AMEAÇAS À BIODIVERSIDADE DO CERRADO E ÀS SUAS RESPECTIVAS TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO E CONSERVAÇÃO

índice

Imprimir Texto -A +A
icone de alerta

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Monografias. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

1. RESUMO

O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, por esse motivo contém fauna e flora muito diversificada, sendo assim considerado um dos hotspots mundiais de biodiversidade. Muitos são os impactos antropológicos sobre o Cerrado, tornando de suma importância trabalhos de recuperação visando à conservação do referido bioma. Este estudo teve como objetivo identificar as principais ameaças do Cerrado e elucidar suas técnicas de recuperação e conservação. Para isso, foi realizado levantamento bibliográfico com artigos de território nacional e estrangeiro, e auxílio de livros didáticos, de forma qualitativa. Os resultados indicam diferentes técnicas de recuperação e conservação para diferentes formas de ameaça, em alguns casos a mesma técnica pode ser aplicada para outros impactos ambientais. Chegou-se à conclusão de que análises e monitoramentos visando coordenar e explicar essas técnicas são de grande valia. Ademais, torna-se necessário elaborar conceitos para termos no modo adequado, a fim de facilitar o processo adotado na área a ser trabalhada e auxiliar a comunicação.

Palavras-chave: Cerrado brasileiro; Conservação; Biodiversidade; Recuperação.

ABSTRACT

The Cerrado is the second largest biome in South America, therefore it contains very diverse fauna and flora and is considered one of the world's biodiversity hotspots. There are many anthropological impacts on the Cerrado, making recovery work aimed at the conservation of this biome extremely important. This study aimed to identify the main threats of the Cerrado and elucidate its recovery and conservation techniques. For this, a bibliographical survey was carried out with articles from national and foreign territory, and assistance of textbooks, qualitatively. The results indicate different recovery and conservation techniques for different forms of threat, in some cases the same technique can be applied to other environmental impacts. It was concluded that analyzes and monitoring to coordinate and explain these techniques are of great value. In addition, it is necessary to elaborate concepts for terms in the appropriate way, in order to facilitate the process adopted in the area to be worked and to aid communication.

Key-words: Brazilian Cerrado; Conservation; Biodiversity; Recovery.

2. INTRODUÇÃO

O bioma Cerrado é determinado pela presença de inverno seco e verão chuvoso com vegetação de fisionomias que englobam formações florestais, savânicas e campestres. É o segundo maior bioma da América do Sul e característico da região centro-oeste e sudeste do país, além de ser considerado um dos hotspots mundiais de biodiversidade - determinado pelo alto grau de espécies vegetais endêmicas e alto grau de ameaça proveniente da expansão urbana (MYERS et al., 2000). O Cerrado possui mais de 7.000 espécies de plantas que constituem a sua flora (MENDONÇA et al., 1998). Possui uma riqueza muito diversificada de espécies de aves, peixes, répteis, anfíbios e insetos - mesmo que os últimos registros apontem uma riqueza de mamíferos relativamente pequena.

As modificações ocorridas no Cerrado trazem grandes danos ambientais, entre eles a fragmentação de habitats, extinção da biodiversidade, invasão de espécies exóticas, erosão dos solos, degradação de ecossistemas e possivelmente modificações climáticas. Por isso o presente estudo se mostra crucial para compreender o real status do referido bioma e entender suas carências a fim de propor técnicas de recuperação e conservação já empregadas, e até mesmo oferecer subsídios para futuros trabalhos a fim de torna-los mais eficazes quanto as formas de manejo.

Frente a tantas devastações, sejam elas naturais ou de caráter antropológico, existe a necessidade de uma maior atenção ao Cerrado. Segundo os últimos dados levantados, as taxas de desmatamento no Cerrado têm sido superiores às da floresta Amazônica. No entanto, o esforço de conservação envolvido têm sido inferior ao da Amazônia. Diversas espécies animais e vegetais estão ameaçadas de extinção e, conforme Klink e Machado (2005), estima-se que 20% das espécies ameaçadas ou endêmicas não ocorram nas áreas legalmente protegidas.

Este trabalho propõe, como objetivo geral, identificar as ameaças à biodiversidade e os meios de recuperação e conservação para o bioma Cerrado. Dessa forma, caracterizar o referido bioma, identificar as principais ameaças e as técnicas adotadas para recuperação e conservação do Cerrado são os objetivos específicos.

Esta pesquisa constitui-se em levantamento bibliográfico. O mesmo, também conhecido como pesquisa bibliográfica ou pesquisa de fontes secundárias é um levantamento de bibliografias já publicadas podendo ser na forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita. Para a pesquisa desse trabalho foram acessadas bases de dados Scielo e Google Acadêmico. Nessas bases foram pesquisados artigos científicos publicados no período de 18 anos (1992-2016), em abordagem qualitativa (MARKONI; LAKATOS, 2007).

Como critério de inclusão foram usadas as seguintes palavras-chave: Cerrado brasileiro, ameaças a biodiversidade, biodiversidade do Cerrado, biologia da conservação, manejo e conservação no Cerrado brasileiro, comunidades vegetais, agricultura no Cerrado e fitofisionomias do Cerrado brasileiro. Foram utilizados 34 materiais bibliográficos nacionais e 4 artigos de território americano disponíveis em texto completo online. Após elencados os referidos autores, foi dado início ao fichamento de suas obras para que fossem registradas informações específicas.

