ASPECTOS QUÍMICOS E FARMACOLÓGICOS DA POLPA E ÓLEO DO FRUTO DO BURITI (Mauritia flexuosa L.)

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1. RESUMO

O buriti (Mauritia flexuosa L. f) é uma palmeira da família Arecacea, predominantes de regiões alagadas e arenosas denominadas de veredas. Este trabalho teve como objetivo descrever sobre os componentes químicos e farmacológicos da polpa e do óleo do buriti. A palmeira do buriti tem varias utilizações, sendo os troncos utilizados na construção de pontes, as folhas na cobertura de casas e na produção de artesanatos, a polpa e o óleo extraído dela também são utilizados tanto pela indústria quanto pela população ribeirinha, como alimentos, tratamento de algumas doenças e na produção de cosméticos, pois possui altas concentrações de vitamina A além de outros nutrientes. Apesar das inúmeras utilizações desta palmeia e de seu fruto, quase não se possui estudo relacionados aos seus componentes.

Palavras-chaves: buriti, Mauritia flexuosa L. f, polpa de buriti, óleo de buriti.

ABSTRACT

The Buriti (Mauritia flexuosa L. f) is a palm family Arecacea predominant floodplain forests and sandy named paths. This study aimed to describe on about chemical and pharmacological components of pulp and oil buriti. The Buriti palm tree has several uses, It is the logs used in the construction of bridges, the leaves in the homes of coverage and the production of handicrafts, the pulp and the oil extracted from it are also used by both the industry and the local population, as food, Treatment of some diseases and the production of cosmetics, because it has high concentrations of vitamin A and other nutrients, Despite the numerous uses of this palm tree and its fruit almost do not have study related to its components.

Keywords: buriti, Mauritia flexuosa L. f, pulp Buriti, Oil Buriti.

2. INTRODUÇÃO

O buriti (Mauritia flexuosa L. f.) que em algumas regiões também é conhecido como miriti, coqueiro-buriti, muriti, muritim, crandáguaçue palmeira-dos-brejos (BATISTA et al., 2012) é uma palmeira da família Arecacea, que vegeta nas regiões alagadas e úmidas do Centro, Norte e Nordeste do Brasil. Nos cerrados, a palmeira do buriti se encontra em regiões baixas e úmidas, que popularmente são conhecidas como veredas. Sua importância é ornamental e estratégica, se tratando da preservação da fauna, já que seus frutos são fonte de alimentos para diversas aves e mamíferos. O fruto também tem uma grande utilização no preparo de doces, geléias e na extração de óleo que é rico em vitamina A (SPERA; CUNHA;TEIXEIRA, 2000).

Segundo Ferreira (2005) esta palmeira tem como origem a região amazônica possuindo uma ampla distribuição na mesma. No Brasil ela ocorre nos estados do Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Piauí, Roraima, São Paulo, Tocantins e Rondônia, embora também ocorra em outros países como Bolívia, Guianas, Colômbia, Venezuela, Trinidad, Equador e Peru.

O buriti pode chegar a 30 metros de altura, o que faz com que ele se sobressaia na vegetação, formando o dossel da floresta. Os ribeirinhos utilizam essa palmeira de diversas formas. Sendo os troncos utilizados na construção de pontes, as folhas na cobertura de casas, e as fibras na confecção de diversos utensílios, principalmente o artesanato (SANTOS; COELHO-FERREIRA, 2012). A população de baixa renda utiliza o fruto como fonte de alimento, devido aos seus valores nutricionais adequados, entre eles estão o carotenóide e o ácido ascórbico (LIMA et al., 2009).

De acordo com Batista et al. (2012), a composição química e farmacêutica presente no óleo do buriti extraído da polpa dos frutos desperta um grande interesse.O buriti possui várias utilizações, que vai desde a indústria na produção de diversos produtos, como creme, hidratante e biodiesel,até a utilização pelos ribeirinhos na construção de pontes e casas, além da produção de artesanato, doces, geléias, vinhos, protetor solar natural e antifúngico natural. Diante desta afirmação, justifica-se a elaboração deste estudo, o qual se fundamenta em descrever os aspectos químicos e farmacológico da polpa e óleo do buriti.

