O Desenho Revela uma Vida

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1. Resumo

Na área da Psicologia existem teorias como a Psicanálise, onde seu objetivo é tratar o desequilíbrio psíquicos, o Behaviorismo, que defende o estudo do comportamento e não da mente, e o Cognitivismo, que estuda o que leva a elaboração do conhecimento. Mas o estudo da Psicologia tratado aqui, está ligado ao estudo dos desenhos onde a intenção é interpretar os desenhos feitos pelas crianças, e saber o que está acontecendo ao seu redor e em sua vida. Também existe teorias sobre os desenhos como as de Piaget, onde ele divide as fases do desenho em cinco partes, a teoria de Vygotsky que divide as fases em quatro partes, e a de Luquet, que também as divide em quatro partes. Os desenhos das crianças podem se dizer que são “mágicos”, porque eles são feitos de pura motivação, inspiração, sentimento e imaginação, por isso se precisa ter todo o cuidado com a interpretação dos desenhos, pois cada detalhe é importante para se descobrir mais e mais. O estudo do desenho começa com o papel, onde a criança já é capaz de mostrar o seu estado de ânimo, e até a orientação em que o desenho é feito é importante, pois até isso mostra um pouco das características da criança. Os traços e as formas geométricas no desenho, também são analisados. O estudo se estende sobre os temas, que podem ser repetidos, diversificados ou originais, para as cores do desenho, cada qual com seu significado, e que podem ser diversificadas ou de apenas uma tonalidade, e enfim para os seus componentes, como a casa, o sol, a árvore, etc. Todos esses componentes do desenho, dizem um pouco sobre as crianças, por exemplo, o que ela pensa sobre determinado assunto, o que ela acha sobre o ambiente em que vive, das pessoas ao seu redor, um pouco sobre as suas características, etc., e ao junta-los, podemos enfim compreender melhor a criança.

Palavras Chaves: Arte. Psicologia. Criança. Desenho. Interpretação.

ABSTRACT

In Psychology there are several theories like the Psychoanalysis, where your goal is to treat the psychological imbalance, the Behavorism, witch advocates the study of behavior and not the mind, and the Cognitivism, witch studies what leads the development of knowledge. But the study of Psychology dealt here, is connected to the study of the drawings where the intent if to interpret the drawings made by children, and know what's going on with her and her life. There are also theories about the drawings like those of Piaget, where he divides the stages of the drawing in five parts, Vygotsky's theory divides the stages in four parts, and Luquet's, which also divided into four parts. Children's drawings can be said that are "magic", beacause they are made from pure motivation, inspiration, feeling and imagination, so you need to have great care with the interpretation of this drawings, because every detail is important to find out more and more. The study of the drawing begins with the paper, where the child is able to show your mood, and even the direction in witch the design is done is important, becaus even this shows up a little of the child's characteristics. Traces and geometric shapes in the drawing, are also analyzed. The study extends on the subjects, witch may be repeated, varied or unique, for the colors of the drawing, each one with their meaning, and can be varied or only one tonality, and lastly for its components, like the house, the sun, the tree, etc. All these components of the drawing, say a little bit about the children, for example, what she thinks about certain subject, what she thinks about the place where she lives, the people around her, a few things about her characteristics, etc., and after combine them, we can finally understand better the child.

Key Words: Art. Psychology. Child. Drawing. Interpretation.

2. INTRODUÇÃO

Cada vez mais a arte ganha seu espaço no mundo, sendo utilizada em vários momentos e profissões, e na psicologia não é diferente. A arte está presente na nossa vida desde a infância, e através dela mostramos o que estamos sentindo e pensando, e com a criança não é diferente, mesmo que ela ao desenhar esteja inconsciente disso. Através da psicologia se faz o estudo dos desenhos, e com ele se pode compreender melhor a criança, porque ao desenhar, a criança passa para o papel, o que ela pensa e sente sobre as pessoas, o ambiente ao seu redor, suas experiências, e também um pouco das suas características como pessoa. Esse estudo por fornecer a possibilidade de entendimento, ajudar a resolver um problema, se houver, e a fazer quem sabe, melhorias no ambiente interno e externo ao redor da criança, para que assim a sua interação melhore na sua vida particular e social.

3. OBJETIVOS

Mostrar como o desenho, uma coisa que muitos pensam ser irrelevante, mas que na verdade, na vida da criança é muito importante, porque através dele que ela se expressa, e demostra seus sentimentos, mesmo sem saber.

3.1. OBJETIVO GERAL

Ajudar os pais e estudantes de Psicologia a entrar um pouco mais no “mundo” da criança, ajudando eles a entender o desenho feito por ela.