3. O CERRADO

Mesmo que, atualmente, o Cerrado seja considerado uma savana, Ribeiro e Walter (2008) determinam a presença de vegetação com fitofisionomias que englobam não só formações savânicas, mas também formações florestais e campestres. A presença de espécies arbóreas onde há formação de dossel, seja ele contínuo ou não, configura o termo “floresta”. O termo “savana” diz respeito a áreas com árvores e arbustos espaçados, presentes em um estrato formado por gramíneas. O termo “campo” refere-se a áreas com predomínio de espécies herbáceas e arbustivas, com carência de árvores na configuração de sua paisagem (RIBEIRO; WALTER, 2008). De acordo com Coutinho (2006), o Cerrado deve ser tratado como domínio por apresentar distintos biomas, ou seja, o mesmo possui diferenças entre seus ecossistemas que vão muito além das fitofisionomias.

O Cerrado é considerado o segundo maior bioma da América do Sul em área e um dos 34 hotspots mundiais para conservação da biodiversidade (MITTERMEIER et al., 2004). Segundo Myers et al. (2000), o conceito de hotspots baseia-se em dois critérios: grau de endemismo e grau de ameaça. O primeiro critério é analisado através do endemismo de plantas, já que estas abrigam e sustentam outras formas de vida. O segundo critério - a ameaça - é explicada pela expansão do ambiente natural transformado.

Conforme Ribeiro e Walter (2008) apontam, são estabelecidos três diferentes significados para a palavra “cerrado”. O primeiro é escrito no singular e com letra maiúscula, e diz respeito ao bioma predominante no Brasil central. O segundo significado inclui as formações e tipos de vegetação do referido bioma, desde Cerradão até o Campo Limpo, é chamada também de “Cerrado sentido amplo” (latu sensu), além desse termo reunir as formações savânicas e campestres do bioma. O terceiro significado é voltado para o “Cerrado sentido restrito” (strictu sensu), sendo ele definido pela sua composição florística e pela fisionomia.

3.1. Distribuição geográfica

O Cerrado abrange porções nos estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Amazonas, Tocantins, Piauí, Maranhão, Ceará, Amapá e Roraima, além do Distrito Federal (RIBEIRO; WALTER, 2008). Figura 1.

Figura 1 – A distribuição do Cerrado pelo Brasil. A área de cor verde expressa a localização do bioma pelo país.


Fonte:
Ribeiro e Walter (2008).

3.2. Fitofisionomias do Cerrado

Padronizar nomenclaturas para os tipos fitofisionômicos do Cerrado não tem sido tarefa fácil. Conforme Ribeiro e Walter (1998), diferentes autores utilizam critérios e escalas baseadas em princípios e origens distintas para nominar toda a fitofisionomia encontrada na região do Cerrado. Walter (2006) revisou os conceitos de fitofisionomia e avaliou as nomenclaturas utilizadas a partir do século XVIII. Como resultado, chegou-se a uma lista de 774 termos e expressões.

Quatrocentos e trinta e oito, 480 ou 774 são números excessivamente altos para os nomes empregados no Cerrado e que obscurecem o entendimento da vegetação, com consequências nas políticas e práticas de conservação. Nomes servem para a comunicação e devem ser tão claros e sucintos quanto possíveis, para que os usuários realmente façam uso deles (WALTER, 2006, p. 389).

Os critérios adotados para descrever os tipos de fitofisionomia apresentados neste trabalho serão os mesmos utilizados por Ribeiro e Walter (1998), no qual é baseado na fisionomia (definida pela estrutura, forma de crescimento dominante e mudanças estacionais) e é considerado os aspectos do ambiente e da composição florística.

São descritos onze tipos de fitofisionomias, inserido em formações florestais (Mata Ciliar, Mata de Galeria, Mata Seca e Cerradão), savânicas (Cerrado sentido restrito, Parque de Cerrado, Palmeiral e Vereda) e campestres (Campo Sujo, Campo Rupestre e Campo Limpo), sendo que muitos desses citados ainda apresentam subtipos (RIBEIRO et al., 1998).

3.2.1. Fitofisionomias de formação florestal

A vegetação que se estende por rios da região do Cerrado é denominada Mata Ciliar. Essa vegetação é estreita em ambas as margens e a largura delas, em geral, é proporcional a do leito do rio, contudo, em áreas planas, a largura é maior (RIBEIRO; WALTER, 1998). Conforme Durigan e Silveira (1999) ressaltam, a Mata Ciliar traz inúmeros benefícios, tanto em aspectos bióticos, quanto em aspectos abióticos. Estas florestas auxiliam na manutenção do fluxo gênico de espécies animais que habitam faixas ciliares, além de desempenhar importantes funções hidrológicas, tais como: filtrar nutrientes, controle de produtos químicos e proteger as ribanceiras de erosões (DURIGAN; SILVEIRA, 1999). A Mata Ciliar ganha aspecto semidecíduo, afinal algumas de suas espécies típicas são caducifólias e outras de característica perene (RIBEIRO; WALTER, 1998).

Ribeiro e Walter (1998), destacam que a Mata de Galeria diferencia-se da Mata Ciliar por apresentar sempre aspecto perene. Segundo Felfili e Oliveira (2005), isso se deve pelo lençol freático ficar muito próximo à superfície, assim a vegetação não sofre com o déficit hídrico, portanto a maioria das espécies são perenifólias. Nessa vegetação é frequente a presença de sapopemas - as sapopemas são saliências nas raízes que atuam como suportes laterais, assemelhando-se a um pé ou saia (VICENTINI, 2001).

