Leonardo da Vinci e Monalisa
O Desenho como Instrumento
Leonardo Da Vinci pintou basicamente retratos e temas religiosos e como desenhista, ele abordou os mais diversos assuntos para enriquecer suas pinturas. O desenho constituía para Leonardo também um instrumento de estudo para trabalhos de escultura e arquitetura, campo em que exerceu considerável influência apesar de não deixar uma única obra que se possa atribuir-lhe inquestionavelmente.
Na Escultura, por exemplo, teve participação na elaboração do esplêndido grupo de bronze São João Batista entre um Fariseu e um Levita, de Giovanni Rustici, que segundo historiadores não deixava ninguém chegar perto de sua obra, a não ser Leonardo, que ficou ao seu lado desde a moldagem e a Fusão até o término do trabalho.
Já na arquitetura, os desenhos de igrejas "ideais" feitas por Leonardo, influenciaram realizações de seu amigo Donato Bramante, um dos maiores arquitetos do renascimento italiano. As concepções arquitetônicas do gênio da Vinci saltaram fronteiras, provavelmente derivando de uma idéia sua a engenhosa escada em dupla espiral do castelo que Francisco I da França fez construir em Chambord.
Na pintura, Leonardo influenciou as gerações posteriores não só com suas poucas obras, que acabadas ou não foram copiadas e estudadas ao longo dos séculos, mas como os seus escritos, que mesmo antes de ser publicado, em 1651, circularam largamente nos meios artísticos. Analisando a história da pintura depois de Da Vinci, é mais Fácil citar os artistas que lhe devem diretamente do que aqueles que alguma coisa aprenderam com sua obra e suas anotações.
Mona Lisa
A Mona Lisa de Leonardo Da Vinci é provavelmente a pintura mais famosa do mundo. Está no museu do Louvre, em Paris, protegida por um grosso vidro a prova de balas. o quadro é surpreendemente pequeno (77 x 53 cm) contudo há quase 500 anos a Mona Lisa vem inspirando poemas, canções, pinturas, esculturas, romances, mitos, boatos, falsificações e roubos, e hoje em dia seu rosto aparece em incontáveis anúncios comerciais no mundo inteiro. Quando foi exibida pela primeira vez, considerou-se que ela trouxe nova dimensão de realismo e veracidade à arte da pintura. Como disse o artista e biógrafo Giorgio Vasari "...sua boca, unida a coloração de carne do rosto pelo vermelho dos lábios, parecia a de um ser vivo e não de uma pintura... Olhando para a garganta, se pode jurar que o sangue ali pulsava"
Cenário: No fundo do quadro de Mona Lisa há duas paisagens, o da direita, muito alto, e o da esquerda, muito baixo. O lugar de conexão entre esses dois pontos esta oculto atrás da cabeça de Mona Lisa.
Sobrancelhas ausentes: A explicação mais provável é que Leonardo colocou as sobrancelhas como um toque final na tinta seca do rosto, mas a primeira vez que o quadro foi limpo (talvez no século XVII) o restaurador usou um solvente impróprio e as sobrancelhas se dissolveram para sempre. Isto serve como uma alerta para o máximo cuidado que os restauradores devem ter.
Janelas da alma: Será que olhos de Mona Lisa, como já se disse com freqüência expressam uma sabedoria sobrenatural? O próprio Leonardo descreveu o olho como "a janela do corpo humano, através da qual ele se espelha o seu caminho e traz para o nosso desfrute a beleza do mundo, pela qual a alma se contenta em ficar na sua prisão humana"
Sorriso enigmático: Os olhos de Mona Lisa atraem suas respectivas paisagens. Esse jogo visual de atrações opostas se encontra no centro de Mona Lisa e faz com que o olho veja um ligeiro temor nos cantos da boca. É este temor que dá impressão de que ela está prestes a irromper num sorriso mais aberto.
Mangas: As mangas foram pintadas num estilo nítido e bem definido, com contornos fortes, coerente com o estilo dos trabalhos anteriores de Leonardo. Contudo o pano sobre o ombro de Mona Lisa foi pintado num estilo muito suave, semelhante o das obras posteriores do artista. Isso sugere que Leonardo trabalhou neste quadro por um considerável período de tempo; é possível que só tenha concluído o quadro em 1510.
Cadeira de braços: O braço da cadeira , quase paralelo ao da pintura, realça a suave curva das costas e da cabeça.
Curvas intrincadas: O vestido tem um complexo bordado de nós e laçadas. Leonardo era fascinado por desenhos assim, que já foram alvos de muitas interpretações engenhosas. Se este desenho tem algum significado, ainda é um mistério, e portanto combina bem com o espirito de Mona Lisa.
Paisagem Rochosa: A paisagem rochosa é um elemento muito apreciado por Leonardo, que o utilizou com freqüência. Ele tinha especial fascínio pelo movimento das águas.
Contornos esfumaçados: Os cachos de cabelo caindo levemente sobre o ombro direito de Mona Lisa se fundem com as rochas e o ombro esquerdo na linha de um distante aqueduto. O contorno esfumaçado que se mescla com o misterioso fundo dá ambigüidade ao clima e cria a ilusão de movimento, que dá a este quadro uma estranha sensação de vida.
Colunas: A forma estranha no canto do quadro não tem nenhum objetivo aparente, e há outra do lado oposto do quadro. Contudo, elas mostram que a pintura originalmente era ladeada de colunas dos 2 lados, para reforçar a ilusão de que Mona Lisa esta sentada num balcão. O painel original foi cortado de ambos os lados e as colunas retiradas.
Belas mãos: Um dos trunfos do quadro é o belíssimo formato das mãos. As mãos estão completamente relaxadas, acentuando assim a suave majestade da figura representada.
Cores sombrias: A pele tem uma coloração esverdeada, causada pela limpeza exagerada. Contudo, Leonardo utilizava cores muito mais sombrias do que seus contemporâneas.
La GIOCONDA
Quem é Gioconda??? Sempre foi chamada de Mona Lisa, isto é, Madonna Lisa di Antônio Maria Gherandini, esposa do rico cidadão florentino Francesco del Giocondo, que em 1503 encomendou a Leonardo um retrato de sua jovem esposa. O quadro também é chamado de La Gioconda. Não se sabe ao certo, porém, se o inquieto Leonardo chegou a terminar a encomenda. É provavel que a pintura tenha começado como um retrato da esposa do nobre, mas acabou se tornando algo muito maior - a imagem da idéia que Leonardo fazia da beleza perfeita.
Publicado por: Brasil Escola
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