3.2. OBJETIVO ESPECÍFICO

Mostrar que arte esta sempre presente em nossa vida, que mesmo uma coisa pequena como um desenho, carrega muitos segredos, e entender a influência e a sua relação com a Psicologia.

3.3. PROBLEMA

O que fazer quando a criança não consegue se expressar? Dizer o que há de errado? O que está acontecendo ao seu redor, em que ela não quer relatar? Quando o relacionamento com ela não está muito bom?

3.4. JUSTIFICATIVA

Muitos pais percebem que seus filhos estão agindo estranho, que algo não está certo, mas as crianças às vezes têm vergonha de se expressar, o que se torna um problema, e como forma de expressão, a criança desenha e transmite tudo para o papel, e assim se pode entender qual o problema em questão, o que ela quer dizer, e o que está acontecendo em sua vida.

O desenho infantil irá revelar detalhes da vida familiar, afetiva, e emocional da criança, tornando extremamente importante nesse processo de descoberta das dificuldades e traumas. Basta uma observação reflexiva e minuciosa do desenho e suas características, para poder ajuda-las.

4. Definição de Arte

Arte é uma manifestação humana, que começou a se desenvolver na Antiguidade. Ela está ligada a ordem estética, feita a partir de percepções, emoções e ideias, como o objetivo de estimular esse interesse de consciência em um ou mais observadores, e cada obra de arte, possui um significado em que pode ser único e diferente entre os que a veem.

A arte proporciona ao homem a percepção visual como, também a capacidade de dar significado para as coisas. A arte é uma possibilidade de criar mundos, onde sua criatividade ganha vida.

Sob a arte, o artista pode passar seus sentimentos e pensamentos através de sua obra. Com a arte podemos deixar marcado e memorizar um acontecimento, nosso entendimento e também nosso pensamento sobre ele.

A educadora, Fernanda Saguas acreditava que:

“A arte é uma linguagem que possibilita o entendimento do mundo sem a linguagem verbal. Ela faz com que as pessoas entendam conceitos sem passar pela questão da fala, da oralidade, envolvendo diretamente o sentimento a subjetividade. ”

5. A Psicologia

A psicologia envolve o estudo científico do comportamento e das funções fundamentais, geralmente os psicólogos exploram conceitos como percepção, cognição, emoção, atenção, inteligência, motivação e personalidade. Existem teorias sobre a psicologia, como:

5.1. Psicanálise

A teoria da psicanálise foi originada por Freud, como objetivo de tratar os desequilíbrios psíquicos. A teoria foi a responsável pela descoberta do inconsciente, e assim, começou a abordar esse conhecimento, tentando assim mapeá-lo, e entender os seus mecanismos, conferindo assim uma realidade no plano psíquico. A psicanálise analisa o comportamento humano em termos da mente subconscientemente.

5.2. Behaviorismo

behaviorismo surgiu como oposição ao funcionalismo e estruturalismo, e é uma das três principais correntes da psicologia. Essa teoria teve sua origem em 1913 por John B. Watson. Ele defende que a psicologia deveria estudar o comportamento visível, não o que está interno da mente. Os behavioristas creem que ao estudar desse modo, é a chave da psicologia.

5.3. Cognitivismo

Especialista no estudo da cognição, ou seja, os processos da mente relacionados com o conhecimento, ela estuda dos mecanismos que se leva a elaboração do conhecimento. A teoria aparece como uma evolução da psicologia comportamentalista, que procura se explicar a partir dos processos mentais. Os psicólogos que apoiam essa teoria, acreditam que, a pessoa que processa a informação e entende o mundo a sua volta, é capaz de desenvolver um determinado tipo de comportamento ou conduta.

6. Teorias Sobre o Desenvolvimento do Desenho

Em consideração das especificidades do desenho infantil, por ser uma forma de revelar o desenvolvimento cognitivo, emocional e expressivo da criança, tem sido um objetivo de estudo por diferentes profissionais (incluindo os psicólogos), e assim diversos teóricos se dedicaram especialmente ao estudo do desenvolvimento gráfico infantil.

6.1. Piaget

Piaget foi um dos percursores a estudar o desenvolvimento do desenho infantil. Ele acreditava que os conhecimentos são elaborados espontaneamente pela criança, que a aprendizagem se subordina ao desenvolvimento.

Segundo ele, o pensamento aparece antes da linguagem, o que seria uma das suas formas de expressão. As fases do desenho segundo Piaget são:

Garatuja: Faz parte da fase sensório motora da criança, que ocorre entre zero a dois anos, e da parte da pré-operacional, que acontece aos dois anos até aos sete anos de idade. A criança demonstra extremo prazer em desenhar, e a figura humana nos desenhos ainda é inexistente, há somente os rabiscos.