Segundo Predalli (1997), a Mata Seca possui composição florística muito variada, totalmente dependente do seu ritmo estacional, tendo elevado grau de deciduidade foliar na estação seca. Por possuir vários níveis de deciduidade, Ribeiro e Walter (1998) afirma que a transição entre a Mata Seca e a Mata de Galeria é quase imperceptível. A queda de folhas que ocorre na Mata Seca contribui para o aumento da matéria orgânica no solo, além disso, essa vegetação não possui relações com cursos de água. O dossel fechado desfavorece a presença de muitas plantas arbustivas, enquanto a diminuição da cobertura não facilita a presença de espécies epífitas (RIBEIRO; WALTER, 1998).

Conforme Ribeiro e Walter (1998), do ponto de vista fisionômico, o Cerradão é uma floresta, mas floristicamente é mais similar a um Cerrado e apresenta espécies que ocorrem no Cerrado sentido restrito. Para Coutinho (2006), o fato de o Cerradão conter espécies do Cerrado sentido restrito, não é critério para incluí-lo nas formações savânicas, uma vez que não só a flora deve ser levada em conta. O dossel do Cerradão é contínuo e de cobertura arbórea que pode oscilar de 50 a 90% (RIBEIRO; WALTER, 1998). Esse dossel cria muita sombra, o que impede o crescimento e o desenvolvimento de um estrato herbáceo-subarbustivo heliófilo (COUTINHO, 2006) - plantas herbáceas são aquelas com porte e consistência de erva, já as plantas heliófilas são aquelas que só podem crescer e reproduzir sob exposição ao sol (CAVASSAN et al., 2009).

3.2.2. Fitofisionomias de formação savânica

De acordo com Coutinho (2002), o Cerrado sentido restrito apresenta uma composição tanto de elementos silvestres, quanto de elementos campestres, com isso, permite expressar equilíbrio entre os dois componentes florísticos. O Cerrado sentido restrito possui árvores baixas, inclinadas, tortuosas, com ramificações irregulares e retorcidas, sendo comum a presença de queimadas (RIBEIRO; WALTER, 1998). Os arbustos encontram-se espalhados, com indivíduos que possuem órgãos subterrâneos perenes – xilopódios, esses órgãos são subterrâneos e permitem a rebrota após queima ou corte (CAVASSAN et al., 2009). As gemas apicais de muitas espécies distribuídas pelo Cerrado sentido restrito são protegidas por densa pilosidade, as folhas são rígidas e coriáceas, as cascas dos troncos das plantas lenhosas possuem cortiça grossa, fendida ou sulcada. Essas características fornecem aspectos de adaptação à condição de seca. Grande parte dos solos da vegetação de Cerrado sentido restrito apresenta altas taxas de alumínio e são moderadamente ácidos com pH entre 4,5 e 5,5 (RIBEIRO; WALTER, 1998).

Dentro da formação savânica, o Parque de Cerrado é caracterizado pela presença de árvores reunidas em “monchões” (RIBEIRO; WALTER, 1998). De acordo com Jancoski et al. (2007), “monchões” ou “murundus” são pequenas elevações ocupadas por espécies lenhosas de Cerrado. A flora que consiste o Parque de Cerrado é similar no Cerrado sentido restrito, todavia com espécies que provavelmente apresentam maior tolerância a saturação química. A flora herbácea predomina nas áreas planas adjacentes aos monchões (RIBEIRO; WALTER, 1998).

A formação savânica de Palmeiral é destacada com a presença marcante de uma única espécie de palmeira arbórea. Nesta fitofisionomia a frequência na presença de árvores dicotiledôneas é muito baixa (RIBEIRO; WALTER, 1998).

Segundo Ribeiro e Walter (1998), a Vereda tem decorrente presença da palmeira arbórea Mauritia flexuosa L.f (buriti), em meio a agrupamentos de espécies arbustivo-herbáceas. A água não é um fator limitante para M. flexuosa já que sua presença dá-se em ambiente hidromórfico (MENDONÇA, PASSOS, 2006). As Veredas são contornadas por Campo Limpo e os buritis não formam um dossel, os mesmos alcançam uma altura média de 12 a 15 metros (RIBEIRO; WALTER, 1998).

3.2.3. Fitofisionomias de formação campestre

A fisionomia de Campo Sujo é encontrada em solos rasos com pequenos afloramentos rochosos de pouca extensão. É um tipo fisionômico exclusivamente herbáceo-arbustivo, contendo arbustos esparsos cujas plantas são constituídas por indivíduos menos desenvolvidos das espécies arbóreas do Cerrado sentido restrito (RIBEIRO; WALTER, 1998). Em geral, as fitofisionomias do Cerrado não toleram o fogo, como o Cerradão. Porém, o Campo Limpo e o Campo Sujo podem necessitar de queimadas para desenvolvimento de sua vegetação (COUTINHO, 2002).

Segundo Vasconcelos (2011), o Campo Rupestre se localiza, principalmente, acima de 900 metros de altitude, com formações rochosas de origem pré-cambriana. O Campo Rupestre tem a presença predominantemente herbáceo-arbustivo, eventualmente dá-se a presença de arvoretas de até dois metros. A composição florística dessa vegetação varia e a densidade das espécies depende da profundidade do solo, sua fertilidade e disponibilidade de água (RIBEIRO; WALTER, 1998).

O Campo Limpo possui uma rara presença de arbustos e ausência completa de árvores. O Campo Limpo, assim como o Campo Sujo, tem variações dependentes de particularidades ambientais, determinada pela umidade do solo e topografia (RIBEIRO; WALTER, 1998).

3.3. Riquezas de espécies

Embora menosprezada, a diversidade do Cerrado é elevada, sendo que quarenta e quatro por cento de sua flora é endêmica (RATTER et al., 2003). Conforme relataram Aguiar (2000) e Marinho-Filho et al. (2002) a fauna de mamíferos aponta um número que chega em cerca de 199 espécies no Cerrado. Mais de 830 espécies de aves são encontradas no bioma, no entanto o nível de endemismo é baixo (3,4%). Os números que apontam espécies de peixes, répteis e anfíbios são elevados, todavia o número de endemismo para peixes é desconhecido (KLINK; MACHADO, 2005). Tabela 1.