3. OBJETIVOS

3.1. OBJETIVO GERAL

Abordar os aspectos químicos e farmacológicos do buriti (Mauritia flexuoso L.).

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Descrever as principais características e componentes presentes na polpa e no óleo do buriti

Discorrer sobre as ações terapêuticas e respectiva eficácia.

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1. O BURITI

O buriti recebe nomes populares diferentes dependendo da região, nomes como miriti, muriti, palmeira-do-brejo entre outros. Para facilitar a comunicação entre os cientistas foi dado ao buriti um nome cientifica, pois independente do nome popular ele sempre terá o mesmo nome cientifico, que deverá ser escrito em latim. O nome científico dado ao buriti é Mauritia flexuosaL. f. Conforme sua classificação taxonômica apresentado na tabela 1(SAMPAIO, 2011).

Tabela 1 - Classificação Taxonômica do Buriti

Categoria

Classificação taxonômica

Reino

Plantae

Classe

Equisetopsida C. Agardh

Subclasse

Magnoliidae Novák ex Takht

Ordem

Arecales Bromhead

Família

Arecaceae Bercht

Gênero

Mauritia L. f..

Espécie

Mauritia flexuosa L. f.

Fonte: Carvalho, (2012)

O buriti é predominante de solos com muita areia, muita água, regiões de florestas abertas, que são inundadas periodicamente por igarapés da região. Também é comum encontrá-la em regiões alagadas às margens de rodovias estendidas por toda região amazônica, isso ocorre devido ao buriti possuir um mecanismo de dispersão muito grande que ocorre principalmente pela água, ocasionando assim extensas populações de buritizais (CARVALHO, 2011) 3.2

4.2. CARACTERÍSTICAS DA PLANTA

4.2.1. DESCRIÇÃO DA PLANTA

O buriti (Mauritia flexuosa L. f.) é uma palmeira que possui apenas um caule e produz flores masculinas e femininas em pés diferentes, sua altura varia de 2,8 a 35 metros (m) de altura, o caule é liso e tem de 23 a 50 centímetros (cm) de diâmetro (FERREIRA, 2005). As folhas são do tipo costa palmadas, é limitada a uma coroa que ocupa o ápice disposta em leque, tendo em média de três a cinco metros de comprimento e de dois a três de largura, contêm segmentos até próxima a porção da base e possui em torno de 200 segmentos foliares sendo eles esticados ou pendidos (figura 1) (PASSOS; MENDONÇA, 2006).


Figura 1 – Palmeira de Mauritia flexuosa L. f.

Fonte: Sampaio, (2011)

De acordo com Ferreira (2005) o buriti floresce de abril a agosto e nove meses depois se tem o fruto, a produção é anual e ocorrem em indivíduos femininos, porém a mesma palmeira só floresce e produzem frutos a cada dois anos, geralmente no fim do período chuvoso. O numero de cachos que cada pé produz por ano varia de 5 a 7, possuindo em media de 400 a 500 frutos.

De modo geral, para as populações da América do Sul essa espécie possui uma importância antropológica, ornamental e econômica muito bem definida. Em sociedades indígenas e extrativistas da Amazônia produto obtido a partir do buriti tem um uso vasto, possui também uso comercial em cidades do norte a nordeste do Brasil (AFONSO, 2013).

Conforme Pio (2010) na linguagem indígena buriti tem o significado de “a árvore que emite líquido” ou “a árvore da vida”, eles a consideram sagrada, pois dela se podem fazer tudo que é necessário para sobreviver: alimentos, casas e objetos. No campo, por se utilizar várias partes da planta, o buriti ocupa um lugar de destaque. Do fruto extrai-se a polpa que é utilizada na produção de vinho, sorvetes e doces.

O óleo utilizado em cosméticos, culinária e combustível, já a semente em confecções de botões e adornos. Das folhas já adultas, faz-se a cobertura de casas e tipitis (Instrumento utilizado para escorrer e secar mandioca ralada), do pecíolo são fabricados móveis e utensílios, das folhas novas são extraídos fibras e cordas para produção de cestos, redes, esteiras e bolsas (AFONSO, 2013).