Pré-Esquematismo: Esta fase faz parte da segunda metade da fase pré-operatória, que se segue até os sete anos, quando ocorre a descoberta da relação entre o desenho, pensamento e a realidade.

Esquematismo: Esta é a fase das operações concretas, que ocorre dos setes a dez anos. Dentro dos esquemas representativos, a criança começa a construir as formas. É nesta fase em que surgem as grandes conquistas, a criança já se tem um conceito definitivo quanto a figura humana, no entanto podem surgir alguns desvios do esquema, como o exagero ou a omissão.

Realismo: Normalmente surge no final das operações concretas, as formas geométricas começam a aparecer com mais formalismo, e já se sabe distinguir com maior consciência do sexo, e a criança já começa uma autocrítica.

Pseudo Naturalismo: Faz parte da fase das operações abstratas, que ocorre aos dez anos em diante. É o fim da arte espontânea, se inicia a investigação de sua própria personalidade, transferindo para o papel suas inquietações e angústias.

6.2. Vygotsky

Vygotsky foi um pensador importante em sua época, e foi um pioneiro no conceito de que o desenvolvimento intelectual das crianças, ocorre por causa das interações sociais e condições de vida.

Ele explica que a imaginação ou fantasia, se mistura com materiais tomados da experiência vivida da pessoa, ele alega a principal lei à qual se subordina a função imaginativa. Quanto mais contato com a experiência humana, mais será a disposição da imaginação, fazendo-se assim uma base sólida para que a criança, venha desenvolver plenamente sua capacidade criadora. Vygotsky diz: A fantasia não está contraposta à memória, mas se apoia nela e dispõe de seus dados em novas e novas combinações (1988).

Vygotsky separa o desenvolvimento da expressão gráfico-plástica infantil nas seguintes fases:

Simbólica: É a fase dos bonecos que representam as pessoas. Nessa fase Vygotsky a descreve como, o momento em que as crianças desenham os objetos chamados de “memória”, sem a preocupação da fidelidade ao desenho feito. As crianças nesta fase representam de uma forma simbólica, objetos muitos distantes do aspecto real e verdadeiro.

Simbólico Formalista: É nesta fase que se percebe maior elaboração das formas e traços do desenho infantil. Esse período a criança, começa a sentir a necessidade de não se limitar apenas a enumeração dos aspectos concretos do objeto que representa, em busca de estabelecer um maior número de relações, entre o todo representado e suas partes. Os desenhos ainda se permanecem simbólicos, mas já pode identificar um início de uma representação mais próxima da realidade.

Formalista Veraz: Nessa fase, os desenhos da criança são fiéis ao aspecto observável dos objetos que são representados, onde assim, acaba os aspectos simbólicos.

Formalista Plástica: Fase onde se observa uma passagem para um novo modo de se desenhar, porque como um desenvolvimento viso-motor mais acentuado, a criança caba utilizando técnicas projetivas mais realistas. O desenho deixa de ser uma atividade, com um fim de si mesmo e se torna um trabalho criador, mas tem uma diminuição no ritmo em que os desenhos são feitos.

6.3. Luquet

Luquet se dedicou ao estudo do desenho da criança, no que se refere a sua evolução cognitiva. Em seu estudo buscou entender como a criança desenha, em sua concepção ele, acredita que o desenho da criança: Não mantém as mesmas características do princípio ao fim. Portanto convém fazer sobressair o caráter distintivo das suas fases sucessivas. (Luquet, 1969).

Luquet ainda diz: O desenho infantil, enquanto manifestação da atividade da criança permite penetrar na sua psicologia e, portanto, determinar em que ponto ela se parece ou não com a do adulto. (Luquet, 1972). Isso porque, a criança ao fazer um desenho inspira-se não apenas em modelos em que estão em sua frente, mas sim, na imagem que tem em seu interior, no momento em que desenha. Sendo assim, o desenho é uma forma de representação, que pode revelar o conteúdo da imagem mental da criança.

Já que do início ao fim o desenho infantil é “essencialmente realista”, cada uma dessas fases será caracterizada por uma espécie determinada de realismo. A sequência do desenvolvimento para Luquet, são as fases:

Realismo Fortuito: Fase em que se subdivide em desenhos voluntários e involuntários, onde a criança no desenho faz linhas sem se preocupar com imagens, porque ainda não se tem a consciência de que as linhas também podem representar alguns objetos.