Tabela 1 – Espécies animais e vegetais que ocorrem no Cerrado. Porcentagem de endemismo no Bioma e riqueza de espécies em relação à riqueza de espécies no Brasil.

 

Número de espécies

% Endemismo do Cerrado

% espécies em relação ao Brasil

Plantas

7.000

44

12

Mamíferos

199

9,5

37

Aves

837

3,4

49

Répteis

180

17

50

Anfíbios

150

28

20

Peixes

1.200

?

40

Fonte: Klink e Machado (2005).

Os invertebrados segundo Dias (1992), sugerem uma riqueza em torno de 90.000 espécies. Enquanto que, o número de vasculares somando plantas herbáceas, arbustivas, arbóreas e cipós chegam a marca de 7.000 espécies (MENDONÇA et al., 1998).

4. AMEAÇAS à BIODIVERSIDADE

Conforme Primack e Rodrigues (2001), a diversidade é considerada em três tipos: diversidade de espécies, diversidade genética e diversidade de ecossistemas e comunidade. A diversidade de espécies inclui toda a variedade de organismos na Terra, entre bactérias e animais. A diversidade genética implica que os indivíduos pertencentes a uma população são geneticamente diferentes entre si por possuírem genes levemente diferentes. Essa variação ocorre tanto entre as populações geograficamente separadas quanto entre indivíduos de uma mesma espécie. Em uma diversidade de ecossistemas/comunidade, cada espécie em uma comunidade biológica usa um único conjunto de recursos que constitui um nicho, por exemplo, o nicho de uma planta pode constituir: o tipo de solo, umidade, polinização, tolerâncias à umidade e temperatura e necessidade de luz, nutrientes e água.

O perigo ambiental mais sério é a extinção das espécies. A variação genética é extremamente reduzida quando influenciada pelas ações de degradação da comunidade, sendo assim, se a espécie for extinta a informação genética contida em seu DNA e a combinação especial de caracteres que ela possui, estará perdida para sempre – tornando-se uma espécie geneticamente extinta (PRIMACK; RODRIGUES, 2001).

Muitas espécies ainda não tecnicamente extintas foram quase que totalmente dizimadas pelas atividades humanas e persistem ainda apenas em número muito reduzido. Embora a extinção seja um processo natural, mais de 99% das atuais extinções de espécies podem ser atribuídos à atividade humana (PRIMACK; RODRIGUES, 2001, p. 327).

A poluição, a fragmentação, degradação do habitat, superexploração das espécies para uso humano, introdução de espécies exóticas e aumento de ocorrência de doenças configuram as maiores ameaças à biodiversidade que resultam da atividade humana (PRIMACK; RODRIGUES, 2001).

O ICMBio (2016) também concorda que a degradação do habitat, atividades agrícolas e outros fatores antrópicos como a expansão urbana estão relacionadas as principais ameaças a biodiversidade, principalmente animal.

4.1. Ameaças à biodiversidade do Cerrado

A fragmentação de habitats, a invasão de espécies exóticas, poluição, degradação de ecossistemas, alterações nos regimes de queimadas e modificações climáticas trazem grandes prejuízos ambientais no Cerrado (KLINK; MACHADO, 2005).

O Livro Vermelho da Flora do Brasil elaborado por Martinelli e Moraes (2013) justifica que inicialmente a ocupação humana no Cerrado era esparsa, com atividades que envolviam a agricultura, criação de gado, caça, pesca e retirada de madeira para carvão. Com o passar do tempo ocorreu o desenvolvimento de técnicas agrícolas que aumentaram a fertilidade do solo para uma agricultura em larga escala. Com esse avanço, houve a intensificação da criação de gado, por consequência deu-se o plantio de espécies de gramíneas exóticas. Muitas dessas gramíneas invadem áreas de Cerrado, excluindo espécies nativas e aumentando incidência de fogo.

A falta de controle na aplicação do fogo, além de afetar algumas espécies nativas, também pode levar a alterações climáticas como a redução da precipitação e aumento da temperatura média do ar (MARTINELLI; MORAES, 2013).

Segundo Pivello (2005) ainda consideram três ameaças à biodiversidade do Cerrado que merecem especial destaque: incêndios que ocorrem por queimadas acidentais, invasões biológicas e fragmentação de habitats.

O Livro Vermelho da Fauna Brasileira elaborada pelo ICMBio (2016), carrega um levantamento de animais ameaçados e também espécies endêmicas ameaçadas por bioma. Figura 2.

Figura 2 – Quantidade de animais ameaçados (endêmicos ou não) por bioma.


Fonte:
ICMBio (2016).

De acordo com o mapa apresentado pelo ICMBio (2016) o Cerrado possui 307 espécies de animais ameaçados de extinção, sendo 123 dessas espécies endêmicas.

5. RECUPERAÇÃO E CONSERVAÇÃO

Segundo Meneguzzo e Chaicouski (2010) o termo “conservação” deve ser usado quando se diz respeito a exploração racional da natureza, sendo assim, a conservação leva em consideração a legislação ambiental, preceitos éticos e aspectos dos recursos naturais para mantê-los em condições adequadas visando o uso de futuras gerações.

Diegues (2000) ressalta que o termo “preservação” é algumas vezes citado como sinônimo de “conservação”, no entanto o mesmo destaca que os termos são totalmente diferenciados do ponto de vista conceitual, prático e ideológico. A preservação pressupõe áreas naturais e protegidas sem ocupação humana, ou seja, áreas intocadas pelo ser humano.