4.2.2. UTILIZAÇÕES

CAULE E FOLHA

O caule é utilizado na fabricação de vinho não fermentado, na produção de adubo, construções de casas, muros, pontes, e em algumas tribos indígenas é utilizado como tronco para a corrida de toras (SAMPAIO; CARRAZZA, 2012). É utilizado nas construções de pontes devido as suas propriedades flutuantes, como balsa para transportar madeira nos rios. Nesse caso, geralmente, escolhidos os buritizeiros masculinos. Os estipes de buritizeiros apodrecidos na água que são desenvolvidos os turus. Os mesmos são grandes larvas que contem um alto valor protéico, além de serem servidos crus ou cozidos (CYMERYS; FERNANDES; RIGAMONTE-AZEVEDO, [2015]).

As folhas novas (ainda fechadas, conhecidas como “olhos”): são utilizadas na produção de cintos, bolsas, corda, cestas, esteiras, sandálias, chapéus, redes e capas de agendas. Na Região de Bragança, no Pará, são extraídas muitas folhas para fazer as sogas do tabaco. São utilizadas também como adubo orgânico. Já as folhas adultas são muito usadas para tecer tipiti (ou tipiti, que é um utensílio utilizado para espremer a massa da mandioca para a produção da farinha), paneiros cestos, artesanatos em geral, cobertura de telhados, parede, balanços, vassouras e artesanatos. No passado, os índios Tupinambás costumavam ferver as folhas para obter um pó de cor castanha que era utilizado como sal. Já os talos das folhas do são mais procurados para fazer “papagaios” (pipas) (CYMERYS; FERNANDES; RIGAMONTE-AZEVEDO, [2015]).

O Pecíolo (ou “braço”): fornece material leve e macio utilizado em artesanatos, pois contem uma parte interna esponjosa utilizada na produção de brinquedos, papel higiênico, rolha de garrafa e gaiola de passarinho (CYMERYS; FERNANDES; RIGAMONTE-AZEVEDO, [2015]). Também é utilizado na produção de cadeira, cama, mesa, banco, portas, estante, paredes, forro do telhado, balsas, rabeca de buriti, pequenas caixas para embalar o doce de buriti, cestos e artesanatos em geral (SAMPAIO; CARRAZZA, 2012).

A seda e utilizada para produzir fio de costura, redes, tecidos, toalha de mesa, corda, jogo americano, capa de chuva e artesanatos de capim-dourado (SAMPAIO; CARRAZZA, 2012).

FRUTO

O fruto do buriti (figura 2) possui uma forma que vai de elíptica a oval, envolvido por um pericarpo (casca), contendo escamas triangulares e de cor castanho-avermelhadas. O mesocarpo (massa) é fino e a cor varia do amarelo ao alaranjado, muito carnoso e oleoso. O endocarpo (bucha) é constituído por um tecido esponjoso, delgado, que vai do branco ao amarelado, possuindo um alto teor de celulose e baixa densidade. O endosperma (semente) é muito duro, de formato ovóide, possuindo em média 2,5 cm de tamanho, o que ocupa a maior parte do volume do fruto. A polpa possui 20vezes mais vitamina A que a cenoura, alimento que é uma fonte reconhecida desta vitamina (SAMPAIO; CARRAZZA, 2012).


Figura 2 – Fruto do buriti (Mauritia flexuosa L. f)

Fonte: Natuflor, (2012)

Os frutos variam de tamanho, cor e formato, e devido a várias utilizações pode ser comercializado por diferentes denominações. Independentemente da morfologia, a polpa contém altas concentrações de vitamina A e carotenóides. Também pode ser utilizado em preparações alimentares o que previne, por exemplo, a xeroftalmia (doença caracterizada pela não produção de lágrimas e por dificuldades de visão, principalmente durante a noite). É rico em óleo vegetal o que permiti ser aproveitado de diferentes maneiras nas indústrias (BARBOSA; LIMA; JUNIOR, 2010).

4.3. COMPONENTES DA POLPA

Quando se trata do uso na alimentação, a polpa do buriti possui uma das principais fontes de pró-vitamina A encontradas na biodiversidade brasileira. De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil, o buriti contém 4104 microgramas de retinol a cada 100g de polpa (AFONSO, 2013). Além da grande quantidade de pró-vitamina A, o buriti também é uma boa fonte de cálcio, ferro, lipídios e fibras, como observado na tabela 2 (MARTINS; SANTELLI; FILGUEIRAS, 2006).