Realismo Fracassado ou Incapacidade Sintética: Fase quando a criança começa a descobrir as formas e objetos, e procura desenha-la. Essa fase acontece entre os três e quatro anos da criança, nos desenhos eles estão justapostos, em vez de se estar em um todo. Ao que acha mais importante, dá um destaque maior, fazendo exageros ou omitindo algumas partes.

Realismo Intelectual: Esta fase acontece entre os dez e doze anos da criança, onde se caracteriza o fato da criança desenhar objetos, e não aquilo em que vê, mas sim aquilo que sabe. Por isso a criança usa processos variados, como descontinuidade, rebatimento, transparência, planificação e a mudança dos pontos de vista.

Realismo Visual: Fase ocorrente aos 12 anos, que é marcada pela descoberta da criança da perspectiva e a submissão as suas leis. A criança abandona as estratégias utilizadas anteriormente, e a transparência se dá lugar a opacidade, onde a criança desenha apenas os elementos que são visíveis, e o rebatimento e as mudanças dos pontos de vista se coordenam.

Quanto ao desenvolvimento do desenho, Luquet destaca que os estágios não são rígidos, porque em cada fase pode se prolongar enquanto a outra está começando. Entre essas passagens de fase existe uma renúncia de alguns elementos, e uma reconstrução dos conhecimentos que foram adquiridos, que depende das interações da criança.

7. O Desenho

O desenho infantil, pode ser uma forma de revelar o desenvolvimento cognitivo, emocional e expressivo da criança, ele tem sido um objeto de estudo abordado por diferentes profissionais, tais como, psicólogos, sociólogos, psiquiatras, educadores, psicanalistas, entre outros especialistas.

O desenho infantil evolui conforme o desenvolvimento da criança. Deste modo, a medida que cresce, seu desenho tem mais significado, e consequentemente, mais mensagens do consciente e inconsciente.

O desenho é uma entrada para o mundo da imaginação, autoconhecimento e livre expressão. É como uma diversão, uma linguagem que a criança usa para se relacionar com o mundo. Segundo Lowernfeld: O ato de desenhar envolve a atividade criadora, é através de atividades criadoras que a criança desenvolve sua própria liberdade e iniciativa e outros o que permitirá. (Lowernfeld, 1970).

7.1. A Magia do Desenho sob a Criança

Através do desenho, as crianças sem saber, nos diz muito a respeito da vida e personalidade dela. Bédard (1998) diz “O desenho representa, em partes, a mente consciente, mas também, de uma maneira mais importante, faz referência ao inconsciente (...)”

Sabemos que o ato de desenhar faz parte da vida de qualquer criança, pois o desenho manifesta o desejo de representar, mas também, ele é antes de qualquer coisa, segundo Derdyk (1993, p.51) “alegria, é curiosidade, é afirmação, é negação. Ao desenhar, a criança passa por um longo processo vivencial e existencial. ”

O desenho revela o sentimento daquele que o produziu e que este modifica a sua vontade de representar as suas angústias, tristezas, alegrias, e medos, para exteriorizar a suas descobertas e suas vivências.

A criança desenha para se satisfazer, ser realizar, sentir prazer e se divertir. Sendo assim, o ato de desenhar para a criança é: (...) um jogo que não exige companheiro, onde a criança é dona de suas próprias regras. Nesse jogo solitário, ela vai aprender a estar só. “Aprender a só ser”. O desenho é o palco de suas encenações, a construção de seu universo particular. (Derdyk, 1993, p.10)

7.2. Significados do Desenho no Papel

Quando a criança vai desenhar no papel, pode nos dizer qual o seu estado de ânimos. Se ela começa a fazer um desenho, mas não gosta dele ela risca, e começa outro com o mesmo papel, revela que a criança tem uma certa agressividade. Pode acontecer também que a criança apenas limpe o seu desenho, mostra que ela é disposta a recomeçar, o que deu errado sem problemas.

Algumas crianças preferem desenhar em silêncio, o que indica que ela está concentrada. Outra cantarolam, o que significa que ela está querendo animar o ambiente, e também é um pequeno modo de se chamar atenção.

Quando a criança desenha personagens além de elementos que pertencem ao céu (lua, sol, pássaros, etc.), no canto superior da folha, representa a curiosidade da criança, a busca por coisas novas, a imaginação. A parte inferior, mostra a necessidade materiais e até físicas, em que uma criança pode ter.

O desenho ao centro significa, que a criança está situada em tudo ao seu redor, no momento atual, e assim essa criança se sente segura. Ao lado esquerdo que os seus pensamentos estão no passado, a criança não pensa no futuro, ao contrario da que desenha do lado direito, onde tem esperanças ao seu futuro.