O termo “recuperação” é usado quando os objetivos principais incluem a melhora estética e devolução do espaço para algo considerado como propósito útil (BASTOS; SILVA, 2006).

O uso adequado dos termos que se referem ao caminho inverso à degradação é importante para aqueles que desejam escolher o melhor termo que definirá o processo adotado na área a ser trabalhada, além de facilitar a comunicação entre os interessados (KOBIYAMA et al., 2001, p. 17).

Segundo Griffith (1986, apud KOBIYAMA et al., 2001), a recuperação é a reparação dos recursos de modo a restabelecer a composição e frequência de espécies.

No Brasil, a lei nº 9.985 de 18/07/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, no artigo 2º define a conservação da natureza como:

O manejo, compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral (BRASIL. Lei 9.985, 2000, art. 2, p. 23).

A mesma lei define no artigo 2º recuperação como “restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original” (MARTINS, 2007, p. 255).

Apesar das inúmeras distinções realizadas por muitos autores, que usam outros termos como reabilitação e restauração, nesse trabalho será utilizado o termo “recuperação” com a finalidade de entender a palavra como o inverso de degradação.

5.1. Técnicas usadas para recuperação e conservação do Cerrado

O status de ameaça e as crescentes alterações no cenário do Cerrado provocou o surgimento de diversas iniciativas de conservação por parte do governo, organizações não governamentais (ONGs), pesquisadores e do setor privado (KLINK; MACHADO, 2005).

No passado as políticas públicas negligenciaram as implicações do desenvolvimento na conservação do Cerrado, em parte porque a floresta Amazônica foi seu foco principal. Contudo existe hoje uma grande oportunidade para ações que envolvam vários setores da sociedade na busca da conservação e uso sustentável desse bioma (KLINK; MACHADO, 2005, p. 155).

Para promover um uso sustentável e conservação do bioma Cerrado são considerações urgentes: capacitar pesquisas científicas (áreas como manejo da biodiversidade, estudos taxonômicos, ecológicos e etnobotânicos), interromper a abertura de novas áreas ilegais no Cerrado para extração de recursos naturais finitos, apoiar financeiramente alternativas para a recuperação de áreas degradadas, estabelecer programas de exploração econômica racional dos recursos naturais, estimular a implantação de unidades de conservação em quantidade e extensão adequada (FELFILI et al., 2004).

Segundo Felfili et al. (2005), uma forma de recuperação de áreas degradas em propriedades rurais é incluir espécies nativas para usos múltiplos. As espécies de usos múltiplos oferecem ao produtor diversos recursos ao longo do seu ciclo de vida, como frutos, seiva, madeira, etc. Ribeiro et al. (2008) cita as seguintes espécies como exemplo: Eugenia dysenterica DC. (cagaita), Hancornia speciosa Gomes (mangaba), Caryocar brasiliense Cambess. (pequi), Hymenaea courbaril L. (jatobá-da-mata), Copaifera langsdorffii Desf. (copaíba). O quadro 1 traz espécies vegetais nativas usadas na recuperação do Cerrado.

Quadro 1 – Espécies recomendadas para plantio visando à recuperação do Cerrado levando em consideração a fitofisionomia da vegetação.

ESPÉCIE

NOME POPULAR

PORTE

ABUNDÂNCIA

OCORRÊNCIA NATURAL

Cerrado típico

Cerradão

Mata de galeria

Acosmium dasycarpum (Vogel) Yakovlev

Perobinha

Árvore

Rara

x

   

Acrocomia aculeata Lodd. ex Mart.

Macaúba

Palmeira

Rara

 

x

x

Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan

Angico-vermelho

Árvore

Comum

 

x

 

Bauhinia rufa (Bong.) Steud.

Unha-de-vaca

Arbusto, arvoreta

Comum

x

x

 

Byrsonima crassa Nied.

Murici

Árvore

Comum

x

x

 

Calophyllum brasiliense Cambess.

Guanandi

Árvore

Variável

   

x

Caryocar brasiliense Cambess.

Pequi

Árvore

Comum

x

x

 

Copaifera langsdorffii Desf.

Copaíba

Árvore

Comum

x

x

x

Enterolobium gummiferum J.F.Macbr.

Timburi-do-cerrado

Árvore

Rara

x

   

Inga laurina Willd.

Ingá-do-cerrado

Árvore

Rara

 

x

x

Jacaranda cuspidifolia Mart.

Jacarandá mineiro

Árvore

Comum

x

   

Psidium guineense Sw.

Araçá

Arvoreta

Rara

x

x

 

Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville

Barbatimão

Árvore

Comum

x

   

Tabebuia aurea (Silva Manso) S.Moore

Ipê-amarelo

Árvore

Variável

x

   

Xylopia aromática Baill.

Pimenta-de-macaco

Árvore

Comum

x

x

x

Fonte: Adaptado de Durigan et al. (2011).

Conforme Ribeiro et al. (2008), mesmo que a recuperação do Cerrado seja muito positiva (até mesmo em alguns casos gerar renda), avalia-se a necessidade de estudos sobre o manejo de espécies nativas do Cerrado, avaliando assim, os impactos causados no uso dessas espécies. Os autores ainda citam alguns problemas encontrados decorrentes da falta de estudos para a recuperação de áreas degradas do Cerrado, entre eles: erosão da variabilidade genética existente, pressão de desmatamento das áreas nativas (reduzindo o uso de matéria prima), dificuldade de inserção dos produtos nativos no mercado, flutuação sazonal da produção vegetal e carência de políticas públicas.