De acordo com Santana e Jesus (2012), a polpa do buriti possui quantidades importantes de ácido ascórbico e polifenóis, podendo ser utilizada na prevenção de várias doenças que aparecem com o estresse oxidativo, a quantidade de β-caroteno é superior a que se encontra na couve e cenoura. A parte lipídica é composta na maior parte por tocoferol e óleos que predominam ácidos graxos, sendo eles o oléico, ômega-9 e palmítico.

A polpa do buriti (figura 3) é muito apreciada e depois da fermentação obtêm-se vinho de buriti, que geralmente é consumido com açúcar e farinha de mandioca (FERREIRA, 2005). Também pode ser consumida in natura ou pode ser utilizada na produção de doces, sucos, comportas, cremes, sorvete e em lascas desidratadas (AFONSO, 2013).


Figura 3 - Polpa do fruto de buriti in natura

Fonte: Natuflor, (2012)

4.4. ÓLEOS EXTRAÍDOS DA POLPA DO BURITI

O óleo do buriti possui sabor e aroma agradáveis, assim como a polpa também possui um grande potencial de pró-vitamina A, devido a isso pode ser aplicado de inúmeras formas na indústria de produtos alimentícios, tais como corante natural de queijos, margarinas e algumas massas alimentícias. Devido à cor avermelhada que o óleo possui, também pode ser utilizado como envernizastes de peles e couros. É usado como remédio energético e recomendado como vermífugo (FERREIRA, 2005).

Segundo Sampaio (2011) a retirada do óleo da polpa do buriti pode ser realizada de várias formas, sendo que a forma mais utilizada é colocar o conjunto massa e casca do fruto, em um tacho adicionar água e levar ao fogão a lenha para ferver, como observado na figura 4.

Deve-se usar a casca, pois ela tem uma pequena quantidade de óleo, e também é uma maneira de aproveitar essa parte do fruto. Para cada 10 kg de massa são produzido entre 1 e 2 litros de óleo. O óleo deve ser armazenado em vidros escuros bem fechados para que suas propriedades sejam mantidas por mais tempo (SAMPAIO, 2011).


Figura 4 – Polpa de buriti sendo fervida para obtenção do óleo

Fonte: Sampaio, (2011)

4.5. ACÕES MEDICINAIS

São encontrados na composição química do óleo do buriti (Mauritia flexuosa L.), ácidos graxos, palmíticos, oléicos, carotenóides e ácido ascórbico. Devido a essas qualidades químicas apresentadas, essa planta vem sendo utilizada como alimento pela população, além de ser utilizada como utensílio. O interesse em suas utilidades medicinais tem gerado uma atenção especial das comunidades tradicionais. Sugerindo uma boa perspectiva na utilização deste produto como alternativa terapêutica para a cicatrização (BARROS et al., 2014).

O óleo extraído é composto basicamente de carotenóides (β-caroteno) e tocoferol, ácidos graxos predominando o palmítico, oléico e antioxidante. Contem uma das principais fontes de provitamina A, encontrada na biodiversidade brasileira. São encontrados também na polpa do fruto vitaminas do complexo B (B1, B2 e PP). Alguns carotenóides estão associados à redução do risco de câncer e de algumas doenças crônico-degenerativas, devido à capacidade de sequestrar as formas altamente reativas de moléculas de oxigênio e desativar estruturas de radicais livres (BITAR; ALCÂNTARA, 2014).

De acordo com o Sampaio e Carrazza (2012) o óleo de buriti é muito útil na produção de óleos hidratantes e cremes, isso devido a sua atividade bactericida, possui propriedades antioxidantes e pode ser considerado um protetor solar natural, pois absorve raios ultravioletas do sol. Também e utilizado como Remédio contra mordida de cobra, cicatrização de queimaduras e machucados, problemas respiratórios como asma, pneumonia e resfriado e tratamento de xeroftalmia. O óleo de buriti, assim como outros óleos, possui uma grande quantidade de ácidos graxos insaturados.