7.3. Traços

Com o traço continuo pode se entender uma criança dócil, e uma harmonia quando o traço não é cortado por outro. A criança busca a paz e respeita o ambiente.

O traço contrário do continuo é o manchado. A criança começa a desenhar com entusiasmo, mas logo o perde, e então o começa de novo, o que significa que o seu desenho não estava indo para a direção em que ela desejava, o que significa também que há uma certa instabilidade, entre o que deseja, o que pode e o que já se possui.

Com o traço oblíquo, pode se dizer que a criança não vai se desviar da trajetória, em que foi para ela obter o seu objetivo. Esse traço contempla-se com a pressão em que a criança o faz, se ele for forte, indica um impulso violento, mas se o traço for normal, mostra que a criança quer um ambiente harmonioso e agradável.

7.4. As Formas Geométricas

O círculo como pode ser interpretado de uma forma positiva, ou negativa, o que será determinado pelo contexto e evolução do desenho. O seu aspecto positivo pode ser revelado, pela energia e força do seu traço. Traços amplos e grossos, mostram uma certa preguiça ou falta de motivação, na criança ao fazer o desenho. Um desenho com vários círculos, pode ser entendido que a criança, prefere coisas das quais ela já conhece.

O quadrado simboliza a solidão, o poder de decisão e a determinação, mas pode também significar um comportamento, ou uma atitude rebelde por uma influência exterior. O quadrado é encontrado nos desenhos de crianças, que se tem uma grande necessidade de fazer movimentos, ou seja, de queimar energia. As vezes pode se dizer que crianças assim, precisam de um mais de delicadeza, é uma criança com um forte caráter, que não muda de opinião com facilidade, sua força é o espirito de competição, e seu lado ruim, é a falta de compaixão.

O triângulo representa o conhecimento, a criança que desenha o triângulo com seu vértice para cima, costuma ser uma criança mais sensível, criativa e intuitiva do que as outras, é uma criança que sempre está ansiosa para mais conhecimento. O desenho em que o seu vértice está para baixo, indica uma natureza mais física e material, sendo assim, a criança procura novos conhecimentos, mas algo relacionado mais com o físico, do que o espiritual, esses conhecimentos iram ajudá-la a melhorar a sua comodidade, ou a adquirir coisas novas.

8. Temas do Desenho

As vezes as crianças desenham aleatoriamente, mas muitas vezes escolhem um tema, como por exemplo, uma criança que decide desenhar sua família, o ambiente a sua volta, um lugar que ache legal e bonito, etc., e a esses temas se deve prestar bastante atenção.

8.1. Temas Repetidos

Algumas vezes as crianças fazem desenhos repetitivos, aqueles desenhos em quem o mesmo tema, é sempre feito no desenho seguinte. Nesses casos pode haver uma mensagem nas entre linhas, mas o mais importante é se assegurar de que, os pais ou professores da criança, tenham feito uma supervalorização do desenho feito anterior, porque a criança não vai esquecer tão fácil o que sua obra causou.

Esse fato pode desencadear um problema, em que a criança começa a acreditar que sua mãe, pai, etc., só a quer pelo fato do desenho feito, e que ficou muito bom, e assim vai repetir em seus desenhos o mesmo tema, só com algumas mudanças.

Se os desenhos repetidos não forem causados por meio dos elogios, podem ser bastante reveladores, como uma experiência em que a criança foi feliz, ela procura reproduzir as emoções em que foi experimentada. Mas também o fato do desenho ser repetitivo, pode ser porque a criança através dele, que nos mostrar o que está incomodando a ela.

8.2. Diversidades de Temas

Algumas crianças tem uma diversidade de temas tão grandes, que acaba se tornando difícil realizar uma boa análise, se não se consegue estabelecer uma relação entre os temas, pode se analisar o desenho com maior profundidade pelas as cores abordas, a orientação espacial, pelos traços e tamanho do desenho.

Na maioria das vezes, crianças que fazem seus desenhos com temas diferentes uns dos outros, é bem fácil ser influenciada pelas pessoas, e pelo o ambiente. A criança passa para o desenho seus sentimentos, como o medo, alegria, etc. Essas crianças geralmente tem o humor instável, mas não é algo que não se adapte ao social ou afetivo, mas é mais sensível, o que faz parte do seu temperamento.

8.3. Originalidade

Pode ser considerado um desenho original, quando a criança desenha algo em que não estamos costumados a ver, e assim a criança provavelmente vai explicar a sua arte, com alguma brincadeira.

Alguns pais ficam, muitas vezes pensando se os filhos, não vão ter problemas socialmente no futuro, por não se integrar na realidade, mas a sua originalidade não é algo com o que se preocupar. A originalidade indica uma capacidade da criança, de tomar suas próprias opiniões.