Pivello (2005) sugerem que, nos casos de queimadas acidentais, é preciso promover prescrições e controle para realizar queimas de baixa intensidade e em mosaico (afinal, algumas espécies do Cerrado dependem do fogo para germinação e desenvolvimento), visando assim a diminuição dos riscos de incêndios de grandes proporções e favorecendo as espécies adaptadas ao fogo. Em situações onde a invasão de espécies exóticas gera grandes impactos, os autores propõem a experimentação das espécies em laboratórios para se testar técnicas de combate mecânico, físico ou biológico. No caso de invasão vegetal, recomenda-se o corte ou a queima.

Manipular os elementos da paisagem dificultando o fluxo de diásporos das espécies de potencial invasão, através de cortinas verdes é um modo de conservação. As gramíneas se dispersam rápido pelo vento, as cortinas verdes ajudam a barrar a chegada de sementes (PIVELLO, 2005, p. 12).

O aceiramento é uma solução para proteger áreas em restauração contra incêndios. O aceiro consiste em utilizar enxada, grade aradora, capina química, fogo ou plantio de árvores/arbustos verdes e pouco inflamáveis numa largura entre 5 e 50 metros - dependendo da vegetação circundante (SAMPAIO et al., 2015).

Muitas plantas provenientes do Cerrado têm capacidade de rebrotar a partir de suas reservas de energia estocadas em suas raízes e galhos (SAMPAIO et al., 2015). Conforme Durigan et al. (2011), a regeneração natural é utilizada em situações nas quais o solo e a vegetação de cerrado foram submetidos a baixo impacto e há árvores e arbustos em regeneração com densidade e diversidade suficientes (suficientes pode se considerar a densidade de pelo menos 500 plantas lenhosas/ha, pertencentes a, no mínimo, 30 espécies). Quando identificadas espécies invasoras na área, medidas como o pastoreio ou outras ações de controle, ou até mesmo aplicação de herbicida de baixo impacto (à base de glifosato), mostraram-se capazes de acelerar o processo de regeneração das plantas de cerrado e reduzir os riscos de incêndio. Para as áreas cultivadas com florestas de produção, especialmente após desmatamento, geralmente basta eliminar as árvores plantadas para que ocorra a regeneração natural do cerrado (Quadro 2). Sampaio et al. (2015) alerta que se o impacto ambiental foi antes da época de produção de sementes e a área sofreu retirada de tocos e raízes, dificilmente a vegetação será capaz de se recompor.

Quadro 2 – Técnicas recomendadas para recuperação de formações florestais e de cerrado sobre diferentes processos de perturbação para regeneração natural.

PROCESSO DE PERTURBAÇÃO

CERRADO

FLORESTA

Potencial de regeneração natural

Técnica de recuperação

Potencial de regeneração natural

Técnica de recuperação

Desmatamento

Muito alto

Controle de incêndios e de espécies invasoras

Alto

Supressão total do fogo;

Controle de espécies invasoras;

Controle de cipós

Reflorestamento (exóticas)

Muito alto

Eliminação das árvores exóticas;

Controle de incêndios e de espécies invasoras

Médio a alto

Supressão total do fogo;

Eliminação das árvores exóticas;

Controle de cipós;

Controle de espécies invasoras

Fogo

Muito alto

Controle de incêndios e de espécies invasoras

Médio

Supressão total do fogo;

Controle de cipós;

Controle de espécies invasoras;

Plantio de enriquecimento

Pastoreio

Alto a baixo

Suspensão de roçadas;

Controle de incêndios e gramíneas exóticas;

Plantio de espécies lenhosas longevas

Muito baixo

Supressão total do fogo;

Eliminação de gramíneas;

Descompactação do solo;

Plantio: pioneiras + não pioneiras

Agricultura

Baixo a muito baixo

Plantio de espécies lenhosas longevas;

Controle de espécies invasoras

Muito baixo

Controle de plantas invasoras;

Plantio: pioneiras + não pioneiras

Cortes (retirada de terra)

Médio

Regeneração natural (lenta);

Plantio de enriquecimento com espécies tolerantes ao ambiente

Nulo

Recuperação do solo;

Plantio de espécies tolerantes ao ambiente

Aterros e mineração

Nulo

Recuperação do solo + plantio de espécies tolerantes ao ambiente

Nulo

Recuperação do solo + plantio de espécies tolerantes ao ambiente

Fonte: Durigan et al. (2011).

Onde a área de vegetação nativa não se recompõe sozinha, se faz necessário técnicas de restauração, feita com base nas características originais da área degrada (SAMPAIO et al., 2015). Para Durigan et al. (2011) em situações em que o impacto foi um pouco mais intenso ou persistiu por tempo mais longo, recomenda-se que o plantio aumente a densidade e o número de espécies para os valores mínimos já mencionados (em regeneração natural) ou até 2 mil plantas lenhosas por hectare, do maior número de espécies possível. Portanto, é importante salientar que impactos mais severos são capazes de eliminar por completo a vegetação nativa. Por isso, as técnicas de recuperação devem ser definidas, em primeiro lugar, com base no potencial de regeneração natural da estrutura da vegetação. Qualquer técnica de recuperação que venha a ser utilizada, antes de mais nada, é preciso verificar os processos erosivos – em áreas agrícolas é comum a erosão laminar e em pastagens degradas são frequentes sulcos e até voçorocas (DURIGAN et al., 2011).

