médio na Escola Estadual Egídio Balarotti, no distrito de Santa Zélia, no Colégio Estadual Governador Adolpho de Oliveira Franco e no Colégio Geração, no Município de Astorga.

Os plantios de mudas nativas foram realizados em uma área rural próxima ao município pelos alunos da 8ª série do ensino fundamental da Escola Estadual Serafim França.

A palestra sobre a nova lei de resíduos sólidos e questões de reciclagem ministradas pelo diretor regional do Instituto Ambiental do Paraná (Gilberto Sentinelli) foi realizada para a população.

Finalizando, a semana de educação ambiental produziu efeitos satisfatórios, pois foi possível observar interesse e entusiasmo pelos convidados sobre os assuntos explanados no evento.

5. CONSLUSÕES

Conclui-se então que, através da classificação elaborada pela autora com base nos autores Bertolini e Possamai, os alunos do ensino médio, no ano de 2011, tem de pouco a potencias traços de consciência ambiental.

Também se observou que parte dos alunos do ensino médio do colégio escolhido sabem o que é consciência ambiental e educação ambiental, procuram reduzir resíduos, separam seus lixos, porém a maioria demonstrou não dar a devida importância as questões ambientais, conforme demonstra a análise dos questionários tendo assim que ser trabalhada mais a parte de educação ambiental com os alunos e a população de Astorga – Pr.

Com estes dados em mãos foi possível demonstrar ao conselho municipal do meio ambiente a necessidade de um trabalho sobre a educação ambiental no município.

Pequenas ações como esta podem mudar o conceito de uma população sobre a importância dos cuidados que precisamos ter com o meio ambiente, transformando assim o município.

Sendo assim, se sugere aos demais municípios, do estado e porque não do país, a seguirem esta aplicação de avaliação da consciência ambiental.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BUTZKE, I.C. et al. Sugestão de indicadores para avaliação do desempenho das atividades educativas do sistema de gestão ambiental – SGA da Universidade Regional de Blumenau – FURB. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental. Rio Grande, v. Esp. abr./maio/jun. 2001.

CASCINO, F.. Educação Ambiental: princípios, história, formação de professores. São Paulo: SENAC, 1999.

CHAGAS, A. T. R.. O questionário na Pesquisa Científica. Revista de Administração FECAP: Revista Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, São Paulo, v.1, n.1, 2000.

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COSTA, M. V.O currículo nos limiares do contemporâneo. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.

DIAS, G. F. Atividades Interdisciplinares de educação ambiental. São Paulo: Gaia, 1994.

DIAS, G. F.. Educação Ambiental: princípios e práticas. 8. ed. São Paulo: Gaia, 2003.

EFFTING, T. R.. Educação Ambiental nas Escolas Públicas: Realidade e Desafios. Marechal Cândido Rondon, 2007. Monografia (Pós Graduação em “Latu Sensu” Planejamento Para o Desenvolvimento Sustentável) – Centro de Ciências Agrárias, Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus de Marechal Cândido Rondon, 2007.

FIGUEIREDO, P. J. M. A sociedade do lixo: os resíduos, a questão energética e a crise ambiental. São Paulo: UNIMEP, 1995.

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SOARES, F.J..  Avaliando a dimensão ambiental na educação: um estudo com alunos do ensino fundamental de Ivoti, RS. 2005. 80f.  Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciência e Matemática) Universidade Luterana do Brasil, Rio Grande do Sul, 2005.

TRISTAO, Martha.  Educação Ambiental: a educação indispensável na formação de professores. São Paulo: Annablume, 2004.

Por Lauany Pugina Silva e Edneia A. de Souza Paccola


Publicado por: Lauany Pugina Silva Valdo

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