Algumas crianças usam sua originalidade no desenho, não para expressar as suas diferenças, mas sim para mudar alguma coisa em que não a agrada, por isso é sempre bom vigiar e definir esse tipo de circunstância.

9. Significado das Cores

O significado das cores tem duas interpretações, uma positiva e outra negativa, que vai ser determinada também pelo estilo do desenho. Mas ao que diz respeito das interpretações, não está ao todo se referindo no efeito estético ou decorativo, o que interessa mesmo é a mensagem do consciente, ou do inconsciente no desenho.

O Vermelho: O vermelho representa o sangue, a vida e o ardor. A criança que prefere o vermelho no desenho, pode se dizer, que é uma criança enérgica, e que possui um espirito um pouco desportivo, ou que está vivendo algum tipo de agressividade.

O vermelho acompanhado do preto, pode mostrar que a criança que aparentemente não é agressiva, em um outro momento, a angustia e a ansiedade podem se manifestar de uma maneira explosiva.

O Azul: O azul simboliza a paz, tranquilidade e a harmonia. A criança que utiliza muito essa cor, pode se dizer que ela é introvertida, e que quer andar pelo próprio ritmo, uma criança em que não se deve forçar, e nem a fazer mudar os seus hábitos.

A criança que utiliza o azul, também pode nos fazer compreender que ela está em um meio desanimado, e que está querendo paz, a energia que a cor passa é tranquila e suave, sendo uma cor, em que se não deve usar com crianças muito imperativas, por se tratar do oposto das suas necessidades.

O Amarelo: Essa cor representa o conhecimento, alegria de viver e a curiosidade. A criança que a utiliza com frequência, é mais expressiva em relação as outras, ela é de uma natureza otimista, ambiciosa, extrovertida e generosa.

Quando o amarelo está muito excessivo no desenho, se está diante de uma criança que sem ser hiperativa, gosta de planificar o seu tempo com uma suficiente antecipação. É uma criança exigente com ela mesma, e com os outros, o que pode se tornar um pouco esgotante para aqueles ao seu redor.

O Verde: Composto do amarelo e azul, o verde é uma representante da natureza. A criança tem preferência do verde em seu desenho, mostra uma certa maturidade, ao aprender as coisas que foram explicadas, a criança experimenta em si mesma.

Essa criança tem uma natureza sensível e bem intuitiva, ela sabe quando escondem fatos dela, uma criança onde a sua imaginação compensa a sua iniciativa, tem constante energia física. Mas se nos seus desenhos ela utilizar mal o verde, ela se sente ou acredita superior aos outros, e assim seu forte eco pode ofende-los.

O Laranja: Uma mistura do vermelho e amarelo, o laranja representa uma certa necessidade de contato social. A criança que prefere o laranja em seus desenhos, tem uma certa inclinação pela novidade, e coisas que acontecem de um modo rápido.

A criança é impaciente, gosta de jogos em grupos, mas os não muito dos jogos em que se exige mais concentração e um sentido de observação, tem um espírito de equipe e de competência. Sabe se adaptar a qualquer ambiente novo, e sua linguagem e gestos são rápidos e precipitados.

O Rosa: O rosa é uma cor formada pelo vermelho e branco. A criança que o utiliza procura ternura e suavidade, quer ter um contato apenas com coisas fáceis e agradáveis. Essa criança é adaptável e assim se torna fácil ter um contato com ela, mas ele tem uma vulnerabilidade em situações, que não são muito agradáveis.

Antigamente o rosa era relacionado com o feminino. A criança que usa o rosa, mostra que gosta de ser criança, e que deseja permanecer nessa fase o tempo que for possível, o que pode trazer dificuldades em aceitar responsabilidades.

O Preto: O preto geralmente é interpretado como uma coisa ruim, mas na realidade a cor preta significa o inconsciente, aquilo em que não vemos. A criança que usa o preto, transmite que tem confiança em si mesma, é uma criança que tem facilidade em se adaptar a situações imprevistas.

O preto também pode passar uma mensagem ambígua, ou até nefasta, o que nesse caso a criança, estaria dissimulando os seus pensamentos, guardando alguns segredos próprios, como uma forma de autoproteção. Quando o preto é usado com o azul, a criança pode ser depressiva e se sentir derrotada.

9.1. O Desenho de Apenas uma Cor

Os desenhos de uma cor só, demonstra preguiça ou falta de motivação, que talvez tenha sido causado por alguém, que tenha obrigado a criança a sentar e desenhar, para ter tranquilidade e não a incomode.