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento do presente estudo alcançou seus objetivos com uma análise das consideradas principais ameaças à biodiversidade do Cerrado segundo diferentes autores. Isso foi facilitado, principalmente porque, em geral, os autores coadunam-se uns com os outros em relação às ameaças e as técnicas de recuperação e conservação utilizadas. Para mais, também fica evidente que o Cerrado e toda a sua biodiversidade sofre muitos impactos, sendo alguns mais recorrentes. Ademais, muitas técnicas são específicas para cada impacto ocorrido, mas em alguns casos a mesma técnica pode ser aplicada para outras formas de degradação no ambiente natural.

Entre as dificuldades enfrentadas em relação à realização da pesquisa é exaltada a grande quantidade de termos e conceitos. Dada à importância do assunto, torna-se necessário elaborar conceitos para termos no modo adequado, a fim de facilitar o processo adotado na área a ser trabalhada e auxiliar a comunicação.

Existem variadas técnicas para a recuperação de áreas degradas. Portanto, propõem-se estudos para analisar, monitorar, explicar e coordenar essas técnicas, afinal os mesmos são de grande valia e precisam ser usados como subsídios e suporte para futuros trabalhos. Para isso, além dos estudos, faz-se necessário apoio de órgãos competentes para o bom funcionamento das políticas públicas que envolvem a recuperação e conservação do Cerrado.

7. REFERÊNCIAS

AGUIAR, L. M. S. Comunidades de morcegos do Cerrado no Brasil central. 2000. 101 f. Tese (Doutorado em Ecologia) - Departamento de Ecologia, Universidade de Brasília, Brasília, 2000.

BASTOS, M.; SILVA, I. Restauração, reabilitação e reconversão na Recuperação paisagística de minas e pedreiras. VISA Consultore SA, 2006. Disponível em: <http://visaconsultores.com/pdf/ANIET_2006_MBIS_artigo.pdf>. Acesso em: 13 ago. 2017.

BRASIL. Decreto n. 4.519, de 2002. Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências, Brasília, DF, jul de 2000.

CAVASSAN, O. et al. Conhecendo Botânica e Ecologia no Cerrado. Bauru: Joarte, 2009. 60 p.

COUTINHO, L. M. O bioma do cerrado. In: KLEIN, A. L. (ed.). Eugene Warning e o cerrado brasileiro: um século depois. São Paulo: UNESP, imprensa oficial do estado, 2002. 77-92 p.

COUTINHO, L. M. O conceito de bioma. Acta botânica brasílica, São Paulo, v. 20, n. 1, p. 13-23, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/abb/v20n1/02/pdf>. Acesso em: 23 ago. 2017.

DIAS, B. F. S. Alternativas de desenvolvimento dos Cerrados: manejo e conservação dos recursos naturais renováveis. In: DIAS. B. F.S. (ed.). Cerrados: uma caracterização. Brasília: Funatura, 1992. p. 11-25.

DIEGUES, A. C. Etnoconservação da natureza: enfoques alternativos. Annablume/Hucitec, São Paulo, v. 2, n.2, p. 1-46, 2000.

DURIGAN, G et al. Manual para recuperação da vegetação de cerrado. 3 ed., São Paulo: 2011. 19 p.

DURIGAN, G; SILVEIRA, E. R. Recomposição da mata ciliar em domínio de cerrado, Assis, SP. Scientia florestalis, Piracicaba, v. 56, n. 56, p. 135-144, 1999. Disponível em: <http://www.sifloresta.ufv.br/handle/123456789/17439>. Acesso em: 23 ago. 2017.

FELFILI, J. M. et al. Potencial econômico da biodiversidade do Cerrado: estádio atual e possibilidades de manejo sustentável dos recursos da flora. In: AGUIAR, L. M. S.; CAMARGO, A. J. A. Cerrado: ecologia e caracterização. Planaltina: Embrapa Cerrados, 2004. p. 177-220.

FELFILI, J. M.; FAGG, C. W.; PINTO, J. R. R. Modelo nativas do bioma stepping stones na formação de corredores ecológicos pela recuperação de áreas degradadas no Cerrado. In: FELFILI, J. M.; FAGG, C. W.; PINTO, J. R. R. (eds.). Gestão integrada de ecossistema aplicada a corredores ecológicos. Brasília: IBAMA, 2005. p. 187-209.

FELFILI, J. M.; OLIVEIRA, E. C. L. Estrutura e dinâmica da regeneração natural de uma mata de galeria no Distrito Federal, Brasil. Acta botânica brasílica, São Paulo, v. 19, n. 4, p. 801-811, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/abb/v19n4/a16v19n4>. Acesso em: 23 ago. 2017.

INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Livro vermelho da fauna ameaçada de extinção. 1 ed., Brasília: MMA, 2016. 76 p.

JANCOSKI, H. S. et al. Aspectos etnoecológicos do Parque Estadual do Araguaia-MT como subsídios para delinear estratégias de uso e conservação. In: Congresso de Ecologia do Brasil, 8., 2007, Caxambu, Anais. Caxambu: CEB. p. 2.

KLINK, C. A.; MACHADO, R. B. A conservação do Cerrado brasileiro. Megadiversidade, Brasília, v. 1, n. 1, p. 147-155, 2005. Disponível em: <http://www.equalisambiental.com.br/wpcontent/uploads/2013/02/Cerrado_conservacao.pdf>. Acesso em: 13 ago. 2017.

KOBIYAMA, M.; MINELLA, J. P. G.; FABRIS, R. Áreas degradadas e sua recuperação. Informe agropecuário, Belo Horizonte, v. 22, n. 210, p. 10-17, 2001. Disponível em: <http://www.labhidro.ufsc.br/Artigos/recupera%C3%A7%C3%A3o.pdf>. Acesso em: 13 AGO. 2017.