A parte lipídica é composta na maior parte por tocoferol e óleos que predominam ácidos graxos, sendo eles o oléico, ômega-9 e palmítico, que ajudam a prevenir doenças cardiovasculares. Alem disso, contém grandes quantidades de aminoácidos sulfuradas importante para bebês que nascem prematuros e também triptofano que dá origem a niacina.Também é rica em fibras e com presença de vários minerais (SANTANA; JESUS, 2012).

5. METODOLOGIA

A escolha em realizar uma abordagem teórica por meio de levantamento de material bibliográfico para uma revisão de literatura surgiu através da necessidade de discorrer sobre o tema, devido à diversidade na utilização do buriti que é nativa em varias regiões do Brasil, e são encontradas em grandes quantidades.

A seleção de material pertinente foi realizada através do estabelecimento de palavras-chaves a fim de se usar apenas bibliografias que realmente contribuísse para a riqueza dessa revisão, assim foi utilizado para a procura do material, a saber: Buriti, Mauritia flexuosa L. f, analise físico química do buriti, óleo de do buriti e polpa do buriti.

O levantamento bibliográfico foi desenvolvido com base em material constituído por folder, livros, cartilhas, trabalhos de conclusões de curso e artigos com publicações nas bases de dados do Scientific Electronic Library Online (SCIELO), na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), no Google Acadêmico e em outras bases online disponíveis gratuitamente na Internet.

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para elaborar a discussão destes resultados foram utilizados oito artigos.

Tabela 2 - Análise Química de 100g do Fruto de Buriti

Propriedades

Teor

Energia (kcal)

145

Proteína (g)

1,8

Lipídio (g)

8,1

Carboidrato (g)

10,2

Fibra (g)

9,6

Cálcio (mg)

156

Fósforo (mg)

54

Ferro (mg)

5

Retinol (mcg)

4104

Vitamina B1 (mg)

0,03

Vitamina B2(mg)

0,23

Niacina (mg)

0,70

Vitamina C (mg)

26

Fonte: Afonso, (2013)

De acordo com a descrição na tabela 2 a polpa de buriti contem grandes quantidades de polifenóis e ácido ascórbico (vitamina C) (LAGE, 2014). Também uma das maiores quantidades de retinol ou vitamina A entre todas as plantas do mundo, vinte vezes mais que a cenoura, já as proteínas compõem apenas 11% da polpa (CYMERYS; FERNANDES; RIGOMANTE-AZEVEDO, [2015]). Além das vitaminas A, B e C, ela também possui fonte cálcio, ferro e ácidos graxos oleicos e palmíticos (BARROS et al., 2014)

A polpa e composta por varias substâncias bioativas, como aminoácidos sulfurados, carotenoides, polifenóis, triptofano, ácido ascórbico e quantidades significativas de ácidos graxos como ômega 9 (oleico). A polpa é composta por 61% de ácido oleico e antioxidantes naturais como carotenóides e tocoferol (BATISTA et al., 2012).

Tabela 3 - Composição do óleo da polpa de buriti

Ácido graxo

Teor (%)

Palmítico

19,5

Esteárico

1,8

Oléico

73,7

Linoléico

2,3

Linolênico

1,7

Saturados

21,3

Monoinsaturados

73,7

Poliinsaturados

4,0

Fonte: Martins et al., (2006)

O óleo extraído da polpa do fruto de buriti descrito na tabela 3 possui praticamente as mesmas características e componentes da polpa, composto basicamente de tocoferol, carotenoides, β-caroteno, ácido graxo com predominância do oleico, palmítico e antioxidante (SOUZA et al., [2015]).

Dentre todos eles os que se encontra em maiores concentrações são os carotenoides e β- caroteno, responsável pela cor alaranjada do óleo (VILHENA, 2013). Também possui um alto teor de ácidos graxos insaturados, semelhantes ao azeite de oliva (CARVALHO, 2011).