Os desenhos com apenas uma cor, transmite uma mensagem clara. Esse tipo de interpretação não há equivoco, é como se a criança não quisesse esconder nada, ela quer ser descoberta e compreendida. A criança em seu desenho capricha nos outros elementos, como os traços e formas.

Mas é bom lembrar que na primeira fase, é normal a criança usar apenas uma cor no seu desenho, mas posteriormente, vai aparecer o desejo de acrescentar mais cores, e um valor ao tema.

10. Componentes do Desenho

A Casa: A casa é uma das coisas mais desenhadas pelas crianças, e na hora de avaliar o desenho, deve se levar em conta a sua orientação, tamanho, pressão, cores, etc. O tamanho da casa também é sempre importante, se a casa for muito grande revela que a criança, está em uma fase mais emotiva que racional. A casa muito pequena revela que a criança, está em um estado anímico mais introspectivo, onde talvez ela estará delineando algumas perguntas.

Outro componente que se deve avaliar é a porta, por exemplo, uma porta pequena mostrar que a criança, tem uma certa dificuldade em convidar as pessoas para sua casa, é uma criança seletiva para amigos, e não gosta que lhe fazem muitas perguntas. Enquanto a criança que desenha a porta grande, gosta de receber pessoas em casa, é uma criança em que a vida é sempre uma festa.

Figuras Humanas: Na maioria das vezes a figura humana, representa a própria criança, ou as pessoas ao seu redor, e os traços que mais se deve observar são o rosto, os braços e os pés.

Os olhos que no desenho são grandes e redondos, mostra que a criança é curiosa, mas em alguns casos isso pode significar medo. Os olhos pequenos dizem que a criança, prefere não ver o que está acontecendo ao seu redor.

A falta da boca revela que a criança prefere ficar calada, o que vai mostrar o motivo, vai ser o restante do desenho. Uma boca acentuada pela abertura e pela cor, mostra que a criança fala tudo o que pensa. Se no desenho a figura estiver sem mão, indica que a criança se sente incapaz de dominar a situação em que vive. Se não tiver pés, ela busca uma estabilidade.

Quando a criança desenha os braços para cima, significa que ela quer ser ouvida. Se os braços são caídos e pregados ao corpo, pode ser que a criança está passando por um momento, em que não quer contato social, ao contrário dos braços na horizontal e abertos, que significam uma certa necessidade de interagir.

O Sol: O sol se for desenhado do lado esquerdo do papel, pode ser a representação da influência da mãe na vida da criança. Quanto mais forte for os seus raios, há mais perigo de que a mãe queira impor a sua vontade em controlar tudo.

O sol desenhado à direita do papel, mostra a percepção da criança com o pai. Os raios muito radiantes, pode indicar uma certa violência verbal ou física por parte do pai, mas o sol sem raios, mostra uma perda do entusiasmo.

Quando o sol estiver no centro do papel, ele representa a própria criança, e nesse caso, a criança quer ser independente, e acredita também, que tem uma responsabilidade pela sua mãe e seu pai.

A Lua: O desenho da lua está ligado com a doçura, adaptação e intuição. A criança que desenha uma lua crescente no centro do papel, é uma excessivamente sonhadora. Geralmente quando a criança desenha uma lua totalmente redonda, se está diante de uma criança que é agradável, e que detesta ser vigiada.

As Nuvens: A criança que desenha nuvens, é sensível ao ambiente paterno ou social, a criança mostra que é consciente de que sua vida, contem momentos bons e ruins. A cor utilizada que vai possibilitar a sua interpretação.

A Árvore: A análise do desenho se divide em três partes: a base e raízes, altura e espessura, e os ramos e folhagem. A base do tronco se refere a energia física da criança, e ao seu tipo de estabilidade que lhe traz o meio-ambiente.

Se o tronco for mais amplo, mais firme estará a criança, o que será mais fácil para ela se carregar de energia. A criança que desenha o tronco com a base mais estreita, e não pressiona muito o lápis, é uma criança de saúde frágil.

A altura e espessura do tronco indica, a atitude e comportamento da criança, ela se assemelha ao tronco da árvore que desenha, transporta a sua percepção, e nos indica o local que está socialmente.

Os ramos e as folhas mostram a imaginação e a criatividade da criança. O desenho em que a árvore não tem folhas e poucos galhos, pode ser que a criança esteja triste ou talvez sem motivação. Quando a folhagem é abundante, indica que a criança tem muitas ideias e projetos.

As Flores: A criança que desenha flores quer agradar, mas se fizer de maneira repetitiva, pode demonstrar que precisa de uma certa segurança, e talvez o seu ego precisa ser um pouco alimentado.