MACHADO, A. B. M.; DRUMMOND, G. M.; PAGLIA, A. P. Livro vermelho da fauna brasileira ameaçada de extinção. 1 ed., Brasília: MMA, 2008. 1420 p.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia do trabalho científico. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2007. 228 p.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico. 7. Ed. São Paulo: Atlas, 2007.

MARINHO-FILHO, J.; RODRIGUES, F.H.G.; JUAREZ, K. M. The Cerrado mammals: diversity, ecology, and natural history. In: OLIVEIRA, P. S.; MARQUIS, R. J. (eds). The Cerrados of Brazil: Ecology and natural history of a neotropical savana. New York: Columbia University Press, 2002. p. 266-284.

MARTINELLI, G.; MORAES, M. A. Livro vermelho da flora do Brasil. 1 ed., Rio de Janeiro: CNCFlora, 2013. 1100 p.

MARTINS, S. V. Recuperação de matas ciliares. 2 ed., Viçosa: Aprenda fácil editora, 2007. 255 p.

MENDONÇA, M. S; PASSOS, M. A. B. Epiderme dos segmentos foliares de Mauritia flexuosa L.f. (Arecaceae) em três fases de desenvolvimento. Acta Amazonica, v.36, n. 4, p. 431-436, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/aa/v36n4/v36n4a05>. Acesso em: 23 ago. 2017.

MENDONÇA, R. C. de et al. Flora vascular do Cerrado. In: SANO, S.; ALMEIDA, S. (eds.). Cerrado: Ambiente e Flora. Planaltina: Embrapa, 1998. p. 228-556.

MENEGUZZO, I. S.; CHAICOUSKI, A. Reflexões acerca dos conceitos de degradação ambiental, impacto ambiental e conservação da natureza. Geografia, Londrina, v. 19, n. 1, p. 181-185, 2010. Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/geografia/article/view/2593>. Acesso em: 13 ago. 2017.

MITTERMEIER, R. A. et al. Hotspots revisited: Earth’s biologically richest and most endangered terrestrial ecoregions. 1 ed. Mexico City: CEMEX Books on Nature Series, 2004.

MYERS, N. et al. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, v. 403, n. 6772, p. 853-858, 2000. Acesso em: <https://search.proquest.com/openview/d5b2d2a869b307c285d51d325d3a2208/1?pq-origsite=gscholar&cbl=40569>. Disponível em: 13 ago. 2017.

PIVELLO, V. R. Manejo de fragmentos de Cerrado: princípios para a conservação da biodiversidade. São Paulo: A Scariot; JC Sousa-Silva; JM Felfili, 2005. 12 p.

PREDALLI, G. florestas secas sobre afloramento de calcário em Minas Gerais: florísticas e fisionomias. BIOS, Minas Gerais, v. 5, n.5, p. 81-88, 1997.

RATTER, J. A.; BRIDGEWATER, S.; RIBEIRO, J. F. Analysis of the floristic composition of the Brazilian Cerrado vegetation III: comparison of the woody vegetation of 376 areas. Edinburgh journal of botany, Cambridge:, v. 60, n. 01, p. 57-109, 2003. Disponível em: <https://www.cambridge.org/core/journals/edinburgh-journal-of-botany/article/analysis-of-the-floristic-composition-of-the-brazilian-cerradovegetation-iii-comparison-of-the-woody-vegetation-of-376areas/C38C88C47A7B9F85C157CA962F6C5E6C>. Acesso em: 13 ago. 2017.

RIBEIRO, J. F. et al. Usos múltiplos da biodiversidade no bioma cerrado: estratégia sustentável para a sociedade, o agronegócio e os recursos naturais. In: EMBRAPA (eds.). Savanas: desafios e estratégias para os recursos naturais. Planaltina: Embrapa Cerrados, 2008. p. 337-360.

RIBEIRO, J. F.; WALTER, B. M. T. Cerrado ecologia e flora: As Principais Fitofisionomias do Cerrado. Embrapa, Brasília, vol. 1, cap. 6, p. 153-212, 2008. Disponível em: <http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/136069/1/fitofisionomias-doBioma-Cerrado-2.pdf>. Acesso em: 13 ago. 2017.

RIBEIRO, J. F.; WALTER, B. M. T. Fitofisionomias do bioma. In: SANO, S.; ALMEIDA, S. (eds.). Cerrado: Ambiente e Flora. São Paulo: Embrapa, 1998. p. 89-166.

RODRIGUES, E.; PRIMACK, R. Biologia da conservação. 1 ed., Londrina: E. Rodrigues, 2001. 327 p.

SAMPAIO et al. Guia de restauração do Cerrado: semeadura direta. 1 ed., Brasília: Rede de Sementes do Cerrado, 2015. 40 p.

VASCONCELOS, M. F. O que são campos rupestres e campos de altitude nos topos de montanha do Leste do Brasil?. Brazilian Journal of Botany, v. 34, n. 2, p. 241-246, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-84042011000200012&script=sci_arttext>. Acesso em: 23 ago. 2017.

VICENTINI, A. As Florestas de Terra Firme. In: VICENTINI, A. (ed.). Florestas do Rio Negro. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. p. 145-177.

WALTER, B. M. T. Fitofisionomias do bioma Cerrado: síntese terminológica e relações florísticas. Mar. 2006. 389 f. Tese (Doutorado em Ecologia) – Instituto de Ciências Biológicas, Universidade de Brasília, Brasília, 2006.

________________________________________________________
RODRIGUES, J. V. Ameaças à biodiversidade do Cerrado e às suas respectivas técnicas de recuperação e conservação. 2017. 37 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas) – Faculdade Anhanguera, Bauru, 2017.


Publicado por: João Vitor Rodrigues

icone de alerta

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Monografias. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.