Tabela 4 – Ações medicinais da polpa e óleo do fruto do buriti

Utilizado no tratamento ou prevenção

Deficiência de vitamina A

Xeroftalmia

Cicatrização de feridas e queimaduras

Protetor solar

Bebes prematuro

Doenças cardiovasculares

Mordidas de cobras

Problemas respiratórios (asma, pneumonia, resfriado)

Câncer e doenças crônico-degenerativas


Devido ao potencial terapêutico atribuído ao buriti abre perspectiva no sentido de utilizá-lo como medicamento fitoterápico como demonstrado na tabela 4 (BATISTA et al., 2012) Utilizado na prevenção de algumas doenças advindas do estresse oxidativo e doenças cardiovascular. Importante também no tratamento para bebes que nascem prematuros (SANTANA; JESUS, 2012).

Utilizado no tratamento de deficiência de vitamina A, evitando algumas doenças como infecção de boca, dor de dentes, infecção nos olhos, cegueira noturna (CYMERYS; FERNANDES; RIGOMANTE-AZEVEDO, [2015]). Em queimaduras provoca alivio imediato e cicatrização rápida, é utilizado como protetor solar devido as suas propriedades fotoprotetoras (CARVALHO, 2011).

7. CONCLUSÃO

Devido à diversidade na utilização do buriti, esta palmeira se tornou muito importante para a população ribeirinha, pois atende muitas de suas necessidades. Apesar de todos os seus benefícios, sendo eles farmacológicos, alimentícios e relacionados à cosmetologia, quase não se tem estudos relacionados.

Sendo assim mais estudos deveriam ser realizados, aprofundando o conhecimento sobre todos os componentes presentes no fruto, para que não somente atendessem as necessidades dos ribeirinhos, mas também os grandes centros, podendo vir a ser tratamento para algumas doenças ou ate mesmo no combate a desnutrição, pois seus nutrientes são riquíssimos e de fácil acesso e manuseio.

8. REFERÊNCIAS

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BARROS, E. M. L et al. Estudo do creme de buriti (Mauritia flexuosa L.) no processo de cicatrização. ConScientiae Saúde, São Paulo, v.13, n. 4, 2014. Disponível em: < http://www.redalyc.org/pdf/929/92935317014.pdf >. Acesso em: 25 de setembro de 2015.

BATISTA, J. S et al. Atividade antibacteriana e cicatrizante do óleo de buriti Mauritia flexuosa L. Ciência Rural, Santa Maria, v.42, n.1, 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010384782012000100022&script=sci_abstrac t&tlng=pt>. Acesso em: 25 de setembro de 2015.

BITAR, M. J. F.; ALCÂNTARA, M. M. Extração do óleo vegetal da palmeira de buriti, mauritia flexuosa l. f., em Itumbiara. III Semana Interdisciplinar, X Seminário de Iniciação Científica e IV Semana da Família, Itumbiara, v.1, n.1, 2014. Disponível em: < http://www.anais.ueg.br/index.php/semanainterdisciplinar/article/view/4316 >. Acesso em: 25 de setembro de 2015.

CARVALHO, C. O. Comparação entre métodos de extração do óleo de Mauritia flexuosa L.f. (Arecaceae - buriti) para o uso sustentável na reserva de desenvolvimento tupé: rendimento e atividade antimicrobiana. 2011. 110 f. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia e Recursos Naturais – MBT)-Universidade do Estado do Amazonas – UEA, Manaus, 2011. Disponível em: <http://www.pos.uea.edu.br/data/area/titulado/download/27-2.pdf>. 22 de setembro de 2015.

CYMERYS, M.; NFERNANDES N. M. P; RIGOMANTE-AZEVEDO, O. C. Frutíferas e Plantas Úteis na Vida Amazônica: Buriti Mauritia flexuosa L.f. Belém, PR: Copyright, 2005. 187 - 194 p. Disponível em: < http://www.fca.unesp.br/Home/Extensao/GrupoTimbo/frutiferas.pdf>. Acesso em: 15 de abril de 2016.

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PIO, B. L. A. Comparação da Distribuição Geográfica Potencial de Buriti, Mauritia flexuosa (Araceae) Gerada por Diferentes Modelos Preditivos. 2010. 94 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia do Instituto de Ciências Biológicas)-Universidade de Brasília, Brasília, 2010. Disponível em: <http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=6636 >. Acesso em: 25 de setembro de 2015.

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Publicado por: VANIELI LELIS DE SOUZA

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