O Arco-Íris: O arco-íris simboliza a paz, harmonia, e representa a proteção. Se a criança o sempre desenha, mostra que sofreu tormentas no passado, e que sem dúvida não quer voltar a vivê-las.

11. Arte no Cotidiano

A arte envolve muitas coisas, e está presente em vários lugares e coisas, e muitas vezes nem percebemos, mas se chegar a analisar bem o elemento em questão, vai acabar percebendo a arte presente.

Com o tempo a arte sofreu mudanças com o seu modo e estilo de fazer, desde as pinturas rupestres até a arte contemporânea. As pessoas mudaram e suas percepções também, hoje em dia a arte é bem mais livre, e está mais presente em nossas vidas.

Em coisas comuns do dia a dia, ela está presente como por exemplo, na dança nos movimentos dos dançarinos e no figurino, no teatro na composição do cenário e expressões dos atores, no design das novas tecnologias, em roupas, nas letras das músicas e a capa de seus álbuns, em comidas como as de restaurantes, em esportes como a ginastica rítmica, etc.

A arte tem o poder de transmitir as emoções, mostrar uma personalidade, ela consegue fazer com que as pessoas se identifiquem, e é por isso que ela é bastante consumida. Muitas vezes as pessoas compram uma coisa, sem saber exatamente que é arte, compram apenas pela emoção causada. Outras são apreciadoras de arte, e fazem coleção, desde miniatura a objetos gigantes, o mais comum são quadros de pintores famosos, e são dispostas a pagar o preço que for necessário.

Hoje em dia também cresce o seu mercado de trabalho, e por conta disso muitas pessoas optam por fazer uma especialização em arte, mas mesmo que não esteja ligado diretamente à área, existem profissões que misturam um pouco de arte em suas disciplinas. Cada vez mais as pessoas estão se interessando em arte, e utilizam ela de melhor maneira possível, de um jeito único e especial, expandindo ainda mais o espaço da arte no mundo.

12. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho percebeu-se que o desenho é uma ferramenta para aquisição do conhecimento. O estudo à respeito tem grande importância para o desenvolvimento da criança.

Através das artes podemos decifrar segredos e ler e escrever o mundo. E essa que é a leitura mais importante para o desenvolvimento cognitivo. E não podemos chegar a esta conclusão sem fazer uma conexão com o interior e com o mundo ao seu redor.

Com a composição de todos esses elementos no desenho, analisados e interpretados, mostram como a criança é, pelo que ela desenhou, e com a junção deles se pode compreender melhor a criança, e esse método de análise do desenho é bastante comum, porque assim a criança não sofre nenhum tipo de “trauma”, e nem se pergunta porque estão lhe fazendo muitas perguntas ou até mesmo testes, ela apenas tem que fazer um desenho, e com isso resta apenas analisa-lo.

Entender um pouco do desenho através da psicologia nos levou a conhecer um pouco do que alguns estudiosos pensam sobre os desenhos, e cada um interpreta da sua forma. Como Piaget, Vygotsky, Luquet, Derdyk e Bédard entre outros, nos fazem compreender melhor os desenhos e os sentimentos das crianças. Pois um rabisco tem seu valor e que nas cores e o modo de desenhar, a criança tem um propósito de deixar sua marca e isso torna a arte muito importante para a criança, pois através dela podemos ter um contato maior com o seu sentimento, e para ela o desenho é o inicio de tudo em sua vida.

13. REFERÊNCIAS

BÉRDARD, NICOLE. Como interpretar os desenhos das crianças. 1.ed. São Paulo: Isis, 2013.

DERDYK, EDITH. Formas de pensar o desenho: O desenvolvimento do grafismo infantil. São Paulo: Scipione, 1993.

DERDYK, EDITH. O desenho da figura humana. São Paulo: Scipione, 1993.

FERREIRA, S. Imaginação e linguagem no desenho da criança. Campinas: Papirus, 2001.

PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.

PILLAR, A. D. P. Desenho e construção de conhecimento na criança. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.

SALVADOR, A. Conhecer a criança através do desenho. Porto: Porto Editora, 1999.

MOREIRA, ANGÉLICA ALBANO. O espaço do desenho: a educação. 13.ed. São Paulo: Editora Loyola, 2009.

LUQUET. G. H. Arte infantil. Lisboa: Companhia Editora do Minho, 1969.

PIAGET, J. Seis estudos de Psicologia. Rio de Janeiro: Forense, 1969.

PIAGET, J. A formação do símbolo da criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

VYGOTSKI, LEVY. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001.


Publicado por: Selma Aparecida Rosa Cardoso

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